Doenças Em Piscicultura

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PATOLOGIA EM PEIXES

DE ÁGUA DOCEDE ÁGUA DOCE

Profa. Dra. Janessa Abreu

Disciplina: Piscicultura/Criação e manejo de peixes em cativeiro

PISCICULTURAPISCICULTURAPISCICULTURAPISCICULTURAPISCICULTURAPISCICULTURAPISCICULTURAPISCICULTURA

� Problemas na implantação de um programaprofilático ou terapêutico.

Patologia de organismos aquáticos tropicais:

MistérioMistério !!

� Programas propostos são exclusivamente parapaíses de clima temperado.

� Ictiopatologia � estudo das causas,conseqüências e tratamento das doenças dospeixes.

� Enfermidade � aparição de anomalias docomportamento (sintomas) e/ou da integridadecomportamento (sintomas) e/ou da integridadecorpórea (lesões).

Causas de doenças em peixes:

Origem das enfermidades

A. Anus H. Sist. digestivoB. Boca I. FígadoC. Brânquias J. Cavidade corpoD. Linha lateral L. MusculaturaE. Nadadeiras M. Bexiga natatóriaF. Narinas N. Sist. reprodutivoG. Olho 0. Pele

1. Bactérias, Vírus 7. Acanthocephala2. Fungos 8. Nematoda3. Protozoa 9. Isopoda 4. Monogenia 10. Branchiura5. Digenea 11. Copepoda 6. Cestoda 12. Hirudinea

O estresse é um dos fatores mais importantes

� Instalação de doenças independe da categoria

da piscicultura. São advindas:

- manejo inadequado - fatores extrínsecos

� O estresse é um dos fatores mais importantes

no desencadeamento do processo saúde-

doença em peixes.

Queda na imunidade

ESTRESSETraumatismos

naturais

Ambiente(temperatura e luminosidade)

Fatores inerentes aos peixes ESTRESSE naturais

(captura, transporte, etc.)aos peixes

(ciclo reprodutivo, estado nutricional, etc.)

Composição físico-química da água

(O2 dissolvido, pH, amônia, etc.)

� IDEAL: prevenção das doenças

Manter boas práticas de manejo

PREVENÇÃO TRATAMENTOOU ?

Evitar a aplicação de quimioterápicos

A administração desses produtos pode causar conseqüências para o peixe,

para o ambiente onde se aplica e para a saúde do consumidor

�� TRATAMENTOTRATAMENTOTRATAMENTOTRATAMENTOTRATAMENTOTRATAMENTOTRATAMENTOTRATAMENTO

- biológico (eliminação hosp. intermediários);

- banhos (rápidos, de fluxo e indefinidos);

- remanejamento (mudança de ambiente);

- oral (fármacos nas rações);

- físico (para peixes ornamentais);

- cirúrgico (intervenções com anestesia);

- tópico (aplicação diretamente na lesão);

- parenteral (fármacos injetáveis).

�� PROFILAXIAPROFILAXIAPROFILAXIAPROFILAXIAPROFILAXIAPROFILAXIAPROFILAXIAPROFILAXIA

- verificar a possível entrada de patógenos nos

viveiros (pela água ou entrada de peixes

doentes/portadores ou animais silvestres);

- animais recentes �QUARENTENA;- animais recentes �QUARENTENA;

- controle rigoroso da qualidade da água.

Observação da fonte de água e caminho que

percorre até chegar ao tanque (evitar

contaminações por dejetos químicos e

orgânicos);

- Desinfecção de redes, puçás, baldes, etc...

- Esgotamento do viveiro atenção ao substrato

de fundo:

� remoção de galhos (provocam lesões);

� retirada do excesso de matéria orgânica;

� desinfecção.

Desinfetantes utilizados em piscicultura comercial e métodos de emprego.

(adaptado de KINKELIN ,MICHEL & GHITTINO, 1985).

Desinfetantes utilizados em piscicultura comercial e métodos de emprego (continuação).

- Conscientização dos funcionários da criação:

� observação diária da criação;

� isolar animais doentes ou fracos e

eliminar animais mortos;

� evitar manejo e transporte de animais na

época fria.

ENFERMIDADES NÃO INFECCIOSAS

� Doenças causadas por um situação nutricional,ambiental ou genética.

ENFERMIDADES INFECCIOSAS

� Patógenos obrigatórios x oportunistas.

� Doenças causadas por vírus, bactérias, fungos

e parasitos.

ENFERMIDADES INFECCIOSAS

Monitorando a saúde

dos peixes

� 1° passo � examinar preferencialmente peixesmoribundos.

� IMPORTANTE � observar se há redução noconsumo alimentar.

� Correlacionar redução de apetite comqualidade da água.

� Observar outras características decomportamento.

� Coloração anormal

Escurecimento do corpo de tilápias doentes (peixes de baixo). Coloraçãonormal de um peixe sadio (peixe de cima). Podridão da extremidade danadadeira caudal e o aspecto de mal alimentado do peixe de baixo. Nopeixe do meio, lesão no lábio inferior do lado esquerdo da boca.

