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EXERCÍCIO 13: tipos textuais, estrutura do texto argumentativo, editorial, artigo de opinião, classificação
de orações, produção de parágrafo argumentativo, conjunções – valores sintáticos e semânticos,
pontuação – usos da vírgula, acentuação gráfica, pronomes relativos.
TEXTO I
ONDA INCENDIÁRIA
28/01/2014 03h00
A depredação de patrimônio público ou privado, a título de protesto contra os mais variados
problemas, tem se transformado numa perigosa e inaceitável rotina no cotidiano nacional.
Se o direito de manifestação e de reunião é assegurado pela Constituição, nem por isso pode ser
exercido de maneira irrestrita. Os atos devem ser pacíficos e, como é óbvio e desnecessário dizer1, seus
participantes não são autorizados a praticar crimes de nenhuma natureza2.
Alguns manifestantes, todavia, parecem se esquecer das regras básicas de civilidade4. Neste
sábado, em São Paulo, um Fusca foi incendiado e terminou destruído5. Ainda que o episódio tenha sido
acidental, como se afirma, por pouco não resultou em tragédia, já que cinco pessoas estavam no
automóvel.
A piromania, porém, não é nova. Propaga-se, na periferia paulistana, uma onda de incêndios de
ônibus municipais. Até sexta-feira, 21 veículos haviam sido queimados neste mês. O número equivale ao
total de casos registrados no primeiro semestre de 2013.
Os ataques se dão em meio a protestos relativos a temas diversos, de enchentes ao
desaparecimento de crianças. Os principais prejudicados, além das empresas de ônibus, são os usuários
de transporte público, pois perdas e substituições elevam o custo do sistema.
Estima-se que o prejuízo já alcance R$ 8,5 milhões neste ano. Apesar da recorrência do fenômeno,
pouco se caminhou no sentido de identificar os responsáveis e submetê-los aos ritos legais.
A Secretaria da Segurança Pública organizou, no final de 2013, reuniões com representantes do
setor de transportes, mas ainda não se sabe quais serão as providências. É evidente que tais agressões
não cessarão sem que as autoridades tomem as medidas necessárias para reprimi-las.
As polícias, por seu turno, têm notórias dificuldades para lidar com os protestos que se
disseminam pelo país. Como esta Folha vem reiterando desde o ano passado, a corporação oscila entre o
abuso da força e a omissão diante dos vândalos, dois extremos incompatíveis com sua missão.
Neste sábado, em São Paulo, um policial baleou um manifestante, que está internado num
hospital. Mesmo que em alegada legítima defesa, a reação parece desproporcional. O caso está por ser
esclarecido, mas o uso de arma de fogo, de todo modo, não é recomendável na patrulha de atos públicos.
Nenhuma hipótese, contudo, isenta a polícia, enquanto instituição, de merecidas críticas em
relação ao despreparo que tem demonstrado nessas ocasiões, bem como à truculência com que age.
É urgente mudar esse padrão. A polícia tem de coibir atos de vandalismo incompatíveis com o
convívio democrático, mas não pode reproduzir excessos que busca repelir. Os episódios de sábado são
um perigoso sinal de alerta.
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/01/1403763-editorial-onda-incendiaria.shtml. Acesso em 20 jan. 2014.
1ª questão
Identificar elementos estruturais de cada gênero.
INDIQUE o gênero do texto em estudo e JUSTIFIQUE sua resposta apresentando 3 elementos estruturais,
aspectos formais e a linguagem inerentes ao gênero indicado.
2ª questão
Habilidade: identificar os elementos que caracterizam o texto argumentativo.
IDENTIFIQUE a tese enunciada e INDIQUE duas estratégias argumentativas de que se vale o autor.
3ª questão
Identificar elementos que caracterizam o texto narrativo
A- EXPLIQUE se o texto em estudo tem traços da tipologia narrativa
B- PRODUZA, a partir do tema abordado, um parágrafo narrativo.
4ª questão
Avaliar propriedade da seleção de sinais de pontuação
A- EXPLIQUE se as vírgulas presentes no excerto são de uso obrigatório e INDIQUE o efeito que decorre
desse uso.
“Propaga-se, na periferia paulistana, uma onda de incêndios de ônibus municipais.”
B- JUSTIFIQUE o uso da vírgula no período a seguir.
