PRÁTICA ASSISTENCIAL E A DEMANDA ADMINISTRATIVA (Atualidades) Prof° Davi Rodrigues.

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PRÁTICA ASSISTENCIAL E A DEMANDA ADMINISTRATIVA

(Atualidades)Prof° Davi Rodrigues

O que é a prática assistencial?• Atualmente podemos afirmar que: “no trabalho da

enfermagem, é possível visualizar duas orientações gerais para as atividades desenvolvidas: a primeira diz respeito ao cuidado, à assistência direta ( exercida por todos os elementos da equipe de enfermagem, especialmente pelos técnicos e auxiliares), a segunda relaciona-se com a organização do serviço de enfermagem (exercida pelos vários elementos mas, predominantemente pela enfermeira)”.

• E isso desde que a enfermagem se institucionalizou, já no século XIX.

De onde surgiu a dicotomia: Assistir x Administrar?

• Quando o hospital começou a se constituir em um espaço de cura e conseqüentemente um local de trabalho, de concentração tecnológica, iniciou-se a fragmentação clínica em numerosas práticas especializadas.

• Os estabelecimentos hospitalares passaram a construir, na sociedade brasileira, o maior mercado de trabalho para as enfermeiras, principalmente a partir da década de 50.

• Em conseqüência, o preparo de pessoal passou a ser cada vez mais objeto de atenção e transformação e a administração ganhou impulso e valorização na enfermagem.

De onde surgiu a dicotomia: Assistir x Administrar?

• A partir da década de 70 observa-se uma tendência cada vez maior para o atendimento especializado nos grandes centros urbanos, onde se começou a organizar e implantar os Centros ou Unidades de Terapia Intensiva. Correspondentemente a oferta de serviços para a enfermeira, na área hospitalar, sofreu um aumento considerável não só pelo crescente grau de especialização na prática médica, a qual passou a necessitar de mais pessoal de enfermagem, mas também pela expansão da medicina capitalista baseada na formação de um complexo médico-empresarial.

• Nessa dinâmica exacerbaram-se as atividades de organização e planejamento dos serviços e ainda de supervisão do pessoal auxiliar através da enfermeira, ou seja, algumas funções administrativas ligadas principalmente à gerência de unidades, como por exemplo, escala mensal e distribuição de tarefas diárias ao pessoal auxiliar, controle de materiais e equipamento, etc.

Como o mercado de trabalho “prepara” o campo de atuação do enfermeiro?

• a polêmica criada em torno da função administrativa versus assistencial é um projeto acrítico, na medida em que não considera a constituição de um mercado de trabalho centrado em um modelo de atenção à saúde que privilegia a relação individual médico-paciente, com destaque para o corpo humano, numa perspectiva físio-patológica.

• Nesse modelo o enfermeiro é o agente necessário, em escala social, para viabilizar e facilitar a relação individual médico-paciente, através do gerenciamento do “espaço” onde essa relação acontece.

E quanto às perspectivas da enfermagem na assistência e no gerenciamento?

• Com a implantação do SUS, o que muito tem se discutido é a questão da gerências de serviços de saúde, a capacidade desses serviços para resolver os problemas da área, enfim, como gerenciar, planejar e organizar tais serviços, tanto hospitalares quanto de unidades básicas, no esforço de se conseguir uma organização que alcance o controle dos processos saúde-doença da população através, principalmente de vigilância epidemiológica articulada com a assistência individual.

Uma nova forma de “olhar” para a saúde

• O novo modelo assistencial, que vem sendo implementado, demanda um profissional crítico, que além da competência técnica também dê conta da dimensão política do trabalho no setor de saúde, e que além das questões biológicas e individuais, busque compreender e assistir aos homens, mulheres e crianças em suas dimensões sociais, econômicas, culturais, familiares, afetivas, verdadeiramente humanas, com intuito de desenvolver um serviço que atenda às necessidades de saúde e contribui com o fortalecimento da cidadania.

