Post on 29-Jun-2015
Identidade Individual e Socialização
Jorge Barbosa, 2010
• A imagem que, permanentemente, vai construindo de si próprio, as suas crenças e representações de si mesmo constituem uma estrutura psicológica que lhe permite seleccionar as suas acções e as suas relações sociais.
Dimensões da Identidade Pessoal
• O primeiro aspecto é constituído pelo desejo de continuidade do sujeito.
Dimensões da Identidade Pessoal
• O segundo aspecto manifesta-se através de um processo de separação/integração social.
Dimensões da Identidade Pessoal
• A identidade só existe em actos, em acções .
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Dimensões da Identidade Pessoal
• A construção da identidade constitui para os indivíduos um quadro psicológico (esquema mental, sistema de representações e filtro de informações).
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Construção da Identidade
• O corpo constitui, para o bebé, a base da sua identificação.
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Construção da Identidade
• Descobre-se a si mesmo através das • suas percepções,
• das suas acções, mas também
• na sua relação com os outros e
• no olhar dos outros.
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Construção da Identidade
• Dos 12 aos 24 meses de idade, o bebé começa a construir uma imagem de si, elemento essencial da construção da identidade:
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Construção da Identidade
• começa por ser capaz de se reconhecer na imagem de um espelho.
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Construção da Identidade
• a “imagem do corpo”, base da imagem de si, é diferente da realidade anatómica: • é fortemente marcada pela dinâmica afectiva, isto é, a
identidade corporal é também uma identidade sexual.
Construção da Identidade
• A partir do momento em que tem acesso à fala (por volta dos 12 meses), o bebé começa a reconhecer-se como rapaz ou rapariga.
Construção da Identidade
• A identidade sexual, nesta altura, não resulta somente do sexo anatómico; • resulta também das identificações com as diferenças de
género com que a criança convive.
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Construção da Identidade
• Mais tarde (a partir dos 3 anos), a identidade sexual apoia-se sobretudo nos modelos de feminilidade e de masculinidade propostos pela cultura de que faz parte.
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Relações com os Outros e Modelos Sociais
• Antes de tudo o mais, é na relação afectiva entre a mãe e o bebé que este vai construir progressivamente uma consciência estável de si mesmo.
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Relações com os Outros e Modelos Sociais
Através da relação corporal – numa comunicação feita de
cuidados, de alimentação, de carícias, de canções de embalar e de palavras – o bebé desenvolve a
percepção do seu corpo, ao mesmo tempo dependente e
autónomo do da mãe.
Relações com os Outros e Modelos Sociais
• O olhar da mãe desempenha o papel do espelho que permite que o bebé se perceba a si mesmo como objecto de afectos.
Organizadores da Identidade – R. Spitz
• O primeiro é o sorriso, que é, ao mesmo tempo, sinal de tranquilidade e serenidade interna e resposta aos estímulos do meio; “constitui o protótipo de todas as relações sociais posteriores” (Spitz, 1968).
Organizadores da Identidade – R. Spitz
• O segundo é a angústia dos oito meses face a uma pessoa estranha; • esta angústia (fonte de um verdadeiro e sentido
sofrimento para a criança) põe em evidência o facto de o bebé ser capaz de reconhecer a mãe e distingui-la das pessoas desconhecidas.
Organizadores da Identidade – R. Spitz
• O terceiro organizador é o “não”, cujo uso (e até abuso) se inicia por volta do 2º ano de vida e que permite à criança opor-se e portanto diferenciar-se do seu ambiente; • constitui uma nova etapa na afirmação e na percepção
de si como sujeito autónomo.
Identificação, Modelos e Papeis
• A identificação sexual, que se desenvolve de forma particularmente evidente entre os 3 e os 6 anos de idade, é um dos mecanismos fundamentais da dinâmica identitária.
Identificação, Modelos e Papeis
Identificação, Modelos e Papeis
a aptidão para a descentração relativamente ao seu meio próximo, graças à qual a criança passa a conseguir pôr-se no lugar dos outros e, assim, ver
as coisas e ver-se a si mesmo como os outros a vêem.
Identificação, Modelos e Papeis
• A criança interioriza progressivamente os seus grupos de pertença, os “nós” em que participa.
Identificação, Modelos e Papeis
Estes “nós” têm as suas raízes numa estratificação social, em que as crianças se situam umas relativamente às outras, por relações • de poder, • de prestígio e • de dinheiro,
numa história que deposita na memória dos grupos um conjunto de acontecimentos, de experiências, de modelos e de representações.
Identificação, Modelos e Papeis
• As identificações não se originam só nos grupos de pertença, mas também nos grupos de referência, nos quais o sujeito encontra os seus modelos e nos quais procura integrar-se.
Identificação, Modelos e Papeis
• traduzem também as suas antecipações e as suas aspirações.
