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Capítulo 1 Formação do espaço geográfico mundial 2 Capítulo 2 Construção do território americano 22 Capítulo 3 América: aspectos naturais 42 Volume 1

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Capítulo 1Formação do espaço geográfico mundial 2

Capítulo 2 Construção do território americano 22

Capítulo 3 América: aspectos naturais 42

Volume 1

capí

tulo

capí

tulo Formação do

espaço geográfico mundial

1

O mundo nem sempre foi ocupado da mesma maneira. Gru-pos populacionais se deslocaram e povoaram os diferentes con-tinentes ao longo da história. Compreender como ocorreram – e ainda ocorrem – esses deslocamentos populacionais nos ajuda a entender também como se deu a formação do espaço geográfico mundial.

Uma evidência desses deslocamentos são os registros encon-trados em rochas de sítios arqueológicos dispersos no mundo, inclusive no Brasil. Em um desses sítios, localizado na Arábia Sau-dita, foram encontrados registros (arte rupestre) como os retra-tados na imagem. Segundo estudiosos, foram realizados por des-cendentes dos primeiros humanos que migraram da África para o Oriente Médio, há milhares de anos. O que levou essa população a se deslocar por grandes distâncias e ocupar novas terras?

• Dispersão e distribuição da população mundial

• Organização política dos países

• Ordem mundial

• Regionalização do espaço mundial

©Shutterstock/Crystal Eye Studio

Arte rupestre na região de Ha’il, Arábia Saudita

o que vocêvai conhecer

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Geografia

• Entender as causas e consequências dos deslocamentos populacio-nais no planeta.

• Compreender os conceitos de Estado, governo, população, povo e nação.

• Compreender a organização política e econômica do mundo atual.

• Reconhecer diferentes maneiras de regionalizar o planeta, de acordo com diferentes critérios.

objetivos do capítulo

Dispersão e distribuição da população mundial

Desde os primórdios da humanidade, o espaço geográfico tem sido modificado por meio

da interação das atividades humanas com a natureza. Primeiramente, em diferentes partes

do continente africano, onde nossos ancestrais permaneceram por milhões de anos. Poste-

riormente, os primeiros humanos modernos, os Homo sapiens, começaram a se dispersar

por outras áreas do planeta, ampliando e alterando o espaço geográfico, até ocupar pratica-

mente todos os continentes da Terra.

O mapa seguinte representa a movimentação dos Homo sapiens no planeta, nos últimos

100 mil anos.

Homo sapiens: da África para o mundo

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Fonte: HARARI, Yuval N. Sapiens: uma breve história da humanidade. 7. ed. Porto Alegre: L&PM, 2015. p. 22. Adaptação.

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Há cerca de 100 mil anos, o Homo sapiens deixou a África rumo à região hoje conhecida

como Oriente Médio, passando, posteriormente, a ocupar o interior da Ásia. Em seguida,

nossos antepassados chegaram ao continente europeu e à Oceania. Isso foi possível porque

o nível do mar nessa época era mais baixo, portanto as distâncias entre as ilhas eram muito

mais curtas do que atualmente.

Já a presença dos Homo sapiens no continente americano é bem mais recente, por volta

de 16 mil anos atrás, possivelmente da Ásia para o Alasca, com a travessia do estreito de

Bering, que estava congelado. Outras teorias afirmam que isso pode ter ocorrido também

com uso de embarcações, cruzando o Oceano Pacífico desde a Oceania.

De acordo com estudos da História, há cerca de 11 mil anos, os humanos modernos já se

encontravam espalhados por todos os continentes, com exceção da Antártica. Com o desen-

volvimento da agricultura, nossos antepassados foram deixando o nomadismo e passaram a

se estabelecer em locais fixos, o que deu origem às primeiras vilas e cidades.

Movimentos populacionais na Antiguidade

Ao longo do tempo, movimentos humanos significativos ocorreram no planeta, resultan-

do em grandes transformações no espaço geográfico.

A civilização romana, por exemplo, fundada por volta de 750 a.C., construiu o maior im-

pério da Antiguidade, dominando o espaço territorial hoje ocupado pela Europa Ocidental, o

Norte da África e parte da Ásia.

leitura cartográfica

Fonte: ATLAS da História do Mundo: história completa da jornada humana. 2. ed. Londres: Dorling Kindersley, 2005. p. 181. Adaptação.

Domínio do Império Romano Compare o mapa do Império Romano no século II com um planisfério político e cite três países atuais que um dia fizeram parte

dos domínios desse império.

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4

Geografia

As conquistas militares garantiram a hegemonia comercial do Império Romano até por

volta de 476 d.C., quando foi atacado por povos denominados bárbaros, que passaram a do-

minar diversos territórios sob controle dos romanos.

Em sua trajetória de conquista, as invasões bárbaras também alteraram a organização es-

pacial e cultural de um vasto território. Entre os séculos IV e IX, vários povos do norte e leste da

Europa, como vândalos, suevos e visigodos, saíram de suas terras de origem e ocuparam diver-

sas áreas do continente europeu, como a Península Ibérica, a França, a Itália e a Grã-Bretanha.

Assim, novos reinos se formaram por toda a Europa Ocidental, causando a fragmentação do

território anteriormente dominado pelos romanos. Além disso, as invasões dos bárbaros nas cida-

des também causaram outra importante transformação espacial: uma intensa migração da popu-

lação das zonas urbanas para as zonas rurais, em busca de alimentos e segurança.

Na Europa, mais especificamente na

Península Ibérica, também ocorreu um mar-

cante movimento por volta do ano de 711:

a invasão moura. Também conhecida como

expansão muçulmana, essa invasão consis-

tiu em uma série de deslocamentos milita-

res e populacionais dos povos mouros nessa

região. Porém, após cerca de oito séculos de

ocupação, o sentimento antimuçulmano dos

cristãos foi um dos responsáveis pela expul-

são definitiva desses povos. Mas, como ocor-

re em todo movimento migratório, os mou-

ros deixaram no local uma herança cultural:

a engenharia naval, instrumentos e ritmos

musicais, como o violão e o flamenco, in-

fluências linguísticas, entre outros.

Os conhecimentos navais herdados dos

mouros foram decisivos para a concretiza-

ção de uma das expansões territoriais mais

significativas da história: as Grandes Nave-

gações, entre o século XV e o início do sécu-

lo XVII. Durante esse período, os povos ibéricos, e posteriormente outros países europeus,

exploraram diversos caminhos marítimos em busca de novas rotas comerciais.

Esse movimento foi responsável por uma grande modificação do

espaço geográfico, ao deslocar o eixo comercial, que ocorria com mais

intensidade no Mediterrâneo, para a Europa Ocidental. Além disso,

nesse período, o surgimento das colônias americanas e africanas favo-

receu o intercâmbio de culturas, técnicas, mercadorias, e até mesmo

de populações humanas, como os escravizados. A escravidão foi resul-

tante da migração forçada de milhões de africanos para a América, em

um movimento que deixou marcas importantes nesse continente, sob

vários aspectos.

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aSaque de Roma pelos vândalos em 455. Entalhe e policromia em

aço, de Heinrich Leutemann [1860-1880]

bárbaros: termo usado pelos romanos e gregos para se referirem a povos estrangeiros, considerados não civilizados, que tinham línguas e culturas diferentes.

Península Ibérica: península

localizada no sudoeste da Europa, abrangendo Portugal, Espanha

e Andorra.

mouros: eram um povo do norte da África, convertidos ao islamismo após o contato com os árabes.

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O infográfico seguinte mostra o número de migrantes internacionais vivendo em outros continentes, de acordo com sua origem e destino.

olhar geográfico

Fluxo de migrantes internacionais por região de origem e destino: 2017

Fonte: NAÇÕES UNIDAS. Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais. Relatório de migração internacional: 2017. p. 11. Disponível em: <http://www.un.org/en/development/desa/population/migration/publications/migrationreport/docs/MigrationReport2017_Highlights.pdf>. Acesso em: 24 dez. 2018.

Movimentos populacionais contemporâneos

Entre os séculos XVI e XVIII, a América foi o destino predominante dos migrantes eu-ropeus e africanos, grande parte deles deslocados forçadamente como escravizados. Os Estados Unidos, particularmente, receberam um grande fluxo de europeus, que se dirigiram para lá em busca de melhores condições de vida. Essa tendência ainda é verificada atual-mente, pois o sentido predominante nas migrações internacionais contemporâneas ocorre, com mais intensidade, em direção aos países de economia mais desenvolvida, em virtude da prosperidade econômica, social e política.

Estima-se que, em 2017, havia 258 milhões de pessoas vivendo como migrantes inter-nacionais, ou seja, 3,4% da população mundial. Esse deslocamento populacional aumentou 69% entre 1990 e 2017, e com mais intensidade entre 2005 e 2017, quando mais de 5,6 mi-lhões de pessoas se deslocaram anualmente de seus países de origem. As razões para isso

variam, mas destacam-se as guerras civis, o terrorismo e a pobre-za. Nesse período, ressaltam-se os grandes deslocamentos popu-lacionais provenientes da Síria, país asiático localizado na região do Oriente Médio, da Venezuela, situada na América do Sul, e de diversos países africanos.

guerras civis: conflitos armados que ocorrem dentro de um país, normalmente entre governo e grupos rebeldes.

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Geografia

Com base nas informações do infográfico, responda às questões.

1 Que continente teve maior saída de pessoas para outros continentes? Qual foi o destino desses migrantes?

2 Qual continente apresentou a maior movimentação de pessoas dentro do mesmo continente? Ex-plique as possíveis causas.

3 Cite os dois continentes que têm a maior quantidade de migrantes vindos de outros continentes. Por que você acha que isso ocorreu tanto na Antiguidade como ocorre agora?

4 A migração internacional envolve uma série de riscos para as pessoas que fazem o trajeto. O maior número de mortes ocorridas em 2016 foi na fronteira entre os EUA e o México e no Mar Mediter-râneo, lugar que migrantes africanos tentam cruzar para chegar à Europa. Explique por que muitos migrantes morrem nesses trajetos.

Registro de migrantes mortos durante o trajeto: 2016

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Fonte: ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL PARA AS MIGRAÇÕES. Relatório de migração internacional: 2018. p. 26. Disponível em: <https://publications.iom.int/system/files/pdf/wmr_2018_en.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2019. Adaptação.

7

Podemos concluir que a busca por novos espaços de sobrevivência fez com que a huma-nidade se distribuísse pelo mundo. Desde os primeiros humanos, que partiram da África, até os tempos atuais, a expansão humana deu origem a novos territórios e a aproximação entre povos diferentes. Ao se estabelecerem em locais distintos, esses povos passaram a adquirir novas características por meio do intercâmbio de técnicas, ideias, objetos e culturas.

No Brasil, também ocorreram e ainda ocorrem, como em todo o planeta, movimentos migratórios que deixaram marcas em todo o território nacional. Com base nessa afirmação, realize uma pesquisa sobre migrações no município onde você vive. Para isso, entreviste cinco pessoas (que não pertençam ao mesmo núcleo familiar) e pergunte a elas sobre as migrações internacionais que ocorreram em suas famílias, procurando saber os países de onde vieram seus ascendentes. Em uma segunda etapa, descubra as influências culturais resultantes dessas migrações no município onde você mora, escrevendo quais são elas e a que contextos estão relacionadas. Depois, compartilhe o resultado de sua pesquisa com os colegas, apresentando também, no planisfério, a localização dos países que os entrevistados citaram.

pesquisa

Organização política dos países

Assim como nossos antepassados, atualmente milhões de pessoas ao redor do globo es-tão buscando uma vida melhor e mais segura. No cenário global, esses movimentos humanos e comerciais exigem que os países mantenham relações, que muitas vezes são acompanhadas de controvérsias. Para entender essa complexa dinâmica entre os países, precisamos compreen-der melhor como as sociedades se organizam politicamente e como se relacionam entre si.

Estado e governo: relações e diferenças

Muitas vezes, Estado e governo são usados como sinônimos. Entretanto, apesar de essas palavras serem aplicadas no mesmo campo conceitual, elas têm significados diferentes.

O governo é composto por um grupo político que representa e comanda um Estado por determinado período de tempo, por isso tem caráter transitório. O governo, portanto, é a instituição que representa a autoridade política do Estado.

Já o Estado é constituído pelas instituições públicas responsáveis pela organização po-lítica e social de um país. Entre essas instituições, estão o Senado, o Congresso Nacional, os ministérios, os tribunais, os serviços públicos (como hospitais, escolas), entre outros.

Além dessas características, há algumas condições para a existência de um Estado:

• possuir um território delimitado por fronteiras; • ter uma população; • apresentar um governo que represente a população; • ser reconhecido pelos demais Estados, para que possa ser soberano.

soberano: capacidade de um Estado para tomar decisões sem se submeter a outras autoridades

externas a ele.

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Geografia

Há situações, contudo, em que, apesar de quase todas as condições mencionadas an-

teriormente serem atingidas, não ocorre o reconhecimento de independência. Esses casos

geralmente estão associados a territórios que fazem parte de outros Estados, os quais se

recusam a perder a soberania sobre eles.

Conheça alguns exemplos.

Kosovo: de maioria albanesa, localiza-se no território da antiga Iugoslávia, cuja maioria da população era sérvia. Após uma guerra civil, Kosovo declarou independência unilateral-mente da Sérvia (país que também se desmembrou da Iugoslávia), fato não reconhecido por muitos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde a guerra civil, a ONU tem um quartel-general em Kosovo, com o objetivo de garantir a paz de seus habitantes e promover a estabilidade política na região.

Taiwan: embora Taiwan tenha o próprio povo, um governo autônomo e controle sobre o território, a China reivindica essa ilha como parte de seu território, ameaçando cortar rela-ções com países que reconhecem sua independência.

Catalunha: situada no nordeste da Espanha, é considerada uma região autônoma desse país. No entanto, a população manifestou o desejo de independência por meio de um referendo (realizado em 2017), que não foi reconhecido pelo governo espanhol.

Tibete: o território tibetano fica no sudeste da China. Desde 1912, o Tibete se autoproclama um país independente, mas sem o reconhecimento internacio-nal, especialmente da China, que con-trola a região desde 1950.

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Diversas áreas do Tibete apresentam símbolos chineses para reforçar o domínio que a China

tenta manter sobre a região. Bandeiras chinesas em uma das ruas centrais da vila de Yakra, Tibete,

2018

referendo: consulta popular sobre

questões de grande relevância, realizada por meio de votação.

População, povo e nação

A população é um dos elementos essenciais para a formação de um Estado. Conceitual-

mente, população corresponde ao total de pessoas que habitam determinado local. Embora

muitas vezes sejam usados como sinônimos, população e povo

são conceitos diferentes. Um povo se forma quando os indivíduos

de determinada população compartilham entre si uma cultura e

uma identidade mais ou menos comum, resultante da convivên-

cia em determinado território.

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atividades

1 Qual é a diferença entre Estado e governo?

2 O conceito de nação leva em conta aspectos subjetivos, pois está ligado a questões culturais. Sobre esse conceito, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas, corrigindo-as.

a) ( ) É possível existir nações sem Estado e sem soberania territorial.

b) ( ) Ao redor do mundo, ocorrem vários conflitos resultantes de nações que exigem indepen-dência do Estado ao qual estão inseridas.

c) ( ) A nação é um dos elementos essenciais para a formação de um Estado. Por isso, não pode

existir mais de uma nação em um mesmo Estado.

d) ( ) O conceito de nação está ligado à identidade nacional, isto é, ao sentimento de afinidade compartilhado entre um povo.

Com uma população de aproximadamente 7,6 bilhões de pessoas, o planeta se divide em 193 países reconhecidos pela ONU. No entanto, há centenas, talvez milhares de nações distribuídas por esses países, cada uma com cultura e identidade próprias.

