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UM ITI NERÁRI O PARA A ARQUITETURA MODERNA EM FLORI ANÓPOLI S

Lui z Eduardo F ontoura Teixei ra UFSC1 Gi lber to Sarkis Yunes UFSC2 Marcos Marciel Sansão UFSC3. Mar ianna Spindol a Godoy UFSC4 Rafaela Regi na de Souza UFSC5

Resumo Apresenta percurso pelas edi f i cações e espaços urbanos de F lor ianópol i s, const ruídos na l i nguagem moderna de 1930 a 1970. São estudados elementos da modernidade, at ravés dos planos estatais e a ação do capi tal . Vest ígios do ideár i o moderno resul tantes são l evantados e documentados num i t i nerár io cul tural pat r imoni al . Uma tensão composi t iva ent re os espaços moder nos e a cidade pretér i ta, por rupturas de gabar i to, est rutura urbana e novas formulações pl ást icas, caracter izar ia esses percursos. Palavras-ch ave: arqui tetura moderna, i t i nerár ios cul turais , F lor i anópol is. Abstract Presents a route through the bui l dings and urban spaces of F l or ianópol is , bui l t in modern language f rom 1930 t o 1970. E l ements of moderni ty were studied, through state act ion pl ans and capi tal . Traces of modern ideas are researched and documented resul t ing i n a cul tural her i tage i t inerary. A composi t ional tensi on between the m odern and the past tense ci ty spaces f or breaks of scale, urban st ructure and new pl ast ic formulat ions character ize these pathways. Key words: modern archi tecture, cul tural i t inerar ies, F l or ianópol i s.

Nos anos de 1930, após a const rução da Ponte Hercí l io Luz, l igando a

1 Arqu it eto e Urban is ta p el a UFRG S (1978) . Mest re em Desen vol vimento Reg ion al e Urbano pela UF SC ( 2002) . Dou to r em Teor ia e His tór ia d a Arqu it etu ra e do Urban ismo pel a USP, São Car los (2009) . Pro fessor do Núc leo d e Teor ia e His tó r ia (ARQ/UF SC) . At ua n o Pr ograma de Pós Graduaçã o em Arqui te tura , Urban ismo e His tór ia da C idad e (PG AU-Cidade) . Coorden ador do Grupo de Pesqu is a da Modernidade em Arqui te tura e Urban ismo (ARQ/ UF SC) . Membro de Grupos de Pesqu isa NU COMO e SITU S (ARQ/UFSC) e do ICOMOS/BR/U NESCO. Ema il: fon toura te ixe i ra@gmai l . com . 2 Arqui tet o e Urban ista pe la UFPel (197 7) . Graduação em Pin tu ra EBA/UF Pe l (1972) . Mest re em Arqu it etu ra pe la U SP, São Car l os (1987) . Dou t o r em Est ru tu ras Ambienta is Urbanas pela F AU/ USP (199 5) . M aste r em Pa is agens Cu ltu rais pe la Un ivers ità d eg l i Studi d i Napo l i Feder ico I I ( 2010) . Pro fessor do Núc leo de Pro je to (ARQ / UFSC) . Atua na Pós Graduação PG AU- C idade. Membro do Grupo de Pesq ui sa da Mo dern idade em Arqu it etu ra e Urban ism o e NUCOMO (ARQ/ UFSC) . Membro I NEP/SI N AES gsy unes @uo l.com.br 3 Graduando em Arqu it etu ra e Urban ismo pe la UF SC. Bo ls is ta Vo lun tá r io em Programa de In ic iação Cien t í f i ca (UF SC) . Membro do Grupo de Pesqu isa da Modernid ade em Ar qu ite tu ra e Urban ismo e NUCOMO (ARQ/UFSC) .Emai l : mmsansao@gmai l . com 4 Graduanda em Arqu it etu ra e Urban ismo pe la UF SC. Bo ls is ta Vo lun tá r ia em Programa de In ic iação Cien t í f i ca (UF SC) . Membro do Grupo de Pesqu isa da Modernidade em Ar qu ite tu ra e Urban ismo e NUCOMO (ARQ/UFSC) . Emai l : mar iannasgodoy @gma i l. com 5 Graduanda em Arqu it etu ra e Urban ismo pe la UF SC. Bo ls is ta Vo lun tá r ia em Programa de In ic iação Cien t í f i ca (UF SC) . Membro do Grupo de Pesqu isa da Modernidade em Ar qu ite tu ra e Urban ismo e NUCOMO (ARQ/UFSC) . Emai l : r a faela9souza@gma il . c om

