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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA EM EDIFICAÇÕES:
TECNOLOGIAS E PARÂMETROS DE REFERÊNCIA PARAEDIFÍCIOS COMERCIAIS EM BELO HORIZONTE – MINASGERAIS
ANGÉLICA LUCAS DAMASCENO
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Angélica Lucas Damasceno
EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA EMEDIFICAÇÕES: TECNOLOGIAS EPARÂMETROS DE REFERÊNCIA PARA
EDIFÍCIOS COMERCIAIS EM BELOHORIZONTE – MINAS GERAIS
Dissertação de Mestrado
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Engenharia Civil do CEFET-MG,como requisito parcial para obtenção do título deMestre em Engenharia Civil.
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Agradecimento
Inicialmente, agradeço a Deus e a Nossa Senhora pela força, proteção e
orientação nessa trajetória. À minha mãe por ter me incentivado a estudar, a ter
determinação e a concluir os projetos aos quais me proponho. Obrigada, mãe,
pela confiança, apoio, conselhos e cumplicidade.
À minha vó, agradeço as incansáveis orações, incentivo e carinho. Você, juntamente com minha mãe, é exemplo de bravura, luta e conquistas que me
inspira sempre. Agradeço também a Marluce Castro pelo suporte, motivação e
pelas correções de português. Muito obrigada!
Agradeço aos meus irmãos e primos por acreditarem em mim e por buscarem o
caminho dos estudos. Acredito muito em vocês, e por isso, dedico-lhes essapesquisa no intuito de incentivá-los nessa trajetória.
Agradeço ao CEFET-MG que tão bem me recebeu e amparou nesse período, à
FAPEMIG pelo incentivo financeiro, possibilitando a continuidade no programa
de mestrado. De uma forma muito especial agradeço ao meu professor
orientador Dr. Guilherme Fernandes Marques que com muita sabedoria soube
me conduzir e ajudar no desenvolvimento da pesquisa.
Agradeço aos demais doutores do CEFET MG que tive o prazer de conhecer e
aprender durante o programa de mestrado. Agradeço aos professores Wellington
Borges e Marcos Veloso pelo apoio técnico e aprendizado ao longo desde
trabalho.
Muito obrigada aos meus colegas e amigos, em especial ao Daniel Carmo, Ana
Cecília Estevão, Mariana Arruda, Tatiana Oliveira e Raquel Bracarense.
Agradeço as ajudas em sala de aula, no desenvolvimento da pesquisa e pelos
momentos de descontração e “caronas”.
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Resumo
A avaliação da sustentabilidade de edifícios residenciais e comerciais no Brasil
ainda carece de critérios bem definidos, desenvolvidos sobre bases
metodológicas e científicas consistentes e compatíveis com a realidade
brasileira. O objetivo principal deste trabalho é contribuir para o levantamento dedados e definição de parâmetros de referência (benchmark ) locais em relação ao
uso eficiente da água em edificações comerciais de escritórios e lojas
localizados em Belo Horizonte – Minas Gerais. A pesquisa inclui amostragem de
tecnologias mais usadas; análise estatística e avaliação de desempenho, por
meio de métodos quantitativos e qualitativos, de 15 edifícios comerciais
aprovados na Prefeitura de Belo Horizonte nos anos de 2007 e 2008. Utilizou-se
um checklist de requisitos relacionados ao uso eficiente de água em edificações
e por meio de análise estatística do atendimento ou não dos mesmos, mediante
avaliação dos projetos hidráulicos e arquitetônicos dos edifícios estabeleceu-se
os benchmark . Como principais resultados obteve-se a sistematização das
tecnologias voltadas à sustentabilidade de edifícios, no que se refere à água; opanorama das práticas de projetos da construção civil em Belo Horizonte quanto
à sustentabilidade do uso da água; a definição de parâmetros de referência para
práticas de sustentabilidade nessa categoria e o estabelecimento de critérios
para uma ferramenta de auxílio no desenvolvimento de projetos mais
sustentáveis e adaptação de métodos de avaliação da sustentabilidade de
edifícios.
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Abstract
Assessing the sustainability of residential and commercial buildings in Brazil still
lacks clearly defined criteria developed on scientific and methodological basis
compatible with the Brazilian reality. The main objective of this work is to
contribute to data collection and definition of benchmark with respect to local water use efficiency in commercial buildings located in Belo Horizonte - Minas
Gerais. The survey includes sampling of technologies used, statistical analysis
and performance evaluation through quantitative methods, qualitative addition to
the 15 approved commercial buildings in the city of Belo Horizonte in the years
2007 and 2008. We used a checklist of requirements related to efficient use of
water in buildings and through statistical analysis of the same service or not by
evaluating the architectural and hydraulic design of buildings were established
benchmark. As main results we have the systematization of technologies related
to the sustainability of buildings in relation to water; overview of the practices of
civil construction projects in Belo Horizonte on sustainability related to water use,
the definition of benchmark for practices sustainability in this category and the establishment of criteria for a tool to help professionals to develop more
sustainable designs and development or adaptation of methods for assessing the
sustainability of buildings.
Key Words Sustainable construction, environmental performance of buildings, efficient use of
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Sumário
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................... 1
1.2. JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 4
1.3. OBJETIVOS .................................................................................................. 62.2.1 Objetivo geral ............................................................................................ 6
2.2.2 Objetivos específicos ................................................................................ 6
1.4. ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DA DISSERTAÇÃO......................................... 7
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 8
2.1. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL ........................................................................ 8
2.2. PRINCIPAIS METODOLOGIAS PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE E DEEDIFÍCIOS............................................................................................................ 12
2.2.1 BREEAM - Building Research Establishment Environmental Assessment
Method .............................................................................................................. 13
2.2.2 SBTool - Sustainable Building Tool ......................................................... 18
2.2.3 LEED - Leadership in Energy and Environmental Design ....................... 25
2.2.4 HQE - Haute Qualité Environnementale dês Batiments .......................... 32
2.2.5 AQUA – Alta Qualidade Ambiental .......................................................... 38
2.2.6 Selo Casa Azul – Sistema de avaliação socioambiental de projetos
habitacionais ...................................................................................................... 44
2.2.7 Metodologia para avaliação da sustentabilidade de projetos de edifícios
(FOSATTI, 2008) ............................................................................................... 502.3. EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA EM EDIFICAÇÕES ............................................ 55
2.3.1 Eficiência do uso da água no paisagismo ............................................... 56
2.3.2 Redução do uso da água na edificação.................................................. 62
2 3 3 Tratamento e reuso de água residuárias e pluviais 68
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4.6. MATERIAIS COMPONENTES DOS SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS E SANITÁRIOS90
5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO LEVANTAMENTO DE DADOSE DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE REFERÊNCIA ................................... 96
5.1. RESULTADOS DO LEVANTAMENTO DE DADOS ............................................... 96
5.2. DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE REFERÊNCIA .......................................... 109
5.3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................................. 115
6. CONCLUSÕES ......................................................................................... 119
6.1. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................... 122
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Lista de Figuras
Figura 1 – Evolução das preocupações no setor da construção civil ................. 10 Figura 2 – Evolução da certificação LEED no mundo ........................................ 30 Figura 3 – Registros e certificações LEED no Brasil .......................................... 32 Figura 4 – As 14 categorias avaliadas pelo HQE ............................................... 34 Figura 5 – Classificação do desempenho ambiental de uma categoria .............. 37 Figura 6 – Exemplo fictício de perfil de QAE ...................................................... 42 Figura 7 - Quadro de avaliação de desempenho da categoria 2 ........................ 43 Figura 8 – Classificação dos empreendimentos ................................................. 55 Figura 9 - Exemplo fictício de um perfil de desempenho da sustentabilidade do
empreendimento. ............................................................................................... 55 Figura 10 – Estação compacta Mizuno Family ................................................... 74 Figura 11 - Quantidade de projetos aprovados em 2007 e 2008 classificada em
categorias de unidades comerciais. ................................................................... 77 Figura 12 - Classificação dos projetos quanto à área comercial ........................ 78 Figura 13 - Classificação dos projetos quanto ao tipo de aprovação.................. 79 Figura 14 – Etapas da metodologia de pesquisa ............................................... 83
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Lista de Tabelas
Tabela 1 – Categorias, requisitos e pesos avaliados pelo BREEAM Offices 2008
.......................................................................................................................... 14 Tabela 2 – Critérios de avaliação na categoria água do método BREEAM ........ 16 Tabela 3 – Exemplo de pontuação e ponderação do método BREEAM ............ 17 Tabela 4 – Temas, categorias e critérios avaliados no GBTool .......................... 19 Tabela 5 – Critérios a serem avaliados no método SBTool referente ao uso da
água .................................................................................................................. 22 Tabela 6 – Categorias e requisitos avaliados pelo LEED for New Construction
and Major Renovations (LEED-NC) Versão 3 .................................................... 27 Tabela 7 – Requisitos a serem avaliados no método LEED referente ao uso da
água para projetos de novos edifícios ................................................................ 29 Tabela 8 – Classificação do certificado LEED .................................................... 30 Tabela 9 – Critérios relacionados ao uso da água no método HQE ................... 34 Tabela 10 – Critérios relacionados ao uso da água no método AQUA ............... 40 Tabela 11 – Categorias, critérios avaliados e classificação da certificação Casa
Azul ................................................................................................................... 46 Tabela 12 – Checklist de requisitos para categoria água do método Fossati ..... 51 Tabela 13 - Torneiras e dispositivos economizadores de água .......................... 64 Tabela 14 - Dispositivos economizadores para chuveiros e duchas .................. 65 Tabela 15 – Bacias sanitárias e dispositivos de descarga ................................. 65
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Tabela 20 – Características e eficiências de remoção de nutrientes de alguns
sistemas de tratamento de águas residuárias .................................................... 73 Tabela 21 – Resumo dos critérios de triagem da amostra de edifícios a serem
analisados ......................................................................................................... 81 Tabela 22 - Checklist final de requisitos ............................................................. 92 Tabela 23 - Características dos edifícios estudados .......................................... 98 Tabela 24 - Síntese dos resultados obtidos no levantamento de dados ........... 106 Tabela 25 - Parâmetros de referência definidos para a categoria água ........... 111
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Lista de Abreviaturas
ACV - Análise do Ciclo de Vida
AFNOR - Associação Francesa de Normatização
AP - Accredited Professionals
AQUA - Alta Qualidade Ambiental
AWWA - American Water Works Association
B - Base / básico
BEPAC - Environmental Performance Assessment Criteria
BRE - Building Research Establishment
BREEAM - Building Research Establishment Environmental Assessment Method
CASBEE - Comprehensive Assessment System for Building Environment
Efficiency
CEN - European Committee for Standardization
CIB - International Council for Research and Innovation in Building and
Construction
CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente
CSTB - Centre Scientifique et Technique du Bâtiment
CW - Constructed Wetlands
DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio
DQO - Demanda Química de Oxigênio
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MBR - Membrane Biological Reactors
OECD - Organization for Economic Co-operation and Development P - Performant
PRFV - Plástico Reforçado com Fibra de Vidro
QAE - Qualidade Ambiental do Edifício
QEB - Qualité Environnementale du Bâtiment
RBC - Rotating Biological Contactor
RCD - Resíduo de Construção e Demolição
SBAT - Sustainable Building Assessment Tool
SBC - Sustainable Building Challenge
SBTool - Sustainable Building Tool
SGE - Sistema de Gestão do Empreendimento
SMO - Système de Management d’Operation
SPDA - Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
SS - Sólidos em Suspensão
TP - Très Performant
UASB - Upflow Anaerobic Sludge Blanket
UC - Unidades Comerciais
UNCED - United Nations Conference on Environment and Development
UNEP - United Nations Environment Programme
USEPA - United States Environmental Protection Agency
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1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Devido à sua abrangência, a cadeia da construção civil responde, direta e
indiretamente, por diversos impactos ambientais. As atividades relacionadas à
construção, operação e demolição de edifícios promovem a geração de grandequantidade de resíduos; além de responder pelo consumo de recursos minerais,
água e energia.
A necessidade de minimização dos impactos ambientais gerados pelas
edificações, a escassez de recursos naturais, as crises energéticas, mudanças
climáticas e a difusão dos conceitos de desenvolvimento sustentável vêm
colocando novos desafios ao setor, como a busca por construções com melhor
desempenho ambiental.
A melhoria no desempenho ambiental faz parte de um conjunto de ações
voltadas para o desenvolvimento sustentável, conceito definido durante a
primeira Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Ambiente
Humano, realizada em Estocolmo pela World Commission on Environment and
Development - WCED, também conhecida como Comissão Brundtland .
Em 1987, apresentou-se o relatório Brundtland , intitulado Our common future ou
Nosso futuro comum, no qual o termo desenvolvimento sustentável remete ao
desenvolvimento que deve responder às necessidades da geração atual sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas própriasnecessidades (BRUNDTLAND, 1991). No entanto, foi a partir da década de 1990
que a questão ambiental tomou uma amplitude maior, impulsionada pela
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
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Dentre os marcos da percepção sobre o desenvolvimento sustentável no setor
da construção civil, pode-se incluir o estabelecimento da Agenda 21 e a
elaboração da Agenda Habitat II , assinada na Conferência das Nações Unidas,
realizada em Istambul, em 1996; a CIB1 Agenda 21 on Sustainable Construction ,
publicada em 1999 e a CIB/UNEP2 Agenda 21 for Sustainable Construction in
Developing Countries , publicada em 2001 (CIB; UNEP-IETC, 2002).
Na Agenda Habitat II , publicada em Istambul, os profissionais definiram a
aplicação do desenvolvimento sustentável para o setor da construção, colocando
em evidência riscos para a saúde por parte de certos materiais como o amianto.
A repercussão foi imediata, despertando interesse da opinião pública na
preservação do meio ambiente.
Ainda na década de 1990, alguns países europeus, EUA e Canadá
desenvolveram as primeiras metodologias de avaliação ambiental de edifíciospara auxiliar no cumprimento de metas ambientais locais, estabelecidas a partir
da ECO’92 (SILVA, et al ., 2003). Com a difusão dos conceitos de design verde
(green design ) e edifícios verdes (green building ), as avaliações ambientais se
tornaram ferramentas para quantificar e qualificar os investimentos e benefícios
da construção sustentável.
O Brasil já conta com alguns esforços para estabelecer critérios de
sustentabilidade na construção civil, no sentido de reduzir o consumo de energia
e água; reutilização de resíduos de construção e demolição – RCD;
racionalização de sistemas construtivos; regulamentação da disposição de RCD;
dentre outros, além da criação, adequação e aplicação de métodos de avaliação
da sustentabilidade de edificações.
Apesar da existência de diversos modelos internacionais para a avaliação
ambiental de edifícios comerciais, Silva (2003) argumenta que estes não são
adequados à aplicação no Brasil não sendo possível copiar traduzir ou
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econômicos relacionados à produção, operação e modificação do ambiente
construído.
As iniciativas voltadas à sustentabilidade das edificações brasileiras necessitam,
segundo Silva (2007a), da definição de um método consensual para estruturar
indicadores, de indicadores nacionais e locais relevantes, coleta de dados e
atribuição de valores.
Nesse sentido, a presente pesquisa contribui para a coleta de dados e
estabelecimento de parâmetros de referência (benchmark 3 ) relacionados ao uso
eficiente da água em edificações comerciais em Belo Horizonte, considerando as
tecnologias existentes e práticas de construção local voltadas para a
sustentabilidade no uso da água. A expectativa é que estes resultados possam
contribuir como uma referência para adaptação de métodos de avaliação da
sustentabilidade coerentes com a realidade brasileira, mais precisamente paraBelo Horizonte; como auxílio aos projetistas que almejam tornar suas edificações
mais sustentáveis, além de difundir tecnologias e práticas voltadas ao uso
eficiente de água na construção.
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1.2. Justificativa
A construção civil exerce uma influência significativa no meio ambiente, visto asua escala de produção e impactos gerados. Dessa forma, a utilização de
ferramentas que viabilizem e incentivem a incorporação de soluções construtivas
de melhor desempenho ambiental ao longo do ciclo de vida da edificação, desde
a etapa de projeto, é um aspecto que apresenta relevância.
Atualmente, praticamente cada país europeu, além dos Estados Unidos,
Canadá, Austrália, Japão, Hong Kong, entre outros - possui um sistema de
avaliação de edifícios (SILVA, 2003). Mais recentemente, alguns países em
desenvolvimento vêm elaborando seus próprios métodos de avaliação, entre
estes inclui-se o Brasil.
Segundo Cole (2005), os métodos de avaliação de edifícios foram concebidos,
inicialmente, para prover uma avaliação objetiva do uso de recursos, cargas
ecológicas e qualidade do ar interno dos edifícios, dentro de um contexto mais
amplo de medição do desempenho.
Segundo Ding (2007), muitos métodos de avaliação da sustentabilidade na
construção foram desenvolvidos para usos locais, não permitindo variações
regionais e nacionais. Os sistemas de pontuação podem contribuir para revisaras escalas de avaliação no sentido de refletir critérios e variações regionais. No
entanto, as variações regionais, culturais e sociais são muito complexas e com
fronteiras difíceis de definir.
Dessa forma, não é possível copiar ou aplicar um método estrangeiro no Brasil,
com base no sucesso que o mesmo tenha obtido em seu país de origem. Certosaspectos perdem validade e outros, importantes para um determinado contexto,
não são contemplados pelos métodos de sistemas de avaliação. Dentre os
aspectos que devem ser considerados na aplicação de um método fora de seu
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(d) Para serem apropriados ao contexto nacional, os itens avaliados no
método devem ser ponderados para refletir prioridades e interesses
nacionais.
Com a intenção de suprir as necessidades de alinhamento dos métodos de
avaliação existentes ao contexto e às práticas de projeto e construção
brasileiros, trabalhos como o de Silva (2003) buscaram adaptar um método para
avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios no Brasil.
Outra iniciativa mais recente foi proposta por Fossati (2008) que adaptou uma
metodologia de avaliação da sustentabilidade de projetos de novos edifícios de
escritórios de Florianópolis – Santa Catarina, incluindo a definição de parâmetros
de referência. Os parâmetros de referência (benchmark ) do desempenho
ambiental de edificações podem refletir os padrões da construção local e podem
variar de acordo com o contexto regional. Dessa forma, os benchmark desustentabilidade devem ser definidos em cada região que se pretende utilizar a
metodologia.
Outros sistemas de avaliação, a exemplo do americano LEED (Leadership in
Energy and Environmental Design ) e o francês HQE (Haute Qualité
Environnementale) têm sofrido adaptações para serem aplicadas de forma maiscoerente no Brasil. Neste contexto, destaca-se a iniciativa do programa brasileiro
AQUA, desenvolvido com base no HQE.
O estabelecimento de parâmetros de referência condizentes com o contexto no
qual a edificação se insere é vital para evitar distorções nos resultados da
avaliação. Por exemplo, em regiões onde uma determinada prática sustentável,
ou característica do sistema (como a alta porcentagem de energia proveniente
de fontes renováveis no Brasil) são comuns, a pontuação do sistema de
avaliação deve ser ajustado, assegurando que o mesmo mantenha o incentivo
pela melhoria constante no desempenho ambiental das edificações
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1.3. Objetivos
2.2.1 Objetivo geral
Contribuir para o melhor conhecimento sobre práticas sustentáveis de uso
eficiente da água atualmente empregadas na cidade de Belo Horizonte no
Estado de Minas Gerais.
2.2.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos da pesquisa são:
- Realizar um levantamento dos principais métodos para avaliação da
sustentabilidade de edifícios, utilizados internacionalmente e no Brasil;- Realizar um levantamento das práticas e tecnologias voltadas ao uso
eficiente de água em edificações;
- Avaliar as práticas de projeto da construção civil em Belo Horizonte –
Minas Gerais, quanto à sustentabilidade de uso da água por meio da análise de
uma amostra de edifícios comerciais;- Definir parâmetros de referência (benchmark ) para práticas de
sustentabilidade em relação ao uso da água em edifícios comerciais.
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1.4. Estrutura de Apresentação da Dissertação
A dissertação será estruturada em seis capítulos. O capítulo 1, “Introdução”,contextualiza o tema, apresenta a justificativa do trabalho, seus objetivos e a
estrutura da dissertação.
O capítulo 2, “Revisão Bibliográfica”, inclui: considerações sobre a construção
sustentável (conceito e evolução); os principais métodos para a avaliação da
sustentabilidade de edifícios, incluindo aplicações no Brasil e práticas e
tecnologias voltadas para a eficiência do uso da água em edificações.
No capítulo 3, “Materiais e Métodos”, detalha-se a metodologia utilizada para o
desenvolvimento da pesquisa, incluindo os critérios de definição dos requisitos
de sustentabilidade para compor a lista de verificação (checklist ) utilizada para
levantamento de dados em edifícios comerciais de Belo Horizonte – Minas
Gerais. Apresentam-se também os critérios de definição da amostra de edifícios,
selecionada para aplicação do checklist, método de análise dos projetos e de
definição dos benchmark .
O capítulo 4, “Definição do Checklist Final de Requisitos Avaliados”, apresenta a
lista de requisitos voltados para o uso eficiente de água nos projetos da amostra
de edifícios analisados.
O capítulo 5, “Apresentação dos Resultados do Levantamento de Dados e
Definição dos Parâmetros de Referência”, apresenta a discussão dos resultados
proveniente do levantamento de dados e a definição dos parâmetros de
referência (benchmark ).
Por fim, o capítulo 6, “Conclusões”, apresenta as conclusões sobre a pesquisa
desenvolvida e sugestões para trabalhos futuros.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Construção Sustentável
As iniciativas voltadas a tornar as construções mais sustentáveis surgem dos
debates referentes ao desenvolvimento sustentável que, a partir da década de
1970, evolui para uma preocupação internacional, culminando em várias
conferências, protocolos e planos de ações.
No final da década de 1980 e início da década de 1990, as questões de
sustentabilidade chegaram à agenda das construções trazendo novos
paradigmas, com destaque para o contexto europeu. As atenções estavam
voltadas tanto para as consequências de uma crise energética de dimensões
mundiais como para o impacto ambiental gerado pelo consumo da energia de
base fóssil, somados às previsões e alerta a respeito do crescimento da
população mundial e o inevitável crescimento das cidades e de suas demandas
por todos os tipos de recursos (GONÇALVES; DUARTE, 2006).
A partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992 (ECO’92) e das
interpretações da Agenda 21 provenientes desse encontro, surgiram os planos
de ação voltados para inserção da sustentabilidade nas construções. Segundo
Pinheiro (2006), surge nos países desenvolvidos, em 1993, um movimento
internacional que procura definir e implementar o conceito de construção
sustentável.No ano de 1994, realizou-se em Tampa, na Flórida, a Primeira Conferência
Internacional sobre Construção Sustentável (The First International Conference
on Sustainable Construction ), patrocinada pelo Rocky Mountain Institute , da
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Além disso, nesse mesmo evento, a CIB estabeleceu 7 princípios da construção
sustentável que devem fazer parte da tomada de decisão nas fases de projeto e
processos construtivos:
1. Reduzir o consumo de recursos (redução);
2. Reutilizar os recursos (reuso);
3. Usar recursos recicláveis (reciclagem);
4. Proteger os sistemas naturais (natureza);
5. Eliminar os materiais tóxicos (tóxicos);
6. Aplicar o custo do ciclo de vida (econômico);
7. Focar na qualidade (qualidade).
Estes princípios devem ser considerados em todo o ciclo de vida da edificação eos recursos necessários para criar e operar um ambiente construído são o
terreno (solo), o material, a energia, a água e os ecossistemas (KIBERT, 2007).
Outros termos como edifício verde (green building ), design ecológico, design
ecologicamente sustentável, design verde (green design ) são usados, muitas
vezes, como sinônimos de construção sustentável. No entanto, Kibert (2007)
considera que esses termos referem-se à qualidade e características da
estrutura criada, baseada em princípios e sistemas de avaliação voltados para
construção sustentável.
Edifícios verdes podem ser definidos como instalações que promovam uma
ocupação saudável, projetadas e construídas de maneira eficiente, em termos de
recursos, e baseadas em princípios ecológicos. Já Silva (2007b), considera que
o termo green building refere-se apenas à dimensão ecológica da construção
sustentável, uma vez que o termo sustainable building é um conceito mais
abrangente que contempla ainda as dimensões social e econômica
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Na perspectiva tradicional, as preocupações centram-se no custo, na qualidade
e no tempo, exigindo maior produtividade e menor custo com menos tempo
gasto na construção. A construção sustentável busca uma nova maneira de
equacionar a concepção, a construção, a operação e a desconstrução/demolição
(COLAÇO, 2008). Incorporam-se a essas temáticas as preocupações ambientais
relacionadas ao consumo de recursos, às emissões de poluentes, à saúde e à
biodiversidade, o que constitui um novo paradigma cujo desafio principal é o de
contribuir para a qualidade de vida, para o desenvolvimento econômico e para aequidade social, como pode ser observado na Figura 1.
Figura 1 – Evolução das preocupações no setor da construção civil
Fonte: Pinheiro, 2006 adaptado de Bourdeau, et. al , 1998
Nesta abordagem, segundo Pinheiro (2006), o papel dos vários agentes é
decisivo, incluindo o setor da extração do material, o da construção, os clientes
das estruturas edificadas, os gestores e os responsáveis da manutenção.
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Esses conceitos também são compartilhados por John et al ., (2005), quando
considera que uma edificação sustentável envolve a consideração de todo o
ciclo de vida do edifício, levando em conta a qualidade ambiental, funcional e
futuros valores. Os autores acrescentam que o projeto de edifícios sustentáveis
é, por conseguinte, a integração cuidadosa da arquitetura com a engenharia
elétrica, mecânica, estrutural e hidráulica. Além de expressar preocupação com
os tradicionais aspectos estéticos, orientação solar, proporções, textura,
sombras e luz, a equipe de projeto precisa preocupar-se também com os custosde longo prazo: ambientais, econômicos e humanos.
Com a evolução e aumento das necessidades de aplicação dos princípios da
construção sustentável, muitos países começaram a desenvolver mecanismos
de implantação e avaliação da sustentabilidade de edifícios. Os métodos de
avaliação surgiram como parte das estratégias para o cumprimento de metas
ambientais locais, estabelecidas a partir da United Nations Conference on
Environment and Development - UNCED, realizada no Rio de Janeiro, em 1992.
Esses métodos partilhavam o objetivo de encorajar a demanda do mercado por
níveis superiores de desempenho ambiental, provendo avaliações tanto para o
diagnóstico de eventuais necessidades de intervenção no estoque construído
quanto para orientar projetistas ou sustentar a atribuição de selos ambientaispara edifícios (SILVA, 2000; SILVA, 2007b).
Segundo Xiaoping et al ., (2009), os propósitos da maioria das ferramentas de
avaliação são: avaliar o desempenho da construção sustentável; orientar todo o
processo de construção sustentável para alcançar os três pilares da
sustentabilidade (econômico, social e ambiental) e acelerar a evolução etransformação da indústria da construção tradicional.
