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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO MÉDIO AURICELIO CARNEIRO DE MORAIS CÁLCULO NO ENSINO MÉDIO: APLICAÇÕES NA MATEMÁTICA E NAS CIÊNCIAS NATURAIS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO MÉDIO

AURICELIO CARNEIRO DE MORAIS

CÁLCULO NO ENSINO MÉDIO: APLICAÇÕES NA MATEMÁTICA E NAS

CIÊNCIAS NATURAIS

CAICÓ/RN

2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO MÉDIO

AURICELIO CARNEIRO DE MORAIS

CÁLCULO NO ENSINO MÉDIO: APLICAÇÕES NA MATEMÁTICA E NAS

CIÊNCIAS NATURAIS

Monografia apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do título de Especialista em Ensino de Matemática para o Ensino Médio.

CAICÓ/RN

2016

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AURICELIO CARNEIRO DE MORAIS

CÁLCULO NO ENSINO MÉDIO: APLICAÇÕES NA MATEMÁTICA E NAS

CIÊNCIAS NATURAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Pós-Graduação

Latu-Sensu Da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como exigência

parcial para a obtenção do certificado de ESPECIALISTA em Ensino de Matemática

para o Ensino Médio.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO MÉDIO

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Mestre Daniel Ecco

____________________________________________________

Mestre Benedito Tadeu Vasconcelos Freire

____________________________________________________

Mestre Odilon Júlio dos Santos

Aprovada em ____ de _____ 2016

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Dedico este trabalho à minha mãe Irene das Dores

de Morais (in memoriam) pelo incentivo sempre

dado à educação e aos meus estudos. Aos

professores que trilharam meus caminhos, pelo

conhecimento produzido desde o ensino

fundamental até a universidade.

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Mestre Daniel Ecco pela atenção dada ao me orientar e pelas

contribuições dadas. Aos meus alunos, pela participação nas atividades durante a

especialização. Aos meus amigos pelas sugestões dadas durante a confecção das

várias atividades do curso. Aos meus colegas da especialização pelas discussões

ocorridas. À minha afilhada, Natália de Medeiros Nóbrega, por ter despertado em

mim a ideia de usar a sua caderneta de vacinação como recurso didático.

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RESUMO

A referida pesquisa propõe a abordagem do ensino de limite e derivada no ensino

médio, pois isso constitui uma ferramenta importantíssima de aplicações na própria

matemática e em outras ciências, dispensando a memorização excessiva de

fórmulas. A proposta parte inicialmente com um histórico de descoberta do cálculo,

apresentando posteriormente a ideia intuitiva de limite, a partir do aumento do

número de lados dos polígonos inscritos e circunscritos a uma circunferência.

Depois é apresentado o conceito da derivada, inicialmente como taxa de variação, e

posteriormente, a partir da reta tangente a uma curva. Algumas regras simples de

derivação são apresentadas. As aplicações abrangem, na matemática, problemas

de máximos e mínimos, volumes máximos com área mínima e como obter o lucro

máximo. Já na química, está na velocidade das reações e no comportamento do

volume versus a pressão. A física é campo fértil de aplicações que vão desde a

velocidade e aceleração, passando pelo trabalho e potência, até a determinação da

quantidade de cargas elétricas e a energia eletromagnética. A contagem da

população e a quantidade do fluxo de sangue nas artérias/veias são exemplos onde

é utilizada a derivada.

Palavras – chaves: Matemática; Aplicações do Cálculo; Ensino Médio.

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ABSTRACT

Such research proposes to limit the teaching approach and derived in high school, as

this is an important tool applications in mathematics itself and in other sciences,

avoiding excessive memorizing formulas. The proposal initially part with a history of

discovery of the calculus, later presenting the intuitive idea of limit, from the increase

in the number of sides of the polygons inscribed and circumscribed to a circle. Then

presents the concept of derivative, initially as rate of change, and then, from the

tangent line to a curve. Some simple derivation rules are presented. Applications

range, mathematics, maximum and minimum problems, maximum volume with

minimum area and how to get maximum profit. Already in chemistry, it is the speed of

the reactions and behavior of volume versus pressure. Physics is fruitful field of

applications ranging from the speed and acceleration, through the work and power,

to determine the amount of electrical charges and electromagnetic energy. The

population count and the amount of blood flow in the arteries / veins are examples

where the derivative is used.

Key - words: Mathematics; Applications Calculation ; High school.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................9

2. DESENVOLVIMENTO...........................................................................................12

2.1. Breve Histórico do Cálculo..............................................................................12

2.2. Taxa de Variação Média, Noções de Limite e a Derivada...............................15

2.2.1. Taxa de Variação Média...........................................................................15

2.2.2. Noções de Limite.......................................................................................16

2.2.3. Derivada....................................................................................................19

2.2.4. Derivadas de algumas funções:................................................................21

3. APLICAÇÕES........................................................................................................22

3.1. Aplicação na Matemática:...............................................................................22

3.1.1. Como diferenciar o maior de todos do menor de todos?..........................22

3.1.2. Quando o volume é constante e o custo é mínimo com a área?..............25

3.1.3. Produção para obter o lucro máximo........................................................26

3.2. Aplicações na Química:...................................................................................27

3.2.1. Como medir a velocidade de uma reação química?.................................27

3.2.2. A pressão versus o volume.......................................................................29

3.3. Aplicações na Física:.......................................................................................30

3.3.1. Deslocamento e Velocidade em função do Tempo...................................30

3.3.2. Trabalho e Potência..................................................................................33

3.3.3. Quantidade de cargas elétricas num intervalo de tempo..........................34

3.3.4. Energia eletromagnética...........................................................................34

3.4. Aplicações na Biologia:...................................................................................35

3.4.1. Contagem da população...........................................................................35

3.4.2. Fluxo de sangue na artéria e/ou veia........................................................36

4. CONCLUSÃO........................................................................................................38

5. BIBLIOGRAFIA......................................................................................................39

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1. INTRODUÇÃO

O Ensino Médio de matemática das escolas brasileiras vem sendo ministrado

em sua totalidade através de currículos estruturados através de eixos compreendo

números, funções, equações algébricas, geometria analítica, geometria, estatística e

probabilidade. Este fato é comprovado pelos livros didáticos utilizados no Ensino

Médio na última década.

