Frei caneca e entorno

Post on 03-Jul-2015

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Descobrimos onde mora o Pedestre Bobo, esse andarilho que insite em curtir a pé uma cidade feita para automóveis. É perto da Augusta! Veja a vizinhança do nosso amigo inquieto!

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O importante é cuidarmos do nosso

jardim!**

A mais bela rampa da cidade!

O ninho dos travecos!

O escadão dos maconheiros!

O morador mais cuidadoso da região!

** frase de Voltaire, em “Cândido”.

Senhores, o

Pedestre Bobo nos

levará a um passeio

no bairro onde

mora.

Onde você mora,

Pedestre Bobo?

Onde você mora,

Pedestre Bobo?

Depende: quando eu quero parecer

artista e intelectual digo: Bixiga.

Quando quero parecer chique,

digo: Consolação.

E quando quero me mostrá, falqo que

moro na Avanhandava!

Meu, esse balãozinho pink...

Cês tão de sacanage comigo!

R U A F R E I C A N E C A

Se eu falá procês que o supermercado que tem neste xópim é super limpo e

barateiro, cês acreditam? Pois é a pura verdade!

Ah, e tem bicicletário também!

O projeto da entrada é interessantíssimo: uma

fonte ladeada por duas rampas.

Conseguiu-se movimento, suavidade e qualidade

espacial num espaço muito restrito.

Ô, doido! Vai metê a câmera na

água, mano?

Neguim qué vendê de qualquer

jeito.

P R A Ç A N O P É D O

E S C A D Ã O QU E L IGA A R U A

AVA N H A N D AVA C OM A R U A

F R E I C A N E C A

O Googlel Maps não mostra nenhum nome para

esta praça elevada.

A rua que se vê é a Avanhandava.

O escadão leva à Rua Frei Caneca.

O escadão leva à Rua Frei Caneca.

Esse escadão é cavernoso,

irmão. De noite nem te conto!

Cada dia que eu subo esse escadão tem uma

novidade.

O cara não tinha o que fazê jogô um saco cheio de letrinhas de placa de

boteco, aquelas que anuncia os preço das

comida.

R U A A C A R A Ú

Outra pracinha sem nome no gugôl mépis.

Outra pracinha sem nome no gugôl mépis.

A pracinha é um encanto:

playground, algum brinquedo

e, curiosamente, uma

arquibancada que aproveitou

o declive do terreno.

Meu esse galo é manêro.

Que rua é isso?

Meu esse galo é manêro.

Que rua é isso?

Não lembro! Faz tempo que

tenho essa imagem no meu

arquivo e resolvi por neste

trabalho...

Qué dizê, tu num sabe onde

fotografô o troço e joga aqui pro

pessoal...?

Vô te contá, viu!

R U A PA IM

Lixeira do Kibexiga. A casa tem porta na

Nove de Julho, mas a saída de serviço

fica na Paim

Lixeira do Kibexiga. A casa tem porta na

Nove de Julho, mas a saída de serviço

fica na Paim

Kibexiga! O rala buxo mais famoso do

pedaço. Se quisé encontra umas piauiense ajeitadinha, é aqui, mano!

Estacionamento do Kibexiga, da Nove de

Julho se vê a Rua Paim, note o teatro.

Óia aí os treme-treme!

O conjunto Santos Dumont, projetado

por Aaron Kogan.

O Demoiselle

O 14 Bis

O Caravelle

Os cara tão derrubando tudo,

meu! 5 prédios novos prá

vendê na Paim!

Daqui há pôco os pobre vão tê de encontrar outro

canto.

R U A H E R C U L A N O D E F R E I TA S

R U A D R . P E N A F OR T E M E N D E S

Manja essa fila? Tudo

marmanjo de butuca prá pegá café e almoço de

grátis.

Manja essa fila? Tudo

marmanjo de butuca prá pegá café e almoço de

grátis.

O bandeijão para os carentes não possui

albergue. Resultado: dezenas de homens e

mulheres dormem ao relento, na calçada,

para obter o café da manhã aqui.

Esse predião quadrado é o Demoiselle. Dos 3 é o mais arrumadim. Ele fica meio

escondido, não tem fachada na Paim.

Esses 2 não são ruim de tudo.

Pobrema memo é o Caravelle, que nunca teve habite-se e virô

favelona vertical.

Caravelle

O Caravelle não tinha alvenaria comum nas paredes, mas sim um tipo de gesso

acartonado. O então prefeito Jãnio Quadros, por este motivo, se recusou a dar

o habite-se à obra, de modo que os proprietários jamais tiveram escritura, o

que gerou uma situação de não se poder comprovar quem, de fato, são os donos

originais. Ademais, alguns donos usavam o apartamento para encontro com

amantes, de modo que a família oficial nem sabia da propriedade que o marido

havia comprado. Ao morrerem, as unidades ficaram à deriva, juridicamente.

Note a cor vermelha na fachada. São tijolos baianos colocados no lugar da

antiga vedação frágil.

Rua Dr. Penaforte Mendes,

diante de um prédio de

apartamentos.

Um morador simplesmente se

senta no chão para cuidar das

plantas que estão na calçada.

Que belo exemplo de zelo pela

cidade!

Não sei o seu nome, mas ele

autorizou a foto.

Fica nossa homenagem a um

paulistano que trata bem a

cidade onde mora!

Se todos fossem iguais a você...

R U A A C A R A Ú

A mais bela rampa da cidade não está

nos jardins nem em Higienópolis.

Meu, adoro essa rampa. Ela é tão engraçadinha! Quando tu passa por ela, descendo, as gradinhas vão meio que se mexendo, manja? Tipo um efeito ilusão idiótica, sabe?

Rua Avanhadava esquina com a Araquã. Normalmente tá limpinha, mas vez em quando a galera

faz isso. Fico me preguntando o porquê...

É a mesma pergunta que o professor Eduardo Yágizi se fez em seu

livro “O estranho amor do paulistano”.

Aqui meu muquifo. Ok, é simplão, mas óia que vista bonita! Com direito à passarinhos cantando de manhãzinha. Ôtra: crianças brincando de bola na

rua, como nos tempos antigos. Credita?

Apareça! Sempre tem um café solúvel com

adoçante. Tá servido?

O importante é cuidarmos do nosso

jardim!**

A mais bela rampa da cidade!

O ninho dos travecos!

O escadão dos maconheiros!

O morador mais cuidadoso da região!

** frase de Voltaire, em “Cândido”.