As primeiras avaliações ambientais de edifícios que, inicialmente, abrangiam
apenas a tipologia comercial, passaram a contemplar outras tipologias de uso,
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Calc (Holanda), o Ecoprofile (Noruega), o HK-BEAM (Hong Kong Building
Environment Assessment Method , Hong Kong), o BCA-GM (Building and
Construction Authority Green Mark , Singapore), o Green Star (Austrália), o
NABERS (National Australian Building Environment Rating System ), o GOBAS
(Green Olympic Building Assessment System, China), o ESGB (Evaluation
Standard for Green Building : GB/T 50378-2006, China) (XIAOPING et al ., 2009).
Além desses sistemas de avaliação, citam-se ainda o SBAT (Sustainable
Building Assessment Tool , África do Sul), o HQE (Haute Qualité Environnemental e, França) e sua adaptação brasileira AQUA (Alta Qualidade
Ambiental). Além dessa última, no Brasil, há outras iniciativas de
desenvolvimento de métodos de avaliação própria como, por exemplo, as
propostas por SILVA (2003), FOSATTI (2008) e o Selo Casa Azul da Caixa
Econômica Federal, lançado em 2010 no Brasil. Alguns métodos são
apresentados mais detalhadamente na seção a seguir.
2.2. Principais metodologias para avaliação da sustentabilidade e
de edifícios
Segundo Silva et al . (2003), os sistemas de avaliação ambiental disponíveispodem ser separados em duas categorias: uma orientada para o mercado
(feature based ), isto é, desenvolvidos para ser facilmente absorvidos por
projetistas, a fim de divulgar as práticas reconhecidas pelo mercado para
melhorar a qualidade ambiental de projetos, execução e gerenciamento
operacional; e outra com sistemas orientados para pesquisa, com foco na
avaliação do desempenho ambiental.
Os primeiros possuem estrutura mais simples e estão vinculados a algum tipo de
certificação ambiental, tais como BREEAM e LEED. A segunda categoria de
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Considerando o foco deste trabalho na eficiência do uso da água, serão
destacados os elementos da avaliação referentes a este aspecto.
2.2.1 BREEAM - Building Research Establishment Environmental
Assessment Method
O BREEAM, desenvolvido em 1990, no Reino Unido, pelo Building Research
Establishment 5 - BRE, é o sistema mais antigo de avaliação da sustentabilidade
de edifícios e serviu de base para diversos outros métodos. A primeira revisão
ocorreu em 1993 e vem sofrendo atualizações periodicamente. A última versão
foi lançada em 2008, exceto para a tipologia residencial, cujo sistema Ecohomes
foi revisado em 2006, e The Code for Sustainable Homes (para novas
construções), lançado em abril de 2007 (BRE GLOBAL, 2009).
Além da tipologia residencial, outras são abrangidas pelo sistema BREEAM,
atualmente, como: BREEAM Offices (escritórios); BREEAM Retail (varejo);
BREEAM Industrial (unidades industriais); BREEAM Healthcare (unidades de
saúde); BREEAM Education (escolas); BREEAM Courts (tribunais); BREEAM
Prisons (prisões) e o BREEAM Multi-residential (multi-residencial). Além disso, o
BREEAM inclui métodos de avaliação para outros tipos de edificações que nãose enquadram nos sistemas anteriores (BREEAM Other buildings ), e o BREEAM
Internacional, destinado a avaliação de construções localizadas fora do Reino
Unido, considerando adaptações e benchmark de cada região (BRE GLOBAL,
2009).
As principais alterações da última versão (2008) foram a inclusão de duas novasetapas no processo de avaliação, a etapa de projeto e a pós construção; a
introdução de novos créditos obrigatórios e a inclusão de um novo nível de
classificação, o BREEAM Outstanding (excepcional) (BRE GLOBAL, 2009).
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Este método de avaliação analisa 10 categorias. A Tabela 1 apresenta essas
categorias, respectivos requisitos avaliados e também o peso da cada uma no
sistema de ponderação para o BREEAM Offices 2008.
Tabela 1 – Categorias, requisitos e pesos avaliados pelo BREEAM Offices 2008
Categorias Requisitos Avaliados
Peso (%)
novos
projetos,ampliações egrandesreformas
Peso (%)
revitalizaçãode edifícios
Gestão
Comissionamento
Impactos no local de construção
Segurança
12 13
Saúde econforto
IluminaçãoIluminação natural
Conforto térmico dos ocupantes
Acústica
Qualidade da água e do ar interno
15 17
Energia
Emissão de CO2
Tecnologias de baixo ou zero carbonoSub-medição de energia
Sistema eficiente de energia
19 21
Transporte
Conectividade da rede de transportepúblico
Instalações para ciclista e pedestres
Acesso a amenidades
Planos de viagem e informação
8 9
Água
Consumo de água, reúso de água pluviale águas cinza
Medição de água6 7
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Instalações de reciclagem
Uso do soloe ecologia
Seleção do local
Proteção das características ecológicasMitigação/melhoria do valor ecológico
10 -
Poluição
Tipo de gás de refrigeração usado evazamentos
Risco de inundação
Emissão de NOx
Poluição de curso d águaPoluição sonora e iluminação externa
10 11
Inovação
Níveis exemplares de desempenho
Uso de profissionais credenciados noBREEAM
Novas tecnologias e processos deconstrução
10 10
Fonte: BRE, 2009
A categoria água desse método inclui os critérios relacionados na Tabela 2, cujo
atendimento objetiva minimizar o consumo de água potável em aplicações
sanitárias; incentivar a utilização de acessórios de baixo consumo, a redução no
consumo de água por meio do monitoramento e gerenciando do seu gasto;reduzir o impacto dos principais vazamentos de água que poderiam não ser
detectados como também o risco de vazamentos menores em instalações
sanitárias.
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Tabela 2 – Critérios de avaliação na categoria água do método BREEAM
Fonte: BRE, 2009
A pontuação do método é feita por meio da avaliação do checklist de requisitos
de cada categoria, computando os créditos alcançados e calculando o
percentual de créditos atingidos de acordo com o total de créditos avaliados,
conforme mostrado na Tabela 3.
Categoria água para projetos de novos edifícios
Critérios Parâmetros Créditos Requisitoobrigatório
Consumo deágua6, reúso deágua pluvial eáguas cinza
Consumo de 4,5-5,5 m3 por pessoa porano
1 Sim
Consumo de 1,5-4,4 m3 por pessoa porano
2
Consumo menor que 1,5 m3 por
pessoa por ano
3
Medição deágua
Especificação da medição de água darede de abastecimento para cadaedifício, incluindo o fornecimento porcisterna ou outra fonte privada.
1 Sim
Medição da saída de água parapermitir a conexão do Sistema deGestão do Edifício (BMS) com o
monitoramento do consumo de água.Detecção devazamentos
Implantação de um sistema capaz dedetectar vazamentos importantes emtoda a rede de abastecimento de água.
1 Não
Corte doabastecimentode água para
sanitários
Instalação de válvulas solenóides emcada instalação de abastecimento debanheiro e controle do fluxo de água
abastecida por meio de detectores demovimento infravermelho ou sensorese interruptores na entrada de cadainstalação.
1 Não
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muito bom ≥55, excelente ≥70 e excepcional ≥85. Os requisitos obrigatórios para
o nível “muito bom” são mostrados na Tabela 3.
Segundo BRE (2010), dados de 2009 apontam que no Reino Unido há mais de
115.000 edificações certificadas e aproximadamente 700.000 registradas. Por
meio do BREEAM International, essa metodologia vem crescendo em outros
países, adaptando seu sistema de avaliação às características da indústria da
construção e às das regulamentações de cada país. Em 2008, o BRE Global
lançou dois sistemas regionais: o BREEAM Europa e o BREEAM Golfo.
Tabela 3 – Exemplo de pontuação e ponderação do método BREEAM
CategoriasBREEAM
C r é d i t o s
A l c a n ç a d o s
C r é d i t o s
A v
a l i a d o s
% d e
C
r é d i t o
A l c
a n ç a d o
P o n
d e r a ç ã o
d a C
a t e g o r i a
N
o t a d a
C a
t e g o r i a
Gestão 7 10 70% 0.12 8.40%
Saúde econforto 11 14 79% 0.15 11.79%
Energia 10 21 48% 0.19 9.05%
Transporte 5 10 50% 0.08 4.00%
Água 4 6 67% 0.06 4.00%
Materiais 6 12 50% 0.125 6.25%
Resíduos 3 7 43% 0.075 3.21%
Uso do solo eecologia
4 10 40% 0.10 4.00%
Poluição 5 12 42% 0.10 4.17%
Inovação 1 10 10% 0.10 1%
Pontuação Final BREAM 55.87%
Classificação BREEAM MUITO BOM
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2.2.2 SBTool - Sustainable Building Tool
O método de avaliação SBTool, conhecido, inicialmente, como Green Building
Tool - GBTool, emprega um software com base em planilha eletrônica (MS
Excel). Este sistema foi criado em 1996, pelo Green Building Challenge – GBC
que, por meio de um consórcio internacional envolvendo, atualmente, mais de 20
países que vem desenvolvendo um método para avaliação da sustentabilidade
de edifícios que possa ser adaptada e implementada em diversos países (iiSBE,
2009). O GBC foi iniciado sob a administração do Natural Resources Canada ,mas, a partir de 2002, sua responsabilidade passou para o International Initiative
for Sustainable Built Environment - iiSBE7.
A alteração do nome Green Building Tool (GBTool) para Sustainable Building
Tool ( SBTool) deve-se à inclusão de variáveis econômicas e sociais no método
de avaliação de edifícios. Pelo mesmo motivo, o Green Building Challenge (GBC ) passou a ser chamado de Sustainable Building Challenge (SBC)
(LARSSON, 2007).
Desde a criação da primeira versão do software, cinco conferências
internacionais foram realizadas (GBC’98, GBC/SB’2000, GBC/SB’02, SB’05,
SB’08) com o intuito de apresentar e discutir os resultados de pesquisas e testes
no sentido de revisar, aprimorar e ampliar a utilização do SBTool em diversos
países. A última versão do método é o SBTool 7, atualizada em 2007.
O método SBTool representa uma abordagem diferente dos demais métodos,
pois se apresenta como uma estrutura genérica que permite às organizações
desenvolverem seus próprios sistemas de classificação mais adequados para
cada região. O método permite que usuários autorizados estabeleçam o escopo
da avaliação de forma a considerar os benchmarks regionais e adaptar o peso
dos parâmetros (ponderação) de acordo com as condições e valores do
local/país em que o método será aplicado
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A estrutura do SBTool é dividida em três partes: SBT07-A, usada por
organizações regionais de terceira parte para estabelecer o escopo, tipos de
ocupação, ponderações, benchmark e regulamentações; SBT07-B, permite aosprojetistas fornecer informações sobre o local e características de projeto; e
SBT07-C, usado para realizar a auto-avaliação baseada nos dados inseridos nos
arquivos A e B.
Os sistemas do SBTool 2007 são estruturados hierarquicamente em três níveis
para avaliação do desempenho: temas principais (7 temas), categorias (28categorias) e critérios (119 critérios), conforme apresentado na Tabela 4.
Tabela 4 – Temas, categorias e critérios avaliados no GBTool
Temas Categorias Critérios Avaliados
S e l e ç ã o d e t e r r e n o , p l a n e j a m e n t o e
d e s e n v o l v i m e n t o d e p r o j e t o
Seleção do local
Pré-análise do valor ecológico, sensibilidade e valoragricultável da terra; terrenos vulneráveis a inundações;terreno próximo a corpos d’água; pré-análise da contaminaçãodo terreno; proximidade a transportes públicos; distância entrecentros de empregos e áreas residenciais; proximidade ainstalações comerciais, culturais e áreas de recreação pública.
Planejamento deprojeto
Avaliação do uso de renováveis; uso de processo de projetointegrado; estudo de avaliação de impacto ambiental;planejamento do sistema de gestão de águas de escoamento;
planejamento do sistema de tratamento de água;planejamento de um sistema separado para utilização deáguas cinza; coleta e reciclagem de resíduos sólidos;compostagem e reuso de lama, orientação solar maximizandoo potencial de estratégias solares passivas.
Projeto urbano edesenvolvimento
da região
Densidade da região; planejamento de usos mistos dentro doprojeto; encorajamento para caminhada; suporte para uso debicicletas; políticas governamentais sobre o uso de veículosparticulares; provisão de espaço público verde; uso de plantas
nativas; uso de árvores para sombreamentos;desenvolvimento e manutenção de corredores ecológicos.
s o s
Ciclo de vida totalde energia não
renovável
Energia primária não-renovável embutida em materiais deconstrução; energia primária não-renovável prevista para usodo edifício em operação.
Demanda de pico de energia elétrica para instalações em operação
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C a r g a s a m b i e n t a i s
Emissão de gases
de efeito estufa
Emissões de gases do efeito estufa embutidos em materiaisde construção; previsão de emissões de gases do efeito
estufa provenientes de todos os usos energéticos da operaçãoanual do edifício.
Outras emissõesatmosféricas
Emissões de substâncias causadoras de destruição dacamada de ozônio, emissões acidificantes e foto-oxidantesdurante a fase de operação do edifício.
Resíduos sólidosMinimização de resíduos sólidos resultantes dos processos deconstrução e demolição; minimização de resíduos sólidosresultantes da operação do edifício.
Água da chuva,
água deescoamento,esgoto
Limite do descarte de efluentes líquidos produzidos durante a
operação do edifício; maximização da retenção da água dachuva para reuso posterior; minimização do escoamento deágua para fora dos limites do terreno.
Impactos no localda obra
Impactos do processo de construção nas característicasnaturais do terreno, impactos de erosão do solo nopaisagismo; mudanças da biodiversidade do local; condiçõesadversas do vento em torno de edifícios altos; minimizarperigo de resíduos tóxicos.
Outros impactoslocais e regionais
Controle dos impactos do edifício com relação aos acessos à
iluminação natural ou potencial de energia solar empropriedades adjacentes; limitação de mudanças térmicas emcursos d’água e aqüíferos subterrâneos; efeito de ilhas decalor em superfícies pavimentadas e paisagismo; poluiçãoluminosa.
Q u a l i d a d e d o a m b i e n t e i n t e r n o
Qualidade do ar
interior
Proteção dos materiais durante a fase de construção;remoção, antes da ocupação, de poluentes emitidos pelosmateriais acabados; seleção de materiais de revestimentosinternos com mínima emissão de gases poluentes; limitação
de poluição entre ocupações; controle de poluentes geradospelas atividades de ocupação; limitação de concentrações deCO2; monitoramento da qualidade do ar interno durante aoperação do edifício.
VentilaçãoMaximização da eficiência da ventilação em edifíciosnaturalmente ventilados; garantia de nível satisfatório dequalidade do ar e ventilação em edifícios condicionadosmecanicamente.
Temperatura do are umidade relativa
Manutenção da temperatura do ar e umidade relativa aceitável
em áreas condicionadas mecanicamente; manutenção datemperatura do ar aceitável em áreas naturalmente ventiladas.
Iluminação eiluminação natural
Garantia de níveis aceitáveis de iluminação natural em áreasde ocupação primária; minimização de ofuscamento; níveis deiluminação e qualidade da iluminaçãoAtenuação dos ruídos pelo envelope exterior do edifício;
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pessoal de sistemas técnicos pelos ocupantes.
Flexibilidade e
adaptabilidade
Habilidade de modificar sistemas técnicos do edifício;adaptabilidade da estrutura do edifício, do pé direito, do
envelope e sistemas técnicos; adaptabilidade a mudançasfuturas no tipo de suprimento de energia.Comissionamento dos sistemas de instalação
Manutenção edesempenho da
operação doedifício
Manutenção do desempenho do envelope; desenvolvimento eimplementação do plano de manutenção; monitoramento everificação continuada do desempenho do edifício; registrosde documentação e projetos as built ; provisão e manutençãode registros do edifício; incentivos de desempenho noscontratos de aluguel e venda; treinamento do pessoal durantea operação do edifício.
A s p e
c t o s e c o n ô m i c o s e
s o c i a i s
Aspectos sociais
Minimização dos acidentes durante a construção; acesso apessoas portadoras de necessidades especiais; acessoprivado a espaços abertos; acesso a luz solar direta;privacidade visual a partir do exterior; acesso a vistas externasdos locais de trabalho; utilidade social das funções deocupação primária do edifício.
Custos e aspectoseconômicos
Minimização do custo do ciclo de vida do edifício; minimizaçãodos custos de construção, de operação e manutenção doedifício; acessibilidade dos custos ou aluguéis das unidadesda edificação; apoio à economia local.
A s p e c t o s
c u l t u r a i s e
p e r c e p ç ã o
Cultura epatrimônio
Harmonia do design do edifício com a paisagem existente(edificações existentes); compatibilidade do design urbanocom os valores da cultura local; manutenção do patrimôniodas edificações existentes.
Fonte: LARSSON, 2007
No que diz respeito ao uso da água, esse método considera os requisitos
apresentados na Tabela 5, os quais objetivam minimizar o volume de águas
residuárias enviadas para sistema de tratamento; encorajar o armazenamento
de águas de chuva para reutilização; minimizar o volume de água de
escoamento proveniente do local; desencorajar o uso de água potável para
irrigação e assegurar que seu uso para este fim seja mínimo durante as
estações secas; e minimizar a quantidade de água potável usada para as
id d d ã
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Tabela 5 – Critérios a serem avaliados no método SBTool referente ao uso da água
Categoria: Energia e consumo de recursos
Subcategoria: gua Potável (obrigatório)Critério Indicador Parâmetro* Pontuação
Uso de águapotável para
irrigação
A previsão de volume deágua líquida anual potável
utilizada para a irrigação deáreas de paisagismo com
espécies não nativas(excluindo a utilização de
água da chuva ou águacinza).
4,8 (m3 /m2) -14,0 (m3 /m2) 01,6 (m3 /m2) 3
0,0 (m3 /m2) 5
Uso de águapotável para as
necessidades deocupação
Previsão do uso total de águapotável, em litros por pessoa
por dia, com base em umplano de gestão da água na
ocupação e uso dasinstalações**.
100 (para ocupação tipovarejo)
-1
90 (para ocupação tipovarejo)
0
60 (para ocupação tipovarejo) 3
40 (para ocupação tipovarejo) 5
Categoria: Cargas ambientais
Subcategoria: Água da chuva, água de escoamento e residuárias
Critério Indicador Parâmetro* Pontuação
Efluentes líquidosdas instalações em
operação
Volume de efluente líquidopor pessoa por dia que éenviado para tratamento
98 (para ocupação tipovarejo)
-1
86 (para ocupação tipovarejo)
0
49 (para ocupação tipovarejo)
3
25 (para ocupação tipovarejo)
5
Retenção da águada chuva para
posteriorreutilização
Percentual de água dechuva anual que caiu nolocal planejado para ser
armazenado para ser usadofuturamente
0% -1
10% 0
49% 3
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*Esses parâmetros são benchmarks padrões propostos pelo método, mas que podem
ser mudados por usuários autorizados
** Assume-se os seguintes volumes de água: descarga sanitária 6 l (2 vezes por dia porpessoa), mictório 1.5 l (3 vezes por dia por pessoa), chuveiro 70 l (0.8 vezes por dia por
pessoa), lavatório 0.6 l (4 por dia por pessoa), pia da cozinha 15 l (2 vezes por dia por
pessoa).
A pontuação no SBTool é atribuída por comparação com uma escala de
parâmetros/desempenhos de referência (benchmark ). Os valores de
desempenho são relacionados a uma escala que varia de -1 a +5, com a
seguinte interpretação:
-1: nível de desempenho insatisfatório, abaixo do mínimo desempenho
aceitável;
0: mínimo desempenho aceitável (usualmente, mas nem sempre definido
por regulamentações);
3: boas práticas;
5: melhores práticas.
Os níveis de desempenho fixados para cada pontuação variam em função dalocalização e, muitas vezes, de acordo com a tipologia do edifício e é por isso
que o SBTool requer terceiras partes locais para definir níveis de desempenho
apropriados (iiSBE, 2007).
Os parâmetros de referências podem ser estabelecidos para uma edificação
genérica nos níveis 0, +3 e +5 para todos os critérios ativos. Estes parâmetrosde referência podem ser do tipo quantitativo ou qualitativo, e são estabelecidos
por meio da revisão de regulamentações, análise de dados do desempenho das
construções locais ou pelo consenso entre um grupo de especialistas (iiSBE,
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fim, chega-se à pontuação final do edifício ponderando os pontos de todos os
temas principais.
Com a definição das ponderações e parâmetros de desempenho feita pelas
equipes nacionais no Módulo A do SBTool, os projetistas usam o módulo B do
método para inserir as informações de projeto.
O módulo C do SBTool permite a avaliação da edificação de acordo com os
dados inseridos nos módulos A e B.
A comunicação dos resultados é feita de duas formas distintas: o resultado do
desempenho relativo e o resultado do desempenho absoluto do edifício. No
desempenho relativo, é apresentada a pontuação obtida pelo edifício em cada
tema principal avaliado, assim como a pontuação global. Estes resultados estão
diretamente relacionados com a decisão dos pesos na avaliação, uma vez que
as pontuações são calculadas após a ponderação de cada questão. Aferramenta gera um gráfico que representa a pontuação de cada um dos temas
principais (iiSBE, 2007).
O resultado do desempenho absoluto do edifício é feito por meio de indicadores
de sustentabilidade ambiental. Estes indicadores são medidas absolutas do
desempenho que caracterizam as práticas sustentáveis do edifício e facilitam acomparação internacional. Na versão 2007 do SBTool, 14 indicadores são
avaliados:
1. Consumo total de energia primária incorporada pela estrutura e
envelope, GJ/m2;
2. Consumo anual de energia primária incorporada pela estrutura eenvelope, MJ/m2.ano;
3. Consumo anual de energia para operação do edifício, MJ/m2.ano;
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8. Consumo anual de energias renováveis usadas para operação do
edifício, MJ/m2.ano;
9. Consumo anual de água potável para operação do edifício, m3 / m2.ano;
10. Uso anual de água cinza reciclada e água da chuva para operação do
edifício, m3 /m2.ano;
11. Emissão anual de gases do efeito estufa para operação do edifício,
kg.CO2 equivalente por ano;
12. Valor presente total do custo do ciclo de vida de 25 anos do projeto;
13. Proporção de área de estruturas existentes reutilizadas no novo
projeto, %;
14. Proporção de área do projeto provido por reuso de estruturas
existentes, %.
O SBTool possui várias delegações locais e organizações associadas em
diversos países. Atualmente, existem sistemas locais de avaliação na Itália,
Espanha, República Theca, Israel, Canadá, Portugal, Taiwan e Coréia do Sul.
Outros sistemas estão sendo elaborados na Polônia, França, Malásia, e
Alemanha. Além disso, há organizações associadas no México e no Brasil(LARSSON, 2007, iiSBE, 2009).
2.2.3 LEED - Leadership in Energy and Environmental Design
O LEED foi desenvolvido pelo United States Green Building Council (USGBC),
nos Estados Unidos, cuja versão piloto da metodologia (LEED 1.0) foi lançada
em agosto de 1998, voltada inicialmente para edifícios de ocupação comercial
(edifícios de escritórios; institucionais - bibliotecas, museus, igrejas, entre outros;
hotéis e edifícios residenciais com mais de quatro pavimentos) (FOSSATI 2008;
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LEED for Core & Shell (núcleo e envoltória), LEED for Schools (escolas), LEED
for Neighborhood Development (loteamentos), LEED for Retail (varejo), LEED for
Healthcare (instalações de saúde), LEED for Homes (casa) e LEED for Commercial Interiors (interiores comerciais). Exceto o guia LEED Homes,
publicado em 2008, os lançamentos ou revisões mais recentes dos demais
referenciais aconteceram em 2009 (USGBC, 2010).
Assim como o BREEAM, o sistema concede pontos para o atendimento de
critérios pré-estabelecidos, organizados em 5 categorias ambientais: espaçosustentável; eficiência do uso da água; energia e atmosfera; materiais e recursos
e qualidade ambiental interna. Há uma categoria adicional, inovação em projeto,
que pontua práticas inovadoras (até seis pontos extras) não contempladas nas 5
categorias. Além disso, a última versão do LEED, versão 3.0, introduziu pontos
de bônus regional (até 4 pontos extras) que valorizam as melhores práticas
ambientais de construção e projeto, peculiares de cada região (USGBC, 2009).
Entre as principais mudanças ocorridas na última versão, publicada em 2009,
observam-se o alinhamento dos créditos e a harmonização dos referenciais, de
forma que sejam utilizados por todos os sistemas de avaliação LEED 2009
(USGBC, 2009). Além disso, houve uma valorização da categoria energia e
atmosfera o que sinaliza a preocupação com as mudanças climáticas, emissãode CO2 e efeito estufa.
Além disso, a ponderação dos créditos é feita de acordo com a influência nos
impactos em diferentes categorias ambientais e da saúde humana. Para avaliar
essas influências foi realizada uma Análise do Ciclo de Vida (ACV) em um
protótipo criado para mensurar os impactos dos requisitos previstos no LEED noimpacto ambiental. Essa análise foi relacionada às categorias de impacto TRACI.
TRACI é uma ferramenta desenvolvida pela Agência de Proteção Ambiental dos
Estados Unidos (USEPA), que considera 13 categorias de impacto: emissão de
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Por meio dos conselhos regionais da USGBC nos Estados Unidos, identificaram-
se questões ambientais específicas em diferentes locais do país. Quatro pontos
extras foram destinados à priorização dessas características peculiares, sendoque cada requisito de prioridade regional equivale a 1 ponto (USGBC, 2009).
Os requisitos avaliados dentro das 5 categorias são apresentados na Tabela 6,
para o sistema LEED-NC, bem como o percentual de pontos de cada categoria
em uma escala de 100 pontos. Os pontos de renovação em projeto e prioridade
regional somam mais 10 pontos extras.
Tabela 6 – Categorias e requisitos avaliados pelo LEED for New Construction and Major Renovations (LEED-NC) Versão 3
Categorias
(% dos pontos)
Requisitos Avaliados
Espaço sustentável
(26%)
Pré-requisito: Prevenção da poluição nas atividades deconstrução
Requisitos: 1) Seleção do terreno
2) Densidade Urbana e Conexão com a Comunidade
3) Remediação de áreas degradadas
4) Transporte alternativo
5) Desenvolvimento do espaço
6) Projeto de águas pluviais
7) Redução da ilha e calor
8) Redução da poluição luminosa
Uso eficiente da
água(10%)
Pré-requisito: Redução do uso da água
Requisitos: 1) Uso eficiente de água no paisagismo2) Tecnologias inovadoras para águas residuárias (servidas)
3) Redução do uso da água
Pré-requisito: Comissionamento de sistemas energéticos daedificação; Eficiência energética mínima; Gestão de gases
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2) Gerenciamento de resíduos de construção
3) Reuso de materiais
4) Uso de materiais com conteúdo reciclado5) Uso de materiais regionais
6) Uso de materiais de rápida renovação
7) Uso de madeira certificada
Qualidade doambiente interno
(15%)
Pré-requisito: Desempenho mínimo da qualidade do ar interno;Controle ambiental da fumaça de cigarro
Requisitos: 1) Monitoramento do ar externo2) Aumento da ventilação
3) Plano de Gestão da Qualidade do Ar Interno para as fases deconstrução e pré-ocupação do edifício
4) Materiais de baixa emissão
5) Controle interno de poluentes e produtos químicos
6) Controle dos sistemas de iluminação e conforto térmico
7) Conforto térmico – projeto e verificação
8) Iluminação natural e vistas para o exterior (paisagem)
Inovação deprojeto
(6 pontos extras)
Introdução de inovações ao projeto, como desempenho acima dorequerido pelo LEED; iniciativas ambientais não contempladaspelo LEED e participação de um profissional acreditado do LEED(AP).
