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ROSAMARIA PEREIRA BRAVO UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL USADA NA ESF DR. NERY ALVES AZAMBUJA

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ROSAMARIA PEREIRA BRAVO

UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL USADA NA ESF DR. NERY ALVES AZAMBUJA

PONTA PORÃ – MS

2011

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ROSAMARIA PEREIRA BRAVO

UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL USADA NA ESF DR. NERY ALVES AZAMBUJA

PONTA PORÖ MS

2011

Projeto de Intervenção apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito para conclusão do curso de Pós Graduação à nível de especialização em Atenção Básica em Saúde da Família.

Orientadora: Msc. Luiza Helena de Oliveira Cazola

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“É pura utopia pretender exterminar a miséria e a pobreza, bem como sofrimento físico e psicológico. É utópico pretender cuidados de saúde para todos os seres humanos que habitam o planeta, mas é legitimo ambicionar que uma parte desta utopia se transforme

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RESUMO

Este estudo objetivou implantar na ESF Dr. Nery Alves Azambuja, na cidade de Ponta Porã, MS, um espaço formal, montado mensalmente, com a intenção de promover ações educativas inspirados pelos princípios que regem a atenção primária a saúde, principalmente o da integralidade da atenção e o da participação popular. Para isto se utilizou o modelo dialógico como opção de uma prática educativa que visa não apenas informar para saúde, mas de transformar saberes existente. Verifica-se então o abandono dos modelos tradicionais, no qual os profissionais assumem uma atitude paternalista, acreditando que através de informações os indivíduos serão capazes de mudar de atitude. A motivação principal deste trabalho é de conseguirmos atingir nosso objetivo na prática odontológica, ou seja, melhorar o auto cuidado, reduzir o número de ações curativas e garantir melhor qualidade de vida para a nossa clientela.

Palavras chave: Saúde da Família; educação em saúde; saúde bucal

SUMÁRIO

“É pura utopia pretender exterminar a miséria e a pobreza, bem como sofrimento físico e psicológico. É utópico pretender cuidados de saúde para todos os seres humanos que habitam o planeta, mas é legitimo ambicionar que uma parte desta utopia se transforme

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1. 1. INTRODUÇÃO................................................................................................

2. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................

3. 3. OBJETIVO GERAL ........................................................................................

4. 4. APRESENTAÇÃO DA ESF DR. NERY ALVES AZAMBUJA ..........................

5. 5. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA....................................................................

6. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................

7. REFERÊNCIAS....................................................................

ANEXO ..............................................................................................................

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1. INTRODUÇÃO

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A idéia do presente trabalho surgiu da experiência clínica e percepção de que,

em saúde coletiva, estamos “sempre remando contra a maré“. Percebemos que,

quanto mais resolvemos problemas, mais eles nos são apresentados,

diuturnamente; desde os mais simples até os de alta complexidade. Constatamos

também que os serviços estão aí para quem precisar e que a maioria das pessoas

que procuram o serviço público é de classe social de baixa renda ou menos

favorecida e, em geral, portadora de toda variedade de doenças físicas e mentais.

Indivíduos de muito baixa auto-estima e que, por mais que sejam tratados com

carinho, nos parece que não confiam no Sistema Saúde.

Entendem que o serviço público é gratuito e crêem, equivocadamente, que

tudo que é “de graça” não é de boa qualidade. Acreditamos até que prefeririam

poder pagar para obter o tratamento de que necessitam com profissionais e em

locais de sua livre escolha. Este sentimento, provavelmente, é resultado de

experiências negativas anteriores, quando tentaram acessar o serviço público. De

outro lado, estão os profissionais de saúde, na sua maioria altamente qualificada,

atendendo, incansavelmente, a esses clientes sem conseguir muitos avanços.

Constatamos a dificuldade de vermos equipes satisfeitas, seja por baixa

valorização profissional, ou por falta de governabilidade das ações. São muitos os

fatores que levam a baixa resolutividade das equipes de saúde da família. Fazendo

ainda uma avaliação destes fatores, vemos profissionais altamente capacitados no

que se refere às bases cientificas, mas incapazes de promover ações, que levarão o

individuo a sair da sua condição de ser passivo para agente ativo, que tomem o

comando de suas próprias vidas.

Quando das visitas domiciliares, muitas vezes nos encontramos com

realidades tão cruéis que toda aquela Odontologia de última geração, para a qual

estamos treinados e praticamos, desfaz-se diante de nós. Aquelas pessoas

precisam muito mais do que temos a oferecer naquele momento. São pessoas que

parecem estar anestesiadas e sem iniciativa para mudar sua realidade. Parece que

se acomodaram naquela situação. Vêm, então, à mente, perguntas: Por que

chegaram a esse ponto? Por que mesmo não tendo condições nem para o seu

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sustento constituíram família? Como posso ajudar a reverter esta situação? Sobre o

que conversar? Que conceitos passar?

Parece que nada faz sentido... Então, chegamos à conclusão que: Somente a

educação poderá contribuir para que as pessoas saiam e caminhem em busca de

soluções para seus inúmeros problemas. Somente um local onde elas possam

expressar suas idéias, sintam-se valorizadas e encontrem pessoas dispostas a ouvi-

las poderá favorecer a reversão desse quadro.