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i lha ao cont i nente, e da Avenida Hercí l io Luz, na área per i fér i ca cent ral , i nic ia -se def ini t i vamente o processo de modernização de F lor ianópol is, que então se consol i da como capi tal catar inense. A poster ior expansão em di reção ao nor te da I l ha, nos anos de 1950, prenuncia a at iv idade tur íst ica l igada à balneabi l idade. Outro avanço urbano i mportante acontece na década de 1960,

quando se efetua a aber tura de uma grande Avenida na Baía Nor te, chegando ao cent ro da I lha. Este fato viabi l i za a poster ior instal ação da universidade federal e do órgão estatal atuante no processo de el et r i f i cação do estado.

O processo de renovação urbana da área cent ral passa então pela ver t ical ização das novas edi f i cações, ent re as décadas de 1950 e 1970, cont rastando com a malha urbana pré-exist ente, da cul tura luso-brasi lei ra, e sua arqui t etura t r adi cional , quase sempre modesta e de volumetr ia hor izontal . A presença dessa arqui tetura de l inguagem moderna representa a sintoni a dos governantes locais com o espí r i to de renovação nacional , elemento comum desses di f erentes cic l os da moderni dade.

Como resul tado da pesquisa encontram-se mapeados os locais das edi f icações e espaços urbanos modernos divi didos em cinco setores, quat ro na i lha e um no cont inente. Proj etos e obras ainda existentes ou desaparecidos são l i stados, bem como os di versos agentes envolvi dos, autores e cl ientes. A lém de subsidiar ações de preservação, o t r abalho t em por obj et ivo divulgar o percurso deste ideár io na conf iguração urbana da cidade de F lor ianópol i s, suger indo rotei ros, f ís icos e vi r tuais, deste pat r imônio para moradores e

visi t antes da ci dade.

A cidade modernizad a O Município de F lor ianópol is compreende espacialment e uma porção

insular , local izada na costa at lânt ica, a I lha de Santa Catar ina, e uma cont i nental , o Est rei to. No contexto dos cicl os da modernidade, ent re os anos de 1930 e 1970, a cidade de F l or ianópol i s, capi tal de Santa Catar ina, tem seu desenvolvimento expl ic i tado em grande par te por edi f i cações e espaços urbanos projetados e const ruídos nas l inguagens modernas referenci adas nesta época (TEIXEIRA, 2009) .

Grande par te do processo de modernização do município deveu-se a

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ações estatais no sent ido de consol idar F lor ianópol is como capi tal do estado, como af i rmado aci ma, no iníc io do texto . A cidade i nic ia esse processo na década de 1930 e t em um per íodo de menor crescimento na década de 1940, quando os problemas gerados pel a 2ª Guerra Mundi al at ingi ram a capi tal , acabando por estagnar as at iv idades por tuári as, sua pr incipal economi a

urbana. O ideári o moderno recebe novo impulso na década de 1950, em processo af inado à conjuntura pol í t ica naci onal dos cicl os de desenvolviment ismo e que consagr ou a vontade das el i tes locai s. Nessa época, houve a renovação urbana da área cent ral e um processo de ver t ical ização das edi f icações, conforme ci tado anter i ormente.

Uma t ransformação urbana importante acontece na década de 1960, reforçando essa vocação tur íst ica do municípi o: a aber tura de uma grande Avenida na Baía Nor te chegando ao cent ro da I lha, l igando o cent ro formador aos seus bal neár ios. A expansão em di reção ao nor te da I lha pren unciar ia a at ividade tur íst ica, l igada à bal neabi l idade, como nova at iv idade econômica. Esta região for t aleceu-se como vetor do cresci mento também at ravés da instal ação da universidade federal e de órgão estatal atuante no processo de el et r i f i cação do estado em suas imediações. (SUGAI, 1994)