Prioridade regional(4 pontos extras)
Requisitos prioritários de acordo com a região de aplicação
Nota: há diferenças de pontuação entre as categorias dos diferentes sistemas do LEED
Fonte: adaptado de USGBC, 2009
O sistema de avaliação LEED é baseado na verificação dos requisitos mostrados
na Tabela 6, em que cada requisito possui uma pontuação específica, jáponderada de acordo com seu grau de importância dentro das 5 categorias.
Todos os créditos LEED recebem um peso, único e estático, em cada ferramenta
de avaliação, não havendo, portanto ponderação individualizada (USGBC,
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Tabela 7 – Requisitos a serem avaliados no método LEED referente ao uso da água
para projetos de novos edifíciosUso eficiente de água
Pré-requisito: usar estratégias que reduzam em pelo menos 20% do uso da água deacordo com cálculos de usos padrões em edifícios comerciais e/ou residencial
Critério Indicador Parâmetros Pontuação
Uso eficiente deágua nopaisagismo
Percentual deredução do uso deágua potável
Redução de 50% do uso* 2 pontos
Redução de 100% do usode água potável parairrigação e redução do
uso total da água de pelomenos 50%
4 pontos
Tecnologias
inovadoras paraáguas residuárias(servidas)
Redução do uso daágua para transportede esgoto por meio
do uso de
equipamentoseconomizadores ou
uso de águasresiduárias ou da
chuva.
Redução de 50% pormeio da utilização de
equipamentos
economizadores, ou tratar50% da água residuáriano local para padrões
terciários para serreutilizada ou infiltrada.
2 pontos
Redução do usoda água
Percentual deredução do uso da
água
30% 2 pontos
35% 3 pontos
40% 4 pontos* por meio da utilização de espécies de plantas nativas ou adaptadas, irrigação eficiente,
utilização de águas pluviais e residuais captadas, paisagismo que não requer sistema
de irrigação permanente.
O LEED 2009 traz a ferramenta Workbook Tool, programa desenvolvido no
Microsoft Excel 2007, que mostra os impactos ambientais considerados e aimportância relativa de cada um. Dessa forma, os projetistas podem visualizar
como as variações do projeto (contemplando ou não os requisitos avaliados pelo
LEED) podem interferir no produto final (edificação), em termos de impacto
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Tabela 8 – Classificação do certificado LEED
Certificado 40-49 pontos
Prata 50-59 pontos
Ouro 60-79 pontos
Platina 80 ou mais pontos
Fonte: USGBC, 2009
Segundo dados enviados por e-mail pelo USGBC, em contato estabelecido em
abril de 2010, até o final de 2009, foram registrados 28062 projetos solicitando a
certificação, dos quais 5038 já receberam o selo. Até o final de 2009 o LEED já
possuia 21 green building councils e um total de 44 países envolvidos (GBC
BRASIL, 2009).
A Figura 2 apresenta a evolução da certificação no mundo, ao longo dos anos,
em milhões de m2 de área certificada.
Fi 2 E l ã d tifi ã LEED d
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LEED 2009 consideram os impactos ambientais da edificação ao longo de seu
ciclo de vida, por meio da Análise do Ciclo de Vida (ACV) de uma edificação-
protótipo brasileira, em vários cenários (AGUIAR, et al, 2008).
A edificação brasileira de referência possui as seguintes características: Área:
12.541 m2, População: 540 pessoas em tempo integral, Uso: 9h-17h, 5
dias/semana (250 dias/ano), Vida útil: 50 anos, Sistemas de condicionamento:
zona bioclimática 3 (aquecimento: 4750 graus F/dia, resfriamento: 1800 graus
F/dia, energia renovável: não, emissão CO2 pela eletricidade: média USA),transporte: 5 dias/semana (250 dias/ano) horário comercial, distância percorrida:
20,5 milhas/dias, consumo combustível: 21 milhas por galão, Consumo de água:
divisão 50% homens, 50% mulheres - bacias (1,6 GPF - galão por fluxo),
mictórios (1 GPF), torneiras de lavatórios (2,5 GPM - galão por minuto),
chuveiros (2,5 GPM), 4.046 m2 de paisagismo (árvores, arbustos, zona
bioclimatica 3), Irrigação convencional sprinkler sistemas, água potável,
Materiais: 2 pavimentos, estrutura metálica, 10.214 m2 de estacionamento,
Resíduos sólidos: 52 kg/m2 (4,9 tons/1000-sf).
Os critérios adotados pelo LEED são analisados e sugestões de adaptação ou
inclusão de outros são apresentadas por comitês temáticos, formados por
profissionais de empresas privadas ou governamentais; acadêmicos; consultorese associações.
Até outubro de 2010, haviam 20 edifícios certificados no Brasil e 219 registrados,
acumulados em processo de certificação, dos quais seis localizam-se em Minas
Gerais: Mineirão 2014 – Belo Horizonte (LEED-NC 3.0), Raja Business Center –
Belo Horizonte (LEED CS 2.0), WT - Aguas Claras – Nova Lima (LEED CS 2.0),Ed. Forluz - Belo Horizonte (LEED NC 2.2), Renaissance Work Center (LEED CS
2.0) e Concórdia Business Tower - Nova Lima (LEED CS 2.0) (GBC BRASIL,
2010). A evolução dos registros e certificações ocorridas no Brasil é mostrada na
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Figura 3 – Registros e certificações LEED no Brasil
Fonte: GBC BRASIL, outubro de 2010
2.2.4 HQE - Haute Qualité Environnementale dês Batiments
A Associação HQE foi criada em 1996, na França, por um grupo de pessoas
envolvidas com a construção civil, com o objetivo de desenvolver e promover a
qualidade ambiental das construções. A marca NF Bâtiments Tertiaires Démarche HQE® foi registrada em 2003 e é usada para caracterizar a qualidade
ambiental de uma obra.
Os primeiros referenciais da certificação de edifícios começaram a ser
elaborados em 2002, baseados no trabalho desenvolvido pelo Centre
Scientifique et Technique du Bâtiment - CSTB. Entre 2003 e 2004 o primeiroreferencial elaborado foi testado em 20 empreendimentos franceses com a
finalidade de validar a metodologia de certificação HQE® na França. Sua versão
oficial, como norma integrante da Associação Francesa de Normatização -
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A certificação é composta por duas partes inter-relacionadas: o referencial SMO
- Système de Management d’Operation (Sistema de Gestão do
Empreendimento); e o referencial QEB - Qualité Environnementale du Bâtiment (Qualidade Ambiental do Edifício) (CERTIVEA, 2008a).
O SMO reúne elementos/requisitos para implementação do sistema de gestão
por parte do empreendedor, contemplando todas as dimensões da gestão
ligadas ao empreendimento, como: meio ambiente, qualidade, e outros. Esse
sistema permite a priorização de certas categorias da QEB e a organização dasações necessárias para atendê-las ao longo das fases do empreendimento
(programa, projeto e execução) (CARDOSO, 2003).
O referencial da qualidade ambiental do edifício (QEB) traz as categorias,
preocupações ambientais e requisitos para avaliar o desempenho arquitetônico e
técnico da construção, contendo as metas para que a qualidade ambiental seja
alcançada pelo empreendimento.
A certificação baseia-se no atendimento do perfil ambiental definido no QEB e
não em um sistema de pontuação. A definição do perfil é feita a partir da análise
das características do empreendimento; das vantagens e desvantagens em
relação ao local onde será implantado; das exigências legais e regulamentares
pertinentes; das necessidades e expectativas das partes interessadas; dos
objetivos ambientais do empreendedor e da avaliação de custos de
investimentos e funcionamento do empreendimento (CARDOSO, 2003;
FOSSATI, 2008).
O perfil é definido a partir de 14 categorias de preocupação ambiental, sanitária
e de conforto que serão privilegiadas ou priorizadas conforme necessidade evontade do empreendedor. Essas categorias são mostradas na Figura 4. As
mesmas deverão ter um desempenho igual ou superior ao constatado em
empreendimentos realizados na França considerados como exemplos de
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Figura 4 – As 14 categorias avaliadas pelo HQE
Fonte: CERTIVEA, 2008a; FOSSATI, 2008
Com relação à água, os critérios avaliados nesse método são mostrados na
Tabela 9.
Tabela 9 – Critérios relacionados ao uso da água no método HQE
Gestão da Água
Subcategoria: Redução do consumo de água potável
Critério/Preocupação IndicadorCritério de Avaliação
Título Nível
Garantir economia deágua potável nos
equipamentos sanitários
Consumo total anualde referência de água
potável (consumo dereferência dosequipamentos
utilizados - CCref) econsumo convencional
(CC)
CC ≤ CCref B
CC ≤ 0,70 CCref P
CC ≤ 0,60 CCref TP(3 pontos)
CC ≤ 0,50 CCref TP(5 pontos)
CC ≤ 0,40 CCrefTP
(8 t )
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Gestão de infiltração:Coeficiente de
impermeabilização
Coeficiente deimpermeabilização
após a implantação dosistema projetado.
40 a 80% B
20 a 40% P
< 20% TP(5 pontos)
Gestão da infiltraçãoVolume da água de
escoamento (taxa defuga).
Inferior ou igual àvazão inicial.
B
Menor que 50% daágua coletada no
local.
TP
(5 pontos)
Descarga 0 de água.TP
(10 pontos)
Tratamento de águaspluviais
Recuperação etratamento de águas
de escoamentopoluídas.
Medidas tomadaspara recuperar as
águas deescoamento
potencialmentepoluídas e para tratá-
las (tratamento
básico,armazenamento,filtro de areia,
separador de óleo,etc) antes do
descarte em funçãoda sua natureza.
B
Sistemas detratamento mais
eficientes comredução de sólidossuspensos totais(SST) justificado.
TP
Subcategoria: Gestão de Águas Residuais
Identificar e pré-tratar
águas residuais
Tomar medidas pararecuperar e promover o
pré-tratamento da água.
O pré-tratamentodeve ser adaptado
no lugar: telasmecânicas,
desarenadores,caixas de gordura,
pré-filtros, etc.
B
Cumprir as normasdos regulamentos
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Instalação desistema não coletivo
de tratamento de
águas residuaisinovador.
TP
(5 pontos)
Reciclagem de águasresiduais
Medidas de reutilizaçãodas águas residuárias.
Reutilização da águapara rega e lavagem
de pisos.P
Reutilização da águapara outros fins que
não exijam águapotável.
TP
Fonte: CERTIVEA, 2008b
Cada categoria pode ser classificada em três níveis possíveis de desempenho:
1) Base : desempenho de nível normativo, regulamentar ou
correspondentes às boas práticas correntes;
2) Performant: nível intermediário, definido como os níveis superiores às
boas práticas correntes;
3) Très Performant : nível superior, definido como os desempenhos
máximos constatados recentemente em empreendimentos já realizados naFrança, considerados como exemplos de práticas de alta qualidade
ambiental, que sejam reprodutíveis em outros empreendimentos.
Para obter a certificação, o empreendedor deverá priorizar, dentre as 14
categorias, no mínimo três, que responderão às exigências do nível Très
Performant (TP), máximo quatro, que responderão às exigências do nível
Performant (P); e as demais sete deverão atender às exigências do nível Base
(B). Esta estrutura promove a elaboração de perfis ambientais que priorizam a
importância das categorias e é o recurso utilizado pelo método francês em vez
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Para algumas categorias, visando a atingir o nível Très Performant , há ainda um
sistema de pontos que se deve alcançar. Esses pontos são previstos no
atendimento a certos requisitos que conferem um elevado desempenhoambiental dentro de cada categoria8.
A Figura 5 apresenta um exemplo de classificação de uma categoria, de acordo
com o referencial de certificação de edifícios comerciais.
Figura 5 – Classificação do desempenho ambiental de uma categoria
Fonte: CERTIVEA, 2008b
O resultado final para o empreendimento é a certificação ou não, não havendo,portanto, escala de nível de certificação. No caso de certificação, o
empreendedor tem o direito de uso da marca NF Bâtiments Tertiaires -
Démarche HQE ® ao longo de toda a operação.
Atualmente, os referenciais de certificação NF Bâtiments Tertiaires - Démarche
HQE® disponíveis são: Bureaux et Bâtiments d’enseignement (edifícios deescritório e de ensino), Commerce (centros e bairros comerciais), Hôtellerie
(hotéis e empreendimentos de turismo), Etablissements de santé
(estabelecimentos de sáude), Logistique (plataformas logísticas) e Exploitation
( l j l i i di id i d ) l d 2007 NF M i
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(alojamentos coletivos ou individuais agrupados), lançado em 2007, e NF Maison
Individuelle – Démarche HQE® (casas individuais), lançado em 2006
(ASSOCIATION HQE, 2006).
Esses referenciais são suscetíveis de revisão dentro de 3 a 5 anos e suas
atualizações são baseadas tanto em experiências estrangeiras, em outros
sistemas de certificação, nas evoluções normativas internacionais (ISO e CEN9)
quanto em experiências francesas (certificações, críticas e outros)
(ASSOCIATION HQE, 2006).
2.2.5 AQUA – Alta Qualidade Ambiental
O método para avaliação da sustentabilidade de edifícios AQUA é um sistema
brasileiro de certificação de edificações adaptado do referencial francês HQE
(Haute Qualité Environnementale ). Esse método vem sendo desenvolvido desde2007, quando a Fundação Carlos Alberto Vanzolini10 firmou um acordo com o
Centre Scientifique et Technique du Bâtiment (CSTB), instituto francês,
referência mundial em pesquisas na construção civil.
A primeira versão do referencial AQUA foi lançada em outubro de 2007, pela
Fundação Vanzolini, para a tipologia de edifícios comerciais de escritório eescolar, denominada "Edifícios do setor de serviços - Escritórios e edifícios
escolares”, versão 0. Outros tipos de edificações são contemplados pelo método
em referenciais específicos como o referencial para edifícios habitacionais,
lançado em fevereiro de 2010, versão 1, e o referencial provisório, versão 0, para
hotéis (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2010).
Além disso, a Fundação Vanzolini está lançando a certificação AQUA para
Arenas e Complexos Esportivos Multiuso, concebida a partir do Processo AQUA
para edifícios do setor de serviços. O objetivo é atingir as obras de construção e
M d d 2014 j lí i d 2016 N áti t d
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Mundo de 2014 e os jogos olímpicos de 2016. Na prática, as metas de
desempenho requerem desses projetos a redução nos impactos ambientais,
considerando os materiais utilizados nas obras, o projeto, o processo construtivo,os equipamentos e sistemas, e a fase de uso do empreendimento, com ênfase
na economia de água, energia, gestão de resíduos e facilidade de manutenção
(FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2010).
O método é definido como um processo de gestão de projeto visando a obter a
qualidade ambiental de um empreendimento novo ou de reabilitação. Para isso oreferencial técnico de certificação estrutura-se em dois instrumentos, permitindo
avaliar o desempenho alcançado em relação aos dois elementos que estruturam
esta certificação:
• o referencial do Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE), para
avaliar o sistema de gestão ambiental implementado pelo empreendedor;
• o referencial da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE), para avaliar o
desempenho arquitetônico e técnico da construção.
A implementação do Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) permite
atingir a qualidade ambiental visada para o edifício, e, ao mesmo tempo,
controlar o conjunto dos processos operacionais relacionados às fases deprograma, concepção e realização da construção. A Qualidade Ambiental do
Edifício (QAE) representa as metas ambientais de um empreendimento novo ou
reabilitado, identificando o nível de desempenho visado em cada uma das 14
categorias, reunidas em 4 famílias:
Eco-construção
• Categoria n°1: Relação do edifício com o seu entor no;
• Categoria n°2: Escolha integrada de produtos, sist emas e processos
construtivos;
• Categoria n°9: Conforto acústico;
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• Categoria n°9: Conforto acústico;
• Categoria n°10: Conforto visual;
• Categoria n°11: Conforto olfativo.Saúde
• Categoria n°12: Qualidade sanitária dos ambientes;
• Categoria n°13: Qualidade sanitária do ar;
• Categoria n°14: Qualidade sanitária da água.
Cada categoria é desmembrada em subcategorias que, por sua vez, possuemrespectivas preocupações. Cada preocupação possui indicadores de avaliação e
critérios de sustentabilidade a serem avaliados.
Os critérios relacionados ao uso da água, para edifícios do setor de serviços,
desse método, são apresentados na Tabela 10.
Tabela 10 – Critérios relacionados ao uso da água no método AQUA
Gestão da Água
Subcategoria: Redução do consumo de água potável
Critério/Preocupação IndicadorCritério de Avaliação
Título Nível
Limitar as vazões deutilização
Redutores de pressão(caso a pressão sejasuperior a 300 kPa)
Presença de redutores depressão (caso a pressãoseja maior que 300 kPa)
B
Otimizar o consumode água potável
Soluçõeseconomizadoras de
água
Presença de sistemaseconomizadores S
Presença de sistemaseconomizadores que
assegurem um percentualde redução do consumo deágua potável justificado
E
Limitar o uso de águaá l
Medidas adotadas paralimitar o uso de água
Emprego de água nãopotável para os usos que
não necessitem das E
Coeficiente de 70% a 80% B
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Gestão da infiltração
Coeficiente deimpermeabilização após
a implantação dosistema projetado
70% a 80% B60% a 70% S
< 60% E
Para os locaisfortemente urbanizados:
percentagem demelhoria do coeficientede impermeabilizaçãodo estado existente
< 2% B2% a 10% S
> 10% E
Gestão de águas deescoamento poluídas
Recuperação etratamento de águas deescoamento poluídas
Medidas tomadas pararecuperar as águas de
escoamentopotencialmente poluídas e
para tratá-las antes dodescarte em função da sua
natureza
B
Fonte: Fundação Vanzolini, 2007
O desempenho associado às categorias de QAE é avaliado de acordo com acoerência com as práticas correntes e com o emprego de boas práticas levam
aos desempenhos máximos, de acordo com a realidade do Brasil, em outubro de
2007. Esta classificação é organizada em três níveis, apresentados a seguir:
• BOM (B): nível correspondendo ao desempenho mínimo aceitável para
um empreendimento de Alta Qualidade Ambiental. Isso pode corresponder
ao exigido por regulamentação (se esta é suficientemente exigente quanto
aos desempenhos de um empreendimento) ou, na ausência desta, à
prática corrente.
• SUPERIOR (S): nível correspondendo ao das boas práticas sinalizadas
por meio de indicadores, disposições técnicas e atendimento superior aos
critérios mínimos exigidos por regulamentação e praticados no Brasil.
• EXCELENTE (E): nível calibrado em função dos desempenhos
máximos constatados em empreendimentos de Alta Qualidade Ambiental,
“superior” para no mínimo 4 categorias; restando nível “bom” para as demais 7
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superior , para no mínimo 4 categorias; restando nível bom , para as demais 7
categorias.
Figura 6 – Exemplo fictício de perfil de QAE
Fonte: Fundação Vanzolini, 2007
A avaliação da QAE dá-se de maneira evolutiva ao longo da estrutura em árvore,
composta de Categoria - Subcategorias – Preocupações. A avaliação dodesempenho dos níveis ocorre da seguinte forma:
• o desempenho das preocupações é determinado em função dos
critérios de avaliação;
• o desempenho das subcategorias é obtido pela agregação dos
desempenhos das preocupações;
• o desempenho das categorias é obtido pela agregação dos
desempenhos das subcategorias.
Para a avaliação das subcategorias, observam-se as combinações mínimas de
desempenho a serem obtidas nas diferentes preocupações visando a atingir a
subcategoria em nível B, S ou E. Cada uma delas possui combinações
específicas.
A avaliação de desempenho das categorias é feita da mesma forma. Os quadros
Os pontos são atribuídos apenas ao nível EXCELENTE e atuam apenas em
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Os po tos são at bu dos ape as ao e C e atua ape as e
certos itens e sob condições específicas. O número de pontos atribuídos a cada
critério de avaliação é variável, sendo função das preocupações ambientais maissignificativas e, também, da dificuldade de sua implantação no empreendimento.
A Figura 7 apresenta o quadro de avaliação de desempenho de uma categoria
para o sistema de certificação de edifícios de hospedagem e serviços.
Figura 7 - Quadro de avaliação de desempenho da categoria 2
Fonte: Fundação Vanzolini, 2007
Os pontos distribuídos em cada categoria não são utilizados para se obter uma
pontuação global ao empreendimento, apenas sinalizam os perfis dedesempenho.
A certificação abrange três fases principais do empreendimento: programa
(elaboração do programa de necessidades, documento destinado aos projetistas
para a concepção arquitetônica e técnica de um empreendimento); concepção
(com base nas informações do programa, os projetistas elaboram a concepçãoarquitetônica e técnica do empreendimento) e realização (fase durante a qual os
projetos são construídos). A certificação é concedida ao final de cada fase,
mediante verificação de atendimento ao Referencial Técnico.
elaboração de documentos) que facilitam a efetiva obtenção dos desempenhos
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ç ) q ç p
ambientais de uma construção após a sua entrega.
A avaliação da qualidade ambiental do edifício deve ser feita pelo próprioempreendedor e, após a verificação da Fundação Vanzolini, por meio de
auditorias, autoriza-se o uso da Certificação AQUA, caso a autoavaliação esteja
correta. O certificado emitido pela Vanzolini mostra o nível atingido pelo
empreendimento, em cada uma das categorias, e não o nível de desempenho do
edifício como um todo. O resultado final para o empreendimento é a certificação
ou não, não havendo nenhum nível hierárquico (maior ou menor desempenho
ambiental).
Em novembro de 2010, a certificação AQUA conta 32 processos iniciados, 28
certificados emitidos (fases de concepção, programa e operação) e 14
empreendimentos certificados, totalizando cerca de 200 mil m2 (FUNDAÇÃO
VANZOLINI, 2010).
2.2.6 Selo Casa Azul – Sistema de avaliação socioambiental de
projetos habitacionais
O Selo Casa Azul CAIXA, lançado pela Caixa Econômica Federal, em junho de2009, é o primeiro sistema de classificação da sustentabilidade de projetos
desenvolvido para a realidade da construção habitacional brasileira.
A certificação pretende incentivar o uso racional de recursos naturais na
construção de empreendimentos habitacionais; incentivar a adoção de itens de
sustentabilidade nos projetos; reconhecer publicamente os projetos mais
sustentáveis; reduzir o custo de manutenção dos edifícios e as despesas
mensais de seus usuários; além de promover a conscientização de
empreendedores e moradores sobre as vantagens das construções sustentáveis
A certificação é voluntária e a análise feita sob 6 categorias que incluem 53
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critérios de avaliação, conforme mostrado na Tabela 11. As categorias são:
qualidade urbana, projeto e conforto, eficiência energética, conservação derecursos materiais, uso racional da água e práticas sociais.
O método utilizado pela CAIXA para a concessão do Selo consiste em verificar,
durante a análise de viabilidade técnica do empreendimento, o atendimento aos
critérios estabelecidos pelo instrumento, que estimula a adoção de práticas
voltadas à sustentabilidade dos empreendimentos habitacionais.
A avaliação é baseada no atendimento aos critérios de avaliação que compõem
um checklist, em que há os requisitos obrigatórios (classificação bronze) e outros
que poderão ser atendidos para se alcançar um nível superior de desempenho
(prata e ouro). Os níveis de desempenho que a edificação pode atingir, de
acordo com a quantidade de critérios comtemplados, são mostrados na Tabela
11.
Tabela 11 – Categorias, critérios avaliados e classificação da certificação Casa Azul
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Categorias/Critérios Classificação
1. QUALIDADE URBANA Bronze Prata Ouro
1.1 Qualidade do Entorno – Infra-estrutura obrigatório
Critériosobrigatórios+ 6 itens de
livreescolha
Critériosobrigatórios+ 12 itens
de livreescolha
1.2 Qualidade do Entorno – Impactos obrigatório
1.3 Melhorias no entorno
1.4 Recuperação de áreas degradadas
1.5 Reabilitação de imóveis
2. PROJETO E CONFORTO2.1 Paisagismo obrigatório
2.2 Flexibilidade do Projeto
2.3 Relação com a Vizinhança
2.4 Solução Alternativa de Transporte
2.5 Coleta Seletiva obrigatório
2.6 Equipamentos de Lazer obrigatório 2.7 Desempenho Térmico – Vedações obrigatório
2.8 Desempenho Térmico – estratégias -orientação ao Sol e Ventos
obrigatório
2.9 Iluminação Natural de Áreas Comuns
2.10 Ventilação e Iluminação Natural deBanheiros
2.11 Adequação às Condições Físicas doTerreno
3. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
3.1 Lâmpadas de Baixo Consumo - ÁreasPrivativas (HIS)
Obrigatóriopara HIS -até 3 s.m.
3.2 Dispositivos Economizadores - ÁreasComuns
obrigatório
3.3 Sistemas de Aquecimento Solar
3.4 Sistemas de Aquecimento a Gás
3 5 Medição Individualizada Gás obrigatório
4.4 Formas e escoras reutilizáveis obrigatório
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4.5 Pavimentação com RCD Obrigatório
4.6 Cimento de Alto Forno e Pozolânico – CP IIIe CP IV
4.7 Concreto com Dosagem Otimizada
4.8 Manutenabilidade da Fachada
4.9 Madeira Plantada ou Certificada
5. USO RACIONAL DA GUA
5.1 Medição Individualizada – Água obrigatório
5.2 Dispositivos Economizadores – Sistema deDescarga
obrigatório
5.3 Dispositivos Economizadores – Arejadores
5.4 Dispositivos Economizadores – OutrosReguladores de Vazão
5.5 Aproveitamento de Águas Cinzas
5.6 Aproveitamento de Águas Pluviais5.7 Retenção de Águas Pluviais
5.8 Infiltração de Águas Pluviais obrigatório
5.9 Áreas Permeáveis
6. PRÁTICAS SOCIAIS
6.1 Gestão de Resíduos de Construção e
Demolição – RCD
obrigatório
6.2 Educação Ambiental dos Empregados obrigatório
6.3 Desenvolvimento Pessoal dos Empregados
Critériosobrigatórios+ 6 itens de
livreescolha
Critériosobrigatórios+ 12 itens
de livreescolha
6.4 Capacitação Profissional dos Empregados
6.5 Inclusão de Mão de Obra Local
6.6 Participação dos Moradores na Elaboração
do Projeto6.7 Orientação aos Moradores (Manual doProprietário)
obrigatório
6.8 Educação Ambiental dos Moradores
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Medição individualizada – água
Indicador
Existência de sistema de medição individualizada de água
Dispositivos economizadores – bacia sanitária
Indicador
Existência, em todos os banheiros e lavabos, de bacia sanitária dotada de
sistema de descarga com volume nominal de seis litros e com duplo
acionamento.