Tilápias apresentando perda de equilíbrio e natação errática, em sentidoespiralado. Coloração escura dos peixes e a aparente curvatura(deformidade) do peixe de cima.

Coloração escura do corpo desta tilápia doente. Fígado aumentado e commanchas amareladas. Vesícula biliar repleta de bílis e de coloração verdebem escuro: um sinal indicativo de que o peixe está sem se alimentar.Pequena quantidade de gordura visceral.

Trato digestivo de duas tilápias do mesmo tamanho. Lado esquerdo: tratodigestivo de um peixe doente, que deixou de se alimentar. Estômago eintestino vazios e a vesícula biliar repleta com bile de cor verde escuro.Lado direito: trato digestivo de um peixe sadio. Estômago e intestinorepletos e a vesícula biliar não muito cheia e com bile de cor verde claro.

� Ocorrência de lesões na pele

Nadadeira peitoral apresentando sinais de destruição e hemorragia.

� Aparecimento de sinais de hemorragia edestruição das nadadeiras

Nadadeira peitoral de um peixe sadio.

� Abdômen distendido

O peixe da esquerda é um peixe sadio. O da direita apresenta abdômenbastante distendido e perda de equilíbrio (ascite).

� Exoftalmia

Tilápia apresentando exoftalmia (olhos saltados) e opacidade da córnea(olhos opacos).

Doenças de

importância para a importância para a

piscicultura comercial

Doenças causadas Doenças causadas por por bactériasbactériaspor por bactériasbactérias

(Bacterioses)(Bacterioses)

Agente causador : Flavobacterium columnare; Aeromonas salmonicida.

� Oportunistas � ESTRESSEESTRESSE � Favorecimento da

enfermidade;

� Local das lesões: cabeça, brânquias, superfície do corpo,

nadadeiras;nadadeiras;

� Abscessos que se desenvolvem em ulcerações;

� A mortalidade é da ordem de 20-50% (sem intervenção

medicamentosa);

� Controle: evitar manejo excessivo. Banho preventivo com

sal e permanganato de potássio. Tratamento: antibióticos.

Pacu acometido por Colunariose.

Agente causador : Streptococcus sp.

� Cocos gram positivos.

� T 20°C � ótima para crescimento.

� Sintomas: exoftalmia, opacidade da córnea,

hemorragias, deformações no corpo, natação errática.

� Tratamento: antibióticos (oxitetracilcina ou terramicina)

� Tilápias criadas em tanques-rede são mais acometidas.

Doenças causadas Doenças causadas por protozoáriospor protozoáriospor protozoáriospor protozoários

- Agente causador: Ichthyophthirius multifiliis

Ictiofitiríase

� É considerado o principal responsável por prejuízos, em

nível mundial, nas pisciculturas de água doce.

� Disseminação muito rápida

e de difícil tratamento,

embora se possa manipular

a temperatura da água para

seu controle.

Ciclo de vida

Tomonte

Trofonte

Tomonte

Terontes

Sinais clínicos

� Pontos brancos na superfície do corpo e nadadeiras.

� Peixes nadando na superfície ou aglomerados na

entrada da água.entrada da água.

� Anorexia com emagrecimento.

� Excessiva produção de muco.

� Comportamento de raspar-se em pedras ou na parede do tanque (flushing).

Sinais clínicos

PiscinodiníaseAgente causador:Piscinoodinium pillulare

Rizóides

Ciclo de vida

Sinais clínicos� Brânquias com coloração branca, lembrando partículas

de areia .

� Hemorragias na superfície do corpo e nadadeiras.

� Anorexia com emagrecimento.

� Peixes nadando na superfície ou aglomerados na

entrada da água.

� Excessiva produção de muco.� Comportamento de raspar-se em pedras ou na parede

do tanque (flushing).

Agente causador: Trichodina spp.

Tricodinose

Características� Infestações severas são usualmente associadas com

superpopulação e qualidade de água deficiente,condições que permitem uma rápida multiplicação doparasita.

Sinais clínicos

� Petéquias (pontos hemorrágicos).

� Podem apresentar hemorragias nos casos mais graves.

� Nado na superfície da água.� Nado na superfície da água.

� Excessiva produção de muco.

Doenças causadas Doenças causadas por fungospor fungospor fungospor fungos

1- Saprolegnia 3- Aphanomyces

2- Achlya 4- Leptolegnia

Saprolegniose

Agente causador: Saprolegnia

Características

� Ocorre manipulação indevida dos animais.

� Após queda brusca da temperatura.

� Presente comumente na água. Prolifera quando:

Sinais clínicos

Deve-se:

� Evitar manuseio de animais em épocas frias do ano.

� Evitar alta densidade populacional no cultivo e no

transporte.transporte.

� Evitar excesso de material em decomposição na água de

cultivo.

� Isolar peixes doentes e eliminar os que estiverem em

estágio avançado de desenvolvimento da doença.