Observando o guia de matemática do Programa Nacional do Livro Didático do

Ensino Médio – PNLEM (2009), percebe-se que alguns livros procuram inovar ao

realizar uma iniciação ao cálculo diferencial, mas apresentam carências. Na resenha

dos livros, o guia faz um alerta ao fazer a análise do assunto em uma obra, “O

estudo de derivadas necessita de mais aplicações” (p. 33). Já o guia de matemática

do PNLD (2012) do Ensino Médio apresenta duas obras abordando o tópico de

cálculo com abordagens que utilizam a taxa de variação instantânea. Isto também se

repete em apenas uma obra no PNLD (2015) com a ressalva de que esse tópico é

opcional.

No entanto, há experiências procurando interligar as etapas do ensino médio

e superior ou minimizar o problema com reprovações altas na disciplina de Cálculo

Diferencial nos cursos de matemática ou de ciências exatas. Também merece

destaque a importância do cálculo diferencial no desenvolvimento e avanço da

história da ciência moderna.

Algumas tentativas de abordar cálculo diferencial nessa etapa de ensino

falharam porque o que se fez foi antecipar a forma como esse assunto é abordado

nos cursos superiores, segundo afirma numa entrevista1, o matemático Nilson José

Machado, “o problema é que nem na universidade o curso de introdução ao cálculo

funciona bem. Como poderia funcionar bem no Ensino Médio?”. Então, compreende-

se que a abordagem metodológica é o ponto chave para o sucesso dessa

empreitada. Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio – PCNEM

(1999), ao discorrer sobre os conhecimentos matemáticos no Ensino Médio, afirmam

que

1 Disponível no site https://imaginariopuro.wordpress.com/tag/nilson-jose-machado/. Acesso em 10 fev. de 2016.

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O critério central é o da contextualização e da interdisciplinaridade, ou seja, é o potencial de um tema permitir conexões entre diversos conceitos matemáticos e entre diferentes formas de pensamento matemático, ou, ainda, a relevância cultural do tema, tanto no que diz respeito às suas aplicações dentro ou fora da Matemática, como à sua importância histórica no desenvolvimento da própria ciência. (BRASIL, p. 43).

Nessa perspectiva, propõe-se um ensino de cálculo nessa etapa sem o

formalismo exigido no ensino superior e, aproveitando o mote da derivada como taxa

de variação, abrindo possibilidades variadas de aplicações e contextualizações na

própria matemática, na física, na química e na biologia. O cálculo pelo cálculo, sem

aplicações e contextualizações, fica centrado em uma metodologia tradicional.

É justamente isso o que essa proposta procura explorar, revisar assuntos das

ciências naturais sem a exagerada memorização de fórmulas através da

matemática. Lima (p. 141, 2002), defende que “as aplicações constituem a principal

razão pela qual o ensino da matemática é tão difundido e necessário, desde os

primórdios da civilização até os dias de hoje e certamente cada vez mais no futuro”.

No entanto, deve-se ter cuidado para que as aplicações não se transformem e

cedam lugar para os exageros. Lima (p. 144, 2002) também alerta para esse fato:

“Se forem formuladas adequadamente, em termos realísticos, ligados a questões e

fatos da vida atual, elas podem justificar o estudo, por vezes árido, de conceitos e

manipulações, despertando o interesse da classe”.

Machado; D’Ambrosio (2014) reforça essa ideia de discutir o assunto do

cálculo diferencial, quando afirma que

E pode-se anunciar que a porta de entrada no terreno do cálculo diferencial é o interesse de analisar não apenas o crescimento ou decrescimento, mas a rapidez com que uma grandeza cresce ou decresce em relação a outra: tal rapidez é a taxa de variação da grandeza, que mais tarde será chamada de derivada. (MACHADO; D’AMBROSIO, p. 72-73).

Por outro lado, o caminho percorrido no ensino de cálculo na universidade e,

que foi reproduzido no Ensino Médio, através do conceito formal de limite não atingiu

o objetivo desejado que foi apresentar aos alunos as noções do cálculo diferencial

sob a ótica de um entendimento alcançável por estes.

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Experiências desse tipo falharam pelo excesso de formalismo e pelo

engessamento dos currículos das graduações que não estão em consonância com

as etapas anteriores de ensino da educação básica. Isso mostra que atualizações

metodológicas também são necessárias na universidade.

Com relação ao trabalho com cálculo e sua aplicabilidade, Rezende (2003)

faz um paralelo entre o que se ensina e o que deveria ser ensinado no Ensino

Médio.

No conceito de derivada, por exemplo, prevalecem os seus aspectos formais (definição em termos de limite) e geométricos (com o coeficiente angular da reta tangente) sobre a sua interpretação dinâmica em termos de taxa de variação. Interpretar o conceito de derivada tão somente como “coeficiente angular da reta tangente” significa ignorar o problema histórico essencial da “medida” instantânea da variabilidade de uma grandeza. (REZENDE, p. 5, 2003)

O professor Geraldo Ávila num artigo intitulado “O ensino de cálculo no 2º

grau”, na Revista do Professor de Matemática (RPM) de nº 61, mostra a importância

dessa ferramenta no ensino da matemática do Ensino Médio quando diz que

“Descartar o cálculo no ensino é grave, porque deixa de lado uma componente

significativa e certamente a mais relevante da Matemática para a formação do aluno

num contexto de ensino moderno e atual”.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Breve Histórico do Cálculo

A importância do Cálculo Diferencial e dos conceitos atrelados a ele é exposto

por EVES (p. 417, 2004) quando faz o relato que “Esses conceitos têm tanto alcance

e tantas implicações no mundo moderno que talvez seja correto dizer que sem

algum conhecimento deles dificilmente hoje uma pessoa poderia considerar-se

culta”.