Surge daí o tema do nosso TCC: Educação/promoção de saúde utilizando o

modelo dialógico, voltado principalmente para saúde bucal, prevenção de doenças

odontológicas e melhora do auto cuidado. Uma proposta para ser empregada na

ESF. Nosso foco principal é a prevenção da perda do elemento dental causado por

cárie e doença periodontal e outros agravos decorrentes das mesmas. Entendemos

que, um povo educado é capaz de mudar a sua realidade, e que, portanto, “ao invés

de dar o peixe, devemos ensinar o homem a pescar”. Por isso, propomos um plano

de ação voltado para favorecer a conscientização acerca deste problema e os meios

de evitá–lo.

Desta forma, nosso principal objetivo será propor uma ação de educação em

saúde bucal, baseada no modelo dialógico, a ser implementado na ESF Dr. Nery

Alves Azambuja, visando a relativização do paradigma hegemônico e, ao mesmo

tempo, favorecendo a absorção de informações e a conscientização acerca da

importância do auto cuidado e tomada de providencias no sentido de melhorar a

qualidade de vida dos usuários de nossa área de abrangência.

Assim, este trabalho de Conclusão de Curso (TCC) se justifica, antes, como

instrumento de reflexão, que encontra nos estudos desenvolvidos ao longo do curso

as ferramentas para pensar a experiência vivenciada no âmbito de abrangência da

ESF.

Não temos a pretensão de desenvolver um trabalho científico de vulto, mas

um estudo que tenha como finalidade a proposição de um plano de ação, que dará

ênfase à questão da educação em saúde. Partiremos, então, do estudo do processo

saúde/doença e dos determinantes gerais e imediatos que contribuem para a

instalação das doenças ou, em contrapartida, da manutenção da saúde e qualidade

de vida.

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Para empreender tal estudo, buscamos resgatar alguns aspectos da história

da saúde pública relevantes para a implantação do atual sistema de saúde adotado

no Brasil, do qual faz a ESF, o campo para implantação da proposta resultante deste

trabalho.

Os fundamentos teóricos para a elaboração do plano de ação serão

apresentados, o qual será seguido pela descrição da experiência; após será exposto

o estudo de viabilidade do projeto, que inclui o diagnóstico da situação, operações e

produtos, critérios de avaliação e resultados esperados e a descrição detalhada,

passo a passo do trabalho realizado.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Estamos acostumados a falar e a ouvir que “a saúde começa pela boca”. É

muito comum o uso desse ditado na intenção de reforçar a importância de

orientações e recomendações voltadas para a saúde bucal. Este pode ser, então,

um bom começo para o nosso “bate-papo” a respeito do ponto de partida do nosso

trabalho. Partimos da premissa de que é fundamental compreender o modelo

explicativo do processo saúde–doença que determina o modo como organizamos a

nossa prática educativa em saúde. (UNFER, 2000)

Nossa proposta é que possamos refletir juntos sobre os diferentes sentidos

associados àquele ditado, para além do mais comumente divulgado, que é a relação

da mastigação com a digestão e, portanto, com a alimentação. Também queremos ir

mais além da relação entre saúde dos dentes e gengivas com o estado saudável do

organismo como um todo. (UNFER, 2000)

Sabe-se que a assistência odontológica, que possui traços idênticos em suas

práticas pública e privada, tem contribuído muito pouco para a melhoria das

condições de saúde bucal das populações ( OLIVEIRA,1999).Em um estudo que já

se tornou clássico, Nadanovsky e Sheiham (Nadanovsky e Sheiham,1995)

encontraram que as contribuição dos serviços odontológicos na redução da cárie

dentária em crianças de 12 anos em vários países industrializados foi de apenas 3%

enquanto que os aspectos sócio- econômicos contribuíram entre 35% e 50%.

Certamente a realidade há de ser a mesma na maioria dos países da America Latina

e provavelmente no Brasil e diversos estudos tem mostrado que onde há dentista há

mais doença. Há de se levar em conta, no entanto, que esta pratica odontológica

que tão pouco contribuiu é a que todos nós conhecemos: iatrogênico-mutiladora,

dentistocêntrica, biologicista, individualista, centrada na técnica e pouco resolutiva.

Os modelos assistenciais que ora se estruturam no país devem começar a trabalhar

exatamente a partir deste ponto: um reordenamento da prática odontológica, com

mudança sensível na abordagem do processo saúde doença bucal. O SUS-Sistema

Único de Saúde proporciona uma base filosófica e programática que aponta para

esta mudança de concepção. A defesa do SUS como um sistema de saúde para

todos os brasileiros, é, portanto a base desta estratégia (OLIVEIRA, 1999)

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Nossa intenção é falar da saúde que começa pela boca porque é por ela que

nos conhecemos quando chegamos ao mundo e por ela nos comunicamos. Uma

compreensão de saúde, portanto, que supõe conhecimento de si e do outro, escuta

de si e diálogo com o outro, sendo esta a base da ação educativa em saúde: partilha

e diálogo (UNFER, 2000)

Embora os fatores biológicos sejam essenciais para o aparecimento de varias

doenças na população, constata se que existem outros fatores capazes de

condicionar o surgimento e influir no ritmo de sua expansão. Dentre estes, são

destaques o desenvolvimento econômico, social e educacional do país, assim como

os padrões de cultura e tradição popular que regulam os hábitos e condutas

pessoais e coletivas (Unfer, 2000). Ainda que a cárie dentária e as doenças

periodontais, as duas doenças prevalentes em odontologia seja preveniveis e

passiveis de controle e as medidas necessárias sejam relativamente simples

verifica se que os objetivos de uma melhor saúde bucal, em nível populacional, não

são alcançados. E é isso por que a prevalência destas patologias vem associada a

condições sociais, econômicas, políticas e educacionais e não apenas como

resultados de interações biológicas na placa bacteriana dentária (UNFER, 2000).

