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Formulação de Rações para Formulação de Rações para MonogástricosMonogástricos
Prof. Dr. Joerley Prof. Dr. Joerley
MoreiraMoreira
Email: mjoerley@yahoo,com.br
DZO/UFVJM - 2008
BREVE HISTÓRICO DA FORMULAÇÃO DE RAÇÕESBREVE HISTÓRICO DA FORMULAÇÃO DE RAÇÕES
Segundo Cullison (1975), os primeiros trabalhos relacionados com o balanceamento de rações datam do século XIX, na Alemanha, Thaer publicou a primeira tabela conhecida como Equivalentes Feno, em 1810.
Na década de 40, nos Estados Unidos, o National Research Council (NRC) da National Academy of Sciences (NAS), iniciou uma série de publicações sobre as exigências nutricionais de várias espécies animais. Em 1959, essas entidades publicaram um conjunto abrangente de tabelas contendo a composição de alimentos. Periodicamente, essas publicações têm sido revisadas e atualizadas.
No Brasil, a Universidade Federal de Viçosa iniciou, em 1974, uma série de trabalhos de pesquisa com o objetivo de construir uma tabela de composição de alimentos e exigências nutricionais com dados obtidos no país. Em 1983, foi publicada a primeira Tabela Brasileira de Composição de Alimentos e Exigências Nutricionais. A contínua realização de pesquisas permitiu a publicação, no ano 2000, da primeira Edição das Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (Rostagno et al., 2000), que teve a segunda edição no ano de 2005.
Avaliando a série histórica dos custos de produção de
monogástricos no Brasil, em média, a alimentação nas
granjas estabilizadas corresponde a 65% do custo. Neste
aspecto a possibilidade de auferir lucros com a exploração
depende fundamentalmente de um adequado planejamento
da alimentação dos animais. Isso envolve a disponibilidade
de ingredientes em quantidade e qualidade adequada a
preços que viabilizem a produção.
O alimento, antes de ser utilizado nas formulações das rações, deve ser encaminhado ao laboratório para realizar as análises de sua composição química bromatológica, determinação da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), aminoácidos, extrato etéreo (EE), fibra (FB), cinzas, minerais e energia bruta (EB).
Os métodos analíticos utilizados para determinar o conteúdo de nutrientes dos alimentos podem ser obtidos nas publicações técnicas da Association of Official Analytical Chemist - AOAC – (1990), de Silva e Queiroz (2003), ou do Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal (2005), publicado pelo Sindirações.
Devem ser realizadas, ainda, análises para verificar a presença ou não de fatores antinutricionais, como exemplo, o conteúdo de tanino do sorgo, a atividade da urease e a solubilidade da proteína em KOH do farelo de soja. Por fim, deve-se observar a granulometria dos ingredientes e classificá-la de acordo com o protocolo do Ministério da Agricultura.
CONSIDERAÇÕES GERAISCONSIDERAÇÕES GERAIS
1 - Conhecer os alimentos que serão utilizados nas rações
dos animais, seus conteúdos nutritivos, fatores
antinutricionais e a porcentagem de uso nas diferentes
categorias de animais;
2 - Conhecer as exigências nutricionais das diferentes
categorias de animais;
3 - Conhecer os principais tipos de rações utilizadas na
alimentação dos animais;
4 - Conhecer os métodos de formulação de rações
(algébrico por tentativa e erro, uso de programas
computacionais).
ALIMENTOS
Escolha e Composição dos Alimentos
Os alimentos e ingredientes devem ser escolhidos e combinados de tal maneira que permitam uma formulação de ração que seja nutricionalmente equilibrada, palatável e econômica.
Os alimentos utilizados na formulação de rações para suínos e aves são divididos em dois grandes grupos, os alimentos protéicos e os energéticos, sendo a alimentação desses animais, no país, à base de farelo de soja e milho. O conhecimento das informações nutricionais é importante não só para a combinação racional dos diferentes ingredientes da ração, mas também para eventuais substituições dentro dos dois grupos. Além disso, os possíveis fatores antinutricionais dos alimentos devem ser conhecidos, obedecendo a níveis máximos de inclusão para os diferentes estágios de vida do animal.
Definição das exigências dos animais
As exigências dos animais são encontradas em Tabelas, como as do National Research Council (NRC), que são mundialmente conhecidas. No Brasil, as Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos, publicadas pela Universidade Federal de Viçosa a partir de dados obtidos em pesquisas realizadas no país, têm sido a versão mais consultada pelos técnicos.
