Edu Inclusiva Maristela

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Educação inclusiva

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RECOMENDAÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DE ESCOLAS INCLUSIVAS

 

CURRÍCULO ESCOLAR E ADEQUAÇÕES CURRICULARES

Currículo Escolar

Compreende desde aspectos básicos, fundamentos filosóficos e sócio políticos da educação até marcos teóricos e referenciais técnicos que concretizam a sala de aula. Princípios e operacionalização, teoria e prática, planejamento e ação....

- é construído a partir do projeto pedagógico da escola

Projeto Pedagógico da Escola

Deve orientar a operacionalização do currículo considerando aspectos como:

- diversificar e flexibilizar o processo ensino aprendizagem para atender as diferenças individuais dos alunos;

- identificação das necessidades educacionais especiais;

- currículos abertos e propostas diversificadas;

- flexibilidade na organização e funcionamento da escola;

- flexibilizar a prática educacional para atender a todos.

Adequações Curriculares

Constituem possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades e necessidades especiais dos alunos..

•O que o aluno deve aprender;

•Como e quando aprender;

•Que formas de organização são mais eficientes para o processo de aprendizagem;

•Como e quando avaliar o aluno;

Adequações Curriculares

Algumas características curriculares facilitam o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos:

- a preparação e dedicação da equipe escolar, principalmente dos professores;

- flexibilidade , a não obrigatoriedade de que todos os alunos atinjam o mesmo grau de abstração ou de conhecimento, num tempo determinado;

Adequações Curriculares

- acomodação, ao planejar atividades para uma turma deve-se levar em conta a presença de alunos com necessidades especiais e contemplá-los na programação;

- trabalho simultâneo, cooperativo e participativo entendido como a participação de todos os alunos da turma;

- interação entre as necessidades do educando e as propostas educacionais a serem propiciadas.

Adequações Curriculares

ADEQUAÇÃO DE GRANDE PORTE - requerem decisão de toda a equipe escolar bem como decisões de níveis hierárquicos superiores. São situações mais graves e persistentes que requerem uso de recursos especiais para sua solução.

ADEQUAÇÃO DE PEQUENO PORTE - pequenos ajustes, situações leves e transitórias que podem se resolver no curso do trabalho pedagógico.

Adequação de pequeno porte

A maior parte das adequações curriculares são de pequeno porte e são facilmente realizadas pelo professor no planejamento normal das atividades docentes, como:

Adequações organizativas:

•Tipo de agrupamentos de alunos;

•Organização didática da aula – conteúdos, objetivos, materiais e espaços diversificados;

•Organização de períodos diversificados para o desenvolvimento das atividades previstas.

Adequação de pequeno porte

Adequações relativas:

•Priorização de áreas ou unidades de conteúdos essenciais para a aprendizagem;

•Retomada de determinados conteúdos, recuperação;

•Eliminação de conteúdos menos relevantes.

Adequação de pequeno porte

•Priorização de objetivos que enfatizam capacidades e habilidades básicas de atenção, participação e adaptabilidade;

•Seguir uma seqüência de conteúdos através de processos gradativos, do mais simples para o mais complexo;

Adequação de pequeno porte

Adequações avaliativas

•Seleção de técnicas e instrumentos para avaliar o aluno;

 

Adequação nos procedimentos didáticos e nas atividades de ensino aprendizagem

• Alteração nos métodos de ensino, que seja mais acessível;

•Introdução de atividades complementares que requeiram habilidades diferentes;

Adequação de pequeno porte

•Introdução de atividades prévias que preparam o aluno para novas aprendizagens;

•Introdução de atividades alternativas às previstas;

•Alteração do nível de complexidade e abstração de uma atividade, oferecendo outros recursos, ou facilitando , oferecendo apoio à realização da atividades;

•Alteração na seleção e adaptação de materiais;

Adequação de pequeno porte

Adequações na temporalidade

• Alteração no tempo previsto para a realização das atividades.

 

Importante observar que as adequações focalizam as capacidades, o potencial, a zona de desenvolvimento proximal (Vigotsky) e não se centralizam nas deficiências e limitações do aluno, como tradicionalmente ocorria.