A t ransformação da l inguagem arqui tetôni ca foi marcante considerando o per íodo abordado em sua ampl iação, nos anos de 1930 a 1980. No processo foram const ruídas edi f icações em l inguagem Art Déco, Racional ismo Clássico, Modernismo e poster iormente, em uma espécie de canto do cisne do moderno,

na l inguagem convencionada como Brutal ismo. A pal avra vem do f rancês “brüt ”, desi gnando uma arqui tetura crua, t al como revelada ao se ret i rarem os mol des da edi f i cação em concreto armado. Isso t raduzi r ia, por cont radição, um ref i namento da técnica const rut iva, revelando a verdade dos mater iais. O Art Déco, como l inguagem de uma moderni dade popular ( porque não or iunda de um movimento erudi to) , vai geometr i zar os ornamentos, mimet i zando os el ementos formais das máquinas, símbol os expl íci tos da modernização. O Raci onal ismo Clássico, embora já se valendo da t écnica do concreto armado, vai ut i l i zar este de forma discreta. A vol umetr ia resul tante (pr incipalmente em edi f íc ios coorporat ivos) vai fazer uma interpretação atual izada dos el ementos da coluna clássica: embasamento, desenvolvimento em al tura dos pavimentos

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( fuste) e coroamento (capi tel ). O Modernismo, em sua acepção mais erudi ta, compondo um Movimento de vanguarda, vai propor uma l inguagem de teor abst rato, calcada por um lado, na t écnica const rut iva do concreto armado e sua plast ic idade, e por out ro na el iminação do ornamento, propondo uma funci onal idade imediata, alusiva à modernidade da máquina.

Como em mui tos out ros l ugares do Brasi l , houve simul tanei dade temporal de inserção urbana das l inguagens Déco, Racional ista e Moderna. Isso se expl i ca pela conjuntura cul tural da época, na qual essas arqui teturas eram encaradas t odas como modernas, ou par te de um processo de modernidade da cidade.

Diversos elementos foram os propulsores dessa modernidade, tais como: a ação do capi tal pr ivado e a inf luênci a dos Planos Di retores, reguladores do planejamento urbano; as inic iat ivas estatais f ederal , estadual e municipal , e seu impacto no espaço urbano e no imaginár io da popul ação. Neste contexto, a presença da arqui tetura de l inguagem moderna, representou a sintoni a dos governantes locais com o espí r i to de renovação naci onal , comum aos di ferentes cicl os.

O processo de renovação urbana inic ia pe la área cent ral , sendo as caracter íst icas pr incipais do per í odo abordado o adensamento da regi ão e a t ransformação de l inguagem das arqui teturas, cont rastando radicalmente com as arqui teturas anter iores da cidade t radicional pela volumetr ia e caracter íst icas est i l íst icas e const rut ivas. A área passar ia também por um

início de ver t ical i zação em função do desenvolvimento urbano, val or ização imobi l iár ia e concentração de equi pamentos e i nf raest rutura no coração da cidade.

A est rutura fundi ár ia, que t r adicionalmente era marcada pel a t radição luso-brasi lei ra, foi sendo modi f icada nesse processo, at ravés da junção de lotes e consequente const rução de novas edi f icações em maior escala, atendendo aos programas arqui tetônico-urbanos da época. Dentre eles, podemos destacar os hotéis, cinemas, c lubes, edi f í cios estatais, r esidenciais e de escr i t ór ios. (TEIXEIRA, 2009)

Os vest í gios mater iai s do i deár io mo derno resul tantes dessas ações estão em fase f inal de levantamento e documentação. Deste quadro geral

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pode-se destacar a exi stência de obras importantes como representat ivas do ideár i o do movimento modernista nacional na regi ão: o Lagoa Iate Clube (1969) e o projeto de loteamento do bal neár io Jurerê de Oscar Niemeyer (1957); os proj etos pai sagíst icos de Bur le Marx para o aterro da Baía Sul e praça de convivência junto à rei tori a da Universidade F ederal de Santa

Catar ina (1970) ; o edi f íc io Normandie (1959) , de Rober to Fél ix Veronese; a infel izmente dest ruída residência Z ipser (1956) e o Palácio Santa Catar i na (1967) de Hans Broos; a B ibl ioteca Públ ica (1988) e as passarel as de Lelé (João F i lguei ras Lima) ; e a Assembleia Legi slat iva do Estado de Santa Catar ina (1964) de Pedro Paulo de Melo Saraiva, Paul o Mendes da Rocha e A lf redo Paesani .