Dispositivos economizadores – arejadores
Indicador
Existência de torneiras com arejadores nos lavatórios e nas pias de cozinha das
unidades habitacionais e áreas comuns do empreendimento.
Dispositivos economizadores – registro regulador de vazão
Indicador
Existência de registro regulador de vazão em pontos de utilização do
empreendimento, tais como chuveiro, torneiras de lavatório e de pia.
Aproveitamento de águas pluviais
Retenção de águas pluviais
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Indicador
Existência de reservatório de retenção de águas pluviais, com escoamento para
o sistema de drenagem urbana nos empreendimentos com área de terreno
impermeabilizada superior a 500m².
Memória de cálculo do volume do reservatório:
V= 0,15 x Ai x IP x t, sendo:
V = volume do reservatório (m³);
Ai = área impermeabilizada (m²);
IP = índice pluviométrico (m/h); t = tempo de duração de chuva (considerado de
uma hora)
Infiltração de águas pluviais
Indicador
Existência de reservatório de retenção de águas pluviais com sistema para
infiltração natural da água em empreendimentos com área de terrenoimpermeabilizada superior a 500m².
Áreas permeáveis
Indicador
Existência de áreas permeáveis em, pelo menos, 10% acima do exigido pela
legislação local. No caso de inexistência de legislação local, será considerado,
para atendimento a este item, um coeficiente de permeabilidade (CP) igual ou
• caminhos em cascalho ou brita – 0,2;
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• superfícies arborizadas – 0,05.
O coeficiente corresponde à relação entre as superfícies permeáveis e a
superfície total do terreno e calculado de acordo com a equação 1:
Após aprovação do projeto, a CAIXA informará ao proponente a classificaçãoalcançada por ele. Será emitido, então, um certificado de concessão do Selo
Casa Azul CAIXA, contendo o nível alcançado: bronze, prata ou ouro (JOHN;
PRADO, 2010).
Não há despesas para o proponente na concessão do Selo, mas apenas será
cobrada uma taxa de análise de projeto candidato ao Selo Casa Azul CAIXA,emitida na entrega da documentação, para cobertura dos custos da análise
técnica, conforme equação 2, não havendo taxas de vistorias extras (JOHN;
PRADO, 2010).
Taxa = 40,00 + 7 (n-1) limitada a R$ 328,00,
Sendo:
n = número de unidades
2.2.7 Metodologia para avaliação da sustentabilidade de projetos de
edifícios (FOSATTI, 2008)
A metodologia proposta aplica-se a projetos de novos edifícios de escritórios. Os
edifícios devem ter três ou mais pavimentos; um ou mais pavimentos-garagem e
(2)
(1)
1) ao final do pré-projeto ou planejamento do empreendimento;
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2) ao final do processo de projeto e antes do início das obras.
A definição de requisitos e critérios foi estruturada em seis categorias:
1. Uso e ocupação do solo;
2. Água;
3. Energia;
4. Materiais e recursos;
5. Transporte e acessibilidade;
6. Qualidade do ambiente interno e saúde.
O checklist final de requisitos para a categoria água é apresentado na Tabela 12.
Tabela 12 – Checklist de requisitos para categoria água do método Fossati
Ref Subcategoria Requisito Como avaliar
A1Redução doconsumo deágua potável
Utilização deequipamentos
economizadores de água
Verificar se são utilizados componenteseconomizadores de água nos lavatórios, bacias
sanitárias, mictórios, chuveiros, outros
Redução do consumo deágua potável para
irrigação
Verificar se o paisagismo é eficiente (utilizaçãode espécies da flora local). Verificar a existência
de: tecnologias eficientes de irrigação; uso deágua da chuva ou reúso de água para irrigação;
ou não utilização de sistema de irrigaçãopermanente instalado. Caso aplicável, verificar aporcentagem de redução do consumo de água
potável para irrigação.
Redução do consumo deágua potável para
descarga de baciassanitárias e mictórios
Verificar a existência de fontes alternativas de
água (uso de água da chuva e/ou reuso de água)para descarga das bacias sanitárias e mictórios.Verificar a existência de fontes alternativas de
água (uso de água da chuva e/ou reuso de água)em outros pontos de consumo (torneiras,
chuveiro máquinas de lavar louça máquina de
água potável paraabastecimento da reserva
para abastecimento da reserva técnica contraincêndio por meio do uso de água da chuva e/ou
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técnica contra incêndio reuso de águas. Caso aplicável, verificar aporcentagem de redução do consumo da água
potável.Localização otimizada deaquecedores e isolamento
da tubulação de águaquente
Verificar a localização dos aquecedores de águae o isolamento da tubulação de água quente.
A-2 Medição doconsumode água
Medição setorizada Verificar se é realizada medição setorizada (emcada sala) do consumo de água
A-3Sistema de
gestão da águapluvial
Captação das águaspluviais e medidas de
infiltração da água no solo
Verificar se há retenção das águas pluviaisdurante as precipitações, com posterior
utilização. Verificar se são utilizadas medidas deinfiltração da água pluvial no solo. Verificar a %
de área impermeabilizada em relação à área totaldo terreno.
A-4
Manutençãodos sistemas
prediaishidráulicos esanitários
Facilidade de acesso paramanutenção e substituição
de materiais ecomponentes do sistemahidráulico e sanitário
Verificar se o acesso a sistemas técnicoscentrais e distribuídos é facilitado, para
manutenção e substituição, por meio de shafts ,áreas técnicas, salas de controle, outros
A-5
Qualidade daágua destinada
ao consumohumano
Organização e proteçãodos sistemas prediais
hidráulicos
Verificar se as tubulações que transportam águapotável são diferenciadas das tubulações quetransportam água de fontes alternativas; se os
reservatórios e torneiras são identificadosalertando o usuário de que a água não é potável;
e se existe ligação cruzada entre tubulações.
Controle da temperaturanos sistemas prediais
hidráulicos
Verificar se há controle da temperatura da águado sistema predial de água quente. Verificar a
temperatura máxima da água aquecida e aexistência de dispositivos de segurança em
aquecedores de acumulação elétricos e a gás.
Projeto dos reservatórios
Verificar se os reservatórios de água sãofechados com tampas; a declividade da
superfície superior externa; se permitem ainspeção e limpeza e se possuem dispositivos de
extravasão, limpeza e ventilação com asrespectivas extremidades dotadas de crivo de
tela com malha fina. Verificar se os reservatóriossão enterrados e, caso afirmativo, se há uma
temperaturas adequadasao uso e horários em que
temperatura, pressão, volume e vazãocompatíveis com o uso associado a cada ponto
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o usuário necessita de utilização.
Geração de ruídos,grandes vibrações esobrepressão noscomponentes dos
sistemas
Verificar se o funcionamento dos sistemas geraruídos ou vibrações que causam desconforto aosusuários: verificar a velocidade de escoamento
da água nos sistemas e o isolamento dastubulações, equipamentos e outros componentes
sujeitos a esforços dinâmicos, de forma quevibrações não sejam propagadas à estrutura de
sustentação do edifício.
Entrada de gases para ointerior dos ambientes
sanitários
Verificar se existem desconectores para garantir
a estanqueidade aos gases e se as extremidadesdos tubos ventiladores foram projetadas para
evitar liberação de gases a partir do sistema deventilação.
Segurança e aterramentoda tubulação metálica, de
equipamentos, deacessórios e de
aquecedores elétricos.
Verificar se foi realizado o aterramento (direto ouindireto) das tubulações, equipamentos eacessórios metálicos; se os aquecedoreselétricos foram interligados ao sistema de
aterramento através de condutor de proteção.
A-8
Materiaiscomponentesdos sistemas
prediaishidráulicos esanitários
Qualidade e durabilidadedos materiais
Verificar se os materiais especificados para ossistemas prediais hidráulicos e sanitários são
compatíveis com a natureza da água distribuídae se foram respeitadas as normas vigentes
referentes aos materiais. Verificar se os materiaissão produzidos por empresas em conformidade
com o Sistema de Qualificação de Materiais,Componentes e Sistemas Construtivos (SiMaC)
do PBQP-H ou certificadas NBR ISO 9001.
Ergonomia
Verificar se os aparelhos sanitários respeitam asalturas e áreas mínimas, conforme
dimensionamento do Código de Obras local(artigos 102 e 103) e do projeto de norma (ABNT,
2007a), para o conforto ergonômico dosusuários.
Fonte: FOSSATI, 2008
A estrutura de avaliação segue a seguinte hierarquia:
As seis categorias são desmembradas em subcategorias, representando as
principais preocupações associadas à cada categoria As subcategorias por sua
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principais preocupações associadas à cada categoria. As subcategorias, por sua
vez, são subdivididas em requisitos de desempenho. A avaliação é realizada
para cada requisito de desempenho, por meio de seus indicadores (um ou
eventualmente mais de um) e critérios de avaliação correspondentes.
Os critérios de avaliação foram definidos a partir de parâmetros de desempenho
e metas ambientais, sociais e econômicas, cujo desempenho expressa-se
segundo três níveis:
B - boa prática corrente ou desempenho mínimo requerido a uma
edificação sustentável;
I . desempenho intermediário;
S - desempenho avançado em relação à pratica corrente, definido de
forma que possa ser alcançado por meio de tecnologias e práticas existentes.
Todos os projetos avaliados devem apresentar pelo menos desempenho básico
(nível B).
Não há ponderação explícita na metodologia proposta. A importância relativa
entre os requisitos é obtida pelas combinações dos níveis atingidos, que
resultarão no nível da subcategoria a que pertencem. O mesmo raciocínio valepara determinar a importância relativa das subcategorias em cada categoria.
A avaliação ocorrerá de maneira evolutiva ao longo da estrutura hierárquica,
composta de Categoria → Subcategorias → Requisitos de desempenho →
Critérios de avaliação:
- o desempenho dos requisitos é determinado em função dos critérios deavaliação;
- o desempenho das subcategorias é obtido pela combinação dos
1) Edifício com preocupações sustentáveis;
2) Edifí i d h i t diá i l ã à t t bilid d
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2) Edifício com desempenho intermediário em relação à sustentabilidade;
3) Edifício com desempenho superior em relação à sustentabilidade.
Figura 8 – Classificação dos empreendimentos
Fonte: FOSSATI, 2008
O resultado da avaliação é apresentado na forma de um perfil de desempenho,
conforme mostra a Figura 9.
Figura 9 - Exemplo fictício de um perfil de desempenho da sustentabilidade doempreendimento.
Fonte: FOSSATI, 2008
2.3. Eficiência no Uso da Água em Edificações
Nesse contexto, tornam-se pertinentes a introdução de práticas que visem a
racionalização e conservação dos recursos hídricos nas edificações. Busca-se a
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eficiência no uso da água, por meio de técnicas conservacionistas, tecnologias
voltadas para eficiência, redução e tratamento da água, além da mudança de
hábitos e conscientização ambiental dos consumidores.
Dessa forma, reuso, reciclagem, gestão da demanda, redução de perdas e
minimização da geração de efluentes constituem práticas conservacionistas
importantes em termos de gestão de recursos hídricos e de redução da poluição
(ANA; FIESP; SINDUSCON-SP, 2005). A seguir serão apresentadas tecnologias
e práticas voltadas ao uso eficiente da água no paisagismo; à redução do uso da
água em edificações e ao tratamento e reuso de águas residuárias.
2.3.1 Eficiência do uso da água no paisagismo
A paisagem é responsável por uma parcela significativa do consumo total de
água. Em climas quentes e secos, o uso da água ao ar livre pode superar todos
os outros usos residenciais em todo o ano (USEPA, 2002).
De acordo com Solley et al . (1998), o consumo diário de água ao ar livre nos
EUA representaram 30% da demanda total de água no setor residencial (29,5milhões de m3). No Brasil, cerca de 16 milhões de m3 de água (TUCCI et al .,
2001) são consumidos diariamente nos grandes centros urbanos destinados ao
paisagismo.
Inicialmente, deve-se fazer a análise do solo e do clima local para a
determinação, no projeto de paisagismo, de plantas nativas com baixa
necessidade de água e projetar sistemas de irrigação eficientes que utilizem
água da chuva e residuária.
Outros dados a ser considerados são o regime de chuvas da região e sua
preconiza o uso de espécies adaptadas e a disposição eficiente entre elas, além
de diminuir o uso da água potável destinada à irrigação pelo reuso de água,
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utilização da água da chuva e/ou adoção de tecnologias com alta eficiência de
irrigação.
Essa técnica utiliza, dentro outros aspectos, plantas nativas e resistentes à seca
e as organiza de maneira eficaz para que economizem água (WADE et al .,
2007). De acordo com Denver Water (2011), quando usada com eficiência, essa
técnica pode reduzir o consumo de água destinada ao paisagismo em até 60%.
Existem sete princípios essenciais do paisagismo xeriscape , a saber:
planejamento e projeto apropriados, análise do solo, seleção de plantas
adequadas, áreas de gramado, irrigação eficiente, utilização de matéria vegetal
em decomposição e manutenção adequada (WADE et al ., 2007; USEPA, 2002).
a) Planejamento e projeto
Inicialmente elabora-se um plano básico, incluindo o contorno geral do terreno
feito em escala, a localização das casas, calçadas e de quaisquer plantas já
existentes no local. Por meio de um diagrama de bolhas apontam-se as
necessidades de xeriscape , isto é, quais plantas consomem mais água e
precisam sair; quais plantas resistentes à seca substituirão as antigas; e outros
itens como a área de gramado e os lugares em que serão posicionados bancos,
churrasqueiras e trilhas.
Em geral divide-se a área em três zonas, conforme a necessidade de água das
plantas: uso alto (irrigação regular), uso moderado (irrigação ocasional) e uso
baixo (água da chuva é suficiente). A organização das plantas de acordo com a
demanda de água permite a implantação de sistemas de irrigação maiseficientes posteriormente, uma vez que a lâmina a ser aplicada e os turnos de
rega podem ser diferenciados por “zona” do jardim ou projeto paisagístico.
necessárias. A matéria orgânica melhora a exploração de água e capacidade de
troca catiônica. Polímeros hidrofílicos (gel ou hidrogéis) foram testados e
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utilizados como condicionadores de solo para aumentar a capacidade de
absorção de água (SILBERBUSH et al., 1993) reduzindo a necessidade de
sistemas de irrigação mais elaborados. No entanto, dependendo do tamanho do
projeto e características do solo, essas alternativas devem ser cuidadosamente
avaliados, considerando os benefícios a longo prazo e de manutenção. Durante
a construção, o tráfego de equipamentos pesados também deve ser controlado
para evitar a compactação excessiva do solo.
c) Seleção das plantas
As plantas nativas deverão ser priorizadas por se tratarem de espécies
adaptadas ao ambiente, clima e nível de iluminação. Além disso, podem-se
utilizar também plantas que sejam tolerantes à seca e não exijam muita água,
quando o clima local não for muito úmido.
Deve-se observar ainda a localização dos vários tipos de espécie, a taxa de
crescimento, a textura da vegetação, cor, tipo, porte, folhagem, época de
floração, local de melhor adaptação, entre outras características.
Já é visível no paisagismo brasileiro a tendência de valorização das espécies
locais, devido à riqueza da flora, influenciada por paisagistas como Roberto
Burle Marx12 que preconiza esse localismo (BAÑERAS, 1999).
No entanto, por desconhecimento, ausência de pesquisas, divulgação e, mesmo,
por modismo, estimula-se a utilização de espécies e variedades exóticas em
detrimento da flora nativa.
Esse paisagismo voltado à exploração de espécies tradicionalmente cultivadas
em outros países necessita de diversificação, sobretudo na introdução de
espécies nativas para cultivo. A utilização da flora nativa brasileira esbarra na
A utilização de plantas adequadas a cada região proporciona a adoção de
espécies com menor impacto ambiental, que consomem menos água e são mais
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bem adaptadas ao solo local, com mais resistência às pragas e doenças da
região, além de serem mais bem inseridas na paisagem (BAÑERAS, 1999). O
autor ainda chama a atenção para a substituição de espécies mais resistentes,
de crescimento mais lento, mais floríferas em substituição a outras de menor
custo inicial.
Neto e Morais (2003) reforçam a importância de utilização de espécies vegetais
nativas, uma vez que, por se tratarem de espécies típicas de um determinado
bioma, já estão adaptadas às condições ambientais e, com isso, a necessidade
de aclimatação é drasticamente reduzida.
De acordo com Chamas e Matthes (2000), o elenco de nativas comercializadas é
pouco representativo diante da diversidade existente. Por exemplo, avalia-se
entre 5000 e 6000 o número de espécies de árvores passíveis de ser usadas em
parques e arborização urbana, no entanto, o que se observa é a repetição de
poucas espécies consagradas e aceitas pela população, muitas delas
inadequadas às condições do meio.
Com o intuito de divulgar e incentivar o uso de espécies vegetais nativas, com
potencial paisagístico na região de Belo Horizonte, a presente autora buscouuma parceria com biólogos do Jardim Botânico de Belo Horizonte que resultou
na compilação em uma lista, Anexo 1, das espécies de cerrado e mata atlântica
com potencial ornamental, que podem ser utilizadas para essa finalidade. Muitas
dessas espécies não são encontradas para comercialização, no entanto, reforça-
se o incentivo e a sugestão de sua utilização que pode culminar, futuramente, na
demanda de cultivo.
Este trabalho foi realizado em conjunto com a equipe do Jardim Botânico de Belo
Horizonte que classificou também as espécies quanto à demanda de água
áreas de passagens de pessoas, outras coberturas e vegetações que substituam
o gramado. Deve-se observar as necessidades de podas do gramado e escolher
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as espécies resistentes à seca que demanda menos água em sua manutenção.
e) Irrigação
O monitoramento cuidadoso das plantas pode ajudar a determinar a quantidade
de água de que elas precisam. É importante manter a água ao nível do solo para
evitar que ela se espalhe em direção a locais desnecessários e evapore.
Ao organizar o projeto de paisagismo em hidrozonas, a primeira contribuiçãopara a irrigação eficiente é conceber um sistema que possa fornecer apenas a
quantidade de água necessária para as plantas. Um sistema eficiente de
irrigação visa minimizar as perdas de água de percolação profunda, evaporação
e de escoamento indesejado, e requer acompanhamento de umidade do solo,
controle de uniformidade de aplicação e determinação da demanda de
evapotranspiração da planta. Todos estes elementos podem ser realizados com
diferentes níveis de detalhe e tecnologia, dependendo do tamanho do projeto. O
teor de umidade do solo pode ser avaliado com a inspeção visual em um
pequeno jardim, ou com tensiômetros e cálculo contínuo do balanço hídrico do
solo com base em dados meteorológicos automaticamente gravados.
Entre as tecnologias de aplicação de água, a irrigação localizada (por exemplo, a
irrigação por gotejamento, irrigação subsuperficial e microaspersão) é a mais
eficiente, uma vez que a água é distribuída mais próxima das raízes das plantas,
minimizando os problemas com a uniformidade de aplicação, as perdas por
evaporação e os efeitos adversos do vento.
f) Utilização de matéria vegetal em decomposição
O uso de cobertura de matéria vegetal como lascas de madeira, palhas, cascas
secas, recortes de paisagem fragmentada e outras ajuda na maior retenção de
por água das plantas com as ervas daninhas. A fertilidade adequada das plantas
garantirá um crescimento controlado não estimulando a demanda excessiva de
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água. Além disso, deve-se promover a aeração regular de solos argilosos para
melhorar a capacidade de exploração de água e prevenir o escoamento.
Sistemas de irrigação eficiente
Quanto aos sistemas de irrigação eficiente, objetiva-se reduzir as perdas de
água por evaporação, escoamento superficial ou escoamento fora da zona dasraízes das plantas, aplicando a quantidade certa de água para manter as plantas
saudáveis (USEPA, 2002).
Para o bom funcionamento do sistema, deve-se considerar, além da tecnologia
empregada, o tipo de solo, a condição das plantas, a época e as condições
meteorológicas. A irrigação pode ser feita manualmente ou de forma automática.Segundo Coelho et al ., (2005), o uso eficiente da água de irrigação pode ser
alcançado atuando-se: a) na estrutura de irrigação existente, sistemas de
irrigação e gestão do uso de água; b) nos métodos de manejo da irrigação e c)
nas técnicas que permitem aumento da eficiência do uso da água.
Apenas a conversão dos sistemas de irrigação para sistemas do tipo “conformea demanda” (on demand ), em que o usuário pode decidir a sua necessidade de
água, já poderia ser um fator substancial de aumento da eficiência de irrigação
(COELHO et al ., 2005).
O uso desses sistemas operacionais conforme a demanda pode oferecer uma
melhora significativa na eficiência, no entanto, sistemas automatizados deirrigação residencial são conhecidos por consumir mais água do que os sistemas
não-automatizados (MCCREADY e DUKES, 2011). De fato, em USEPA (2002),
residências com irrigação manual (mangueira por exemplo) apresentou um
gerida de forma adequada, considerando, por exemplo, a ocorrência de dias de
chuva, estações do ano e posicionamento adequado na paisagem.
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Segundo Azevedo; Rizzi (2001), no método da irrigação localizada, a água é, emgeral, aplicada em apenas uma fração do sistema radicular das plantas,
empregando-se emissores pontuais (gotejadores), lineares (tubo poroso ou
"tripa") ou superficiais (microaspersores). Os gotejadores podem ser do tipo on
line que compreendem os que são acoplados à tubulação de polietileno, após
perfuração da mesma; ou gotejadores in line, emissores que já vêm inseridos na
tubulação de polietileno.
Na irrigação localizada, o gotejamento subsuperficial é o de maior eficiência
(acima de 90%), uma vez que as perdas de água por evaporação são as
menores possíveis, pela própria posição do emissor no solo (COELHO et al .,
2005).
Os aspersores são emissores de água, podendo ser de pequeno porte,
microaspersores, possuir partes móveis (rotativos ou dinâmicos) ou serem do
tipo sprays ou estáticos (AZEVEDO; RIZZI, 2001). No caso da irrigação por
aspersão, os sistemas convencionais de alta pressão do tipo canhão são os de
mais baixa eficiência (50% - 60%). Os de baixa e média pressão, tanto portáteis
como móveis (side-roll ), apresentam eficiência entre 60% e 75% (COELHO et al ., 2005). Sistemas que produzem névoas finas ou projetos muito altos devem
ser evitados (USEPA, 2002).
Aliado a esses equipamentos, pode-se automatizar o sistema de irrigação que
passa a ser realizada em dias e horários pré-programados, com a duração de
tempo determinado para atender às necessidades específicas de cada área e dotipo de vegetação. Esses sistemas são compostos por redes hidráulicas,
secundária e principal; emissores de água (sprays, rotores, gotejadores, micro
sprays borbulhadores); rede elétrica; válvulas solenoides (registros); e
adoção de tecnologias e equipamento de alta eficiência e sensores e a
implantação da medição setorizada de água.
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O uso racional de água, além das vantagens ambientais, também proporcionavantagens econômicas. A mais direta é a economia do usuário no faturamento
da água, além da redução no consumo de energia elétrica e na manutenção dos
equipamentos, bombas e aquecedores. Os gastos com água tratada em uma
residência ou condomínio já não são mais desprezíveis como a 20 ou 30 anos
atrás, e respondem por uma parcela significativa dos gastos totais com
manutenção.
A sociedade também é beneficiada com a redução nos custos de operação dos
sistemas de suprimento de água e de esgotamento sanitário, uma vez que, com
uma menor demanda de água, há uma redução na necessidade de tratamento
da mesma. Além disso, os sistemas de saneamento, incluídas as elevatórias e
as estações de tratamento de água e esgotos, têm sua vida útil e capacidadeaumentadas, prorrogando as expansões e evitando a construção de novas
infraestruturas hidráulicas (HAFNER, 2007).
A informação e a conscientização da sociedade são condições importantes para
a aceitação e o sucesso de qualquer programa de uso racional de água. Desde
as ações mais simples, como fechar a torneira enquanto se escova os dentes,até os sistemas mais complexos de tratamento e reuso de esgotos. A
participação e apoio público são essenciais para se alcançar os objetivos
propostos.
Para a implantação de um programa de redução de consumo de água, a
detecção e o reparo de vazamentos são ações indispensáveis. Os vazamentosocorrem, entre outros fatores, pelo desgaste natural de sistemas hidráulicos
antigos e instalações hidráulicas mal feitas. Alguns são de fácil detecção,
percebidos por meio de testes rápidos ou da simples inspeção nos produtos e
Além dessas práticas, há os equipamentos economizadores de água que
auxiliam na redução do uso da água em edificações, por meio do controle da
ã d tili ã d t d d bi ã d iá i
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vazão de utilização e do tempo de uso ou de uma combinação dessas variáveis.
Exemplos de equipamentos hidráulicos e componentes economizadores de água
organizados e sintetizados durante a presente pesquisa são apresentados nas
Tabelas de 13 a 16.
Tabela 13 - Torneiras e dispositivos economizadores de água
Equipamento Descrição Economia
Torneiras defechamento
automático de
pressão(hidromecânica)
Acionada manualmente libera ofluxo de água e, após alguns
segundos, ocorre o fechamentoautomaticamente.
A economia pode ser de 20%até 55%, considerando que o
consumo de uma torneiraconvencional é de 2,2
l/utilização. As torneiras depressão utilizam em média 1,0l cada vez, mas podem variar
de 0,2 a 1,4 l por utilização.(HAFNER, 2007). SegundoGonçalves & Hespanhol(2004); Gonçalves et al .
(2005) apud Nunes (2006) aeconomia de água é, em
média, de 48%.
Torneiras de
fechamentoautomático comsensor eletrônico
O comando e ciclo defuncionamento ocorrem pela ação
de um sensor de presença.
A economia pode ser de 40%até 70% em relação à
convencional e um consumode 0,7 l/utilização (HAFNER,2007). Para Nunes (2006) aeconomia é, em média, de
58%.
Torneiraseletrônicas
embutidas
Possuem o mesmo princípio defuncionamento das torneiras
eletrônicas convencionais, porém
ficam embutidas na parede. Sãomais resistentes a vandalismos.
A economia é, em média, de58% em relação à
convencional (NUNES, 2006).
Torneiras comacionamento por
ál l d é
Caracteriza-se pela presença deum dispositivo de acionamentoinstalado no piso, em frente à
A economia é em média de52% em relação à
i l (NUNES 2006)
vazão paratorneiras
a vazão das torneiras sendoconectados à tubulação dealimentação da mesma ou
substituir o “flexível” ou “rabicho”
40% em relação àconvencional (NUNES, 2006).