“A piromania, porém, não é nova.”
C- EXPLIQUE se é possível inserir uma vírgula no local indicado pela seta, sem subverter as normas da
gramática.
“Estima-se que o prejuízo já alcance R$ 8,5 milhões neste ano.”
D- EXPLIQUE a alteração de sentido que decorrerá do uso da vírgula para separar a oração sublinhada.
“As polícias, por seu turno, têm notórias dificuldades para lidar com os protestos que se disseminam
pelo país.”
5ª questão
Avaliar a adequação de recursos lexicais e gramaticais de coesão em um texto ou sequência textual
“Alguns manifestantes, todavia, parecem se esquecer das regras básicas de civilidade. Neste
sábado, em São Paulo, um Fusca foi incendiado e terminou destruído. Ainda que o episódio
tenha sido acidental, como se afirma, por pouco não resultou em tragédia, já que cinco pessoas
estavam no automóvel.
A piromania, porém, não é nova. Propaga-se, na periferia paulistana, uma onda de incêndios de
ônibus municipais.”
A- INDIQUE o valor semântico das palavras emolduradas e EXPLIQUE se foram adequadamente utilizadas,
tendo em vista o contexto enunciativo em que se encontram.
B- EXPLIQUE se as duas palavras sublinhadas marcam uma mesma relação de sentido.
6ª questão
Habilidade: operar convenções gráficas.
JUSTIFIQUE, com regra completa, a acentuação nas palavras em destaque.
As polícias, por seu turno, têm notórias dificuldades para lidar com os protestos que se disseminam
pelo país.
7ª questão
Inferir a partir de informações implícitas ou explícitas
A Secretaria da Segurança Pública organizou, no final de 2013, reuniões com representantes do
setor de transportes, mas ainda não se sabe quais serão as providências. É evidente que tais agressões
não cessarão sem que as autoridades tomem as medidas necessárias para reprimi-las.
CONSIDERE a parte sublinhada para JUSTIFICAR o uso da conjunção em destaque.
8ª questão
Reconhecer em um texto marcas política, religiosa, ideológica ou de interesses econômicos de produtos
“Estima-se que o prejuízo já alcance R$ 8,5 milhões neste ano. Apesar da recorrência do
fenômeno, pouco se caminhou no sentido de identificar os responsáveis e submetê-los aos ritos
legais.”
EXPLICITE o ponto de vista que se infere a partir de cada uma das palavras em destaque, no contexto
enunciativo em que se encontram.
9ª questão
Reconhecer e operar com relações morfossintáticas.
CLASSIFIQUE as orações sublinhadas e numeradas no texto.
TEXTO II
27/01/2014 17h02 - Atualizado em 27/01/2014 21h04
'POLÍCIA AGIU CORRETAMENTE', DIZ GRELLA SOBRE JOVEM BALEADO DURANTE PROTESTO
Secretário da Segurança comentou ação da PM durante manifestação.
'Tem que agir quando há quebra da ordem', defendeu nesta segunda.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, disse nesta segunda-feira (27)
que “a polícia agiu corretamente” na ação que terminou com o estoquista Fabrício Proteus Chaves, de 22 anos,
baleado durante protesto neste sábado (25) no Centro de São Paulo. “A polícia tem que agir quando há quebra
da ordem”, afirmou o secretário.
Grella disse que o jovem não era um manifestante. "Não acho que seja manifestante quem anda com
estilete, com materiais supostamente explosivos, com bolinhas de gude. Não acho que sejam pessoas dadas a
manifestações”, declarou.
“As imagens são de uma agressão que, em tese, justificaria a legítima defesa. Esses fato e outros
individuais evidentemente que serão apurados”, completou Grella. A polícia diz que o jovem carregava um
artefato que aparentava ser explosivo, mas que apenas durante as investigações poderá ser concluído o que é o
objeto.
Segundo a versão da PM, Fabrício foi baleado após tentar atingir com um estilete um policial na Rua
Sabará, em Higienópolis, na altura no número 100.
Nota da secretaria divulgada no fim de semana afirmava que Chaves é adepto da tática black bloc. "No
último sábado, o black bloc resistiu à abordagem, fugiu e atacou um policial", relata o texto.
