Post on 09-Dec-2018
1
KATREN DA CUNHA WEYKAMP
HÁBITO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES: PROGRAMA 5 AO DIA
CANOAS, 2012.
2
KATREN DA CUNHA WEYKAMP
HÁBITO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES: PROGRAMA 5 AO DI A
Trabalho de conclusão apresentado para a banca examinadora do Curso de Nutrição do Centro Universitário La Salle -UNILASALLE, como exigência parcial para obtenção de grau de Bacharel em Nutrição.
Orientação: Profª M.ª Sandra Maria Pazzini Muttoni
CANOAS, 2012
3
KATREN DA CUNHA WEYKAMP
HÁBITO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES: PROGRAMA 5 AO DIA
Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Nutrição pelo Centro Universitário La Salle – Unilasalle.
Aprovado pela banca examinadora em 04 de julho de 2012.
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________
Profª M.ª Fernanda Miraglia
Unilasalle
_____________________________________
Nut. Esp. Ângela Beatriz Feix Pilz Arnt
Grupo Hospitalar Conceição – Hospital Fêmina
_____________________________________
Profª M.ª Sandra Maria Pazzini Muttoni
Unilasalle
4
AGRADECIMENTOS
Ao longo de anos de luta se encerra mais uma conquista em minha vida. Um
momento muito importante que talvez sem muitas pessoas que estiveram presentes
durante esses anos, tivesse sido impossível de concluí-lo.
Agradeço aos meus pais e irmãos por estar sempre ao meu lado em todos os
momentos, por ter me apoiado de alguma maneira e ter tido paciência comigo. Amo
muito vocês.
Agradeço ao meu pai Luiz Gustavo em especial por muitas idas e vindas no
decorrer destes anos em dias de sol e chuva de me levar e buscar no La Salle
quando precisei.
Agradeço ao meu namorado Emerson por ter me apoiado no decorrer destes
últimos meses e ter tido paciência comigo.
Agradeço a todos os mestres da Unilasalle que me passaram seus
conhecimentos, suas experiências e que sempre serão lembrados ao longo da
minha vida profissional.
Em especial à professora Sandra Muttoni, por ter aceitado o meu convite para
me orientar, pela paciência e pelo seu carinho como pessoa. Muito obrigada!
5
RESUMO
A adolescência compreende o período dos 10 aos 20 anos de idade, conforme
definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), e é um período marcado por
grandes transformações fisiológicas, morfológicas, mentais e emocionais. As
mudanças biológicas, psicológicas, cognitivas e sociais que ocorrem intensamente
na adolescência interferem de forma dinâmica no comportamento alimentar do
adolescente. O consumo alimentar de adolescentes no Brasil, segundo dados do
IBGE/ POF 2008 – 2009 demonstraram que o consumo energético médio da
população brasileira em geral variou de 1490kcal a 2289kcal levando em conta sexo
e faixa etária. As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam a
principal causa de mortalidade e incapacidade mundial, principalmente as
cardiovasculares, diabetes e obesidade. As DCNT são o resultado de “estilos de
vida” não-saudáveis. Verifica-se também que adolescentes obesos tendem a ingerir
maiores quantidades de fast food e não compensar esse excesso energético e
ainda, aqueles com vida mais sedentária, que assistem mais à televisão, também
ingerem maior quantidade de refrigerantes. O estado nutricional na adolescência
merece atenção, pois é um período decisivo para a qualidade de vida na maioridade.
Nessa fase de crescimento acelerado é importante um consumo energético
adequado e atenção especial aos nutrientes que estão mais associados à
construção dos tecidos corpóreos: proteínas, ferros, cálcio e vitaminas A e C. A
alimentação inadequada e a inatividade física são fatores fundamentais para a
ocorrência das doenças não transmissíveis mais importantes, como as
cardiovasculares, a diabetes tipo 2 e determinados tipos de câncer, e contribuem
substancialmente para a carga mundial de morbidade, mortalidade e incapacidade.
Assim, o objetivo do programa “5 ao Dia” é promover o consumo diário de, pelo
menos, cinco porções de frutas, legumes e verduras, a fim de contribuir para a
prevenção de diversas doenças crônicas associadas à alimentação.
Palavras-chave: Adolescência. Adolescentes. Doenças Crônicas Não
Transmissíveis. Programa 5 ao dia.
6
ABSTRACT
Adolescence is a period that goes from 10 to 20 old, according to Word Health
Organization (WHO) definition, and it is a period marked by immense physiologic,
morphologic, mental and emotional transformations. Biological, psychological,
cognitive and social changes that intensively occur during adolescence infer
dynamically in the adolescent feeding behavior. The feed consumption in Brazil,
according to data from IBGE/POF 2008-2009 show that the average energetic
consumption over Brazilian population rose from 1490Kcall to 2289Kcal considering
sex and age. Non-Transferable Chronic Diseases (NTDC) represents tho main cause
of global mortality and incapacity, primarily the cardiovascular, diabetes and obesity.
The NTDC are the result of unhealthy “ways of life”. It is known also, that obese
adolescentstend to ingest higher amounts of fast food and not compensating this
energetic excess, and also, that ones with a more sedentary life, only watching TV,
also ingest higher amounts of refreshments. The nutritional state in adolescence
needs attention; it is a crucial moment for a better life inadulthood. In this period of
accelerated growing it is important an adequate energetic consumption and special
attention to nutrients associated to the construction of body tissues: protein, iron,
calcium and vitamins A and C. Inadequate feeding and physical inactivity are main
factors for more important non-transferable disseases to happen, like cardiovascular
ones, diabetes type2 and some sorts of cancers, and they contribute substantially for
global rates of morbidity, mortality and incapacity. In sum, the goal of the program “5
per day” is to promote the daily consumption of, at least, five portions of fruit,
leguminous plants and vegetables, with the purpose of contributing prevent many
chronic diseases associated to feeding.
Key-Words: Adolescence. Adolescents. Non-Transferable Chronic Diseases. 5 per
Day Program.
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Média do consumo de energia e nutrientes e percentual do consumo
calórico total dos nutrientes, por sexo, grupos de idade e situação do domicílio,
segundo os nutrientes – Brasil – período 2008-2009 ............................................... 24
Tabela 2 – Prevalência de inadequação e percentis 10, 50 e 90, com indicação da
recomendação nutricional do consumo de micronutrientes para adolescentes de 10 a
13 e de 14 a 18 anos de idade em área urbana, por sexo – Brasil – período 2008-
2009 ....................................................................................................................... 29
Tabela 3 – Prevalência de inadequação e percentis 10, 50 e 90, com indicação da
recomendação nutricional do consumo de micronutrientes para adolescentes de 10 a
13 e de 14 a 18 anos de idade em área rural, por sexo – Brasil – período 2008-2009
......................... ......................................................................................................... 30
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 09
2 OBJETIVOS ................................................................................................... 11
2.1 Objetivo geral ................................................................................................ 11
2.2 Objetivos específicos ................................................................................... 11
3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 12
4 METODOLOGIA ............................................................................................. 13
5 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................... 14
5.1 Adolescência - Características deste ciclo da v ida ................................... 14
5.2 Recomendações nutricionais na adolescência ......................................... 15
5.2.1 Energia ........................................................................................................... 16
5.2.2 Macronutrientes .............................................................................................. 16
5.2.2.1 Carboidratos .................................................................................................. 16
5.2.2.2 Proteínas ....................................................................................................... 17
5.2.2.3 Lipídios .......................................................................................................... 18
5.2.3 Micronutrientes ............................................................................................... 18
5.2.3.1 Ferro .............................................................................................................. 18
5.2.3.2 Cálcio ............................................................................................................ 19
5.2.3.3 Vitamina A ..................................................................................................... 20
5.2.3.4 Vitamina C ..................................................................................................... 21
5.3 Consumo alimentar de adolescentes no Brasil ......................................... 22
5.3.1 Ingestão de micronutrientes ............................................................................ 26
5.3.2 Prevalência de inadequação da ingestão de nutrientes ................................. 27
5.4 Doenças crônicas não transmissíveis ....................................................... 31
5.4.1 Obesidade ..................................................................................................... 32
5.4.2 Diabetes ......................................................................................................... 33
5.4.3 Doenças Cardiovasculares ............................................................................ 35
5.5 Estratégias para o alcance de hábitos alimentar es saudáveis e melhor
qualidade de vida .................................................................................................... 37
5.6 O programa “5 ao Dia” ................................................................................. 39
5.6.1 Como adotar o “5 ao Dia” – dicas para o dia-a-dia ............................................... 41
5.6.2 Programa 5 ao dia em Portugal .......................................................................... 42
5.6.3 Resultados do Programa 5 ao dia ....................................................................... 43
9
6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 45
REFERÊNICAS .............................................................................................. 47
ANEXO A - Tabelas ....................................................................................... 64
10
1 INTRODUÇÃO
A adolescência é um período marcado por grandes transformações fisiológicas,
morfológicas, mentais e emocionais que levam o indivíduo ao estado adulto e, como
todo processo de desenvolvimento humano, resulta de interação de determinantes
genéticos e influências ambientais.
A necessidade de nutrientes para os adolescentes varia de acordo com a
idade, o tamanho corporal, o sexo, o desenvolvimento puberal e a atividade física. A
adolescência é um dos períodos da vida em que as necessidades nutricionais são
maiores.
Na atual sociedade, nota-se que as necessidades nutricionais em adolescentes
são, em termos relativos, maiores que as do adulto por estes encontrar-se em fase
de crescimento e desenvolvimento acelerado.
Em relação aos hábitos alimentares, verifica-se, nesta fase, que não existe
uma seleção qualitativa de alimentos e/ou preparações e o adolescente escolhe, na
maioria das vezes, alimentos que menos lhe convém: sanduíches, refrigerantes,
doces, massas, frituras, fast foods. Este comportamento pode desencadear
consequências futuras desagradáveis, principalmente em relação ao estado de
saúde, uma vez que estes alimentos representam “escolhas não-saudáveis”, com
excesso de calorias, gorduras, sódio, além de pouco nutrientes e fibras, que não
atendem às necessidades nutricionais deste ciclo da vida.