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Shutterstock/Arthimedes

Esse sentimento de afinidade de um povo, que resulta na manutenção de sua cultura e

tradições, chama-se identidade nacional. Assim, uma nação é constituída por um povo que

compartilha a mesma identidade nacional. Ao contrário de um Estado, não se trata de uma

instituição formal, pois, por ser baseada na cultura, uma nação pode existir independente-

mente de estar ocupando ou não um território independente. Dentro do território espanhol,

por exemplo, existem várias nações, como bascos, catalães e galegos. Já a nação judaica, por

exemplo, sobreviveu por quase 2 mil anos espalhada em diversos países, sem constituir um

Estado, o que ocorreu apenas em 1948, quando foi criado o Estado de Israel.

Além disso, muitas vezes, as identidades nacionais não condizem

com as fronteiras entre os países. Isso ocorre especialmente no

continente africano, onde fronteiras foram estabelecidas pelos co-

lonizadores europeus sem levar em consideração as nações que ali

viviam, resultando em conflitos étnicos que perduram até os dias

atuais.

Assim como Kosovo e o Tibete, muitas nações se envolvem

em conflitos com o Estado ao qual pertencem, em parte por não

terem uma identidade em comum com o restante da população.

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Ordem mundial

Uma das condições para a existência de um Estado é a soberania sobre seu território. Entretanto, raramente os Estados são autossuficientes, isto é, eles precisam manter relacio-namentos com outros para garantir recursos por meio de trocas comerciais. Essas relações nem sempre ocorrem de modo equilibrado, pois existem Estados com melhores condições para negociar, por serem mais desenvolvidos econômica e militarmente. Os Estados Unidos e a China, por exemplo, são, hoje, as duas maiores economias do mundo e, por isso, têm muito o que oferecer nos acordos comerciais, exercendo grande influência sobre os demais países.

Essa correlação de poder e influência existente entre os países é denominada ordem mundial.

A partir do final do século XX, essas relações se tornaram mais intensas, fazendo com que o mundo se tornasse ainda mais complexo. Compreender o que acontece no mundo é uma tarefa difícil. Para isso, podemos recorrer ao estudo da ordem mundial, entendendo como os países interagem uns com os outros.

O fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, acarretou muitas mudanças nas estrutu-ras de poder, resultando na emergência dos Estados Unidos no cenário mundial. Com isso, houve a necessidade de disciplinar as relações econômicas e políti-cas entre os países por meio de normas, criadas por organizações internacionais estabelecidas em negociações multilaterais.

No topo dessas organizações, estava a Organização das Nações Unidas (ONU), criada para manter a paz e a segurança internacio-nais. Além da ONU, existe uma série de instituições criadas para gerenciar as relações internacionais em diferentes aspectos, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), cria-dos após a Segunda Guerra para planejar os rumos da economia mundial.

organizações internacionais: instituições formadas por Estados soberanos que cooperam diante de determinados temas comuns, como negociações de paz ou questões ambientais e comerciais.

negociações multilaterais: negociações que envolvem mais de dois países.

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Sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), criada em 1995 com o objetivo de organizar e regular as relações comerciais internacionais, em Genebra, Suíça

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Sediada em Nova Iorque, a ONU tem dois órgãos deliberativos: a Assembleia Geral e o

Conselho de Segurança. Todos os países têm representantes na Assembleia Geral. Já o Con-

selho de Segurança é composto de quinze países, sendo apenas cinco os membros permanen-

tes e com poder de veto: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. Nas questões

relativas à paz e segurança, a Assembleia Geral apenas apresenta recomendações, pois a to-

mada de decisões é atribuição do Conselho de Segurança. Uma das funções do Conselho de

Segurança da ONU é aprovar o envio de tropas militares para patrulhar regiões em guerra ou

em processo de pacificação, as chamadas missões de paz.

Atualmente, em sua estrutura de funcionamento, a ONU tem agências, fundos e progra-

mas especializados nas áreas de saúde, trabalho, educação, meio ambiente, entre outros,

como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Alto Comissariado das Nações Unidas para

Refugiados (ACNUR) e a Corte de Haia, ou Corte Internacional de Justiça, principal órgão

judiciário da ONU.

Diversos problemas têm afetado a credibilidade da ONU no decorrer dos anos. Entre

eles: a deterioração do respeito aos direitos humanos, expressa nos genocídios ocorri-

dos em Ruanda e no Sudão; as inúmeras guerras registradas desde sua criação; o recente

recrudescimento de grupos terroristas, como Estado Islâmico e Boko Haram, em países

do Oriente Médio e da África.

Nos últimos anos, a agenda

internacional incorporou à ONU

vários novos desafios a serem

solucionados: a intensificação

do terrorismo; o aumento do

desequilíbrio de poder entre os

países; os conflitos violentos

envolvendo países e milhões de

refugiados; as graves doenças

(AIDS e outras epidemias); e os

casos de extrema pobreza.

O Conselho de Segurança da ONU é composto por apenas cinco membros permanentes. O Brasil vem pleiteando um assento permanente nesse conselho, especialmente após liderar, por muitos anos, uma importante missão de paz no Haiti. Pesquise sobre essa missão: quando começou, seu tempo de duração, quais foram seus objetivos e as atividades exercidas pelo exército brasileiro nesse país.

pesquisa

A ONU mantém diversos campos de refugiados, como o de Kutupalong, considerado o maior da atualidade e que abriga mais de 500 mil refugiados da etnia rohingya, expulsos de Mianmar. Bangladesh, 2018

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recrudescimento: aumento com grande intensidade

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Geografia

Um mundo bipolar

A ordem mundial não é permanente, podendo se alterar com o tempo, de acordo com diferentes contextos históricos. Assim, conforme a evolu-ção das sociedades, as configurações de poder e influência entre os países variam, especialmente de acordo com questões econômicas, militares e políticas. Portanto, ao longo do tempo, diferentes fases marcaram essas relações de domínio. Duran-te a Guerra Fria, por exemplo, toda a geopolítica mundial ficou submetida à bipolaridade exercida pelos Estados Unidos e pela União Soviética. As áreas de influência subordinavam-se aos interes-ses dessas duas superpotências, fato que impediu a construção de novos centros de poder.

Essa bipolaridade entre os dois países praticamente congelou as disputas internacionais em virtude do medo de uma guerra nuclear.

O confronto entre as duas superpotências nunca foi direto, mas ocorreu, de maneira velada, por meio de acordos entre os paí-ses aliados e, de maneira explícita, com guerras ou disputas diplo-máticas em áreas de influência ou de contato entre os dois blocos econômicos: o capitalista, sob liderança dos Estados Unidos, e o socialista, sob liderança da União Soviética.

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Disputa de poder

geopolítica: refere-se às diferentes relações entre países, como acordos e disputas comerciais, culturais, militares, territoriais, entre outras.

Capitalismo e socialismo

O capitalismo é um sistema socioeconômico em que os meios de produção (terras, fábricas, máquinas, etc.) e o capital (dinheiro) são propriedades privadas, ou seja, têm um ou mais donos. Como o próprio nome indica, o elemento central da economia é o capital, que pode ser entendi-do como todo o dinheiro investido no processo produtivo com o objetivo de gerar lucros.

No capitalismo, a produção se destina ao mercado, ou seja, à comercialização. Assim, é possível dizer que os países capitalistas adotam a economia de mercado. A produção, a cir-culação e o consumo de produtos se desenvolvem em função das necessidades do mercado. Os donos do capital contratam funcionários, que vendem sua força de trabalho.

Já o socialismo tem como principal objetivo construir uma sociedade com o mínimo de desigualdades. Para isso, tem como princípio básico a propriedade coletiva dos meios de produção – pelo menos dos mais importantes, como terras, fábricas e bancos. Além disso, esse sistema não admite que uma pessoa se aproprie dos frutos do trabalho de outra para fins de enriquecimento.

olhar geográfico

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Portanto, a riqueza, incluindo suas fontes, deve pertencer a toda a sociedade. O sistema

econômico é planificado, isto é, a produção é planejada pelo Estado, que define as metas

econômicas do país. A ideia de uma sociedade socialista começou a se desenvolver no século

XVIII e definiu-se melhor no século XIX, mas o primeiro país que adotou os princípios socia-

listas foi a União Soviética (formada em 1922). Mais tarde, o socialismo foi implantado em

outros países, em especial no leste da Europa.

Atualmente, existem poucos países socialistas: China, Cuba e Coreia do Norte. Entretan-

to, desde 1978, a China vem desenvolvendo um programa de abertura econômica, compon-

do um tipo de sistema misto, que associa o socialismo ao mercado.

Responda às questões de acordo com o texto.

1 O capitalismo baseia-se na propriedade privada dos meios de produção. Cite exemplos. Em seguida, responda: no capitalismo, qual é o objetivo da produção?

2 Retome as principais características do capitalismo e do socialismo, estabelecendo a diferença en-tre os meios de produção e o tipo de economia desses dois sistemas.

Guerra FriaDurante a Segunda Guerra Mundial (1941-1945), os Estados Unidos, a França, a Inglaterra

e a União Soviética aliaram-se para derrotar o nazismo alemão. Quando o inimigo comum

foi eliminado, várias divergências políticas e ideológicas entre os Estados Unidos e a União

Soviética, que eram as maiores potências militares da época, vieram à tona.

Uma das consequências da falta de entendimento entre

os Estados Unidos e a União Soviética durante a Guerra Fria foi

a divisão da Alemanha em dois países: República Democrática

Alemã (Alemanha Oriental), que ficou sob a influência soviética, e

República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental), que ficou

sob as influências estadunidense, francesa e britânica.

Em 1961, Berlim também foi dividida com a construção de um

muro que separou a cidade em dois lados: o capitalista, a oeste;

e o socialista, a leste. O Muro de Berlim foi derrubado em 1989

durante o processo de enfraquecimento da União Soviética, mar-

cando também o esgotamento do modelo geopolítico mundial,

marcado pela bipolaridade.

O cientista político francês Raymond Aron escreveu que “a Guerra Fria foi um período

em que a guerra era improvável, mas a paz era impossível”. Converse com o professor e os

colegas sobre o significado dessa frase.

Assim denominada porque

não houve nenhum confronto

armado direto entre os dois

países. Trata-se de uma intensa

guerra econômica, diplomática

e tecnológica entre as duas

superpotências da época

pela conquista de áreas de

influência mundial, além da

ameaça constante, de ambos os

lados, de um conflito bélico.

14

Geografia

leitura cartográfica

Fonte: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. Adaptação.

O mundo dividido: 1945-1989

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1 Escreva o nome dos países pertencentes ao mundo socialista no período da Guerra Fria.

2 Cite o nome de um país e de duas regiões do mundo capitalista.

3 Em que posição se encontrava o Brasil em relação ao mundo dividido entre o capitalismo e o socialismo?

Um mundo multipolar?

Com o fim da Guerra Fria e da bipolaridade, o mundo passou por muitas transformações,

que culminaram com a atual ordem internacional. Uma nova forma de pensar a ordem mun-

dial é com base na multipolaridade. Na concepção de um mundo multipolar, os estudiosos

não enfatizam o poderio militar, mas, sim, o econômico-tecnológico, considerado o mais im-

portante na atualidade.

Observe o mapa e responda às questões a seguir.

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Segundo a visão de uma ordem multipolar, existiriam vários polos ou centros de po-

der que comandariam os destinos do mundo. Porém, percebe-se que, assim como ocorreu

durante a Guerra Fria, os Estados Unidos também se sobressaem nesse cenário. Apesar de

ainda ser a maior economia mundial, atualmente esse país tem concorrentes em diversos

setores, em virtude do destaque de alguns países, como Alemanha, França, Rússia, China,

Japão, Índia, Brasil e Nigéria, por exemplo.

O desenvolvimento técnico-científico, o avanço mundial do capitalismo e a organização

de blocos ou mercados regionais são algumas características de um mundo multipolar.

Regionalização do espaço mundial

Para facilitar a análise da ordem mundial e das diferentes dinâmicas econômicas, so-

ciais e políticas dos países, muitas vezes é preciso compreender o modo como eles se agru-

pam e os papéis que desempenham em um mundo cada vez mais integrado.

Assim, o espaço mundial pode ser dividido em regiões ou grupos de países, levando-se

em consideração diferenças e semelhanças entre as diversas áreas. Para regionalizar, é ne-

cessário utilizar alguns critérios, que variam de acordo com a pessoa ou instituição respon-

sável por essa organização. Desse modo, são muitas as opções de regionalização, as quais

variam bastante ao longo do tempo, de acordo com as tendências da ciência geográfica e

política. Às vezes, concentram-se em aspectos da paisagem natural; outras, nos elementos

da economia ou na diversidade cultural.

É importante lembrar, no entanto, que nenhuma das formas de regionalizar o espaço

mundial pode ser vista como certa ou errada. Elas são feitas de acordo com os propósitos de

criação de seus organizadores.

A seguir, você vai conhecer várias formas de regionalizar o espaço geográfico mundial.

Reflita sobre elas.

Primeiro, Segundo e Terceiro Mundos

Uma classificação bastante popular durante a segunda metade do século XX é a que

dividiu o mundo em três grandes grupos: Primeiro Mundo, Segundo Mundo e Terceiro Mun-

do. Essa classificação surgiu durante a Guerra Fria e foi elaborada de acordo com critérios de

desenvolvimento e com o modelo político-econômico adotado pelos países: capitalismo ou

socialismo. Assim, o Primeiro Mundo era formado pelos países capitalistas desenvolvidos;

o Segundo Mundo, pelos países socialistas; e o Terceiro Mundo, pelos países capitalistas

subdesenvolvidos.

Países do norte e países do sul

No mapa, observe a linha vermelha que divide o mundo em dois grandes conjuntos es-

paciais: norte e sul.

16

Geografia

Fonte: NORTH-SOUTH: a programme for survival. Londres: Pan Books, 1980. Adaptação.

Divisão do mundo: norte x sul

O norte representa, basicamente, o conjunto de países mais desenvolvidos (social e

economicamente), incluindo as economias mais industrializadas de países antes socialistas,

como República Tcheca, Polônia, Hungria, Croácia, Eslovênia e Rússia. O sul compreende o

conjunto de países menos desenvolvidos, englobando também Mongólia, Coreia do Norte,

Vietnã, Camboja, entre outros.

Os critérios utilizados na regionalização do mundo em norte e sul foram as condições

socioeconômicas dos países, de suas populações e os níveis de industrialização. Essa regio-

nalização foi difundida no início da década de 1990, com o fim da bipolaridade entre leste e

oeste. Porém, é importante destacar que sempre existiu a contradição entre países desen-

volvidos e subdesenvolvidos, mesmo durante o período da Guerra Fria.

Embora seja importante para compreender o mundo atual, é possível fazer várias refle-

xões sobre essa regionalização. Uma delas diz respeito aos países emergentes, como China,

Índia e outros do Sudeste Asiático, que, apesar de terem alcançado expressivos resultados

econômicos e melhorias nos indicadores sociais nos últimos anos, estão incluídos entre os

países do sul. O mesmo raciocínio se aplicaria, em diferentes doses, a países como Brasil, Ar-

gentina, Chile, México e África do Sul. Outros aspectos a serem considerados são a existência

de bolsões de pobreza na América do Norte, assim como de ilhas de prosperidade nos países

considerados pobres ou menos desenvolvidos social e economicamente.

Regiões da ONU

O estabelecimento de regiões é fundamental para a ONU definir sua atuação, de apoio

a atividades agrícolas à organização de ações humanitárias nos países em guerra. Portanto,

de acordo com seus objetivos, a ONU recorre a diferentes tipos de regionalização, cada qual

mais adequada a determinado contexto.

