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Câncer de Cérebro e Sistema Nervoso Central
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O que é o Sistema Nervoso Central
O Sistema Nervoso Central (SNC) consiste do cérebro e da medula espinhal, além da camada de revestimento destas estruturas.
O cérebro e a medula são compostos por diversos tipos de células (neurônios, células da glia, células de Schwann).
O cérebro é composto, resumidamente, pelos hemisférios cerebrais, o cerebelo (em azul, na figura), e tronco cerebral (que sustenta todo o cérebro); o revestimento do cérebro e da medula espinhal é feito pelas meninges, que são duas membranas, uma grudada ao cérebro, a outra ao crânio (por dentro) entre as quais corre um líquido, denominado de líquor.
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Estatísticas
• De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, 4% das mortes por câncer no Brasil estão relacionadas com os tumores cerebrais.
• Nos Estados Unidos, 1 em cada 5 mil pessoas desenvolve um tumor cerebral ao longo da vida.
• Além dos tumores próprios do cérebro, 25% dos tumores de origem em outras regiões do corpo dão metástases (se espalham) no cérebro.
Fonte: INCA
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O que é tumor cerebral?
• A palavra tumor significa qualquer crescimento anormal de células de uma parte do corpo.
• Tumores podem ser “benignos” ou
malignos. Os tumores malignos são denominados de câncer.
•Nem todos os tumores cerebrais são câncer, mas como o crânio é uma “caixa fechada”, mesmo os tumores benignos do SNC podem ser muito graves, pois comprimem estruturas vitais do cérebro.
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Como se manifesta?
Tumores do SNC afetam diferentes funções e podem causar diferentes sintomas:• Dor de cabeça, náuseas e vômitos persistentes;• Alterações visuais e auditivas; • Convulsão;• Agitação motora; • Fraqueza ou rigidez muscular;• Perda de sensibilidade em qualquer parte do corpo;• Falta de coordenação;• Dificuldade para falar ou entender o que é dito;• Esquecimento das palavras;• Problemas com leitura e escrita de modo inexplicável;• Movimentos involuntários.
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Fatores de risco
O câncer do SNC, assim como os cânceres de outros
órgãos, é causado por anormalidades (mutações) dos
genes nesse tecido.
Embora a grande maioria dos casos ocorra ao acaso,
há alguns fatores relacionados a um risco
aumentado para estas mutações, e
consequentemente para o câncer do SNC.
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Fatores de risco• Gênero: o câncer do SNC é mais comum em homens do que
em mulheres;
• Idade: embora possa desenvolver-se em qualquer idade, é mais comum nos idosos (acima de 65 anos);
• Radiação: ocorre com maior frequência em pessoas que fizeram tratamento de radioterapia na cabeça anteriormente;
• É mais frequente em pessoas que tenham passado por tratamento de leucemia durante a infância;
• Exposição ao cloreto de vinil (utilizado na produção de plástico);
• Pacientes com baixa imunidade;
• Pacientes com infecções pelo HIV.
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Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito com base em uma biópsia.
O que leva à solicitação da biópsia são a história
clínica, o exame físico com alguma alteração
suspeita e principalmente um exame de imagem
com alteração sugestiva de tumor.
Como parte da avaliação, podem ser
solicitados (ver próximo slide):
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• Tomografia computadorizada para observar possíveis lesões;
• Ressonância magnética para observação de possíveis lesões e
estruturas vasculares;
• Radiografia e tomografia do tórax para determinar se o tumor
encontrado no SNC veio de algum outro órgão (se é uma metástase);
• PET-scan em casos específicos;
• Punção lombar para análise do líquido cefalo-raquidiano.
• Biópsia: é o exame definitivo, e consiste na retirada de uma amostra
do tumor para ser examinada no laboratório de patologia. A análise
pelo patologista consegue, na grande maioria das vezes, determinar
não só se o tumor é originário do SNC (ou se é metástase de outro
órgão), mas também dar o sub-tipo histológico, isto é, a célula de
origem do tumor.
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Diferença entre tumor cerebral primário e secundário
• Tumores que têm origem no cérebro são os denominados Tumores Cerebrais Primários que geralmente só se disseminam no próprio SNC e rarissimamente se espalham para outros órgãos;
• Tumores que têm origem em outros órgãos, como câncer de mama ou pulmão e que se espalham para o cérebro, são chamados de tumores Metastáticos ou Tumores Cerebrais Secundários. Constituem a maioria das lesões cancerosas encontradas no SNC de adultos.
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Tipos de tumores: Meningioma
• O Meningioma representa 25 % dos tumores cerebrais e em
cerca de 85% dos casos são benignos; é mais comum em
pessoas na faixa dos 70 a 80 anos e em mulheres.
• Meningiomas são provenientes das meninges que envolvem o
cérebro e medula espinhal e são frequentemente encontrados
na parte frontal ou posterior do cérebro. Alguns meningiomas
são atípicos, isto é, seu comportamento é mais agressivo que o
comum.
