Post on 30-Nov-2018
Expresso, 22 de janeiro de 2016ECONOMIA20
MICROLIMEA empresa de produtos de cal e variados tem em curso um investimento no valor global de €12,5 milhões de euros que se destina à construção de uma nova unidade fabril em Ourém. Aí, foram adquiridos uma pedreira e 18 hectares de terrenos para o projeto. Entre os aspetos tidos em conta destacam-se o enquadramento paisagístico, os acessos e a utilização da mais moderna tecnologia.
NUNEXEstão sediados em Viana do Castelo e dedicam-se ao fabrico de fraldas descartáveis para crianças e adultos e outros produtos de higiene pessoal. Neste momento, a Nunex tem um programa de investimentos superior a €17 milhões de euros, onde se inclui novas máquinas, tendo como principal foco o reforço da internacionalização da empresa.
SEA4USEncontrou no mar o ambiente ideal para o desenvolvimento de novos fármacos. O Sea4us tem como produto líder um analgésico para a dor crónica moderada ou severa. A empresa trabalha com produtos compostos de origem marinha e que podem ser determinantes no estabelecimento de novas terapias. Mais eficazes e para diferentes patologias humanas.
AQUATLANTISFabrica aquários, terrários e móveis adaptados a estes equipamentos. A empresa foi pioneira na disponibilização de LED nos sistemas de iluminação integrados dos seus produtos. Nos próximos dois anos a Aquatlantis prevê um investimento de aproximadamente €2,8 milhões na ampliação das instalações e aquisição de novos equipamentos.
BENEFICIÁRIOS DO ROXOA Associação de Beneficiários do Roxo distribui água para agricultura, populações e indústrias, proveniente do Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo. A gestão e conservação das infraestruturas e pessoal, a promoção do regadio e atividades agrorrurais estão entre os desígnios que os próximos investimentos potenciarão em Aljustrel, Ferreira do Alentejo e Santiago do Cacém.
empresas que já ganharam fundos20Conheça sete do lote de uma vintena de PME que captaram financiamento europeu. Leia a história completa destas empresas a partir de segunda-feira e até 26 de fevereiro no Expresso Diário texto miguel a. pinto
20+20
Texto Joana Nunes Mateus Foto Marcos Borga
Vontade de investir é o que não falta nos concursos que dão acesso aos novos fundos europeus do Portugal 2020.
Desde que a cor-rida aos novos sis-temas de incentivos
empresariais começou nos últimos dias de 2014 já se registaram mais de 12 mil candidaturas que se propõem a investir €7,1 mil milhões na economia portuguesa com o apoio deste dinhei-ro de Bruxelas.
Em cada dez propostas de investi-mento, cinco vêm de microempresas, três de pequenas empresas e uma de empresas de média dimensão. Quanto ao bolo do investimento, as fatias são praticamente iguais: as médias em-presas estão prestes a atingir €1,6 mil milhões de intenções de investimento enquanto as micro, as pequenas e as grandes empresas já ultrapassaram a barreira dos €1,7 mil milhões em candidaturas às dezenas de concur-sos que entretanto abriram durante o ano 2015.
No final de 2015, €700 milhões de incentivos europeus já tinham sido aprovados a mais de 3200 projetos de investimento. Em número de pro-jetos, os investimentos na qualifica-ção ou internacionalização de micro, pequenas e médias empresas (PME) dominam com dois terços dos proje-tos aprovados. Em valor, os projetos de inovação produtiva respondem por mais de metade dos incentivos aprovados.
Indústria lidera
A indústria transformadora lidera a corrida aos novos fundos europeus e está a captar 75% dos incentivos já aprovados, com destaque para as fileiras metálica, do têxtil, do ves-tuário e do calçado, da borracha e plásticos, da mecânica e eletrónica e do papel e publicações. Os projetos de investimento incidem sobretudo em bens intermédios e de processa-mento regional e de média e baixa intensidade tecnológica. Até ao final de 2015, o comércio captara 4% dos incentivos já aprovados e o turismo também, respondendo os restantes serviços por 8% deste bolo de fundos europeus.