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leitura cartográfica

Fonte: UNITED NATIONS STATISTICS DIVISION. Millennium Development Indicators: world and regional groupings. Disponível em: <http://mdgs.un.org/unsd/mdg/Host.aspx?Content=Data/RegionalGroupings.htm>. Acesso em: 23 dez. 2018. Adaptação.

ONU: regionalização por indicadores de desenvolvimento

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1 De acordo com o mapa, como podem ser regionalizados os continentes africano e americano?

2 Compare a situação do Brasil nos mapas “O mundo dividido: 1945-1989”, “Divisão do mundo: norte x sul" e "ONU: regionalização por indicadores de desenvolvimento”. Qual é a posição do Brasil em relação ao desenvolvimento econômico?

3 Qual é a principal semelhança entre o mapa “ONU: regionalização por indicadores de desenvolvi-mento” e o mapa “Divisão do mundo: norte x sul”?

No mapa seguinte, observe uma proposta de regionalização do espaço mundial realiza-da pela ONU, com base em indicadores de desenvolvimento.

18

Geografia

Continentes

Para compreender as dinâmicas do espaço geográfico mundial, é comum agrupar os paí-

ses de acordo com alguns critérios. Para estudar os países e as relações que eles estabelecem

entre si, eles foram reunidos em continentes, que também podem ser sub-regionalizados.

A América pode ser dividida em América do Norte, Central e do Sul ou, ainda, em América

Anglo-Saxônica e América Latina, dependendo dos critérios utilizados.

O mapa a seguir apresenta uma divisão das terras do planeta em seis grandes continen-

tes: África, América, Antártica, Ásia, Europa e Oceania.

Planisfério: continentes

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.T

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Os continentes são grandes massas de terras emersas, geralmente circundadas por ma-

res e oceanos. Assim, é possível considerar a Europa e a Ásia como única e contínua porção

de terras emersas, a Eurásia. Porém, em virtude de diferentes contextos históricos e cultu-

rais, essas áreas são distintas, consideradas continentes independentes.

Desse modo, o estudo dos continentes tem levantado diferentes posicionamentos entre

os estudiosos. Alguns afirmam que esse critério é geomorfológico, físico ou, ainda, natural;

já outros consideram que os continentes também expressam processos históricos e cultu-

rais, de ampliação das fronteiras das antigas sociedades europeias.

Assim, qualquer classificação usada para estudar o mundo atual tem sempre caráter pro-

visório e, de certa forma, incompleto, pois envolve uma complexidade de questões econômi-

cas, sociais, culturais e de poder.

Para melhor entender o estudo do continente americano e dos diversos países e ter

uma compreensão do espaço mundial, retome, sempre que necessário, o breve panorama

do mundo estudado neste capítulo.

19

1 Cientistas afirmam que o Homo sapiens se originou em um continente, migrando, posteriormente, para as demais regiões do planeta. Sobre esse assunto, responda às questões.

a) Em qual continente se originaram os Homo sapiens? Qual foi o primeiro continente para o qual eles migraram?

b) Qual foi o último continente povoado pelos Homo sapiens? De que maneira eles chegaram até ele?

2 Complete as lacunas do texto a seguir com as quatro condições para que um Estado seja considera-do como tal.

Existem alguns elementos que constituem um Estado. Um deles é a existência de um , responsável por administrar o país e estabelecer leis, que devem

ser reconhecidas e seguidas por sua . Além disso, deve ter um com fronteiras definidas e reconhecidas, dentro do qual poderá exercer sua , reconhecida pelos demais Estados.

3 Qual é o principal objetivo da ONU na sociedade atual?

4 Qual é a importância da participação de um país em organizações internacionais como a ONU?

o que já conquistei

20

Geografia

5 Que situação está representada na charge? Qual é o seu significado? Escreva um pequeno texto refletindo sobre essa situação.

6 Ao longo da história, as configurações de poder entre os países podem variar, alterando-se os eixos de influência. Em relação ao mundo bipolar e multipolar, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas. Corrija as falsas.

a) ( ) A bipolaridade caracterizou-se pela oposição entre dois sistemas políticos e econômicos, representados pelo capitalismo, de um lado, e pelo socialismo, de outro.

b) ( ) A queda do Muro de Berlim representou o fim do mundo multipolar.

c) ( ) A bipolaridade caracterizava-se pela disputa econômica e tecnológica, e a multipolaridade é marcada pelo poderio militar.

d) ( ) A bipolaridade e a multipolaridade referem-se às ordens mundiais existentes após a Segunda Guerra Mundial e após a Guerra Fria, respectivamente.

e) ( ) Durante a ordem bipolar, o Brasil situava-se na área sob domínio da União Soviética.

7 Na regionalização que cria países do norte e países do sul, o Brasil é considerado um país do sul, o que o insere entre os menos desenvolvidos do mundo. Porém, o Brasil já foi a sexta maior economia do planeta e, atualmente, mantém-se entre as dez maiores. Cite os critérios utilizados nessa regio-nalização e reflita sobre as contradições resultantes dessa divisão simplista.

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No estudo do continente americano, identificam-se grandes di-

versidades, tanto em seu aspecto natural quanto nas formas de ocu-

pação do território. Essas pluralidades derivam do processo de con-

quista e colonização de terras. Para compreender como o continente

americano foi construído e entender as desigualdades regionais que

o caracterizam, é preciso saber mais sobre os povos que o habitavam

antes da chegada dos europeus, assim como conhecer alguns aspec-

tos da conquista desse território e do processo de colonização.

A gravura retrata a chegada dos espanhóis no continente

americano. Como você imagina que foi o encontro entre os nati-

vos americanos e os europeus? Quais as suas consequências? Con-

verse com os colegas e o professor sobre suas conclusões.

• Regionalizações

da América

• Povos originários do continente

americano

• Europeus no Novo Mundo

22

Construção do território americano

2

Gravura do artista belga Theodor de Bry, produzida no século XVI, representando o desembarque de Cristóvão Colombo na Ilha Hispaniola,

em 1492

©Theodor de Bry

o que vocêvai conhecer

22

Geografia

• Conhecer as formas de regionalização do continente americano.

• Reconhecer a origem e a cultura dos diferentes povos nativos americanos, e a relação que eles mantinham com o espaço de vivência, identificando a importância dos recursos naturais para essas sociedades.

• Identificar o modo como o continente americano foi colonizado e as carac-terísticas do processo de independência das colônias.

• Analisar o impacto da exploração dos recursos minerais na América espanhola.

Regionalizações da América

A partir do fim do século XV, o continente americano começou a ser conquistado e colo-nizado por povos europeus como parte da expansão do capitalismo comercial. Os europeus que vieram para a América pertenciam, basicamente, a dois povos diferentes: uns eram an-glo-saxões, como os ingleses; outros eram descendentes dos antigos romanos, os chamados povos latinos, como portugueses e espanhóis. Assim, com base em critérios históricos, cultu-rais e geográficos, é possível identificar duas Américas:

América Anglo-Saxônica – formada por Estados Unidos e Canadá, essa parte do con-tinente americano foi colonizada principalmente por ingleses, que deixaram uma grande influência cultural (sobretudo a língua inglesa e a religião, o protestantis-mo). Houve também uma colonização francesa, em menor número, nas margens do Rio São Lourenço, no Canadá.

América Latina – formada por México, América Central e América do Sul, área quase toda colonizada por espanhóis e portugueses, que deixaram como influência a religião católica e as línguas espanhola e portuguesa, de origem latina, como as mais faladas.

Esse modo de regionalizar a América é bastante utilizado pela ONU e suas agências. Ele revela, também, diferenças na história da formação territorial e no desenvolvimento econô-mico dessas duas regiões. A América Anglo-Saxônica possui maior nível de desenvolvimento econômico em relação à América Latina.

Do ponto de vista fisiográfico, isto é, de acordo com aspectos naturais, a América é for-mada por duas grandes porções de terra: América do Norte e América do Sul, ligadas por uma estreita faixa de terra – um istmo. A leste desse istmo, existem numerosas ilhas, as An-tilhas. O istmo que liga a América do Norte à América do Sul e as Antilhas formam a América Central. Desse modo, a América é dividida em três partes: a do Norte, a Central e a do Sul.

Antes de o continente americano ser regionalizado em América Latina e América Anglo--Saxônica, a partir do processo de colonização, muitos povos já ocupavam esses territórios. Denominados de nativos, indígenas ou originários (designações que indicam que já viviam no continente antes da sua colonização), esses povos contribuíram, de forma significativa, para a constituição do território e da sociedade americana.

23

1 Com a ajuda de um atlas, escreva o nome de alguns países que compõem a América Latina e a Amé-rica Anglo-Saxônica. Em seguida, explique por que elas são assim denominadas.

2 O Brasil se localiza em quais regiões dos mapas?

3 Quais são as diferenças na divisão do continente americano nos dois mapas?

Fonte: ATLAS da história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1995. p. 145. Adaptação.

América Latina e América Anglo-Saxônica América: divisão fisiográfica

Fonte: IBGE. Atlas histórico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

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Observe os mapas e responda às questões propostas.

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Geografia

Povos originários do continente americano

Até o fim do século XV, as terras conhecidas pela civilização ocidental se restringiam à

Europa, à Ásia e ao norte da África, mas o aperfeiçoamento das técnicas de navegação e a

necessidade de descobrir novas rotas marítimas entre a Europa e o Oriente mudaram essa

realidade. Povos europeus, portugueses e espanhóis, especialmente, acabaram desembar-

cando em muitas terras já habitadas por diversos outros povos, como o continente que hoje

denominamos América.

Portanto, quando os europeus chegaram à América, as terras desse continente já eram

ocupadas há milhares de anos por povos de diferentes culturas e com diversas formas de or-

ganização econômica e social, o que mostra como o espaço geográfico americano sempre foi

diverso. Esses povos ficaram conhecidos, genericamente, como índios ou ameríndios, pois

Cristóvão Colombo, quando chegou à América Central, acreditava ter atingido o Extremo

Oriente – as Índias.

Nas planícies centrais e na parte leste do continente, os grupos de ameríndios eram divididos

em numerosos povos. Cada um tinha uma maneira própria de organizar as atividades econômicas,

sociais, políticas e culturais. Estima-se que, antes da ocupação colonial, a população indígena da

América do Norte fosse de 1 a 12 milhões de habitantes. Em toda a América, eram faladas mais de

2 200 línguas, o que dificultava o contato e a comunicação entre os povos.

Nos planaltos e nas montanhas do oeste, formaram-se grandes sociedades, com uma

população numerosa e uma organização econômica, política e social bastante complexa.

Essas sociedades ficaram

conhecidas como civili-

zações pré-colombianas

(isto é, que já existiam an-

tes da chegada de Colom-

bo à América), e as mais

conhecidas foram os as-

tecas, os maias e os incas,

que dominavam técnicas

agrícolas e áreas do co-

nhecimento, como Astro-

nomia e Arquitetura.

Observe a localização

desses povos no mapa ao

lado.

América pré-colombiana

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Fonte: ATLAS histórico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: MEC/

Fename, 1977. p. 43. Adaptação.

25

Astecas

A ocupação do Planalto do México pelos astecas remonta ao século XIV a.C. O Império

dos Astecas, porém, constituiu-se depois do ano 900 de nossa era. Os astecas tinham uma

rígida e organizada estrutura política e social, com uma classe dirigente representada por

militares e sacerdotes.

Possuíam conhecimentos avançados em diversas ciências, como a Astronomia, a Enge-

nharia, a Arquitetura e a Matemática. A agricultura era a base da economia do império, esti-

mulada por eficientes técnicas agrícolas, como a irrigação das áreas de solo seco, a drenagem

de terrenos alagadiços, principalmente com a construção de barragens e o uso de adubos.

A cidade que sintetizou a grandeza desse império foi Tenochtitlán. Com uma população

estimada entre 100 e 400 mil habitantes, era mais populosa que a maioria das cidades euro-

peias da época. Na época da conquista espanhola (1519), o Império dos Astecas vivia o auge

de um período de conquistas, pois possuíam um forte exército. Os espanhóis derrotaram os

astecas com a ajuda de povos indígenas, que se rebelaram contra a dominação asteca, facili-

tando a conquista de Tenochtitlán, que foi saqueada e destruída.

Sobre os escombros de Tenochtitlán, foi construída a Cidade do México, atualmente uma

das mais populosas do mundo. Apesar do projeto espanhol de construir uma cidade parecida

com as europeias, a Cidade do México ainda reflete algumas características de Tenochtitlán,

como o traçado ordenado da cidade, que mantém até hoje três de suas principais estradas, o

que demonstra como as sociedades do passado ainda podem influenciar o espaço atual. Do

mesmo modo, a organização social dos astecas, caracterizada pela ocupação dos arredores

da praça principal pela elite, também foi mantida pelos espanhóis.

saiba mais

Ruínas do Templo Maior de Tenochtitlán, Cidade do México, 2015

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Cidade do México afunda

sete centímetros por ano

Em 1325, quando os astecas funda-ram um império onde hoje está a Cidade do México, montaram sua base sobre um grande lago. [...] Assim nasceu a cidade de Tenochtitlán, cujas ruínas resistem no atual centro da capital mexicana. Apesar do pouco que restou da demonstração do poder asteca, o Lago Texcoco, que ocupava uma extensão de três mil quilô-metros quadrados para além dos limites da Cidade do México, ainda corre por baixo dessa metrópole. Mas o terreno erguido sobre ele e que sustenta uma das dez cidades mais populosas do mundo, está cada vez mais sob pressão.

26

Geografia

Nem todos os mexicanos que se deslocam apressados pela capital, estão conscientes da amea-ça, mas a cidade está afundando. [...]

Nem sempre foi assim. Na época dos astecas, para viver sobre o imenso lago, eles colocaram em prática um engenhoso sistema de “chinampas”, que eram pequenas ilhas retangulares construídas artificialmente com terra. Ali os astecas erguiam suas construções e cultivavam alimentos. Com a conquista espanhola, o aterramento do lago se acelerou. Os exploradores aterraram algumas áreas e montaram um sistema de canais que conduzia água para a extração de madeira e outras atividades realizadas na promissora colônia.

Com o passar do tempo, o lago passou a ser insuficiente para res-ponder à demanda por água. Já passadas a independência mexicana e a revolução de Emiliano Zapata e Pancho Villa, a Cidade do México sofreu um boom populacional com a migração da população da área rural.

Entre as décadas de 1930 e 1960, muita gente se assentou na região do lago sem nenhum planeja-mento. A extração de água do subsolo, adotada a partir da década de 40, se fez cada vez mais neces-sária. E o afundamento da cidade, em um solo sobrecarregado, tornou-se grave. A taxa média anual na época chegou a oscilar entre 30 centímetros e 40 centímetros por ano. Hoje, estacionou em sete centímetros, apesar das áreas onde o processo é mais acelerado.

[...]

– É um fato que responde a um fenômeno social. O lago não teria por que afundar, nem o solo argiloso, se não fosse o peso colocado em cima. Além disso, se o lago não fosse aterrado, seguiria como sempre tinha sido. A crescente construção de edificações e a extração de água são ações humanas, com efeitos sobre a própria população — ressalta [o geógrafo Erik Adrián Diez de] Bonilla Santiago.

boom: palavra de origem inglesa que significa crescimento, expansão, explosão.

MARTINS, Elisa. Cidade do México afunda sete centímetros por ano. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/cidade-do-mexico-afunda-sete-centimetros-por-ano-6715427>. Acesso em: 20 jan. 2019.

Na época dos astecas, a cidade de Tenochtitlán, embora situada no mesmo local que a

Cidade do México, não estava afundando. Por quê?

Maias

Diferentemente dos astecas, que tinham uma estrutura política centralizada, os maias

organizavam-se em cidades-estados independentes. Essas cidades ficavam espalhadas pelos

territórios que atualmente correspondem à Península de Yucatán (México), Guatemala, par-

te de Honduras, a El Salvador e Belize.