A alimentação inadequada e a inatividade física são fatores fundamentais para
a ocorrência das doenças não transmissíveis mais importantes, como as
cardiovasculares, a diabetes tipo 2 e determinados tipos de câncer, e contribuem
substancialmente para a carga mundial de morbidade, mortalidade e incapacidade.
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam a principal causa
de mortalidade e incapacidade mundial, principalmente as cardiovasculares,
diabetes e obesidade. Esse problema afeta as populações dos países desenvolvidos
e em desenvolvimento, sendo que ao nível de Brasil, conforme dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatístico (IBGE), constatamos que os adolescentes estão
acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde, ultrapassando
nível internacional de comparação com os demais países.
11
As Estratégias Globais contemplam a prevenção contra DCNT e câncer desde
a infância e adolescência por todo o ciclo de vida, porém, para a fase de infância e
adolescência ganha ênfase devido à maior vulnerabilidade biológica e social que
acarretam os desequilíbrios nutricionais e à formação de hábito alimentar
inadequado.
O consumo de, pelo menos 5 porções ao dia de vegetais (frutas, verduras e
legumes), que são fontes de minerais, vitaminas e fibras "protegem" o organismo de
uma série de doenças crônicas. Desta forma, o programa 5 ao dia (campanha
mundial de estimulo a alimentação saudável) busca estimular o consumo de frutas e
vegetais, propiciar refeições menos calóricas e mais nutritivas, adequar o balanço
energético diário, propor refeições programadas com horários corretos, redução no
consumo de gordura saturada e açúcares, que são algumas medidas que devem ser
tomadas ainda na fase infantil e seguida como hábitos ao longo do desenvolvimento
do indivíduo.
Com a presente revisão bibliográfica pretende-se observar como é o consumo
de legumes, verduras e frutas dos adolescentes, segundo dados do POF IBGE
2008/2009 e relatar a importância de hábitos alimentares adequados nesta fase da
vida para prevenir possíveis Doenças Crônicas Não Transmissíveis, uma vez que
estas poderão ser desencadeadas caso os mesmos não modifiquem seu
comportamento alimentar errôneo e o substituam por uma alimentação saudável,
conforme o objetivo do programa “5 ao Dia” que é promover o consumo diário de,
pelo menos, cinco porções de frutas, legumes e verduras, a fim de contribuir para a
prevenção de diversas doenças crônicas associadas à alimentação.
12
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Comparar o hábito alimentar de adolescentes brasileiros, conforme os dados
do POF IBGE 2008/2009, com as orientações do Programa 5 ao Dia.
2.2 Objetivos específicos
− Relatar o consumo de legumes, verduras e frutas de adolescentes no Brasil,
segundo dados do POF IBGE 2008/2009.
− Demonstrar, através do Programa 5 ao dia, se os adolescentes apresentam
consumo adequado de legumes, verduras e frutas;
− Ressaltar a importância de hábitos alimentares adequados na adolescência
para prevenir possíveis Doenças Crônicas Não Transmissíveis.
13
3 JUSTIFICATIVA
Os hábitos alimentares exercem grande influência sobre a saúde, o
crescimento e o desenvolvimento dos indivíduos. Estudos recentes sugerem que os
padrões de ingestão dietética durante a adolescência podem predizer a ocorrência
de obesidade e doenças cardiovasculares na idade adulta, bem como determinar o
risco de alguns tipos de câncer relacionados à dieta (NEUTZLING et al, 2010).
Do ponto de vista nutricional, a adolescência representa um período crítico,
visto que uma boa nutrição é essencial para a saúde do adolescente. Uma nutrição
adequada e hábitos alimentares saudáveis são importantes no processo de
crescimento, pois contribuem para o desenvolvimento de todo o seu potencial.
Durante a adolescência podem-se estabelecer os precursores de doenças
nutricionais, daí a necessidade de uma boa nutrição para a prevenção de doenças
na vida adulta (NÓBREGA, 1998). Para se ter uma alimentação adequada, saudável
durante a adolescência, podemos seguir através de alguns programas, dentre os
quais destacamos o programa 5 ao dia.
O principal objetivo das estratégias de promoção da saúde desenvolvidas em
todo o mundo pelo Programa 5 ao dia é melhorar a qualidade de vida. Um desafio
importante na atualidade é buscar reverter o aumento acelerado do número de
casos de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente a obesidade, as
doenças cardiovasculares, os diabetes mellitus e o câncer (5 AO DIA – RIO, 2005).
Diante dos riscos que os maus hábitos alimentares podem causar nos
indivíduos na vida adulta, e como tenho um irmão adolescente que se alimenta mal,
comendo fast foods, salgadinhos, bolacha recheada, tomando refrigerantes e não
consome quase nada de frutas, legumes e verduras, onde hoje ele não tem
nenhuma DCNT, mas na fase adulta pode vir a ter devido sua alimentação
inadequada, me interessei em desenvolver mais sobre este assunto para poder
ajudar na alimentação e nos hábitos alimentares dele.
14
4 METODOLOGIA
Este trabalho consiste em uma revisão bibliográfica sobre o Hábito Alimentar
de Adolescentes com as orientações do Programa 5 ao Dia.
Para tanto foi realizada a pesquisa em artigos científicos, livros, teses e
dissertações, considerando-se como período de pesquisa as últimas duas décadas,
e incluindo-se preferencialmente estudos na língua portuguesa. A coleta de
referências foi realizada no período de fevereiro a junho de 2012.
Utilizou-se a Biblioteca Virtual em Saúde como fonte, e buscaram-se pesquisas
nas bases de dados Scielo e Google acadêmicos, usando os seguintes termos de
indexação: hábito alimentar de adolescentes, Programa 5 ao Dia. Após a obtenção
do referencial bibliográfico, cada publicação foi revisada e analisada para posterior
redação.
15
5 REVISÃO DA LITERATURA
5.1 Adolescência - Características deste ciclo da v ida
A adolescência compreende o período dos 10 aos 20 anos de idade, conforme
definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), e é um período marcado por
grandes transformações fisiológicas, morfológicas, mentais e emocionais que levam
o indivíduo ao estado adulto e, como todo processo de desenvolvimento humano,
resulta de interação de determinantes genéticos e influências ambientais (CIAMPO;
TOMITA, 2007).
Antes da puberdade pode ocorrer um aumento da adiposidade corporal,
resultando em formas corpóreas mais arredondadas, deixando o jovem com um
aspecto “gordinho”. Esse acúmulo de gordura corporal é uma reserva de energia
para o rápido crescimento durante o estirão (PERRONI; NUZZO, 2008).
A puberdade é caracterizada pelas mudanças biológicas determinadas pelo
desencadeamento dos estímulos hormonais do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas. O
início desse processo é influenciado por fatores ambientais, nutricionais e sociais. “O
aparecimento das mudanças físicas observadas no adolescente, tais como
desenvolvimento das mamas, pêlos pubianos e maturação da genitália, ocorre
algum tempo após as primeiras modificações hormonais”. (VITOLO, 2008).
Segundo Sá (1990), “o apetite nesta fase da vida é assombroso, mas,
infelizmente, o adolescente não realiza uma seleção qualitativa, preferindo alimentos
que menos lhe convém: sanduíches, refrigerantes, doces, massas, frituras”. Isto
pode determinar problemas, pois, geralmente, são “calorias vazias” que não
atendem às necessidades do adolescente.
As mudanças biológicas, psicológicas, cognitivas e sociais que ocorrem
intensamente na adolescência interferem de forma dinâmica no comportamento
alimentar do adolescente (VITOLO, 2008).
Para melhor entender o comportamento alimentar, deve-se levar em
consideração a inter-relação de vários fatores que influenciam de maneira direta
e/ou indireta essa faixa etária. Os fatores externos são constituídos pela unidade
familiar e suas características, pelas atitudes dos pais e amigos, pelas normas e
valores sociais e culturais, pela mídia, fast-foods, conhecimento de nutrição e por
manias alimentares. Existem os fatores internos, que são constituídos pelas
16
necessidades e características psicológicas, imagem corporal, valores e
experiências pessoais, auto-estima, preferências alimentares, saúde e
desenvolvimento psicológico (VITOLO, 2008).
Esses fatores estão atrelados ao sistema sócio-político-econômico, à
disponibilidade de alimentos, à produção e ao sistema de distribuição que levam a
determinado estilo de vida, acarretando o hábito alimentar individual (VITOLO,
2008).
5.2 Recomendações nutricionais na adolescência
Segundo Perroni e Nuzzo (2008), o estado nutricional na adolescência merece
atenção, pois é um período decisivo para a qualidade de vida na maioridade. Nessa
fase de crescimento acelerado são importantes um consumo energético adequado e
atenção especial aos nutrientes que estão mais associados à construção dos tecidos
corpóreos: proteínas, ferros, cálcio e vitaminas A e C.
Conforme Ciampo e Tomita (2007), a necessidade de nutrientes para os
adolescentes varia de acordo com a idade, o tamanho corporal, o sexo, o
desenvolvimento puberal e a atividade física. A adolescência é um dos períodos da
vida em que as necessidades nutricionais são maiores.
Trata-se de um grupo vulnerável em decorrência da alta demanda de
nutrientes, conseqüência do rápido crescimento e desenvolvimento (PERRONI;
NUZZO, 2008).
5.2.1 Energia
As recomendações energéticas dos adolescentes variam muito e dependem do
sexo, da fase pubertária (velocidade do crescimento) e do nível de atividade física
(PERRONI; NUZZO, 2008).
O cálculo energético na adolescência é um processo complexo, pois, se não
houver domínio da fase pubertária em que o adolescente se encontra, não é
possível estimar o valor correto que permita atender as necessidades para o
crescimento, o desenvolvimento e a atividade física (VITOLO, 2008).
O cálculo para estimar o valor energético diário pode ser realizado mediante o
gasto energético basal (GEB), utilizando-se a fórmula de Schofield (1985). Quando
17
as crianças são ativas, o gasto energético total (GET) é obtido multiplicando-se o
GEB por 40 a 50% ou pelo fator atividade, de acordo com o estilo de vida do
adolescente.
