Post on 12-Dec-2015
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TRINGALI, Dante. A retórica antiga e as outras retóricas. A retórica como crítica
literária. São Paulo: Musa, 2014.
Resumo: Tringali propõe um retorno à retórica antiga – cujo expoente máximo foi
Aristóteles – ao mesmo tempo em que revisa criticamente as outras retóricas que
procuraram suplantá-la. Segundo ele, as outras retóricas (a Clássica, a de Perelman, etc.)
são todas redutivas, pois reduzem a retórica a somente um de seus aspectos (a elocução,
no caso da retórica clássica; e a argumentação no caso de Perelman). À retórica antiga o
autor adiciona elementos semióticos a fim de renová-la. Em suas palavras: “A Retórica
Antiga é a Retórica integral, dotada de estrutura completa. (...). A Retórica Semiótica é
uma Retórica generalizante, pois aplica o modelo da Retórica Integral a qualquer
linguagem, em qualquer texto desde que dotado de retoricidade” (p. 13). “Retoricidade”
é o atributo que um texto – qualquer que seja a sua natureza – possui de ser dialético-
persuasivo.
A Retórica Antiga é a única que merece a alcunha de integral, pois só ela
compreende “todas as etapas da produção do discurso: invenção, disposição, elocução,
memória, ação”. Ela almeja a persuasão, antes de qualquer outra coisa (p. 13). A este
modelo retórico aristotélico é preciso adicionar elementos novos, o principal dentre
estes é a semiótica. Essencialmente, a Retórica Semiótica “consiste na aplicação do
modelo retórico a qualquer texto dotado de ‘retoricidade’, em qualquer linguagem. A
retoricidade é a virtude que um texto tem de ser dialético e persuasivo”. Com isso, esse
modelo pode tornar-se “um instrumento válido de análise crítica não só do discurso
retórico propriamente dito, mas de qualquer outro discurso dotado de retoricidade, em
qualquer linguagem: pictórica, musical, onírica, cinematográfica, jornalística...” (p. 15).