Post on 11-Nov-2018
INOVACOES EM METOLOGIAS DE FERTILIZACAO
DE CAFE
Bernardo van Raij
Instituto Agronômico
Campinas, SP - Brasil
RAMACAFÉ 2001
Objetivo
• Discutir a adubação do café em uma nova
abordagem, para identificar pontos que podem
ser melhorados frente à nova realidade da
cafeicultura.
O que é importante para o maior lucro?
Buscar oportunidades de retorno – o aumento de
produção é mais importante na economia do
que o eventual menor gasto com fertilizantes.
Economia da resposta a nitrogênio –
médias anuais de 4 anos
N
kg/ha
Café,
kg/ha Incrementos de Custo do N
– R$
Valor do
café – R$
Lucro –
R$ N Produção
0 1429 0 0 0 0 0
100 1794 +100 +365 200 1.095 895
200 2064 +100 + 270 200 810 610
300 2238 +100 +174 200 522 322
400 2317 +100 +79 200 237 37
500 2301 +100 -16 200 -48 -248
Soma 500 872 1.000 2.616 1.616
Café adensado – Catuai amarelo
Média de 4 anos, em Mococa – 1,5 x 1 m
Como perder dinheiro
N, kg/ha Produção,
sacas/ha
100 37,1
200 43,9
300 48,7
400 41,1
Como fazer para melhorar a economia da
adubação?
• Identificar deficiências a serem corrigidas – análise
de solo e folhas
• Aumentar a produtividade
• Evitar a degradação do solo – erosão e acidificação
do perfil. Manter solo cobereto.
• Diagnosticar problemas específicos, como “barreira
química” ou má aplicação de insumos.
Nutrientes removidos para 1 t/ha de café
beneficiado
• N – 32 kg
• P2O5 – 13 kg
• K2O – 58 kg
• S – 3 kg
Critérios para adubação do cafeeiro – análise
de solo e N em folhas
Utiliza-se a análise de solo, tanto para plantio e formação, como para produção.
Na fase de produção, usa-se o N nas folhas como critério para a adubação nitrogenada.
Na produção, considera-se, também, a produtividade esperada.
Dúvidas sobre a adubação de café
• 1 – Adubar com uso de critérios de
diagnose estabelecidos pela pesquisa
agronômica ou adubar “por fórmula” –
20-5-20 por exemplo?
• 2 – Os critérios para adubação estão
atualizados? Servem para qualquer
espaçamento? E para café irrigado?
A amostra de solo bem tirada deve ser
analisada por métodos adequados
Programa interlaboratorial de proficiência para melhorar constantemente a qualidade dos resultados
Critérios para adubação do cafeeiro -
análise e recomendações
• O sistema pode ser
personalizado para
o técnico,
laboratório, empresa
ou consultor.
• Sistema IAC de
análise de solo – 114
laboratórios
3.3. Cálculo da necessidade de
calagem – fórmula usada
CTC (V2 – V1)
NC = ————————
10 PRNT NC = quantidade de calcário, t/ha
V2 = meta de calagem
V1 = sSaturação por bases atual do solo
PRNT = poder neutralizante do calcário, em equivalente CaCO3
LVA 0- 40cm
LVA 40- 80cm
Experimento calcário x gesso para café em
São Sebastião do Paraíso (MG) (Guimarães, 1988)
Produção em sacas/ha
Gesso,
kg/ha
Calcário. kg/ha Média com
gesso 0 750 1.500 3.000
O 20,6 28,2 25,7 30,7 26,3
1.290 36,3 35,9 39,8 43,0 39,0
2.580 39,0 37,8 43,0 40,0 39,9
Média com
calcário
32,3 34,0 36,2 37,9
Gessagem para café
Aplicar calcário se, na amostra de 20-40 cm:
Ca < 4 mmolc / dm3
Saturação de Al > 30%
NG = argila (em g/kg) x 6 (em kg/ha de gesso)
Observação: Não substituir parte do calcário por gesso. A
diagnose do calcário é para 0-20 cm. Para gesso, 20-40 cm.
São duas amostras diferentes, uma não tendo nada a ver
com a outra.
Fósforo
Os métodos de análise de solo devem ser
calibrados com experimentos de campo
50
60
70
80
90
100
110
120
0 50 100 150
Resin-P, mg dm-3
Re
lati
ve
yie
ld, %
RY = 1.039 - 2.025 X-1
r = -0.85**
Esta é a curva de calibração de P resina para algodão. Cada
ponto representa um experimento diferente.
Questão: qual método você escolheria para
plantar arroz?
• Correlações de P no
solo, por dois
métodos, e o P
absorvido por plantas
de arroz inundado.
• Trabalho realizado na
UFLA (Grande et al.).
