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OPINIÃOPorque cala a imprensa catarinense
•
, IIII
Jornal laboratório do Curso de Jornalismo da UFSCAno 13 - nº 7 - Maio /96
I'I;
II
AL
Como educar seu filho?
Dazaranha: a
ascenção de uma
banda mané da ilha
iJí�Dr. Minatti, o picareta
do sexo virtual
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ZEROJornal Laboratório doCurso da Jornalismo da UFSCAnD 13 - 11.7- maiol 96
Arte: Romeu Martins
censurar até mesmo entrevistacoletiva. A bancada estadual doPPB convocou uma no dia 18de abril, para anunciar queprotocolara uma ação popularpedindo a suspensão de toda a
propaganda do governo do Es
tado, por considerá-la de con
teúdo "marcantemente político-partidário e de promoçãopessoal do governador Paulo
. Afonso Vieira" (PMDB). Dois
jornais limitaram-se a dara notícia em notinhas es
condidas no pé de página.A ação - bem fundamentada, inclusive com levantamento estatístico sobre os
anúncios institucionais publicados pelas secretariasde Estado - envolvia, alémdo próprio governador, osecretário de Comunica
ção, Paulo Arenhart, o se
cretário-adjunto, RogerBittencourt, e o assessor especial do governador, Paulo Prisco Paraíso. Além das agênciasde propaganda escolhidas e os
membros que compuseram a
comissão de licitação.A linguagem do governo
não é de mão única. Bastariaconfrontar o teor das manchetes dos jornais com o montan
te de verbas pagas mês a mês
pelo governo. Desde o PlanoCollor os custos das empresassubiram e os anunciantes privados escassearam. O dinheiro
público passou a sustentar os
veículos de comunicação. Daí opoder que os 23 milhões tem.
Se há pouco dinheiro, os jornais tornam-se oposição. Se o
dízimo está em dia, o melhor
lugar do mundo é aqui, e agora. A estratégia é antiga.Chateaubriand fez fortuna com
ela. Trata-se de um jogo contínuo de poder em que cada participante usa todas as armas quetem e o equilíbrio só é obtidoatravés de chantagens mútuas.
Quem perde sempre é o cidadão.
Estes são alguns dos mo
tivos, senador Kleinübing, porque este artigo jamais poderiaser publicado em qualquer jornal catarinense. No seu tempotambém era assim, lembra?
O
suspenso. O jornal quis sabero motivo do corte da verba -
de cerca de R$ 20 mil. A resposta foi direta: o jornal publicaraos artigos do cineasta batendono secretário, por que cargasd'água continuaria recebendodinheiro do governo?
Mesmo sendo propriedadedo ex-deputado Moacir Thomazzi - historicamente um político alinhado com a Arena,
o Executivo
interfere diretamenteno que épublicadopelos jornais quecirculam no estado.
---------------------------- maio /1996
PDS e PPB - o jornal cedeu. Tiveram que sair, diante do alinhamento do jornal, o editorchefe da sucursal de Flori
anópolis, Marcelo Possamai, e
o editor de política Adauri Barbosa. Possamai foi assessor de
comunicação do governadorVilson Kleinubing. A verba foi,enfim, garantida.
Outro fato: o colunistaLuiz Antônio Soares, do jornalA Notícia, publicou na íntegrauma carta enviada pelo secre
tário-adjunto de Comunicação,Roger Bittencourt. A carta acu
sava Soares de estar fazendo
oposição sistemática ao governo Paulo Afonso. Dizia adiante
que não conhecia a formaçãodo jornalista e que jamais havia recebido um telefonemadele. Soares respondeu que não
precisa ir ao Palácio ou telefonar para ter notícias do que se
passa no governo.A carta era a resposta do se
cretário ao que Luiz AntônioSoares havia escrito dias antes.
O colunista - salvaguardado no
limbo que os colunistas ocu
pam na imprensa catarinense -
aconselhou que seria melhor
para o governador deixar de se
iludir pelos "abobados que o
cercam".A verba de propaganda é
tão poderosa que consegue
Porque cala a imprensacatarinenseColaboração: Lãciene
Gimenez Branco, ProfHenrique Finco, SérgioSeverino
Capa: Foto: Elmar MeurerEstúdio Zoom ModelsArte: Joice Sabatke
Edição: Joice Sabatke,Christina Va/adão, G/adinstonSilvestrini, Marcelo Santos,Renê Müller, Elmar Meurer,Daniela de Paula Queiroz,Barbara Pettres, LauraTuyama, Paulo Henrique de
Sousa, Alessandro Bonassoli
Editoração Eletrónica:G/adinston Silvestrini, JoiceSabatke, Christina Va/adãc,Laura Tuyama
Infografia: G/adinstonSilvestrini
Laboratório Fotográfico:Barbara Pettres, LauraTuyeme, Elmar Meurer,Marina Moros
Montagem: ChristinaVa/adão,G/adinstonSilvestrini, Sérgio Severino
Planejamento Gráfico:Joice Sabatke, ChristinaVa/adão
Supervisão: Prof CarlosLocatelli
Redação: Curso de Jornalismo
(UFSC - CCE), Trindade,Florianópolis/SC - CEP 38040 -
900
e-mail: [email protected]
Telefones: (048) 231-9490 e
231-9215
Telex e Fax: (048) 234-4069
Fotolitos e Impressão: JornalA Notícia
Tiragem: 5 mil exemplaresDistribuição Gratuita
Circl!!�ção Dirigida� �
,� : ..... : .