Neste processo de estudo e reconheci mento do modernismo em Santa Catar ina, é notável , sej a na área das ar t es p lást icas, visuais ou da arqui tetura e urbanismo, a concentração de esforços de ref l exão e di vulgação da problemát ica do pat r imôni o moderno somente no meio acadêmico, sendo a mai or ia da produção resul tante de disser tações de mestrado e teses de doutorado real i zadas no Brasi l e no exter ior . O rebat imento destas ações de reconhecimento e preservação no plano i nst i tucional públ ico e pr ivado, e mesmo de gestão governamental , tem ocorr ido de forma lenta e sem resul tados di gnos, considerando sua importânci a para o contexto do desenvol vimento urbano e social do Estado.

Um it inerário para a arq uitetura moderna Os I t inerár ios da Arqui tetura Moderna de F lor ianópol i s se conf i gura m

como produto da pesquisa e regi st ro dos exemplares de edi f icações e setores urbanos consi derados como representat ivos desta l inguagem, podendo t ambém abranger out ras mani festações anter iores e poster iores consideradas importantes para a sua compreensão e consagração .

A l ém de subsídi o para as ações de preservação desse pat r imônio recente, mas não menos ameaçado, este t rabalho t em como obj et ivo di vul gar possí veis percursos, sob a forma de rotei ros desses bens cul t urais, para moradores e vis i tantes da ci dade.

Dentro do enfoque metodológico da pesquisa, f oram mapeados e

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agrupados sob a forma de zoneamentos as edi f i cações e espaços urbanos de interesse para o recor te de estudo da pesqui sa no município de F lor ianópol is. Assim, conforme se pode observar na F igura 1, as regiões da ci dade onde se encontram os exemplares foram def inidas por ci nco setores: Penínsul a Central e arredores (S1) , Cont inente (S2) , e região do Campus Central da

Uni versidade F ederal de Santa Catar ina e Bacia do I tacorubi (S3) , Nor te da I lha (S4) e Lagoa da Conceição (S5) .

Esses zoneamentos ou regiões correspondem em par te ao própr io percurso de modernização da cidade, conf igurando consequentemente suas expansões, como também do cr i tér io espaci al adotado para a classi f i cação dos exempl ares em estudo no âmbi to da pesqui sa .

Figura 1 Mapa geral dos setores distribuídos nas regiões onde se encontram em Florianópolis. Fonte: Google Maps, Captado em junho de 2014. Intervenção gráfica dos autores.

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Como ver i f i cado na pesquisa, a grande concent ração de exemplares local iza-se no cent ro urbano i nsular (S1) , correspondente ao espaço fundador da cidade e suas expansões. Este espaço é del imi tado por uma península t r iangular formada pel as baías Nor te e Sul e pelo maciço montanhoso a Leste, o Morro da Cruz. Assim tem-se grande concentração i nic ial de exemplares na

área do entorno da Praça XV e, poster i ormente, nas áreas def inidas pel a Avenida Hercí l io Luz e Chácara de Espanha.

Foram cadast radas até o momento 53 exemplares de projetos e obras real izadas ai nda exist entes e t rês demol idos. No processo de t rabal ho são ident i f i cadas edi f icações, lot eamentos, proje tos paisagíst i cos e equipamentos urbanos. Cada exemplar tem sua especi f icação, com local ização, autor ia, data de const rução e de projeto, usos (or igi nai s ou atuais) , número de pavimentos, descr ição do edi f í cio, estudo de sua inserção no contexto, referênci as bi bl iográf icas, fotos e desenho técnico, quando disponí vel .

Na execução t em si do ut i l i zado o método hist ór ico-cr í t i co, ut i l i zando de recursos como pesqui sa de campo, bibl iográf i ca, fontes pri már ias (proj etos arqui tetônicos or iginais) e documentação i conográf ica ( f otos e desenhos) . Esses elementos col etados foram organizados e anal isados como objeto de ref l exão cr í t i ca.

Paralel amente ao cadast ro de exemplares, a pesquisa procura t ambém fazer o regist ro das autor ias dos proj etos, t raçando assim o per f i l dos prof issionais observando sua formação, atuação em escr i tór ios e i nst i tuições

públ i cas, número de obras e suas especí f i cas concepções como cont r ibuição para a produção regional . Encontram-se regi st rados até o momento 30 autores, ent re arqui tetos, engenhei ros, desenhistas e um paisagista, bem como os di versos agentes envol vidos, proj et istas e cl ientes.