Apesar de na Grécia antiga já haver muita matemática produzida, parece

consensual que as primeiras manifestações claras do método diferencial foram

encontradas nas ideias de Johann Kepler, Galilei Galileu e Simon Stevin, como

sugere BOYER (p. 236, 1999) quando afirma que

[...] eles necessitavam dos métodos de Arquimedes, como homens práticos que eram, mas desejavam evitar os rigores lógicos do método de exaustão. Em grande parte foram as modificações por isso introduzidas nos antigos métodos infinitésimas que finalmente conduziram ao Cálculo [...]

Posteriormente, com o desenvolvimento da geometria analítica e através das

contribuições, principalmente de René Descartes e Pierre de Fermat, que o Cálculo

se aproximou do formato atual que o conhecemos. Os problemas em determinar a

reta tangente à curva e as expressões para as equações da reta e da circunferência

foram desenhando o que viria, anos depois, a ser denominado de Cálculo. Essas

ideias formaram o verdadeiro embrião sobre as quais, mais tarde se definiria o

conceito da derivada.

A utilização que fez de infinitésimos em aproximação de áreas, aplicando-as a

problemas de máximos e mínimos tornou Fermat um dos pioneiros no

desenvolvimento do Cálculo Infinitesimal.

Como nos mostra a História da Matemática, os conteúdos matemáticos ao

serem criados, surgiram das necessidades de resolver problemas cotidianos. Isso

não foi diferente com o cálculo já que eram comuns a realização de medições de

comprimentos e o cálculo de áreas e volumes, assim também como a procura por

quantidades máximas e mínimas. Talvez por isso que o Cálculo Integral surgiu

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primeiro que o Cálculo Diferencial, ao contrário do que ocorre na ordem em que

esses conteúdos são apresentados nos livros e nas aulas dadas nos cursos

superiores.

Por volta do século XVII surgem as primeiras ideias associadas à

diferenciação, que de acordo com EVES (p.428, 2004) “Se originou de problemas

relativos ao traçado de tangentes a curvas e de questões objetivando a

determinação de máximos e mínimos de funções”. Apesar de na Grécia antiga já se

falar de problemas de máximos e mínimos, foi Fermat que apresentou de modo claro

respostas para isso utilizando o método diferencial: achar a derivada primeira da

função e torná-la nula num ponto x.

A inspiração para o desenvolvimento do Cálculo no século XVIII deve-se em

grande parte à mecânica e à astronomia. Dois matemáticos responsáveis pelo

grande avanço do Cálculo nesse período foram Isaac Newton e Gottfried Leibniz. No

site2 da Associação de Professores de Matemática de Portugal – APM, nas notas

sobre a História do Cálculo Diferencial, há as seguintes informações sobre esses

dois matemáticos:

O Cálculo Diferencial foi descoberto, em simultâneo e de forma independente pelos matemáticos Isaac Newton (1642-1727) e Gottfried Leibniz (1646-1716). Newton tentava resolver vários problemas de mecânica e precisava de, dado o deslocamento, determinar a velocidade (derivar) e de, dada a velocidade, determinar o deslocamento (integrar ou primitivar). Leibniz, doutorado em direito, pretendia desenvolver um sistema que permitisse uma linguagem objectiva e comum a todos os habitantes da Terra, de modo a resolver pacificamente os conflitos. (APM)

Essa coincidência é reforçada nas palavras de BOYER (p. 381, 1999): “A

história da matemática está recheada de casos de simultaneidade e quase

simultaneidade de descobertas [...]”. Ambos os matemáticos foram contemporâneos

e o contato que tiveram, ao que tudo indica, parece ter sido através de cartas, como

BOYER (p. 289, 1999) nos mostra: “Esse teorema foi anunciado pela primeira vez

por Newton numa carta de 13 de junho de 1676, enviada a Oldenburg, mas

destinada a Leibniz”. O teorema a qual a citação se refere é o da expansão binomial.

2 Disponível em http://www.apm.pt/nucleos/coimbra/bimat/bimat7/bimat72.htm. Acesso em 23 de fev. 2016.

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Ainda de acordo com BOYER (apud, 1999), corroborando com o dito

anteriormente, “Na primeira edição dos Principia Newton reconheceu que Leibniz

estava de posse de um método semelhante”.

Enquanto Newton foi o grande responsável pela aproximação da física à

matemática através da derivada, Leibniz introduziu a notação dx e dy para designar

os acréscimos em x e em y, apresentando dessa forma uma nomenclatura mais

concisa e clara.

Somente no século XIX com Augustin-Louis Cauchy é que foram introduzidos

de modo formal os conceitos de limite e derivada. Mas, já a partir do século XVII,

com Leibniz e Newton, o Cálculo Diferencial tornou-se imprescindível devido às

contribuições dadas aos mais diversos campos da Ciência (Física, Química,

Astronomia, Biologia etc.) com várias aplicações.

A importância do Cálculo para a matemática também está presente na busca

por soluções para os problemas do cotidiano, que vão desde a determinação de

máximos e mínimos associados ao maior lucro, à maior produção e ao menor custo,

até a determinação da área de embalagens de modo que se obtenha o volume

máximo com o menor custo e gasto de material.

Na Física, historicamente vê-se a presença dele no movimento uniforme e

uniformemente variado, sendo usado na determinação da velocidade e da

aceleração. Já na Química, percebe-se a presença na determinação da velocidade

com que as reações químicas ocorrem. Na Biologia, pode-se analisar o crescimento

e decrescimento de populações através do Cálculo Diferencial. Assim, é marcante a

utilização do cálculo diferencial nos diversos ramos das engenharias, na idealização

e produção de tecnologias e na utilização de recursos para a exploração do espaço.

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2.2. Taxa de Variação Média, Noções de Limite e a Derivada

2.2.1. Taxa de Variação Média

Vamos analisar uma situação do cotidiano para que possamos compreender

o que é uma taxa de variação. A tabela 01 e o gráfico 01, abaixo, mostram a massa

corpórea de uma criança, que consta na sua caderneta de vacinação, desde o

nascimento (0 meses) até a idade de 12 meses (um ano).