As primeiras cidades expandiram-se entre os anos de 200 e 900 de nossa era, e estrutu-

raram-se em torno de grandes edifícios religiosos, administrativos e residenciais. Os maias

destacaram-se por suas obras arquitetônicas, principalmente templos religiosos, além de

seu conhecimento matemático.

27

Entre os séculos VIII e X, a civilização maia atravessou uma grave crise, e as cidades-

-estados entraram em decadência. Até o ano de 1200, o principal domínio regional esteve

concentrado em torno da cidade de Chichén Itzá. A partir dessa data, Mayapán assumiu a

hegemonia na maior parte da porção norte da península. Seu domínio, no entanto, durou

pouco, e essa cidade-estado se dividiu em uma série de pequenos reinos independentes.

Assim, quando chegaram ao continente americano, os espanhóis encontraram a sociedade

maia desarticulada, o que facilitou o domínio.

Atualmente, na Guatemala, existem de dois a três milhões de descendentes maias que

ainda mantêm sua cultura.

Existem diferentes hipóteses para o enfraquecimento da civilização maia, que decaiu em

dois séculos. A atuação humana predatória sobre o ambiente é uma delas, conforme expli-

ca o texto seguinte, que fala sobre o colapso de Copán, uma próspera cidade da civilização

maia, cujas ruínas se localizam no oeste de Honduras.

Ruínas de Copán

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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

Por volta de 650 d.C., as pessoas começaram a ocupar as encostas das colinas de Copán, mas tais lugares só foram cultivados por cerca de um século. A porcentagem da população total de Copán que estava nas colinas atingiu um máximo de 41% e, então, declinou até a população voltar a se concentrar nos bolsões do vale. O que causou a retração das pessoas das colinas? Escavações nos fundamentos de edifícios no fundo do vale demonstram que foram cobertos por sedimentos durante o século VIII, significando que as encostas das colinas estavam se erodindo e provavel-mente perdendo nutrientes. Os solos ácidos e pouco férteis das colinas estavam sendo levados até o fundo do vale e cobrindo os solos mais férteis, reduzindo a produtividade agrícola. [...]

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Geografia

JARED, Diamond. Colapso: como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. 5. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2007. p. 209-210.

A razão para esta erosão das encostas é clara: as florestas que antes cobriam e protegiam o solo estavam sendo derrubadas. [...] a maioria desses pinheiros tombados era usada como combustível, enquanto o resto era usado para construção ou fabrico de gesso. Em outros sítios maias da era pré-clássica, onde abusaram do uso do gesso em edifícios, a produção de gesso pode ter sido um dos fatores de desmatamento. Além de causar acúmulo de sedimentos nos vales e privar seus habi-tantes do suprimento de madeira, tal desmatamento pode ter começado a resultar em uma "seca produzida pelo homem" no fundo do vale, porque as florestas têm um papel importante no ciclo das águas, e o desmatamento intensivo tende a resultar em menos chuvas. [...]

É preciso lembrar que a população de Copán crescia rapidamente enquanto as colinas eram ocupadas. O abandono subsequente de todos esses campos nas colinas significava que o fardo de alimentar a população anteriormente dependente das colinas passou a recair cada vez mais sobre o fundo do vale, e que mais e mais gente estava competindo para a produção de alimento nesses 26 km² de fundo de vale. Isso levaria a disputas entre os próprios agricultores pela melhor terra, ou por qualquer terra [...]. Como o rei de Copán não conseguia cumprir as promessas de chuva e prosperi-dade em troca do poder e luxo que recebia, teria sido o bode expiatório para este revés agrícola. Isso talvez explique por que [...] o palácio real foi incendiado por volta de 850 d.C. [...]

De acordo com o texto, responda às questões seguintes.

1 Quais ações humanas sobre o ambiente impactaram as encostas das colinas de Copán?

2 Qual a relação entre as atividades humanas e o colapso de Copán?

3 No século XIX, na cidade do Rio de Janeiro, o desmatamento da Floresta da Tijuca para a plantação de café causou severos impactos ambientais. Pesquise o assunto na internet, explicando como isso ocorreu, quais os impactos ambientais decorrentes e como esse problema foi enfrentado.

4 Existe alguma semelhança entre os impactos ambientais verificados em Copán e na Floresta da

Tijuca? Explique.

29

Incas

Entre o século XII e a primeira metade do século XVI, os incas formaram um Império me-

diante extensas conquistas territoriais, que se estenderam do norte do atual Equador até o

Chile e a Argentina, englobando diversas áreas dessa porção do continente.

No início, os incas estabeleceram-se em planaltos e vales da Cordilheira dos Andes, dis-

tribuídos entre várias tribos dispersas. A constituição do Império integrou os habitantes do

litoral e das serras, e a maior concentração populacional se encontrava nos vales dos rios.

Muitas vezes, a centralização ocorreu com o uso da força. Na prática, foi possibilitada

pela construção de um conjunto de estradas, algumas delas com longos trechos calçados. Es-

sas estradas ligavam as diversas áreas à capital imperial, Cuzco, onde viviam o imperador, os

sacerdotes e os militares. O imperador inca era considerado filho do Sol, a maior divindade

de sua religião. Ele era o chefe absoluto do Estado, líder militar e religioso.

As cidades incas não eram tão desenvolvidas e numerosas como as astecas e as maias, pois

a maior parte da população vivia em aldeias. Em cada aldeia, as terras eram divididas em duas

partes: uma delas se destinava aos moradores, e cada família recebia um lote do tamanho

necessário para garantir sua subsistência; a outra pertencia exclusivamente ao imperador.

Os incas desenvolveram grande habilidade para o artesanato em cerâmica e para a te-

celagem. Fabricavam numerosos objetos de metal (ouro, prata, cobre e estanho). Eram tam-

bém precisos na arte de entalhar pedras, nem precisavam de argamassa para assentá-las.

Apesar da notável organização econômica e político-social, os incas não conseguiram evi-

tar as disputas internas pelo poder, que ocorriam após a morte de cada imperador. Esse foi um

dos motivos que permitiram a conquista e a destruição do Império Inca pelos espanhóis, no

século XVI.

Machu Picchu

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

Machu Picchu, Peru, 2011

A cidade de Machu Picchu, no Peru, está localizada a mais de dois mil metros acima do

nível do mar, na Cordilheira dos Andes. Foi erguida pelos incas no século XV, menos de cem

anos antes da chegada dos espanhóis, e estima-se que tenha sido um importante centro

religioso e astronômico. Estudiosos afirmam que Machu Picchu foi construída para ser uma

grande fortaleza, ou seja, uma cidade protegida contra os inimigos. Identifique, na fotografia,

um elemento natural da paisagem que pode reforçar essa teoria, e o descreva no caderno.

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Geografia

Outros povos indígenas norte e sul-americanos

Nas Américas, tanto do Norte quanto do Sul, havia um grande número de povos com um ní-

vel de desenvolvimento técnico, econômico e social mais simples que os astecas, maias e incas.

É o caso, por exemplo, dos Jê e dos Tupi, no Brasil; dos caribes e dos aruaques, no norte da Amé-

rica do Sul e nas Antilhas; dos chibchas, na Colômbia; dos sioux e inuítes, na América do Norte.

Esses povos apresentavam grandes diferenças de língua e cultura, constituindo grupos

com características próprias. No entanto, todos viviam basicamente da caça, pesca, coleta, e

uma parte deles, também da agricultura.

Os números variam de acordo com cada estudioso, mas estima-se que existiam cerca de

20 milhões de indígenas quando os europeus chegaram ao território que hoje abrange os

Estados Unidos e o Canadá. Em um curto período de tempo, porém, esse número foi drasti-

camente reduzido para 10% devido a guerras e doenças trazidas pelos europeus.

Na época da invasão dos europeus, os nativos norte-americanos viviam o auge de sua

civilização. Existiam diversas tribos, cada qual com suas características: por exemplo, aqueles

que viviam nas planícies centrais geralmente levavam uma vida nômade e viviam da caça e da

coleta, como os sioux; na costa noroeste do Pacífico, os makah se dedicavam à pesca; no sul,

havia tribos sedentárias, dedicadas à agricultura e que habitavam casas de pedra, como os

pueblos; no sudeste, muitas tribos viviam em aldeias integradas, como os cherokees.

Assim como os indígenas norte-americanos, os da porção sul do continente também po-

dem ser agrupados de acordo com as semelhanças de sua linguagem. No caso específico do

Brasil, os principais grupos linguísticos são o macro-jê, o tupi e o aruaque. Porém, o grande

número de etnias indígenas dificulta a existência de apenas um modo de agrupá-los, assim,

além do critério linguístico, existem classificações que levam em conta a semelhança cul-

tural, outras características etnográficas, etc. O mapa seguinte mostra a distribuição dos

grupos indígenas brasileiros de acordo com a classificação linguística.

Fonte: ATLAS histórico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1977. p. 10. Adaptação.

Distribuição dos grupos indígenas: classificação linguística

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Diferentemente dos astecas, maias e incas, acredita-se que os indígenas que viviam no território onde hoje é o Brasil possuíam uma estrutura social menos sofisticada, sem governo centralizado, Estado, funcionários públicos ou exército organizado. A terra era cultivada cole-tivamente e, em geral, as atividades eram divididas por sexo e idade. Porém, algumas pesqui-sas arqueológicas recentes têm levantado a hipótese da presença de sociedades mais comple-xas, antes da chegada dos Europeus. Isso porque foram descobertas, na Amazônia, estradas

interligando aldeias, estruturas de guerra e florestas antropizadas. Desse modo, supõe-se que determinadas populações da região pu-dessem manter relações de poder e hierarquia, cultivando a terra e interagindo comercialmente com povos de localidades remotas.

Na América do Sul, antes da colonização, calcula-se que o número de habitantes era em torno de 8 a 12 milhões. Apenas no Brasil, o número estimado era entre 1 e 5 milhões. Po-rém, depois de 500 anos de ocupação, a população indígena reduziu drasticamente devido aos conflitos com os europeus e em razão do contágio com doenças que, até então, não existiam por aqui, como varíola, sarampo e tuberculose.

antropizadas: que sofreram alterações causadas pela ação humana.

De acordo com o Censo do IBGE 2010, último que foi realizado, existem atualmente no Brasil cerca de 305 etnias indígenas, que somam pouco mais de 800 mil pessoas, falantes de 274 línguas distintas. Muitos vivem em territórios demarcados por lei, pois a Constituição do Brasil reconhece o direito originário sobre as terras que os indígenas tradicionalmente ocupam. Para os povos indígenas, o território não representa apenas uma porção de ter-ra delimitada politicamente, mas um espaço ecológico, humano e espiritual, no qual exer-cem historicamente suas tradições. Assim, a demarcação desses espaços é importante não apenas com o objetivo de garantir a subsistência material dessas comunidades, mas também a manutenção de sua cultura.

Observe a distribuição das terras regularizadas por região administrativa.

olhar geográfico

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

11%

54%

19%6%

10%

Distribuição de terras indígenas regularizadas por região

Fonte: FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO. Terras indígenas: o que é? Disponível em: <http://www.funai.gov.br/index.php/nossas-acoes/demarcacao-de-terras-indigenas>. Acesso em: 30 dez. 2018.

1 Qual é a importância da demarcação de terras indígenas?

2 De acordo com o gráfico, qual região brasileira possui a maior quantidade de terras indígenas regularizadas? Por que você acha que isso ocorre?

32

Geografia

Portanto, a conquista das Américas pelos povos europeus significou a eliminação ou des-truição quase total de várias nações indígenas. Apesar de terem contribuído para a formação do continente americano, muitos povos acabaram perdendo sua identidade cultural e vivem em condições precárias na atualidade. No entanto, a presença de suas culturas ainda é per-cebida nas línguas, na alimentação e em hábitos cotidianos.

atividades

1 Quando os europeus chegaram ao continente americano, encontraram numerosos grupos indíge-nas com diferentes características. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.

a) ( ) Os grupos indígenas americanos eram variados e possuíam distintos modos de vida.

b) ( ) Nas Américas, tanto do Norte quanto do Sul, havia diversos povos nativos que possuíam características de organização territorial diferente da dos astecas, maias e incas.

c) ( ) Os povos astecas, maias e incas, por possuírem uma organização econômica, política e social complexa, foram menos afetados pela dominação espanhola.

2 Compare o mapa Distribuição dos grupos indígenas: classificação linguística com um mapa das re-giões administrativas do Brasil e responda às questões seguintes.

a) Que grupos indígenas estavam distribuídos por todas as regiões do Brasil?

b) Qual grupo indígena se concentrava apenas na Região Sul? E quais grupos existiam apenas na

Região Norte?

c) Quais grupos indígenas existiam na unidade da federação onde você mora?

3 Após a chegada dos portugueses, a população indígena sofreu drástica redução. Apesar disso, a presença de sua cultura deixou grandes marcas em nosso país. Faça uma pesquisa e identifique, na unidade da federação onde você vive, a existência de municípios que possuem nomes indígenas. Descubra também se existem, nesses municípios, hábitos herdados dos indígenas e que são reflexo de suas tradições.

Europeus no Novo Mundo

A chegada dos colonizadores europeus ao continente americano, ocorrida no século XVI, representou uma nova e decisiva fase da ocupação desse território.

No fim do século XV, o comércio era intenso na Europa, exigindo novas fontes de pro-dutos comercializáveis e novos mercados consumidores. Foi nesse contexto de expansão do capitalismo comercial que ocorreu a ocupação do Novo Mundo.

Havia necessidade de incorporar novos espaços ao capitalismo mercantil da época, e as principais rotas comerciais ocorriam no Mar Mediterrâneo, as quais eram dominadas por

33

leitura cartográfica

Navegações para a América: séculos XVI e XVII

Mar

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uza

Observe o mapa e responda às questões seguintes.

1 Quais foram as principais rotas do comércio português?

2 Quais foram as principais rotas do comércio espanhol?

3 Como se caracterizava o comércio português entre a África e o território onde hoje se situa o Brasil?

4 Como se caracterizava o comércio espanhol entre a América e a Ásia?

Fonte: ATLAS da história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1995. p. 155. Adaptação.

comerciantes italianos – genoveses e venezianos. Esse fato prejudicava os comerciantes de outros países, interessados no lucrativo comércio com o Oriente, as chamadas Índias.

Por esses motivos, vários povos europeus, sobretudo portugueses e espanhóis, lança-ram suas embarcações ao mar, dando início a uma sucessão de viagens oceânicas que fi-caram conhecidas como Grandes Navegações. Além de descobrirem e dominarem o novo caminho marítimo para o Oriente, contornando a África, os portugueses não tardaram a chegar à América. Isso ocorreu quando os espanhóis, buscando outro caminho para as Índias que não o dominado pelos portugueses, rumaram para oeste, chegando ao Novo Mundo. Inicialmente com Colombo, um genovês a serviço da Espanha, os espanhóis acabaram ocu-pando extensas áreas, notadamente no México, na América Central e na porção oeste da América do Sul.

34

Geografia

Portugal e Espanha pretendiam ter o domínio exclusivo sobre as novas terras a serem

incorporadas ao capitalismo comercial da época. Os ingleses, no entanto, ocuparam a Baía

de Hudson, no norte do continente, e os franceses instalaram-se nos vales do Rio Mississipi e

do Rio São Lourenço. Esses povos dominaram diversas ilhas da América Central e uma parte

do norte da América do Sul, onde fundaram as Guianas.

Colonização da América Latina

A América Latina e a Anglo-Saxônica possuem características sociais e econômicas mui-

to distintas. O modo como foram colonizadas explica parte dessas contradições. A América

Latina foi colonizada por portugueses e espanhóis, e os Estados Unidos foram colonizados

pelos ingleses. Porém, a questão fundamental não é a origem do colonizador, mas o modo

como a colonização foi feita.