Adequações de grande porte

→ Algumas adequações necessárias são de grande porte:

Adequações relativas aos objetivos

• Eliminação de objetivos básicos quando extrapolam as condições do aluno;

•Introdução de objetivos específicos alternativos ou complementares – previstos para os alunos com necessidades especiais;

Adequações de grande porte

Adequações relativas aos conteúdos

•Introdução de novos conteúdos específicos, complementares ou alternativos – não previstos para a turma toda;

•Eliminação de conteúdos que sejam inviáveis de aquisição por parte do aluno;

Adequações de grande porte

Adequações relativas à metodologia

•Introdução de métodos muito específicos para atender às necessidades particulares dos alunos;

•Alterações nos procedimentos didáticos adotados pelo professor;

•Organização diferenciada da sala de aula;

Adequações de grande porte

Adequações relativas à avaliação

•Estão associadas as demais adequações e evitam a cobrança de conteúdos e habilidades que possam estar além das atuais possibilidades do aluno;

 

Adequações relativas à temporalidade

•Prolongamento de um ano ou mais na mesma série ou ciclo, não conotando reprovação;

Níveis de adequações curriculares

1- No nível do Projeto Pedagógico – flexibilizar o currículo para ser desenvolvido na sala de aula.

•A escola flexibiliza critérios e procedimentos pedagógicos levando em conta a diversidade de seus alunos;

•O contexto escolar permite discussões e propicia medidas diferenciadas;

•A escola favorece e estimula a diversificação de técnicas, procedimentos e estratégias de ensino;

Níveis de adequações curriculares

•A escola assume responsabilidade na avaliação diagnóstica dos alunos com necessidades especiais;

•A escola elabora documentos mais informativos e completos;

•A escola define objetivos gerais levando em conta a diversidade dos alunos;

•As decisões curriculares envolvem a equipe da escola;

Níveis de adequações curriculares

2- Adequações relativas ao currículo da classe - realizadas pelo professor e focalizam organização e procedimentos didáticos-pedagógicos.

•A relação professor/aluno considera as dificuldades de comunicação do aluno;

•A relação entre colegas é marcada por atitudes positivas;

•Os alunos são agrupados de modo que favoreça as relações sociais e a aprendizagem;

Níveis de adequações curriculares

•O trabalho dos professores e outros profissionais é realizado de forma cooperativa;

•Os recursos são utilizados de modo que favoreça a aprendizagem;

•A organização do tempo respeita o ritmo próprio do aluno;

•A avaliação é flexível e leva em conta as condições individuais dos alunos;

Níveis de adequações curriculares

•A comunicação utilizada favorece e estimula a expressão;

•O planejamento contempla atividades com diferentes níveis de dificuldades e realização;

•Os objetivos são acrescentados, eliminados ou adequados para atender as peculiaridades individuais e grupais da sala;

•As adequações da sala visam tornar possível a real participação do aluno e a sua aprendizagem.

Níveis de adequações curriculares

3- Adequações individualizadas de currículo – focalizam a atuação do professor na avaliação e no atendimento ao aluno, bem como, na identificação dos fatores que interferem no seu processo de aprendizagem.

Recursos de acesso ao currículo

Alunos com deficiência visual

Possíveis sinais de DV:

-irritação/olhos - cabeça inclinada

-Aproximação do papel - estrabismo

-Dificuldade em copiar - casquinhas

-Olhos franzidos - Nistagmo

Deficiência visual

Materiais e equipamentos adaptados:

-Desportivos - Objetos em relevo

- Máquina braile - Texturas diversas

- Reglete - Filmes

-Punção - Tamanho de letras

-Mapa tátil - Atrill + lupa+ luz + presilhas

-Lentes de aumento - Softwares educativos específicos

-Soroban - Bengalas

Deficiência Visual

Estratégias e sugestões:

-posicionamento do aluno na sala;

- propiciar ambientes adequados (luminosidade, sonoridade e movimentação;

-Ensino em equipe;

Deficiência Visual

-trabalhar dinâmicas para eliminar sentimentos de inferioridade;

- explicações verbais de todo o material apresentado em aula;

- possibilitar respostas em gravação;

- comportamentos natural.

Recursos de acesso ao currículo

Alunos com deficiência auditiva

Possíveis sinais de DA:

-demora para falar e troca fonemas também na escrita;

-Não responde a voz normal;

-Não atende de costas;

-Fala muito alta ou muito baixa;

-Vira a cabeça para ouvir

-Olha para os lábios e não para os olhos;

Deficiência Auditiva

Materiais e equipamentos adaptados:

-sistema alternativo de comunicação -

• leitura orofacial;

• linguagem gestual (libras);

• material de apoio visual;

• softwares educativos específicos.