Outro modo de se estimar o GET é por meio do cálculo das necessidades
energéticas de acordo com a altura em centímetros do adolescente. De acordo com
as RDA (1989) as necessidades energéticas são de 16kcal/cm (sexo masculino, 11-
14 anos), 17kcal/cm (sexo masculino, 15-18 anos), 14kcal/cm (sexo feminino, 11-14
anos) e 13,5kcal/cm (sexo feminino, 15-18 anos) (CIAMPO; TOMITA, 2007).
5.2.2 Macronutrientes
5.2.2.1 Carboidratos
A principal função dos carboidratos é fornecer energia às células do corpo,
particularmente o cérebro, único órgão dependente exclusivo de carboidratos. A
ingestão dietética recomendada (RDA, do inglês recomended dietary allowance)
para carboidratos é de 130g/dia para adultos, crianças e adolescentes, com base na
média da quantidade mínima de glicose utilizada pelo cérebro (FARIA et al, 2010).
5.2.2.2 Proteínas
As proteínas desempenham um papel fundamental na construção dos novos
tecido corporais na adolescência (PERRONI; NUZZO, 2008).
A proteína, além de ser o maior componente estrutural das células no corpo,
participa também da função das enzimas, componente de membranas, como
transportadores e como hormônios; os aminoácidos servem como precursores para
ácidos nucléicos, hormônios, vitaminas e outras moléculas importantes. Sendo
assim, é essencial uma adequada ingestão de proteína para a manutenção da
integridade e das funções celulares e para a saúde e reprodução. O mais importante
aspecto da proteína do ponto de vista nutricional é a composição de aminoácidos,
mas sua estrutura também pode influenciar na digestibilidade (FARIA et al, 2010).
A necessidade protéica é determinada pela quantidade necessária para manter
o crescimento de novos tecidos, que durante a adolescência podem representar
uma porção substancial da necessidade total (VITOLO, 2008).
18
Nessa fase da vida a necessidade protéica depende do sexo e da faixa etária,
pois há variabilidade no período de estirão de crescimento entre o sexo masculino e
o feminino (CIAMPO; TOMITA, 2007).
A ingestão insuficiente de proteína é identificada em adolescentes com
condições socioeconômicas desfavoráveis ou naqueles que apresentam distúrbios
comportamentais, como a anorexia (PERRONI; NUZZO, 2008).
Hábitos alimentares de adolescentes do sexo feminino, que resultam em
restrição de energia, representam um problema potencial de saúde quando fontes
protéicas são usadas como energia, particularmente durante o estirão do
crescimento, o que leva a comprometimento do crescimento (VITOLO, 2008).
De acordo com as RDA (1989) a recomendação de proteínas para
adolescentes é de 1,0g/kg/dia (sexo masculino ou feminino, 11 a 14 anos de idade);
0,9g/kg/dia (sexo masculino, 15 a 18 anos de idade); e 0,8g/kg/dia (sexo feminino,
15 a 18 anos de idade) (CIAMPO; TOMITA, 2007).
O cálculo para se estimar o valor de proteína da dieta do adolescente pode ser
feito utilizando-se a proporção de 12% a 15% desse nutriente em relação ao valor
energético total. É fundamental, entretanto, que a prescrição energética esteja
correta para que a proteína seja poupada para o crescimento. A estimativa protéica
total por esse método é maior do que a determinada na tabela da RDA (1989), pois
se refere ao valor total consumido, incluindo-se todos os tipos de proteína e não
somente as de alto valor biológico (VITOLO, 2008).
5.2.2.3 Lipídios
Valores de AL e de RDA não são estabelecidos para a gordura total porque
não existem dados suficientes para determinar um nível de ingestão de lipídios em
que o risco de inadequação ou prevenção de doenças crônicas ocorre.
Foi estabelecida, entretanto, uma faixa de distribuição aceitável de
macronutrientes (AMDR – Acceptable Macronutrient Distribution Range), que
considera uma faixa de 25% a 35% de lipídios totais da dieta para crianças e
adolescentes de 4 a 18 anos (FARIA et al, 2010).
19
5.2.3 Micronutrientes
Os micronutrientes desempenham importante papel no crescimento e na saúde
dos adolescentes. O consumo insuficiente de frutas e vegetal, as principais fontes de
micronutrientes, tem sido associado a alguns tipos de câncer e outras doenças
(FARIA et al, 2010).
5.2.3.1 Ferro
O ferro é componente da hemoglobina (glóbulos vermelhos do sangue),
mioglobina (pigmentos vermelhos dos músculos) e também de algumas enzimas.
Por meio da hemoglobina, transporta o oxigênio; e na mioglobina o armazena. É
indispensável na prevenção da anemia (FARIA et al, 2010).
Segundo Vitolo (2008), na adolescência, a necessidade de ferro aumenta para
ambos os sexos, pelo rápido crescimento e pelo aumento da massa muscular, do
volume sanguíneo e das enzimas respiratórias. Além disso, em especial no sexo
feminino, há um aumento adicional com o evento da menarca, por causa da perda
de ferro durante a menstruação.
A necessidade de ferro no sexo masculino é maior durante o pico da
velocidade de crescimento, já que a necessidade de ferro para o crescimento
depende, em parte, do aumento do volume sanguíneo causado pelo crescimento da
massa magra (VITOLO, 2008).
Conforme Perroni; Nuzzo (2008), o consumo dietético e a absorção do ferro
devem ser suficientes para compensar as perdas normais (fezes, urina e menstrual
nas meninas), além de prover o crescimento dos tecidos, principalmente no período
do estirão.
A anemia ferropriva tem alta prevalência tanto em países do Primeiro Mundo
como em países em desenvolvimento (VITOLO, 2008).
Na adolescência, a anemia ferropriva é um problema mundial, principalmente
no sexo feminino pós-menarca, e pode comprometer o rendimento escolar
(PERRONI; NUZZO, 2008).
Os valores recomendados de ingestão de ferro são 8mg/dia (ambos os sexos,
9-13 anos), 15mg/dia (sexo masculino, 14-18 anos) e 11mg/dia (sexo feminino, 14-
20
18 anos). A proteína de origem animal, além do seu alto valor biológico, é rica fonte
de ferro, nutriente importante para a expansão do volume sanguíneo decorrente do
aumento de massa muscular e para a reposição das perdas menstruais (CIAMPO;
TOMITA, 2007).
5.2.3.2 Cálcio
O cálcio representa 1% a 2% do peso corporal do adulto, e cerca de 99% deste
mineral é encontrado nos ossos e dentes. Uma pequena parte é encontrada no
sangue, no fluído extracelular, nos músculos e em outros tecidos (FARIA et al,
2010).
A ingestão de cálcio é uma das grandes preocupações de profissionais e
estudiosos da saúde do adolescente. Esta se faz importante porque, durante essa
fase, ocorre o aumento da retenção de cálcio para a formação óssea (VITOLO,
2008).
Segundo Perroni; Nuzzo (2008), na puberdade e adolescência, as
necessidades de cálcio são maiores do que em qualquer outro período da vida, por
causa do acelerado desenvolvimento muscular, esquelético e endócrino. A ingestão
adequada desse nutriente é o fator de maior contribuição para a sua retenção e
conseqüente densidade óssea. O acúmulo de massa óssea tem início na puberdade
e estende-se até os 20 anos; portanto, trata-se de um período crítico de
mineralização dos ossos e pode influenciar futuramente no aparecimento da
osteoporose.
De 9 a 18 anos de idade, a retenção de cálcio aumenta a um patamar e
posteriormente declina. O pico do aumento da taxa de cálcio tipicamente ocorre em
uma média de idade de 13 anos para o gênero feminino e 14,5 anos para o
masculino. Após a menarca, a retenção de cálcio nas adolescentes declina
rapidamente com a formação e reabsorção óssea. Medidas de maturação sexual
são melhores preditoras da retenção de cálcio do que a idade cronológica durante
este período de desenvolvimento (FARIA et al, 2010).
A ingestão adequada (AI) de cálcio é de 1.300mg/dia tanto para os
adolescentes do sexo masculino quanto para aqueles do sexo feminino. Durante o
estirão, o aumento de massa esquelética é muito importante e a ingestão de cálcio
21
nesta fase deve ser aumentada para satisfazer essas necessidades (CIAMPO;
TOMITA, 2007).
As RDAs de cálcio ainda não foram determinadas (PERRONI; NUZZO, 2008).
5.2.3.3 Vitamina A
A vitamina A é importante para o crescimento linear e a maturação sexual e as
necessidades dessa vitamina no organismo aumentam consideravelmente nos
períodos de crescimento acelerado (FARIA et al, 2010).
Para adolescentes, as recomendações são consideradas separadamente por
sexo, por causa das diferenças que ocorrem durante esse período e da influência
hormonal nos valores sanguíneos de vitamina A, independentemente das suas
reservas (VITOLO, 2008).
Segundo Perroni; Nuzzo (2008), a deficiência de vitamina A limita a utilização
do ferro armazenado no fígado, diminuindo a utilização deste para a formação da
hemoglobina.
Ciampo; Tomita (2007), diz que as necessidades vitamínicas aumentam muito
na adolescência e uma dieta inadequada pode levar à sua carência. As
recomendações diárias de vitamina A são de 600ug/dia (ambos os sexos, 9-13
anos), 900ug/dia (sexo masculino, 14-18 anos) e 700ug/dia (sexo feminino, 14-18
anos) e sua carência pode, dentre outras manifestações, levar à depressão do
sistema imunológico.
5.2.3.4 Vitamina C
A vitamina C atua, fundamentalmente, como agente redutor em várias e
importantes reações de hidroxilação no organismo. Participa na síntese do colágeno,
refletindo na cicatrização, na formação dos dentes e na integridade dos capilares
(VITOLO, 2008).
O consumo insuficiente de vitamina C é preocupante nos adolescentes que
recusam os alimentos fontes, nos fumantes ou nas jovens que usam contraceptivos
orais (PERRONI; NUZZO, 2008).
22
A deficiência grave de vitamina C é avaliada por sinais clínicos de escorbuto,
que inclui hiperqueratose folicular, sangramento de gengivas, hemorragias e dores
articulares, que estão associados a níveis séricos de vitamina C abaixo de 0,2mg/dl
e concentrações de leucócitos abaixo de 2ug/10 de células (VITOLO, 2008).