De maneira geral, as exigências são apresentadas de duas formas: em termos absolutos, isto é, em quantidades exigidas de cada nutriente por dia, por exemplo, 14,9 g/dia de cálcio; ou em termos relativos, isto é, quantidade de nutrientes expressa em porcentagem da dieta. Exemplo: dieta contendo 0,71% de cálcio.
Existe uma série de tabelas de exigências nutricionais e de composição de alimentos disponíveis, para se orientar na formulação de rações. As tabelas mais recentes para consulta sobre exigências nutricionais de aves e suínos são:Nutrient Requirements of Poultry, 9 th ed., 1994.Nutrients Requirements of Swine, 10th ed., 1998.Nutrients Requirements of Beef Catle, 2000.Nutrients Requirements of Dairy Catle, 2001.Nutrients Requirements of Horse, 2007.Rostagno, H.S. Tabelas Brasileiras para aves e suínos – composição de alimentos e exigências nutricionais (2005).Tabelas A.E.C. (1987).Feedsttuffs (1995) e (2001).Tabelas de marcas comerciais de frango de corte (Abor Acres, Hubbard, Indian River, Hybro, Vedete, Ross, Cobb, AgRoss).Tabelas de marcas comerciais de poedeiras comerciais (Hy-line-W36, Hy-Line W98, Babcock, Hissex, Lohmann, Shaver white, etc...).Tabelas de marcas comerciais de suínos (Dalland, AgPic, etc.).Resultados de pesquisas, publicados em revistas científicas (RBZ, Revista Brás de Ciência e Tecnologia Avícola, Journal Animal Science, Poultry Science, etc.)
Definição das exigências dos animais
Tipos de ração
Quanto ao balanço nutricional
Ração completa Alimento nutricionalmente
adequado para uma dada espécie/categoria animal.
Suplemento concentrado ou concentrado
comercial Usado para melhorar o balanço
nutricional de uma dieta.
Quanto à forma física
Ração farelada Os ingredientes são moídos.
Ração peletizada ou granulada Os ingredientes, após a mistura, são prensados em pequenos péletes cilíndricos.
Ração triturada É a ração peletizada e posteriormente, grosseiramente triturada.
Ração extrusada Péletes são tratados a alta pressão e temperatura.
De forma sucinta, os seguintes passos devem ser realizados para o balanceamento de rações:
1) Caracterizar os animais de acordo com o estágio de desenvolvimento, sexo, linhagem, dentre outros;
2) Verificar as exigências de todos os nutrientes dos animais de acordo com a caracterização mencionada no item anterior;
3) Levantar e quantificar os alimentos disponíveis para o programa alimentar.Nesse momento é oportuno relacionar o preço dos diferentes alimentos, ouseja, realizar uma análise econômica dos alimentos disponíveis na região;
4) Relacionar a composição química e o valor nutritivo dos alimentos a serem utilizados, considerando-se todos os nutrientes de interesse;
5) Proceder ao balanceamento da ração para a proteína bruta e energia(Energia Metabolizável ou, mais recentemente, Energia Líquida);
6) Ajustar a ração para outros nutrientes, tais como aminoácidos essenciais, cálcio, fósforo, potássio e sódio;
7) Depois de concluído o cálculo da ração, verificar se todas as exigências foram atendidas.
CONSIDERAÇÕES SOBRE ALIMENTAÇÃO DE MONOGÁSTRICOS – CONSIDERAÇÕES SOBRE ALIMENTAÇÃO DE MONOGÁSTRICOS – MERCADOMERCADO
II - PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADOII - PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO
1-1- Ração completaRação completa
2-2- Concentrado:Concentrado: sem fonte energética (milho) : 25 a 40 % da ração total sem fonte energética (milho) : 25 a 40 % da ração total
3- Núcleo:3- Núcleo: sem fonte energética e sem fonte proteica: 4 a 10 % da ração total sem fonte energética e sem fonte proteica: 4 a 10 % da ração total
4- Premix:4- Premix:
• Com Aditivos:Com Aditivos: vitaminas, microminerais, aminoácidos sintéticos, promotores vitaminas, microminerais, aminoácidos sintéticos, promotores
de crescimento, anticoccidianos, antioxidantes: 0,5 a 1,0 % da ração total;de crescimento, anticoccidianos, antioxidantes: 0,5 a 1,0 % da ração total;
• Sem Aditivos:Sem Aditivos: vitaminas (exceto colina) e microminerais: 0,1 a 0,2 % da ração vitaminas (exceto colina) e microminerais: 0,1 a 0,2 % da ração
total.total.
