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8/7/2019 O ciberespao e a cibercultura
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esentado ? disciplina Antropologia Cultural do curso de Licenciatura em Artes Visuais, turma ArV3, da Universidade Ate Rodrigues
SUZY MARGARET DAMASCENO NOBRE
O CIBERESPAO E A CIBERCULTURA:
NOVAS FORMAS DE SOCIABILIZAO NO MUNDO MODERNO
Itapetininga 2008
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1. INTRODUO
A Internet e outras tecnologias de comunicao vm sendo cada vez mais utilizadas
como elementos facilitadores da transmisso de informaes, armazenamento de dados em
diversas linguagens (sons, imagens, vdeos, etc.), troca de experincias e conhecimentos entre
pessoas do mundo todo, manifestaes artsticas, educao distncia, compras, transaes
financeiras, enfim, um grande nmero de atividades.
A procura pelos cursos distncia, tanto acadmicos quanto profissionalizantes
(livres), por exemplo - especialmente aqueles ministrados por meio da Internet - tem crescido
exponencialmente nos ltimos anos. As razes para a crescente adeso a esta forma
alternativa de ensino so variadas: a distncia que separa o aluno das instituies acadmicas
ou de formao tcnica profissionalizante, a falta de tempo do potencial aluno devido ao
acmulo de compromissos assumidos, a oportunidade de fazer cursos com dinmicas mais
flexveis e mais adequadas disponibilidade individual dos interessados, etc.
A internet propiciou o surgimento de uma nova maneira das pessoas se comunicarem e
interagirem, de forma sncrona ou assncrona, por meio de diversos canais, bem comodisponibilizou locais para o armazenamento de dados que possibilitam a disseminao e a
elaborao coletiva de conhecimentos. As ferramentas mais utilizadas na internet so: correio
eletrnico, fruns, salas de bate-papo (chat), udio e vdeo conferncias, bancos de recursos
(para armazenagem de arquivos de imagem, vdeo, som, textos, hipertextos), bancos
interligados com conexes constitudas de links internos ou externos.
As pessoas que, por interesse mtuo, se agrupam em torno de determinados assuntos einteragem entre si utilizando as diversas ferramentas das TIC (Tecnologias da Informao e
Comunicao) disponveis na WWW (World Wide Web), formam comunidades virtuais que
povoam o ciberespao e que deram origem ao que chamamos de cibercultura, conceitos que
sero melhor explorados a seguir.
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2. CONCEITOS
2.1.World Wide Web
A World Wide Web - expresso na lngua inglesa cuja verso significa: "rede de alcance
mundial" - tambm conhecida como Web ou simplesmente WWW. Trata-se de um sistema
de documentos em hipermdia1 que esto interligados e so executados na Internet. Esses
documentos ou arquivos podem ser vdeos, sons, hipertextos2 e figuras.
Para visualizar as informaes na WWW, deve-se usar um programa de computador
chamado navegadorou paginadorWeb como os conhecidos Internet Explorere o Netscape
- para descarregar informaes (ou downloads), que so chamadas de documentos ou pginas,
armazenadas em servidores Web (ou sites) e mostr-los na tela do usurio. Considera-se que a
grande virada da WWW comeou com a introduo do Mosaic em 1993, o primeiro
navegador grfico, que foi desenvolvido por Marc Andreesen e um time de desenvolvedores
universitrios. Antes de seu lanamento, os grficos no eram freqentemente misturados com
texto em pginas web. Alis, sua introduo tornou a interface da web mais amigvel,
democratizando o seu acesso e fazendo crescer exponencialmente o nmero de novos
usurios.
Por meio desses navegadores o usurio pode visualizar o contedo do site, seguir as
hiperligaes nas pginas (os links)para outros documentos ou mesmo enviar informaes de
volta para o servidor, interagindo com ele (fazer uploads). O ato de seguir hiperligaes
comumente chamado de "navegar" ou "surfar" na Web. Outras webs existem em redes
privadas (restritas) que podem ou no fazer parte da Internet: so as chamadas intranets.
2.2. Ciberespao
1 Hipermdia: reunio de vrias mdias num suporte computacional, suportado por sistemas eletrnicos decomunicao. (online em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdia). Acesso em: 08/04/2008.