Recomendam-se 45mg diários de vitamina C para indivíduos de ambos os
sexos na faixa etária entre 9-13 anos, 75mg/dia para adolescentes de sexo
masculino de 14 a 18 anos e 65mg/dia para adolescentes do sexo feminino de 14 a
18 anos (CIAMPO; TOMITA, 2007).
5.3 Consumo alimentar de adolescentes no Brasil
O consumo alimentar de adolescentes no Brasil, segundo dados do IBGE/ POF
2008 – 2009 demonstraram que o consumo energético médio da população
brasileira em geral variou de 1490kcal a 2289kcal levando em conta sexo e faixa
etária (IBGE – 2008-2009).
As maiores médias de ingestão de energia foram observadas no sexo
masculino, sobretudo nos adolescentes de 14 a 18 anos (2 289 kcal/dia).
Nos adolescentes aproximadamente 28% da energia da dieta foi proveniente
de lipídios. A contribuição percentual das proteínas variou entre de 15% a 16% entre
os adolescentes. A contribuição calórica dos carboidratos variou de 54,8% a 57,0%
entre os homens e de 56,2% a 57,6% entre as mulheres (Tabela 1 – Anexo p. 47)
(IBGE – 2008-2009).
As médias de ingestão de colesterol foram menores entre as mulheres (variou
de 186,3 mg a 237,9 mg) do que entre os homens (variou de 231,1 mg a 282,1 mg)
em todos os grupos etários observados. Os adolescentes de 14 a 18 anos tiveram
as maiores médias de consumo de colesterol. O mesmo pode ser observado para os
ácidos graxos saturados, monoinsaturados, poli-insaturados totais e poli-insaturado
linoleico. Por sua vez, para o ácido graxo poli-insaturado linolênico, observou-se
menor variação no consumo entre as faixas etárias. Já para o consumo de ácidos
graxos trans, observou-se consumo médio mais elevado entre os adolescentes do
sexo masculino de 14 a 18 anos (3,1 g diárias) (Tabela 1 – Anexo p.47) (IBGE –
2008-2009).
Por sua vez, a ingestão média diária de açúcares totais sofreu grande variação
entre as faixas etárias, sendo mais elevada no grupo dos adolescentes de ambos os
23
sexos, variando de 105,4 g a 113,1 g entre os meninos e de 106,8 g a 110,7 g entre
as meninas. O consumo médio diário de açúcar total entre os adolescentes foi cerca
de 30% (Tabela 1 – Anexo p.47) (IBGE – 2008-2009).
A análise, segundo a situação do domicílio (urbano e rural), revela que as
médias de ingestão energética diária são maiores entre os adolescentes dos
domicílios das áreas urbanas quando comparados com aqueles de áreas rurais
(Tabela 1). Nas áreas urbanas, a participação calórica das proteínas aumenta com a
idade para ambos os sexos. Para o sexo masculino variou de 15% nos adolescentes
de 10 a 13 anos de idade. A participação calórica média dos lipídios mostrou-se
maior nas áreas urbanas, sobretudo nos adolescentes do sexo masculino de 14 a 18
anos de idade (Tabela 1) (IBGE – 2008-2009).
24
Tabela 1 – Média do consumo de energia e nutrientes e percentual do
consumo calórico total dos nutrientes, por sexo, grupos de idade e situação do
domicílio, segundo os nutrientes – Brasil – período 2008-2009.
25
A Tabela 2 (Anexo p.48-51) apresenta as médias de ingestão de energia e
macronutrientes para as Grandes Regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-
Oeste, respectivamente. Na Região Norte observou-se médias de ingestão
energética acima das médias nacionais e das demais regiões do País, variando de 1
660 kcal a 2 496 kcal. Notou - se também que a participação calórica média das
proteínas nessa região é a mais elevada para todas as faixas etárias e em ambos os
sexos e excedeu a média nacional (IBGE – 2008 – 2009).
Na Região Nordeste, foi estimada médias de ingestão energética que se
situaram na faixa de 1 448 kcal a 2 174 kcal segundo os grupos etários, entretanto a
ingestão de proteínas ultrapassou o limite máximo recomendado de 15%. Em
relação às demais regiões, observaram-se que na Região Nordeste a maior
participação calórica média dos carboidratos entre os adolescentes de 10 a 13 anos
de idade, era ligeiramente mais elevada. Nessa região, a participação calórica dos
lipídios esteve abaixo dos valores nacionais (Tabela 2 – Anexo p.48-51) (IBGE –
2008-2009).
As médias de ingestão energética na Região Sudeste variaram de 1 504 kcal a
2 421 kcal. Nessa região, a participação calórica das proteínas no valor energético
total da dieta variou de 14,7% a 16,9%, participações que se encontravam abaixo
das médias nacionais, também a participação calórica média dos carboidratos
mostrou – se levemente mais baixa nessa região do que a média nacional. Para os
lipídios, a participação calórica média da Região Sudeste foi a maior em
comparação às demais regiões e às médias do País para os adolescentes (10 a 18
anos de idade) do sexo masculino e para o grupo de 14 a 18 anos do sexo feminino
(Tabela 2 - Anexo p. 48-51) (IBGE – 2008-2009).
Na Região Sul, os valores médios de ingestão energética variaram de 1 484
kcal a 2 232 kcal e foram inferiores aos nacionais em quase todos os grupos
investigados, com exceção dos homens de 19 a 59 anos e das mulheres de 10 a 18
anos de idade. Nessa região, as médias de participação calórica das proteínas
foram inferiores às demais regiões e às médias nacionais. Ao analisar a participação
calórica dos lipídios, verificou-se que as médias nessa região foram mais elevadas
que as médias nacionais (Tabela 2 – Anexo p. 48-51) (IBGE – 2008-2009).
A Região Centro-Oeste apresentou médias de ingestão energética de 1 453
kcal a 2 185 kcal, as quais foram inferiores às médias nacionais observadas nos
grupos de 14 a 18 anos de idade. No que diz respeito à participação calórica das
26
proteínas, a Região Centro-Oeste obteve a segunda maior média do País, ficando
atrás apenas da Região Norte (IBGE – 2008-2009).
Entre as Grandes Regiões, observaram-se também diferenças na ingestão de
colesterol, dos componentes lipídicos da dieta, de fibras e de açúcares totais. Nesse
sentido, a Região Norte apresentou as médias mais elevadas de ingestão de
colesterol, em ambos os sexos e de ácidos graxos poli-insaturados no sexo
masculino. Além disso, concentrou as maiores médias de ingestão de fibras,
sobretudo no grupo de adolescentes de 10 a 13 anos e de 14 a 18 anos de idade.
Por sua vez, a Região Nordeste registrou as menores médias de ingestão dos
componentes lipídicos da dieta na maioria dos grupos analisados, as menores
médias de ingestão de fibras no sexo feminino e as menores de consumo de açúcar
total entre os adolescentes de 10 a 18 anos de idade do sexo masculino. As Regiões
Sul e Sudeste destacaram-se por apresentarem as médias mais baixas de ingestão
de colesterol e as mais altas de ácidos graxos saturados, monoinsaturados e trans,
bem como de açúcares totais (IBGE – 2008-2009).
5.3.1 Ingestão de micronutrientes
As médias de ingestão de micronutrientes totalizadas por sexo, faixa etária,
situação do domicílio (urbano e rural) e Grandes Regiões são mostradas nas
Tabelas 3 a 5 (Anexo p. 52-56). Comparações de médias de ingestão entre sexo e
faixa etária podem gerar interpretações equivocadas, uma vez que valores de
referência de ingestão variam entre esses grupos. Médias de ingestão de um dado
nutriente, mesmo que similar entre estratos de sexo e idade, não indica
necessariamente que ambos estão com mesma prevalência de inadequação.
Por essa razão, os comentários sobre a ingestão destes nutrientes são
relativos ao percentual de indivíduos com consumo inadequado (IBGE – 2008-2009).
5.3.2 Prevalência de inadequação da ingestão de nutrientes
O percentual de indivíduos com consumo abaixo da necessidade média
estimada - EAR foi calculado para os nutrientes: vitaminas A, E, C, D, B1 (tiamina),
B2 (riboflavina), B6 (piridoxina) e B12 (cobalamina), folato, niacina, selênio, zinco,
27
cobre, ferro, fósforo, magnésio e cálcio. As análises foram estratificadas segundo o
sexo e a faixa etária (adolescentes com 10 a 13 anos e 14 a 18 anos de idade), uma
vez que as recomendações de ingestão diferem entre esses grupos. Foram feitas
estratificações também por situação do domicílio (urbana e rural) e por Grandes
Regiões do País (IBGE – 2008-2009).
A Tabela 6 (Anexo p. 57) mostra as prevalências de inadequação da ingestão
de nutrientes para adolescentes segundo o sexo, estratificados pelas faixas de idade
de 10 a 13 anos e 14 a 18 anos. Os nutrientes que apresentaram prevalências de
inadequação elevadas foram vitamina E, vitamina D, cálcio, vitamina A, fósforo,
magnésio e vitamina C. Adolescentes de 10 a 13 anos de idade, de uma forma
geral, apresentam prevalências de inadequação de consumo de nutrientes inferiores
quando comparados aos adolescentes com idades na faixa de 14 a 18 anos,
especialmente em relação ao ferro, tiamina e piridoxina. As inadequações foram
similares entre os sexos com exceção do ferro (11% entre os meninos contra 24%
entre as meninas) e da riboflavina (16% para o sexo masculino contra 8,6% para o
sexo feminino), ambos na faixa etária de 14 a 18 anos. Em relação ao sódio, mais
de 70% dos adolescentes tiveram ingestão superior ao valor máximo de ingestão
tolerável (UL) (IBGE – 2008-2009).
As principais diferenças entre as faixas etárias foram observadas para
magnésio, cuja prevalência de inadequação foi mais elevada para mulheres com
idade acima de 14 anos (em torno de 85%, comparado com uma prevalência de
aproximadamente 42% para as meninas de 10 a 13 anos); fósforo, com maior
inadequação entre meninas adolescentes de 10 a 18 anos (IBGE – 2008-2009).