Na América Latina, a colonização foi principalmente de exploração. Na época, para Portugal e

Espanha, que viviam o capitalismo mercantil, o que importava era conseguir mercadorias valiosas

para comercializar na Europa, promovendo o crescimento econômico desses países.

Modelo exportadorInicialmente, a Espanha obteve grandes riquezas saquean-

do utensílios de ouro e outros objetos valiosos de suas colônias

na América. Depois, houve a exploração do ouro de aluvião, que

rapidamente se esgotou. Finalmente, em meados do século XVI,

iniciou-se a mineração da prata.

A descoberta da prata determinou os mecanismos de ocupação

do novo território conquistado. As terras ocupadas ficaram dividi-

das entre as áreas de mineração, particularmente o sul do México, região onde se localizava

o antigo Império dos Astecas e também o dos Maias, e Cuzco, antiga capital do Império Inca.

ouro de aluvião: aluvião se refere a sedimentos ou detritos carregados e depositados pelos rios. Desse modo, o ouro de aluvião é aquele encontrado nas margens dos rios ou em seu leito, misturado com areia e cascalho.

A cidade de Potosí, na Bolívia, foi fundada em 1545 devido à exploração de prata pelos colonizadores espanhóis. Em 1610, já era a segunda cidade mais populosa do mundo. Os impactos socioambientais da mineração na região durante séculos foram evidentes: inúmeros indígenas escravizados morreram duran-te a exploração, devido às condições degradantes de trabalho; a exploração da montanha Cerro Rico provocou forte degradação diante da erosão causada pela mineração. Além disso, a técnica espanhola para obter prata mais pura consistia em derreter o mi-nério — que contém chumbo — com mercúrio em fornos abertos. Isso liberava partículas poluentes para a atmosfera, indicando que o ser humano impactava negativamente a atmosfera desde os tempos coloniais.

saiba mais

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Indígenas trabalhando na exploração de prata em Potosí, na Bolívia. Gravura em metal de Théodore de Bry, 1590

35

Essas regiões tornaram-se as mais densamente povoadas de toda a América hispânica, necessitando de alimentos, animais de transporte e tecidos. Assim, surgiram, na colônia, áreas que se voltaram a atividades econômicas secundárias, mas estavam integradas às áreas de mineração do México. Entre essas áreas, destacaram-se o Chile e o norte da Argentina, zonas de abastecimento de alimentos, tecidos e animais; a região do Caribe, cuja principal atividade era a prestação de serviços às frotas que transportavam a prata do México; e as grandes propriedades agrícolas, especialmente em Cuba.

Os indígenas da colônia portuguesa não tinham a tradição de explorar e manipular me-tais (ouro, prata e cobre) como os da América espanhola, e estavam mais dispersos no terri-tório. No princípio, como Portugal não conseguiu encontrar jazidas de ouro no Brasil, não se interessou em explorar e ocupar suas terras no interior.

No entanto, quando a economia açucareira já se encontrava em declí-nio, por causa da concorrência com o açúcar produzido pelos holandeses nas Antilhas, foi descoberto ouro em Minas Gerais. A exploração durou de 1690 até o fim do século XVIII, perío-do de grande controle da Coroa Por-tuguesa sobre a Colônia.

Como resultado das atividades econômicas desenvolvidas, o territó-rio brasileiro foi progressivamente se configurando, como é possível ob-servar nos dois mapas.

Brasil: economia no século XVI

Fonte: ATLAS histórico escolar. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1964. Adaptação.

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BRASIL: economia no século XVIII

Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 39. Adaptação.

Julio

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36

Geografia

O sistema de exploração da terra foi basicamente o mesmo em toda a América Latina: grandes propriedades monocultoras exploradas em regime de concessão da Coroa. Essas propriedades eram sustentadas pelo trabalho de indígenas e negros escravizados, esse últi-mo típico da América portuguesa. A concessão de grandes extensões de terra aos coloniza-dores deu origem aos latifúndios na América Latina.

Nas colônias espanholas e na por-tuguesa, as propriedades mais afasta-das e menos férteis produziam gêneros agrícolas de subsistência e mercadorias necessárias para as regiões produtoras das principais riquezas. No Brasil, o ser-tão nordestino fornecia animais de car-ga para as zonas produtoras de cana, e o sul do país, carne e animais de trans-porte para a região das minas.

Desde o início, a administração espanhola nas Américas estabeleceu diferentes unidades político-adminis-trativas, todas submetidas diretamen-te aos reis da Espanha. Na América es-panhola, a atividade agrícola assumiu maior importância apenas com a diminuição da prata, principalmente na região dos Andes, a partir de meados do século XVII.

No século XVIII, diversas áreas especializaram sua produção, sobretudo em virtude do aumento da demanda europeia, decorrente da Revolução Industrial. O açúcar se destacou nas Antilhas e no Nordeste brasileiro; o cacau, na Venezuela; o fumo, em Cuba; as peles e o couro, na Argentina. Apenas o México se manteve como zona mineradora, apesar do relativo declínio da produção.

Colonização da América Anglo-Saxônica

A ocupação do norte do continente americano foi totalmente diferente da ocorrida na América Latina. Ao longo do século XVI, a região permaneceu praticamente ignorada pelos europeus. A partir do século XVII, vários fatores levaram à emigração de ingleses para a América: a expulsão de grande número de camponeses de suas terras, para transformar o campo em fornecedor de lã para as manufaturas; e as lutas religiosas, que levaram à perse-guição de protestantes.

O cenário era o seguinte: na América do Norte, havia terras com condições naturais semelhantes às europeias e que poderiam ser ocupadas por quem estivesse disposto a trabalhar; na Europa, havia grupos humanos que desejavam ficar livres da perseguição política e religiosa que sofriam e que tinham esperança de cons-truir uma vida melhor em outras terras.

©Henry Koster

protestantes: pessoas que praticam o protestantismo, ramo

do cristianismo que rejeita o catolicismo e o poder do papa.

37

Assim, em parte da América Anglo-Saxônica, foi desenvolvida a colonização de povoa-

mento, na qual muitos migrantes chegavam com o intuito de permanecer e cujo interesse

não era somente o de explorar as terras conquistadas.

A ocupação do território norte-americano pelos ingleses iniciou-se pelo leste, dando ori-

gem às primeiras colônias da América do Norte, que ficaram conhecidas como Treze Colônias.

Nas colônias do sul, as características naturais favoreceram a exploração de produtos tro-

picais, sobretudo algodão, cana, tabaco e arroz. Por isso, a ocupação foi semelhante à das

áreas de colonização portuguesa e espanhola: havia grandes propriedades onde era cultivado

um único produto (monocultura), voltadas para o mercado externo e estruturadas sobre o

trabalho dos escravizados. Pode-se dizer, portanto, que essas colônias eram de exploração:

exportavam produtos agrícolas para a metrópole inglesa e importavam manufaturados.

No norte e na porção central, o processo de colonização foi bastante diferente. Com um

território disponível menor, essas colônias não desenvolveram grandes lavouras extensivas,

já que se localizavam entre o litoral e os Montes Apalaches, com solos pouco férteis e clima

tipicamente temperado. Apesar da proibição do governo inglês, as colônias dessa região de-

senvolveram, desde o início, uma atividade manufatureira voltada ao mercado consumidor

interno. Também praticaram um importante comércio com as Antilhas, algumas áreas do

continente africano e com a própria Europa.

A Inglaterra passou a controlar mais de perto o comércio e as atividades econômicas colo-

niais apenas no século XVIII, colocando-se como intermediária obrigatória das trocas comer-

ciais, além de impor várias taxações e restrições às manufaturas. Em plena Revolução Indus-

trial, esse país pretendia transformar as colônias em consumidoras de seus produtos têxteis.

Com relação à regionalização e colonização da América, relacione corretamente as colunas.

A. América Latina

B. América Anglo-Saxônica

( ) A colonização dessa parte do continente é conhecida como colonização de povoamento, pois houve fixação da população no território.

( ) Há o predomínio de línguas latinas, como espanhol e português.

( ) Formada por México, América Central e América do Sul.

( ) Os colonizadores tinham como objetivo obter lucros com a exploração dessa parte do continente.

( ) Formada por Estados Unidos e Canadá.

( ) A língua inglesa é predominante.

Independência e conformação territorial das Américas

Entre os séculos XVIII e XIX, as colônias americanas passaram por diversos movimentos

de independência em relação às metrópoles europeias. Esses movimentos resultaram, por

extensão, em diversas alterações na conformação territorial do continente.

América Anglo-SaxônicaA formação do território da América Anglo-Saxônica teve vários capítulos ao longo da

história. A população que ocupava essas áreas há milhares de anos, antes da chegada dos

38

Geografia

europeus, foi dizimada, escravizada ou expulsa para pequenas porções de terra em regiões

distantes. Portanto, a configuração atual do território norte-americano está diretamente re-

lacionada com o processo de colonização.

As Treze Colônias inglesas estabelecidas na América atraíram diversos grupos, como ca-

tólicos, protestantes e judeus, com a promessa de progresso e liberdade existente. As áreas

do interior atraíram outros colonizadores, como os franceses, que ocuparam o vale do Rio

Mississipi, a região dos Grandes Lagos e o vale do Rio São Lourenço a partir de 1608, gerando

tensão entre a França e o Reino Unido.

Em meados do século XVIII, a Europa passou por um grande conflito (Guerra dos Sete

Anos), envolvendo diversas nações, inclusive França e Reino Unido. Essa guerra se estendeu

nas colônias e fez com que os franceses cedessem os territórios na América. Após esse con-

flito, a pressão da metrópole inglesa sobre o comércio e as atividades econômicas coloniais

aumentou, bem como as ideias de liberdade e igualdade pregadas por vários líderes, provo-

cando os conflitos que culminaram na independência das Treze Colônias e a formação dos

Estados Unidos da América, em 1776.

Depois da independência, milhares de imigrantes europeus (ingleses, escoceses, irlande-

ses, italianos, etc.) continuaram chegando aos Estados Unidos, atraídos pelo desenvolvimen-

to do novo país. Houve, portanto, um grande crescimento da população, fato que provocou

a expansão do povoamento para o oeste. Com essa expansão de suas fronteiras, conhecida

como marcha para o oeste, os Estados Unidos anexaram e compraram territórios de outros

colonizadores, o que levou ao extermínio de muitos grupos indígenas que tentavam barrar

esse movimento.

Estados Unidos: formação do território

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Fonte: ATLAS histórico escolar. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1991. Adaptação.

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Batalha de Maipu, ao sul de Santiago, Chile, travada em 5 de abril de 1818, na qual os chilenos, comandados por San Martín, conquistaram sua independência da Espanha

América LatinaA partir do século XVIII, o capitalismo passou por profundas mudanças, resultantes, prin-

cipalmente, das novas formas de organização do trabalho e das inovações técnicas possibili-tadas pela invenção da máquina a vapor.

A Revolução Industrial alterou a estrutura de circulação do capital, pois o principal setor da economia passou a ser o da produção, e não mais o do comércio. As indústrias inglesas expandiram seu mercado não apenas em suas colônias, mas também nas colônias luso-his-pânicas, por meio de acordos com os governos português e espanhol. Para tanto, Inglaterra e França, as novas potências do capitalismo industrial, defenderam o liberalismo econômico, ou seja, a diminuição da influência do Estado na economia e a liberdade total de comércio, com o rompimento dos monopólios metropolitanos.

A pressão da Inglaterra surtiu efeito porque Portugal e Espanha, presos ao sistema mer-cantilista, não apresentavam desenvolvimento manufatureiro, muito menos industrial, para suprir as necessidades das colônias. A falta de vários produtos impedia a expansão econômi-ca das colônias, que sofriam com a excessiva carga de restrições comerciais e impostos co-brados pela metrópole. Esse fator descontentou, cada vez mais, a elite econômica colonial, representada sobretudo pelos nascidos na América, chamados criollos, que também eram impedidos de exercer cargos públicos e, portanto, de ocupar os principais postos políticos.

A destituição do rei Fernando VII e sua substituição por José Bonaparte, irmão do im-perador francês Napoleão Bonaparte (1808), desencadeou a luta pela independência nas colônias espanholas. Assim, formaram-se governos locais, que não aceitavam o novo gover-no. Esse movimento deu origem a várias disputas e conflitos armados com o objetivo de conquistar a independência para as várias regiões da América espanhola.

Porém, ao contrário do que aconteceu com a América portuguesa, da qual resultou um único país, o Brasil, a América espanhola deu origem a vários países. Estudiosos não têm a mesma opinião sobre os motivos que causaram essa divisão, mas, em alguns casos, as fron-teiras atuais desses países são herança do período colonial ou resultaram de disputas inter-nas após a independência.

40

Geografia

A regionalização do continente americano em América do Norte, América Central e América do Sul segue critérios . A América Anglo-Saxônica e a América Latina são regionalizações que levam em consideração características do continente.

o que já conquistei

2 Cada afirmação seguinte corresponde a uma palavra do quadro. Faça essa correspondência.

europeus Estados Unidos Asteca

América Latina Maia Inca colônias

a) Civilização pré-colombiana que habitava a Península de Yucatán, no México, e parte da América

Central.

b) Povos que conquistaram as Américas e foram responsáveis pelo extermínio de várias nações

indígenas.

c) Sistema que os impérios espanhóis, portugueses, ingleses, franceses e holandeses estabelece-

ram na América.

d) Civilização pré-colombiana que se desenvolveu na região dos Andes, principalmente nos atuais

territórios peruano e boliviano.

e) Porção do continente americano situado do México ao Chile e Argentina, no extremo sul.

f) Assim como ocorreu no Brasil, o sentido da colonização desse país se deu no sentido leste para

oeste.

g) A Cidade do México foi erguida sobre os escombros de Tenochtitlán, cidade que simbolizava a

grandeza desse império.

3 De que forma é possível relacionar as Grandes Navegações à descoberta da América?

4 Leia a frase seguinte e responda à questão.

Inicialmente, a Espanha obteve grandes riquezas saqueando utensílios de ouro e ou-

tros objetos valiosos de suas colônias na América. Depois, houve a exploração do ouro de

aluvião, que rapidamente se esgotou. Finalmente, em meados do século XVI, iniciou-se a

mineração da prata.

As atividades econômicas configuram os espaços geográficos de acordo com suas dinâmicas produ-tivas. De que forma a mineração da prata influenciou a organização do território americano?

1 Complete as lacunas do texto.

41

capí

tulo

Um dos traços marcantes do continente americano é sua ex-tensão territorial no sentido norte-sul, resultando em grande di-versidade de paisagens naturais. Uma delas são as Cataratas do Niágara, na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá. Você já ouviu falar desse local? Elas estão localizadas a mais de 40º de la-titude norte, o que torna o local bastante frio no inverno. Na ima-gem, elas aparecem congeladas por uma nevasca. Esse tipo de fenômeno e outras paisagens naturais presentes na América não são observados no Brasil. Que outras paisagens naturais do con-tinente americano não ocorrem no Brasil? Por que isso acontece?

• Relevo americano

• Hidrografia da América

• Clima da América

• Vegetação original do continente

América: aspectos naturais3

Cataratas do Niágara, na fronteira do Canadá com os Estados Unidos, 2015

©Armando Fernandes / Alamy / Fotoarena

o que vocêvai conhecer

42

Geografia

• Conhecer as características do relevo, da hidrografia, do clima e da vegetação que formam e integram as paisagens naturais do continente americano.

• Compreender os fatores que influenciam a variedade de paisagens da América.

• Identificar a inter-relação entre os componentes naturais do continente americano.