2 Hipertexto: texto suporte que acopla outros textos em sua superfcie, cujo acesso se d atravs dos links quetm a funo de conectar a construo de sentido, estendendo ou complementando o texto principal. Tanto otermo hipertexto quanto hipermdia foram criados pelo filsofo e socilogo norte-americano Ted Nelson(online em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdia). Acesso em: 08/04/2008
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Internethttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertextohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_computadorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_computadorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Navegadorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_webhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Servidor_webhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mosaichttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mosaichttp://pt.wikipedia.org/wiki/1993http://pt.wikipedia.org/wiki/1993http://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperliga%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_de_%C3%A1rea_pessoalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_de_%C3%A1rea_pessoalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Internethttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertextohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_computadorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Navegadorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_webhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Servidor_webhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mosaichttp://pt.wikipedia.org/wiki/1993http://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperliga%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_de_%C3%A1rea_pessoalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_de_%C3%A1rea_pessoalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdia8/7/2019 O ciberespao e a cibercultura
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Vrios tericos j deram seus conceitos para o ciberespao. Para Lvy, um espao
de comunicao aberto pela interconexo mundial dos computadores e das memrias dos
computadores. (1999: 92). Para Lemos, h duas formas de se entender o que o ciberespao:
o lugar onde estamos quando entramos em um ambiente virtual (uma sala de bate-papo ou
o ambiente de um frum, por exemplo) ou como um conjunto de redes de computadores,
interligados ou no, em todo o planeta (1998: online).
Nas mdias convencionais rdio, televiso, jormais e revistas - o sistema hierrquico
de produo e distribuio da informao segue um modelo pouco flexvel baseado na
dinmica de-um-para-todos, na qual apenas um ou poucos indivduos so os responsveispor mandar informaes para uma quantidade maior de pessoas.
J no ciberespao, a relao com o outro se desdobra no contexto do de-todos-para-
todos, onde, basicamente, qaulquer pessoa pode emitir e receber informaes de qualquer
lugar para qualquer lugar do planeta, seja essa informao escrita, imagtica ou sonora.
2.3. Cibercultura
O termo cibercultura tem vrios sentidos, mas pode ser entendido pela forma scio-
cultural que fruto de uma relao de trocas entre a sociedade, a cultura e as novas
tecnologias de base micro-eletrnicas surgidas na dcada de 70, graas convergncia das
telecomunicaes com a informtica, as TIC (Tecnologias da Informao e Comunicao).
As TIC tm facilitado de forma incontestvel a interao online e isso vemreconfigurando os espaos de socializao tradicionais, alterando, tambm, a prpria estrutura
da sociedade: essa nova forma de comunicao, na qual o computador o mediador, causou
as mais variadas modificaes para o meio. Com isso, alguns conceitos como os de
comunidade e cultura, foram alterados.
2.4. Comunidades Virtuais
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Ainda que no estejam fisicamente prximos, os integrantes dos grupos que interagem
no ciberespao em torno de interesses comuns formam verdadeiras comunidades, afinal, uma
comunidade tanto pode ser formada a partir de relaes estabelecidas por pessoas que vivem
prximas umas das outras, geralmente sob convenes comuns (nos bairros de uma cidade,
por exemplo) como por outras que formam grupos sociais que dividem interesses comuns
(religiosos, profissionais, sociais, etc.), independente de sua localizao fsica, como o local
onde residem os membros. Dessa forma, a no ser pelos meios de comunicao por meio dos
quais a interao do grupo se d, nada difere as comunidades virtuais das comunidades
tradicionais. Essas comunidades virtuais formam a cibercultura, termo utilizado na definio
dos agenciamentos sociais das comunidades no espao eletrnico virtual, o ciberespao.
Pierre Lvy nos fala sobre a gnese da cibercultura e de como as comunidades virtuais
que participam dela estabeleceram outras mudanas na sociedade, especialmente no mercado
tecno-econmico, dotando o ciberespao de novas tecnologias, transformando-o em um novo
mercado para a informao e o conhecimento:
No final dos anos 80 e incio dos anos 90, um novo movimento scio-cultural
originado pelos jovens profissionais das grandes metrpoles e dos campus
americanos tomou rapidamente uma dimenso mundial. Sem que nenhuma
instncia dirigisse esse processo, as diferentes redes de computadores que se
formaram desde o final dos anos 70 se juntaram umas s outras enquanto o
nmero de pessoas e de computadores conectados inter-rede comeou a
crescer de forma exponencial. Como no caso da inveno do computador
pessoal, uma corrente cultural espontnea e imprevisvel imps um novo
curso ao desenvolvimento tecno-econmico. As tecnologias digitais surgiram,ento, como a infra-estrutura do ciberespao, novo espao de comunicao,
de sociabilidade, de organizao e transao, mas tambm novo mercado da
informao e do conhecimento. (LVY, 1999: 32).
3. CONCLUSO
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inegvel que o advento da internet mudou a maneira de nos comunicarmos. Hoje, as
informaes chegam instantaneamente a todos os cantos do mundo. Essa possibilidade que as
novas TIC nos proporcionam, a de interao de forma indita, instigante e tem um potencial
praticamente infinito.