O que a atual dinâmica de trabalho hospitalar “espera” do enfermeiro?

• No contexto hospitalar, compete ao enfermeiro o desenvolvimento de atividades administrativas, assistenciais, educativas e de pesquisa com vistas ao aprimoramento da prática profissional.

MERCADO DE TRABALHO

Aspectos Atuais e Tendências(Oferta e Demanda)

Mercado de Trabalho do Enfermeiro no Brasil: Configuração do Emprego e Tendências no Campo doTrabalho

• Thereza Christina Varella• Celia Regina Pierantoni

8º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem e 57º Congresso Brasileiro de Enfermagem

Apresentação

• o estudo procura oferecer uma análise da tendência nacional do mercado de trabalho dos enfermeiros, tanto do lado da oferta como da demanda, tendo como pano de fundo as transformações que vêm ocorrendo com o trabalho no mundo globalizado.

Apresentação

• compara a configuração do mercado de trabalho dos enfermeiros com a do mercado de trabalho no Brasil e com o mercado de trabalho em saúde.

• busca apontar algumas tendências para o mercado de trabalho dos enfermeiros, e sua repercussão em cenários futuros para a enfermagem em geral.

Justificativa do Estudo• transformações ocorridas no trabalho em geral

mais acentuada na década de 90;• processo de desregulamentação do trabalho,

também na saúde;• estudo sobre o trabalho do enfermeiro, com

dados primários, referem-se a década de 70/80.

Questões• como se configura o mercado de trabalho dos

enfermeiros diante do crescimento das taxas gerais de desemprego?

• a tendência geral de terceirização está afetando esta categoria?

• o emprego formal e assalariado está em declínio? • a aspiração da categoria em relação ao trabalho está

pendendo para o emprego formal com estabilidade ou para as formas mais flexíveis e mais bem remuneradas?

Cenário Mundial

• globalização das economias- quebra de barreiras econômicas, culturais e comunicacionais;

• reestruturação produtiva;• mudanças nas formas de organização do Estado.

Cenário Nacional

• forte contração na taxa de crescimento e do PIB;

• política de abertura do mercado nacional aos produtos produzidos no exterior;

• taxas de desemprego aberto crescendo;• crescimento do emprego no setor saúde-

público e privado;• no setor público crescimento do emprego na

esfera municipal.

O trabalho do enfermeiro no cenário internacional

• déficit de enfermeiros em países centrais;

• migração internacional;

O trabalho do enfermeiro no cenário nacional

• oferta pelo sistema educacional– década de 80- baixa procura e grande evasão– década de 90 – crescimento acentuado de instituições e

de vagas de graduação de enfermagem - setor privado– expansão de egressos da rede privada

• demanda por postos de trabalho– crescimentos de postos de trabalho – crescimento na esfera municipal– o PSF representou expansão de postos de trabalho no

setor público

Quantidade de profissionais registrados

Fonte: Pesquisa Mercado de Trabalho dos Enfermeiros - RORHES-IMS/UERJ - 2005.*Número de enfermeiros registrados no COFEN **Número de registros contendo a informação sobre a unidade federativa de residência do profissional

Enfermeiros respondentes segundo local de residência. Brasil, 2005.

Fonte: Pesquisa Mercado de Trabalho dos Enfermeiros - RORHES-IMS/UERJ - 2005.

Resultados - destaques perfil

• 88,9% são mulheres• 64,3% estão na faixa etária de 35 e 55 anos• 55,5% dos enfermeiros são os principais responsáveis

pelas despesas familiares • 35,2% têm entre 16 e 25 anos de formados e que 20,3%

se formaram após o ano 2000. • 85,84% realizaram alguma modalidade de pós-

graduação78,8% fizeram especialização, sendo que 23,7% realizaram uma segunda especialização.