INGREDIENTES BÁSICOS DE RAÇÕES PARA INGREDIENTES BÁSICOS DE RAÇÕES PARA MONOGÁSTRICOSMONOGÁSTRICOS
FONTES ENERGÉTICASFONTES ENERGÉTICAS
Milho, sorgo, farelo de trigo, farelo de arroz, óleos vegetais (óleo de Milho, sorgo, farelo de trigo, farelo de arroz, óleos vegetais (óleo de
soja degomado), gordura animal, milheto , triticale, triguilho, farelo soja degomado), gordura animal, milheto , triticale, triguilho, farelo
de raspa integral de mandioca.de raspa integral de mandioca.
FONTES PROTÉICASFONTES PROTÉICAS
De origem vegetalDe origem vegetal:: Farelo de soja, glúten de milho (protenose); Farelo de soja, glúten de milho (protenose); de de
origem animal:origem animal: Farinha de carne (com ou sem ossos), Farinha de Farinha de carne (com ou sem ossos), Farinha de
peixe, Farinha de penas hidrolizadas, Farinha de penas e vísceras, peixe, Farinha de penas hidrolizadas, Farinha de penas e vísceras,
Farinha de sangue.Farinha de sangue.
FONTES DE MACROMINERAISFONTES DE MACROMINERAIS
• CALCÁRIO CALCÍTICOCALCÁRIO CALCÍTICO:: é o carbonato de cálcio, desidratado é o carbonato de cálcio, desidratado e moído. Principal fonte suplementar de cálcio na formulação de e moído. Principal fonte suplementar de cálcio na formulação de rações.rações.
• FOSFATO BICÁLCICO:FOSFATO BICÁLCICO: é um sal de cálcio do ácido fosfórico, é um sal de cálcio do ácido fosfórico, submetido ao processo de defluorinização.submetido ao processo de defluorinização.
• FARINHA DE OSSO CALCINADA:FARINHA DE OSSO CALCINADA: é o produto obtido é o produto obtido exclusivamente da calcinação de ossos.exclusivamente da calcinação de ossos.
• SAL COMUM:SAL COMUM: é um composto químico (NaCl) obtido através é um composto químico (NaCl) obtido através da desidratação e purificação de salinas. É um produto barato e da desidratação e purificação de salinas. É um produto barato e deve ser adquirido o mais puro possível: branco, seco, fino e não deve ser adquirido o mais puro possível: branco, seco, fino e não empedrado para que seja facilmente misturado aos outros produtos empedrado para que seja facilmente misturado aos outros produtos da raçãoda ração
Aditivos NutricionaisAditivos Nutricionais
Aditivos Não NutricionaisAditivos Não Nutricionais
Aminoácidos SintéticosAminoácidos Sintéticos
VitaminasVitaminas
Promotores de CrescimentoPromotores de Crescimento
AntibióticosAntibióticos
AnticoccidianosAnticoccidianos
Probióticos e PrebióticosProbióticos e Prebióticos
EnzimasEnzimas
AntioxidantesAntioxidantes
AntifúngicosAntifúngicos
PigmentantesPigmentantes
FlavorizantesFlavorizantes
AglutinantesAglutinantes
EmulsificantesEmulsificantes
AdsorventesAdsorventes
Ácidos OrgânicosÁcidos Orgânicos
AditivosAditivos
Ingrediente Espécie animal Nível de uso Fator limitante
Milho, grão todas Sem restrição
Farelo de soja todas Sem restrição Sojina
Sorgo, grão todas Até 100% do milho Tanino, pigmentos
Farelo de trigo Aves inicialAves crescimento
Poedeirassuínos inicial
suínos crescimentoporcas reprodução
5 – 10% da ração10 – 20% da ração15 – 25% da ração10 – 15% da ração20 – 30% da ração30 – 40% da ração
FB, EMlaxativo
Farelo de arroz integral Aves inicialAves crescimento
10 – 15% da ração10 – 20% da ração
Teor de gorduracascas
Farelo de arroz PoedeiraSuínos inicial
Suínos crescimentoPorcas reprodução
10 – 20% da ração10 – 15% da ração10 – 20% da ração20 – 30% da ração
Farelo de amendoim Aves e suínos 5 – 10% da ração aflatoxinas
Farelo de algodão Aves e suínos 5 – 10% da ração gossipol
Torta de girassol Aves e suínos 2 - 5% da ração Ac. clorogênico
Torta de colza Aves e suínos 5 – 10% da ração Tanino, ac. Prússico e glicosilanolatos
Torta de mamona Aves e suínos 5 – 10% da ração Ricina, ricinina e fator alergênico