Doenças Causadas

por por

Helmintos

� É considerada a doença mais

importante no Brasil.

Monogenea

� São platelmintos, ectoparasitas,

caracterizando-se por um

aparelho de fixação geralmente

na parte posterior do corpo.

Monogenea

Prohaptor

Opistator

Monogenea de pacu. Observação a fresco.

Diagnóstico

� Exame parasitológico externo� Fazer raspado do tegumento

Controle

� Banho com formalina, permanganato de potássio

ou organofosforados.

Doenças causadas

por por

Crustáceos

Lerneose

Agente causador: Lernaea cyprinacea

Características� Crustáceo copépoda ectoparasita.

� Conhecida como “âncora”.

� se fixa ao peixe por uma estrutura semelhante a uma

âncora e é encontrada principalmente na base dasâncora e é encontrada principalmente na base das

nadadeiras e opérculo.

� Não se reproduz em temperaturas menores que 14°C.

� Acima de 25°C produção de milhares de larvas.

� Podem localizar-se nas superfície corporal, brânquias, boca, e

nadadeiras.

� Os peixes parasitados mostram-se apáticos e com hemorragias

puntiformes no corpo. Perdem o senso de direção e chocam-sepuntiformes no corpo. Perdem o senso de direção e chocam-se

contra as paredes do tanque.

ArguloseAgente causador : Argulus spp., Dolops spp.

Argulus

� Doença dos “carrapatos”.

� Forma foliácea, achatados.

Dolops

� Órgãos de fixação no hospedeiro:

� Ventosas (Argulus)

� Ganchos (Dolops)

Ciclo de vida

� Baixa especificidade parasitária.

� As fêmeas copulam, saem do peixe parasitado para� As fêmeas copulam, saem do peixe parasitado para

colocar os ovos em substrato submerso.

� Formas imaturas semelhantes à mãe imediatamente

procuram um hospedeiro e reiniciam o ciclo.

Dolops carvalhoi

Dolops sp

� Os peixes parasitados mostram-se agitados, raspam-se

às paredes do tanque.

� Hemorragias puntiformes são freqüentes e ocorre

secreção de muco na superfície da pele e brânquias.

Doenças causadas

por por

Vírus

NECROSE PANCREÁTICA INFECCIOSA (NIP)

Agente causador : Vírus da família Reoviridae

� Ataque preferencial em alevinos e formas jovens de

salmonídeos;

� Adultos são portadores assintomáticos;� Adultos são portadores assintomáticos;

� Sintomas � natação desordenada, escurecimento

corpóreo, ascite e ligeira exoftalmia;

�� NãoNão háhá vacinasvacinas � Mortalidade de 80%;

� Vigilância epidemiológica com relação aos ovos e

reprodutores que serão introduzidos no criatório.

VIREMIA PRIMAVERIL DAS CARPAS (VPC)

Agente causador : Vírus da família Rabdoviridae (Rhabdovirus carpio)

� Ataque preferencial à ciprinídeos;

� Doença disseminada pela Europa � Mortalidade > que

50%. Não há relatos da doença no Brasil;50%. Não há relatos da doença no Brasil;

� Artrópodes parasitas (vetores);

� Sintomas � peixes apáticos, corpo escurecido, ascite,

petéquias, prolapso de cloaca. Pode haver exoftalmia.

Natação irregular e lenta;

� Tratamento com antibióticos reduz a mortalidade.

Produtos Tratamento Concentração Organismo Alvo

Sal Comum (NaCl) Banhos 5 minBanhos 30-60 min

30 g/L2-10g/L

Parasitos/Bact. Externas

Permanganato dePotássio

Banhos 20-30 minIndefinidoTópico

10g/m3 (ppm)2g/m3 (ppm)Solução 1%

Parasitos/Bact. ExternasParasitos/Bact. ExternasFungos

Azul de Metileno Indefinido 2-3 g/m3 (ppm) Fungos/Paras. Externos

Produtos e Tratamentos usados na Prevenção e Controle de Parasitos, Fungos e Bactérias

Formalina Banhos de 30-60 minBanhos de 24 hrBanho ovos 20 minIndefinido

150-250mL/m325-30 mL/m3600mL/m315-25 mL/m3

Fungos e ParasitosExternos

Sulfato de Cobre Indefinido TA/100=g /m3 Parasitas Externos

Triclorfom IndefinidoBanhos ProlongadosBanhos de 1 a 3 min

0,13 a 0,25 g IA/m31 – 2,5 g IA/m310 g IA/L

Lernaea, Angulus eErgasilus

Oxitetraciclina ouClorohidrato deTetraciclina

Na Ração 10 a 14 diasBanhos Prolongados

250 a 1800 g/ton20 g/m3

Bactérias Sistêmicas eExternas

Verde Malaquita IndefinidoBanho de 30-60 minTópico

0,10 mg/L (ppm)1-2 mg/L (ppm)Solução 1%

Fungos/Paras/BactériasFungos/Paras/BactériasFungos

Obrigada!Obrigada!