Deficiência Auditiva

Estratégias e sugestões:

-sentar na frente dos demais alunos;

- se necessário, recurso auditivo;

-falar de frente, pausadamente;

-fornecer cópias dos textos com antecedência;

-pequeno toque no braço;

-Utilização de gestos indicativos;

Deficiência Auditiva

-contato visual expressivo;

-se for oralizada, você não entendeu peça para repetir;

-se necessário, comunique através de bilhete;

-Escreva no quadro datas ou informações importantes;

Recursos de acesso ao currículo

Alunos com Deficiência Física

Possíveis sinais de deficiência física motora:

-movimentação sem coordenação

-deformidade corporal (pés tortos, pernas em tesoura)

-desequilíbrio/ quedas constantes

-dores ósseas, articulares, musculares

-dificuldade no movimento de pinça

Deficiência Física

Materiais e Equipamentos Adaptados:

-adaptação de elementos físicos (cadeiras adaptadas com tampão;

-presilhas de braço, lápis, tesouras adaptadas;

-fixação do papel A4;

-atrill;

-Linhas grandes (vai diminuindo);

Deficiência Física

-Pulseiras de chumbo (atetóides, atáxicos);

-Tabuleiros de comunicação;

-letras leves/pesadas;

-AVD e AVP (materiais com velcro);

-softwares educativos específicos (teclados, ponteiras);

Deficiência Física

Estratégias e sugestões:

-apresente com textos prontos;

-fale com calma, sem gritos;

-trabalhe aprendizagem cooperativa;

-materiais na sala mais baixos;

-posicionamento do aluno;

Deficiência Física

-se apresentar expressões no rosto, dificuldade para falar, baba, não se intimide;

-se você não compreender, peça que repita ou mostre;

-Sempre virar o carrinho, a cadeira de rodas;

-Muletas – acompanhar o passo;

Recursos de acesso ao currículo

Alunos com deficiência Mental

Possíveis sinais de DM:

-ADNPM (significativo);

-Dificuldades acentuadas na aprendizagem;

-Dificuldade na compreensão de novas ordens;

-Comportamento atípico;

Deficiência Mental

É preciso vários sinais para que se suspeite de DM. Estes sinais também podem ser indicadores de problemas de outra ordem. MUITO CUIDADO.

Diagnóstico fecha com uma equipe multiprofissional.

Deficiência Mental

Materiais Adaptados:

- se for possível, trabalhe com materiais concretos, observando e avaliando caso a caso.

Deficiência Mental

Estratégias e sugestões:

-avaliar de forma multidisciplinar;

-encorajar o estabelecimento de relações com o ambiente físico e social;

-exercitar o desenvolvimento de suas competências e habilidades;

-utilizar instruções e sinais claros para as atividades realizadas;

-Estabelecer comunicações alternativas;

Deficiência Mental

situar o aluno em grupos adequados;

-propiciar apoio físico, visual e verbal ao aluno impedido;

-eliminar atividades que restrinja a participação ativa;

-substituir objetivos inacessíveis ao aluno para conteúdos acessíveis, significativos e básicos;

Deficiência Mental

-trabalhar com reforço positivo, partir das capacidades, não dos déficits;

-buscar a participação da família e de e de pessoas chave;

- tomar cuidado para não criar situações permanentes de fracasso e frustração.

Avaliação e Promoção

O processo avaliativo é de suma importância em todos os âmbitos do processo educacional para nortear as decisões pedagógicas e retroalimentá-las, exercendo papel essencial nas adequações curriculares.

Avaliação e Promoção

A avaliação é um processo compartilhado, contínuo e permanente.

Finalidade:

-conhecer para intervir de modo preventivo e/ou remediativo;

-identificar potencialidades e necessidades educacionais dos alunos e das condições da escola e da família;

- ênfase no desenvolvimento e aprendizagem do aluno.

Avaliação

Avaliação – Dicionário - “determinar o valor de”.

Avaliação Escolar – diz respeito a aprendizagem do aluno e a técnicas usadas .

valor medir o rendimento escolar

Revendo Conceitos

Luckesi (1996) – Substitui juízo de valor por Juízo de qualidade, direciona o objeto numa trilha dinâmica de ação.

Escola = verificação avaliação da aprendizagem

Hoffmannn(2001) – avaliação mediadora, a serviço da melhoria da situação avaliada.

Gadotti (1987) - avaliação é também uma questão política - pode se constituir num exercício autoritário do poder de julgar.

Revendo Conceitos

Perrenoud (1999) – duas lógicas – uma a serviço da seleção e a outra a serviço das aprendizagens.