• Reconhecer a relação entre sociedade e natureza, refletindo sobre como os limites e os condicionantes dos elementos naturais atuam sobre a interven-ção do ser humano no espaço.

Relevo americano

O continente americano ocupa todas as zonas climáticas do planeta, devido à sua ex-tensão latitudinal. Nele, é possível observar diversas condições climáticas que, em interação com a cobertura vegetal e as características geomorfológicas, resultam em uma variedade de paisagens naturais, muitas delas existentes há milhões de anos. Essas paisagens se mo-dificam em ritmo mais lento que o das sociedades que interagem com elas. A ação humana tem intensificado a exploração de recursos naturais, colocando em risco a existência de mui-tas paisagens.

O relevo é uma das características relevantes na formação das paisagens naturais. Você sabe como as diferentes formas de relevo interferem na configuração das paisagens? Na imagem que retrata o vulcão Osorno, no Chile, você consegue identificar características da paisagem diretamente relacionadas com a forma do relevo?

Vulcão Osorno, Chile, 2018

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O relevo da superfície terrestre resulta da ação conjunta dos fatores internos e exter-

nos que atuam sobre a crosta terrestre. O relevo do continente americano não foge a essa

regra. Causados basicamente pela movimentação das Placas Tectônicas, os fatores internos

são: tectonismo, terremoto e vulcanismo. Os fatores externos são: chuva, vento, rios, mares,

gelo, neve e seres vivos.

Formação do continente

As Placas Tectônicas são imensas porções da crosta terrestre que estão lado a lado e em

constante movimento, por causa da pressão que o magma, material pastoso e incandescen-

te presente no manto, exerce contra elas. Isso explica as contínuas alterações de posição e

tamanho dos continentes desde a formação do planeta Terra, bem como os movimentos que

ainda ocorrem na crosta, causando os terremotos, por exemplo.

Há milhões de anos, existia ape-

nas um continente na superfície ter-

restre, ao qual os cientistas deram o

nome de Pangeia. Com o passar do

tempo, esse continente se fragmen-

tou em dois: Laurásia e Gondwana.

Por volta de 135 milhões de anos

atrás, iniciou-se a divisão de Gondwa-

na nas porções africana e sul-america-

na. Desde então, o afastamento entre

elas é causado pela expansão do solo

do Oceano Atlântico.

A separação do continente laura-

siano ocorreu há cerca de dez milhões

de anos, com a abertura do Atlântico

Norte e o afastamento da América do

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O vulcanismo é um dos fatores internos que modelam a crosta terrestre. Vulcão Colima, México, 2017

A chuva, a alteração de temperatura e a atividade orgânica são fatores externos que agem na crosta terrestre. Sua ação está exemplificada nas formações rochosas no Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa, Paraná, 2017

Deriva continental

Fontes: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009; PRESS, F. et al. (Org.). Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2006. Adaptação.

44

GeografiaGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGeGGeGeGGGeGGeGeGeGGGGGGGGeGeGeeGGGGGGGGGGGeGeGGGGGGGGeGeGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG ogogogogogogogogogogogogogogogogogogogogogogogogoggogogogogoggogogoggogggoggggggggggogogoggggoggggggggggoooogoggggggggogogogogggggggogggggggogogogggggrararararararararrararararararararararararrarararararararaaraaraarararrrarrararrrrrrarraaaaaraafififffififififiiffififififififiifififfififififffififfffififffififfifffifffffffffffffiffffifffff aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Norte do continente europeu. A partir daí, a distribuição dos continentes se tornou muito

parecida com o que se conhece atualmente.

O movimento das placas, além de ter dado origem ao bloco continental americano, oca-

sionou profundas alterações em suas formas. A mais significativa delas foi a formação de

grandes cadeias montanhosas em todo o oeste do território americano, há 65 milhões de

anos, na Era Cenozoica. Essas cadeias se estendem do Alasca, no extremo noroeste, até a

Terra do Fogo, no extremo sul do continente. Essa formação está ligada especificamente ao

choque das placas do Pacífico e de Nazca com as placas americanas.

Na América do Norte, esses dobramentos formaram as Montanhas Rochosas, cujas al-

titudes atingem mais de quatro mil metros. Elas atravessam o Canadá e os Estados Unidos,

prolongando-se pelo território mexicano com o nome de Serra Madre Oriental.

Junto à costa do Oceano Pacífico, as montanhas formam a Cadeia da Costa. Mais para o

interior, erguem-se a Cadeia das Cascatas e a Serra Nevada e, no sul, a Serra Madre Ocidental.

Entre as Montanhas Rocho-

sas e as cadeias próximas ao Pa-

cífico, existem grandes planal-

tos de relevo acidentado, como

o de Colúmbia, no Canadá; e os

da Grande Bacia e do Colora-

do, nos Estados Unidos. Entre a

Serra Madre Oriental e a Serra

Madre Ocidental, encontra-se o

Planalto do México. Observe es-

sas formas de relevo no mapa.

Unidade do relevo americano

Fonte: ATLANTE geográfico metódico. De Agostini 2006-2007. Novara: Instituto Geográfico De Agostini. 2006. Adaptação.

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Parte da Cordilheira dos Andes ao fundo e o Vale da Lua no deserto do Atacama em primeiro plano, Chile, 2018

©Delphotos / Alamy / Fotoarena

45

Compare o mapa e a imagem da página anterior e explique: qual é a relação existente

entre o movimento das Placas Tectônicas e a formação da Cordilheira dos Andes?

setentrional: localizado ao norte.

Esta área do Parque Nacional Gros Morne,

localizado em Terra Nova e Labrador, no Canadá, é um exemplo da ação da erosão glacial nos planaltos setentrionais da América do Norte

A Cordilheira dos Andes é um elemento característico do relevo da costa ocidental da

América do Sul. Durante séculos, constituiu parte do território da civilização inca e possui

um histórico de exploração de recursos minerais, como prata, cobre, zinco, entre outros, que

levou a uma intensa modificação do espaço natural. Atualmente, a região concentra a maior

reserva mundial de lítio, mineral de alto valor no mercado, por ser essencial para a produção

de baterias e medicamentos. Apesar de a mineração ser intensa, o território andino também

contempla dezenas de unidades de conservação e sítios arqueológicos preservados.

Planaltos e formações montanhosas antigasOs planaltos e as montanhas antigas são áreas expostas à ação de agentes erosivos, por

isso apresentam altitudes modestas. O continente americano, devido à grande extensão no

sentido norte-sul, possui terras nas diferentes zonas térmicas do planeta e, por isso, sujeitas

aos mais diversos fatores climáticos.

O relevo é determinante para a aridez dos planaltos do oeste dos Estados Unidos e do

México. Isso ocorre porque o oeste da América do Norte é atingido por ventos quentes e úmidos

vindos do Pacífico. Ao encontrar as grandes cadeias de montanhas junto à costa, esses ventos

são obrigados a se elevar. Com isso, perdem calor e sua umidade se condensa, precipitando-se

em forma de chuva. Como consequência, os ventos chegam secos ao interior, causando aridez.

Na porção setentrional da América do Norte, há o Planalto Canadense, cujas altitudes

mais elevadas estão na Península do Labrador. Esse planalto foi bastante alterado pela ero-

são glacial: há cerca de 25 mil anos, as geleiras, que atualmente cobrem a Groenlândia e as

Ilhas Árticas, avançaram bastante para o sul, ocupando boa parte da

América do Norte e criando vales profundos, que transformaram a

paisagem, como mostra a fotografia abaixo.

Em seu deslocamento, as geleiras abriram vales profundos e provocaram muitas depres-

sões. Terminada a glaciação, muitos desses vales foram aproveitados pelos rios que se for-

mavam, e as depressões de origem glacial se transformaram em lagos.

Na porção leste da América do Norte, o destaque são os Montes Apalaches. Assim como o

da página seguinte, observe o perfil do relevo de parte da América do Norte.

©All Canada Photos / Alamy /Fotoarena

46

Geografia

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

Estados Unidos da América

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Bo

ra

conectadoO perfil do relevo consiste em um corte imaginário de uma região, no sentido longitudinal

ou transversal, para representar o contorno do relevo na porção do terreno por onde ele pas-

sa. Por mostrar a silhueta de montanhas, vales, depressões, entre outras formas de relevo,

essa representação é muito importante para o estudo do relevo de uma região.

América do Norte: perfil do relevo

Altitude

(metros)

6 000

4 000

2 000

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OceanoPacífico

Cadeia da costa

Rio Srake

Grande Bacia

Montanhas rochosas

Rio Missouri

Rio Mississipi

Grandes Lagos

Montes Apalaches

OceanoAtlântico

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47

É possível construir um perfil topográfico manualmente, conforme mostra a imagem ao lado. Ela demonstra como se representa o perfil topográfico de uma bacia hidrográfica.

Na parte superior, nota-se que o relevo é representado em diferentes faixas de altitude e projetado no papel, na forma de curvas de nível. Cada uma dessas linhas simboliza uma cota altimétrica, denominada isolinha. Os to-pos dos morros estão situados nos pontos que ficam a 562 e 571 metros, de onde nascem os afluentes do rio principal. Quanto mais íngre-me (inclinada) for uma encosta, mais próximas estarão as curvas de nível umas das outras. É possível observar que o ponto mais baixo do terreno é justamente o vale, por onde corre o rio principal.

Atualmente, graças às imagens de satélite, é possível elaborar perfis de relevo usando progra-mas de computador. No Google Earth, é possível visualizar, de maneira simples e gratuita, perfis de relevo de qualquer lugar do mundo.

Perfil do relevo de uma seção do bairro Guabirotuba, Curitiba, PR, 2018

Fonte: ©Google Earth/Image © 2019 Digital Globe. Adaptação.

Perfil do relevo de uma seção do bairro Guabirotuba, Curitiba, Paraná, 2018

Que tal elaborar o perfil de relevo do bairro onde se localiza a sua escola? O professor irá explicar como fazer.

FRITZ, Paulo Roberto. Cartografia básica. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. p. 98.

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ritz

48

Geografia

Na porção centro-norte da América do Sul, predominam extensas áreas de depressões

que sofreram, e ainda sofrem, intensos processos erosivos e apresentam altitudes mais bai-

xas em relação às unidades limítrofes. Essas depressões são cercadas de formações de re-

levo mais elevadas. Quando abrigam grandes cidades industrializadas, pode ocorrer a con-

centração de poluentes em sua atmosfera, pois os ventos têm mais dificuldade de circular e

dispersar a poluição.

Com exceção do nordeste do Brasil, onde se destaca a imensa Depressão do São

Francisco, no restante do território as unidades predominantes são os planaltos.

O Planalto Brasileiro cobre a maior parte da região central do Brasil e das porções leste,

sul, sudeste e nordeste do país. Em sua grande parte, é constituído de terrenos cristalinos

e muito desgastados. Também abriga relevos bastante acidentados e escarpados, regional-

mente denominados serras – Serra do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, entre outras. No

extremo sul do continente, destaca-se o Planalto da Patagônia.

Planícies centrais e litorâneasEntre as cadeias de montanhas ocidentais e os planaltos e as montanhas do leste, o

continente americano apresenta grandes planícies centrais, bastante planas e sedimentares.

Na América do Norte, no entanto, a maior parte da Planície Canadense é formada por

rochas cristalinas expostas. Essa planície contorna a Baía de Hudson e alonga-se para o sul,

unindo-se à Planície dos Grandes Lagos.

Entre a Península do Labrador e os Apalaches, localiza-se a Planície de São Lourenço, es-

treita faixa de origem fluvial, com sedimentos depositados pelo rio de mesmo nome. Ainda

na América do Norte, há a Planície do Mississipi, no sentido norte-sul. Essa planície se esten-

de para o sul e constitui a Planície do Golfo, que recebe esse nome porque suas terras baixas,

e às vezes alagadiças, contornam o Golfo do México.

Na porção sul do continente, destacam-se a Planície do Orinoco, a Amazônica e a Plati-

na. Em sua parte norte, a Planície Platina é chamada de Planície do Chaco e, no sudoeste do

Brasil, de Planície do Pantanal.

As planícies centrais, tanto na América do Norte quanto na América do Sul, facilitam a

movimentação das massas de ar. A Planície Amazônica, por exemplo, favorece a penetração

dos ventos alísios de nordeste, que, por serem úmidos, contribuem para a elevada pluviosi-

dade na região. Já na América do Norte, durante o inverno, as frentes polares e o ar polar

penetram em direção ao sul, aproveitando-se do grande corredor formado pelas planícies

centrais. Nessa época, até mesmo as águas das Cataratas do Niágara podem vir a congelar,

como foi possível observar na imagem de abertura do capítulo.

Em todo o continente americano, na costa do Pacífico, existem pequenas planícies litorâ-

neas. Elas são estreitas e frequentemente interrompidas, pois, em muitos lugares, o oceano

está em contato direto com as encostas das montanhas.

Na costa do Atlântico, o continente apresenta muitas planícies litorâneas, algumas bem

largas. Elas recebem deposição de sedimentos marinhos e também dos muitos rios que de-

sembocam no Atlântico.

49

Nos períodos de chuvas intensas, as áreas de planície situadas próximas às margens de

rios frequentemente ficam sujeitas a inundações. Quando essas áreas são povoadas desor-

denadamente, pode ocorrer maior impermeabilização dos solos, o que reduz as áreas de

infiltração da água da chuva. Isso aumenta os riscos de inundações e pode causar muitos

prejuízos sociais e econômicos.

O Brasil possui uma grande área costeira ao longo do seu território. Em alguns desses

locais, rios desembocam no mar, gerando o encontro de águas doces com as águas salga-

das. O resultado desse encontro é a formação do bioma dos mangues ou manguezais, que

estão em grande quantidade no Brasil e que possuem equilíbrio e fauna muito sensíveis

à ocupação humana.

atividades

1 O relevo resulta da ação conjunta de fatores internos e externos que atuam sobre a crosta terres-tre. Cite dois fatores internos e dois fatores externos responsáveis pela formação do relevo no continente americano e exemplifique.

2 Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas, de acordo com as características das principais formas de relevo do continente americano. Corrija as afirmações falsas.

a) ( ) Os relevos mais característicos da América foram originados pelas forças externas da Ter-ra, como as Montanhas Rochosas e a Cordilheira dos Andes.

b) ( ) O relevo da porção central da América do Norte e da América do Sul caracteriza-se por planícies.

c) ( ) As áreas de depressões são encontradas com mais frequência na porção centro-norte da América do Sul e possuem relação com intensos processos de erosão.

d) ( ) As margens dos rios de planície podem se tornar zonas de risco quando são ocupadas sem planejamento, devido ao risco de inundações.

e) ( ) O Planalto Canadense foi bastante erodido pelo deslocamento das geleiras que cobriam a

região há 25 mil anos.

50

Geografia

Hidrografia da América

De modo geral, o continente americano apresenta hidrografia abundante, pois suas ter-

ras são drenadas por numerosos rios, que seguem as linhas gerais do relevo. Para a geração

de energia elétrica, muitos rios de planalto são aproveitados com a construção de hidrelétri-

cas, como a Hidrelétrica de Guri (Rio Caroni), na Venezuela, e a Churchill Falls (Rio Churchill),

no Canadá. Outros rios, por estarem situados em planícies, são intensamente utilizados para

o transporte de pessoas e mercadorias, como o Mississipi (Estados Unidos) e o Amazonas

(Brasil). Além dos rios, há muitos lagos, especialmente na América do Norte.

1 Escreva o nome de três rios da América do Norte e o nome do oceano em que deságuam.

2 Localize três rios da América do Sul e escreva o nome do oceano ou do mar em que deságuam.

3 Explique a relação existente entre as formas de relevo, a extensão dos rios e a direção para onde eles correm no continente americano.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

América: físico

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Analise o mapa e responda às questões propostas.