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substituir o flexível ou rabicho
localizado abaixo da torneira.
Tabela 14 - Dispositivos economizadores para chuveiros e duchas
Equipamento Descrição Economia
Válvula defechamentoautomático
Possui o mesmo princípio defuncionamento das torneiras
hidromecânicas, mas com umtempo de abertura de 30 a 35segundos.
A economia é, em média, de
40%. (NUNES, 2006).
Restritor ouregulador de vazão
para chuveiro
Dispositivos que permitem regulara vazão de água a níveis
confortáveis e econômicos.
Existem no mercado restritoresde vazão para 6, 8, 10, 12, 14 e
16 l/minuto.
A economia de água dosdispositivos acoplados ao
chuveiro depende da pressãoda água. Em locais com
pressão até 6 mca, a utilizaçãodo restritor de vazão de 8
litros/minuto reduz o consumoem 32%, e se for utilizado emlocais de pressão entre 15 e
20 mca, a economia é de 62%(HAFNER, 2007). A economia
é, em média, de 42%.(NUNES, 2006).
Misturadores parachuveiro
Esses dispositivos evitam odesperdício de água na
regulagem da temperatura nomomento em que se abrem osregistros do chuveiro. A
proporção da mistura de águaquente e fria é mantida de uma
utilização até a próxima.
-
Tabela 15 – Bacias sanitárias e dispositivos de descarga
Equipamento Descrição Economia
Bacia sanitária devolume de
descarga reduzido
Bacias sanitárias com design etamanho que propiciam a limpezacom descarga de até 6 litros de
Redução de 50% no consumode água se comparada à
convencional (9 a 12 litros pord ) (NUNES 2006
ao mesmo tempo, um jato deágua limpa o vaso sanitário.
Válvula deTambém conhecida como dual
flush pode ser acionada de duas Economia média entre 50 e75% l ã à d
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descarga comduplo acionamento
p
formas: volume de 3 litros paradejetos líquidos e volume de 6litros para sólidos.
75% em relação à descargaconvencional (9 a 12 litros pordescarga) (HAFNER, 2007).
Válvula dedescarga por
sensor
O acionamento da descarga éfeito por sensor de presença,
onde o usuário deve permanecerpor um período de tempo no raio
de alcance do sensor para osistema se armar, após a saída
do usuário é efetuada a descargapela válvula solenoide.
Redução de 50% no consumode água em relação à
descarga convencional (9 a 12litros por descarga) (NUNES,
2006; HAFNER, 2007).
Microflush
A bacia sanitária possui umalçapão no fundo que é aberto no
momento do acionamento daválvula de descarga,
potencializando o fluxo e alimpeza da bacia. O ciclo é de 12segundos e o consumo de água
para a descarga é de 2 litros.
Economia de até 90% noconsumo de água se
comparado aos sistemasconvencionais (9 a 12 litros
por descarga), e em usodoméstico, esse índice fica em
torno de 40% (HAFNER,
2007).
Tabela 16 – Mictórios e Dispositivos de descarga para mictórios
Equipamento Descrição Economia
Mictório sem água
A louça sanitária possui umdesenho e um tratamento queimpede a aderência da urina à
superfície e apresenta umcartucho que, juntamente com umlíquido selante, impede o retorno
de odores para o ambiente.
Economia de 100% no
consumo de água.
Válvula de mictóriotemporizada
A válvula de descarga éperiodicamente acionada efunciona por um período de
tempo programado. -
Válvula de mictóriocom fechamento
automático
Os tipos de acionamento podem
ser hidromecânico (de pressão)ou por válvulas eletrônicas comsensores de presença
infravermelho ou ultra som. Ofechamento é temporizado.
Redução de 50% no consumode água (NUNES, 2006)
podendo chegar a 70% secomparado a locais onde o
registro de pressãopermanece aberto (HAFNER,
2007)
volume de descarga reduzido e de fechamento automático, regulador de vazão,
em diferentes situações.
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Tabela 17 – Redução do consumo de água utilizando dispositivos economizadores
Equipamento Baixa pressão2 a 10 mca
Alta pressão
10 a 40 mca
Com dispositivoseconomizadores
de água
% de
economia
Torneira de
lavabo
10 l/min 20 l/min 8 l/min 20% a 60%
Misturador de
cozinha12 l/min 20 l/min 6 l/min 50% a 70%
Torneira de
jardim/tanque12 l/min 20 l/min 8 l/min 33% a 60%
Mictório comregistro
10 l/min 15 l/min 8 l/min 20% a 47%
Chuveiro 15 l/min 20 l/min 14 l/min 7% a 30%
Fonte: HAFNER, 2007
Outra pesquisa sobre a economia de consumo de água, por meio da adoção de
medidas de conservação, é apresentada por Santos (2002), o qual cita um
estudo realizado pela American Water Works Association - AWWA publicado por
Gelt et al ., 2001, conforme a Tabela 18.
As medidas de conservação consideradas são a substituição das bacias
sanitárias, chuveiros e máquinas de lavar roupas por equipamentos similareseconomizadores, substituição das torneiras por outras com arejadores e
detecção, correção e minimização das perdas físicas de água.
Banheira 4,92 4,92 0%
Lavadora de pratos 3,79 3,79 0%
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Lavadora de roupas 63,59 44,67 30%
Perdas 35,58 17,79 50%
Outros usos 6,06 6,06 0%
Total 280,12 196,46 30%
Fonte: adaptado de Gelt et al . (2001) apud Santos (2002)
2.3.3 Tratamento e reuso de água residuárias e pluviais
Águas residuárias podem ser classificadas como águas negras (provenientes
dos vasos sanitários); e águas cinza (provenientes de chuveiros, lavatórios,
tanques e máquinas de lavar roupa).A utilização de tecnologias para água residuárias visa a descentralizar os
sistemas de tratamento e reduzir a produção dessas águas, o que diminui a
quantidade e a carga para o sistema público de recolhimento e tratamento, além
de reduzir a demanda por água potável. Estas tecnologias, no contexto das
edificações, vão desde a utilização de águas residuárias para fins menos nobres
até o seu tratamento, podendo ser reutilizadas no local ou enviadas ao sistema
público com uma menor carga de poluentes.
A água pluvial pode ser captada após o escoamento por áreas de cobertura,
telhados ou grandes superfícies impermeáveis e permeáveis. Estas águas
podem ser utilizadas para finalidades específicas como lavagem de áreas
externas, alimentação de bacias sanitárias, lavagem de veículos, entre outros,
desde que haja controle de sua qualidade e verificação da necessidade de
tratamento, de forma a não comprometer a saúde de seus usuários, nem a vida
podendo ser substituída, com vantagens, inclusive econômicas, nas indústrias e
em grandes condomínios residenciais e comerciais. A água originária de
efluentes com resíduos de bacias sanitárias só deve ser utilizada novamente
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para os mesmos fins após tratamento (HESPANHOL, 2003 apud FIORI et al .,
2006).
Reuso de águas cinzas
As águas cinza podem ser aproveitadas de duas formas, com ou sem
tratamento, o que envolve concepções distintas do reuso.
Na utilização residencial, o uso das águas cinza de forma direta, sem tratamento,
para irrigação dos jardins tem sido reportado na literatura (HAFNER, 2007). Esta
irrigação ocorre sem qualquer contato da água com as pessoas, por sistemas de
irrigação enterrados. Tal utilização é difundida e aceita, por exemplo, na
Austrália, onde as residências utilizam a expressiva parcela de 47% do consumo
de água para a irrigação dos gramados e jardins no entorno das casas,
representando uma economia importante de água tanto para o proprietário da
residência como para todo o sistema de abastecimento público (HAFNER, 2007).
A segunda utilização possível das águas cinza envolve sistemas mais complexos
de tratamento e distribuição da água que normalmente é utilizada em várias
atividades não potáveis. Essas águas podem ser recolhidas separadamente dos
demais esgotos e levadas a estações de tratamento em que, através de filtros,
processos biológicos e desinfecção, a qualidade da água é adequada a padrões
da legislação local. Depois de tratada, é distribuída por redes independentes até
os pontos de utilização como descargas sanitárias e outros. Assim, o sistema
exige sistemas independentes do convencional tanto na distribuição quanto nacoleta dos efluentes (HAFNER, 2007).
Segundo Elmitwalli, Otterpohl (2006); Li et al . (2009) o tratamento de águas
UASB (upflow anaerobic sludge blanket ) para o tratamento desse tipo de
efluente.
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Reuso de águas pluviaisQuanto ao reuso das águas pluviais, deve-se, inicialmente, coletá-las em áreas
impermeáveis e permeáveis, ou seja, telhados, pátios, ou áreas de
estacionamento, sendo, em seguida, encaminhadas a reservatórios de
acumulação. O uso de sistema de coleta e aproveitamento desse tipo de água
propicia, além de benefícios de conservação de água, a redução do escoamento
superficial e a consequente redução da carga nos sistemas urbanos de coleta de
águas pluviais e o amortecimento dos picos de enchentes, contribuindo para a
redução de inundações.
O emprego desse sistema é considerado uma tecnologia relativamente simples e
econômica, que consiste na coleta (captação e transporte), tratamento
simplificado e armazenamento, fornecendo água de qualidade para usos menos
nobres que não necessitam ser potáveis (NUNES, 2006).
Segundo Oliveira et al . (2007), os principais elementos dos sistemas prediais de
aproveitamento de água de chuva são:
• Sistema de captação: definido pelas áreas impermeáveis que
contribuem com a interceptação da água de chuva, conduzida a um reservatório
de armazenamento. A água proveniente do escoamento superficial de pisos
impermeáveis no nível térreo, na maioria dos casos, não é conduzida ao sistema
de aproveitamento, por ser considerada como a que transporta maior volume de
sólidos e carga poluidora.
• Sistema de transporte: constituído por calhas e condutores verticais e
horizontais, responsáveis pela condução do fluxo da água de chuva aos
sistemas de reservação, tratamento e distribuição.
• Sistema de gradeamento: é composto por elementos utilizados para
reter materiais sólidos em suspensão, tais como: folhas, gravetos, penas, papéis,
entre outros, que entram no sistema de aproveitamento com a água de chuva
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coletada. Esse sistema geralmente é introduzido anteriormente ao reservatório
de armazenamento de água de chuva, de modo a evitar que haja sedimentação
e acúmulo de impurezas dentro do mesmo.
• Sistema de reservação: tem a função de armazenar a água captada,
utilizada posteriormente para fins não potáveis. Neste reservatório deverá ser
instalado um extravasor que possibilitará a condução do excesso de água de
chuva ao sistema de drenagem pluvial, quando o reservatório de
armazenamento estiver operando totalmente cheio.
• Sistema de tratamento e desinfecção: visando obter água com a
qualidade desejada para o uso, recomenda-se a instalação de um sistema de
tratamento e desinfecção da água de chuva armazenada. Apesar da qualidadeda água de chuva ser distinta de região para região, a utilização de filtros de
múltiplas camadas ou filtro de areia mostra-se como solução adequada ao
tratamento eficiente na maioria dos sistemas prediais de aproveitamento de água
de chuva. Como complementação do tratamento, procede-se à desinfecção da
água, que pode ser realizada por meio da cloração, radiação ultravioleta,
ionização, entre outros.
• Sistema de recalque: constituído por um conjunto de motores e bombas
que são utilizados para transportar a água do reservatório de armazenamento de
água de chuva, quando situado abaixo do nível de utilização, a um reservatório
elevado que distribuirá a água, por gravidade, aos pontos de uso de água não
potável.
• Sistema de distribuição: constituído por um conjunto de ramais que
di t ib á d h t t d t d tili ã P t t d
Para viabilizar o reuso das águas negras, provenientes das edificações, existem
no mercado inúmeros sistemas industrializados de tratamento de esgoto
doméstico. A escolha do equipamento ideal consiste no tipo de efluente a ser
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tratado e de sua vazão diária de contribuição.
Alguns tipos de tratamento disponíveis podem ser utilizados em sistemas
prediais de tratamento de águas negras, conjugados ou não a sistemas de reuso
de água na própria edificação. Alguns exemplos são apresentados na Tabela 19.
Tabela 19 – Exemplos de sistemas de tratamento para águas negras
Sistemas de tratamento deáguas negras
Descrição
Filtro de múltiplas camadas
Filtro de múltiplas camadas com agregadosespecíficos que promove o tratamento biológico emecânico reduzindo a DBO5,2013, retendo com
eficiência os sólidos sedimentáveis e removendo,parcialmente ou totalmente, as concentrações denitrogênio amoniacal, nitrato, fosfato e coliformesfecais. Recomenda-se desinfecção.
Sistema tanque séptico + filtroanaeróbio
Também conhecido como sistema fossa-filtro, otanque séptico remove a maior parte dos sólidos emsuspensão, os quais são sedimentados e sofrem oprocesso de digestão anaeróbia no fundo do tanque.O filtro anaeróbio efetua a remoção complementar de
DBO, especialmente a fração solúvel no esgoto.
Reator Anaeróbio de FluxoAscendente e manta de lodo
(RAFA)
Também conhecido como reator UASB (upflow anaerobic sludge blanket ). A DBO é convertidaanaerobicamente por um consórcio de bactériaspresentes no manto de lodo do reator. O fluxo dolíquido é ascendente. A parte superior do reator édividida nas zonas de sedimentação e de coleta degás. A zona de sedimentação permite a saída do
efluente clarificado e o retorno dos sólidos (biomassa)ao sistema, aumentando a sua concentração aoreator.
Praticamente todos os processos de tratamento deesgoto podem ser utilizados como pós-tratamento dos
energia, bem como a produção de lodo são bemmenores.
Os filtros biológicos percoladores (tambémconhecidos como filtros biológicos aeróbios) têm
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Reatores UASB + filtrosbiológicos percoladores
encontrado aplicação como pós-tratamento deefluentes de reatores anaeróbios. O lodo aeróbiogerado no filtro biológico percolador, ainda nãoestabilizado é enviado ao reator UASB, onde sofreadensamento e digestão, juntamente com o lodoanaeróbio
Fonte: adaptado de Oliveira, 2007; Sperling, 2005.
A Tabela 20 apresenta algumas características e eficiências de remoção de
alguns métodos de tratamento de águas residuárias.
Tabela 20 – Características e eficiências de remoção de nutrientes de alguns sistemasde tratamento de águas residuárias
Sistemas
Características
Tanque
séptico +
filtro
UASB14 UASB +
filtro
anaeróbio
UASB +
filtro
percolador
Eficiência deremoção DBO5 (%)
80-85 60-75 75-87 80-93
Eficiência de
remoção DQO15
(%)70-80 55-70 70-80 73-88
Eficiência deremoção SS16 (%)
80-90 65-80 80-90 87-93
Lodo líquido a sertratado (l/hab.ano)
180-1000 70-220 150-300 180-400
Lodo líquido a serdisposto (l/hab.ano)
25-50 10-35 10-50 15-55
Custo deimplantação
(R$/hab.ano)*80-130 30-50 45-70 60-90
Custo de
Além dos sistemas citados, há ainda as estações compactas que são sistemas
modulares, fabricados industrialmente, podendo ser utilizados tanto em
residências unifamiliares como em grandes conjuntos residenciais. Eles
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possibilitam o reuso de água tratada para fins como irrigação de jardins, limpeza
de calçadas, automóveis e descarga de bacias sanitárias e mictórios. Podem
ficar totalmente sob a superfície do solo, não impedindo a reutilização desta área
para outros fins, como estacionamento, jardins, play-grounds dentre outros.
Um exemplo desse sistema é o Mizuno Family , fabricado em tanques de plástico
reforçado com fibra de vidro - PRFV com alta proteção química, para vazões de
1,6 e 3,2 m3 /dia, atendendo até 20 usuários. O processo de tratamento é
composto por dois reatores anaeróbios, um filtro aeróbio de leito fixo com difusão
de ar por bolhas finas, decantador secundário e desinfecção por pastilhas de
cloro. Sua eficiência é acima de 90% de remoção da Demanda Bioquímica de
Oxigênio - DBO e a implantação pode ser feita tanto acima do solo comoenterrada.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
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O método de pesquisa aplicado para elaboração deste trabalho pode ser divido
em 4 etapas: 1) elaboração da revisão bibliográfica; 2) adaptação do checklis t de
critérios e determinação da amostra de edifícios; 3) levantamento de dados da
amostra de edifícios; 4) definição dos parâmetros de referência (benchmark ).
Os requisitos de sustentabilidade em relação ao uso da água a serem avaliados
partiram do checklist elaborado por Fossati (2008), que considerou requisitos de
métodos internacionais de avaliação da sustentabilidade e a opinião de
especialistas brasileiros. O checklist foi complementado com outros requisitos
considerados por métodos internacionais, de forma a contemplar a maioria dos
critérios existentes nos métodos estudados nesta pesquisa: BREEAM, GBTool,
LEED, HQE, AQUA e Casa Azul.
A determinação da amostra de projetos novos de edifícios comerciais, de salas e
lojas avaliados foi estabelecida com base em projetos aprovados na Prefeitura
de Belo Horizonte nos anos de 2007 e 2008. A partir dessa amostra, foi
realizado o levantamento de dados para a definição dos benchmarks, meio da
análise dos projetos arquitetônicos e hidráulicos desses edifícios.Optou-se por trabalhar com edifícios comerciais, a exemplo de Fossati (2008),
cujo checklist de requisitos a serem avaliados foi adaptado nesta pesquisa.
O trabalho desenvolvido por Fossati (2008) foi considerado pelo fato de o
mesmo levantar os benchmarks locais (no caso, Florianópolis), sugerindo o
levantamento destes em outras regiões ou cidades como, por exemplo, BeloHorizonte; e também por considerar requisitos de vários outros sistemas
internacionais, aplicáveis no Brasil.
projetos de edificações não residenciais, aprovadas nos anos de 2007, 2008 e
2009. Optou-se por trabalhar com os dados mais recentes possíveis devido à
necessidade de restrição da amostra, de forma a tornar possível a análise dos
j t t di í l i t ú d õ d j t
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projetos no tempo disponível, visto que o número de aprovações de projetos na
prefeitura de Belo Horizonte é alto, além do fato de que a incorporação de
princípios sustentáveis na construção civil ser recente no Brasil.
Houve a tentativa de se trabalhar com as aprovações de 2009, no entanto, por
se tratar de processos muito recentes e por ser um período pós crise econômica
mundial, a maioria deles não havia finalizado os projetos complementares daedificação, mas apenas o projeto arquitetônico que é o exigido para ser
aprovado na Prefeitura. Por esse motivo a amostra foi definida dentre os projetos
aprovados nos anos de 2007 e 2008 somente.
Para a avaliação dos requisitos, foram solicitados os projetos arquitetônico,
hidráulico e paisagístico. No entanto, os edifícios selecionados para amostra nãopossuíam projeto paisagístico, dessa forma os requisitos relacionados a essa
área não foram avaliados.
Os projetos aprovados na Prefeitura de Belo Horizonte são divididos em três
tipologias: residencial, não residencial e misto. A lista disponibilizada para a
presente pesquisa foi a de projetos não residenciais, que contém as seguintesinformações: datas de início do processo de aprovação na prefeitura, número do
processo, título de aprovação (projeto inicial, levantamento ou projeto de
modificação), regional de locação da construção/projeto, área comercial e
quantidade de unidades comerciais (UC). Não há a especificação do uso da
edificação, isto é, qual atividade não residencial será exercida durante a
operação do edifício.
Sendo assim, segundo orientação do chefe de Gabinete da Secretaria de
Regulação Urbana da Prefeitura de Belo Horizonte selecionaram-se os
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Figura 11 - Quantidade de projetos aprovados em 2007 e 2008 classificada emcategorias de unidades comerciais.
Do total de 497 projetos aprovados em 2007 e 2008, 74 possuem 5 ou mais
unidades comerciais. Desses projetos, optou-se por aqueles que possuíam área
> 500 m2. Esse critério se deve ao fato de que, a proposta inicial da pesquisa
incluía também a análise dos requisitos da categoria, energia, que abrangia a
aplicação do regulamento de Etiquetagem de Nível de Eficiência Energética deEdifícios Comerciais, de Serviços e Públicos. Para a aplicação da etiquetagem,
as edificações devem ter área > 500 m2 ou serem atendidos por alta tensão
(grupo tarifário A). Como não era possível levantar essa última informação, por
meio da vista aos projetos necessários à aprovação na prefeitura, utilizou-se a
área para restringir a amostra.
A partir do momento em que se decidiu trabalhar apenas com a categoria água,
devido à: restrição de tempo, dificuldade de se conseguir projetos luminotécnicos
e necessidade de focar e aprofundar na questão do uso da água em edificações
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Figura 12 - Classificação dos projetos quanto à área comercial
Dos 64 projetos restantes, ainda selecionaram-se apenas os do tipo projeto
inicial, ou seja, projetos de edificações novas. Além dessa categoria de
aprovação, o relatório de projetos aprovados na prefeitura ainda continha
projetos em levantamento e modificações (com acréscimo ou decréscimos)17.
A Figura 13 apresenta graficamente a classificação dos projetos quanto ao tipo
de aprovação.
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Figura 13 - Classificação dos projetos quanto ao tipo de aprovação
Realizada a triagem dos processos disponibilizados no relatório da prefeitura,
solicitaram-se vistas aos 34 projetos selecionados, com o intuito de delimitar
uma amostra de edifícios que fossem de salas e lojas e que possuíssem 3 ou
mais pavimentos. Observou-se que edificações com menos de 3 pavimentos
possuíam características de galpões ou pequenos centros comerciais com lojasapenas.
Ao analisar, na Prefeitura de Belo Horizonte, os projetos arquitetônicos dos 34
projetos selecionados, observou-se que 9 deles eram edificações de, no
máximo, 2 pavimentos, destinados a centros comerciais com lojas ou galpões,
não configurando, dessa forma, a tipologia de edificação analisada nesta
pesquisa.
Quanto aos 25 projetos restantes, entrou-se em contato com os responsáveis
amostra a ser analisada reduziu-se a 15 edifícios, correspondendo a 60% de
uma população de 25 projetos dentro da tipologia adotada para este estudo.
A Tabela 21 apresenta a síntese dos critérios de seleção e restrição da amostra
d j t d difí i li d
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dos projetos de edifícios a serem analisados.
Tabela 21 – Resumo dos critérios de triagem da amostra de edifícios a serem analisados
Critérios de triagem da amostra 2007 2008 Total
Projetos não residenciais aprovados 247 250 497
C
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Projetos > 5 UCs 29 45 74
Projetos > 5 UCs e área > 500m2 23 41 64
Projetos > 5 UCs, área > 500m2 do tipo projeto
inicial9 25 34
Projetos que não atendem tipologia estudada 1 8 9
Amostra parcial 8 17 25
Não possuem projetos complementares 3 5 8
Projetos não disponibilizados (não autorizado) 0 2 2
Amostra final 5 10 15
Para o levantamento de dados dos edifícios, utilizou-se, como ponto de partida,
os checklists para a categoria água, seguindo as instruções auto-explicativas das
colunas “Como avaliar” e “Como obter a informação” existentes para cada
requisito a ser avaliado, bem como o uso das planilhas de apoio, ambos
adaptados de Fossati (2008). Esse checklist foi ampliado com a inclusão de
outros requisitos considerados por métodos internacionais estudados nesta
pesquisa. O checklist final de requisitos para a categoria água será apresentado
no capítulo 4, na Tabela 22, e o anexo 2 apresenta as planilhas de apoio para
levantamento de dados.
Esse levantamento foi realizado por meio da análise dos projetos arquitetônico e
hidráulico dos edifícios que compõem a amostra. Todos os dados levantados
foram registrados nas planilhas de apoio do checklist .
considerados benchmarks conhecidos internacionalmente pelos métodos de
avaliação estudados.
Similar ao adotado pela metodologia elaborada por Fossati (2008), o
desempenho obtido pelas edificações frente aos requisitos foi classificado
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desempenho obtido pelas edificações, frente aos requisitos, foi classificado
segundo três níveis:
B - boa prática corrente ou desempenho mínimo esperado de uma
edificação sustentável;
I - desempenho intermediário;S - desempenho avançado em relação à pratica corrente, definido de
forma que possa ser alcançado por meio de tecnologias e práticas
existentes.
Considera-se desempenho B quando: 1) a maioria dos edifícios (mais da
metade) atender ao requisito verificado, representando prática de mercado; 2) orequisito não foi atendido pela maioria dos edifícios, mas é regido por normas ou
legislações vigentes que determinam seu atendimento; 3) o requisito não foi
atendido pela maioria dos edifícios, mas é de fácil implementação, requer baixo
investimento e proporciona alto benefício ambiental e/ou social.
Será considerado desempenho S quando: 1) apenas um edifício atender ao
requisito; 2) alguns edifícios atenderam ao requisito, por meio de práticas
superiores, fundamentadas em inovações tecnológicas identificadas no
levantamento de dados; 3) o requisito não foi atendido por nenhum dos edifícios,
mas o desempenho pode ser alcançado, por meio de tecnologias e práticas
existentes. Nesses casos, benchmark dos métodos internacionais serão
utilizados como referência, sempre as confrontando com a realidade brasileira.
O nível I, por sua vez, constitui um desempenho intermediário, observado no
levantamento de dados ou nas metodologias internacionais
P i i i t d l i d li ã
Conceito de construção sustentável
1. REVIS O BIBLIOGRÁFICA
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Figura 14 – Etapas da metodologia de pesquisa
2. AMOSTRA DE EDIFÍCIOS E REQUISITOS DE SUSTENTABILIDADE AVALIADOS
Definição do Checklist final
Definição da amostra de edifícios comerciais
Análise dos dados
Definição dos benchmark
4. DEFINIÇ O DOS BENCHMARKS
Realização do levantamento de dados
3. LEVANTAMENTO DE DADOS
Eficiência no uso da água
Principais metodologias de avaliação
4. DEFINIÇÃO DO CHECKLIST FINAL DE REQUISITOS AVALIADOS
Para a definição do checklist final dos requisitos avaliados referente ao uso
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Para a definição do checklist final dos requisitos avaliados, referente ao uso
eficiente de água nos projetos dos edifícios que compõem a amostra analisada,
partiu-se do checklist elaborado por Fossati (2008), apresentado no tópico 2.2.7.
Essa lista foi ampliada e adaptada, incluindo-se outros requisitos presentes em
métodos internacionais de avaliação da sustentabilidade de edifícios, estudados
nesta pesquisa. Os requisitos do checklist final são relacionados a seguir.
4.1. Redução do consumo de água
O objetivo deste requisito é diminuir o consumo de água potável para usos
menos nobres, quais sejam: irrigação de jardins, descargas de bacias sanitárias
e mictórios, limpeza de ambientes (calçadas, vidros e fachadas), proteção contra
incêndio, torre de resfriamento de sistemas de condicionamento de ar e outras
possíveis máquinas e equipamentos que utilizam água em seus processos. A
redução no consumo também ajuda a diminuir a carga sobre o sistema de
tratamento de efluentes local.