Segundo o Compete 2020, já há grandes projetos que, pela maior di-mensão do investimento, não cabem nos normais concursos mas implicam negociações mais exigentes com a AI-CEP, ao abrigo do regime contratual de investimento. É o caso da Embraer Estruturas Metálicas, a Embraer Es-truturas em Compósitos, a Altran, a Faurécia, a Mecachrome Aeronáuti-
Fundos Projetos da indústria transformadora e na região Norte lideram corrida aos novos incentivos europeus do Portugal 2020. Aprovados €700 milhões em 2015
Empresários querem investir €7 m il milhões
ca, a Renova, a Continental Mabor, a Renault Cacia e a Tec Pellets.
Norte à frente
Os novos sistemas de incentivos do Portugal 2020 têm o sotaque do Nor-te. A região está a captar 47% dos in-centivos já aprovados ao investimento empresarial neste novo quadro para 2014/2020, seguida da região Centro com 33%, do Alentejo com 7% e do
Algarve com 1%. Até ao final de 2015, 13% dos incentivos destinaram-se a projetos “multirregiões”.
Um zoom ao mapa de Portugal revela que um em cada cinco euros dos incen-tivos já aprovados teve como destino a Área Metropolitana do Porto. Segue--se o Ave com 10%, Aveiro com 9%, o Cávado com 8% e Leiria com 7%. Estas são as regiões mais vibrantes dos sistemas de incentivos do Portugal 2020. Juntas, respondem por mais de
metade dos incentivos e das candidatu-ras, seja em número seja em propostas de investimento, tendo já captado mais de €380 milhões dos novos fundos europeus para as empresas.
Mais concursos em 2016
Os sistemas de incentivos do Por-tugal 2020 têm perto de €4 mil milhões para apoiar o investimento empresarial e a nova ronda de con-
cursos começa dentro de momentos. Nas próximas semanas, deverão
abrir candidaturas a novos fundos europeus para empresas interessadas em investir nos domínios do empreen-dedorismo, da inovação produtiva, da internacionalização e da qualificação das PME ou da investigação e desen-volvimento tecnológico (I&DT), sejam projetos individuais, núcleos de I&DT ou programas mobilizadores.
economia@expresso.impresa.pt
Expresso, 22 de janeiro de 2016 ECONOMIA 21
UM PROJETO
VALE DA ROSAÉ atualmente o maior produtor nacional de uva de mesa, com uma área de produção de 250 hectares e 12 variedades de uva de reconhecida qualidade. Os métodos de produção da Herdade Vale da Rosa baseiam-se no sistema pérgola, constituído por vinhas altas, em latada, que promovem um microambiente favorável que permite antecipar a época de produção e proteger a vinha das adversidades climáticas.
NORAS PERFORMANCEÉ responsável pelo desenvolvimento de um projeto inovador a nível mundial e que pode fazer a diferença. Trata-se de um boia telecomandada que evita que o nadador-salvador tenha de se lançar à agua em situações de maior risco. A produção da Noras Performance será numa fábrica em construção em Torres Vedras. Um projeto global que representa um investimento a rondar os €11 milhões.
Guia de candidatura
Quais são os
primeiros passos?
Ver atentamente os
regulamentos no site
do Portugal 2020
Olhar para a organização
de programas e fundos
Perceber que candidaturas
estão abertas
Onde se faz
a inscrição?
No Balcão 2020, acessível
a partir do site
A candidatura é sempre
feita digitalmente
Todos os documentos
são pedidos num
único momento
O que é preciso?
Uma senha fiscal atribuída
pela Autoridade Tributária
e Aduaneira
Garantias financeiras
e bancárias
Ter a contabilidade
organizada e simplificada
Como marcar
a diferença?
Através de uma declaração
de intenção de financiamento
bancário
Provar os méritos ec
onómicos
e sociais do projeto
Recorrer a consultores
especializados
Mais Portugal 2020
A importância que a atribuição dos fundos comunitários terá no tecido empresarial nos próximos anos é por demais evidente. É por isso que, na sequência do projeto Portugal 2020 — em que são feitas atualizações mensais e precisas
do programa —, o Expresso e o BCP Capital entenderam lançar, ao mesmo tempo, o 20+20. Veja nos próximos meses, tanto no semanário como no Expresso Diário, outras novidades sobre o tema, mais opinião e cinco guias caso pretenda candidatar-se.