Massa corpórea de Natália NóbregaIdade

(meses)Massa

(gramas)0 37301 47002 53003 58004 63005 66006 68007 71008 76009 7800

10 800011 820012 8700

Acervo do autor – Tabela 01

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

2000400060008000

10000

Evolução da Massa Corpórea de Natália Nóbrega

Idade (meses)

Mas

sa (g

ram

as)

Acervo do autor – Gráfico 01

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Observando a tabela 01 e o gráfico 01 acima, podemos analisar como a

massa corpórea dessa criança cresce com o passar dos meses. Então, para

descobrir quanto Natália Nóbrega cresceu, em média, no intervalo de [2,4] meses,

fazemos

6300−53004−2

=500 gramas.

Desse modo, dizemos que a taxa de variação média (TVM) de crescimento da

massa corporal de Natália foi de 500 gramas no período de 2 a 4 meses. Essa

variação pode ser calculada em qualquer intervalo de tempo constante na tabela 01

acima, e a partir dessas várias variações podemos observar em qual período ela foi

maior ou menor. Na caderneta de vacinação é feito um alerta para quando essa

variação for muito acentuada e, desse modo, deve ter um cuidado por parte dos

pais, pois, afinal, essa criança pode torna-se obesa.

Generalizando para qualquer situação, temos que a taxa de variação média

(TVM) de uma função no intervalo [xa, xb] é dada por:

TVM [xb , xa]=

f (xb )−f (xa )xb−xa

=∆ y∆x

Onde ∆ y=f (xb )−f (xa ) e ∆ x=xb−xa.

2.2.2. Noções de Limite

A ideia intuitiva de limite precede às descobertas de Newton e Leibniz. Outros

matemáticos como Eudoxo (século IV a.C.) criou um método para o cálculo de

comprimentos, áreas e volumes. Tal método é denominado de Método da Exaustão,

que hoje podemos enxergá-lo como o cálculo de um limite.

De acordo com BOYER (pag. 67, 1999) “Matemáticos anteriores parecem ter

sugerido que se tentasse inscrever e circunscrever figuras retilíneas dentro e por

fora da figura curva, e ir multiplicando-se indefinidamente o número de lados [...]”.

Mas foi Eudoxo que forneceu a chave para a situação, pois os outros matemáticos

não conheciam o conceito de limite.

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O professor Nilson José Machado em uma entrevista dada num site3

defendeu a utilização do Cálculo Diferencial no Ensino Médio e relatou que a ideia

intuitiva de limite é simples, pois é a ideia de aproximações sucessivas. O conceito

formal de limite é pesadíssimo, segundo o autor e, no passado, as tentativas de

abordá-lo no Ensino Médio apresentaram muitas formalidades. Essa antecipação do

modo de ensinar na universidade foi responsável pelo insucesso das tentativas de

implantá-lo nessa etapa final da educação básica.

Então, Eudoxo construiu alguns polígonos inscritos no círculo, como mostra a

imagem abaixo.

Acervo do autor

A construção dos polígonos inscritos no círculo, utilizando como recurso o

GEOGEBRA4, mostra que à medida que aumenta o número de lados do polígono

inscrito mais ele se aproxima visualmente e numericamente da área do círculo. Ao

efetuar o cálculo da área dos polígonos utilizando a função área do GEOGEBRA,

obteve-se os resultados apresentados na tabela 02 abaixo:

Polígonos Inscritos Pentágono Heptágono Decágono Icoságono Círculo

Áreas 5,29 6,10 6,56 6,98 7,00

Acervo do autor – Tabela 02

Ainda com a utilização do GEOGEBRA foram produzidos os polígonos

circunscritos ao círculo e expostos na figura abaixo.

3 Disponível em https://imaginariopuro.wordpress.com/tag/nilson-jose-machado/. Acesso em 10 de Jan. de 2016.4Software disponível gratuitamente para download em http://www.geogebra.org/cms/. Acesso em 12 de Out. de 2015.

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Acervo do autor

De modo análogo, observando a figura acima e a tabela 03, vê-se que ao

aumentar o número de lados dos polígonos circunscritos ao círculo, percebe-se que

estes também se aproximam visualmente e numericamente da área do círculo.

Polígonos circunscritos Pentágono Heptágono Decágono Icoságono Círculo

Áreas 8,08 7,51 7,24 7,10 7,00

Acervo do autor – Tabela 03

Na situação dos polígonos inscritos, a aproximação é crescente; enquanto

que no caso dos polígonos circunscritos, ela é decrescente. De modo geral, se

indicarmos por In a área da região do polígono de n lados inscrito ao círculo, Cn a

área do polígono de n lados circunscrito ao círculo e A, a área do círculo, temos que:

I5 < I7 < I20 < I30 < ... < A e C5 > C7 > C20 > C30 > ... > A

Ao usar uma nomenclatura formal, quando fazemos o número de lados dos

polígonos suficientemente grande, podemos escrever:

limn→+∞

I n= limn→+∞

Cn=A

Onde se lê limite de In ou Cn, com n tendendo ao infinito, é igual a A.Outra situação interessante que apresenta implicitamente a ideia de limite

quando aumentamos o número de lados de um polígono é que se esse aumento for

suficientemente grande, as diagonais traçadas no polígono tendem a se aproximar

do formato do círculo, como visto na situação anterior.

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2.2.3. Derivada

A taxa de variação média (TVM) representada anteriormente apresenta

valores em intervalos relativamente grandes (meses) e essa variação não coincide

em cada intervalo. Ao utilizar intervalos cada vez menores na situação da massa

corporal, como semanas ou dias, teremos uma taxa de variação instantânea (TVI)

que nos dá ideia da função em tempo real e de modo contínuo. Essa taxa de

variação instantânea num ponto é a derivada da função.

Geometricamente, os gráficos abaixo mostram a ideia da Derivada. Sejam P e

X dois pontos distintos sobre a curva f, com P fixo e X variável. Ao marcar as

abscissas e as ordenadas desses pontos no gráfico 01 abaixo, temos a formação do

triângulo retângulo em A. Ao traçar uma reta por esses dois pontos, ela forma um

ângulo α com o eixo horizontal.