Segundo Botazzo (1986) é necessário superar a relação unívoca e autoritária

normalmente presente nos programas de saúde, em que a população é reduzida a

mero objeto recebedor de serviços, sem expectativa ou vontade própria. Para o

citado autor é preciso inserir aspectos de natureza cultural e antropológica que

determinam os comportamentos com relação a saúde bucal. Misrachi e Saez (1989)

ao avaliarem os valores das crenças e praticas populares em relação a saúde bucal

de 50 mães de nível socioeconômico baixo, concluíram que apesar do valor positivo

que as entrevistadas atribuíram aos dentes, isso não refletia nas praticas de busca

de saúde. Essas práticas, segundo as autoras, são influenciadas pela crença

popular de que nada pode ser feito para modificar o fato de que os dentes só duram

ate a quinta década de vida. Além disso, observaram que a cárie dentária e a

doença periodontal não são reconhecidas como enfermidades.

Concordamos que a construção de um sistema de serviços de saúde

democrático é imprescindível para alcançarmos uma prática odontológica de

qualidade em saúde pública. Por isso, nos basearemos em autores como Pinheiro e

Luz e, também, em Paim, a fim de pensarmos a atual realidade do Sistema de

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Saúde. Carvalho e Santos, Costa e Lopez, Mendes e outros também serão

visitados, servindo de referência para a elaboração de um projeto de intervenção de

ações educativas, que terá como base o modelo dialógico em contraposição ao

modelo hegemônico ou tradicional (AYRES, 2001; BRICENO LÉON, 1996).

A construção de um sistema de serviços de saúde democrático deve se

sustentar, de um lado, por políticas públicas voltadas para saúde, mas, na outra

“ponta“, devem estar as ações de atores sociais e suas práticas no cotidiano dos

serviços (PINHEIRO; LUZ, 2003).

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) tem, no centro de sua proposta, a

reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica. Os alcances e

limitações desta proposta têm gerado discussões. Segundo Paim (2002a, p.568),

modelo de atenção ou modelo assistencial “... é uma dada forma de combinar

técnicas e tecnologias para resolver problemas e atender necessidades de saúde

individuais e coletivas. É uma razão de ser, uma racionalidade, uma espécie de

lógica que orienta a ação”. Em face da relevância deste princípio para a reorientação

do modelo assistencial, este trabalho tem também o propósito de refletir e colocar

em prática a educação em saúde no cotidiano da ESF, e a prática do princípio da

integralidade.

De acordo com o texto constitucional, aperfeiçoado pela Lei Orgânica de

Saúde a assistência a saúde pelo Sistema Único de Saúde – SUS deve abranger

tanto as ações curativas quanto e, prioritariamente, as atividades de promoção da

saúde e prevenção de doenças (CARVALHO; SANTOS, 2002).

Uma noção de integralidade também relacionada à organização dos serviços

e das práticas encontra- se associada à necessidade de horizontalização dos

programas de saúde. Seguindo o principio da integralidade ainda, as atividades de

educação em saúde estão incluídas entre as responsabilidades dos profissionais da

ESF. A integralidade contrapõe-se a visão fragmentada e reducionista do indivíduo.

Buscando ir além da doença, em conformidade aos princípios da integralidade, a

abordagem profissional deve ir alem das ações curativas e, por conseguinte, a

execução de ações preventivas a exemplo da educação para a saúde. A educação

em saúde constitui um conjunto de saberes e práticas orientadas para a prevenção

de doenças e promoção de saúde (COSTA; LOPEZ, 1996).

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Trata-se de um recurso por meio do qual o conhecimento científico

intermediado pelos profissionais da saúde, atinge o cotidiano das pessoas, uma vez

que a compreensão dos condicionantes saúde doença oferece subsídios para a

adoção de novos hábitos e condutas de saúde (COSTA E LOPEZ,1996)

Para Mendes (1996) os serviços de atenção básica precisam apropriar- se de

uma tecnologia de alta complexidade que envolve conhecimentos, habilidades e

técnicas, dentre as quais, é possível reconhecer a educação em saúde. No âmbito

da ESF, a educação em saúde figura como uma prática prevista a todos os

profissionais que compõe a equipe. O campo da educação em saúde tem sido

desde a década de 70 repensado, e verifica-se um distanciamento das ações

impositivas característica do discurso higienista.