51

8. ano – Volume 188888888888888.8.8.88.8.888.8888888888.88.88.88.8.8..88.88.888888888.888...88.8.8.8888888888.888.88.888888888.88.888888.8.88.8888888.8.8.8.88.8..88.888.88.8888.8.888..8888.8.88.8.8.8.88888888.8.8.888888.8.888888.888888.8888.888888.888888...888888888888888 aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaannnononnnnnononononnnonononononononnonononononononooooooonononononononononononnonnnonnnnnnnnonononononoonononoonoonooooonoonoonoonononnononononononoooononononooooonooonoonononnonnnonnnonooooonooononoooonoonononnonnnonnonononoonoonoononoooooonoooononononononononononononooonooooooonoonononnonononononoooonoonoonoonooonononooonooonoooonoononnonnnonnonooooononoooononnonnnnononononoooooooononnnnonononononoooooonoooononnnnnononononoonnonononnnnnonononononnnnnnnnononnnnoooonnnnonoononoonononnnnnononnnnnnnooonnnnnnooononnoonnnnnnnonooooooonnnnnnnooooooonnnnnnnnooooooooo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVololololooolololololoolololololllolollolollololllololololololololololollolololollolololololololollloolooololololollolllololoollllolololololollollololooollllololololoololololollololololololololololololololollolololoololololoololololoololollololooloolooololololololollololoolololoooloololololollllolololooooolololollllllllolololoollllllllooololollllllllololooolollllllllllooolololololollllllollololoooooooloololollllolllolooooooololooooooooololoololololoooolollloloooololololooololloolllollooooollllloooooloooollollllloooolloooooollllooooooololoolloooollollooooolllooooo umumuuumumumuuuumumumumuuumumumumumumumumumumumumummummummummumummummumumumumummummmumumumumummmmuuumumumuuumumuumumuumuumumumumumumummmmmummumumummummumumummumummmumumummuuumumumumuuuuuumumummmmummmmumummummummmmmmmumumuuumuumuumumumumummmmmmmmmmmmmmmumumummummmumummuumuuumumumumummmmmmmmmmummmmmmmmumummummummmmmmuuumuumumumumummmumummmummmmmummmummmummmmmumuuuuumuumumummmmmummmmmmmmmummmummmmumumumumuuumuuuumumumummumummmmmmummummummumumuuuumumumummmmmmmmmmmuuumuumumummmmmummmummuuumumumummmmmummumummumuumumumummmmmmuuuuumumummmmmummmmmmuuuumumumummmmmmmummmummmuuuuumummmmmmmumumummmmuuuummmmummmmmuuummmuuuummmuuuuuuummmmmmuuuuuuuuuuummmmmmuuuuuuuuuuuuumummuuuuuuuuumumume e eeeeeee ee ee eeee e ee e eeeee e e e eeeeee eeeeeeeeee eeeeee eee ee eeeeeeeeeee eeeeee e eee eeeeeeeeee eeeeeee eeeeeeeeee e e eeeeeee eeeeee ee eeeeeeeeeeeeeeee eeeeeeeeeeeee eeeeeee eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee eeeeeeeee eeeeeeeee eeeeeeeeeee eeeee eeeeeeee eeeee eeeeeee 111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111

Observe a imagem ao lado. Ela repre-senta uma bacia hidrográfica, que consiste na área drenada por um rio principal e seus afluentes, cujos limites constituem os divi-sores de águas. As vertentes de uma bacia são os planos de declive que cercam um vale, indicando o sentido do deslocamento dos rios.

Assim, os cursos dos rios do continente americano podem ser agrupados em qua-tro vertentes: do Pacífico, Ártica, do Golfo do México e do Atlântico.

Esquema de uma bacia hidrográfica

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Vertente do Pacífico

Em virtude do relevo das regiões que percorrem, os rios da Vertente do Pacífico ge-ralmente são pequenos e têm curso encachoeirado, pois quase sempre descem das altas montanhas do oeste americano. Essas características podem ser notadas principalmente na América do Sul, onde não existem grandes rios.

Na América do Norte, entretanto, a vertente do Pacífico apresenta alguns rios de relati-va expressão. Isso acontece porque as montanhas jovens do oeste são mais largas e de me-nores altitudes que as da América do Sul. Entre eles, destaca-se o Rio Colorado, que nasce no planalto de mesmo nome, e seu curso tem 2 334 quilômetros. Por percorrer rochas sedimen-

famoso deles é o Grand Canyon, que chega a atingir uma profundidade de 1 800 metros e tem, em certos trechos, apenas 30 metros de largura.

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Vertente

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Ao correr sobre o planalto, formado por rochas sedimentares pouco resistentes à erosão, o Rio Colorado escavou profundamente seu vale. Arizona, Estados Unidos, 2018

52

Geografia

Vertente Ártica

Essa vertente compreende os rios que nascem nas Montanhas Rochosas ou no Planalto Canadense e correm para o norte. A maior parte deles deságua na Baía de Hudson.

A principal característica dos rios da Vertente Ártica é que suas águas ficam congeladas durante boa parte do ano, visto que estão localizados em altas latitudes da América do Norte.

O Rio Mackenzie é o maior e o mais importante da Vertente Ártica. Ele nasce no Grande Lago do Escravo, nas Montanhas Rochosas, e deságua no Oceano Glacial Ártico. Com quase 1 800 quilômetros de extensão, é uma importante rota de transporte para as pequenas co-munidades do norte canadense. Nessa região, a exploração de recursos minerais e energia fóssil vem aumentando, o que representa grande preocupação para o ecossistema local, pois a bacia desse rio abrange uma das áreas mais preservadas do mundo.

Vertente do Golfo do México

Diversos rios deságuam no Golfo do México, vindos tanto das montanhas jovens do oeste quanto dos planaltos e montanhas velhas do leste. O principal deles é o Rio Mississipi, que nas-ce perto dos Grandes Lagos e corre para o sul. É típico de planície, sendo navegável em quase toda a sua extensão, de 3 779 quilômetros. Por isso, esse rio desempenhou um papel histórico importante, a ponto de ser apelidado de “rio da unidade nacional”, servindo de via de transporte entre o norte e o sul dos Estados Unidos.

Passando por uma área altamente industrializada, o Rio Mississipi é um dos canais comerciais mais movimenta-dos do mundo. Por estar próximo a im-portantes terras agrícolas na planície, esse rio foi submetido a um notável grau de ocupação, controle e modifica-ção de suas margens e leito natural.

Além do Mississipi, é importante destacar o Rio Grande, que nasce no Planalto do Colorado e é uma frontei-ra natural entre os Estados Unidos e o México.

Vertente do Atlântico

A Vertente do Atlântico é a mais extensa e a mais importante do continente americano. Sua importância se deve a um grande número de bacias e ao papel desempenhado por mui-tos rios no povoamento e na economia das regiões que percorrem. Além disso, na Vertente do Atlântico, estão incluídas as duas maiores bacias hidrográficas do mundo: a Amazônica e a Platina.

Por dividir os Estados Unidos e o México, vários mexicanos e outros latino--americanos já morreram tentando atravessar o Rio Grande em busca de trabalho e melhores condições de vida nos Estados Unidos. Boquillas del Carmen, México, 2013

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53

O Rio Amazonas, o maior do mundo, com extensão de 6 992 quilômetros, começa na

região do Nevado Mismi, uma montanha na Cordilheira dos Andes, ao sul do Peru. Em seu

percurso ele tem vários nomes e recebe dezenas de afluentes, alguns chegam a medir mais

de 1 500 quilômetros. Os maiores afluentes são Javari, Juruá, Purus, Madeira, Tapajós e Xin-

gu, pela margem direita; e Japurá, Negro, Trombetas e Jari, pela margem esquerda. Quando

dois desses grandes afluentes se encontram, rios Negro e Solimões, passam a se chamar Rio

Amazonas. Em sua foz, encontra-se a Ilha de Marajó, a maior ilha costeira do Brasil.

Grande parte da área que corresponde à Bacia Amazônica abriga uma das maiores bio-

diversidades do planeta e apresenta condições adequadas para a navegação fluvial. Nessa

área, também existem mais de 35 usinas hidrelétricas, com destaque para: Samuel, no Rio

Jamari, em Rondônia; Balbina, no Rio Uatamã, no Amazonas; Curuá-Una, no rio de mesmo

nome, no Pará; e Coaracy Nunes, no Rio Araguari, no Amapá.

A Bacia Platina é formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, cada qual com seus

afluentes. O Paraguai é tributário do Paraná; o Uruguai, por sua vez, desemboca junto à foz

do Rio Paraná, no chamado estuário da Prata. Por isso, esse conjunto hidrográfico recebeu o

nome de Bacia Platina ou da Prata.

Ao todo, a Bacia Platina estende-se por 4 350 mil quilômetros quadrados e abrange ter-

ras do Brasil, do Paraguai, da Argentina, do Uruguai e da Bolívia.

O Rio Paraná, com 4 500 quilômetros de extensão, é o principal da Bacia Platina. Em

seu trecho superior, é um rio de planalto, e no curso inferior, um rio de planície. Seu enor-

me potencial hidráulico é bastante aproveitado por grandes usinas hidrelétricas, entre elas

destaca-se a de Itaipu, localizada na divisa do Brasil (Foz do Iguaçu, Paraná) com o Paraguai

(Cidade de Leste). Depois de receber as águas do Rio Paraguai, já em território argentino, o

Rio Paraná torna-se totalmente navegável. Em virtude de seu duplo e intenso aproveitamen-

to, constitui-se o rio economicamente mais importante da América do Sul.

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Tríplice Fronteira

Fonte: ©Google Earth/Image © 2019 DigitalGlobe Image © 2019 CNES / Airbus. Adaptação.

O Rio Paraná

encontra-se com o Rio Iguaçu no ponto denominado Tríplice

Fronteira, entre o Brasil, a Argentina e o

Paraguai

54

Geografia

Lagos americanos

Existem numerosos lagos na América do Norte, principalmente no Canadá. Quase todos

são de origem glacial, ou seja, formados pela erosão de geleiras.

Há milhares de anos, o clima no norte do continente era muito mais frio, por isso as imen-

sas massas de gelo, que atualmente existem apenas nas redondezas dos polos, estenderam-se

por todo o atual território do Canadá e do norte dos Estados Unidos. Em seu deslocamento, as

geleiras alteraram bastante o terreno por onde passavam, aplainando o relevo em alguns luga-

res e escavando vales e buracos de diversos tamanhos em outros. Com o passar do tempo, em

função do aquecimento do clima, as geleiras foram derretendo, e a água encheu as cavidades

antes escavadas. Assim, surgiu grande parte dos lagos da América do Norte.

Os Grandes Lagos são um conjunto formado de cinco importantes lagos americanos: Su-

perior, Michigan, Huron, Erie e Ontário. Como esses lagos se comunicam uns com os outros e

estão ligados ao Atlântico pelo Rio São Lourenço, representam excepcionais vias de navega-

ção, permitindo que navios de alto-mar cheguem até a cidade de Chicago, no Lago Michigan,

em pleno interior do continente. Em função de sua navegabilidade, esses lagos contribuíram

para que a região onde se encontram se tornasse, do ponto de vista econômico, uma das

mais importantes de todo o continente americano.

Entre o Lago Erie e o Ontário, estão localizadas as famosas Cataratas do Niágara, forma-

das por diversas quedas-d’água dispostas em forma de uma enorme ferradura e com consi-

derável altura. Para não prejudicar sua beleza natural, o potencial hidráulico é aproveitado

apenas em parte.

Ao contrário da América do Norte, a América do Sul apresenta poucos lagos. Merece

referência, entretanto, o Lago Titicaca, por ser o lago navegável mais alto do mundo, locali-

zado a 3 810 metros de altitude, entre o Peru e a Bolívia.

Relacione as colunas de acordo com as características das vertentes do continente americano.

A. Vertente Ártica

B. Vertente do Pacífico

C. Vertente do Golfo do México

D. Vertente do Atlântico

( ) Rios de pouca extensão e encachoeirados são caracte-

rísticos dessa vertente devido ao relevo das regiões que percorrem.

( ) O Rio Mackenzie é o maior e o mais importante dessa ver-tente, cujos rios permanecem congelados boa parte do ano.

( ) Os rios dessa vertente, a mais extensa do continente americano, têm um papel importante no povoamento e

na economia das regiões que percorrem.

( ) Diversos rios fazem parte dessa bacia, como o Rio Mis-sissipi, que corta uma região da América do Norte muito importante economicamente.

Questão hídrica

Segundo a ONU, em todo o planeta, 40% das pessoas são afetadas por falta de água e

mais de 2 bilhões de pessoas têm acesso a água de má qualidade. As atividades industriais

55

O Brasil possui cerca de 12% da água doce de todo o planeta. Porém, essa água não é distribuída igualmente em todo o nosso território, o que pode gerar situações de escassez, agravadas por questões climáticas e pela má gestão hídrica. Por isso, tem crescido no Brasil o debate sobre as questões hídricas, para resolver questões que podem gerar conflitos. A Hidrelétrica de Itaipu, por exemplo, resultou de uma disputa histórica entre Brasil e Paraguai. Pesquise as causas desse conflito e os desafios desses países para lidar até hoje com a gestão desse importante recurso. Anote as informações obtidas no caderno. Em data oportuna, o professor pedirá a você para compartilhá-las com a turma.

pesquisa

e as agropecuárias são responsáveis pela maior parte do consumo mundial desse recurso.

Na América Latina, que abrange muitos países em desenvolvimento, a maior parte da água

é consumida pelos empreendimentos agropecuários. Já na América Anglo-Saxônica, que

abrange países considerados mais desenvolvidos, a maior parte destina-se ao uso industrial.

saiba mais

TANJI, Thiago. A gota d’água. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2014/11/gota-dagua.html>. Acesso em: 8 jan. 2018.

Bolívia > rebelião popular Na cidade boliviana de Cochabamba, a privatização dos serviços hídricos motivou uma revolta contra o governo.

Após ser eleito em 1997, o presidente boliviano Hugo Banzer passou o controle da empresa estatal de

recursos hídricos da cidade de Cochabamba para as mãos do grupo privado Aguas Del Tunari. As tarifas de

água foram reajustadas em 100%, apesar de o abastecimento não atingir os bairros mais pobres da cidade.

Durante os primeiros meses de 2000, setores populares se uniram contra a privatização, em protestos que

foram reprimidos violentamente pela polícia. No dia 9 de abril daquele ano, a Aguas Del Tunari se retirou

de Cochabamba e colocou fim ao episódio que ficou conhecido como Guerra da Água.

EUA vs. México > disputa desigual México e Estados Unidos divergem sobre a divisão de águas do rio que separa suas fronteiras

[...] Localizada em uma região com pouca disponibilidade hídrica, a fronteira entre México e Estados Uni-

dos depende das águas do Rio Grande, que nasce no estado americano do Colorado e cruza o país latino-

-americano sob o nome de Rio Bravo, até desaguar no Golfo do México.

Com mais de 3 mil quilômetros, suas águas são disputadas entre os dois países e também são alvo de

conflitos internos nos estados americanos. Em março deste ano [2014], o Texas processou o Novo México

e o Colorado, alegando que eles estavam utilizando mais água do que o determinado em acordos estabe-

lecidos. “A distribuição entre os países não é justa, mas, por ser o vizinho do país mais poderoso do mundo,

o México sofre uma assimetria grande entre as relações”, diz José Luiz Escobedo Sagaz, pesquisador da

Universidade Autônoma de Coahuila.