O senador Vilson Kleinü
bing (PFL) desafiou a
imprensa ca tarinense a
praticar o "jornalismo inves
tigativo", em uma entrevistacoletiva, no último diâ 22 deabril. Estava visivelmente irritado com a ausência de notíciascontra o governo do Estado nos
jornais e nas TVs de SantaCatarina. Irônico, disse estar
desconfiado que Goebbels - o
mentor da propaganda na
zista - esteja por perto.Certamente, não é nenhu-ma comparação entre os
responsáveis pela área de
comunicação do governo e
o nazista. Mas como publi-car, senador, se os jornaisestão censurando até entrevista coletiva?
No episódio ca ta r i
nense, o Goebbles citado
por Kleinübing pode ser
traduzido por alguns milhões.Mais precisamente, R$ 23 milhões - verba empenhada paraa propaganda do governo. Éarmado com este- arsenal queo Executivo tenta interferir diretamente no que.. é publicadopelos jornais que circulam no
estado. Às vezes chega a determinar o que pode ou não ser
publicado. Matérias sobre a
paranaense Inepar e a Paulista
Seguros, empresas que financiaram a campanha db governador Paulo Afonso e que agoraestariam sendo beneficiadascom generosas verbas governamentais, teriam sido censura
das em pelo menos dois jornais, segundo relato dos auto
res que, obviamente, não se
identificam para não perder oemprego.
Mas a materialização da interferência ocorreu quando da
publicação, pelo jornal A Notícia, de três artigos do cineasta
Eduardo Paredes criticando o
comportamento do secretáriode Comunicação PauloArenhart. Um episódio lamentável que resultou em retaliaçãocomercial e demissão de jornalistas. Dois dias depois da publicação do terceiro artigo, o
jornal foi avisado de que o
anúncio de página inteirá deum caderno de cultura estava
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
maio/1996--------------------------------------------------------------------------
�.... céus", Brasil .
O� uiáloqos aiirmam que está acontecendo um direçãoà
Catanduva. Na rnes- : rnarnerüe, ,10 tocante ao
CC" maestrada,oempresárioJoão . aparecimento de objetos vo-fenômeno que eles chamam de onda. ZERO da Matta, 48 anos, garante ter : adores em quase todo o es-
confere o que os cibernautas tern a dizer sobre o feito o contato mais próximo : paço aéreo brasileiro é
t: com o OVNI, que descreve . apenas um pequenaassun O .
como sendo um aparelho : ponto do que re-por Romeu Martinsoval, emitindo luzaes colori- a Imen tedas e comuma "traseira pare- acontece.
cida com a do antigo Simca Ocorreu um
Chambord' . Toda essa agita- caso em Vargição chamou a atenção do pre- nha-MG de um .
sidente da Sociedade de Estu- aparecimento dedos Extraterrestre, Socex, o uma estranha cri
ufólogo grego Eustáquio atura o que fez queAndréa Patounas. a população ficasse
Eustáquio, entrevistado no alarmada, então foiúltimo ZERO, não só acredita quase impossível a imna veracidade do caso ,como : prensa esconder talfato.dá o endereço e a missão dos : Daí apopulação começou aOVNIs de Joaçaba: "Os seres : falarsobre osaparecimentossão oriundos de Arcturus, na : de OVNIs que estavam ocor
constelação perto de Sirius, e : rendo - até então quase ninsua tarefa é ancorar uma nova : guém falava por medo ou
energia propícia para as mu- : mesmopor não ter que passe noticiava um danças a nível vibracional, e : sarpor humilhações - a im
para encorajar ações para : prensa.pressionadapelogotransmutação de valores espi- oerno.foi "obrigada"a esclarituais". recer tais fatos, o que a le-
Mas o assunto é polêmí- vou a transmitir aquelas tãoco, e nem todos têm tama- tolas explicações, dizendonha convicção, por isso na que eram apenas imagensestréia da seção Fórum desfocadas de algum pontoInternet, o ZERO lançou a de luz. Todos nós querendoseguinte questão na rede saber umpouco e tendo quedas redes: '� verdade está ouvir tolices I!!mesmo lá fora?" €) Everson Luis Taco
Pesquisador ufológico e
tradutor da revista UFO. . .,.""