Dentre as opções para gestão do consumo da água em uma edificação, a
inclusão de aparelhos que utilizam menos água em detrimento de aparelhos
convencionais é a prática mais difundida (FOSSATI, 2008).
A literatura pesquisada aponta algumas tecnologias voltadas à economia de
água, dentre elas bacias sanitárias de volume de descarga reduzido (sistema a
vácuo, sistema dual flush , com válvula de acionamento por sensor de presença);
torneiras (dotadas de arejadores, com funcionamento hidromecânico, acionadas
por sensor de presença, por pedal, torneiras de comando restrito);
A localização do aquecedor de água, de maneira a minimizar sua distância dos
pontos de consumo de água quente, também contribui para que quantidade
menor de água seja desperdiçada ao se abrir a válvula ou registro. Esse
descarte é relativo à água, que não esteja na temperatura esperada de uso,
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indo, portanto, para o sistema de coleta de esgoto sanitário. Essa alteração na
temperatura também pode se dar pelo isolamento inadequado da tubulação de
água quente, acarretando a perda de calor para o ambiente. A NBR 7.198
(ABNT, 1993) recomenda que o projeto e execução de tubulações, reservatórios
de água quente e aquecedores sejam realizados de modo a racionalizar oconsumo.
Outro aspecto relevante é a medição setorizada ou individualizada que, por si só,
configura uma ferramenta de incentivo à economia de água, uma vez que o
pagamento individual pode propiciar o uso consciente da água, evitando
desperdícios. Além disso, facilita a otimização do desempenho referente ao
consumo de água, por meio da medição, monitoramento, detecção e correção de
eventuais desperdícios e vazamentos.
4.2. Sistema de gestão da água pluvial
Esse requisito tem por objetivo propiciar o aumento da infiltração da água noslimites do terreno, de forma a não sobrecarregar o sistema de drenagem pluvial
com a água escoada no horário de pico, prevenindo enchentes e contribuindo
para a recarga dos aquíferos subterrâneos de abastecimento, bem como
auxiliando no controle da interrupção dos cursos d’água.
Práticas que permitam a infiltração segura da água da chuva no solo devem serempregadas também com o intuito de aliviar a carga do sistema de drenagem e
de tratamento local. A infiltração pode ocorrer através da utilização de
Somando-se a isso, a recuperação e tratamento das águas de escoamento
superficial, potencialmente poluídas, antes do descarte ou utilização, ajudam a
manter as características da água em aquíferos subterrâneos, áreas inundadas e
corpos d’água localizados no terreno ou proximidades a jusante que recebam a
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descarga.
4.3. Manutenção dos sistemas prediais hidráulicos e sanitários
Os objetivos deste requisito são: propiciar adequada manutenção dos sistemas
prediais e hidráulicos, visando a garantir seu desempenho e aumentar sua vida
útil; facilitar o acesso à manutenção e substituição de material e componentes do
sistema, evitando a geração de resíduos resultantes da necessidade de criação
de acessos não previstos e consequentes custos.
A NBR 5.626 (ABNT, 1998) que estabelece exigências e recomendações
relativas à manutenção da instalação predial de água fria, determina que o
projeto seja de manutenção fácil e econômica. Para possibilitar a manutenção de
qualquer parte da rede predial de distribuição, dentro de um nível de conforto
previamente estabelecido, a norma recomenda a previsão de instalação de
registros de fechamento (ou de outros dispositivos que cumpram a mesma
função) no barrilete, nas colunas de distribuição e nos ramais de distribuição de
água. Já o projeto de norma 02.136.01-001/6 (ABNT, 2007b) prevê a
necessidade de manutenção preventiva e corretiva nos sistemas, propondo que
estes sejam inspecionáveis, em qualquer parte, sem que haja necessidade de
quebra ou desmonte de partes dos mesmos.
4 4 Q lid d d h d i t di i hid á li
dinâmicas mínimas de cada aparelho sanitário. Este requisito objetiva
proporcionar conforto aos usuários pelo fornecimento de água com temperatura,
pressão, volume e vazão compatíveis ao uso associado a cada ponto de
utilização no momento em que estes dele necessitem.
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Quanto à organização e proteção dos sistemas prediais hidráulicos o projeto
deve assegurar que os sistemas que transportam água potável sejam
diferenciados daqueles que transportam água não-potável (águas pluviais, água
de reuso ou água proveniente de outras fontes alternativas como poços). Esta
estratégia reduz os riscos de ligação acidental - e a consequente utilização daágua para finalidades que não as especificadas - ocasionando contaminação da
água potável transportada (gerando desperdício ao inutilizar água com padrão
de potabilidade, principalmente se houver a necessidade de tratamento para que
atingisse tal padrão).
A NBR 6.493 (ABNT, 1994), visando a essa diferenciação, fixa padrões paraidentificação de tubulações pelo emprego de cores distintas, recomendando que
a tubulação que transporta água potável seja identificada de forma inconfundível
das de outros tipos. A recomendação para adoção do uso das cores é que a de
água fria receba pintura verde; a de combate a incêndio, vermelha; a de
eletrodutos, cinza escuro; a de tubulação de águas pluviais, marrom; e a de
esgoto sanitário, preta.
No que diz respeito à água de reuso, a NBR 13.969 (ABNT, 1997) também prevê
a utilização de cores distintas das demais empregadas no sistema que
transporta água potável, recomendando a clara identificação do sistema de
reserva e distribuição dessa água. Ela deve ser realizada pelo emprego de
placas indicativas nos reservatórios, na tubulação e nas torneiras, alertando aosusuários que se trata de água não potável. Outra alternativa seria utilizar
torneiras com acesso restrito, evitando, assim, o uso indevido.
De acordo com Fossati (2008), a avaliação do requisito controle da temperatura
nos sistemas prediais hidráulicos objetiva minimizar os riscos relacionados à
legionella Pneumophila e aos acidentes com queimaduras. Para inibir o
desenvolvimento dessa bactéria, as temperaturas devem ser superiores a 50ºC,
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o que aumenta os riscos de ocorrência de acidentes envolvendo queimaduras.
Nesse caso, a intenção é conciliar os dois objetivos que se contradizem:
- isolar o sistema predial de água fria do sistema de água quente;
- manter todo o sistema predial de água quente a uma temperatura ótima: em
todos os pontos a temperatura deve estar acima de 50ºC, exceto nas duchas,
em que a temperatura deve estar limitada a 50ºC;
- controlar a manutenção da temperatura: a NBR 7.198 (ABNT, 1993) e a norma
02.136.01-001/6 (ABNT, 2007b) fazem recomendações para um sistema de
controle e gestão da temperatura nos sistemas.
Já no requisito projeto dos reservatórios, o objetivo é avaliar se os mesmos
foram projetados de forma a garantir a potabilidade da água e evitar o
desperdício ao inutilizar água com padrão de consumo. Para tanto, os
reservatórios devem ser protegidos (fechados com tampas) impedindo a entrada
de animais e corpos estranhos, além de líquidos que possam contaminar a água
potável. A tampa ou a superfície superior externa deve ter declividade mínima de1:300 no sentido das bordas (não permitindo acúmulo de água sobre o
reservatório) e deve ser elevada, no mínimo 10cm em relação ao piso acabado.
Eles devem permitir inspeção e limpeza e possuir dispositivos de extravasão,
limpeza e ventilação (ABNT 02.136.01-001/6, 2007b).
A NBR 5.626 (ABNT, 1998) recomenda ainda que reservatórios de maiorcapacidade sejam divididos em dois ou mais compartimentos para permitirem
operações de manutenção sem que haja interrupção na distribuição de água.
A avaliação do requisito geração de ruídos, grandes vibrações e sobre pressão
nos componentes dos sistemas objetiva limitar os ruídos produzidos pelo
funcionamento destes a níveis aceitáveis e restringir a ocorrência de vibrações
dos equipamentos, de maneira a não causar desconforto aos usuários e danost i i
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materiais.
Os ruídos gerados em sistemas prediais hidráulicos e sanitários não se
restringem apenas aos ambientes sanitários, podendo causar incômodos aos
ocupantes de outros ambientes do edifício. A fim de se minimizarem esses
ruídos, a NBR 5.626 (ABNT, 1998) limita a velocidade de escoamento da águanos sistemas prediais de suprimento de água fria em 3,0m/s. A norma
02.136.01-001/6 (ABNT, 2007b) preconiza o isolamento de tubulações,
equipamentos e demais componentes sujeitos a esforços dinâmicos, de modo a
não propagarem vibrações à estrutura de sustentação do edifício.
Em se tratando da avaliação do requisito entrada de gases no interior dosambientes sanitários, o objetivo é evitar o desconforto gerado pela presença de
odores desagradáveis no edifício. A norma 02.136.01-001/6 (ABNT 2007b)
preconiza que os ambientes sanitários não devem apresentar odores
desagradáveis durante os períodos de não utilização. A estanqueidade aos
gases por, meio de desconectores, e a liberação de gases, a partir do sistema de
ventilação, estão relacionados ao impedimento do retorno de gases aos
ambientes internos pela tubulação: as extremidades dos tubos ventiladores,
situados na cobertura do edifício, devem ter distâncias da própria cobertura, das
janelas e portas, de acordo com o previsto na NBR 8.160 (ABNT, 1999).
No que se refere ao risco de choques elétricos, os sistemas prediais hidráulicos
e equipamentos de aquecimento de água (aquecedores de passagem ou deacumulação) devem oferecer segurança aos usuários, quando em operação bem
como durante o uso normal. Para tanto, todas as tubulações, equipamentos e
4.5. Tratamento e qualidade dos efluentes
O objetivo deste requisito é garantir o padrão de qualidade exigido pela
legislação, para tratamento de efluentes e reduzir a carga sobre a infra-estrutura
de coleta e tratamento de esgotos sanitários.
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Para a coleta de esgoto sanitário em rede pública, o padrão de qualidade do
efluente deve estar dentro do exigido pela legislação local. No caso da não
existência de rede pública de coleta, deve ser previsto um sistema de tratamento
dos efluentes do edifício in loco que atenda, da mesma maneira, à legislação
local pertinente. No caso de condomínios próximos a mananciais superficiais
onde ainda não existe rede de coleta de esgoto, deve ser observada a
Resolução 357/05 do CONAMA (BRASIL, 2005), onde é determinado que
efluentes de qualquer fonte poluidora somente possam ser descartados em
corpos d’água (direta ou indiretamente), obedecendo a condições estabelecidas
(padrão de emissão), como pH, temperatura, vazão, substâncias orgânicas einorgânicas, proporção de materiais sedimentáveis e de óleos e graxas, além do
enquadramento do corpo d água receptor.
A NBR 13.969/97 (ABNT, 1997) atesta a possibilidade de lançamento de esgoto
sanitário, após tratamento adequado, em galerias de águas pluviais, atendidos
alguns requisitos pré-estabelecidos. Em contrapartida, a NBR 8.160 (ABNT,1999) estabelece que não deve haver nenhuma ligação entre o sistema predial
de esgoto sanitário e o sistema de águas pluviais, uma vez que estas, lançadas
no sistema de coleta e tratamento de esgotos, tornam o efluente mais diluído, o
que pode sobrecarregar o sistema em termos de vazão, diminuindo sua
eficiência.
4.6. Materiais componentes dos sistemas prediais hidráulicos e
interferir nas condições físico-químicas da água a ser consumida. Além disso,
devem ser respeitadas as normas aplicáveis a cada um. Quanto à vida útil dos
sistemas prediais hidráulicos e sanitários, a norma 02.136.01-001/6 (ABNT,
2007b) recomenda que a qualidade do projeto e da execução garanta suadurabilidade no que se refere à manutenção das funções essenciais durante a
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durabilidade no que se refere à manutenção das funções essenciais durante a
vida útil, em condições normais de uso e operação.
No critério de adaptação ergonômica dos equipamentos, a norma 02.136.01-
001/6 (ABNT, 2007b) propõe que as peças de utilização possuam volantes com
formatos e dimensões adequadas ao uso específico.
Os aparelhos sanitários devem ser adequadamente instalados, de modo a
respeitarem as alturas e espaços mínimos, garantindo assim, o conforto dos
usuários.
A Tabela 22 apresenta o checklist final utilizado no levantamento de dados da
presente pesquisa.
Tabela 22 - Checklist final de requisitos
Categoria ÁguaRef Subcategoria Requisito Como avaliar Como obter a
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92
g qinformação
1
Redução doconsumo deágua potável
1.1 Utilização de equipamentoseconomizadores de água
Verificar se são utilizados componentes economizadores deágua nos lavatórios, bacias sanitárias, mictórios, chuveiros,outros
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
1.2 Redução do consumo de água
potável para irrigação
Verificar se o paisagismo é eficiente (utilização de espécies
da flora local). Verificar a existência de: tecnologiaseficientes de irrigação; uso de água da chuva ou reúso deágua para irrigação; ou não utilização de sistema deirrigação permanente instalado. Caso aplicável, verificar aporcentagem de redução do consumo de água potável parairrigação.
Análise de projeto
arquitetônico,paisagístico e deinstalações hidráulicas
1.3 Redução do consumo de águapotável para descarga de baciassanitárias e mictórios
Verificar a existência de fontes alternativas de água (uso deágua da chuva e/ou reuso de água) para descarga dasbacias sanitárias e mictórios. Verificar a existência de fontes
alternativas de água (uso de água da chuva e/ou reuso deágua) em outros pontos de consumo (torneiras, chuveiro,máquinas de lavar louça, máquina de lavar roupa e outros).Caso aplicável, verificar a porcentagem de redução doconsumo da água potável.
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
1.4 Redução do consumo de águapotável na torre de resfriamento
Verificar a redução do consumo de água na torre deresfriamento por meio do uso eficiente, da não utilização detorres de resfriamento de água ou se o sistema de
resfriamento utiliza água não potável.
Análise de projetohidráulico e de arcondicionado.
1.5 Redução do consumo de águapotável para limpeza de ambientes
Verificar a possibilidade de redução do consumo de águapotável para limpeza de ambientes por meio do uso deágua da chuva e/ou reuso de águas. Caso aplicável,verificar a porcentagem de redução do consumo da água
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
potável.
1.6 Redução do consumo de águapotável para abastecimento da reserva
Verificar a redução do consumo de água potável paraabastecimento da reserva técnica contra incêndio por meio
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
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93
técnica contra incêndio do uso de água da chuva e/ou reuso de águas. Casoaplicável, verificar a porcentagem de redução do consumoda água potável.
1.7 Localização otimizada deaquecedores e isolamento da tubulaçãode água quente
Verificar a localização dos aquecedores de água e oisolamento da tubulação de água quente.
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
1.8 Detecção de vazamentos Verificar a utilização de um sistema capaz de detectarvazamentos importantes em toda a instalação deabastecimento de água.
Sistema demonitoramento devazamentos de água
1.9 Medição setorizada Verificar se há medição setorizada de água por sala, loja oupavimento do consumo de água.
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
2
Sistema degestão da águapluvial
2.1 Uso de sistemas de infiltração eretenção de água
(1) Verificar se há retenção das águas pluviais durante asprecipitações com posterior utilização;
(2) Verificar se são utilizadas medidas de infiltração da águapluvial no solo;
(3) Verificar a % de área impermeabilizada em relação àárea total do terreno.
Análise de projetoarquitetônico e de
instalações hidráulicas
3 Manutenção dossistemasprediais
hidráulicos e
sanitários
3.1 Facilidade de acesso paramanutenção e substituição de materiaise componentes do sistema hidráulico esanitário
Verificar se o acesso a sistemas técnicos centrais edistribuídos é facilitado, para manutenção e substituição,por meio de shafts , áreas técnicas, salas de controle, entreoutros.
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
4 Qualidade edesempenhodos sistemas
prediais
4.1 Organização e proteção dossistemas prediais hidráulicos
Verificar se as tubulações que transportam água potávelsão diferenciadas das tubulações que transportam água defontes alternativas; se os reservatórios e torneiras sãoidentificados, alertando o usuário de que a água não é
Análise de projetoarquitetônico e deinstalações hidráulicas
hidráulicos e
sanitários
potável; e se existe ligação cruzada entre tubulações.
4.2 Controle da temperatura nossistemas prediais hidráulicos
Verificar se há controle da temperatura da água do sistemapredial de água quente. Verificar a temperatura máxima daá id i tê i d di iti d
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
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94
água aquecida e a existência de dispositivos de segurançaem aquecedores de acumulação elétricos e a gás.
4.3 Projeto dos reservatórios Verificar se os reservatórios de água são fechados comtampas; a declividade da superfície superior externa; sepermitem a inspeção e limpeza e se possuem dispositivosde extravasão, limpeza e ventilação. Verificar se os
reservatórios são enterrados e, caso afirmativo, se há umaabertura que permite sua manutenção.
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
4.4 Continuidade do fornecimento deágua
Verificar a existência de reservatório compatível comnúmero de usuários do edifício. Verificar se o volume doreservatório supre as necessidades do edifício conformeNBR 5.626/98. Verificar o dimensionamento dosreservatórios de água da chuva, caso aplicável.
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
4.5 Provisão de água com a qualidade
requerida, vazões, pressões etemperaturas adequadas ao uso ehorários em que o usuário necessita
Verificar se os sistemas prediais hidráulicos e sanitários
foram projetados de maneira a proporcionar conforto aosusuários, com temperatura, pressão, volume e vazãocompatíveis com o uso associado a cada ponto deutilização.
Análise de projeto de
instalações hidráulicas
4.6 Geração de ruídos, grandesvibrações e sobrepressão noscomponentes dos sistemas
Verificar se o funcionamento dos sistemas gera ruídos ouvibrações que causam desconforto aos usuários: verificar avelocidade de escoamento da água nos sistemas e oisolamento das tubulações, equipamentos e outroscomponentes sujeitos a esforços dinâmicos, de forma quevibrações não sejam propagadas à estrutura desustentação do edifício.
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
4.7 Entrada de gases para o interiordos ambientes sanitários
Verificar se existem desconectores para garantir aestanqueidade aos gases e se as extremidades dos tubosventiladores foram projetadas para evitar liberação de
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
gases a partir do sistema de ventilação.
4.8 Segurança e aterramento datubulação metálica, de equipamentos,de acessórios e de aquecedores
Verificar se foi realizado o aterramento (direto ou indireto)das tubulações, equipamentos e acessórios metálicos; seos aquecedores elétricos foram interligados ao sistema de
Análise de projeto deinstalações hidráulicas ede SPDA
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95
de acessórios e de aquecedoreselétricos.
os aquecedores elétricos foram interligados ao sistema deaterramento através de condutor de proteção.
de SPDA
5 Tratamento equalidade dos
efluentes
5.1 Sistema de coleta de esgoto e tipode tratamento do efluente.
Verificar a coleta de esgoto e o tipo de tratamento dosefluentes. Verificar o % tratado e o reutilizado para fins nãopotáveis.
Análise de projeto deinstalações hidráulicas
6
Materiaiscomponentesdos sistemas
prediaishidráulicos e
sanitários
6.1 Qualidade e durabilidade dosmateriais
Verificar se os materiais especificados para os sistemasprediais hidráulicos e sanitários são compatíveis com anatureza da água distribuída e se foram respeitadas asnormas vigentes referentes aos materiais. Verificar se osmateriais são produzidos por empresas em conformidadecom o Sistema de Qualificação de Materiais, Componentese Sistemas Construtivos (SiMaC) do PBQP-H oucertificadas NBR ISO 9001.
Análise de projeto eespecificação demateriais e equipamentos
6.2 Ergonomia Verificar se os aparelhos sanitários respeitam as alturas e
áreas mínimas, conforme dimensionamento do projeto denorma 02.136.01-001/1 (ABNT, 2007a) e NBR 9050/2004(ABNT, 2004) para o conforto ergonômico dos usuários.
Análise de projeto e
especificação demateriais e equipamentos
5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO LEVANTAMENTO DEDADOS E DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE REFERÊNCIA
Este capítulo apresenta resultados e discussões referente ao levantamento de
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p p
dados, realizado para avaliação da sustentabilidade de projetos de edifícios de
escritórios, relacionado ao uso da água. O levantamento foi realizado em
empreendimentos de Belo Horizonte – Minas Gerais. A partir desses resultados
foram definidos os parâmetros de referência (benchmark ) observados nasedificações.
5.1. Resultados do Levantamento de Dados
A amostra dos edifícios foi definida com base em um relatório de projetos
aprovados na Prefeitura de Belo Horizonte nos anos de 2007 e 2008.
Consideraram-se edifícios com 3 ou mais pavimentos, área superior a 500m2 e
que possuíam, além do projeto arquitetônico, pelo menos o projeto hidráulico
finalizado e que poderiam ser disponibilizados para a pesquisa.
A amostra compreendeu 15 edifícios. As edificações não são identificadas em
função da confidencialidade das informações levantadas. Por esta razão, nãosão apresentados os nomes dos edifícios, das construtoras e dos projetistas,
bem como fotografias que os identifiquem. Os edifícios foram numerados,
sequencialmente, de 1 a 15.
O levantamento dos dados foi conduzido a partir do checklist definido para a
avaliação da categoria água, apresentado no capítulo 4, e os dados levantadosforam registrados em planilhas de apoio, (anexo 2). O levantamento de dados
consistiu na análise de projetos arquitetônicos e hidráulicos.
levantamentos. Na tabela 23 são apresentadas as principais características dos
edifícios analisados.
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Tabela 23 - Características dos edifícios estudados
Edifícios
Características
Áreaconstruídaaprovada
(m2)
Áreaterreno(m2)
Localização Descrição Área pav.tipo (m2)
Nº de salaspor pav.tipo
Zoneamento
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98
( )
1 1814,2 448,0 Centro Sul
12 pavimentos, 29 vagas de garagem
1º pav.: 1 loja, estacionamento (8 vagas)
2º pav.: estacionamento (9 vagas)
3º pav.: estacionamento (12 vagas)
4º ao 12º pav.: 2 salas por pavimento
178,8 Duas salas ZC8H
2 834,48 389,0 Leste
1 subsolo + 6 pavimentos, 15 vagas de garagem
1º subsolo: 2 lojas, 12 vagas garagem
1º pav.: 3 lojas, 3 vagas garagem
2º ao 6º pav.: 4 salas por pavimento
143,31 Quatrosalas
ZAP
3 4234,01 2322,15 Oeste
2 subsolos + 4 pavimentos, 102 vagas de garagem2º subsolo: estacionamento (53 vagas)
1º subsolo: 1 loja, estacionamento (49 vagas)
1º pav.: 4 lojas
2º pav. (pilotis): terraço e uma sala
3º pav.: andar corrido
4º pav.: andar corrido
260,01Uma sala
(andarcorrido)
ZAR1
4 2353,02 420,0 Centro Sul
2 subsolos + 11 pavimentos, 36 vagas garagem
2º subsolo: estacionamento (17 vagas)
1º subsolo: estacionamento (15 vagas)
113,94 Andarcorrido
ZCBH
1º pav. 1 loja, estacionamento (4 vagas)
2º pav.: 2 salas
3º pav.: 2 salas
4º pav.: pilotis
5º ao 10º pav.: andar corrido
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99
11º pav.: cobertura e terraço privativo
5 3066,5 595,05 Centro Sul
10 pavimentos, 56 vagas garagem
1º pav.: 1 loja
2º pav.: estacionamento (18 vagas)
3º pav.: estacionamento (18 vagas)
4º pav.: estacionamento (20 vagas)
5º pav.: 1 sala
6º pav.: pilotis
7º pav.: 2 salas
8º e 9º pav.: andar corrido
10º pav.: 1 sala e terraço
425,18 Andarcorrido
ZHIP
6 11505,7 3082,17 Oeste
6 subsolos + 5 pavimentos, 114 vagas garagem
6º subsolo: estacionamento (34 vagas)
5º subsolo: 2 salas
4º subsolo: 3 salas
3º subsolo: estacionamento (80 vagas)
2º subsolo: 6 salas
1º subsolo: 2 salas
1º pav.: 2 salas
1.593,89Duas salas ZAP
2º pav.: 2 salas + terraço
3º pav.: 2 salas
4º pav.: caixa d’água
5º pav.: terraço descoberto
Subsolo + 6 pavimentos, 38 vagas garagem
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100
7 2043,03 987,20 VendaNova
Subsolo: estacionamento (38 vagas)
1º pav.: 2 lojas
2º ao 6º pav.:10 salas
330,64 Dez salas ZCVN
8 1627,93 894,00 Centro-Sul
Subsolo + 3 pavimentos, 29 vagas garagem
Subsolo: estacionamento (29 vagas)
1º pav.: 5 lojas
2º pav.: 5 salas
3º pav.: terraço
452,9 Três salas ZA
9 2182,51 578,15 Centro-Sul
14 pavimentos, 42 vagas garagem
1º pav.: 3 lojas
2º pav.: estacionamento (13 vagas)
3º pav.: estacionamento (13 vagas)
4º pav.: estacionamento (16 vagas)
5º pav.: pilotis
6 ao 13º pav.: 1 sala
14º pav.: 1 sala + terraço
172,9 Uma sala ZCBH
10 2855,98 420,0 Centro-Sul
2 subsolos + 11 pavimentos, 42 vagas garagem
1º subsolo.: estacionamento (12 vagas)
2º subsolo.: estacionamento (30 vagas)
197,24 e
139,54
Andarcorrido ZCBH
1º pav.: 1 loja
2º pav.: andar corrido
3º pav.: pilotis
4º ao 10º pav.: andar corrido
11º pav.: cobertura
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101
11 4962,73 600,17 Centro-Sul
10 pavimentos, 61 vagas garagem
1º pav.: 1 loja
2º pav.: sobreloja
3º pav.: garagem 01 (19 vagas)
4º pav.: garagem 02 (20 vagas)
5º pav.: garagem 03 (22 vagas)
6º pav.: 1 sala
7º pav.: pilotis
8º pav.: 1 sala
9º pav.: 2 salas
10º pav.: 1 sala e terraço
499,32 Uma sala ZHIP
12 1929,50 474,00 Centro-Sul
12 pavimentos, 34 vagas garagem
1º pav.: 1 loja
2º e 3º pav.: garagem (15 vagas por pavimento)
4º pav.: 1 sala, pilotis e garagem (4 vagas)
5º ao 11º pav.: 2 salas por pavimento
12º pav.: 2 salas e terraço
181,91 Duas salas ZCBH
13 4127,80 927,50 Centro-Sul9 pavimentos, 44 vagas de garagem
1º pav.: 2 lojas387,00 Quinze
salas ZP-3
2º pav.: garagem (26 vagas)
3º pav.: garagem (18 vagas)
4º pav.: 4 auditórios, 2 foyer, 2 salas
5º ao 8º pav.: 15 salas
9º pav.: 6 salas e terraço
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102
14 8638, 21 1171,29 Centro-Sul
17 pavimentos, 109 vagas garagem
1º pav.: 5 lojas + 6 vagas de garagem
2º pav.: garagem (29 vagas)
3º pav.: garagem (38 vagas)
4º pav.: garagem (36 vagas)
5º pav.: 2 salas
6º ao 16°pav.: 11 salas
17º pav.: 2 salas e terraço
340,00 Onze salas ZHIP
15 2445,90 1034,52 Noroeste
5 pavimentos, 54 vagas garagem
1º pav.: 4 lojas
2º pav.: estacionamento (29 vagas)
3º pav.: estacionamento (25 vagas)
4º pav.:duas salas
5º pav.: uma sala
- - ZAP
5.1.1 Atendimentos aos requisitos do checklist
A Tabela 24 apresenta uma síntese dos resultados obtidos no levantamento de
dados e indica se um requisito constante no checklist foi atendido (identificado
por “sim”), se não foi atendido (identificado por “não”) ou se foi atendido
parcialmente (parc.). O atendimento parcial ocorreu em situações em que mais
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de uma questão é analisada para verificação do atendimento ao requisito e a
edificação atendeu positivamente a algumas questões e negativamente a outras.