56

Geografia

Climas da América

Um dos traços marcantes do continente americano é sua grande extensão territorial, ocupando os dois hemisférios. Devido à grande extensão norte-sul, sofre a influência de vários fatores do clima, destacando-se a latitude, a altitude, a maritimidade, as correntes marítimas e, sobretudo, a dinâmica das massas de ar. Esses motivos explicam a existência de quase todos os tipos de clima na América, desde os quentes até os polares.

leitura cartográfica

1 Qual é o título do mapa? O que as cores indicam?

2 Os climas frio e polar predominam em que áreas da América do Norte? Por quê?

3 Quais são os tipos climáticos predominantes na América do Sul?

4 Explique a relação entre o clima frio de montanha e o relevo do continente americano.

América: tipos climáticos

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

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De acordo com o mapa, responda às questões propostas.

57

Climas quentes e úmidos

São controlados por massas de ar quente, que se formam nas baixas latitudes. Neles,

não há estação fria, pois a temperatura média do mês mais frio é superior a 18 °C. Essas

condições permitem o cultivo de qualquer uma das chamadas plantas tropicais, como café,

cana-de-açúcar e algodão.

Entre os climas quentes e úmidos, podem ser destacados dois tipos:

• equatorial – apresenta elevadas temperaturas e chuvas abundantes durante todo o ano.

Ocorre na Região Amazônica, localizada na Zona do Equador, e sofre a influência dos ven-

tos alísios. A combinação desses ventos, carregados de umidade do Atlântico, com a eva-

potranspiração da Amazônia originou os “rios voadores”. Esses rios são porções úmidas

da atmosfera que, ao encontrarem a barreira da Cordilheira dos Andes, se deslocam em

direção ao centro-sul da América do Sul, distribuindo chuva durante esse percurso. Esse

fenômeno, muito importante para o regime de chuvas de grande parte do Brasil, pode ser

seriamente ameaçado pelo constante desmatamento da Floresta Amazônica, resultante

da expansão da agropecuária;

• tropical – menos quente, com variação anual da temperatura maior que o equatorial. De

acordo com as chuvas, pode ser classificado em úmido ou oceânico (América Central, tre-

chos do sudeste dos Estados Unidos e litoral oriental do Brasil) e semiúmido ou continen-

tal (parte central do Brasil, em que ocorre uma estação chuvosa e outra seca).

Climas áridos

São chamados áridos os climas que apresentam escassez de chuvas, geralmente inferio-

res a 500 milímetros por ano, e grande variação diária e anual da temperatura.

Os climas áridos ocorrem em grandes áreas do oeste norte-americano e nas latitudes

subtropicais da Região Andina e na Patagônia. Eles estão associados às correntes frias da

Califórnia e do Peru e às elevadas altitudes nas proximidades da costa.

São tipos de clima árido:

• desértico – também chamado de clima árido, caracteriza-se por apresentar menos de 250

milímetros de chuva por ano;

• semidesértico – aquele em que as chuvas anuais variam entre 250 e 500 milímetros por

ano. Também recebe a denominação de clima semiárido.

Geralmente, as regiões semiáridas localizam-se em torno dos desertos propriamente

ditos. No sertão nordestino brasileiro, entretanto, ocorre clima semiárido, mesmo não exis-

tindo uma região desértica.

Climas das latitudes médias

Por serem controlados por massas de ar quente e massas de ar frio, que alternam sua

influência durante o ano, apresentam grandes variações atmosféricas de uma estação para

outra. Entre eles, destacam-se os climas:

58

Geografia

• temperado – apresenta as quatro estações bem definidas, com verão quente, inverno frio e duas estações de transição. Ocorre na maior parte do território dos Estados Unidos e na porção sul do Canadá;

• subtropical – espécie de clima temperado quente, intermediário entre o tropical e o tem-perado, pois apresenta invernos menos rigorosos. Ocorre no sul e no sudeste da América do Norte, na Planície Platina e no sul do Brasil. Na costa pacífica, tanto da América do Nor-te quanto da América do Sul, ocorre um subtipo chamado subtropical mediterrâneo, que se caracteriza por apresentar verões muito secos.

Climas frios

São os climas das altas latitudes, com grande influência das massas de ar polar. Os climas frios podem ser:

• frio – apresenta queda de neve de três a seis meses no ano. Ocorre em extensa faixa que atravessa a América do Norte de leste a oeste;

• subpolar – caracterizado pela presença de gelo cobrindo o solo durante mais da metade do ano. Manifesta-se nas proximidades do Círculo Polar Ártico, dominando uma faixa que se estende de leste a oeste da América do Norte;

• polar ou glacial – clima em que predominam temperaturas negativas ao longo do ano, ocorrência frequente de neve e formação de geleiras, devido à localização próxima ao Polo Norte. O aumento da temperatura das águas e da atmosfera vem afetando muito essas regiões: o recuo da camada de gelo vem expondo novos depósitos de minerais e pe-dras preciosas. Isso está gerando uma disputa geopolítica entre países com litoral ártico, como os Estados Unidos e o Canadá, visando à liderança na exploração dessas áreas;

• frio de montanha – ocorre na Cordilheira dos Andes e nas Montanhas Rochosas, indepen-dentemente da latitude, pois esse clima sofre influência da altitude, isto é, a temperatura diminui conforme a altitude aumenta.

Relacione os tipos climáticos às regiões do continente americano em que eles ocorrem.

a) Clima equatorial

b) Clima tropical

c) Clima subtropical

d) Clima desértico

e) Clima temperado

f) Clima frio

g) Clima frio de montanha

h) Clima polar

( ) Sul do Chile e da Argentina

( ) Região Andina e Montanhas Rochosas

( ) Centro do Brasil

( ) Extremo norte do Alasca e do Canadá e ilhas do Ártico

( ) Sudoeste dos Estados Unidos

( ) Amazônia

( ) Noroeste do Chile e oeste do Peru

( ) Centro e leste dos Estados Unidos

( ) Centro-norte e nordeste do Canadá

( ) Sul do Brasil e Uruguai

59

Vegetação original do continente americano

Atualmente, com a intensa ação humana na natureza, são poucas as áreas com vegeta-

ção original ou natural. Quase toda a superfície terrestre já foi alterada direta ou indireta-

mente. Ao extrair produtos das florestas, derrubar a mata para fazer plantações, expandir

as cidades, construir estradas e hidrelétricas, os seres humanos modificam profundamente

as paisagens.

No entanto, é importante conhecer a vegetação original, visto que ela está diretamente

ligada ao clima, à hidrografia, ao solo e ao relevo de uma determinada região, cujo conjunto

forma o ambiente natural onde o ser humano constrói seu espaço.

Para que possam se desenvolver, as plantas necessitam de luz, calor, água e solo favorá-

veis. Isso significa que dependem do solo e do clima, que, com seus vários elementos, favo-

recem ou impedem a existência de determinada cobertura vegetal. Ao mesmo tempo que

dependem do ambiente, as plantas se adaptam a ele, de modo que adquirem características

próprias, correspondentes a cada tipo de clima e solo.

Assim, por exemplo, as regiões de clima úmido e com solo favorável apresentam flores-

tas ou matas que se caracterizam pelo predomínio de árvores. Já nas regiões de clima se-

miúmido ou com solo que impede o desenvolvimento de árvores, aparecem os campos, onde

predominam ervas ou arbustos. Além desses exemplos, existem outros tipos de vegetação,

cada qual correspondendo a determinadas condições naturais.

América: vegetação original

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

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Geografia

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Florestas pluviais

Essas florestas são típicas de regiões de clima quente ou, pelo menos, sem uma estação

fria muito pronunciada. Além de quantidade suficiente de calor, elas necessitam de chuvas

abundantes durante todo o ano. Por isso, são chamadas florestas pluviais (em latim, pluvia

significa chuva).

Os solos dessas florestas são frágeis e geralmente pobres para a agricultura, pois não

resistem a muitos anos seguidos de cultivo. Após a derrubada da floresta e em função da

intensa pluviosidade, esses solos sofrem, de modo acentuado, os problemas da erosão. Por

esse motivo, uma exploração agrícola satisfatória só é possível quando se tomam certos

cuidados técnicos. Um deles é dar preferência a cultivos permanentes, isto é, de plantas que

não precisam ser semeadas a cada ano, como cacau, café e mamona.

As florestas pluviais recobrem parte da América Central e da América do Sul, com desta-

que para a Floresta Amazônica, com cerca de 6 milhões de quilômetros quadrados. Nesses

locais, a natureza está seriamente ameaçada devido ao desmatamento em função da agricul-

tura, da extração de madeiras de lei e da mineração.

No Haiti, quase todas as áreas de florestas pluviais foram devastadas pela extração de

bauxita e de outros minérios, realizada principalmente nas encostas das serras que fazem

fronteira com a República Dominicana, deixando o solo degradado. Essa situação é bem

exemplificada pela imagem seguinte.

Haiti e República Dominicana

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

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Florestas temperadas

Na região dos Montes Apalaches e na costa leste da América do Norte, o clima é tempe-rado úmido, do tipo oceânico, com verões e invernos não tão rigorosos. Nessa região, ocorre uma floresta bem mais homogênea que a pluvial, com poucas espécies de árvores.

Como medida de proteção natural contra a neve, as árvores desse tipo de vegetação perdem as folhas antes da chegada do inverno. Por esse motivo, é conhecida como floresta de folhas caducas.

A maior parte dessa vegetação típica, que predominava em parte dos Estados Unidos e do Canadá, já deixou de existir. Em seu lugar, surgiram os mais diversos elementos criados pelo ser humano ao organizar o espaço, tanto no meio rural quanto no urbano.

Florestas de coníferas

Nas regiões de clima frio, onde há queda de neve de três a seis meses no ano, a vegetação natural é formada por uma floresta cujas árvores apresentam aparelho reprodutor em forma de cone. Por isso, são chamadas de coníferas, como é o caso dos pinheiros e dos ciprestes.

Nas matas de clima frio, ao contrário das matas de clima quente, há elevado número de árvores pertencentes a poucas espécies vegetais, dando um aspecto homogêneo a elas. Como existem muitas plantas da mesma espécie próximas umas das outras, a exploração econômica fica mais fácil.

As regiões onde se situam as florestas de coníferas, principalmente o norte do território canadense, têm muitas espécies vegetais utilizadas nas indústrias de papel, de celulose e de móveis, produtos que constituem grande riqueza desse país.

As coníferas cobrem grande área no norte do Canadá, onde há queda de neve de três a seis meses no ano. Okanagan, Canadá, 2018

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Vegetação de lhanos, Venezuela, 2008©

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Geografia

Campos tropicais

Nas regiões de clima quente e semiúmi-do, onde há uma estação seca e outra chuvo-sa, ocorrem campos com arbustos e árvores esparsas. Esses campos são chamados de savanas e aparecem em grande quantidade na África.

Na América, entretanto, as savanas apresentam características próprias, sendo, no Brasil, denominadas de Cerrado e de lha-nos na Planície do Orinoco, na Venezuela.

O Cerrado brasileiro apresenta árvores pequenas, com troncos e galhos retorcidos, casca espessa e folhas grossas. Essas ca-racterísticas são formas de adaptação das plantas à estação seca e aos solos pobres da região. A conservação do Cerrado é muito importante para a manutenção dos ecossistemas associados a ele, pois sua vegetação ajuda a regular o volume hídrico. Porém, no Centro--Oeste brasileiro, esses campos têm sido muito degradados por causa da produção de soja para exportação.

Pradarias

No sul da Planície Canadense e na Planície do Mississipi, o clima é temperado do tipo continental, ou seja, com verões quentes e invernos muito frios. Além disso, a pluviosidade não é suficiente para o desenvolvimento de florestas. Nesse ambiente, a vegetação natural era formada por gramíneas, que cobriam uniformemente o solo, como um tapete. Essa ve-getação recebe o nome de pradaria (prairie, em inglês).

O espaço natural das pradarias norte-americanas favorece as atividades agropastoris. Usados principalmente para a criação de gado, pela qualidade das pastagens, os antigos campos naturais quase não existem mais. Em seu lugar, encontra-se uma agricultura mo-derna, favorecida pela presença de solos escuros, ótimos para o cultivo de cereais. Embora as lavouras sejam variadas, o trigo predomina nas áreas mais frias, e o milho se destaca nas menos frias. A pecuária é praticada em campos cultivados.

Na América do Sul, as pradarias apa-recem na Planície Platina. Na Argentina e no Uruguai, elas são chamadas de pampas. Nesses países, sobretudo na Argentina, as paisagens dos pampas estão em parte modi-ficadas, e uma razoável extensão do espaço é utilizada para a agricultura, especialmente para o cultivo de trigo. ©

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Criação de cavalos em vegetação de pradarias, Uruguai, 2005

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Vegetação desértica

Nas áreas desérticas do oeste norte-americano, da Patagônia, da costa do Peru e do nor-

te do Chile, a vegetação reflete a falta de água. É muito pobre, escassa e adaptada às fracas

e irregulares precipitações.

As poucas plantas exis-

tentes nessas áreas são es-

pinhosas e sem folhagens,

ou com folhas pequenas e

de aspecto hostil. Além dis-

so, elas têm raízes profun-

das, com as quais retiram a

água do subsolo.

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Tundra

Nas extremidades setentrionais do continente americano, onde o gelo cobre o solo du-

rante mais da metade do ano, ocorre a tundra. Esse tipo de vegetação atinge até um metro

de altura e se revela plenamente adaptada às rudes condições do clima subpolar, em que a

temperatura média do mês mais quente não chega a atingir 10 °C.

De três a cinco meses do ano, a tundra reveste a paisagem das regiões próximas ao

Círculo Polar Ártico com uma vegetação rasteira e alagadiça. No entanto, com a chegada da

longa estação de inverno, ela perde suas partes aéreas, mantendo-se vivas apenas as partes

que ficam sob o permafrost, solo que se congela em profundidades que podem chegar a

vários metros. Isso significa que a tundra tem um ciclo vegetativo curto, restrito ao breve

verão, quando ela rapidamente cresce, floresce e frutifica.

Vegetação desértica em Baja Califórnia, México, 2009

©Shutterstock/Linda Szeto

Tundra em Yukon, Canadá, 2012

64

Geografia

1 A aridez é uma das características comuns entre os planaltos do oeste dos Estados Unidos e do México. Você acha que há alguma relação entre o relevo dessa região e sua aridez? Por quê?

2 Equatorial e tropical são tipos climáticos que predominam na porção centro-oriental da América do Sul e na América Central. Descreva as principais características desses climas.

3 Existe uma grande inter-relação entre clima, vegetação, relevo e hidrografia de um espaço geográ-fico. Com base na imagem e no conteúdo do capítulo, apresente um exemplo dessa relação entre dois ou mais desses elementos no continente americano.

o que já conquistei

Formação das paisagens e a associação entre elementos naturais

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4 Nas áreas desérticas do continente americano, como no norte do Chile, na Patagônia, na costa pe-ruana e no oeste norte-americano, a vegetação é escassa, porém adaptada às fracas e irregulares precipitações. Descreva como são as plantas existentes nessas áreas.

5 Leia o texto sobre uma das regiões mais frias do planeta e responda às questões.

O Alasca, o norte do Canadá e a Groenlândia apresentam temperaturas baixíssimas, quase sempre inferiores a 0 °C; as precipitações médias anuais são inferiores a 250 milímetros, quase sempre na forma de neve. Apenas de três a cinco meses do ano desenvolve-se na região uma vegetação predominantemente rasteira, constituída de musgos e liquens e, em alguns lugares, de arbustos com menos de um metro de altura, que servem de pastagem para as renas.

a) Qual é o nome do tipo de vegetação descrito no texto?

b) Com base no mapa América: tipos climáticos, cite o tipo climático das áreas onde se desenvolve essa vegetação e explique suas principais características.

c) Esse tipo de vegetação ocorre no Brasil? Justifique.

d) Qual destas imagens ilustra melhor o texto acima? Justifique sua escolha.

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