Gráfico 01

Observe que a tangente do ângulo α é o quociente do cateto oposto pelo seu

cateto adjacente e que este valor é numericamente igual ao coeficiente angular (m)

da reta que passa pelos dois pontos, isto é,

m=tg∝¿f (x0 )−f (P)

x0−P

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Repare que, mantendo P fixo e variando X0, o ponto P permanece fixo,

enquanto o ponto X vai mudando de posição. Então, a reta secante que passa pelos

pontos P e X vai se aproximando de uma posição limite, a qual é definida como

sendo a reta tangente à curva no ponto P. Esse percurso é observado nos gráficos

02 e 03, abaixo.

Gráfico 02

A tangente do ângulo no limite da reta tangente é a derivada da função no

ponto P.

Gráfico 03

20

Page 23: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

Usando a notação de limite vista anteriormente, temos  

f '(P)= limx0→P

f (x0 )−f (P)x0−P

2.2.4. Derivadas de algumas funções:

Depois de utilizar a notação de limite para o cálculo da razão incremental,

podemos generalizar as derivadas mais simples e que será objeto das aplicações

realizadas posteriormente. Desse modo, ficará mais rápido e prático proceder ao seu

cálculo.

Função constante f(x) = c

f ' ( x )= lim∆ x→0

f ( x+∆ x )−f ( x )∆x

=lim∆ x→0

c−c

∆ x= lim

∆ x→ 00=0.

Função f(x) = xn, n N*

f ' ( x )= lim∆ x→0

(x+∆x )n−xn

∆ x = lim∆ x→0

¿(n0) xn+(n1) xn−1 .∆ x+(n2) xn−2 .(∆x )2+…+(nn)(∆ x)n−xn

∆ x = lim∆x→ 0

∆x [(n1)xn−1+(n2) xn−2.∆ x+…+(nn)(∆ x )n−1

∆x =n xn−1¿

.

Função quociente f(x) = 1/x

lim∆ x→0

f ( x+∆ x )−f (x )∆ x

= lim∆x→ 0

1x+∆ x

−1x

∆ x= lim

∆x→ 0

−1x (x+∆ x )

=−1x2

.

21

Page 24: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

3. APLICAÇÕES

3.1. Aplicação na Matemática:

3.1.1. Como diferenciar o maior de todos do menor de todos?

As funções quadráticas e o estudo do seu gráfico têm aplicações variadas no

cotidiano, indo desde o cálculo das áreas máximas para a plantação na agricultura

até o cálculo de áreas mínimas para a divisão dos cômodos de um apartamento.

Também tem grande utilidade no cálculo associado à economia, quando se deseja

que a produção seja máxima e se obtenha um lucro máximo com um custo mínimo.

Observando a função f(x) = x2 – 5x + 4, vemos que ao atribuir valores para x,

e calcular os respectivos valores para f(x), obtemos uma curva como a representada

abaixo.

Pela figura acima se percebe que a função atinge um valor mínimo no

intervalo entre [2,3], pois a parábola tem concavidade para cima, e que visualmente

é tentador afirmar que tal valor é 2,5, utilizando para isso a simetria. Mas, o que

garante que esse valor não seja 2,49 ou 2,51? Ao atribuir mais e mais valores para

x, nos aproximamos desse valor. Esse trabalho árduo pode ser dispensado ao

calcularmos a derivada primeira da função f no ponto zero.

22

Page 25: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

f (x) = 2x – 5 = 0

x = 5/2

Substituindo esse valor em f(x), obtemos o valor mínimo da referida função:

f(5/2) = (5/2)2 – 5(5/2) + 4

f(5/2) = -9/4

Com relação à função g(x) = - x2 + 3x vemos que ela possui um ponto de

máximo, pois sua concavidade é voltada para baixo, e esse ponto pode ser

encontrado quando x estiver no intervalo [1,2]. Novamente, a simetria da curva no

gráfico abaixo nos leva a deduzir que esse valor máximo é obtido no ponto médio

desse segmento e que seu valor é 1,5. E, por que esse valor não pode ser 1,49 ou

1,51?

Para elucidar essa dúvida, calculemos sua derivada primeira no ponto zero.

g (x) = -2x + 3 = 0

x = 1,5

Então, o valor máximo é dado por:

g(1,5) = -(1,5)2 + 3.(1,5)

g(1,5) = 2,25.

23

Page 26: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

Generalizando, se tivermos uma função do tipo f(x) = ax2 + bx + c, ao

derivarmos ela e calcularmos seu valor no ponto zero, obtemos:

f (x) = 2ax + b = 0

x = -b/2a

Ao substituirmos esse valor na função f(x), teremos:

f(-b/2a) = a.(-b/2a)2 + b(-b/2a) + c

f(-b/2a) = -(b2 -4ac)/4a

Assim, as coordenadas do vértice são: V=(−b2a

,−∆4 a ), ao fazer = b2 -4ac.

Essa fórmula é dada nos livros didáticos de matemática, mas seu uso está restrito

ao caso das funções quadráticas.

E se tivermos uma curva que apresente tanto um ponto de máximo quanto um

ponto de mínimo, como h(x) = 1/3x3 – x2 –3x + 2 e que não seja uma função

quadrática? A imagem abaixo mostra visualmente essa situação.

De modo análogo ao que foi feito anteriormente, vamos determinar os valores

de x que possibilitam esta função apresentar um mínimo e máximo. Para isto, ache a

derivada primeira da função h no ponto zero.

24

Page 27: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

h (x) = x2 -2x -3 = 0

x = -1 e x = 3.

Agora, ao substituirmos estes valores na função h(x), temos:

h(-1) = 1/3.(-1)3 –(-1)2 –3.(-1) +2 = 3,666... e

h(3) = 1/3.(3)3 –(3)2 -3(3) + 2 = -7

Portanto, a função h(x) assume um valor máximo igual a 3,666... quando x = -

1 e um valor mínimo igual a -7 quando x = 3.