Perspectivas Teóricas sobre Socialização
• A identidade pessoal é o que cada um tem de mais precioso: • a perda de identidade é sinónimo de alienação, de
sofrimento, de angústia e de morte.
Perspectivas Teóricas sobre Socialização - Piaget
“uma passagem perpétua de um estádio de menor
equilíbrio para um estádio de equilíbrio
superior” (Piaget, 1964).
Estruturas e Funcionamento
Perspectivas Teóricas sobre Socialização - Piaget
• Estruturas: • variáveis, definidas como “formas de organização da
actividade mental”, na sua dupla dimensão cognitiva e afectiva;
Perspectivas Teóricas sobre Socialização - Piaget
• Funcionamento: • constante que provoca a passagem de uma forma para
outra, através de um movimento de desequilíbrio, seguido por um restabelecimento do equilíbrio, através da passagem a uma forma nova (estrutura nova).
Perspectivas Teóricas sobre Socialização - Piaget
Este desenvolvimento mental tem sempre uma dupla dimensão individual e social:
As estruturas por que passam normalmente todas as crianças são sempre, ao mesmo tempo:
cognitivas (internas ao organismo).
afectivas, isto é relacionais (orientadas para o
exterior).
Perspectivas Teóricas sobre Socialização - Piaget
A adaptação é descrita por Piaget, em cada estádio, como a resultante e a articulação
de dois movimentos complementares, embora de natureza diferente:
Assimilação Acomodação
Perspectivas Teóricas sobre Socialização - Piaget
• A assimilação - consiste em “incorporar as coisas e as pessoas externas” nas estruturas já construídas.
• Deste modo, a sucção é antes de mais, para o recém-nascido, um reflexo de incorporação bocal do mundo (vivido como “realidade a chupar” de acordo com as palavras de Piaget) que o conduz a generalizar essa conduta (chupa o polegar, os dedos dos outros, os objectos, etc.) a tudo o que lhe dá prazer, depois de ter discriminado praticamente aquilo que correspondia à sua necessidade vital (o seio da mãe, o biberão...).
Perspectivas Teóricas sobre Socialização - Piaget
• A acomodação – consiste em “reajustar as estruturas em função das transformações exteriores”. • Por esta via, as mudanças no meio envolvente são
fontes perpétuas de ajustamentos: quando o bebé passa do seio para o biberão, o reflexo de sucção tem de se modificar; os sorrisos mudam consoante as pessoas que se debruçam sobre o bebé... Estas variações contribuem para aquilo a que Piaget chamou a “construção do esquema prático do Objecto”
Perspectivas Teóricas sobre Socialização - Piaget
Depois imita as pessoas próximas, diferenciando nitidamente o pólo interno (o Eu) e o pólo externo (o
Objecto),
Perspectivas Teóricas sobre Socialização - Piaget
Enfim, passa do constrangimento à cooperação, graças à gestão conjunta da “reflexão como discussão interiorizada consigo mesmo” e a discussão
como “reflexão socializada com outrem”, o que desenvolverá no adolescente o sentido da justificação lógica e a autonomia moral.
Estádios de Desenvolvimento
(versão mais comum)
Estádios de Desenvolvimento (versão de 1964)
Dimensão Individual: Estruturas Mentais
Dimensão Social: Formas de
Socialização
Estádio de Inteligência Sensório-Motora
Estádio dos Reflexos Tendências Instintintivas Egocentrismo inicial
Estádio dos Primeiros Hábitos Motores
Percepções Organizadas
Primeiros sentimentos diferenciados
Estádio de Inteligência Sensório-Motora
Regulações elementares de ordem prática
Imitação como primeira “socialização da acção”
Estádio de Inteligência Pré-Operatória
Estádio de Inteligência Intuitiva
Imagens e intuições representativas, “génese do pensamento”
Submissão aos constrangimentos dos adultos
Estádio de Inteligência de Operações Concretas
Estádio de Inteligência Concreta
Passagem às operações: explicações atomistas
Sentimentos e práticas de cooperação
Estádio de Inteligência de Operações Formais
Estádio de Inteligência Formal - Abstracta
Construção de teorias; Pensamento hipotético-dedutivo; Categoria do possível
Inserção social e profissional
Perspectivas Teóricas sobre Socialização - Piaget
Passagem do respeito absoluto pelos pais ao respeito mútuo (crianças/adulto e crianças entre si);
Passagem da obediência personalizada ao sentimento da regra: esta torna-se, no último estádio, a expressão de um acordo mútuo, um verdadeiro
“contrato”;
Passagem da heteronomia total à autonomia recíproca implicando, no último estádio, a adopção de novos sentimentos como “a honestidade, a
camaradagem, o fair-play, a justiça”;
Passagem da energia à vontade que constitui uma “regulação activa da energia”, que supõe uma hierarquização entre dever e prazer.
Identidade e Socialização
Jorge Barbosa, 2010
Não se esqueçam dos exercícios no “moodle”.