0
20
40
60
80
0 5 10 15 20
Soil P, mg dm -3
P a
bs
orve
d b
y r
ice
, m
g/p
ot
P- Mehlich
y = 3,63x - 43,7
R2 = 0,97*
0
20
40
60
80
10 20 30 40
Soil- P, mg dm -3
P a
bs
orv
ed
b
y r
ice
, m
g/p
ot
P- resin
Fósforo – O método da resina tem adequada
sustentação teórica
• Extração de
fósforo com
resina de troca
de íons.
• O método simula
a extração de P
pelas raízes das
plantas.
Soil
Soil
Resin
Plant
Soil solution
Soil solution
P P
P
P P
P P
O método da resina, usado em 80 laboratórios de
10 estados brasileiros, apresenta alta correlação
com P absorvido por plantas
• Comparação de métodos para P, em 70 trabalhos da literatura mundial (Silva & Raij, 1999)
Methods
for P
Coefficent of determination for soil-P
and P absorved by different crops
acid soils Neutral or alcaline soils
Resina 84 83
Mehlich 1 56 39
Bray I 53 25
Olsen 47 52
A análise de solo serve para transferir
informações da pesquisa para o produtor
• Diretrizes para calagem e
adubação de mais de 160
culturas - Boletim 100
• Software que permite a
interpretação e a emissão
de recomendações de
adubação
Nitrogênio
• A análise de solo é pouco usada para N.
• Para culturas anuais considerar o histórico sobre manejo prévio e culturas anteriores.
• A meta de produtividade é o fator mais importante.
0
20
40
60
80
100
120
0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
Plantas perenes (manga,
café, citros) – N foliar
Quaggio et al.)
Adubação mineral de produção – nitrogênio
Produtividade esperada de café
beneficiado - kg/ha
Teor de N nas folhas, g/kg
< 26 26-30 >30
N, kg/ha
<600 150 100 50
600-1200 180 120 70
1200-1800 210 140 90
1800-2400 240 160 110
2400-3600 300 200 140
3600-4800 360 250 170
>4800 450 300 200
Desdobramento da adubação mineral de
produção de nitrogênio
Produtividade
esperada
(kg/ha)
Teor de N nas folhas, g/kg
<26 26-30 >30
Fruto Planta Fruto Planta Fruto Planta
N, kg/ha
600 19 131 19 81 19 31
1.200 38 142 38 82 38 32
1.800 58 152 58 82 58 32
2.400 77 163 77 87 77 33
3.600 115 185 115 85 115 25
4.800 154 206 154 96 154 16
Adubação mineral de produção de
fósforo – desdobrando em fruto e planta
Produtivida
esperada
(kg/ha)
P resina no solo, mg/dm3
0-5 6-12 13-30 >30
Fruto Planta Fruto Planta Fruto Planta Fruto Planta
P2O5, kg/ha
600 8 32 8 12 8 12 8 -8
1200 16 34 16 14 16 4 16 -16
1800 23 37 23 17 23 3 23 -23
2400 31 39 31 19 31 1 31 -31
3600 47 33 47 13 47 7 47 -27
4800 62 30 62 8 62 12 62 -32
Adubação mineral de produção de
potássio – desdobrando fruto e planta
Produtivida
esperada
(kg/ha)
K trocável, mmolc/dm3
0-0.7 0,8-1,5 1,6-3,0 >3,0
Fruto Planta Fruto Planta Fruto Planta Fruto Planta
K2O , kg/ha
600 35 115 35 65 35 15 35 -15
1200 70 110 70 50 70 0 70 -40
1800 104 106 104 36 104 -14 104 -64
2400 139 101 139 21 139 -29 139 -89
3600 209 91 209 -0 209 -69 209 -129
4800 360 82 360 -28 360 -108 360 -178
Boro, zinco, cobre e manganês no plantio
B no solo
mg/dm3
B
g/m
Zn no solo
mg/dm3
Zn
g/m
0-0,20 1 0-0,5 2
0,21-0,60 0,5 0,6-1,2 1
>0,60 0 > 1,2 0
Cu no solo
mg/dm3
Cu
g/m
Mn no solo
Mg/dm3
Mn
g/m
0-0,2 1 0-1,5 2
>0,2 0 >1,5 0
Métodos: B – água quente; Zn, Cu, Mn - DTPA
Adubação mineral de plantio – parcelamento
da adubação
Parcelar a adubação em 3 a 4 vezes.
Na fertirrigação o parcelamento da adubação é
bem maior.
Pode-se pensar em não irrigar no período mais
intenso de chuvas.
ORGANISACAO DE INFORMACOES
• Reunir um grupo de pessoas de café –
Grupo Paulista de Adubacao de Café.
• Verificar os laboratórios de analise de solo
e folhas
• Organizar as recomendacoes de
adubacao e calagem com base na análise
de solos e folhas.
CONCLUSOES
• A analise de solo é
uma ferramenta
indispensavel para
garantir a
producao de café e
o maior lucro
possível
• As recomenda-
• coes de calagem e
adubacao necessitam
ser organizadas
localmente, usando o
melhor conhecimento
disponivel