O processo saúde doença passa ser entendido como resultante da relação

entre fatores biológicos, sociais, econômicos e culturais. Desta forma as práticas

pedagógicas verticalizadas de transmissão de conhecimento são questionadas. Na

convivência dos modelos hegemônicos (tradicional) e emergente (dialógico), é

possível reconhecer modelos intermediários. No primeiro, os usuários são

considerados como indivíduos carentes de informação, caracterizando-se pelo

caráter informativo, no qual o profissional assume uma atitude paternalista,

pressupondo-se que a partir das informações recebidas os indivíduos serão capazes

de assumir novos hábitos e condutas (BRICEÑO-LÉON, 1996).

Quanto à disseminação em massa e em campanhas de informações, Rice e

Candeias (1989) falam do efeito temporário destas ações. As autoras atestam que

as pessoas não mudam de hábitos em definitivo, mas apenas reage a um estimulo

temporário. Ao considerar o usuário como objeto das práticas educativas e carentes

de um saber sobre a saúde, perde-se de vista que os comportamentos são

orientados por crenças, valores, representações sobre o processo saúde doença,

todos estes representantes de outras formas de saber.

No segundo modelo, o dialógico, leva-se em consideração as necessidades

dos usuários, trabalha-se com a perspectiva de sujeitos das práticas de saúde

(Ayres, 2001). Neste modelo, aparecem dois princípios básicos: primeiramente, que

se deve conhecer o sujeito que se destina as ações em saúde e o segundo que se

deve envolver o individuo nas ações. Neste modelo, o diálogo é o instrumento

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essencial. O objetivo da educação dialógica não é de informar para a saúde, mas de

transformar saberes existente. Neste modelo, o individuo decide quais as estratégias

mais convenientes para manter e recuperar sua saúde (CHIESA; VERISSIMO,

2003).

Dentre os modelos de educação em saúde, o modelo dialógico conforma-se a

proposta da integralidade. Educar para a saúde implica ir além das ações curativas,

significam dar ênfase às ações promocionais e preventivas (PINHEIRO; LUZ, 2003).

Vimos que, no séc. XIX e início do sec. XX atribuíam-se as causas das

doenças unicamente aos agentes microbianos externos, desviando o foco das

Brasil, em 1918, ano de lançamento do personagem Jeca Tatu, o seu criador,

Monteiro Lobato, antes de conhecer as verdadeiras condições de saúde do povo

brasileiro, proclamava que o (assim se referia ao nosso caboclo) nosso caboclo

”este funesto parasita da terra, espécie de homem baldio, inadaptável à

civilização...”. Arrependido, mais tarde publicaria: ”os outros (...) te mantêm nesta

guerra inefável para que possam viver vida folgada à custa do seu dolorido trabalho,

esses, meus caros, têm na alma, as verminoses que tu tens no corpo” (PALMA,

2006).

Somente muitas décadas depois, mais exatamente entre as décadas de 70 e

80, chegam-se ao entendimento de que saúde e doença na coletividade não podiam

ser explicadas exclusivamente com base em suas dimensões biológica e ecológica

(Paim, 2002). Houve, então, uma reconceitualizacão de saúde e um

redimensionamento dos aspectos a esta relacionada, com o reconhecimento dos

determinantes sócio-econômicos, políticos, culturais e ambientais no processo

saúde/doença, além dos já considerados e outros fatores, como estilo de vida,

fatores hereditários, hábitos alimentares e de higiene e todos os outros ligados

diretamente à instalação das doenças ou conservação da saúde (BUSS;

PELEGRINI, 2007)

A partir desse novo entendimento, as discussões em torno dos rumos da

política de saúde no Brasil tomaram corpo, levando à reforma sanitária, que

culminou com a 8ª Conferência de Saúde. Nesta, foram traçadas diretrizes, que

foram transformadas em leis, a partir da promulgação da Constituição de 1988, a

qual dedicou a Seção II do Capítulo II do TÍTULO VIII, DA ÓRDEM SOCIAL, à

Saúde, definindo os seguintes objetivos a serem alcançados pelo sistema de saúde:

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acesso universal ao sistema, integralidade nas ações, equidade e participação

popular, como se lê, em especial, em seu Art. 196:

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (PODER CONSTITUINTE ORIGINARIO, 2007, p71).

Na década subseqüente, foi, então, implantado, como parte da nova política

de saúde, o Programa de Saúde da Família. Este Programa previa a prestação de

assistência à saúde da população de forma hierarquizada, a partir das unidades de

saúde até o serviço terciário, os hospitais, com alta densidade de tecnologia.

Entretanto, o funcionamento do Programa tem apresentado deficiências (CORREIA,

2010).

Muitos motivos contribuem para a ineficácia do funcionamento dessa

hierarquia, dentre eles a banalização da atenção básica, que tem baixa

concentração de equipamentos. Devemos lembrar que historicamente é muito difícil

quebrar tabus, tais como a assistência voltada somente ao tratamento das doenças

(SILVA JR E ALVES, 1998)

A OMS (Buss e Pelegrini, 2007) criou a comissão sobre os Determinantes

Sociais da Saúde (DSS), cujo objetivo é fazer conhecer a importância dos

determinantes sociais e buscar soluções que diminuam as iniqüidades entre os

indivíduos. No Brasil, foi criado em 2006, a Comissão Nacional de Determinantes

Sociais de Saúde (CNDSS), com o mesmo fim. Seus compromissos são:

Compromisso com a ação: implicam apresentar recomendações concretas de políticas, programas e intervenções para o combate as iniqüidades de saúde geradas pelos DSS.