O Setor 1 (S1) , correspondente à península cent ral , compreende o mai or número de exempl ares, sendo f ormado por edi f i cações, praças e equipamentos de di ferentes per íodos e l inguagens, demonstrando a inserção e subst i tuição de exempl ares gerada no processo de modernização do núcl eo or i ginár io da cidade. Neste espaço destacam-se os projetos const ruídos para edi f íc ios administ rat ivos públ i cos, serviços de hotel ar ia e hospi tais. As const ruções resi denci ais mul t i fami l iares em al tura e poster i ormente, as

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uni fami l iares dos l oteamentos de expansão, tornam-se os grandes invest imentos i mobi l i ár ios da regi ão. Ent re as pr incipai s obras desf iguradas encontra-se o proj eto dos jardins para o aterro da baía sul , o Parque Dias Velho (1970) de Rober to Bur le Marx.

Figura 2 – Vista aérea da área central em 1950, no início do processo de modernização pela verticalização. Fonte: Casa da Memória FFC, PMF.

Figura 3 – O Edifício das Diretorias e sua inserção urbana em esquina da área central. Fonte: Acervo da Pesquisa Itinerários da Arquitetura Moderna na Região de Florianópolis. Dario de Almeida

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Prado, captado em 19 maio de 2008.

O Setor 2 (S2) , com quatro exempl ares cadast rados, corresponde a área Cont inental , sendo estes exemplares um edi f íc io públ ico inst i tucional , dois resi denci ai s e um de uso comercial . Neste destaca-se o Edi f ício Normandie, projetado por Roberto Veronese em 1964 como hotel e cassino, hoje abr igando apar tamentos residenciais (BALTHAZAR, 2012) .

No Setor 3 (S3) , cor respondente à área da UFSC e I tacorubi , se deu a expansão da cidade na segunda metade do sécul o XX em diante , com oi to edi f íc ios inst i tucionais, sendo cinco públ i cos. Na área da Tr indade encontram-

se os edi f íci os inst i tucionais do campus da UFSC, com const rução inic iada em f ins da década de 1950, antes mesmo do estabelecimento of i cial da inst i tuição. Destacam-se a B ibl ioteca Universi tár ia (1959) , a Rei t or ia (1959) , o Centro de Convi vênci a (1960) e a Praça da Cidadania (1970) , projeto de Rober to Bur le Marx, atualmente al terada parcialmente. Há ainda nas imediações da universi dade o edi f í cio da El et rosul , de 1975. No bai r ro do I tacorubi , ao nor t e, encontram-se as sedes da CELESC (1988) , TELESC (1976) e do CREA (1978) , que representam o úl t imo cic lo da modernização da capi tal regi st rado na pesquisa.

Figura 4 – Vista da Reitoria da UFSC, do Centro de Comunicação de Expressão e da praça central projetada por Roberto Burle Marx. Fonte: AGECOM – UFSC, Captado em 13 de março de 1996.

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No Setor 4 (S4) , def inido na região de Jurerê, l ocal izado no Norte da

I lha, foi cadast rado o loteamento Praia do F or te, de autor ia de Oscar Niemeyer . Projeto de 1957, o loteamento incl uía uma edi f icação para restaurante conhecida como Catet inho, poster iormente demol ida. A est rutura

fundi ár ia do loteamento, no entanto, permanece preservada apesar das pressões imobi l iári as, com seus passei os de pedest re em di reção à prai a no mei o de quadra. (TEIXEIRA; ADAMS, 2007)

No Setor 5 (S5) , local izado na porção Leste da I lha, i dent i f i cou-se o complexo para lot eamento à margem da Lagoa da Conceição denominado Centro I nternaci onal de Turi smo – CIT, com sede para cl ube espor t i vo e soc ial , o Lagoa Iate Clube, de 1969, conforme F igura 5 (YUNES, 2009) .

Figura 5 – Vista Aérea do Lagoa Iate Clube – LIC, projeto de Oscar Niemeyer. Fonte: Casa da Memória FFC, PMF [19--].

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Atualmente a pesquisa se encontra em etapa de desenvol vimento f inal , ut i l i zando como campo de estudo a def i nição dos exemplares por respect ivos setores, relacionando e complementando as i nformações levantadas, buscando t raçar as est ratégias de reconhecimento dos percursos e ações de divulgação e preservação do pat r imôni o l evantado at ravés da produção e publ i cação de

ar t i gos, l i vro e conteúdo vi r tual , consi derando esses exemplares em sua importânci a como documentos que conec tam os di versos momentos de produção urbana.