3.1.2. Quando o volume é constante e o custo é mínimo com a área?

A derivada também tem aplicações na geometria espacial e decidem muitas

vezes qual formato mais adequado para um produto que encontramos nas

prateleiras dos supermercados. Vejamos o problema5 abaixo:

Um engenheiro de produção quer construir uma lata cilíndrica com um volume

fixo Vo. Quais as dimensões que minimizarão a área da superfície de uma lata como

esta e, portanto, a quantidade de metal necessário para fabricá-la?

Sendo r e h, respectivamente, o raio da base e a altura de uma lata cilíndrica,

seu volume será dado por (1) e a área lateral por (2)

(1) vo=π r2h

(2) A=2π r2+2πrh

Queremos minimizar A, que é uma função de duas variáveis relacionadas

pela equação (1). Isolando em (1), h e substituindo em (2), temos:

h=vo

π r2 e A=2π r2+2vo

r

Daí, ao derivarmos a expressão da área, tem-se:

5Adaptado da Revista do Professor de Matemática, da secção Vale a pena estudar Cálculo? nº 53, Ano 2004.

25

Page 28: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

A' (r )=4 π r−2vo

r2

Se A′(r) = 0 (quando a função atinge o seu ponto máximo ou mínimo a reta

tangente à curva é igual a zero, pois, esta reta é paralela ao eixo OX e, portanto, seu

coeficiente angular é igual a zero), então, teremos

r=( vo

2π )13

As dimensões da lata de custo mínimo podem ser obtidas, a partir da

equação (1), calculando-se o valor de h, correspondente ao valor de r, onde a

função A atinge o seu mínimo. Assim,

h=vo

π r2 =2( vo

2π )13

Note que h = 2r. Do ponto de vista de diminuir custos de matéria-prima, esse

resultado revela que a “melhor” proporção para uma lata cilíndrica é aquela em que

a altura é igual ao diâmetro da base. Esta é a proporção usada na lata de leite Moça.

3.1.3. Produção para obter o lucro máximo

A derivada também consiste numa ferramenta importante para a indústria,

pois possibilita definir qual produção gera o lucro máximo. Se uma indústria de

eletrodomésticos vende tablets a R$ 180,00 por unidade. Se o custo de produção

total diário em reais para x unidades é dado por C(x) = 100 + 60x + 0,5x², quantos

tablets devem ser fabricados diariamente para maximizar o lucro? Qual o valor do

lucro máximo?

O lucro é obtido pela diferença entre o rendimento e o custo, isto é,

L(x) = 180x – (100 + 60x + 0,5x2) = 100 + 120x – 0,5x2

Ao realizar o cálculo da derivada primeira no ponto zero, obtemos

26

Page 29: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

L′(x) = 120 – 1x

L′(0) = 120.

Portanto, o total de unidades de tablets produzidos para se obter o lucro

máximo é x = 120. Ao substituirmos esse valor na expressão do lucro, temos

L(120) = 100 + 120.120 – 0,5.1202 = 7300.

Deste modo, o lucro obtido de acordo com a expressão do custo é de 7.300

reais, e é obtido quando são vendidos 120 tablets.

3.2. Aplicações na Química:

3.2.1. Como medir a velocidade de uma reação química?

As transformações pelas quais passam a matéria são de extrema importância

para a Química, assim também como a velocidade com que elas se processam. A

sociedade depende de produtos que devem apresentar uma durabilidade grande e

que seja produzido num curto intervalo de tempo. Essa dependência vai desde a

produção de alimentos, passando pela indústria de cosméticos, até a fabricação de

remédios.

A matéria pode sofrer dois tipos distintos de transformações, denominados

de: fenômenos físicos e fenômenos químicos. No primeiro caso ocorre apenas uma

mudança de estado físico da matéria sem alteração na natureza das substâncias. Já

no segundo caso, que também pode ser denominado de reação química, ocorrem

alterações na natureza da matéria e, consequentemente, de suas propriedades.

Em Química, quando se deseja calcular a velocidade média com que as

reações ocorrem, estamos calculando uma taxa de variação, que relaciona a

concentração dos reagentes e/ou produtos por unidade de tempo. Assim, a sua

expressão é dada por:

V m=∆ [Reagentes ou produtos ]

∆ t

Onde a letra grega Δ representa a variação da concentração.

27

Page 30: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

Mas, os químicos estão mais interessados em obter a velocidade instantânea,

a partir da velocidade média quando o intervalo de tempo Δt tende a zero. Isto é o

mesmo que determinar a derivada da concentração em função do tempo, que é

dada por:

V i= lim∆t→0

∆C∆ t

=C '( t)

Numa reação geral expressa pela equação química aA + bB → cC + dD, onde

a, b, c e d são seus coeficientes estequiométricos; estes são levados em conta

quando se quer determinar sua velocidade, pois representam as relações

estequiométricas entre os produtos e os reagentes. Deste modo, podemos

determinar a velocidade média da reação através de qualquer uma das equações

abaixo.

V m=−1a

∆ [ A ]∆ t

=−1b

∆ [B ]∆ t

=1c∆ [C ]∆ t

=1d∆ [ D ]∆ t

Uma vez que a concentração dos produtos aumenta à medida que a reação

se processa, então a derivada primeira é positiva e por isso o sinal nas

concentrações de C e D é positivo. Já em relação à concentração dos reagentes,

esta decresce com o passar do tempo, logo, para torná-la positiva colocamos o sinal

negativo antes, como pode ser visto na expressão acima.

Como parte de um exemplo6, vejamos a seguinte situação: Suponha a

equação de uma reação genérica: A + 3B → 2C, considerando que, inicialmente, a

concentração de A é 3 mol, B é 6 mol e após 1 minuto de reação há 2 mols de A.

Responda às seguintes questões:

a) quais as quantidades iniciais de A, B e C?

As concentrações iniciais são: A = 3 mol, B = 6 mol e C = 0 (inicialmente não

tem produto formado).

b) determine a velocidade média desta reação no intervalo de tempo de 1 minuto.

A velocidade média pode ser determinada em função de qualquer um dos

reagentes ou do produto, através da equação abaixo.