Compromisso com a equidade: é fundamentalmente um compromisso ético e uma posição política que orienta as ações da CNDSS para assegurar o direito universal a saúde.

Compromisso com a evidência: as recomendações da comissão devem estar solidamente fundamentadas em evidências cientificas que permitem, por um lado, entender como operam os determinantes sociais na geração das iniqüidades em saúde e, por outro, como e onde devem incidir as

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intervenções para combatê-las e que resultados podem ser esperados em termos de efetividade e eficiência.

Linhas de ações:

1.Produção de conhecimentos e informações sobre os determinantes sociais e a situação de saúde, particularmente as iniqüidades de saúde, com vistas a fundamentar políticas e programas.

2.Promoção, apoio, seguimento e avaliação de políticas, programas e intervenções governamentais realizadas em nível local, regional e nacional

3. Desenvolvimento de ações de promoção e mobilização junto a diversos setores da sociedade civil, para a tomada de consciência sobre a importância das relações entre saúde e condições de vida e sobre as possibilidades de atuação para diminuição das iniqüidades de saúde (BUSS, PELEGRINI, 2007)

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3. OBJETIVO GERAL

Propor uma ação de educação em saúde bucal, baseada no modelo

dialógico, a ser implementada na ESF Dr. Nery Alves Azambuja.

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4. APRESENTAÇÃO DA UESF DR. NERY ALVES AZAMBUJA

O presente trabalho tomou lugar na Unidade de Estratégia Saúde da Família

DR. NERY ALVES AZAMBUJA pertencente ao bairro Jardim Marambaia, localizado

no município de Ponta Porã, MS. Nossa unidade é composta de uma equipe que

conta com sete agentes comunitários de saúde, uma enfermeira, uma dentista, uma

médica, uma técnica em enfermagem, uma auxiliar de consultório odontológico, uma

recepcionista e uma auxiliar de serviços diversos. No período noturno, finais de

semana e feriados, na mesma unidade, funciona o regime de plantões e atenção 24

horas.

Nossa área de abrangência abarca uma população adscrita de 3.857 hab.

dentre os quais 1.796 indivíduos são homens e 2.061 mulheres, totalizando 1.066

famílias cadastradas. O abastecimento de água é fornecido em 92,40% por rede

pública e o restante usa água de poço ou nascente. Quanto à coleta de lixo, 96,34%

é realizada por coleta pública. Não possui rede de esgoto, sendo utilizado

principalmente o sistema de fossas. A maioria das famílias, 94,28%, utiliza a energia

elétrica distribuída pela Enersul. O município não tem sistema de tratamento de

esgoto e nem coleta de lixo seletiva e este é depositado numa área a céu aberto

(Lixão).

Como podemos constatar só mudamos de endereço, pois esta é a realidade

de muitos municípios brasileiros e, consequentemente, com problemas de saúde

bastante parecidos Uma área de pouco comércio, conta com duas fábricas, uma de

refrigerantes e a outra de pincéis. A maioria das mulheres são donas de casa. Conta

também, com uma escola municipal, uma escola estadual e duas Universidades,

UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e UEMS – Universidade

Estadual de Mato Grosso do Sul e um Instituto Técnico Federal. O município

disponibiliza pouca oferta de lazer para a população tanto jovem, adulta e idosa.

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5. DESCRIÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

O projeto de intervenção, que será descrito a seguir, foi realizado no dia 31 de

agosto de 2011, na própria unidade, na sala destinada para reuniões. Está

fundamentado nos princípios da educação/promoção de saúde e baseado na idéia

da construção de um sistema de serviços de saúde democrático, universal,

igualitário e integral, mediante ações no cotidiano dos serviços de saúde.

A experiência ultrapassou as expectativas com a presença de 30 pessoas ao

local, de diferentes faixas etárias e todos participaram ativamente. Os temas

sugeridos anteriormente foram colocados para votação, por meio de convites,

distribuídos nas casas pelas ACS, na sala de espera, pela dentista, pela ACD e

demais membros da equipe.

Os convites foram depositados em uma urna de votação que estava exposta

na sala de espera, juntamente com um mural, onde também estava fixado o convite

(com data e horário do evento, que foi chamado de I encontro de Saúde Bucal . Os

temas para votação foram: 1. Saúde Bucal e atendimento odontológico para

pessoas com necessidades especiais. 2. Saúde Bucal e Tabagismo e Alcoolismo.

O mais votado foi o tema 1: Saúde Bucal e atendimento odontológico voltado

para pessoas com necessidades especiais. No dia marcado, depois de ter sido feita

a abertura, com a apresentação do projeto, dada as boas vindas aos participantes,

feita a minha apresentação e ter sido explicado que eu, a cirurgiã dentista da equipe

seria a coordenadora e facilitadora do evento, foi apresentada a cirurgiã dentista

convidada, especialista no assunto a ser tratado e que atende no Centro de

Especialidades Odontológicas (CEO),

Foi sugerido que conversássemos mais especificamente sobre “verdades e

mitos relacionadas ao atendimento de pessoas com necessidades especiais”

(hipertensos, diabéticos, gestantes, pessoas com problemas neurológicos, crianças

com necessidades especiais (síndromes, paralisia cerebral e outros).