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Tipos de tumores: Gliomas
•Os tumores cerebrais primários originam-se no próprio órgão. Quase sempre, os tumores primários são gliomas, que crescem a partir dos tecidos que rodeiam e dão suporte aos neurônios.
• Existem vários tipos de glioma: o glioblastoma multiforme é o tipo mais frequente e mais agressivo; outros tipos de gliomas são o astrocitoma e o oligodendroglioma.
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Tipos de tumores: Glioblastoma• O Glioblastoma, conhecido como Glioblastoma Multiforme, é de
crescimento mais rápido, que se ramifica e espalha pelo cérebro
de maneira relativamente rápida. Pode conter uma região central
com tecido morto (necrose).
• O Glioblastoma Multiforme (GBM) é o tipo mais comum de tumor
cerebral maligno em adultos e representa cerca de 50% a 60%
dos casos.
• Embora o GBM possa ocorrer em qualquer faixa etária, é mais
comum em adultos entre 50 e 70 anos de idade. Menos de 10%
dos tumores cerebrais infantis são Glioblastomas.
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Tipos de tumores: Astrocitoma
• Astrocitoma é um tumor que pode surgir a partir do cérebro ou cerebelo. Pode ter um grau baixo (isto é, de crescimento muito lento), ou intermediário (crescimento mais rápido, mas não tão rápido ou ramificante como o GBM)
• Corresponde a cerca de 35% dos tumores cerebrais.
• Ocorre em idosos mas também em faixa etária mais jovem, inclusive na infância.
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Tipos de tumores: Oligodendrogliomas
•Os Oligodendrogliomas correspondem a cerca de 4% dos tumores cerebrais.
• São tumores de baixa malignidade e crescimento lento que acometem predominantemente a chamada substância branca dos hemisférios cerebrais.
• A faixa etária acometida varia entre 35 e 45 anos.
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Tipos de tumores: Ependinoma
• Os Ependinomas são originários das células que cobrem a superfície
interna do cérebro, o que significa que estão forrando internamente
os ventrículos cerebrais, que são cavidades centrais preenchidas por
líquido cefalorraquidiano.
• A distribuição etária é ampla, indo de crianças até a idade adulta.
• Formam massas acinzentadas, bem delimitadas, que podem ter
aspecto de couve-flor, infiltrando o tecido cerebral adjacente.
• Têm tendência a repetidas recidivas pós-cirúrgicas e seu prognóstico
é reservado.
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Tipos de tumores: Meduloblastoma
•O Meduloblastoma é o tumor mais comum em crianças, e se origina nos neurônios do cerebelo (ver figura no slide inicial).
•Ocorre, usualmente, entre 4 e 10 anos, mais em meninos do que em meninas.
• Têm crescimento rápido, mas pode ser tratado e curado com cirurgia e radioterapia.
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Tipos de tumores: Ganglioglioma•Os Gangliogliomas são tumores raros;
• É o tumor que como característica contém tanto neurônios como células da glia (células de suporte);
• A grande maioria dos gangliogliomas tem bom prognóstico após ressecção cirúrgica adequada.
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Tipos de tumores: Schwannomas• Os Schwannomas têm origem nas células de Schwann
que revestem os nervos e correspondem a 7% de todos os tumores do sistema nervoso central.
• São os principais tumores do sistema nervoso periférico (nervos fora do SNC).
• São benignos e sua incidência é maior na quinta década de vida.
• O tratamento é cirúrgico e o sucesso dependerá do local de acometimento e do tamanho do tumor.
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Tipos de tumores: Cordoma
•Os Cordomas são tumores que podem
apresentar-se na base do crânio ou no
extremo inferior da coluna vertebral na
região lombo-sacra;
•Geralmente são benignos, mas podem
apresentar características de invasão dos
tecidos adjacentes.
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Tipos de tumores:Tumores da medula espinhal
• Os tumores da medula espinhal podem ser primários (originados na medula espinhal) ou secundários (metástases provenientes de um câncer originado em outra parte do corpo).
• Os tumores da medula espinhal são muito menos comuns que os tumores cerebrais e são raros em crianças.
• Apenas 10% dos tumores primários da medula espinhal originam-se das células nervosas situadas nesse órgão. O restante constitui metástases.
• Dois terços dos tumores são meningiomas e schwannomas (benignos); mais raramente, gliomas e sarcomas (malignos).
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Tipos de tumores: Linfomas
•Ocasionalmente, os linfomas (que costumam ser cânceres dos linfonodos em pescoço, axila, abdome, região inguinal) ocorrem no cérebro, e são chamados de linfoma cerebral.
•Os sintomas iniciais podem ser alterações na personalidade, convulsões ou alterações neurológicas.
•O tratamento é quimio e radioterápico.