Por exemplo, no requisito que analisa a utilização de equipamentos
economizadores de água, vários componentes são verificados, nesse caso podehaver a existência de alguns e de outros não.
Em algumas situações, o requisito é identificado como não aplicável (N.A.)
quando o mesmo não possui a característica avaliada. Por exemplo, alguns
edifícios não possuem sistema de aquecimento de água (requisito 1.7) e,
portanto, sistema de controle da temperatura nos sistemas prediais hidráulicos
(requisito 4.2), logo esses requisitos não são aplicáveis. Por fim, em outras
situações não foi possível avaliar o requisito (N.P.A.), por diversos motivos,
como os apresentados a seguir.
O requisito “1.8 Detecção de vazamentos” não foi avaliado, pois não havia
nenhuma indicação de sistema de detecção, o que normalmente é realizado
durante teste de estanqueidade na fase de execução da obra. A NBR 5626
(ABNT, 1998) recomenda que o ensaio deve ser realizado após a execução da
instalação predial de água fria, com a instalação totalmente cheia de água de
forma que peças de utilização estejam sob condições normais de uso. Todas as
peças de utilização devem estar fechadas e mantidas sob carga, durante o
período de 1h. Os registros de fechamento devem estar todos abertos e osreservatórios devem estar preenchidos até o nível operacional. Deve-se observar
se ocorrem vazamentos nas juntas das peças de utilização, nos registros de
Os requisitos “4.5 Provisão de água com a qualidade requerida, vazões,
pressões e temperaturas adequadas ao uso e horários em que o usuário
necessita”; “4.6 Geração de ruídos, grandes vibrações e sobre pressão nos
componentes dos sistemas”; “6.1 Qualidade e durabilidade dos materiais” e “6.2Ergonomia” não foram possíveis de ser avaliados por demandarem análise e
identificação de componentes não especificados nos projetos e medições
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identificação de componentes não especificados nos projetos e medições,
cálculos ou pesquisa detalhada, fugindo do escopo do trabalho.
O requisito “4.8 Segurança e aterramento da tubulação metálica, de
equipamentos, de acessórios e de aquecedores elétricos” não foi possível seravaliado, pois demandaria a análise dos projetos elétricos e de Sistemas de
Proteção Contra Descargas Atmosféricas – SPDA, não solicitados aos
projetistas e construtoras.
Para a análise do requisito “4.4 Continuidade do fornecimento de água” realizou-
se o cálculo de consumo diário, conforme sugerido, entre outros autores, por
Creder (1984), Borges (1992) e Macintyre (1996).
Em que:
Cd = consumo diário, em l/dia
P = população
q = consumo “per capita”, em l/dia
Para a taxa de ocupação de edifício de escritórios, Creder (1984) sugere uma
pessoa a cada 6 m2 de área, Borges (1992) e Macintyre (1996), uma pessoa por
7m2 de área para edifícios de escritórios de uma só entidade e uma pessoa por
5m2 de área para edifícios de escritórios de mais de uma entidade.
Quanto à estimativa de consumo diário de água, Creder (1984) sugere 50 litros
(3)
forma, pôde-se avaliar se o volume de água de consumo projetado para o
edifício era suficiente ou não para a demanda estimada.
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Tabela 24 - Síntese dos resultados obtidos no levantamento de dados
Requisitos Ed1 Ed2 Ed3 Ed4 Ed5 Ed6 Ed7 Ed8 Ed9 Ed10 Ed11 Ed12 Ed13 Ed14 Ed15
1.1 Utilização deequipamentoseconomizadores de água
Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc.
1.2 Redução do consumode água potável parairrigação
Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc.
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106
1.3 Redução do consumode água potável paradescarga de baciassanitárias e mictórios
Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não
1.4 Redução do consumode água potável na torrede resfriamento
Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não
1.5 Redução do consumode água potável paralimpeza de ambientes
Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não
1.6 Redução do consumode água potável para
abastecimento da reservatécnica contra incêndio
Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não
1.7 Localização otimizadade aquecedores eisolamento da tubulaçãode água quente
N.A N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A N.A N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
1.8 Detecção devazamentos
N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A.
1.9 Medição setorizada Parc. Sim Sim Parc. Parc. Não Parc. Parc. Sim Parc. Não Não Sim Parc. Parc.
2.1 Usos de sistemas deinfiltração e retenção deágua
Não Parc. Parc Não Não Não Parc. Não Não Não Não Não Não Não Não
3.1 Facilidade de acessopara manutenção esubstituição de materiais ecomponentes do sistemahidráulico e sanitário
Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Não Parc. Não Parc. Parc. Parc. Parc. Sim Sim Não
4.1 Organização e
proteção dos sistemasprediais hidráulicos
N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A.
4.2 Controle dat t i t
N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
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107
temperatura nos sistemasprediais hidráulicos
4.3 Projeto dosreservatórios
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
4.4 Continuidade dofornecimento de água Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim
4.5 Provisão de água coma qualidade requerida,vazões, pressões etemperaturas adequadasao uso e horários em queo usuário necessita
N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A.
4.6 Geração de ruídos,grandes vibrações esobrepressão noscomponentes dossistemas
N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A.
4.7 Entrada de gases parao interior dos ambientessanitários
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim N.P.A. Sim Sim Sim
4.8 Segurança eaterramento da tubulaçãometálica, deequipamentos, deacessórios e de
N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A.
aquecedores elétricos.
5.1 Sistema de coleta deesgoto
Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc. Parc.
6.1 Qualidade edurabilidade dos materiais
N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A.
6.2 Ergonomia N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A. N.P.A.
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108
Legenda:
sim – atende ao requisito não – não atende ao requisito parc. – atende parcialmente ao requisito
N.A. – não aplicável N.P.A. – não foi possível avaliar no momento
5.2. Definição dos Parâmetros de Referência
A definição dos benchmarks foi realizada com base nos resultados obtidos na
análise dos projetos dos 15 edifícios. A partir dos dados levantados nos projetos,
foi possível estabelecer os parâmetros de referência (benchmark ) para cada
requisito, por meio do percentual de atendimento ou não dos requisitos
avaliados
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avaliados.
Seguindo o critério utilizados por Fossati (2008), o desempenho obtido, frente à
avaliação dos requisitos, foi classificado segundo três níveis:
B - boa prática corrente ou desempenho mínimo requerido a uma
edificação sustentável;
I - desempenho intermediário;
S - desempenho avançado em relação à prática corrente, definido de forma
a ser alcançado por meio de tecnologias e práticas existentes.
Dessa forma, o parâmetros de referência (benchmark ) é B quando:
1) a maioria dos edifícios (mais da metade) atendeu ao requisito verificado,
representando prática corrente do mercado;
2) o requisito não foi atendido pela maioria dos edifícios, mas é regido por
normas ou legislações vigentes que determinam seu atendimento;
3) o requisito não foi atendido pela maioria dos edifícios, mas é de fácil
implementação, requer baixo investimento e proporciona alto benefício
ambiental e/ou social.
Foi considerado desempenho S quando:
1) apenas um edifício atendeu ao requisito;
2) minoria dos edifícios atenderam ao requisito, por meio de práticas
Para os requisitos que não foram possíveis avaliar na amostra de edifícios,
utilizou-se benchmark s de outros métodos internacionais estudados nessa
pesquisa. A coluna origem mostrada na Tabela 25 indica qual a referência
considerada.
Por fim, os requisitos são apresentados com seus respectivos critérios de
desempenho, definidos e estruturados conforme mostra a Tabela 25.
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p ,
Tabela 25 - Parâmetros de referência definidos para a categoria água
Água Nível Origem benchmark Levantamento dados Outros
1 - Redução do consumo de água potável B I S
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111
1.1 Redução do consumo de água nos pontos de utilização
xUtilização de componenteseconomizadores de água
As bacias sanitárias possuem volume de descargareduzido (VDR = 6 litros).
As bacias sanitárias possuem volume de descargareduzido (VDR = 6 litros) e sistema dual de descargae torneira com redutor de vazão.
As bacias sanitárias possuem sistema dual dedescarga; as torneiras possuem ciclo de fechamentoautomático ou acionadas por sensor de proximidade;
e os demais pontos (caso existam) tambémapresentam componentes economizadores de água.
1.2 Redução de consumo de água potável para irrigação
LEEDEmprego de paisagismo esistema de irrigação eficientes
Usar estratégias que reduzam em pelo menos 20%do uso da água, de acordo com cálculos de usos
padrões em edifícios comerciais.Redução de 50% do uso por meio da utilização de
espécies de plantas nativas ou adaptadas, irrigaçãoeficiente, utilização de águas pluviais e residuaiscaptadas, paisagismo que não requer sistema de
irrigação permanente.
Redução de 100% do uso de água potável parairrigação e redução do uso total da água de pelo
menos 50%.1.3 Utilização de fontes alternativas de água LEED
Emprego de fontesalternativas de água para
descarga de bacias sanitáriase mictórios, torre de
Redução mínima de 30% no consumo de águapotável utilizando fontes alternativas de água (águada chuva, águas cinza ou águas negras) para usos
não potáveis da edificação, com exceção dairrigação paisagística (descarga de mictórios e
bacias sanitárias, limpeza de ambientes, torres def i )
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resfriamento, limpeza deambientes, abastecimento do
reservatório de combate aincêndio.
resfriamento, etc).
Idem ao critério do nível "I" mas, considerando 35%.
Idem ao critério do nível "I" mas, considerando 40%.
1.4 Medição setorizada
Utilização de hidrômetroseparado por sala, loja ou
pavimento
Hidrômetro separado para cada loja e outro paramedição do consumo do condomínio (incluindo todas
as salas). x
Hidrômetro separado por pavimento comercial ou por
loja e sala.2 - Sistema de gestão da água pluvial B I S
2.1 Limitação do volume de água pluvial encaminhado para a rede pública de drenagem
HQEUso de sistemas de infiltração
e retenção de água
A vazão de água pluvial destinada ao sistemapúblico de drenagem urbana é de 40% a 80% da
vazão gerada no lote (retenção de no mínimo 20%do volume). Estratégias para reduzir a vazão incluem
(mas, não são limitados a): captação e utilização daágua da chuva, pavimentos semipermeáveis, valas,trincheiras e poços de infiltração, redução das áreas
impermeabilizadas no terreno, aumento davegetação no terreno, telhado jardim.
A vazão de água pluvial destinada ao sistemapúblico de drenagem urbana é de 20% a 40% da
vazão gerada no lote (retenção de no mínimo 60%do volume).
A vazão de água pluvial destinada ao sistemapúblico de drenagem urbana é de 0% a 20% da
ã d l t ( t ã d í i 80%
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vazão gerada no lote (retenção de no mínimo 80%do volume).
3 - Manutenção dos sistemas prediais hidráulicos e sanitários B I S
3.1 Provisão de facilidades para as atividades de manutenção
x Fossati (2008)Facilidade de acesso paramanutenção e substituição demateriais e componentes dosistema hidráulico e sanitário
Previsão de espaços para manutenção e reforma demodo que toda a tubulação possa ser substituída
sem danificar elementos estruturais.Previsão de espaços para manutenção e reforma etubulação embutida em dutos ou no forro, de modo
que toda a tubulação possa ser substituída semdanificar elementos estruturais ou acabamentos.
Previsão de espaços para manutenção e reforma de
sistemas isolados e outras medidas que permitamfácil substituição da tubulação sem danificar osacabamentos.
4 - Desempenho dos sistemas prediais hidráulicos e sanitários B I S
4.1 Organização e proteção dos sistemas prediais hidráulicos
Fossati (2008)Identificação dos
componentes do sistemapredial hidráulico e sanitário
Identificação das tubulações suspensas aparentescom cores diferenciadas de acordo com a norma
NBR 6493/94. Os reservatórios e torneiras de água
da chuva ou de reúso (caso existentes) sãoidentificados com frases alertando os usuários de
que a água não é potável.
4.2 Qualidade da água destinada ao consumo humano, confiabilidade e segurança dos sistemas prediais x Fossati (2008)
hidráulicos e sanitários
Desempenho dos sistemashidrossanitários
Atendimento à NBR 5626/98, reservatório de águacompatível com o número de usuários, atendimento
à NBR 8160/99 e aterramento das tubulaçõesmetálicas, de equipamentos e acessórios metálicos.
B I S
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5 - Tratamento e qualidade dos efluentes B I S
5.1 Sistema de Coleta e Tratamento de Esgoto
xFossati (2008)
(nível I e S)Tipo de tratamento deefluentes
Coleta de esgoto sanitário realizada pela rede
públicaRealização de tratamento dos efluentes no local,com uma Estação de Tratamento de Esgoto local ou
tratamento dos efluentes por zonas de raízes,respeitando as condições e padrões de lançamento
de efluentes fixados na Resolução do CONAMA357/2003.
Realização de tratamento de 100% dos efluentes nolocal, com uma Estação de Tratamento de Esgoto
local ou tratamento dos efluentes por zonas deraízes e reuso da água tratada para fins nãopotáveis.
5.3. Discussão dos resultados
Na análise dos componentes economizadores de água, 9 edifícios (60%)
utilizam bacias sanitárias com caixa acoplada e volume de descarga igual a 6
litros (volume de descarga reduzido – VDR), são os edifícios 1, 2, 3, 5, 7, 8, 9, 12
e 15. Todos os edifícios possuem volume de descarga reduzido – VDR.
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e 5 odos os ed c os possue o u e de desca ga edu do
O edifício 5 (0,07% da amostra) também utiliza bacia sanitária com caixa de
descarga acoplada e também caixa de descarga embutida com volume de
descarga de 6 litros . Já 26,7% dos edifícios amostrados (4, 6, 10 e 11) possuem
apenas bacia sanitária com descarga embutida e volume de 6 litros. 13,3% dos
edifícios amostrados (13 e 14) utilizam bacias sanitárias com caixa acoplada e
sistema dual flush de descarga e torneiras com redutores de vazão.
A utilização de outros componentes economizadores de água não foi observada
em nenhum dos projetos hidráulicos.
Dessa forma, propôs-se um nível de desempenho básico (B), a utilização de
bacias sanitárias com volume de descarga reduzido (VDR = 6 litros), por ser
prática corrente de mercado. A utilização de bacias sanitárias com sistema dual
flush de descarga, associado ao uso de torneiras que possuem ciclo de
fechamento automático ou acionado por sensor de proximidade, foi consideradoum nível superior (S) de desempenho por não ter sido apresentado por nenhum
edifício, mas pode ser alcançado por meio de tecnologias e práticas existentes.
O nível intermediário de desempenho (I) pode ser definido pela utilização de
bacias sanitárias com volume de descarga reduzido (VDR = 6 litros) e sistema
dual de descarga e torneira com redutor de vazão, o que foi apresentado por
13,3% da amostra de edifícios.
Quanto ao consumo de água para irrigação todos os edifícios possuem
eficiente (ou não há sistema de irrigação permanentemente instalado), e nível S
de desempenho para utilização de vegetação que consome pouca água e não
requer o uso de pesticidas e fertilizantes para sua manutenção e apresenta um
sistema de irrigação que utiliza 100% de água de fontes alternativas. Apesar denenhum edifício utilizar fontes alternativas de água para irrigação, esta prática
pode ser implementada por meio de tecnologias existentes.
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Nenhum edifício utiliza água da chuva ou de reuso para fins não potáveis ou
menos nobres, como descargas de bacias sanitárias, limpezas de ambientes,
torre de resfriamento ou reservatório de combate a incêndio, entre outros. Dessa
forma, pela falta de dados para embasamento de parâmetro de desempenho a
ser atingido, o benchmark proposto segue as referências do LEED níveis B, I e S
(redução de 30, 35 e 40%, respectivamente).
Quanto à medição setorizada, apenas 3 edifícios (6, 11 e 12 - 20% do total
amostrado) não fazem a medição do consumo de água de forma separada.
Outros 53,3% (1, 4, 5, 7, 8, 10, 14 e 15) somente fazem essa medição separada
para as lojas, quando existentes, praticando a medição do consumo de água das
salas com a do condomínio, atingindo, então, nível B de desempenho. Os
restantes 26,7% (2, 3, 9, 13) apresentam medição setorizada do consumo de
água por salas e lojas ou por pavimento comercial (nível de desempenho S).
No que se refere ao sistema de gestão da água pluvial, constatou-se que, com
exceção do edifício 6, todos os demais edifícios, 93,3%, possuem caixa de
captação de águas pluviais, no entanto, não possuem sistema de
reaproveitamento dessas águas que são direcionadas para a sarjeta e
encaminhando-as ao sistema público de coleta de águas superficiais. Em 20%
dos edifícios (2, 3 e 7) observou-se a utilização de pavimentos semipermeáveis,pavimento intertravado com grama (80% de permeabilidade) como medida de
infiltração da água da chuva no solo. Uma vez que não foi possível calcular o
zoneamento o percentual de permeabilização dos terrenos em edificações de
Belo Horizonte.
O nível I de desempenho é obtido quando a vazão de água pluvial destinada ao
sistema público de drenagem urbana é de 20% a 40% da vazão gerada no lote(retenção de no mínimo 60% do volume) e o nível S, quando a vazão de água
pluvial destinada ao sistema público de drenagem urbana é de 0% a 20% da
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vazão gerada no lote (retenção de no mínimo 80% do volume).
Apenas 13,3% dos edifícios analisados (edifícios 13 e 14) possuem facilidade
de acesso para manutenção e substituição de componentes do sistemahidráulico e sanitário do edifício (shafts inspecionáveis, áreas técnicas, registros
no barrilete e colunas de distribuição). As áreas técnicas consideradas foram:
casa de máquinas, casa de bombas, sala de automação predial, casa de
máquinas para ar condicionado, sala de barrilete, entre outros.
20% dos edifícios (6, 8 e 15), não possuem shaft , nem mesmo nãoinspecionável. Os 10 edifícios restantes (66,7% da amostra) possuem shaft não
inspecionável. Todos os edifícios, exceto o 8, (93,3%) possuem áreas técnicas.
Os edifícios 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 13 e 14 (80% do total) possuem registro
no barrilete.
Propõe-se um nível de desempenho B a previsão de espaços para manutençãoe reforma, de modo que toda a tubulação possa ser substituída sem danificar
elementos estruturais; nível I a previsão de espaços para manutenção e reforma
e tubulação embutida em dutos ou no forro, de modo que toda a tubulação
possa ser substituída sem danificar elementos estruturais ou acabamentos; e
nível S, a previsão de espaços para manutenção e reforma de sistemas isolados
e outras medidas que permitam fácil substituição da tubulação sem danificar os
acabamentos, conforme estabelecido por Fossati (2008) utilizando
Quanto aos requisitos projeto dos reservatórios e entrada de gases para o
interior dos ambientes sanitários, todos os edifícios atenderam aos critérios
avaliados, no entanto, o projeto hidráulico do edifício 12 não dispunha de
informações suficientes para se analisar a entrada de gases, inviabilizando,portanto, a avaliação. O requisito continuidade do fornecimento de água foi
atendido em 86,7% dos edifícios (excetuaram-se os edifícios 6 e 12),
considerando os cálculos já descritos anteriormente e as recomendações das
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considerando os cálculos já descritos anteriormente e as recomendações das
NBR 5626/98.
Dessa forma, quanto ao desempenho dos sistemas hidráulicos, propôs-se um
nível B de desempenho o atendimento à NBR 5626/98, reservatório de água
compatível com o número de usuários, atendimento à NBR 8160/99 e
aterramento das tubulações metálicas, de equipamentos e acessórios metálicos,
por se tratar de critérios atendidos pela maioria dos edifícios, configurando-se
como prática corrente. Para os requisitos que não puderam ser analisados,
utilizou-se como referência o nível de desempenho estabelecido por Fossati(2008) nos levantamento de dados realizados em Florianópolis – SC.
Quanto ao tratamento e qualidade dos efluentes, todos os edifícios direcionam
seus efluentes sanitários ao sistema público de coleta e tratamento de esgoto,
não apresentando, portanto, sistema de tratamento local de efluentes. Propôs-se
para esse requisito o nível de desempenho B a coleta de esgoto sanitáriorealizada pela rede pública, por ser prática comum a todos os edifícios.
O nível I de desempenho proposto contempla a realização de tratamento dos
efluentes no local, por uma unidade de Tratamento de Esgoto de pequeno porte
ou tratamento dos efluentes por zonas de raízes, respeitando as condições e
padrões de lançamento de efluentes fixados na Resolução do CONAMA357/2003. O nível S de desempenho contempla a realização de tratamento de
100% dos efluentes no local, também por uma Estação de Tratamento de Esgoto
6. CONCLUSÕES
A água deve ser considera um insumo finito, tanto em termos de quantidade
como de qualidade, pois se trata de um bem de valor econômico, indispensável
à garantia da saúde pública e à manutenção da vida. Por esta razão, a água
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deve ser conservada em quantidade e qualidade de maneira a prorrogar o
atendimento às necessidades dos usuários e à sustentabilidade do edifício e de
seu entorno.
A gestão da água em edifícios é indispensável, uma vez que contribui para
mitigar os problemas de escassez, amenizar a poluição em águas superficiais e
profundas e, ainda, reduzir os riscos de inundação em centros urbanos. Assim, a
gestão do uso da água em edifícios, considerando entre outros aspectos, o
suprimento de água potável; a gestão de águas pluviais; e
o esgotamentosanitário, devem ser incentivada e valorizada utilizando-se tecnologias e práticas
já existentes no mercado, visando o melhor desempenho ambiental das
edificações.
Nesse contexto, por meio da presente pesquisa, foi possível a sistematização
das principais tecnologias e práticas existentes, voltadas para o uso eficiente da
água em edificações, de forma a promover a sustentabilidade dos edifícios no
que concerne ao uso desse recurso.
A pesquisa relacionou diversas práticas e tecnologias existentes, destinadas ao
tratamento e reuso de água residuárias e pluviais, possíveis que podem ser
implementadas sem prejudicar as necessidades e o conforto dos usuários.
Aliado a essas ações, práticas que permitam a infiltração segura da água da
chuva no solo devem ser empregadas também com o intuito de abastecer o
A lista de espécies nativas com potencial ornamental sistematizada nesta
pesquisa é uma importante contribuição aos profissionais da área, no sentido de
servir de orientação e incentivo de uso e valorização da flora local, aliada à
menor demanda hídrica dessas espécies, o que justifica seu emprego nopaisagismo eficiente.
Observou-se, com o estudo dos principais métodos de avaliação da
sustentabilidade de edifícios que os requisitos relacionados ao uso da água são
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sustentabilidade de edifícios, que os requisitos relacionados ao uso da água são
sempre considerados e valorizados, o que demonstra preocupação com a
gestão desse recurso e com a minimização dos impactos gerados pelos
empreendimentos.
A evolução dos métodos e o aumento das certificações de edifícios no Brasil e
no mundo sinaliza a aceitação e a busca por construções mais sustentáveis. A
adaptação dos métodos internacionalmente difundidos aos contextos regionais
tem sido feita no sentido de considerar as particularidades e necessidades dos
locais de aplicação e de se aproximar ao máximo da realidade praticada.
No Brasil, além das adaptações que vem sendo feitas no método LEED, tem-se
o referencial AQUA adaptado da metodologia francesa HQE e, mais
recentemente, o lançamento da certificação Casa Azul da Caixa Econômica
Federal que demonstram os esforços e a pertinência da utilização de uma
metodologia orientada para a promoção da sustentabilidade em edificações, emforma de certificação.
O desenvolvimento da pesquisa possibilitou a compreensão e a compilação dos
requisitos e parâmetros considerados na avaliação da eficiência do uso da água
em edificações, utilizados por métodos internacionais e nacionais de avaliação
da sustentabilidade de edifícios. A sistematização dos requisitos mais relevantese coerentes com as práticas construtivas locais em um checklist pode ser
utilizado como uma ferramenta norteadora e um ponto de partida de projetos
edifícios de alto padrão, destinados a escritório de luxo. Nenhuma edificação
avaliada pleiteava alguma certificação ambiental.
Conclui-se, ainda, que o tema sustentabilidade ainda é pouco priorizado no
momento de elaboração dos projetos dos edifícios, não configurando, pois,prática comum da construção local, observando-se os limites e
representatividade desta pesquisa. Além disso, percebeu-se a desinformação e
resistência de muitos projetistas em relação ao tema no entanto em geral
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resistência de muitos projetistas em relação ao tema, no entanto, em geral,
demonstraram interesse e solicitaram feedback dos resultados obtidos pela
pesquisa.
Muitos projetistas demonstraram preocupação em disponibilizar os projetos, não
elaborados em consonância com diretrizes sustentáveis, justificando que muitas
vezes não é de interesse do cliente por demandarem um investimento inicial
maior. No entanto, mostraram interesse em introduzir requisitos sustentáveis nos
projetos das edificações a médio e longo prazo.
Acredita-se que a definição clara de requisitos de sustentabilidade auxiliará os
construtores e projetistas a incorporá-los aos empreendimentos e definirá
objetivamente quais aspectos uma edificação deve apresentar para ser
considerada sustentável.
A definição desses parâmetros de referência, além de sinalizar o panorama da
construção civil em Belo Horizonte, é um importante indicador da situação atual,
e de estabelecimento de metas de sustentabilidade a que se deseja chegar.
Esses resultados podem auxiliar também na adaptação e atualização dos
referenciais das metodologias de avaliação existentes, de forma a refletirem o
padrão de construção local e ser coerentes com a realidade de onde se quer
aplicar a certificação.
Dessa forma, defende-se que esses levantamentos de dados deveriam ser
6.1. Sugestões para trabalhos futuros
Devido às restrições de tempo, em um programa de mestrado, não foi possível
contemplar nesta pesquisa outras categorias de sustentabilidade, tais como
energia, materiais, uso e ocupação do solo, transporte e acessibilidade,qualidade do ambiente interno, entre outros, ou, ainda, outras tipologias de
edificações como a residencial.
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Dessa forma, sugere o estudo de outras categorias de sustentabilidade, outras
tipologias de edificações e de projetos de reformas ou de desconstrução,
considerando que a pesquisa restringiu-se a projetos de novos edifícios.