Existem comunidades na Internet dedicadas aos mais variados propsitos, interessadas
em temas os mais diversos: dos cientficos aos mais banais. A interao online pode ter vrios
propsitos: compras, transaes bancrias, pesquisas, sexo virtual, enfim, praticamente no h
limites para o que as pessoas procuram e encontram na internet. Os mecanismos de busca,
tais como o Google, tornaram ainda mais fcil a localizao de tudo o que est disponvel na
Web para qualquer usurio, seja ele novato ou j experimentado no ambiente virtual.
Porm, alm do aspecto da comunicao, tambm se observa uma massificao de usos e
costumes, que no se restringem mais aos pases ou regies de origem: a msica que a
adolescente brasileira ouve, tambm est tocando na Austrlia, por exemplo.
Mas, at que ponto essa massificao benfica? Vejamos o caso do Brasil, por exemplo,que um pas que apresenta profundos contrastes sociais: em muitos lugares deste pas
crianas e adolescentes mal tm acesso alfabetizao, muito menos aos computadores e, por
conseguinte, s tecnologias modernas. Essa parcela da populao pobre, estuda em escolas
de taipa, feitas de lata ou com paredes de isopor, ou mesmo sem paredes, sob uma rvore ou
dentro de uma choupana. Moram em lugarejos que muitas vezes nem dispem de telefone,
quem dir de laboratrios de informtica pblicos ou lan-houses (lojas onde se disponibilizam
computadores com acesso Internet e se cobra uma taxa por tempo de utilizao). Onde queentra a globalizao, nessa realidade? Qual as vantagens proporcionadas pelas TIC para essas
crianas e jovens? fcil observar que existe uma marginalizao de boa parcela da
populao: a chamada excluso digital.
Tais condies no se restringem ao Brasil: encontram-se em muitos pases, os chamados
pases em desenvolvimento. Assim, depreende-se que, na verdade, o mundo no est
globalizado de forma democrtica: apenas uma pequena parcela da populao mundial temacesso s inmeras possibilidades de uma comunicao rpida e sem fronteiras geogrficas.
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Existem inmeros pontos positivos na informatizao dos meios de comunicao, porm,
no se podem descartar os pontos negativos dessa nova forma de sociabilizao mediada pela
Internet. Descrever todos os prs e contras desse movimento seria impossvel neste trabalho,
pois um assunto vasto e complexo. Mas, apenas para citar um dos contras, alm da j citada
excluso digital a que est exposta uma grande parcela da populao, podemos ressaltar a
questo da virtualizao da vida. Existem pessoas que vivem de tal forma dependentes de
computadores e de relacionamentos virtuais que no conseguem mais interagir
presencialmente com outras pessoas, ou ter atividades to rotineiras quanto ir a um
supermercado ou visitar um amigo em sua casa.
Ou seja, todo o potencial e as facilidades encontradas e produzidas pela cibercultura
tambm tm o seu nus e ele se apresenta de forma bem ntida: a interao pessoal, o calor
humano, por exemplo, se perdem, pois esse meio impessoal. Alm disso, o ciberespao
propicia a determinados indivduos uma verdadeira rota de fuga de si mesmos, j que o
usurio da Internet pode se manter indefinidamente em anonimato, ou se apresentar como
algum absolutamente diverso de quem realmente , enfim, no h regras de conduta pr-
estabelecidas.
Precisamos de tecnologia, sim, at porque, mesmo aqueles que tm averso a ela e so
detratores ferrenhos da Internet tm de admitir que o processo irreversvel: nada ser como
antes na maneira de nos comunicarmos ou de interagirmos. Porm, a sociedade ter de
encontrar maneiras de amenizar os efeitos colaterais da informatizao como, por exemplo,
lutar contra o fenmeno do encapsulamento, ou seja, mesmo que, hoje em dia, seja possvel
viver dentro de casa e s interagir com o mundo exterior por meio de PCs, cmeras WEB ecelulares, nunca se deveria abrir mo do contato fsico com outros seres humanos, pois ele
essencial para a sobrevivncia e perpetuao da nossa espcie. Isso um fato e tecnologia
nenhuma, presente ou futura, ser capaz de mud-lo.
BIBLIOGRAFIA
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BOENTE, A. Metodologia Cientfica Contempornea para Universitrios ePesquisadores. 1 Ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2004.
LEMOS, A. L. M. As Estruturas Antropolgicas do Cyberespao. Disponvelem:. Acesso em 08 de abril de 2008.
LVY, P. Cibercultura. 1. Ed. So Paulo: 34 Ed., 1999.
RECUERO, R. C. Comunidades Virtuais Uma Abordagem Terica. Disponvel em:. Acesso em 08 de abril de 2008.
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