Nas faixas etárias de 10 a 13 anos e de 14 a 18 anos de idade, as prevalências
de inadequação nas áreas urbanas, em ambos os sexos, foram inferiores
comparadas às das áreas rurais, especialmente em relação ao cobre, zinco, tiamina,
riboflavina, piridoxina e cobalamina. Entre os nutrientes com inadequações mais
elevadas, os percentuais foram semelhantes entre as áreas urbana e rural. No
entanto, a proporção de indivíduos com ingestão de sódio acima do nível seguro de
ingestão foi mais elevada nas áreas urbanas quando comparada às áreas rurais. Por
exemplo, 83% dos meninos de 10 a 13 anos de idade das áreas urbanas consomem
sódio acima do nível tolerável em comparação aos 76% das áreas rurais, conforme
observado nas Tabelas 2 e 3 (IBGE – 2008-2009).
28
Tabela 2 – Prevalência de inadequação e percentis 10, 50 e 90, com indicação
da recomendação nutricional do consumo de micronutrientes para adolescentes de
10 a 13 e de 14 a 18 anos de idade em área urbana, por sexo – Brasil – período
2008-2009.
29
Tabela 3 – Prevalência de inadequação e percentis 10, 50 e 90, com indicação
da recomendação nutricional do consumo de micronutrientes para adolescentes de
10 a 13 e de 14 a 18 anos de idade em área rural, por sexo – Brasil – período 2008-
2009.
30
Os resultados de inadequação para adolescentes de ambos os sexos segundo
as Grandes Regiões são apresentados nas Tabelas 7 a 11 (Anexo p. 58-62). Em
todas as regiões analisadas, as vitaminas A, E, C e D; e os minerais, cálcio, fósforo
e magnésio foram os nutrientes de maior percentual de inadequação. De uma forma
geral, as inadequações para esses nutrientes são similares entre as Grandes
Regiões e semelhantes aos dados observados para o País nessas faixas etárias
estudadas. A inadequação da ingestão de folato foi a que mais se distanciou entre
as regiões, atingindo, nas Regiões Norte e Sudeste, respectivamente, 32% e 8%
para o sexo masculino de 10 a 13 anos de idade, e 29% e 10% para o sexo feminino
na mesma faixa etária (IBGE – 2008-2009).
A prevalência de ingestão de gordura saturada acima do limite recomendado
de 7% (Sposito et al.,) do consumo total de energia foi de 82% na população e o
percentual da população com ingestão de fibras menor ou igual a 12,5 g por 1 000
kcal foi de 68%. Os valores de prevalência por faixa etária encontram-se na Tabela
12 (Anexo p. 63). Observa-se que para os adolescentes essas prevalência são ainda
mais elevadas, especialmente entre as meninas (IBGE – 2008-2009).
5.4 Doenças crônicas não transmissíveis
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam a principal causa
de mortalidade e incapacidade mundial, principalmente as cardiovasculares,
diabetes e obesidade. Esse problema afeta as populações dos países desenvolvidos
e em desenvolvimento. Entre as possíveis causas pode-se destacar a mudança no
estilo de vida, com a diminuição da atividade física de forma global na vida do
indivíduo (FISBERG; MAXIMINO, 2010).
As DCNT como as cardiovasculares, o câncer, os diabetes, a cirrose hepática,
as pulmonares obstrutivas crônicas e os transtornos mentais constituem-se em
importantes problemas de saúde publica, cujos fatores de risco podem ser
classificados em três grupos: os de caráter hereditário; os ambientais e
socioeconômicos e os comportamentais. Dentre os três grupos de fatores de risco, e
de suma relevância a atuação sobre os fatores de risco comportamentais, ou seja,
sedentarismo, dieta, fumo e álcool, uma vez que é previsível (BRASIL, 2001a).
As DCNT são o resultado de “estilos de vida” não-saudáveis. Acredita-se que
os indivíduos desenvolvem uma DCNT em conseqüência de um “estilo de vida”
31
desregrado, no entanto, a responsabilidade individual só pode ter efeito total em
situações nas quais os indivíduos tenham acesso igual a uma vida saudável, e
recebam apoio para tomar decisões saudáveis (OMS, 2005). É imprescindível levar
em consideração a influência da globalização, da industrialização e da mídia na
mudança dos padrões de consumo.
Verifica-se também que adolescentes obesos tendem a ingerir maiores
quantidades de fast food e não compensar esse excesso energético e ainda,
aqueles com vida mais sedentária, que assistem mais à televisão, também ingere
maior quantidade de refrigerantes. Por outro lado, as estratégias que investem na
redução de comportamentos sedentários mostram resultados positivos no controle
de obesidade (OSSUCCI, 2008).
Em 2007, cerca de 72% das mortes no Brasil foram atribuídas as DCNT
(doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, diabetes, câncer e
outras, inclusive doenças renais), 10% as doenças infecciosas e parasitárias e 5%
aos distúrbios de saúde materno-infantis (SCHMIDT et al, 2011).
5.4.1 Obesidade
A obesidade está sendo considerada uma doença crônica e epidêmica, pois
vem apresentando rápido aumento em sua prevalência nas últimas décadas, e tanto
em países desenvolvidos como nos em desenvolvimento está relacionada com alta
taxa de morbidade e mortalidade (FISBERG; MAXIMINO, 2010).
A América Latina, inclusive o Brasil, nos últimos 20 anos, apresentou uma
rápida transição epidemiológica e nutricional marcada pelo aumento da prevalência
da obesidade nos diversos estratos da população nas diversas classes econômicas
e praticamente em todas as faixas etárias (MONTEIRO et al, 2000). É importante
ressaltar que, com o processo de transição epidemiológica, a obesidade na
população brasileira esta se tornando mais freqüente do que a desnutrição infantil
(BRASIL, 2003a).
A obesidade é uma doença multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo
de gordura no corpo. Ela pode ser causada por aspectos sócio-econômicos,
nutricionais, hereditários, orgânicos e comportamentais (OSSUCCI, 2008).
32
A obesidade é o resultado do consumo excessivo de energia associado à sua
menor demanda. As tendências genéticas à obesidade vêm sendo cada vez mais
expressadas por fatores relativos à modernização da sociedade, tais como
diminuição da atividade física, fragilidade na estruturação familiar, alterações
emocionais, oferta de alimentos com alta densidade energética, aumento do
porcionamento das refeições oferecidas fora de casa etc (CIAMPO; TOMITA, 2007).
A obesidade e um dos fatores de risco mais importantes para outras doenças
não transmissíveis, principalmente, para as cardiovasculares e o DM. Observou-se
que os diabetes mellitus e a hipertensão ocorrem 2,9 vezes mais freqüentemente em
indivíduos obesos do que naqueles com peso adequado e, além disso, alguns
autores consideram que um individuo obeso tem 1,5 vez mais propensão a
apresentar níveis sanguíneos elevados de triglicérides e colesterol (WAITZBERG,
2000 apud BRASIL, 2006b).
Os efeitos benéficos do consumo de frutas e hortaliças se expressam sob
diferentes formas na saúde humana. Estudos apontam sua importância para
promoção da saúde e prevenção de doenças, proporcionando à alimentação a
redução dos teores energéticos totais, de densidade energética, e o
fornecimento de vitaminas e minerais (FERREIRA et al, 2007).
5.4.2 Diabetes
O DM vem aumentando sua importância pela crescente prevalência na
população brasileira. Calcula-se que, em 2025, possam existir cerca de 11 milhões
de diabéticos no país. No Brasil, os dados do estudo multicêntrico sobre a
prevalência de diabetes (1987/89) demonstraram uma prevalência de 7,6% na
população de 30 a 69 anos (BRASIL, 2001a). Essa prevalência variava de 3% a
17% entre as faixas de 30-39 e de 60-69 anos. A prevalência da tolerância à glicose
diminuída era igualmente de 8%, variando de 6 a 11% entre as mesmas faixas
etárias (BRASIL, 2006e).
Segundo estimativas da OMS, o número de portadores da doença em todo o
mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar 350 milhões de
pessoas em 2025. As conseqüências humanas, sociais e econômicas são
alarmantes: são 4 milhões de mortes por ano relativas ao diabetes e suas
complicações, o que representa 9% da mortalidade mundial total (BRASIL, 2006e).
33
Os diabetes é uma condição crônica de saúde provocada por alteração na
secreção e/ou ação do hormônio insulina secretada pelo pâncreas endócrino,
caracterizado pelo excesso de glicose no sangue (OSSUCCI, 2008).
É uma doença que deve ter cuidado minucioso na adolescência em razão dos
danos em longo prazo da hiperglicemia, podendo afetar vários órgãos,
especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos (FISBERG;
MAXIMINO, 2010).
Os sintomas que levam ao diagnóstico dessa doença são: fadiga, cansaço,
sede e fome intensas, micção freqüente e perda de peso, apesar da excessiva fome.
Geralmente, os jovens e as crianças acometidos pela doença são magros
(OSSUCCI, 2008).
A classificação da DM inclui dois tipos: diabetes melito tipo 1 (DM-1) e tipo 2
(DM-2).
Diabetes Melito Tipo 1 (DM-1) – diabetes melito dependente de insulina,
desenvolve-se com maior freqüência entre crianças e adolescentes. É conhecido
como dependente de insulina, pois em razão da produção ineficiente de hormônio,
torna-se necessária à administração de insulina. O diagnóstico do DM-1 em
adolescentes geralmente ocorre entre 11 e 13 anos de idade (FISBERG;
MAXIMINO, 2010).
Diabetes Melito Tipo 2 (DM-2) – é o mais comum, representando cerca de 90%
a 95% dos casos mundiais. Geralmente associa-se a fatores genéticos e ambientais,
especialmente a obesidade, que pode levar à resistência à insulina.
O risco de desenvolver DM-2 aumenta com a idade, o ganho de peso e o
sedentarismo (FISBERG; MAXIMINO, 2010).