Patrimônio moderno : problemas de co nservação

A arqui tetura moderna, por ser vanguarda, enf rentou a oposição das correntes est i l íst icas conservadoras à época. Com a const rução sistemát ica de projetos, veio a ter também problemas pragmát icos, l igados às questões de tecnologi a const rut iva, manutenção e conservação, como alert a Morei ra (2010, p189) : emprego de mater iais novos sem comprovação empír ica de desempenho, falhas de detalhamento e cons t rução, obsol escência f unci onal e operat iva ao longo do t empo e sist emas de i nf raest rutura ant iquados. Isso t udo al iado, no caso brasi lei ro, a um processo incipiente de indust r ial ização, com suas precar iedades na const rução ci vi l .

São “novos desaf ios que merecem uma ref lexão mai s cuidadosa” (MOREIRA, 2010:189) , que incluem questões di retamente l igadas à atual ização das concei tuações e mecanismos legai s envolvendo a i ntegr idade dessa

produção arqui tetônica em sua especi f i cidade. A lém disso, ocorreram em vár ios exemplos e ci rcunstâncias, al terações, mui tas vezes i r reversíveis , em sua espacial idade proposta. Casos i nfel izmente mais corri quei ros são, por exempl o, o f echamento parcial ou t otal dos pavimentos tér reos e seus pi lot is das edi f icações modernas, como aconteceu com o Hospi tal Celso Ramos, em Flor ianópol is, proj eto de 1959 de autor ia dos arqui tetos Moysés Liz e Walmy Bit t rencour t (CASTELLS, 2012) .

As possibi l idades de f lexibi l i zação espacial no emprego do concreto armado e seu sist ema const rut ivo ret icul ar fasci naram os arqui tetos nos anos de 1950 e acabaram por dominar o campo da t ecnologi a de const rução. Fatores pragmát icos, como a economia de mei os, r epet ição de pavimentos-

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t ipo, ausência de ornamentos ar tesana is e out ros não devem ser desconsiderados na recepção dessa l inguagem, junto aos empreendedores.

Houve, ao que parece, um excesso de conf iança em uma das qual idades mais divulgadas, para além das potencial idades pl ást icas e est ruturais do concreto: sua sol idez, aparentemente inf ini ta. O preço pago pelo vanguardismo

assim também se mani festou na precar i edade e no empi r ismo das soluções est ruturais, com a inexistência de normas técnicas precisas. A pr imei ra norma brasi lei ra – a NB 01 – é de 1940 e o foco nos probl emas de durabi l idade somente f oi obj eto de normat ivas no iníc io do sécul o XXI . Mui tas obras modernas sof reram nesse í nter im os efei tos do t empo, inclusive o da fal ta de manutenção cr i ter iosa, pr inci pal mente em se t ratando de prédios públ i cos.

Por out ro lado, os edi f íc ios modernos f oram const ruídos em um ci clo de ausência de preocupação com a ef iciência energét ica, nos quai s o paradigma dos cinco pontos da arqui tetura moderna prat i camente só incluía os br i se-

solei ls como ar tefatos cont roladores da inso lação. Caber i a aos equi pamentos de ar condi cionado resolver esse problema, o que l evou, em mui tos casos, a inter ferências danosas na conf i guração plást i ca e int egr idade f ísica das paredes externas dos edi f ícios modernos.

Um efei to desse teor parece t er ocor r ido no Edi f íc io das Di retor ias, projeto do Engenhei ro e Arqui teto Domingos Tr indade, de 1953-1961 (CASTRO, 2013) . As salas vol tadas para oeste são ut i l i zadas à t arde com cor t inas e i l uminação ar t i f i c ial e “a grelha de concreto remanescente ( . . . )

passou a supor te para a f ixação de aparelhos de ar condicionado” (TEIXEIRA et al l , op ci t ) . As i ntervenções contemporâneas de adequação ao uso de novos sistemas mecânicos, el ét r icos e de comuni cações t ambém têm, em mui tos casos, s ido fei tas sem cr i tér ios claros, que respei tem a conf iguração or iginal dessas edi f icações.