O secretário afirmou que o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) irá cruzar dados
para determinar se o jovem é adepto da prática. De acordo com o delegado Luciano Pires, do 4° Distrito Policial,
responsável pela investigação do caso, o jovem recebeu um tiro de cada policial.
Irmão nega 'black bloc'
O irmão dele, o auxiliar de escritório Gabriel Chaves, de 24 anos, negou que o ferido seja adepto da
prática. “Ele ia *a protestos+, mas ia pacificamente. Eu também ia com ele. Um monte de amigos meus também
[iam]. Nunca teve nenhum problema. Se você vir no vídeo, ele estava com roupa branca. Quem tem mais roupa
preta sou eu, mas a gente não participava do Black Bloc, nada assim”, afirmou. Segundo Gabriel, ele também
não costumava usar máscaras durante os protestos.
O irmão confirma que ele tinha um estilete, mas para usar no trabalho. “Ele usa, mas é por causa do
serviço dele. É desses escolares. É pequeno até. Ele pega a caixa e tem que cortar”, contou.
De acordo com a Santa Casa, onde Fabrício está internado, ele tomou dois tiros. Um deles atingiu o tórax,
provocando hemorragia interna, e o outro, a base do pênis. Ele perdeu um testículo e passou por cirurgia. Nesta
segunda, ele saiu do coma induzido, permaneceu sedado, mas não precisa da ajuda de aparelhos para respirar.
Até a noite deste domingo, havia PMs fazendo escolta do jovem no hospital, mas não há mais policiais nesta
segunda
Manifestações
Fabrício trabalha como estoquista nos Armarinhos Fernando e pretende prestar vestibular para
engenharia mecânica. No Facebook, Fabrício acompanha dois grupos de black blocs e também outras
comunidades de protesto em São Paulo. De família evangélica, Fabrício faz parte ainda de grupos cristãos e
comunidades de arte de rua.
A família está chocada com o ocorrido, segundo o irmão. “Eu não vi direito essas imagens *transmitidas
pela TV]. Estava voltando para casa e acabei vendo. É chocante. Eu comecei a chorar na rua. Minha mãe ainda
nem veio ao hospital. Está em choque”, disse Gabriel, enquanto aguardava o horário de visitas em frente ao
hospital.
O auxiliar de escritório disse ter ficado sabendo do incidente envolvendo o irmão na manhã de domingo
(26). “Alguém da imprensa entrou em contato com a gente. Ele deu entrada como desconhecido”, disse. “Nós
somos muito ligados. Essa noite nem consegui dormir. Dormimos no mesmo quarto”, afirmou Gabriel, que não
quis falar o bairro onde mora por medo de represálias.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/01/policia-agiu-corretamente-diz-grella-sobre-jovem-baleado-durante-protesto.html Acesso em
28 jan. 2014.
10ª questão
Habilidade: comparar textos que falem de um mesmo tema quanto ao tratamento desse tema.
COMPARE o ponto de vista enunciado em relação à polícia de São Paulo no TEXTO I com o que se enuncia
no TEXTO II.
11ª questão
Habilidade: produzir textos considerando interlocutores, o gênero textual, o suporte, a variedade linguística e o objetivo
comunicativo.
PRODUZA um artigo de opinião, a ser publicado na Folha de São Paulo, posicionando-se em relação à ação
da polícia paulistana no episódio em foco.
12ª questão
Habilidade: identificar estratégias de metalinguagem em um texto.
EXPLICITE:
A- a intensão discursiva que determinou a inserção do mapa que se encontra ao final do TEXTO II.
B- o efeito discursivo que pode decorrer dessa estratégia.
13ª questão
Habilidade: relacionar imagens a informações verbais explícitas em um texto.
JUSTIFIQUE, com base na leitura do texto II e na parte verbal do mapa que o ilustra, o uso do vermelho nos
pontos 3 e 6 do mapa.
TEXTO III
COMIDA
Titãs
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Pra aliviar a dor
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer
A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Pra aliviar a dor
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade
Diversão e arte
Para qualquer parte
Diversão, balé
Como a vida quer
Desejo, necessidade, vontade
Necessidade, desejo, eh!
Necessidade, vontade, eh!