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Utilizando um recurso de dinâmica chamado de ”mapa falante”, todos foram

convidados a dar o seu parecer e falarem o que sabiam e entendiam sobre assunto

acima descrito.

De forma sucinta, foi colocado em um mural o nome e a idéia de cada um que

quis se manifestar sobre o assunto. A opinião da cirurgiã dentista da equipe também

foi colocada em destaque neste mural. Convidamos a participar do debate, a cirurgiã

dentista do Centro de Especialidades Odontológicas, especialista no assunto que

veio enriquecer o evento e também a opinião dela foi colocada no mural. Após essa

etapa, a cirurgiã dentista da equipe pediu que cada pessoa lesse e comentasse o

que achou de sua frase, abrindo-se em seguida o debate para o esclarecimento de

dúvidas.

O coordenador e facilitador do evento (cirurgiã dentista da equipe) esteve

atento para criar um clima de respeito e confiança, evitando comentários que

denotassem um julgamento de valor, e procurando entender a lógica que faz com

que as pessoas optem por uma classificação ou por outra (valores familiares,

concepções equivocadas, experiências anteriores de tratamento etc.), de forma a

contribuir para a elucidação da temática. Suas ponderações foram no sentido de

reforçar os comentários do próprio grupo para esclarecer o que estava sendo

debatido, assim como acrescentou informações que puderam trazer esclarecimentos

sobre o assunto.

O passo seguinte foi debater idéias e pedir que cada um se manifestasse

verbalmente sobre a que conclusão tinha chegado sobre o tema.

Essa é uma dinâmica que permite conhecer o perfil da clientela, discutindo

esses diferentes aspectos relacionados à saúde bucal.

Infelizmente somente foi possível relatar apenas um dia de ação na íntegra.

Este é um trabalho que deverá ter continuidade e será avaliado a curto, médio e

longo prazo. Pudemos verificar e confirmar logo após a finalização deste primeiro

encontro e avaliação do evento, o que já foi fundamentado inúmeras vezes neste

trabalho, ou seja, que as pessoas constroem seus conhecimentos acerca da saúde

bucal, a partir de suas vivências familiares, suas experiências anteriores de

tratamento, das possibilidades conformadas por suas condições de vida e de acesso

aos equipamentos sociais e de saúde etc. – tudo isso vai contribuindo para formação

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de conhecimentos, construção de valores, posicionamentos mais ou menos pró-

ativos em relação a sua própria saúde.

Que para o trabalho ter um desenvolvimento pleno, o ideal é que os grupos

tenham, no máximo, 20 participantes. No caso de exceder esse número, tornaria se

fundamental a formação de subgrupos. Respeitando o limite máximo de 30 pessoas.

O espaço também deveria ser suficiente para que as pessoas pudessem ficar em

circulo. Quanto ao planejamento, este deveria ter sido bastante sistemático para o

êxito total desta estratégia. Nesta etapa do planejamento é deveríamos pensar

diversos aspectos:

Quais as características do grupo: (número de participantes, faixa etária, nível

de integração, sexo, etc.)

Critérios de seleção dos participantes (faixa etária?, característica

socioculturais? ,etc.)

Seleção dos participantes respeitando critérios segundo a temática escolhida.

Número de encontros

Periodicidade dos encontros

Tempo de cada encontro

No final foi distribuído um questionário (em anexo), e uma lista de presença. Através das respostas apresentadas pudemos avaliar também que a maioria das pessoas que compareceram foram mulheres e crianças. Que para os próximos encontros deveremos planejar ações que possam atrair a clientela masculina. Que a maioria das pessoas elogiou a forma como foram recebidas. Que as pessoas não querem opinar e dar sugestões. Que em outras ocasiões deveremos incentivar que elas participem dando sugestões. Depois sorteamos um prêmio, que foi oferecido por uma paciente que confecciona bijuterias e todos foram convidados a participar do coffe break e do bate papo informal.

Percebemos a satisfação de todos e o brilho nos olhos dos participantes que

se sentiram valorizados com o evento preparado com carinho para eles. Muitos

manifestaram verbalmente sua satisfação. Acreditamos que estamos no caminho

certo, que nosso objetivo inicial foi atingido, que este trabalho deverá ter

continuidade e que poderá ser avaliado o seu progresso e eficiência a curto, médio e

longo prazo conforme fluxograma apresentado em continuidade.

A metodologia que se está utilizando para atingir o objetivo tem como base o

modelo dialógico. Todas as atividades desenvolvidas aí são planejadas (usando-se

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recursos como por ex: dinâmicas, debates e outros), levando-se em consideração

que o modelo tradicional não é capaz de atingir as pessoas para que elas se sintam

motivadas a mudar e incorporar novos conceitos, que ajudarão a melhorar o auto

cuidado. “Para melhor entender como estão sendo realizadas as atividades

sugeridas anteriormente, iremos a seguir ampliar o relato da experiência no que se

refere a “operações e produtos” e critérios de avaliação e resultados esperados”

1. Tema abordado:

Saúde bucal de pacientes com necessidades especiais.