“Avaliação não deve ser vista como uma caça aos incompetentes, mas como busca de excelência pela organização escolar como um todo.” (Castro, 1992)

A função da avaliação e que a torna uma das mais importantes práticas para a elaboração do PPP de qualquer escola é a de transformação.

Revendo Conceitos

Por que e para que avaliar?

Quem avalia?

A quem avalia?

O que avalia?

Como?

Com que?

Quando?

Avaliação

A avaliação, enquanto processo, tem como finalidade uma tomada de posição que direcione as providências para a remoção de barreiras identificadas, seja as que dizem respeito a aprendizagem e/ou à participação dos educandos, sejam as que dizem respeito a outras variáveis extrínsecas a eles e que possam estar interferindo no seu desenvolvimento global.

Necessidade – Reflexão – Ação

Reorientar o processo ensino aprendizagem;

Garantir a formação continuada;

Encaminhamentos necessários;

Prover recursos;

Criar as condições necessárias a inclusão;

Mudança de atitudes frente à diferença;

Avaliar a avaliação;

Perceber a tríade avaliador, avaliado e aspecto que se quer conhecer;

Proposta de avaliação

1- Contexto Educacional:

1.1 A instituição escolar:

-Filosófico – valores e crenças;

-Estrutura organizacional;

-Funcionamento organizacional;

Proposta de Avaliação

1.2 - Ação Pedagógica:

-Professor;

-Sala de aula;

-Recursos de ensino e aprendizagem;

-Estratégias metodológicas;

-Estratégias avaliativas.

Proposta de Avaliação

2. – Aluno:

2.1 – Nível de desenvolvimento:

-Características funcionais;

-Competências curriculares;

2.2 – Condições pessoais:

- Natureza das necessidades educacionais;

Proposta de Avaliação

3. Família

3.1 – Características do ambiente familiar:

-Condições físicas da moradia;

-Cultura valores e atitudes;

-Expectativas de futuro;

Proposta de Avaliação

3.2 – Convívio Familiar:

-Pessoas que convivem com o aluno;

-Relações afetivas;

-Qualidade nas comunicações;

-Oportunidades de desenvolvimento e de conquista da autonomia.

Avaliação e Promoção

Relacionada as necessidades do aluno deve focalizar:

-os aspectos do desenvolvimento (biológico, intelectual, motor, emocional, social, comunicação e linguagem);

- o nível de competência curricular (capacidade do aluno em relação aos conteúdos curriculares anteriores e os a serem desenvolvidos);

- o estilo de aprendizagem ( motivação, capacidade de atenção, interesses, ritmo próprio de aprendizagem, condições físico ambientais mais favoráveis, tipos preferenciais de agrupamentos).

Avaliação e Promoção

Quando direcionado ao contexto educacional:

-o contexto da aula (metodologias, organização, procedimentos didáticos, atuação do professor, relações interpessoais, individualização do ensino, flexibilidade curricular, condições físico-ambientais...);

- o contexto escolar ( projeto pedagógico, funcionamento da equipe docente e técnica, currículo, clima organizacional, gestão...).

Avaliação e Promoção

Quando direcionado ao contexto familiar:

-as atitudes e expectativas com relação ao aluno;

-A participação na escola;

-O apoio propiciado ao aluno e à sua família;

- as condições sócio-econômicas;

-A dinâmica familiar.

Avaliação e Promoção

Quanto a promoção dos alunos que apresentam necessidades especiais, o processo avaliativo deve seguir os critérios adotados para todos os demais ou adotar adequações quando necessário.

Alguns aspectos precisam ser considerados para orientar a promoção ou retenção do aluno na série:

-a possibilidade do aluno ter acesso às situações escolares regulares e com menor necessidade de apoio especial;

Avaliação e Promoção

-a valorização de sua permanência com os colegas e grupos que favoreçam o seu desenvolvimento, comunicação, autonomia e aprendizagem;

- a competência curricular, no que se refere à possibilidade de atingir os objetivos e atender aos critérios de avaliação previstos no currículo adaptado;

-O efeito emocional da promoção ou retenção para o aluno e sua família;

- a decisão sobre a promoção deve envolver o mesmo grupo responsável pela elaboração das adequações curriculares.

Para não concluir

“As adequações curriculares são medidas pedagógicas adotadas em diversos âmbitos da escola. Visam o atendimento das dificuldades de aprendizagem e das necessidades educacionais especiais dos educandos, favorecendo sua escolarização. Consideram o critério de competência acadêmica dos alunos, tendo como referência o currículo regular buscando maximizar as suas potencialidades, sem ignorar as limitações que apresentam e suas necessidades educacionais especiais.”