Post on 25-Jul-2015
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Quem mora em condomínio sabe que paga por determinados ser-viços num sistema de divisão. Quanto mais apartamentos, me-
nor tende a ser o valor a ser desembolsado por sistemas de segurança, jardinagem e manutenção de piscina, por exemplo.
É uma metodologia que agrada, pois já é copiada até mesmo por quem reside em casas, dividindo gastos com os vizinhos. Agrada tanto que foi copiada e adaptada por indústrias. Todavia, a quantidade de ne-cessidades a serem observadas por gran-des conglomerados é imensa o suficiente para que tais espaços sejam tratados como uma espécie de minicidade. “O conceito de minicidade tem ficado cada vez mais claro para nós”, conta Marco Aurélio Neuwiem, diretor de negócios do Bianchini Business Park, que será instalado em Blumenau.
Os números do Bianchini ajudam a entender o porquê desse posicionamen-to. Marco Aurélio está à frente de um ne-gócio de R$ 350 milhões, numa área to-tal de 470 mil metros quadrados, que vai comportar cerca de 3 mil trabalhadores. O empreendimento será construído pela MC Construções, também de Blumenau, e foi idealizado por Celco Narciso e Giovany Kuerten Bianchini, diretores do Bianchini. “Há anos observávamos que a região tinha potencial para esse tipo de empreendimen-to”, revela Celco.
A escolha do local para o Bianchini já revela uma de suas intenções. Como o cen-tro de Blumenau já é bastante adensado, a opção foi pela região norte da cidade, me-
Santa Catarina tem três condomínios industriais, que prometem às companhias redução de custos, ganhos logísticos e sinérgicos. O que há por dentro dessas minicidades empresariais?
QUEM PROJETA OFUTURO DASanta Catarina tem três condomínios industriais, INDUSTRIA
Para crescer a regiãoBIANCHINI BUSINESS PARK
Cidade: Blumenau
O que é: idealizado pela MC Construções, o Bianchini será instalado na região norte do município, área com maior potencial de valorização e expansão na cidade
TEXTO: LARISSA LEONARDI LARA E FERNANDO BRUNING
CAPA|especial
| Projeção do Bianchini Business Park. Escolha pela área norte de Blumenau servirá
para impulsionar a região.
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balhando no mesmo local, a preocupação com a quantidade de linhas de ônibus dis-poníveis pode ser reduzida, já que o poder de barganha junto às prestadoras desse serviço também aumenta.
Apesar das inúmeras possibilida-des, não é da noite para o dia que se traz uma companhia para dentro do parque. “Empresas são organismos complexos, que necessitam de muitos estudos para checar as viabilidades”, detalha Marco Aurélio. Ele conta que tem utilizado também argumen-tos que vão além dos benefícios futuros. “Foco muito na proposta de valor, enfati-zando que o empresário não deve imobilizar seus ativos na compra de um imóvel, pois é um dinheiro que deveria estar sendo inves-tido em inovação”, explica.
O executivo torna a falar em minicida-
de ao citar toda a parte de serviços que o Bianchini terá. “A ideia é que a pessoa che-gue lá às 8h e possa sair às 20h tendo tudo que precisa nos arredores”. Assim, não está descartada a construção de um centro de educação para crianças, bem como a ins-talação de hotéis.
Algo que preocupa, no entanto, é a in-fraestrutura de acesso. Os executivos do Bianchini podem organizar as vias internas do parque como bem entenderem, mas es-tão de mãos atadas dos portões para fora. Por ser a região norte menos habitada, pos-sui menos acessos viários. Assim, a dire-ção do parque tem se mobilizado para co-brar do poder público a conclusão de obras como a duplicação da BR 470 e o prolon-gamento da SC 108, via expressa que faz ligação com a região norte. “Percebo que os governantes têm cobrado o andamento dessas obras”, conclui Marco Aurélio.
nos ocupada. “Essa área tem sido olhada pela população como um recinto onde será possível planejar o crescimento”, lembra Marco Aurélio, adicionando que o Bianchini terá ainda a responsabilidade de ditar o rit-mo de expansão no local.
O EXECUTIVO CONTA QUE O BIANCHINI locará espaços para empresas subdivididas em quatro grupos: Polo de Tecnologia da Informação, Incubadoras, Parque Industrial e área de serviços, aproveitando a expertise já existente na cidade. Recentemente, o Polo Tecnológico de Informação e Comunicação da Região de Blumenau (Blusoft), que tem cerca de 22 empresas incubadas, con-firmou que se instalará no parque. Marco Aurélio enumera algumas vantagens que a instituição terá. “O compartilhamento de
estruturas é o principal ponto a ser desta-cado”, afirma o executivo. O raciocínio é simples: se uma determinada empresa do parque precisa comprar um equipamento de alto custo, pode convencer outras com-panhias vizinhas a comprar o produto. Em grupo e sob o guarda-chuvas do Bianchini, o poder de barganha fica maior. Outro be-nefício é poder pagar menos pela estrutura já disponibilizada pelo empreendimento, como geradores de energia, controles de acesso e estrutura de telecomunicações.
O grau de interação entre as locatárias pode ir além. Empresas de um mesmo setor podem convencer fornecedores a montar uma unidade no Bianchini, trazendo mais velocidade às atividades. A própria forma-ção de mão de obra especializada pode ser feita em conjunto, diluindo os custos com treinamento entre as interessadas. Além disso, com centenas de colaboradores tra-
As obras do Bianchini Business Park serão iniciadas ainda em 2013 e durarão cerca de 36 meses. Os contratos de locação chegarão a dez anos.
AS PROPORÇÕES DO BIANCHINI
172mil m2
de área construída
350milhões
investimento previsto de R$
3milpessoas deverão trabalhar no local
470mil m2
de área
total
Números que mostram parte do presente e do futuro do empreendimento.