Em função de o levantamento de dados ter sido realizado apenas em Belo
Horizonte, os benchmarks definidos (obtidos no levantamento de dados) podem
variar significativamente de região para região. Sugere-se, portanto, que
levantamentos de dados, pautados nos mesmos parâmetros ou outros, sejam
realizados em outras localidades com o objetivo de gerar um banco de dadosconsistente e nacionalmente representativo.
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ANEXOS
ANEXO 1 – Lista de espécies vegetais nativas com potencial ornamental
Plantas com alta demanda de água (necessitam de água diariamente)
Família Nome científico Nome popular Bioma Tipo
Mata
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CerradoMata
Atlântica Arbusto Erva Trepadeira
Acanthaceae Chamaeranthemum venosum prateadinha X X
Acanthaceae Justicia brasiliana jacobina-vermelha X XAcanthaceae Justicia carnea justícia X XAcanthaceae Justicia pectoralis trevo-do-pará X XAcanthaceae Justicia rizzinii farroupinha XAcanthaceae Justicia scheidweileri camarão-rosa XAcanthaceae Ruellia elegans ruélia-vermelha XAcanthaceae Ruellia makoyana planta-veludo D DAmaryllidaceae Crinum americanum crino-cor-de-rosa X X X
Araceae Caladium bicolor tinhorão X X XAraceae Philodendron bipinnatifidum banana-de-imbê X X XAraceae Philodendron imbe folha-de-fonte D D XAraceae Philodendron martianum babosa-de-árvore X XAraceae Philodendron renauxii filodendro-rasteiro X XAraceae Philodendron hederaceum filodendro-brasil X XAraceae Philodendron selloum guaimbê XAraceae Philodendron speciosum filodendro X X
Araceae Philodendron undulatum guaimbê-da-folha-ondulada X X X
Araceae Philodendron williamsii imbê X XAraceae Pistia stratiotes alface-d'água X X XAraceae Xanthosoma sagittifolium taiá-variegado X XAristolochiaceae Aristolochia gigantea papo-de-peru-grande X X X
Begoniaceae Begonia aconitifolia begônia-metálica X XBegoniaceae Begonia coccinea begônia-asa-de-anjo X XBegoniaceae Begonia cucullata azedinha-do-brejo X X XBegoniaceae Begonia inciso-serrata begônia-folha-de-leque X XBegoniaceae Begonia paulensis begônia-teia-de-aranha X XBegoniaceae Begonia reniformis begônia-folha-de-videira X X XB i B i b ô i t d X X
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Begoniaceae Begonia venosa begônia-prateada X XCommelinaceae Dichorisandra thyrsiflora dicorisandra X
Compositae(Asteraceae) Sphagneticola trilobata mal-me-quer X X
Convolvulaceae Evolvulus glomeratus azulzinha X X XDicksoniaceae Dicksonia sellowiana samambaiaçu XEquisetaceae Equisetum giganteum cavalinha-gigante X X XGesneriaceae Gloxinia perennis gloxínia X XGesneriaceae Seemania sylvatica semânia X XGesneriaceae Nautilocalyx sp planta-chocolate X XGesneriaceae Nautilocalyx forgetii planta-chocolate X XGesneriaceae Nematanthus gregarius peixinho X XGesneriaceae Nematanthus wettsteinii peixinho X XGesneriaceae Sinningia speciosa gloxínia X XGleicheniaceae Gleichenella pectinata samambaia-de-barranco X X XLimnocharitaceae Limnocharis flava mureré X X XMarantaceae Calathea aemula calatéia X XMarantaceae Calathea backemiana maranta D D XMarantaceae Calathea burle-marxii cristal X X
Marantaceae Calathea cylindrica maranta-de-burle-marx-verde
X X
Marantaceae Calathea insignis maranta-cascavel X XMarantaceae Calathea leopardina maranta-leopardo D D XMarantaceae Calathea louisae maranta X XMarantaceae Calathea makoyana maranta-pavão X X
Marantaceae Calathea medio-picta maranta-franjada D D XMarantaceae Calathea rufibarba maranta-peluda X XMarantaceae Calathea zebrina calatéia-zebra X XMarantaceae Ctenanthe oppenheimiana maranta-variegada D D XMarantaceae Ctenanthe setosa maranta-cinza X XMarantaceae Maranta bicolor maranta-bicolor X XMarantaceae Maranta leuconeura maranta bigode de gato X
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Marantaceae Maranta leuconeura maranta-bigode-de-gato XMarantaceae Maranta leuconeura maranta-pena-de-pavão X X X
Marantaceae Stromanthe schottiana caetê-bravo X XMelastomataceae Tibouchina heteromalla orelha-de-onça X XMelastomataceae Tibouchina moricandiana quaresmeira-arbustiva X XMelastomataceae Tibouchina mutabilis manacá-da-serra X XMelastomataceae Tibouchina radula orelha-de-urso-branca X XMelastomataceae Tibouchina stenocarpa quaresmeirinha X XMusaceae(Heliconiaceae)
Heliconia acuminata tracoá X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia angusta Helicônia-vermelha X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia bihai caetê-vermelho X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia chartacea caetê-bravo X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia episcopalis chapéu-do-bipo X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia hirsuta pacová X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia latispatha heliconia-asa-de-arara X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia pseudoaemygdiana helicônia-amarela X X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia psittacorum helicônia-papagaio X X X
Musaceae(Heliconiaceae) Heliconia psittacorum caetê-tocha X XMusaceae(Heliconiaceae)
Heliconia x rauliniana caetê-papagaio X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia richardiana caetê-pequeno X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia rostrata helicônia X X
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(Heliconiaceae)Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia stricta caetê-sanguíneo X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia velloziana helicônia X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia wagneriana tracoá X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Phenakospermum guyanensis
pacová-sororoca X X
Musaceae(Heliconiaceae)
Heliconia bihai banana-do-mato X X
Nymphaeaceae Victoria regia vitória-régia X XOnagraceae Fuchsia regia brinco-de-princesa-da-
mataX X
Passifloraceae Passiflora alata maracujá-peroba X X XPassifloraceae Passiflora coccinea maracujá-de-flor-
vermelhaX X
Piperaceae Piper umbellatum pariparoba X X XPolypodiaceae Blechnum brasiliense samambaiaçu-do-brejo XPontederiaceae Eichornia azurea aguapé X X X
Pontederiaceae Eichornia crassipes aguapé; mureré X X XPteridaceae Adianthum raddianum avenca X X
Pteridaceae Adianthum subcordatum avencão X X
Plantas com média demanda de água (necessitam de água em dias alternados)Família Nome científico Nome popular Bioma Tipo
CerradoMata
Atlântica Arbusto Erva Trepadeira
Amaranthaceae Alternanthera dentata periquito-gigante X XAmaryllidaceae Alstroemeria caryophyllacea jacinto X X
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Amaryllidaceae Alstroemeria psittacina alstreméria X X XAmaryllidaceae Hippeastrum puniceum amarílis X X XAmaryllidaceae Hippeastrum reginae açucena X X XAmaryllidaceae Hymenocallis littoralis lírio-aranha X X XArecaceae Allagoptera arenaria caxondó XArecaceae Allagoptera brevicalyx caxandó XArecaceae Allagoptera campestris buri XArecaceae Allagoptera leucocalyx coco-da-chapada XArecaceae Attalea geraensis indaiá-do-campo XArecaceae Acrocomia aculeata macaúba X
Arecaceae Acrocomia hassleri coquinho do campo XArecaceae Allagoptera campestris XArecaceae Astrocaryum campestre jarivá XArecaceae Attalea dubia camarinha XArecaceae Attalea exigua coco-catolé XArecaceae Attalea humilis catolé XArecaceae Attalea oleifera andaiá XArecaceae Butia capitata butiá-capitata X
Arecaceae Butia archeri butiá XArecaceae Euterpe edulis palmito-doce X
Arecaceae Geonoma rubescens ouricana-de-folha-larga XArecaceae Geonoma schottiana aricanga-do-brejo XArecaceae Geonoma brevispatha ouricana XArecaceae Geonoma elegans guarincanga-de-bengala X
Arecaceae Lytocaryum weddellianum palmeira-de-petrópolis XArecaceae Mauritiellla armata caraná XArecaceae Syagrus flexuosa acumã XArecaceae Syagrus comosa babão XArecaceae Syagrus duartei coqueirinho XArecaceae Syagrus flexuosa coco-do-campo XArecaceae Syagrus glaucescens palmeirinha-azul X
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y g g c c pa e a a uArecaceae Syagrus macrocarpa maria-rosa X X
Arecaceae Syagrus oleracea gueiroba XArecaceae Syagrus petrea coco-vassoura XArecaceae Syagrus pleioclada palmeirinha XArecaceae Syagrus romanzoffiana jerivá X XArecaceae Syagrus ruschiana coco-de-pedra XBromeliaceae Aechmea blanchetiana bromélia X XBromeliaceae Aechmea fasciata vaso-prateado X XBromeliaceae Alcantarea imperialis bomélia-imperial X XBromeliaceae Alcantarea regina bromélia-raínha X XBromeliaceae Ananas bracteatus ananás-vermelho X X XBromeliaceae Guzmania ligulata gusmânia-cherry X XBromeliaceae Neoregelia carolinae bromélia X XBromeliaceae Pitcairnia flammea bromélia X XBromeliaceae Vriesea incurvata gravatá X XClusiaceae Clusia fluminensis clúsia X XCombretaceae Combretum fruticosum escovinha X X XIridaceae Neomarica caerulea pseudo-iris-azul X XIridaceae Neomarica candida íris-da-praia X X
Leguminosae-Caesalpinioideae
Senna alata maria-preta X X X
Leguminosae-Caesalpinioideae
Senna appendiculata fedegoso-rasteiro X X X
Leguminosae-Caesalpinioideae
Senna polyphylla cássia-baiana X X
Leguminosae-Papilionoideae
Arachis repens amendoim-rasteiro X X
Leguminosea-Mimosoideae
Calliandra brevipes esponja X X
Leguminosea-Mimosoideae
Calliandra harrisii caliandra X X
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Leguminosea-Mimosoideae
Calliandra tweedii esponjinha-vermelha X X
Lythraceae Cuphea fruticosa cuféia X X XMalpighiaceae Banisteriopsis oxyclada cipó-prata X XMalpighiaceae Galphimia brasiliensis resedá-amarelo X XMalpighiaceae Peixotoa reticulata cipó-de-ouro X XMalpighiaceae Stigmaphyllon ciliatum estigmafilo X XMalpighiaceae Stigmaphyllon tomentosum cipó-ouro X XPortulaceceae Portulaca grandiflora portulaca X X XPortulaceceae Talinum tringulare beldroega-graúda X X
Rubiaceae Galianthe brasiliensis poaia-do-campo X X XRubiaceae Manettia coccinea trepadeira-sanguínea X XRubiaceae Randia armata randia X XRubiaceae Tocoyena bulatta araçarana X X XSolanaceae Brunfelsia uniflora manacá-de-cheiro X X XSolanaceae Cestrum corymbosum coerana-amarela X XSolanaceae Lycianthes asarifolia folha-de-batata XSolanaceae Nicotiana alata jasmim-tabaco X
Solanaceae Petunia axillaris petúnia X XSolanaceae Petunia integrifolia petúnia-perene X X
Solanaceae Solandra grandiflora solandraSolanaceae Solanum seaforthianum trepadeira-doce-amarga XSterculiaceae Helicteres brevispira saca-rolha XTropaeolaceae Tropaeolum warmingianum chagas X X
Urticaceae Pilea nummularifolia dinheiro-em-penca XVerbenaceae Duranta parvifolia violeteira X XVerbenaceae Lantana camara lantana-cambará X X XVerbenaceae Lantana fucata cambará-lilás X X XVerbenaceae Lantana undulata lantana-branca X XVerbenaceae Petrea subserrata flor-de-são-miguel X XVerbenaceae Stachytarpheta cayennensis gervão-azul X X X
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Verbenaceae Stachytarpheta martiana gervão-de-jardim X X
Verbenaceae Verbena rigida erva-arame XZingiberaceae(Costaceae)
Chamaecostus cuspidatus cóstus-de-fogo X X
Zingiberaceae(Costaceae
Costus spiralis caatinga X X X
Plantas com baixa demanda de água (necessitam de água uma vez por semana)
Família Nome científico Nome popular Bioma Tipo
CerradoMata
AtlânticaArbusto Erva Trepadeira
Agavaceae Furcraea foetida piteira X XApocynaceae Allamanda cathartica alamanda-amarela X X XApocynaceae Allamanda laevis alamanda-arbustiva X X XApocynaceae Allamanda polyantha alamanda-ereta X
Apocynaceae Tabernaemontana laeta jasmim-de-leite X XBignoniaceae Cuspidaria convoluta cuspidária X X
Bignoniaceae Cuspidaria convoluta "Alba" cuspidária-branca X XBignoniaceae Cuspidaria floribunda cuspidária X XBignoniaceae Distictella elongata cipó-trombeta X XBignoniaceae Fridericia speciosa cipó-vermelho X X
Bignoniaceae Macfadyena unguis-cati unha-de-gato X XBignoniaceae Mansoa difficilis cipó-de-sino X X X XBignoniaceae Memora axillaris caroba-amarela X XBignoniaceae Memora peregrina cipó-arame X XBignoniaceae Pyrostegia venusta flor-de-são-joão X XBignoniaceae Arrabidaea brachypoda cipó-una X XBignoniaceae Arrabidaea candicans cipó-roxo X X
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Bignoniaceae Arrabidaea florida cipó-neve X X
Bignoniaceae Arrabidaea patellifera cipó-roxo X XCactaceae Opuntia vulgaris palma-brava X XCactaceae Schlumbergera truncada flor-de-maio X XCompositae(Asteraceae)
Bidens rubifolia picão-amarelo X X
Compositae(Asteraceae)
Centratherum punctatum perpétua-roxa X X X
Convolvulaceae Evolvulus pusillus gota-de-orvalho X X XConvolvulaceae Ipomoea asarifolia Salsa-brava X X
Convolvulaceae Ipomoea cairica corriola X X XConvolvulaceae Ipomoea carnea algodão-bravo X X XConvolvulaceae Ipomoea hederifolia jitirana X X XConvolvulaceae Turbina corymbosa lençol-branco X X
Legenda:
D – domínio fitogeográfico desconhecido
ANEXO 2 – Planilha de apoio para levantamento de dados
AGUA
1 - Redução do consumo de água potável1.1 Componentes economizadores de águaAssinalar os componentes economizadores de água especificados para o edifício: ( ) torneira com funcionamento hidromecânico ( ) mictório com válvula de acionamento por sensor de presença ( ) torneira com sensor de presença ( ) mictório com válvula de descarga temporizada ( ) torneira com acionamento por válvula de pé ( ) mictório sem água
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( ) torneira com acionamento por pedal ( ) bacias sanitárias com caixa acoplada e volume de descarga igual a 6 litros
( ) torneira de comando restrito ( ) bacias sanitárias com caixa acoplada e válvula de comando acionamentopor sensor de presença ( ) arejadores ( ) bacias sanitárias com caixa acoplada e sistema dual flush ( ) mictórios de acionamento hidromecânico ( ) dispositivos restritores de vazão ( ) outro:1.2 Redução de consumo de água potável para irrigaçãoHá vegetação a ser irrigada no terreno? Sim ( ) Não ( )
Caso afirmativo:
São utilizadas espécies da flora local? Sim ( ) Não ( )
Há sistema de irrigação permanente instalado? Sim ( ) Não ( )
Caso exista sistema permanente instalado: São utilizadas tecnologias eficientes de irrigação? Sim ( ) Não ( ) Descrever quais:
A irrigação será feita com água da chuva captada? Sim ( ) Não ( )
A irrigação será feita com água de reuso? Sim ( ) Não ( )
Caso esteja prevista irrigação com água da chuva ou de reuso, verificar a porcentagem de redução do consumo de água potável parairrigação:
Caso a irrigação não seja feita com água da chuva ou de reuso, como será feita?
1.3 Redução do consumo de água potável para descarga de bacias sanitárias e mictórios É utilizada água da chuva para descargas? Sim ( ) Não ( )É utilizada água de reuso para descargas? Sim ( ) Não ( )Caso aplicável, verificar a porcentagem de redução do consumo de água potável para descarga de bacias sanitárias e mictórios:Água da chuva é utilizada em outros pontos de consumo (torneiras, chuveiros,...)? Sim ( ) Não ( )Água de reuso é utilizada em outros pontos de consumo (torneiras, chuveiros,...)? Sim ( ) Não ( )1.4 Redução do consumo de água potável na torre de resfriamento Existe torre de resfriamento de água servindo o edifício? Sim ( ) Não ( )Caso afirmativo, o sistema de resfriamento utiliza água potável? Sim ( ) Não ( )
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Caso não utilize água potável, descrever a procedência da água utilizada na torre de resfriamento:
1.5 Redução do consumo de água potável para limpeza de ambientes Será utilizada água potável para limpeza de calçadas? Sim ( ) Não ( )Caso negativo, como será feita? Utilização de água da chuva ( ); água de reuso ( ); outra fonte:_____________ para a limpeza de calçadasSerá utilizada água potável para limpeza de vidros e fachadas? Sim ( ) Não ( )Caso negativo, como será feita? Utilização de água da chuva ( ); água de reuso ( ); outra fonte:_____________ para limpeza de vidros e fachadasCaso aplicável, verificar a porcentagem de redução do consumo de água potável para limpeza dos ambientes:1.6 Redução do consumo de água potável para abastecimento do reservatório de combate a incêndio É utilizada água da chuva ou água de reuso para abastecimento do reservatório de combate a incêndio? Sim ( ) Não ( )
1.7 Localização otimizada de aquecedores e isolamento da tubulação de água quente Existe aquecedor para aquecimento da água? Sim ( ) Não ( )
Caso afirmativo:Qual o tipo do aquecedor? (a gás, solar,...)A localização do aquecedor minimiza as distâncias aos pontos de consumo de água quente? Sim ( ) Não ( )Foi realizado o isolamento da tubulação de água quente? Sim ( ) Não ( )
1.8 Detecção de vazamentosÉ prevista a verificação de vazamentos na rede hidráulica? Sim ( ) Não ( )
Caso afirmativo, qual método de detecção?1.9 Medição setorizada
É realizada medição setorizada (em cada sala, loja ou pavimento) do consumo de água? N.A. ( ) Sim ( ) Não ( )Existem sistemas de medição do consumo de água instalados nos sistemas de irrigação? Sim ( ) Não ( )
2 - Sistema de gestão da água pluvial
2.1 Uso de sistemas de infiltração e retenção de águaÉ feita a retenção das águas pluviais durante as precipitações? Sim ( ) Não ( )
Caso afirmativo:É feito o aproveitamento de águas pluviais captadas? Sim ( ) Não ( )Onde é aplicada a água da chuva captada?
São utilizadas medidas de infiltração da água pluvial no solo (pavimentos semipermeáveis, valas ou poços de infiltração, calçadas emcubos de pedra, entre outros)?
Sim ( ) Não ( )
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3 - Manutenção dos sistemas prediais hidráulicos e sanitários
3.1 Facilidade de acesso para manutenção e substituição de materiais e componentes do sistema hidráulico e sanitárioO acesso a materiais e componentes do sistema hidráulico e sanitário, para manutenção e substituição, é facilitado pela existência de:- shafts inspecionáveis? Sim ( ) Não ( )- áreas técnicas? Sim ( ) Não ( )- outros:Existem registros de fechamento:- no barrilete? Sim ( ) Não ( )
- nas colunas de distribuição de água? Sim ( ) Não ( )
4 – Qualidade e desempenho dos sistemas prediais hidráulicos e sanitários 4.1 Organização e proteção dos sistemas prediais hidráulicos As tubulações suspensas são aparentes? Sim ( ) Não ( )Será feita a separação dos sistemas prediais pela identificação com cores diferentes? Sim ( ) Não ( )Caso negativo, que método é utilizado para a diferenciação?Caso afirmativo, identificar as cores utilizadas:
- tubulação de água potável:- tubulação de combate à incêndio:
- tubulação da água de reuso:- tubulação que transporta águas pluviais:- tubulação que transporta esgoto sanitário:Os reservatórios de água da chuva ou de reuso são identificados com alerta aos usuários de que a água não é potável? N.A. ( ) Sim ( ) Não ( )
As torneiras de água da chuva ou de reuso são identificadas com frases alertando os usuários que a água não é potável? N.A. ( ) Sim ( ) Não ( )São utilizadas torneiras de acesso restrito, operadas com sistemas de chaves destacáveis, para evitar o consumo de formaincorreta?
N.A. ( ) Sim ( ) Não ( )
É feita a proteção das conexões dos diferentes sistemas, evitando a ligação cruzada do sistema de esgotos sanitários ou de sistemasque transportam água proveniente de fontes alternativas com os sistemas prediais que transportam água potável?
Sim ( ) Não ( )
4.2 Controle da temperatura nos sistemas prediais hidráulicos Existem pontos de abastecimento de água quente? Sim ( ) Não ( )
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Caso afirmativo:
Quais/quantos?
O sistema predial de água fria é isolado do sistema predial de água quente? N.A. ( ) Sim ( ) Não ( )Existem aquecedores de água? Sim ( ) Não ( )
Caso afirmativo:Os aquecedores são dotados de dispositivos automáticos de controle da temperaturamáxima admissível da água?
Sim ( ) Não ( )
Atendem a NBR 7198/93 (Tmáx = 70ºC)? Sim ( ) Não ( )Existem aparelhos de acumulação elétrica? Sim ( ) Não ( )Existem aparelhos de acumulação a gás? Sim ( ) Não ( )
Caso afirmativo:Os aparelhos de acumulação serão providos de dispositivos de alívio para o caso de sobrepressão? Sim ( ) Não ( )E de dispositivo de segurança que corte a alimentação de energia/gás em caso de superaquecimento? Sim ( ) Não ( )
Existe torre de resfriamento servindo o edifício? Sim ( ) Não ( )Caso afirmativo,
será feito o controleda temperatura:
Nos ramais de distribuição? Sim ( ) Não ( )
Nos dispositivos de acumulação? Sim ( ) Não ( )
4.3 Projeto dos reservatórios Os reservatórios são fechados com tampas? Sim ( ) Não ( )A localização dos reservatórios de água permite inspeção e limpeza periódicas? Sim ( ) Não ( )Os reservatórios possuem dispositivos de extravasão, limpeza e ventilação? Sim ( ) Não ( )
4.4 Continuidade do fornecimento de água O projeto do sistema predial de suprimento de água prevê reservatório compatível com o número de usuários do edifício? (consumodiário de 60 litros/dia percapita e taxa de ocupação de uma pessoa por 6,00 m2 de área)
Sim ( ) Não ( )
O volume do reservatório supre as necessidades do edifício conforme NBR 5626/98? Sim ( ) Não ( )
Caso aplicável, verificar o dimensionamento do reservatório de água da chuva:O dimensionamento do reservatório de água da chuva é adequado? Sim ( ) Não ( )4.5 Provisão de água com a qualidade requerida, vazões, pressões e temperaturas adequadas ao uso e horário em que o usuário necessita Verificar volumes e cotas dos reservatórios:Verificar atendimento das pressões dinâmicas mínimas de cada aparelho sanitário:Verificar o dimensionamento dos diâmetros das tubulações:Os sistemas prediais hidráulicos e sanitários foram projetados de maneira a proporcionar conforto aos usuários, com temperatura,pressão volume e vazão compatíveis com o uso associado a cada ponto de utilização?
Sim ( ) Não ( )
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pressão, volume e vazão compatíveis com o uso associado a cada ponto de utilização?
4.6 Geração de ruídos, grandes vibrações e sobrepressão nos componentes dos sistemas A velocidade de escoamento da água especificada em projeto é menor que 3,0m/s? Sim ( ) Não ( )As tubulações, equipamentos e outros componentes sujeitos a esforços dinâmicos foram isolados, de forma que vibrações não sejampropagadas à estrutura de sustentação do edifício?
Sim ( ) Não ( )
Foram especificados componentes que não permitem fechamentos repentinos? Sim ( ) Não ( )4.7 Entrada de gases para o interior dos ambientes sanitários Existem desconectores para garantir a estanqueidade aos gases? Sim ( ) Não ( )Verificar se as extremidades abertas dos tubos ventiladores primários (ou coluna de ventilação) situados na cobertura do edifício guardam distâncias da
cobertura, janelas e portas de acordo com o previsto na NBR 8160/99.4.8 Segurança: aterramento da tubulação metálica, de equipamentos, acessórios e de aquecedores elétricos
Foi realizado o aterramento (direto ou indireto) das tubulações, equipamentos e acessórios metálicos? Sim ( ) Não ( )
Caso afirmativo, quais os componentes aterrados?
Os aquecedores elétricos foram interligados ao sistema de aterramento através de condutor de proteção? N.A. ( ) Sim ( ) Não ( )
5 - Tratamento e qualidade dos efluentes5.1 Sistema de Coleta de EsgotoA coleta do esgoto sanitário é feita pela rede pública? Sim ( ) Não ( )Caso afirmativo, está previsto um pré-tratamento dos efluentes observando o padrão de qualidade exigido pela legislação local? Sim ( ) Não ( )
Caso negativo, o tratamento do esgoto é realizado no local? Sim ( ) Não ( )Caso o tratamento
do esgoto sejarealizado no local:
Como é feito? (fossa séptica, filtro anaeróbio, tratamento dos efluentes com zona de raízes, ETE...)Verificar a porcentagem do esgoto tratado no local:Caso seja realizado tratamento dos efluentes com zona de raízes, descrever as plantas e sistema utilizado:
No caso de descartede efluentes emcorpos d’água:
Serão obedecidas às condições estabelecidas pela Resolução 357 do CONAMA? N.A. ( ) Sim ( ) Não ( )
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6 Materiais componentes dos sistemas prediais hidráulicos e sanitários
6.1 Qualidade e durabilidade dos materiais
Houve a preocupação com a especificação de produtos da cesta básica de materiais em conformidade com o PBQP-H? Sim ( ) Não ( )
A escolha dos materiais foi compatível com a natureza da água distribuída? Sim ( ) Não ( )
Listar materiais e respectivos fabricantes. Comparar com a lista de fabricantes em conformidade e não conformidade do site do PBQP-H
tubos e conexões de PVC:metais sanitários:
louças sanitárias:
Caso não sejam de empresas qualificadas, verificar se os produtos e componentes são adequados às legislações e normas técnicas (consultarfornecedores)
tubos e conexões de PVC:
metais sanitários:
louças sanitárias:
6.2 Ergonomia
Verificar as dimensões (em metros) de:
Banheiro: Vaso sanitário: Vaso sanitário com caixa acoplada: Lavatório: Lavatório com bancada:Copa:
Os aparelhos sanitários respeitam as alturas e dimensões mínimas, definidas no código de obras e no projeto de norma dedesempenho (ABNT 02.136.01-001/1, 2007a; ABNT 02.136.01-001/6, 2007b), para o conforto ergonômico dos usuários?
Sim ( ) Não ( )