Post on 07-Aug-2020
Entre planíciese §earas
cotas situadas entre os 200 m,a ocidente, e os 400 m de al ri-tude, a oriente, junto à flron-teira com Espanha.
No Baixo Alentejo. essaaplanaçào é mais perfeita. de-senvolvendo-se pelos 200 m(ver mapa hipsométrico).
De ambas as áreas aplana-das emergem relevos, algunsdos quais com algum signiÍi-cado local, uns resultantes dediferentes graus de dureza dasrochas e, por conseguinte, daerosão diferencial, assumin-do-se como relevos residuais.
enquanto outros são, funda-mentalmente, formas de rele-vo derivadas, por movimenta-
ção tectónica, de delormaçõesda planície ou, ainda, resul-tantes da conjugaçào da dure-za das rochas com movimen-tação tectónica.
Como relevo residual des-taca-se no Alto Alentejo a ser-ra de S. Mamede, de resto, amais important e (1027 n).
As restantes - Osa (653 m),Monfurado (424 m ), Mendro(412 m) e Portel (424 m) re-sultam. essencialmente, da mo-vimentaçào tectónica, enquan-to a da Vigária (Caldeireiros,529 n), praticamente coin-cidente com o maciço calcáriode Estremoz, resultará dos doisfactores (M. Feio, 1949,1951,1983; M. Feio e G. Almeida,1980; M. Feio e M. Martins,1993).
De igual modo, o relevo doBaixo Àlentejo tanto apre-senta relevos residuais - comosão os casos das serras de Fi-calho (518 m) e de AlcariaRuiva {371 m)(Feio. l95ll -como relevos tectónicos. E oque se lerifica com as serrasde Barrancos e do Caldeirào,já referida a propósito doÀlgarve, à qual se ligam, anoroeste, as da Yigia (403 m)e das Relíquias (303 m) e, porúltimo, os relevos litoraisque constituem as serras deGrândola (326 m) e do Cercal(312n).
No entanto. as suas redu-zidas altitudes apenas permi-tem que. em regra. estes rele-YO§ Cotrslltuam pequenos em-polamentos da grande super-ficie aplanada que ressaltacomo a prir;ipal característi-
0 ALENTEJO, turisticamen-te identificado como região deplanícies, apresenta grandeuniformidade das lormas derelevo, quase exclusivamentemoldadas em rochas xistosas,embora, em função das respec-tivas altitudes, seja possívelsubdivid i-lo em A Ito Alenteioe Baixo Alentejo, separadospelo acidente tectónico assi-nalado pela escarpa da Vidi-guelra.
O Alto Alentejo constiruiuma extensa aplanação que se
desenvolve, normalmente, por
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RELEVOAdaptado da carta hipsométrica l:1000000 do «Atlas do Ambiente», mapa l. l5
(m)
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) À norte e a oriente da ser-ra de Grândola desenvolve-se a
bacia terciária do Sado, preen-chida por depósitos de fáciesmarinha e continental, prati-camente coincidente com a ba-cia hidrográÍica do rio Sado,o qual evolui num vale maislongo, com declives suaves.
Em termos administrati-vos, o Alto Alentejo inclui 20
municípios, agrupados emtermos de unidades de nívelII da NUTS (Nomenclatura deUnidades Territoriais) docontinente, no Alto Alentejoe noAlentejo Central.
O BaixoAlentejo engloba I 8municípios, cinco dos quaisconstituem oAlentejo Litoral e
os restantes o Baixo Âlentejopropriamente dito, quando
consideramos as unidades esta-tísticas de nivel III.
Do ponto de vista climático,observa-se, tamtÉm, uma gran-de uniformidade, embora ograu de secura aumente pro-gressivamente- à medida que se
avançâ para meste, em funçãoda temperarura do ar mais ele-vada e da humidade relativamais baira do que a noroeste.
DrsTRrBUrçAO DAS CHUVASAdaptado de «Répartition et Rythme des Précipitations au Portugal>>
(mm)
'1400
1 200
1 000
900
800
700
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Do mesmo modo, a distri-buição da precipitação médiaanual também retrata aquelasituação. Com efeito, na ge-
neralidade do Àlentejo, o va-lor da precipitação médiaanual é inferior a 800 mm.decrescendo à medida que
avançamos para sueste, onde,em média, chovem menos de
500 mnr/ano (versegundo ma-
pa, representativo da preci-pitação média anual noAlen-tejo, segundo S. Daveau). Porisso, os sobreiros estão, pre-dominantemente, a oeste e as
azinheiras mais para este.
Por último, também em
termos de distribuição da po-pulação se obserYa uma gran-de homogeneidade, com a
maioria dos concelhos a regis-
tar uma densidade popula-cional inferior a 25 habitan-tes por quilómetro quadrado.Apenas três municípios - Por-talegre, Borba e Sines - apre-sentam densidades acima dos
50 habitantes por Km2 (comose pode veriÍicar no mapaÍepresentativo da distribui-ção por concelhos da densi-dade populacional - 199 1). >
DENSIDADE DA POPULAçÃOElaborado a partir do Xlll Recenseamento Geral da população
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> Deste modo, de entre to-das as regiões consideradasneste Guia Expresso de Por-tugal o Alentejo é, de facto,aquela que apresenta umamaior uniformidade, tantode natureza fisica como doponto de vista humano.
LUCIANO LOURENÇODocente do Inst. de Estudos
Geográficos da Faculdadede Letras da Univ. Coimbra
Referênciasbibliográficas:«A Serra de Portel»», M. Feio,1949, Boletim da SociedadeGeológica de Portugal; «A Evo-lução do Relevo no Baixo Alen-tejo eÀlgarve», M. Feio, 1951,Comunic. dos Serviços Geoló-
gicos de Portugal, 32, Lisboa;«O Relevo da Serra de Ossa: umaInterpretação Tectónica», M.Feio, 1983, Finisterra, XVIII(29), Lisboa, p. 5-26; «A Serrade S. Mamede», M. Feio e G.Àlmeida, 1980, Finisterra XV(29), Lisboa, p. 30-52; «O Re-levo doÀltoAlentejo», M. Feioe À. Martins, 1993, FinisterraXXVIII (55-56), Lisboa, p.149- 198.10