Isso ref let i r ia um desconheci mento ou descaso com a importânci a cul tural dessa arqui tetura como pat r imônio urbano. Entendida como mater ial i zação de um ci clo ident i tár io da ci dade e concreção de uma l inguagem arqui tetônica emanada dos programas do nacional -desenvolviment ismo, esse pat r imônio recente não tem ai nda reconhecimento como tal . Além dos problemas inerentes à sua const rução e ut i l ização, como exposto acima, e da

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fal ta de vis i bi l idade histór ica por par te da população e de (mui tos) arqui tetos, a arqui tetura moderna e as demai s l inguagens da moderni dade enf rentam a ausência de efet ivos mecanismos legais de conservação e preservação.

Embora com a cr iação do IPHAN em 1937 se t enha inaugurado a proteção dos bens arqui tetônicos modernos, como o Minist ér io da Educação e

Saúde, no Rio de Janei ro, e a I grej a da Pampulha, em Belo Hor izonte ainda na década de 1940, esse cuidado f oi pontua l . Outra corrente da arqui tetura moderna no Brasi l , fora do âmbi to da chamada escol a car ioca, veio a ser consi derada obj eto de tombamento f ederal somente nos anos de 1980, como foi o caso das t rês casas de Gregor i Warchavchi k (1927 a 1930) . Exemplares di gnos de proteção nacional , como a Casa de Vidro de Li na Bo Bardi (São Paul o, 1951) e o E levador Lacerda (Salvador , 1929) cr iação de F leming Thiesen/Prent ice & F loderer f oram el encados somente no i ní c io do sécul o XXI (ANDRADE JÚNIOR; CARVALHO; FREIRE, 2010:333) .

Em F lor ianópol is não há edi f icações modernas tombadas nas esferas federal e estadual . Persi ste em geral a ausência de uma cont inuidade sistemát ica de i dent i f i cação e regist ro, bem como ações de preservação do pat r imônio da moderni dade no plano nacional . No plano estadual , ao que parece, não há também movimentação mai or nesse sent ido.

Na esfera do município, da cidade-cap i tal , as cont radições se acumul am. Pressionados pel a especulação imobi l iár ia e consequente valor ização dos l otes cent rais , os imóveis representat ivos desse cic l o do

moderno, exemplos i nt eressantes da rel ação edi f íc io-cidade, t êm si do ví t ima sistemát ica das demol ições. Ocorr i da em outubro de 2010, a demol ição do Edi f íci o Mussi , projeto de Wol fgang Ludwig Rau de 1957, resul tou de um ato municipal cont roverso. A municipal idade aparentemente desconsiderou duas de suas leis de proteção pat r i monial : a Lei 6486/2004 que determina que não será permi t ido sem prév ia autor ização do SEPHAN (Serviço do Patr imôni o Histór ico, Ar tíst ico e Natural ) qual quer obra ou demol ição no entorno de edi f i cações preservadas nas categor ias P1 e P2; e a Lei Complementar 154/2005, que proíbe em um raio de 100 metros, obras “que possam i nter f er i r na visual ização de edi f icações i ntegrantes do pat r imônio”. Esse era o caso do Ed i f íci o Mussi , v izinho da Igrej a Luterana, bem munici pal tombado.

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Outro caso é o da Residência Z ipser , proj eto de Hans Broos de 1959, também si tuada na península cent ral e obra de um arqui teto internaci onalmente conhecido. Projeto concebido em l inguagem moderna, guardada a cont radição, poder ia ser considerado um representante do modernismo clássico e exemplo do avanço da cidade para fora do núcl eo

fundador, com lotes mais generosos e uso resi dencial . Novamente os especial istas do órgão municipal de preservação f oram, ao que parece, venci dos pela força do capi tal i mobi l iár io e por cer ta i noperânci a dos di r igentes do setor públ ico competente.

Os aspectos levantados nesse t rabal ho levam a crer na grande importânci a do regist ro e documentação dessa produção moderna, at ravés de métodos e mídias contemporâneos. Um dos objet ivos ser ia dar apoi o logíst ico a ações de preservação e educação pat r imoni al s ist emát ica, dando maior v isi bi l idade e reconhecimento, junto à população, dessas obras representat ivas de ci clos sociocul turai s da cidade-capi tal . Referências e bib liograf ia pesquisad a

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