Fatores indicativos de maior risco são listados a seguir:
• Idade > 45 anos;
• Sobrepeso (IMC >25);
• Obesidade central (cintura abdominal > 102 cm para homens e > 88 cm para
mulheres, medida na altura das cristas ilíacas);
• Antecedente familiar (mãe ou pai) de diabetes;
• HAS (> 140/90 mmHg);
• Colesterol HDL < 35 mg/dL e/ou triglicérides > 150 mg/dL;
• História de macrossomia ou diabetes gestacional;
34
• Diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos;
• Doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida.
A educação alimentar é um dos pontos fundamentais na prevenção primária e
tratamento do DM, não sendo possível um bom controle metabólico sem uma
alimentação adequada. O objetivo geral da orientação nutricional é auxiliar o
indivíduo a fazer mudanças em seus hábitos alimentares, favorecendo o melhor
controle metabólico, enquanto os objetivos específicos são: contribuir para a
normalização da glicemia, diminuir os fatores de risco cardiovascular, fornecer
calorias suficientes para a obtenção e/ou manutenção do peso corpóreo saudável,
prevenir complicações agudas e crônicas do DM e promover a saúde através da
nutrição adequada (SBD, 2003).
5.4.3 Doenças Cardiovasculares
A doença cardiovascular apresenta altas taxas de morbidade e mortalidade no
Brasil. Esta situação tende a se agravar não só pelo processo de envelhecimento da
população, como também pela manutenção de hábitos inadequados de alimentação,
sedentarismo e tabagismo, somados a outros fatores de risco. A presença de nove
dos fatores de risco abaixo descritos explica quase 90% do risco atribuível de
doença na população ao redor do mundo (BRASIL, 2006c):
• História familiar de doença arterial coronariana prematura (familiar de 1º grau,
sexo masculino < 55 anos e sexo feminino < 65 anos);
• Homem > 45 anos / Mulher > 55 anos;
• Tabagismo;
• Hipercolesterolemia (LDL-c elevado);
• Hipertensão arterial sistêmica;
• Diabetes mellitus;
• Obesidade (IMC > 30 kg/m2);
• Gordura abdominal;
• Sedentarismo;
• Dieta pobre em frutas e vegetais;
• Estresse psicossocial.
35
A doença arterial coronariana (DAC) é uma das doenças com mais relevância
em países industrializados. Em 1997, o Ministério da Saúde divulgou que a taxa de
mortalidade por doenças do aparelho circulatório, como a DAC e a doença
cerebrovascular, foi a maior entre as outras causas de morte no Brasil, atingindo
34,4% da população (FISBERG; MAXIMINO, 2010).
A hipertensão, além de ser uma doença tratável, é um marco importante,
passível de ser medido clinicamente, no caminho causal que leva a doença
cardiovascular sintomática (SCHMIDT et al, 2011).
A hipertensão arterial é caracterizada por múltiplos fatores e de distribuição não
homogênea nas diferentes faixas etárias. Os fatores de risco para sua instalação
são divididos em: 1) fatores modificáveis, relacionados a hábitos de vida, como
sedentarismo, ingestão de sal e gordura, pelo excesso de peso, aspectos
emocionais como irritação e depressão, ingestão de drogas ilícitas e 2) fatores não
modificáveis, relacionados a características herdadas ou inalteráveis, como herança
familiar, raça, sexo, idade, baixo peso ao nascer (OSSUCCI, 2008).
Segundo Fisberg; Maximino (2010), vale ressaltar que as doenças crônicas não
transmissíveis, quando adquiridas na infância e adolescência, têm maiores chances
de permanecer na vida adulta, sendo necessárias mudanças de hábitos assim que
diagnosticada as doenças em questão.
5.5 Estratégias para o alcance de hábitos alimentar es saudáveis e melhor
qualidade de vida.
Contribuir para uma vida mais longa e com mais qualidade é o principal
objetivo das estratégias de promoção da saúde desenvolvidas em todo o mundo. A
distribuição das principais causas de mortalidade e morbidade tem mudado
profundamente nos países desenvolvidos e em muitos países em desenvolvimento
se observa uma tendência similar. Em nível mundial tem aumentado rapidamente a
carga de doenças não transmissíveis. Em 2001, estas foram as causas de 60% dos
casos em 56 milhões de disfunções anuais e de 47% de carga mundial de
mortalidade. Considerando que estas cifras e o crescimento previsto desta carga,
está na prevenção das doenças não transmissíveis, constituem um desafio muito
importante para saúde pública mundial (RESOLUÇÃO WHA57.17, 2004).
36
A alimentação inadequada e a inatividade física são fatores fundamentais para
a ocorrência das doenças não transmissíveis mais importantes, como as
cardiovasculares, a diabetes tipo 2 e determinados tipos de câncer, e contribuem
substancialmente para a carga mundial de morbidade, mortalidade e incapacidade.
Outras doenças relacionadas com a má alimentação e a falta de atividade física,
como a cárie dental e a osteoporose, são causas muito maiores de morbidade. As
tendências globais observadas em relação a esses dois fatores são: aumento do
consumo de gorduras saturadas e hidrogenadas; substituição do consumo de
alimentos ricos em nutrientes por alimentos energeticamente densos e pobres em
vitaminas, minerais e fibras; aumento do consumo de alimentos salgados e
gordurosos e redução dos níveis de atividade física (RESOLUÇÃO WHA57.17,
2004).
Pesquisa recentemente realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatístico (IBGE) mostrou que a população brasileira acompanha as tendências
internacionais: no período de 1975 a 2003, houve um aumento expressivo do
consumo de alimentos industrializados, com destaque para refrigerantes, biscoitos,
refeições prontas e embutidos. Este estudo mostrou também que o consumo médio
de frutas, legumes e verduras no Brasil é muito inferior ao mínimo necessário para a
proteção à saúde. Mostrou, ainda, que o excesso de peso e a obesidade já atingem,
respectivamente, 40,6% e 11,1% da população adulta brasileira (5 AO DIA – RIO,
2005) .
Assim como em outros lugares do mundo, no Brasil o excesso de peso tem
atingido a população cada vez mais jovem: no período de 1974 a 1997, o excesso
de peso entre crianças e adolescentes triplicou, passando de 4,1% para 13,9% (5
AO DIA – RIO, 2005) .
Em resposta à epidemia mundial de obesidade e de outras doenças
associadas a desequilíbrios alimentares e ao sedentarismo, a Organização Mundial
da Saúde (OMS) lançou a iniciativa denominada “Estratégia Global para
Alimentação, Atividade Física e Saúde” (EG), que foi aprovada por 192 países,
incluindo o Brasil, na Assembléia Mundial da Saúde em maio de 2004
(RESOLUÇÃO WHA57.17, 2004).
Uma das prioridades da EG é o incentivo ao aumento do consumo de frutas,
legumes e verduras (FLV) (5 AO DIA – RIO, 2005).
37
A Estratégia Global recomenda ações que incrementem o conhecimento dos
indivíduos sobre escolhas alimentares mais saudáveis e, pela primeira vez, prevê
ações que modifiquem o ambiente de modo a tornar as escolhas saudáveis
realmente factíveis. Ou seja, reconhece que não basta informar os indivíduos sobre
a importância da alimentação saudável e da prática regular de atividade física, mas
há que intervir sobre o ambiente de modo a torná-lo facilitador de práticas
alimentares adequadas e da prática de atividade física (RESOLUÇÃO WHA57.17,
2004).
Em relação à atividade física, a Estratégia Global recomenda que as pessoas
se mantenham suficientemente ativas durante toda a vida. Segundo o tipo e a
intensidade da atividade física se conseguem diferentes resultados para saúde: ao
menos 30 minutos de atividade regular de intensidade moderada com uma
freqüência quase diária reduzem os riscos de doenças cardiovasculares e de
diabetes, assim como os cânceres de cólon e de mama. O fortalecimento da
musculatura e um treinamento para manter o equilíbrio permitem reduzir as quedas
e melhorar o estado funcional das pessoas de idade. Para controlar o peso pode ser
necessário um maior nível de atividade (RESOLUÇÃO WHA57.17, 2004)..
Em relação à alimentação, a Estratégia Global recomenda:
• Buscar o balanço energético (equilibrar as calorias ingeridas e gastas pelo
organismo) e o peso saudável;
• Limitar a ingesta energética procedente das gorduras, substituir as gorduras
saturadas por gorduras insaturadas e tratar de eliminar os ácidos transgordurosos;
• Aumentar o consumo de frutas e hortaliças, assim como de legumes, cereais
integrais e frutas secas;
• Limitar a ingesta de açúcares livres;
• Limitar a ingesta de sal (sódio) de toda procedência e consumir sal iodado.
• Regulamentar a propaganda de alimentos industrializados, em particular
aquela dirigida ao público infantil.
Entre as recomendações da Estratégia Global acima citadas, tem sido
priorizado, em âmbito internacional, o incentivo ao aumento do consumo de frutas,
legumes e verduras (FLV). O baixo consumo de FLV está entre os dez principais
fatores de risco associados à ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis. O
aumento do consumo desses alimentos traz impactos positivos sobre a saúde
38
porque: contribui para a diminuição do consumo de alimentos ricos em gordura e
açúcar, fornece vitaminas, minerais e fibras necessários para o pleno funcionamento
do organismo e contribui para o controle do peso.
O risco de adoecimento por doenças crônicas diminui com o consumo de pelo
menos cinco porções diárias de FLV (cerca de 400g) e que a proteção é maior
quanto maior for o consumo desses alimentos. Pesquisa recentemente realizada
pelo IBGE mostra que o consumo médio de FLV no Brasil é 1/3 do mínimo
necessário, reforçando estudos internacionais que demonstram que, na maioria dos
países do mundo, o consumo de FLV é insuficiente.
5.6 O programa “5 ao Dia”
O objetivo do programa “5 ao Dia” é promover o consumo diário de, pelo
menos, cinco porções de frutas, legumes e verduras, a fim de contribuir para a
prevenção de diversas doenças crônicas associadas à alimentação. Este programa,
iniciado nos Estados Unidos da América em 1991 a partir de uma ampla aliança
entre instituições de saúde e de agricultura, é hoje uma realidade em mais de 30
países, sendo a estratégia de promoção do consumo de frutas, legumes e verduras
mais reconhecida no mundo.