6 Extraído da aula 01 (Introdução ao estudo da cinemática), da disciplina Cinética e Propriedade das Superfícies, UNIDIS, UFRN.

28

Page 31: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

V m=−1a

∆ [ A ]∆ t

=−1b

∆ [B ]∆ t

=1c∆ [C ]∆ t

=1d∆ [ D ]∆ t

Reagente A:

V m=−11

−11

=1mol /L . s

Reagente B:

V m=−13

−31

=1mol /L . s

Reagente C:

V m=12

21=1mol/L . s

Observe que a velocidade da reação é a mesma para qualquer um dos

reagentes como também para o produto da reação.

3.2.2. A pressão versus o volume

Manter os pneus do carro calibrados de acordo com as recomendações do

fabricante é sempre muito importante para a segurança dos passageiros, pois a

estabilidade do veículo depende disso. Além do mais, rodar com pneus

descalibrados aumenta o consumo de combustível e a poluição.

A função V = f(P), que mostra, genericamente, a relação entre pressão e

volume, é conhecida como Lei de Boyle-Mariotte e é enunciada da seguinte forma:

sob temperatura constante, o volume ocupado por determinada massa gasosa é

inversamente proporcional à sua pressão. Matematicamente, sua expressão é dada

por:

V=constante× 1P

Na figura abaixo temos os pontos A e B, num intervalo onde a função é

derivável.

29

Page 32: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

Fonte: Gráfico adaptado. Feltre (2004, p. 282)

O valor de ∆ P=P2−P1 é o acréscimo e também pode ser chamado de

incremento da variável livre de P e o valor de ∆V=V 2−V 1 é o acréscimo ou

incremento da variável dependente de V. A razão ∆V∆P desses incrementos é

chamada de razão incremental.

lim∆ P→0

∆V∆ P

=V ' (P)

3.3. Aplicações na Física:

3.3.1. Deslocamento e Velocidade em função do Tempo

A variação do deslocamento de uma partícula num intervalo de tempo fornece

pra gente a velocidade com que esta referida partícula se desloca. Obtemos isso

através da razão

vm=∆s∆ t

Em algumas situações se deseja o cálculo dessa velocidade em determinado

instante, como ocorre nas corridas de Fórmula 1, nas quais a diferença de tempo

30

Page 33: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

entre os competidores é muito pequena. No momento de uma ultrapassagem, a

velocidade com que o piloto ultrapassa é denominada de velocidade instantânea.

Ela é obtida através da derivada da posição em função do tempo, em intervalos

cada vez menores. Sua expressão é representada abaixo:

v= lim∆t→0

∆ s∆ t

=dsdt

Quando a posição de uma partícula muda com o tempo, dizemos que ela

adquiriu certa velocidade. Já quando o valor da velocidade varia com o tempo,

dizemos que essa partícula está sendo acelerada. Assim, aceleração é uma

quantidade vetorial com dimensões de velocidade (Δv) dividido pelo tempo (Δt).

O valor da aceleração média pode ser diferente em diferentes intervalos de

tempo. Neste caso, torna-se útil definir o conceito de aceleração instantânea como

sendo o limite da aceleração média quando Δt se aproxima de zero.

Ao fazer intervalos de tempo cada vez menores, obtemos a expressão para a

aceleração instantânea.

a= lim∆t →0

∆ v∆ t

=d vdt

A derivada da velocidade em função do tempo é o valor da aceleração

instantânea, a qual por definição equivale à inclinação da curva no gráfico da

velocidade em função do tempo.

A equação horária do deslocamento em função do tempo, para o movimento

uniformemente variado, é dada por:

S ( t )=so+vot+12a t 2

A derivada do deslocamento em relação ao tempo fornece a velocidade num

instante genérico t:

S' (t )=v=vo+at

31

Page 34: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

Desse modo, vemos que a taxa de variação do deslocamento é expressa pela

velocidade, isto é, a velocidade representa a rapidez com que a posição varia. A

aceleração, por sua vez, representa a taxa de variação da velocidade, isto é, a

rapidez com que a velocidade varia.

Graficamente, o espaço (s) em função do tempo (t) pode ser exposto com a

concavidade para cima ou para baixo, mas em ambos os casos, a derivada nos

pontos desses gráficos representam a velocidade.

Analisando os gráficos abaixo, temos que, no gráfico da esquerda, a

velocidade v = tg θ. Já no gráfico da esquerda, a velocidade é negativa (movimento

retrógrado) e é dada por v = tg (-θ). Para calcular a velocidade instantânea a partir

dos gráficos do espaço em função do tempo, encontramos a reta tangente à curva e

verificamos sua inclinação. Então, essa velocidade é a derivada da função no ponto

x1 (t1, s1).

Gráficos adaptados de Bordalo Mecânica

Já a variação da velocidade em função do tempo, pode apresentar duas

situações graficamente, uma crescente e outra decrescente, e o valor da sua

aceleração pode ser positiva ou negativa. De modo análogo, no gráfico da esquerda

temos que a = tg θ, e no outro, da direita, a = tg (-θ).

Gráfico adaptado de Bordalo Mecânica

32

Page 35: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

Gráficos adaptados de Bordalo Mecânica

No caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do

espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante. Em

cada situação dessas, a derivada em qualquer ponto é positiva, negativa e zero,

respectivamente.

Gráficos adaptados de Bordalo Mecânica

Semelhante ao que acontece com a velocidade, a aceleração pode ser Gráficos adaptados de Bordalo Mecânica

A derivada é positiva, negativa ou igual a zero, no caso de a reta ser

crescente, decrescente ou constante, respectivamente.