Torta de gergelin Aves e suínos 2,5% da ração
Farinha de carne Aves e suínos 1 – 10% da ração Teor de sal e salmonelas
Farinha de sangue Aves e suínos Até 3% da ração Palatabilidade e PB de baixa qualidade
Farelo de visceras e fígado Aves e suínos Até 5% da ração
Farelo abatedouro de aves Aves e suínos Até 5% da ração
Farinha de penas Aves e suínos 2 – 5% da ração PB de baixa qualidade
Farinha de peixes Aves e suínos 1 – 10% da ração Escamas, textura e sal
Restrições de Uso dos Alimentos Usados na Alimentação dos Animais Monogástricos
Tabela 11. Níveis recomendados dos principais ingredientes para rações de suínos e aves (Fonte: Teixeira, 2001)
PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO
PARA FRANGOS DE CORTEPARA FRANGOS DE CORTE
Programa TradicionalPrograma Tradicional
Rações:Rações:
Pré-Inicial - 1 a 7 diasPré-Inicial - 1 a 7 dias
Inicial - 8 a 21 diasInicial - 8 a 21 dias
Crescimento - 22 dias até 7 dias antes do abateCrescimento - 22 dias até 7 dias antes do abate
Final ou retirada - últimos 7 diasFinal ou retirada - últimos 7 dias
CONSIDERAÇÕES SOBRE EXIGÊNCIAS E CONSIDERAÇÕES SOBRE EXIGÊNCIAS E
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS DE RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS DE
FRANGOS DE CORTEFRANGOS DE CORTE
Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos: Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos:
Composição de Alimentos e Exigências Composição de Alimentos e Exigências
Nutricionais.Nutricionais.
Editor:Editor: Horácio Santiago Rostagno Horácio Santiago Rostagno
Viçosa - MG - BrasilViçosa - MG - Brasil
NutrientesIdade (dias)
1 - 7 8 - 21 22 - 33 34 - 42 43 - abate
Consumo, g/dia 23,00 65,80 134,5 178,4 196,1
EM kcal/kg 2950 3000 3100 3150 3200
PB, % 22,04 20,79 19,41 18,03 17,24
Ca, % 0,939 0,884 0,824 0,763 0,728
Pd, % 0,470 0,442 0,411 0,380 0,363
Lis, % 1,330 1,146 1,073 1,017 0,970
Met, % 0,519 0,447 0,429 0,407 0,388
M+C, % 0,944 0,814 0,773 0,732 0,698
Trip, % 0,213 0,183 0,182 0,173 0,165
Treo, % 0,865 0,745 0,697 0,661 0,631
Na, % 0,223 0,214 0,205 0,194 0,189
K, % 0,593 0,588 0,590 0,584 0,584
Cl, % 0,200 0,190 0,180 0,170 0,164
Tabela 3. Exigências nutricionais para frangos de corte machos de desempenho médio (ciclo dividido em cinco fases de criação)
Fonte: Rostagno, 2005
ESPECIFICAÇÕES NUTRICIONAIS RECOMENDADASPARA FRANGOS ABATIDOS ACIMA DE 2 Kg
Unidade Pré- inicial Inicial Crescimento Final
Periodo de uso Dias 0- 10 11- 20 21- 33 + 33
Quantidade/ ave G 250 800 1600 -
En. Met. (kcal/ kg)
RPAN
2900- 2950 3000- 3050 3100- 3150 3100- 3150Proteina Bruta % 21- 23 20- 22 19- 21 17- 19
Gordura total % 4 5 6 7Ác.Linoleico da Gordura total % 80 70 30 25
Amino Ácidos (Total / Digest.)
Lisina % 1.30/1.10 1.25/1.06 1.15/0.98 1.05/0.90Metionina % 0.55/0.49 0.52/0.45 0.49/0.42 0.47/0.40
Metionina + Cistina % 0.96/0.84 0.93/0.81 0.90/0.78 0.86/0.74
Treonina % 0.86/0.73 0.83/0.70 0.78/0.67 0.74/0.63Triptofano % 0.23/0.21 0.22/0.19 0.21/0.18 0.19/0.16
Minerais
Cálcio % 1.00- 1.05 1.00- 1.05 0.90- 0.95 0.85- 0.90Fósforo disponível % 0.50 0.45 0.40 0.40Sódio % 0.16- 0.18 0.16- 0.18 0.16- 0.18 0.16- 0.18
Cloro % 0.15- 0.20 0.15- 0.20 0.15- 0.17 0.15- 0.17
Potássio % 0.80 0.80 0.75 0.70
Nutrição recomendada para linhagem Hubbard - 2004Nutrição recomendada para linhagem Hubbard - 2004
Métodos Usados para o
Balanceamento de Rações
Entende-se como formulação de rações, como um processo de cálculos para se conseguir uma mistura de diversos alimentos ou ingredientes, em proporções tais, que possam somar quantidades de nutrientes e que atendam as necessidades nutricionais diárias dos animais, de acordo com as funções produtivas.