Projetos da indústria transformadora e na região Norte lideram corrida aos novos incentivos europeus do Portugal 2020. Aprovados €700 milhões em 2015
Empresários querem investir €7 m il milhões
Brito Fernandes, administrador da
Microlime, conseguiu fundos europeus.
Investimento global da empresa de cal e
derivados: €12, 5 milhões
Painel 2+2Dois convidados, duas perguntas. No painel desta semana, Luís Florido alerta para o erro de candidaturas
desligadas da realidade, José Carlos Caldeira aconselha a usar os apoios de forma integrada
1 Um erro comum é preparar candidaturas desligadas da realidade do negócio e da empresa. Os projetos de investimento devem enquadrar-se na estratégia, ter uma dimensão financiável e gerar um retorno adequado face aos riscos que comportam. Quando o projeto é preparado sem adesão à realidade, a sua execução vai ter desvios e, muitas vezes, resultar na devolução dos apoios e em dificuldades para a empresa. Outro erro frequente é a displicência perante o processo de candidatura. Simplificação de procedimentos não se traduz na elegibilidade de todos os projetos. Antes de avançar com uma candidatura, a empresa e/ou os seus consultores devem avaliar com cuidado o potencial de sucesso da mesma. Os sistemas de incentivos são seletivos e as empresas devem ter cuidado com quem lhes prometa facilidades ou certezas.
2 Em primeiro lugar, devem definir com rigor quais são os seus objetivos de crescimento, qual a estratégia que vão usar para os alcançar e quais são os investimentos necessários para serem bem-sucedidas. De seguida, devem mapear esses investimentos com os sistemas de incentivos disponíveis. Sendo poucas as empresas com uma equipa interna especializada em incentivos, o recurso a consultores é uma opção, sendo normal que a avaliação inicial da elegibilidade de projetos não acarrete custos. Deste exercício deve resultar a identificação dos projetos em que a estimativa de custos e benefícios justifique avançar com candidaturas. Quando se recorre a apoio externo, qualquer insistência em acrescentar investimentos não prioritários ou em não acautelar os riscos de insucesso devem ser acompanhadas com especial atenção.
1 Para os projetos de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, tanto o Portugal 2020 como o Horizonte 2020 têm novos instrumentos e novas exigências. Importa ter em consideração na fase de preparação e submissão dos projetos o seguinte: apresentar um projeto com ambição, tendo em conta a dimensão internacional, onde o grau de avanço relativamente ao estado da arte esteja devidamente justificado. Constituir um consórcio completo e sólido, reunindo as capacidades e competências necessárias às atividades de I&D mas também à valorização e exploração comercial dos respetivos resultados, com impacto na competitividade das empresas e da economia. Justificar o enquadramento nas prioridades das estratégias de especialização inteligente relevantes e/ou nas prioridades definidas nas políticas europeias.
2 As empresas devem aproveitar as oportunidades de apoio ou financiamento disponíveis, assegurando os recursos necessários para cobrir todo o ciclo de inovação e algum do risco associado às atividades de I&D, pois só assim os investimentos realizados a montante poderão gerar impacto económico e social. As empresas devem estar atentas aos vários instrumentos de apoio ao IDI existentes e utilizá-los de forma integrada e complementar. A Agência Nacional de Inovação (ANI) aposta nesta nova abordagem, promovendo os vários programas de apoio ao IDI, financeiros ou fiscais, nacionais ou internacionais, nomeadamente o PT 2020, o Horizonte 2020 e o SIFIDE, capacitando as empresas com informação e ajudando-as a utilizá-los de forma sinergética, no desenvolvimento de novos produtos, serviços ou processos inovadores.
Luís Florindo, diretor executivo da EY
José Carlos Caldeira, presidente da ANI
1 QUE ERROS AS EMPRESAS NÃO PODEM COMETER PARA APROVEITAREM ESTE PACOTE?
2 COMO TIRAR PARTIDO DOS FUNDOS PARA CRIAR MAIS RIQUEZA E EMPREGO?