No Brasil, o Programa “5 ao dia” é coordenado pelo Instituto Brasileiro de
Orientação Alimentar (IBRA), uma organização sem fins lucrativos que tem como
objetivo difundir o Programa em parceria com outras instituições e setores da
sociedade.
Até o momento o IBRA tem adotado como estratégias a sensibilização da
população para a importância da alimentação saudável por meio de palestras,
produção e distribuição de materiais informativos que apóiem campanhas
promocionais, além de eventos e seminários desenvolvidos em empresas, entidades
de classe, escolas, redes de comércio varejista de alimentos e outras instituições.
As mensagens centrais deste programa são:
• Consuma diariamente pelo menos 5 porções de frutas, legumes e verduras
preferencialmente, as cinco porções devem estar divididas em 3 porções de
legumes e verduras e 2 porções de frutas, porque:
(a) as frutas são geralmente usadas como lanche, sobremesa ou suco e é
fundamental que, nas preparações do almoço e do jantar, as verduras e os legumes
39
substituam parte dos alimentos de alta densidade energética consumidos no coti-
diano (alimentos industrializados, frituras etc.); e (b) as verduras e os legumes, em
média, apresentam menor densidade energética e menor teor de carboidratos que
as frutas, contribuindo para a diminuição do total de calorias consumidas a cada dia.
Alguns alimentos como batatas (inglesa, doce, baroa), aipim, inhame e cará
são fontes de carboidratos (açúcar), ou seja, apresentam maior densidade
energética (quantidade de calorias por peso de alimento) do que os legumes em
geral. Por isso, não devem ser incluídos na contagem das porções diárias.
• Brinque com as cores dos alimentos: quanto mais colorida, mais saudável é
sua alimentação.
Uma maior variedade de frutas, legumes e verduras garante o consumo de
diferentes nutrientes e sabores, evitando a monotonia alimentar.
• Distribua frutas, legumes e verduras em todas as suas refeições.
De forma geral, recomenda-se que as pessoas realizem de 4 a 6 refeições por
dia: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.
Quando a pessoa realiza pelo menos 5 refeições diárias, fica mais fácil incluir pelo
menos uma porção de fruta, um legume ou uma verdura em cada refeição (5 AO
DIA – RIO, 2005).
5.6.1 Como adotar o “5 ao Dia” – dicas para o dia-a-dia
• Dê preferência para os produtos da estação, pois são mais baratos,
saborosos e mais ricos em nutrientes. Em alguns lugares, como as feiras livres, são
mais frescos. Esses alimentos são perecíveis, por isso a compra deve ser realizada
em pequenos intervalos (em geral, semanalmente), na quantidade suficiente até a
próxima compra.
• Incremente suas refeições com frutas, legumes ou verduras. As frutas podem
ser usadas para enriquecer e dar um toque diferente nas saladas. Algumas verduras
ou legumes podem ser cozidos juntos com o arroz (ex: brócolis, agrião, tomate), com
algum tipo de carne (agrião ou cenoura) ou acrescentados à farofa (couve ou
cenoura). Eles conferem cor e sabor às preparações, aumentam o teor de vitaminas
e minerais e permite maior variedade no cardápio do dia-a-dia.
40
• Deixe sempre à mão frutas prontas para serem consumidas, isto é,
higienizadas e em lugar visível. Não há quem resista a um prato de frutas coloridas e
saborosas.
• Sempre que possível coma frutas, legumes e verduras crus e/ou com casca
(desde que devidamente higienizados): eles fornecem menos calorias por porção e
são mais ricos em fibras.
• As frutas frescas ou secas podem ser utilizadas nos lanches, durante
reuniões de trabalho, ficam saborosas quando combinadas a iogurte, a sementes
torradas, como de abóbora e girassol e a cereais, como granola e aveia.
• Leve sempre fruta fresca ou seca com você. Na hora que a fome apertar, em
vez de um salgadinho ou um biscoito, você terá uma opção mais saudável.
• Troque o refrigerante ou chá gelado por suco de fruta natural.
• Invente novas receitas! Experimente frutas e legumes que você não tem o
hábito de comer! (5 AO DIA – RIO, 2005).
5.6.2 Programa 5 ao dia em Portugal
Em ARSA, IP (Administração Regional de Saúde I.P) Alentejo em Portugal foi
utilizado o Programa 5 ao dia como forma de prevenir as DCNT e melhorar os
hábitos alimentares, ARS Alentejo assinou em Maio de 2007 um protocolo de
colaboração com o Mercado Abastecedor da Região de Évora (MARÉ) e com a
Direção Regional de Educação do Alentejo (DREA) visando a implementação do
programa "5 ao Dia, Faz Crescer com Energia", que se insere no Programa de
Combate à Obesidade no Alentejo (5 AO DIA FAZ CRESCER COM ENERGIA –
ALENTEJO,2007).
O Dia 16 de Outubro de 2007 – Dia Mundial da Alimentação foi à data
escolhida para o arranque desta iniciativa, a qual contou com um grupo de crianças
da Escola de Santa Clara – Évora e alguns representantes das entidades
colaboradoras nesta iniciativa.
Este programa destina-se a crianças e jovens com idade escolar entre os 7 e
os 12 anos, pais, professores e Escolas e assenta na importância do consumo diário
de, pelo menos, cinco porções de frutas e hortícolas, contribuindo para a prevenção
41
de diversas doenças crônicas, nomeadamente a obesidade, potenciando assim uma
alimentação saudável junto da população infanto-juvenil.
Sendo objetivo deste programa alterar mentalidades e hábitos alimentares de
modo a promover uma alimentação saudável e combater a obesidade, o seu
desenvolvimento passa por:
• Uma ampla campanha de comunicação institucional;
• Ações a desenvolverem em Escolas do 1º e 2º Ciclo enquadradas no âmbito
do Programa de Enriquecimento Escolar, no Complemento de Enriquecimento
Curricular e nos conteúdos pedagógicos associados à Roda dos Alimentos. Para
cada faixa etária são propostas atividades práticas adequadas que integram sempre
a componente da alimentação saudável e alteração de hábitos alimentares;
• Conferências dadas por especialistas em nutrição nas escolas com
ilustrações associadas sobre o programa 5 ao Dia;
• Visitas das escolas ao Mercado Abastecedor da Região (durante todo o ano
letivo). Esta visita está organizada para grupos escolar de 25 a 30 alunos, inclui
visita os boxes de fruta e hortícolas seguida de uma sessão de informação sobre
alimentação saudável, no final cada criança têm a possibilidade de semear uma
leguminosa e elaborar uma salada de fruta.
A divulgação do programa “5 ao Dia – Faz Crescer com Energia” está também
a ser feita através de circulares, folhetos e correio eletrônico “emails” para todas as
escolas dos distritos de Évora, Portalegre e Beja, e de acordo com o plano curricular
dos alunos do 1º e 2º ciclo, está a ser elaborado um guia de atividades para apoio
aos professores. Este guia contém um conjunto de sugestões de atividades
adequadas aos diversos níveis de ensino e fáceis de adaptar aos alunos e ao
planejamento pedagógico. Estão ainda a ser organizadas atividades promotoras de
consumo de frutas e hortícolas nas escolas, para Pais, Professores e toda a
comunidade educativa.
5.6.3 Resultados do programa 5 ao dia
No final do Ano letivo 2007-2008 foi efetuado uma avaliação ao programa
através de inquérito enviado às escolas que participaram no Programa “5 ao Dia,
Faz Crescer com Energia”. Pela análise dos inquéritos concluiu -se que, de uma
forma geral, os professores verificaram uma alteração significativa nos lanches das
42
crianças e uma maior sensibilização por parte delas para as boas práticas
alimentares.
No ano de 2009, quando comparamos com 2008, o número de crianças
abrangidas pelo programa duplicou, passando de 622 para 1263, sendo as crianças
do 1º Ciclo as que mais participaram, sobretudo no 4º Trimestre. Os conselhos mais
representados foram os de: Évora (58%), Beja (13%) e Mora (18%).
Salienta-se o número crescente de crianças que têm usufruído desta iniciativa,
bem como o aumento de conselhos envolvidos em relação ao ano de 2008, estando
neste momento envolvidos os 3 Distritos inicialmente previstos.
É de louvar o empenho de todos os parceiros envolvidos na divulgação do
Programa 5 ao Dia. Tem-se tentado alargar o Programa a outros Distritos do
Alentejo, nomeadamente do Litoral Alentejano, bem como têm sido estabelecidos
protocolos com explorações agrícolas por forma a aumentar o número de visitas às
mesmas e assim beneficiar cada vez mais crianças na procura de uma alimentação
saudável.
No Brasil, na cidade do Rio de Janeiro e no Estado do Espírito Santo,
pesquisas deste âmbito está sendo realizadas em escolas, porém os resultados
ainda não foram divulgados.
O programa 5 ao dia também enriqueceu o Encontro "Conhecer 2005"
realizado no começo de Setembro, evento que catalisou 04 mil educadores de todo
País no Sesc de Aracruz-ES e foi muito elogiado. Temos petições destes
profissionais de várias escolas no Brasil, desejando implementar o programa no
currículo escolar.
A repercussão das cartilhas distribuídas nas escolas do Município do Rio de
Janeiro gerou uma profunda reflexão entre 75 mil alunos do Ensino Fundamental, e
14 mil de quinta a oitava série. Uma parceria entre o 5 ao dia e a Prefeitura do Rio
através do Instituto de Nutrição Annes Dias, que repercutiu de modo surpreendente.
43
6 CONCLUSÃO
Conforme as referências consultadas, a adolescência é caracterizada por
diversas mudanças corporais e também pela transformação dos impulsos do
desenvolvimento mental, emocional e social; é um período de transição entre a
infância e a vida adulta.
Deve-se ter muito cuidado com os hábitos adotados durante a adolescência
para que isso não contribua para uma série de doenças crônicas não transmissíveis
quando o crescimento tiver cessado, pois o comportamento alimentar do
adolescente está fortemente influenciado pelos hábitos alimentares e vinculado ao
grupo etário a que pertence.