Quem foi o responsável pela organização para realização do encontro?

Toda equipe do ESF.

Quem conversou sobre o tema?

A cirurgiã dentista da equipe da ESF, com a participação também da cirurgiã dentista, especialista no tema do Centro de Especialidades Odontológicas (convidada).

Onde foram fixados os temas a serem escolhidos?(isto foi feito com antecedência)

No mural na sala de espera

Distribuídos os convites nas casas pelas agentes de saúde

Quais os assuntos que foram sugeridos e colocados para votação?

1. Saúde bucal de pacientes com necessidades especiais;

2. Relação do uso do álcool e fumo na saúde bucal

Como foi divulgado o evento e distribuído os convites?

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Na sala de espera, pela ACD e pelas agentes de saúde e toda equipe durante

as consultas.

Quais foram os patrocinadores do evento?

Secretaria de Saúde: com fornecimento de recursos áudio visual (data show)

Comunidade e comerciantes locais: contribuindo com prêmios para o

sorteio e elementos para o coffe break. (voluntário)

Equipe do PSF: contribuição voluntaria com prêmios e elementos para o

coffe break.

Como foi avaliado?

Através de questionário, segundo o modelo em anexo, para avaliar o nível de

satisfação.

Através de assinatura de presença para testemunhar a freqüência

Temas que poderão ser abordados nos próximos encontros?

Principais doenças bucais, como se manifestam e como prevenir.

Importância do auto-cuidado, higiene, escovação e uso do fio dental.

Dieta, auto-exame da boca, prevenção do câncer bucal.

Cuidados imediatos após traumatismo dentário.

Prevenção e exposição ao sol sem proteção.

Uso do álcool e fumo.

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Importância de uma dieta saudável, excesso de sal e importância do

consumo de água.

Como cuidar dos dentes dos bebes: carie de mamadeira e quantidade certa

de flúor.

Saúde direito de todos e dever do estado.

Saúde bucal e gestante.

Saúde bucal do idoso.

Saúde bucal da criança.

Saúde bucal de pacientes com necessidades especiais.

Saúde do homem com ênfase na saúde bucal.

Assuntos relacionados a auto estima e a perda dos dentes.

Propostas de oficinas Temáticas associadas à prevenção do processo saúde -

doença cárie

Experiências e modelos anatômicos

Trabalhando com figuras

Jogo da velha humano

Bingo de saúde bucal

Caça ao tesouro

Sugestões de dinâmicas para oficina com a clientela da clinica odontológica

1. Dinâmica de apresentação (distribuição de crachás)

2. Apresentação da proposta de trabalho

3. Mapa falante

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Diagnóstico da situação

Fatores identificados que levam a geração do problema que queremos atingir

Fonte: a autora

Hábitos e estilo de vida inadequado

Resistência em absorver novos

conceitos

Baixa auto-estima e falta de motivação para mudar

Descrédito do serviço público

Pouca participação e

tomada de decisão

Crenças populares quanto à causa das

doenças e tratamento das mesmas

Dificuldade em tomar

responsabilidade quanto a sua saúde e auto

cuidado

Alto índice de cárie e doença

periodontal

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Operações e Produtos

Fonte: a autora

Montagem de um ambiente acolhedor com recursos

didáticos uma vez ao mês

Material fornecido pela secretaria de saúde

Participação de toda equipe

Lista das sugestões dos temas será fixada na sala

de espera juntamente com a urna de votação

Sorteio de prêmios ou coffe break

patrocinados pelos

comerciantes locais,

doações em geral

secretaria de saúde e

associação de bairro e

outros

Convites feitos através de cartazes, agentes de saúde e equipe (imprimir

convites)

Abordagem de temas sugeridos

pela equipe e escolhido pelos

próprios usuários

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Fonte: a autora

Prazos Responsável Patrocínio45 dias (inicio) Cirurgião dentista e ACD

auxiliado por toda equipeSecretaria de saúde, associação de bairro, comerciantes locais e doações voluntárias

Três meses (avaliação inicial)

Cirurgião dentistaOs mesmos

Um ano (avaliação final) Cirurgião dentista Os mesmos

Critérios de avaliação e resultados esperados

Freqüência ativa dos usuários

Absorção dos usuários e equipe como rotina de

atividades

Maior participação e

melhora do auto cuidado

Curto prazo Médio prazoLongo prazo

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prática deste projeto de intervenção serviu para uma melhor ação

educativa, um dos pontos fortes a que se propõe o nosso trabalho na ESF. Para que

isto se tornasse verdade, exigiu-se a reorientação das práticas desenvolvidas nas

unidades de saúde. Fez-nos entender, o modelo assistencial a ser construído

através das ESF, não como um retrocesso conforme o entendimento inicial de uma

medicina simplificada destinada para os pobres, muito pelo contrário, passamos a

entender que, demanda uma reorganização dos saberes e das práticas de saúde,

para que os ideais do SUS sejam postos em prática no cotidiano dos profissionais.

Como havia dito anteriormente muito já caminhamos, muitas vezes sem saber em

que direção, mas ainda temos muito que acrescentar.