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Tipos de tumores: Hemangioblastomas
•Correspondem a cerca de 2% dos tumores cerebrais.
• São tumores que crescem a partir de células dos vasos sanguíneos, mas podem se desenvolver no tronco cerebral.
• Apresentam-se, normalmente na terceira década de vida.
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Tipos de tumores: Craniofaringioma
• Os craniofaringiomas são tumores que crescem na base do
cérebro, logo acima da glândula hipófise e são
frequentemente diagnosticados em crianças, adolescentes e
adultos jovens.
• Não costumam se espalhar, mas estão perto de estruturas
importantes no cérebro e podem causar problemas à medida
que crescem.
• Podem causar alterações na visão e no equilíbrio hormonal.
• As crianças com craniofaringioma podem ser obesas e
apresentar problemas de crescimento.
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Tipos de tumores: Neuroma Acústico
• O neuroma acústico cresce no nervo auditivo que controla a audição e o equilíbrio, e está localizado entre o cerebelo e a chamada ponte (uma área cerebral).
• É de crescimento lento, e é encontrado com maior frequência em pessoas de meia idade
• Ocorre com maior frequência em mulheres do que em homens.
• A perda de audição em um dos ouvidos pode ser um sinal da presença do tumor.
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Tratamentos
• O tratamento do tumor cerebral é feito de modo
multidisciplinar, com a decisão conjunta entre um
neurocirurgião, um radioterapêuta, um oncologista, e
frequentemente um neurologista.
• A combinação individualizada das diversas modalidades de
tratamento (cirurgia, radioterapia, tratamento sistêmico)
oferece as melhores possibilidades terapêuticas aos
pacientes.
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Tratamento cirúrgico
• O tratamento cirúrgico de um tumor cerebral depende, essencialmente, de sua localização e tipo; muitos tumores cerebrais podem ser removidos sem causar lesão no tecido cerebral normal, contudo, alguns se desenvolvem em uma área que torna a remoção difícil, pois estruturas essenciais podem ser comprometidas.
• A ressecção de um tumor é necessária se o seu crescimento afetar estruturas cerebrais importantes; mesmo em casos em que a cirurgia não seja curativa, o procedimento poderá ser útil para reduzir o tamanho do tumor, aliviar os sintomas e permitir ao médico determinar de que tipo de tumor se trata e se outro tipo de tratamento poderia ser adequado.
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Tratamento sistêmico (inclui o quimioterápico)
• O tratamento pode ser feito apenas com medicamentos ou em combinação com outros tipos de tratamentos, como a cirurgia ou radioterapia.
• A quimioterapia ataca as células tumorais mas também células normais. Por isso, é frequente aparecerem efeitos colaterais. Pode ser administrada por via intravenosa, por via oral ou ainda por um implante no cérebro.
• Recentemente vem-se usando medicações que inibem o crescimento dos vasos que nutrem o tumor. São os chamados anti-angiogênicos.
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Tratamento radioterápico
• A radioterapia pode ser usada isoladamente ou em combinação com cirurgia, quimioterapia ou ambos. Quimioterápicos podem ser utilizados como drogas radiosensibilizantes, que tornam as células tumorais mais sensíveis à radiação.
• É estritamente essencial um equipamento moderno de radioterapia, para tratar de maneira adequada o tecido tumoral, poupando ao máximo o tecido cerebral em volta.
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Tratamento das metástases
• O tratamento das metástases cerebrais depende em grande medida da região onde se originou o tumor.
• Muitas vezes, ser realiza radioterapia para tratar
metástases cerebrais.
• O tratamento cirúrgico pode ser útil em caso de existirem apenas uma ou duas metástase, desde que a doença esteja controlada no restante do corpo.
• Outros tratamentos podem ser realizados e incluem quimioterapia, colocação de implantes radioativos dentro do tumor e radiocirurgia.
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Amenizando os efeitos colaterais do tratamento
• Corticosteróides - Ajudam a reduzir o inchaço do cérebro. O
tratamento é contínuo e só poderá ser interrompido com
aprovação do médico. Efeitos colaterais dos corticosteróides
podem incluir ganho de peso, retenção de água, insônia,
crescimento de pelos, úlceras estomacais, risco aumentado de
infecção e mudanças de humor.
• Anticonvulsivantes - Ajudam a prevenir convulsões ou ataques
epiléticos. O tratamento é contínuo. O médico pode pedir exames
de sangue para determinar a dose apropriada para o tratamento.
Muitos dos efeitos colaterais dos tratamentos podem ser amenizados com o uso de medicamentos:
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• Antieméticos - Ajudam a controlar as náuseas.
• Antiácidos - Ajudam a controlar a acidez estomacal.
• Analgésicos - Ajudam a reduzir e controlar a dor.
• Hormônios - São usados para tratar certos tipos de tumores e substituir hormônios que o organismo não esteja mais produzindo.