Necessidade
TEXTO IV
Black bloc (do inglês black, negro; bloc, agrupamento de pessoas para uma ação conjunta ou
propósito comum, diferentemente deblock: bloco sólido de matéria inerte) é o nome dado a
uma tática de ação direta, de corte anarquista, empreendida por grupos de afinidade1 2 que se reúnem,
mascarados e vestidos de preto, para protestar em manifestações de rua, utilizando-se da propaganda
pela ação para desafiar o establishment e as forças da ordem. Black bloc é basicamente uma estrutura
efêmera, informal, não hierárquica e descentralizada. Unidos, seus integrantes adquirem força suficiente
para confrontar a polícia, bem como atacar e destruir propriedades privadas.
As roupas e máscaras pretas - que dão nome à tática e, por extensão, também aos grupos que dela
se utilizam - visam garantir o anonimato dos indivíduos participantes, caracterizando-os, em conjunto,
como um único e imenso bloco.
Os black blocs, à diferença de outros grupos anticapitalistas, realizam ataques diretos
à propriedade privada, como forma de chamar a atenção para sua oposição ao que consideram símbolos
do capitalismo, às corporações multinacionais e aos governos que as apoiam. Um exemplo desse tipo de
ação foi a destruição das fachadas de lojas e escritórios do McDonald's, da Starbucks, da Fidelity
Investments e outras instalações de grandes empresas no centro de Seattle, em 1999, durante as
manifestações contra a conferência de ministros de países integrantes da Organização Mundial do
Comércio (OMC)
Identidade[editar | editar código-fonte]
Segundo o entendimento difundido principalmente pelas grandes redes comerciais
de comunicação de massa, black bloc seria uma organização internacional.4 Outros afirmam que black
bloc não é uma organização mas uma tática utilizada por vários grupos anticapitalistas, que não mantêm
muitas conexões entre si.5 Pode haver vários grupos black bloc dentro de uma única manifestação, com
diferentes formas e táticas.5 Na mesma manifestação, podem formar-se diversos blocos negros, com
diferentes objetivos e táticas. Esses blocos podem até mesmo entrar em confronto entre si, a exemplo do
que ocorreu nos protestos contra o G8, em Gênova (2001)6 e Québec (2007), quando policiais se
infiltraram no black bloc.7
O black bloc geralmente é formado por anarquistas e integrantes de movimentos afins
(anticapitalismo e anti-globalização), que se juntam para determinada ação de protesto. O objetivo pode
variar em cada caso, mas, em termos gerais, trata-se de expressar solidariedade diante da ação
repressiva do Estado e de veicular uma crítica, segundo a perspectiva anarquista, acerca do objeto do
protesto no momento.8
Alguns também consideram um equívoco considerar o bloc como violento. Para John
Zerzan (teórico anarquista considerado como uma espécie de ideólogo dos movimentos demultidão)
no documentário Surplus,9 não se pode falar em violência contra objetos: não se violenta uma mesa,
cadeira ou vidraça. Segundo Zerzan, a violência só pode ser exercida contra outros seres vivos, coisa que
não acontece com o black bloc. "Veteranos" do bloco confirmam essa visão: "Não somos violentos, jamais
atacamos pessoas (...) Não é violência destruir os símbolos do capitalismo selvagem, da exploração,
da globalização". Esses símbolos seriam lojas, caixas automáticos, carros de luxo. Os blocs nunca andam
armados. Objetos simples, muitas vezes encontrados pelo caminho (pedras, extintores de incêndio, placas
de trânsito, vergalhões de aço encontrados em canteiros de obras), são transformados em armas
improvisadas. O importante, para o sucesso da tática, é ser imprevisível, incontrolável e visível apenas no
breve momento da ação, graças à inconfundível máscara e às roupas pretas.6
História[editar | editar código-fonte]
O black bloc surgiu na Alemanha, na década de 1980, como uma tática utilizada
por autonomistas e anarquistas para defenderem os squats(ocupações) e as universidades contra a ação
da polícia e os ataques de grupos nazistas e fascistas.10 A expressão Schwarzer Block nasce nessa época.
Era utilizada pela polícia alemã para identificar os Autonomen (similares aos Autonomi italianos, que se
situavam na área daesquerda extraparlamentar, mas com uma substancial diferença quanto ao uso de
táticas violentas 11 ) que, durante as manifestações e passeatas antinucleares e em favor da Rote Armee
Fraktion, geralmente usavam roupas e máscaras negras para que o conjunto dos manifestantes formasse
uma massa compacta e bem identificável, seja para parecerem numericamente superiores, seja para
atraírem a solidariedade e a ajuda de outros grupos ideologicamente afins, durante as manifestações. As
máscaras e os gorros ou capacetes têm a função de proteger os membros do grupo e ao mesmo tempo
impedir a identificação dos participantes, por parte da polícia.