Pensando assim, entende-se que a ESF exige alta complexidade de

conhecimentos e do desenvolvimento de habilidades e de mudanças de atitude.

Pensar na ESF, como modelo assistencial, implica na ruptura das práticas

convencionais e hegemônicas praticadas até então. As práticas da educação em

saúde nos levam a um modelo, que seria mais coerente com os princípios do SUS,

principalmente o da integralidade.

Ao nível de prevenção, entendem-se as práticas de educação em saúde para

promover a melhoria do auto cuidado dos indivíduos. Educando para saúde

queremos ir além das práticas curativas e dar preferência as preventivas e

promocionais. Este modelo adotado, o dialógico, contribuiu para um entendimento

mais amplo das necessidades de saúde dos indivíduos e na maior humanização da

ação educativa, onde o saber e o interesse da nossa clientela nos interessam

sobremaneira. Foi uma oportunidade de proporcionar acolhimento, e utilizar o saber

de forma horizontal e não como uma forma paternalista e impositiva. Uma

oportunidade de se discutir e incentivar o auto cuidado e a construção do bem estar

e a melhora da qualidade de vida da nossa clientela.

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REFERÊNCIAS

AYRES, J. R. C. M. Sujeito, intersubjetividade e práticas de saúde. Ciência e saúde coletiva, 2001.

BRICEÑO-LÉON, R. Siete tesis sobre la educacion sanitária para la participacion comunitária . Cad. Saúde Pública, v.12, n. 1,p.7-30,jan/mar., 1996

BUSS, PM E PELEGRINI A.: A Saúde e seus Determinantes Sociais. PHYSIS: Rev.Saude Coletiva, Rio de Janeiro, 17 (1): 77-93, 2007.

CARVALHO, G. I. SANTOS, L. Sistema Único de Saúde: comentários a Lei orgânica de saúde, Campinas; Editora da Unicamp, 2002.

CHIESA, A.M; VERÍSSIMO, M. D. L. O. A educação em saúde na prática do PSF, 2003.

CORREIA, Adélia Delfina da Motta S et al., Politicas públicas de saúde e processo de trabalho em saúde da família. Campo Grande, MS, Ed.UFMS, v.1, 2010.

COMISSÃO sobre os Determinantes Sociais da Saúde (DSS).Determinantes sociais de saúde.Genebra,Organização mundial de saúde,2005

COSTA, M; LOPEZ, E. Educacíon para la salud. Madrid: Piramide, 1996;

MENDES, E. V. Um novo paradigma sanitário: a produção social da saúde. In: MENDES, E. V. Uma agenda para a saúde. São Paulo: Hucitec, 1996.

OLIVEIRA, Angelo G.R. da Costa.,Modelos Assistenciais em Saúde Bucal no Brasil:Tendências e Perspectivas. Ação Coletiva: vol.II, Jan/mar., 1999

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PAIM, J.S. Saúde da família; espaço de reflexão e praticas contra hegemônicas?In: PAIM, J. S. Saúde, política e reforma sanitária. Salvador CEPS/ISC, 2002.

PINHEIRO, R; LUZ, M. T. Práticas eficazes X modelos ideais: ação e pensamento na construção da integralidade. In: PINHEIRO, R; MATTOS, R. A. (Org.) Construção da integralidade: cotidiano.

(PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIA). Constituição da República Federativa do Brasil. In CODIGO CIVIL E CONSTITUICAO FEDERAL. 58. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

RICE, M.; CANDEIAS, N. M. F. Padrões mínimos da prática da educação em saúde: um projeto pioneiro. Revista de saúde Pública, 1989.

SILVA JUNIOR AG e ALVES CA: Modelos assistenciais em saúde: desafios e perspectivas. Disponível em: HTTP://www.retsus.epsjv.fiocruz.br/upload/publicacoes/pdtsp_4.pdf.

UNFER, Beatriz e SALIBA, Orlando. Avaliação do conhecimento Popular e práticas cotidianas em saúde bucal. Revista de Saúde Pública, 2000

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ANEXO

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AVALIAÇÃO DO EVENTO

Tema Abordado no dia: _________________________

DADOS PESSOAIS

1. Qual o seu nome?............................

2. Qual a sua idade?.............................

3. Sexo ( ) Fem ( ) Masc

AVALIAÇÃO DO EVENTO

1. O encontro atingiu sua expectativa:

( ) Sim

( ) parcialmente

( ) não ( ) não sei

2. A organização do encontro

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Adequada Parcialmente

adequada

Inadequada Não sei

Tempo

Local

Material

Metodologia

3. Dê uma nota de 1 a 5 para a participação do grupo:

1 ( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )

4. Dê uma nota de 1 a 5 para o profissional facilitador do encontro:

1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )

5. O que você mais gostou no encontro?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

__________

6. O que você acrescentaria ou mudaria para o próximo encontro?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

________________

7. Em sua opinião o que você poderia mudar para melhorar ou conservar a sua

saúde bucal?

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______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

__________________

8. O que esse encontro significou pra você?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

____________________________

OBRIGADA PELA SUA PARTICIPAÇÃO!! A SUA PRESENÇA É MUITO

IMPORTANTE PARA NÓS.

Equipe da ESF