Gráficos adaptados de Bordalo Mecânica

3.3.2. Trabalho e Potência

Em física, o conceito de trabalho (τ ) difere do significado que utilizamos no

cotidiano para indicar que realizamos certas tarefas e serviços. O trabalho é toda

atividade feita por um corpo que está sob uma força. Além da força, é necessário

também um deslocamento (d). Ao aplicar uma força a um corpo ele se desloca

realizando um trabalho que é determinado fazendo o produto da força pelo

deslocamento, isto é,

33

Page 36: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

τ=F .d

A potência corresponde à taxa segundo a qual um trabalho é realizado. Essa

taxa é compreendida como sendo um limite quanto o intervalo de tempo tende a

zero. Matematicamente, isso pode ser representado por:

P= lim∆t→ 0

∆ τ∆ t

=dτdt

3.3.3. Quantidade de cargas elétricas num intervalo de tempo

A derivada também se faz presente na eletricidade. A intensidade I da

corrente elétrica é definida como a razão entre o módulo da quantidade de carga ΔQ

que atravessa certa secção transversal (corte feito ao longo da menor dimensão de

um corpo) do condutor em um intervalo de tempo Δt.

I= limΔt→0

∆Q∆ t

=dqdt

A unidade da corrente elétrica é o Ampére (Columb/segundo).

3.3.4. Energia eletromagnética

O dinamarquês Hans Oersted descobriu a relação entre eletricidade e

magnetismo, quando observou que um condutor percorrido por uma corrente elétrica

gerava um campo magnético ao seu redor. Várias experiências envolvendo imãs e

bobinas em movimento relativo, realizadas simultaneamente por Faraday e Joseph

Henry resultaram na geração de uma f.e.m. induzida magneticamente.

A indução eletromagnética descoberta por Faraday em 1831, relaciona a

variação do fluxo magnético através de uma bobina com o aparecimento de uma

f.e.m. induzida na própria espira, realizando uma separação de cargas elétricas,

possibilitando a geração de energia elétrica.

34

Page 37: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

A força eletromotriz (f.e.m.) induzida num circuito é dada pela taxa de

variação do fluxo magnético através da área limitada por esse circuito. Sua

expressão é dada por:

f . e .m=−dΦB

dt

O sinal negativo que aparece na expressão é uma consequência do princípio

de conservação da energia. Após a descoberta do fenômeno da indução

eletromagnética, a energia elétrica obtida a partir da energia cinética passou a

desempenhar um papel importantíssimo no cotidiano da sociedade.

3.4. Aplicações na Biologia:

3.4.1. Contagem da população

O modelo matemático mais utilizado em dinâmica de populações foi proposto

por Malthus em 1798, através de uma dinâmica populacional bastante simples: para

a qual se considera que as taxas de nascimento e mortalidade de uma população

são proporcionais ao número de indivíduos presentes e, ainda, que não haja

migração. Assim, para Malthus, a população varia continuamente a uma taxa

constante proporcional à população atual.

Tomando o limite quando dt tende a zero na equação, tem-se a taxa de

variação instantânea da população que, ao contrário, da variação média que é

obtida num determinado período, esta pode ser calculada a qualquer instante:

limd t →0

d Nd t

=r N

Esta equação é também conhecida como lei de Malthus, e significa que a

variação instantânea da população é diretamente proporcional à própria população,

com constante de proporcionalidade r. O modelo mais simples de crescimento de

uma população pode ser definido através de uma função de crescimento linear,

35

Page 38: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

onde o incremento da população responde a uma taxa fixa de crescimento não

correlacionada com o tamanho da população em questão, onde N é igual à

população e r a taxa constante de incremento.

3.4.2. Fluxo de sangue na artéria e/ou veia

Observando a figura abaixo e associando-a ao fluxo de sangue numa veia ou

artéria, podemos considerar a forma do vaso sanguíneo como sendo um tubo

cilíndrico com raio R e comprimento L.

L

Figura adaptada do livro James Stewart, página 204

A velocidade v com que o sangue percorre o tubo é maior no centro e

decresce à medida que r cresce. A relação entre v e r é dada pela lei do fluxo

laminar, descoberta pelo físico Jean-Louis-Marie Poiseuille, e é dada pela equação

v= P4η L

(R2−r2 )

Onde η é a viscosidade do sangue, P é a diferença entre as pressões nos

extremos do tubo cilíndrico. Se P e L forem constantes, então v é uma função de r. A

taxa média da velocidade quando r variar de r1 para r2, temos,

∆v∆r

=v ( r2 )−v (r¿¿1)r2−r1

¿

A taxa instantânea de variação da velocidade em relação a r é obtida quando

fazemos Δr → 0.

36

R r

Page 39: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

lim∆r →0

∆ v∆r

=d vd r

Substituindo na equação do fluxo laminar, obtemos,

d vd r

=−Pr2ηL

37

Page 40: monografias.ufrn.br · Web viewNo caso de a função ser do primeiro grau, temos a reta como gráfico do espaço em função do tempo. Este pode ser crescente, decrescente e constante.

4. CONCLUSÃO

A proposta ora apresentada aqui abre espaço para a introdução de

fundamentos do cálculo no Ensino Médio. Isso não representa aumento na grade

curricular nem tampouco mais conteúdos para serem ensinados. Essa abordagem é

sugerida logo no início dessa etapa de ensino, no estudo das funções. O conceito de

taxa de variação é o pontapé inicial. Assim, são retirados os excessos apresentados

nos livros didáticos no tratamento do assunto de funções e em seu lugar, a utilização

das noções da derivada.

A utilização do cálculo dispensa a memorização excessiva de fórmulas que é

exigida não somente na disciplina de matemática, mas também em física, química e

biologia. O estudo faz um percurso pelo desenvolvimento do cálculo em diferentes

contextos e mostra sua importância para o desenvolvimento tecnológico e científico

atual.

Partindo da ideia de limite sem o rigor que é exigido nas universidades, se

construiu o alicerce para chegar ao conceito da derivada. Para isso, valeu-se de

imagens e da observação de que ao aumentar o número de lados do polígono, sua

área se aproxima da área do círculo.

Posteriormente, foi abordado o conceito de taxa de variação e sua

interpretação gráfica. Essa ferramenta possibilitou definir o conceito de derivada,

que depois, foi ampliado ao limite da reta tangente à curva.

Por fim, apresentou-se a importância dessa ferramenta para a matemática e

para as outras ciências, através das aplicações em conteúdos variados.

38

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5. BIBLIOGRAFIA

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