A mesma denominação foi posteriormente utilizada em inglês - Black Bloc - nos Estados Unidos,
durante as manifestações contra o Pentágono (1988) e durante os protestos contra a Primeira Guerra do
Golfo (1991). Outras aparições significativas dos black bloc ocorreram em Seattle (30 de novembro a 4 de
dezembro de 1999) durante as manifestações contra a conferência de ministros dos países membros
daOMC, em Praga (26 a 28 de setembro de 1999), quando a cidade foi ocupada durante a reunião dos
países membros do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. O black bloc também apareceu
em Gotemburgo (14 e 15 de junho de 2001) nas manifestações contra oConselho Europeu.12 Em Gênova
(20 de julho de 2001), durante a cúpula do G8, as manifestações destruíram partes da capital da Ligúria.
Na época, houve suspeitas de que provocadores estivessem infiltrados no black bloc, atuando em
cumplicidade com a polícia.13 Mais tarde, ficou claro que havia policiais infiltrados nos grupos. Além disso,
os black bloc foram criticados por outros ativistas, por provocarem uma violenta reação da polícia, o que,
além de inviabilizar as manifestações pacíficas de diferentes organizações, resultou na morte do
jovemCarlo Giuliani, por um policial.14 15 16 Em Québec (20 de abril de 2007) durante a cúpula das
Américas, integrantes do black bloc destruíram as redes metálicas que protegiam o local da reunião. Tais
redes haviam sido definidas pelos manifestantes como o muro da vergonha. Em 2009, a City, o centro
financeiro de Londres, foi transformada em praça de guerra durante os protestos contra a reunião do G-
20. A tropa de choque tentou dispersar os manifestantes, e um homem acabou morto. Em todas as
ocasiões, o padrão das ações do black bloc basicamente se repete. No Rio de Janeiro e em São Paulo, em
2013,17não foi diferente: enfrentaram a polícia com paus e pedras, quebraram vitrines de lojas e bancos
(que consideram símbolos do capitalismo), fizeram barricadas incendiando lixeiras, destruíram veículos
(principalmente carros da polícia).18
Em alguns casos, porém, a reação policial às ações do black bloc pode ser muito mais violenta. Em
Gênova (2001), depois de atirar e passar duas vezes por cima do corpo deCarlo Giuliani com um carro, a
polícia realizou, na noite de 20 para 21 de julho, um ataque ao complexo de escolas A. Diaz. No local,
funcionavam a coordenação do Genoa Social Forum ("Fórum Social de Gênova") e a sala de imprensa
da Indymedia, além de um dormitório improvisado. O motivo da invasão teria sido a suspeita de que lá
haveria participantes do black bloc. Na sequência, os policiais passaram a espancar indistintamente todas
as pessoas se encontravam no prédio. Ao final, 61 pessoas foram feridas e levadas a hospitais, três das
quais em estado grave e uma (o jornalista britânico Mark Covell) em estado de coma; 93 foram presas e,
dentro das instalações da polícia, continuaram a maus-tratos. Relatos publicados pela imprensa da época
descreveram o episódio como um massacre.19 Posteriormente, 125 policiais foram indiciados pelas
agressões. 20 21 22 23 24 A invasão da escola foi tema do filme Diaz - Don't Clean Up This Blood (em
português, Diaz - Não limpe esse sangue), de Daniele Vicari.25
Referências
1. Ir para cima↑ O Black Bloc e a resposta à violência policial. O Black Bloc não é uma organização e sim uma forma de
protesto estética baseada na depredação dos símbolos do estado e do capitalismo. Por André Takahashi. Carta Capital,
31 de julho de 2013.