Existem vários métodos para se equilibrar uma ração, como o quadrado de Pearson (simples, inverso, múltiplo, etc.), as equações algébricas (matrizes de ordem M), tentativas e a resolução de sistemas lineares, chamada de programação linear.
Métodos Usados para o Balanceamento de Rações
Método da Tentativa e Erro
Neste método, nenhum procedimento matemático é
utilizado para a formulação da ração. O cálculo é feito por
meio de tentativa, aumentando ou diminuindo as quantidades
dos alimentos até que as exigências do animal sejam atendidas.
Esse método exige do técnico uma experiência prática,
caso contrário, ele poderá se tornar muito trabalhoso.
Tentativa e Erro
Trabalhar com dois ingredientes, prefixando os demais;
Para aves e suínos, farelo de soja e milho são ingredientes básicos (15 – 30% e 60 – 75%, respectivamente);
Fixar os alimentos mais baratos nos limites mais altos admissíveis;
Balancear somente nutrientes essenciais;
1 – Verificar a exigência do animal, os alimentos disponíveis e a composição dos mesmos
2 – Procede-se o ajustamento da quantidade dos alimentos até que as exigências do animal sejam atendidas.
3 - Sugestão acima: ajustar o teor de fosfato e subtrair do milho devido ao excesso de energia
QUADRADO DE PEARSONQUADRADO DE PEARSON
Passos seguidos para o uso do Quadrado de Pearson:Passos seguidos para o uso do Quadrado de Pearson:
1) Desenhar um quadrado e colocar a porcentagem desejada do nutriente no centro do quadro;
2) Colocar conteúdo de nutriente (proteína) em porcentagem de cadaalimento nos ângulos esquerdos do quadrado;
3) A base de referência (matéria seca ou matéria natural) deve ser a mesma para a exigência e o teor de nutrientes nos alimentos;
4) Subtrair diagonalmente no quadrado os menores números dos maiores e colocar os resultados nos ângulos direitos do quadrado;
5) É necessário que o número do centro do quadrado esteja entre os valores dos números dos ângulos esquerdos;
6) As quantidades de cada alimento devem ser expressas em porcentagem do total.
Processo algébrico
Cálculo de ração com 2 alimentos.
Ex. 1: Mistura com 18% PB, usando milho e farelo de soja.
Estabelecer equações que satisfaça 2 condições: 100 kg de mistura contendo 18 kg de proteína.
Cálculo de ração com 3 ou mais alimentos.
Ex. 2: Mistura com 22% PB, usando milho, farelo de trigo, farelo de soja, sal comum, farinha de ossos calcinados e calcário.
Fixar ingredientes e calcular o déficit.
Equações algébricas simultâneas
Usado para determinar a proporção de 2 alimentos, necessária para atender as exigências de 2 nutrientes.
Ex. 1: Calcular uma ração concentrada com 21% de proteína bruta
(PB) usando farelo de soja e milho. Considere a composição do
farelo de soja com 48% de PB e do milho com 8% de PB. (Pearson
e Equações)
Ex. 2: Calcular ração concentrada com 21% PB, usando milho,
farelo de soja (8 e 48%) e 2% de premix. (Pearson e Equações)
Ex. 3: Calcular uma ração para frangos de corte, na fase de
crescimento (21 a 35 dias de idade), considerando as exigências
de PB, %; EM kcal/kg; Ca, %; P, %; Met, %; M+C, % e Lys, %.
Considere os métodos vistos.
Uso de “softwares”
Normalmente as rações são calculadas com base no custo mínimo,
considerando-se, um valor médio para a composição química dos
alimentos.
Atualmente, com o avanço da informática, tornou-se usual o
emprego de programas de computadores (softwares) que usam a
programação linear para o cálculo.
Uso de Planilha Eletrônica “EXCEL”
Constitui-se de programas desenvolvidos em planilhas eletrônicas
para calculo das rações.
FORMULAÇÃO DE RAÇÕES
USANDO PROGRAMAÇÃO
LINEAR E MATRIZES