Resultados - condições de emprego

• 52,7% declararam ganhos na faixa de R$ 2.000,00 a R$ 3.999,00

Resultados - condições de emprego

• 61,1% trabalham como diaristas e 56% cumprindo 40 horas semanais;

• tipo de vínculo- 55,6% são funcionários públicos estatutários e 14,7% celetistas;

• A principal atividade desenvolvida foi, ensino/pesquisa e rede básica de saúde/PSF (21,9% e 21,2% respectivamente);

• 75,51% referiu não ter tido dificuldade de encontrar empregos nos últimos três anos;

• 71,82% não mudou de emprego nos últimos dois anos.

Resultados - condições de emprego

• 88,7% não estiveram desempregados nos últimos três anos;

• Dos que referiram desemprego, 52,6% o delimitaram em menos de seis meses.

A Formação dos Profissionais

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1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Pública

Privada

Vagas de graduação de enfermagem segundo natureza administrativa. Brasil, 1991-2004.

Fonte: INEP/ MEC- OBSRHS- IMS/UERJ

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12000

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Pública

Privada

Fonte: INEP/ MEC- OBSRHS- IMS/UERJ

Egressos de graduação de enfermagem segundo natureza administrativa. Brasil, 1991-2004.

Considerações finaisA configuração atual do emprego: sinais e

tendências

• não existe desemprego estrutural para enfermeiros no país;

• a flexibilização do mercado de trabalho e a precarização do emprego não constituem agravo que afete o mercado laboral dos enfermeiros;

• predomina o trabalho formal e no âmbito público;

Considerações finaisA configuração atual do emprego: sinais e

tendências

• a tendência ascendente de ingressantes nos cursos de graduação terá impacto no mercado de trabalho- redução do preço do trabalho do enfermeiro e diminuição das oportunidades no mercado de trabalho para técnicos e auxiliares;

• necessidade de elevar a qualificação da força de trabalho, via alternativas de pós-graduação;

• o Brasil poderá ser, no futuro, um país exportador de enfermeiros.

Onde o enfermeiro pode atuar?

• Este profissional presta assistência ao paciente ou cliente em clínicas, hospitais, ambulatórios, empresas de grande porte, transportes aéreos, navios, postos de saúde,domicílio. Participa de coordenação e auditoria serviços de enfermagem, além de implementar ações para a promoção da saúde junto à comunidade.

Principais áreas de atuação• Assessoria e consultoria Auditar os procedimentos hospitalares de enfermagem e auxiliar na montagem

de unidades de saúde. • Atendimento domiciliar Cuidar de pacientes em sua residência, dando continuidade ao tratamento

hospitalar. Auxiliar o paciente em exercícios terapêuticos e cuidar de sua higiene e de seu bem-estar.• Enfermagem geriátrica Atender idosos, doentes ou não, em domicílios, casas de repouso, clínicas e

hospitais. • Enfermagem médico-cirúrgica Ministrar cuidados pré e pós-operatórios em prontos-socorros, clínicas e

hospitais.• Enfermagem obstétrica Dar assistência integral a gestantes, parturientes e lactantes, acompanhando o

pré-natal, realizando exames e parto (dependendo do serviço) e no pós-parto. Dar orientações sobre planejamento familiar.

• Enfermagem pediátrica Acompanhar e avaliar o crescimento e o desenvolvimento da criança. Incentivar o aleitamento materno e orientar os pais quanto às técnicas e aos cuidados com os recém-nascidos.

• Enfermagem psiquiátrica Ajudar no tratamento de pacientes com distúrbios psicológicos/psiquiátricos.• Enfermagem de resgate (APH) Participar de equipes de salvamento de vítimas de acidentes ou de

calamidades públicas.• Enfermagem do trabalho Dar atendimento ambulatorial em empresas e acompanhar programas de

prevenção e manutenção da saúde dos funcionários.• Enfermagem de saúde pública Orientar a população sobre a prevenção de doenças e promover a saúde

da coletividade. Atender pacientes em hospitais, centros de saúde, creches e escolas. Formar, capacitar e supervisionar os agentes de saúde.