Quando comparamos os hábitos alimentares dos adolescentes brasileiros com
as orientações do Programa 5 ao Dia, verificou-se que as mudanças ocorridas na
adolescência têm efeito no comportamento alimentar, uma vez que o adolescente
sofre influências do meio em que vive e da globalização.
Sendo assim, o consumo alimentar inadequado pode levar a desequilíbrios
nutricionais como a obesidade que pode interferir no estado de saúde do indivíduo.
O consumo alimentar do adolescente brasileiro tem sofrido mudanças nesses
últimos anos com repercussão no aumento do consumo de alimentos ricos em
gorduras, e açúcares e aumento do consumo de alimentos industrializados além da
alimentação fora de casa e substituição das refeições tradicionais por lanches
rápidos. Também ocorreu diminuição no consumo de frutas, hortaliças, vegetais e
leites e derivados na dieta alimentar. As dietas nutricionalmente inadequadas
compostas por altas quantidades de calorias e pobres em vitaminas e minerais
podem contribuir para o aparecimento das DCNT.
O baixo consumo de frutas e hortaliças é um dos indicadores utilizados
mundialmente para monitorar os fatores de risco para DCNT. Assim como os demais
fatores responsáveis pela ocorrência destas doenças (tabagismo, inatividade física,
obesidade, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e de gorduras saturadas), ele
é passível de modificação. As doenças crônicas são consideradas problemas de
saúde pública e o aumento do consumo de frutas e hortaliças representa um grande
potencial para a sua redução.
É necessário que práticas alimentares inadequadas sejam investigadas
precocemente para que se possa estimular o interesse de hábitos saudáveis através
44
de estratégias como o Programa 5 ao dia, por exemplo, obtendo-se assim uma
alimentação saudável e prevenindo contra as doenças crônicas não transmissíveis.
Fica evidenciado, de uma forma geral, que o Programa 5 ao dia em ARS
Alentejo em Portugal, contribuiu para uma melhorar significativa na composição e
qualidade nutricional dos lanches oferecidos às crianças e que estas, por sua vez,
demonstraram uma maior sensibilidade e entusiasmo em relação às boas práticas
alimentares.
Também se concluiu, com esta revisão, que mais estudos precisam ser
desenvolvidos no nosso país e no mundo sobre a relação do Programa 5 ao dia com
adoção de bons hábitos alimentares, especialmente no que diz respeito à prevenção
de doenças crônicas não transmissíveis.
45
REFERÊNCIAS
ARSALENTEJO. Combate a obesidade . 2009. Disponível em: <http://www.arsalentejo.min-saude.pt/saudepublica/PromocaoSaude/CombateObesidade/Paginas/5aoDiaFazCrescercomEnergia.aspx> Acesso em: abr. 2012.
BARRETO et al. Saúde no Brasil 4: doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: carga e desafios atuais - Publicado Online 9 de maio de 2011 – p. 1 - 14
BRASIL. Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil). Promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar : Manual Técnico / Agência Nacional de Saúde Suplementar. 2. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: ANS, 168 p. 2007.
BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil . Promulgada em 5 de outubro de 1988.
BRASIL, Ministério da Saúde. Glossário Temático: Economia da saúde . Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 56 p. 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Plano nacional para o controle integrado das DCNT - promoção da saúde, vigilância, prevenção e a ssistência . Brasília, 2006.
CIAMPO, Ieda Regina Lopes Del; TOMITA, Inês. Nutrição e Metabolismo: caminhos da nutrição e terapia nutricional: da concepção à adolescência. Rio de Janeiro: Editora Ganabara Krogan S.A., cap. 11, 2007.
DRUMMOND, J.P., et al. Medicina baseada em evidencias. São Paulo: Atheneu, 1998.
FARIA, Eliane Rodrigues de et al. Nutrição e Saúde na Adolescência . Rio de Janeiro: Editora Rubio, cap. 3, 2010.
FERREIRA, A; KUSCHINIR, MCC; CHIAVARA, VL. Alimentação saudável na adolescência: consumo de frutas e hortaliças entre adolescentes brasileiros. Adolescência & Saúde , v. 4, n 2, p. 48-52, abril 2007.
FISBERG, Mauro; MAXIMINO, Priscila. Nutrição e Saúde na Adolescência. Rio de Janeiro: Editora Rubio cap. 25, 2010.
46
FORATTINI, O.P. Ecologia, Epidemiologia e Sociedade . São Paulo: Artes Médicas / Universidade de São Paulo, 1992.
KERR-PONTES LRS, ROUQUAYROL MZ. A medida da saúde coletiva. In: ROUQUAYROL, M.Z., ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde . 5 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999.
LEAVELL, H.R., CLARK, E.G. Medicina Preventiva . São Paulo: McGraw Hill do Brasil, 1976.
MORAES, N.L.A. Níveis de saúde de coletividades brasileiras. In: ROUQUAYROL, M.Z., et al. Epidemiologia e Saúde . 3 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1988.
NEUTZLING, Marilda Borgeset al. Hábitos alimentares de escolares adolescentes de Pelotas. Rev. Nutr ., Campinas, v. 23, n.3, p.379-388, maio/jun., 2010
NÓBREGA, F. J. Distúrbios da nutrição. Rio de Janeiro: Revinter, 1998.
OSSUCCI; Rosana do Rosário. Artigo: Hábitos Alimentares na Adolescência. Secretária de Estado da Educação. p. 1-22 Dezembro 2008.
OWINGS MILLS, M.D. Dictionary of Health Services Management . 2 ed. National Health Pub., 1987.
PAIM, J.S. Modelos de atenção e Vigilância da Saúde. In: ROUQUAYROL, M.Z., ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde . 6 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003.
PERRONI, Maria Cristina Pelliciari; NUZZO, Letizia. Alimentação do Adolescente . São Paulo: Editora M. Books do Brasil Editora Ltda. Cap. 18, 2008.
Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Análise do consumo alimentar pessoal no Brasil . IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. - Rio de Janeiro: IBGE, 150 p., 2011.
Promoção do Consumo de Frutas, Legumes e Verduras: O Programa “5 ao Dia” - Material produzido pela Iniciativa “5 ao Dia” – Rio, Maio, 2005. Disponível em: www.5aodia.com.br. Acesso em: abril de 2012.
ROUQUAYROL, M.Z., et al. Epidemiologia e Saúde . 3 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1988.
47
ROUQUAYROL, M.Z., ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde . 6 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003.
SÁ, Neide Gaudenci de. Nutrição e Dietética . 7. ed. São Paulo: Nobel, 1990.
TAMBELLINI, A.T. Avanços na formulação de uma política nacional de s aúde no Brasil: As atividades subordinadas a área das relações de produção e saúde. Rio de Janeiro: CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, 1988.
TEIXEIRA, M.G., RISI JUNIOR, J.B. Vigilância epidemiológica. In: ROUQUAYROL, M.Z., ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia & Saúde . 5 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999.
THULER, L.C. Considerações sobre a prevenção do câncer de mama feminino. Revista Brasileira de Cancerologia , v.49, n.4, p.227-238, 2003.
VILASBOAS, A.L., TEIXEIRA, M.G., TEIXEIRA, C.F. Vigilância a Saúde. Relatório da Oficina de Trabalho do III Congresso Brasileiro de Epidemiologia. Salvador: ABRASCO, 1995.
VITOLO, Márcia Regina. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2008.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). International Health Conference. New York, 19-22 June, 1946.
48
ANEXO A - Tabelas
Tabela 1 – Média do consumo de energia e nutrientes e percentual do
consumo calórico total dos nutrientes, por sexo e grupos de idade, segundo os
nutrientes – Brasil – período 2008-2009.
49
Tabela 2 – Média do consumo de nutrientes e percentual do consumo calórico
total dos nutrientes, por sexo e grupos de idade, segundo as Grandes Regiões –
período 2008-2009.
50
51
52
53
Tabela 3 – Média do consumo de minerais e vitaminas, por sexo e grupos de
idade, segundo os nutrientes – Brasil – período 2008-2009.
54
Tabela 4 – Média do consumo de minerais e vitaminas, por sexo, grupos de
idade e situação do domicílio, segundo os nutrientes – Brasil – período 2008-2009.
55
Tabela 5 – Média do consumo de minerais e vitaminas, por sexo e grupos de
idade, segundo as Grandes Regiões – período 2008-2009.
56
57
58
Tabela 6 – Prevalência de inadequação e percentis 10, 50 e 90, com indicação
da recomendação nutricional do consumo de micronutrientes para adolescentes de
10 a 13 e de 14 a 18 anos de idade, por sexo – Brasil – período 2008-2009.
59
Tabela 7 – Prevalência de inadequação e percentis 10, 50 e 90, com indicação
da recomendação nutricional do consumo de micronutrientes para adolescentes de
10 a 13 e de 14 a 18 anos de idade, por sexo – Região Norte – período 2008-2009.
60
Tabela 8 – Prevalência de inadequação e percentis 10, 50 e 90, com indicação
da recomendação nutricional do consumo de micronutrientes para adolescentes de
10 a 13 e de 14 a 18 anos de idade, por sexo – Região Nordeste – período 2008-
2009.
61
Tabela 9 - Prevalência de inadequação e percentis 10, 50 e 90, com indicação
da recomendação nutricional do consumo de micronutrientes para adolescentes de
10 a 13 e de 14 a 18 anos de idade, por sexo – Região Sudeste – período 2008-
2009.
62
Tabela 10 - Prevalência de inadequação e percentis 10, 50 e 90, com indicação
da recomendação nutricional do consumo de micronutrientes para adolescentes de
10 a 13 e de 14 a 18 anos de idade, por sexo – Região Sul – período 2008-2009.
63
Tabela 11 - Prevalência de inadequação e percentis 10, 50 e 90, com indicação
da recomendação nutricional do consumo de micronutrientes para adolescentes de
10 a 13 e de 14 a 18 anos de idade, por sexo – Região Centro-Oeste – período
2008-2009.
64
Tabela 12 – Prevalência de inadequação de consumo de açúcar livre, gordura
saturada e fibras, por grupos de idade e sexo – Brasil – período 2008-2009.