2. Ir para cima↑ Peasant Revolt’ - N30 Black Bloc Communique. ACME Collective (A communique from one section of the
Black Bloc: N30 in Seattle). In VAN DEUSEN, David; MASSOT, Xaviar (ed.). The Black Bloc Papers - An Anthology of
Primary Texts From The North American Anarchist Black Bloc 1988-2005. The Battle of Seattle Through The Anti-War
Movement, p.42
3. Ir para cima↑ Infoshop.org Autonomia and the Origin of the Black Bloc
4. Ir para cima↑ A agência Reuters se referiu a "algo em torno de 2.000 militantes conhecidos como o 'black block'
[sic]". "German organizers condemn violence at anti-G8 demos". Reuters, 3 de junho de 2007.
5. ↑ Ir para:a
b K, 2001, "Being black block". In On Fire: The Battle of Genoa and the Anti-capitalist movement, p. 31-5.
London: One Off Press, 2001.
6. ↑ Ir para:a
b Strana violenza: se il potere ha paura, scatena i black bloc
7. Ir para cima↑ Manifestazione in Québec, agosto 2007
8. Ir para cima↑ Black Blocs for Dummies
9. Ir para cima↑ Surplus: Terrorized Into Being Consumers, documentário de Erik Gandini (2003). Disponível com
legendas em português em youtube.com/watch?v=YbpmWeymWWw#t=12
10. Ir para cima↑ Black Bloc: "Fazemos o que os outros não têm coragem de fazer". Fórum, 20 de agosto de 2013.
11. Ir para cima↑ German autonomen: morality police Louis Proyect: The Unrepentant Marxist.
12. Ir para cima↑ Gothenburg Riots: An Eye witness Reports
13. Ir para cima↑ A ordem liberal e a baixaria. A manobra do governo italiano, permitindo que fossem devastados bairros
inteiros de Gênova, visava a responsabilizar pela violência centenas de organizações não violentas. A tentativa
fracassou, mas o preço foi alto: um morto e 600 feridos... Por Susan George. Biblioteca Diplô, agosto de 2001
14. Ir para cima↑ Fórum Social pede suspensão da cúpula devido à morte do ativista; número de prisões chega a 69. De
luto, 70 mil protestam contra o G-8. Por Leonardo Cruz. Folha de S. Paulo, 22 de julho de 2001.
15. Ir para cima↑ A Personal Account of the G8 Demonstrations in Genoa July 2001
16. Ir para cima↑ GENOVA G8: Há 10 anos, o mundo assistia ao "inferno". Radio Italiana.
17. Ir para cima↑ O Black Bloc está na rua. Nem grupo nem movimento, essa tática de guerrilha urbana anticapitalista
pegou carona nos protestos atuais. Como esse fenômeno pode impactar o Brasil. Por Piero Locatelli e Willian
Vieira. Carta Capital, 21 de agosto de 2013.
18. Ir para cima↑ Davos, Londres, Praga, Gotemburgo: protestos explodem no rastro de Seattle. Ação do grupo Black
Bloc foi semelhante ao que acontece agora nos protestos no Brasil. O Globo, 11 de outubro de 2013.
19. Ir para cima↑ G8, Fournier: Sembrava una macelleria. La Repubblica, 13 de junho de 2007.
20. Ir para cima↑ Diaz-choc, l’agente: la polizia si decida a chiedere scusa. Libre idee, 17 de abril de 2012
21. Ir para cima↑ L'incubo della Diaz, botte calci e sangue. ANSA, 10 de julho de 2011.
22. Ir para cima↑ Gênova-G8 - O julgamento dos acontecimentos da Escola Diaz. Mídia independente, 18 de maio de
2006.
23. Ir para cima↑ The Genova G8 Diaz trial - Chilean night. Por Oscar Beard. Indymedia 21 de janeiro de 2006
24. Ir para cima↑ Guadagnucci: "La giustizia non cancella la vergogna". Il reduce della Diaz: gli arresti dei poliziotti non
riabilitano uno Stato assente. Por Wanda Valli. La Repubblica, 4 de janeiro de 2014
25. Ir para cima↑ Sobre o filme Diaz – Não limpe esse sangue (2012)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Black_bloc. Acesso em 28 jan. 2014.
14ª questão
Habilidade: estabelecer relação entre o texto literário e o contexto social e político de sua produção.
ANALISE se o conteúdo do TEXTO III justifica a existência de “black bloc.”
15ª questão
Habilidade: identificar elementos que caracterizam um texto como poético.
EXPLIQUE o que caracteriza o TEXTO III como poético e o II como referencial.