Post on 10-Jan-2019
ARTE [ FAZE R
o C.E.e. divulga hoje o seu primeiro caderno dedicado às
est6rias em quadradinhos neste destac~vel do ZOaM.
-Antes de passar a leitura, gostaria de assinalar
dois aspectos. O primeiro liga-se às condições de p r odu
ç~o da est6ria: um grupo de acç~o cultural nas ce na Esco
la Preparat6ria Jo~o de Barros (Figueira da Foz) e á s sen
ta a sua expansao no desenvolvimento da criatividade de: to
dos os seus colaboradores (professor (es) e estudante s) ;
todos t~m deste modo a oportunidade de um admir~vel exer
CJ.CJ.o de liberdade e,deste ângulo, os resultados n~o sao
t~o imrortantes quando Q acto de fabricaç~o (Lopes-Graça:
II arte é fazer ;! ).
o segundo decorre desta ~ltima circunst~ncia: pa
ra al~m des te exercfcio , certos trabalhos s ugerem um co
f'hecimento da estrutura da "arte" preferida, que os parti:.
culariza . Creio ser este o caso d~ ~'Desventuras do Pai Na
tal" de Pedro Maurfcio. N~o gostaria de calar a gora uma
certa inexperiência e alguma insegurança. Mas n~o é legf
timo deixar sem refer~ncia o exemplo metalinguístico da
antepen~ltima prancha. N~o é vulgar num principiante esta
reflex~o sobre a linguagem que utiliza ; Pedro Maurício d~
-se conta de que essa linguagem n~o é neutra nem inocente
e que a sua habitual linearidade oculta problemas particu
lares s6 revel~veis através de uma des-construç~o. Num .. pa ls largamente invadido pelos sub-produtos em quadradi-
nhos e profundamente embalado por leituras deslocadas ,es
ta promessa (~ qual se ligam outras e st6rias anteriores,
com outro grau de elaboraç~o e de autores maJ.s e xperJ.en
tes: Vi tor t1esqui ta, Nelson Dias, etc .) é sem jl'1vida um
passo em fre nte . Sa~da-s e porque nos encontr'3.mo s num mo
mento de relativamente fraca actividade. Esta promessa i~
dica outras obras: contra o 6pio, contra o estere6tipo.
Coimbra, 8 de l\1ovembro de 1977
ANTÔNIO PEDRO PITA
PEDRO MAURICIO, 13 anos ; aluno do 39 ano de escolari
dade na escola Preparat6ria Joio de Barros. Actualme n te a tra
balhar no núcleo de banda desenhada do P.iLho Verde (- O Borrio)
grupo de dinamizaçio cultural e r ecreativa da escola.
Foram os elementos do "Borrio" que entrevistaram o co
lega. E o Pedro respondeu:
Ainda nio andava na escola , tinha 4 ou 5 ano r' - dizia
o Pedrc - vivia numa aldeia onde corria pelas matas caçava pa~
saros. ~erto dia adoeci e como nio tinha com que me ~ivertir,
a minha mie ofereceu-me uns lápis de cor e comecei C'. desenhar
páss~ros, moinhos,tudo o que via ao me u redor. Foi c começo.
A doença acabou mas continuei a des e nhar, com gosto.
Aliás desenhar ~ o termo, pois pintava pouco.
Na escola a professora obrigava-mA a fazer des enhos
de ja~ros) vasos, objectos variados. Eu gramava muito era fa
ze~ caravelas , ve leiros.
Qual o primeiro livro de banda desenhada que le s te ?
Ach o que foram os livros de Walt Disney e os Tintin.
Quando ?
Devia t er uns 7 anos.
Qual a banda de senhada de que mais gostas ?
Primeiro, gosto mais das bandas desenhadas a preto e
branco. A cores gosto muito das B.D. de ficçio cientifica
(tipo Lone Sloane).
Já fiz duas histórias de B.D. (pe queninos) - continu
o u o Pedro.
Fiz a ilus traç io dum capítulo dos Esteiros, sobre a
"Criança e o Trabalho l' • E este ano conecei a trabalhar mais
a sério já fiz uma história a que chamei "As Desve nturas do
Pai Natal ';I .
Ando a pensar agora numa B.D. sobre o t erceiro mundo
(vai ficar uma pinta dos diabos).
Vantagens do trabalho com outros colegas, no ""Milho
V2rde "?
Há malS ideias . Além disso o grupo t em um ritmo de
trabalho que me ob riga a desenhar bastante. Tenho a gora muito
mais razões para continuar. "O ~1ilho Verde " é isso mesmo, um
grupo de Dinamização Cultural.
LAHENTO t-\ UtTD O QUE
A<-ON\KEU) ?I-\t N~TAL 00e,
NPD QUERO DiSTÚRBIOS NA ~\N\-\A BANDF\ \JESE\\1 H ~Dft( VOc.tS ?~O~G:T\::RAM \-\I\S NI\O
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CUM'?~&.~. EU~~/foc:; .... tJ
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