g952�iqm.uniCdfTlp.brexiste desde a épocada 2'"grandeguerra(1945), masgrandescompanhias "abafaram" o seu lançamento. A tecnologiasó é mostradaparaa humanidade de
pendendo dos interesses de quem a desenvolveu.Juliano Noal Palma
reproduções! ZERO Universidade Federal deSanta Maria - RS
[email protected]êmico de Engenharia Mecânica
Desdeo início do
ano, já foram relatados avistamentos
na maioria dos estados, doRio Grande do Sul à Bahia,passando por Minas Gerais e
até mesmo SantaCatarina.Al-
guns casos ficaram célebres,como o de Varginha- MG,onde fala-se até de um extra
terrestre capturadopelo Cor-
Desenho de OVNI avistado em Joaçab_a
A partir do mo
menta em que foivisto algo que voa e
não foi identificado, evidentementetrata-se de um
OVNI. Agora, naminha opinião, afir-
o marque dentro deste OVNI existem se
res de outrosplanetas épuraprecipitaçâo. A maioria dosaoistamentos não
passa 'de má iruerpretaçâodosfenôrrumos atronômicosbanais, engodos e, oque estámuito emmoda: uma ótima
forma de se divulgar umadeterminada região dopaís.Eduardo GaivãoBelo Horizonte - [email protected] eletrecista - Analista -
Astrônomo amador
po de Bombeiros local.Em Santa Catarina, duran
te todo o mês de março, o interesse pelo assunto ficou porconta das aparições em cidades do Oeste, principalmenteJoaçaba, onde centenas de pessoas chegaram a fazer vigíliastodas as noites. Sintonizadasnas rádios locais, uma verdadeira multidão ia ora para às
proximidades do aeroporto Santa
Terezinha, ora doPresídioRegional, aspartes mais altas dacidade, cada vez que
avistamento.Várias pessoas
fotografaram e filmaram .o fenômeno.Um cinegrafista daTV Barriga Verde
chegou a acompanhar um objeto luminoso por um tre
cho de 20 quilômetros da BR-282, em
gal e deixa cair pedaços. AAMPEU e o CIPFANI
inoestigam e en
contram uma
placa com ins
crições. Asduas teste
munhassâo poucoconfiáveis e a
placaé de
liga co-
mum de cobre.
Belo HorisonteÉfilmado um OVNI com
formato de morcego. Todosos objetos com formato debat-sinal são aberrações delentes geradaspor câmerascomzoom 12x. Este, emparticular era Vênus, com 100%de certeza .
VarginhaSuposto ET au IT vista
dentro da cidade. Capturado pela PM/Exército. Nãodispomos de mais informações... por enquanto!Aloysio CarvalhoBelo Horizonte - MG
Meu irmão afirma ter
presenciado estranhas luzesnosúltimos dois diasno céu
aqui dePelotas. As luzes sãode cor uerrnelbotalaranjado, e aparecem por voltade 20hs., sempre na mesmadireção. Seu movimento varia, incluindo movimentos o
verticais.Nãopossoafirmar nada
mais, apenas estou relatandopara registrar ofato.André "Andy" CarusoPelotas - [email protected]
ApalavraOVNI édesignada para objetos voadoresnão- identificados, nâoquerdizer que estes "objetos" sejam de outrosplanetas egaláxias. Será que a NASA e a
humanidadejá nãopossuemdúvida que tais discos voa
dores que andam assustan
do as pessoas por aí não foram desenvolvidos pelos cientistas terrestres, os quaisandam fazendo experimentospara testá-los? ... Segredosmilitares são ainda os maisbemguardados... Não esqueçam que a telefonia celular
O que tem ocorrido ulti-
Envio a posiçãoda pesquisa emMinasGerais sobre casas recentesdivulgadospela ]1.;ConselheiroLafaiete
Luz Misteriosaem Lagoa. Filmadopela IV atrai multidões,gera comércio. O CIPFANI in
vestiga e descobre tratar-seo
de um reflexo de doispostesde luzde sódio distantes.Matériapublicada noEstadodeMinas - 04/04/96Januária
OVNI desce sobre mata-
Todos asistiram a reportagem do Fantástico (21/04/96) sobre aoistamentos no
céu da Paraíba, numa cidadepróxima aJoão Pessoa.
As autoridades não se
pronunciaram ?
Ninguém avisou a Aeronáutica ?
Novamente ficamos sem
respostas...Emigdio H.EngelmannSanta Cruz do Sul - RSProfessor da [email protected] çada edição do Zero sãoselecionados diferentestemas para discussão.
Se \( )(!'L' quepa ri ici pa r d()
Fórum Internet Zen).c�crL'\ a pa LI
conl((/ ('Ce.lI fsc. hr
ZER•
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
Antecipações de Receita Or
çamentária, somaram R$1<;5 milhões. Estas operações são, basicamente, empréstimos que o govemo doestado toma em bancos públicos ou privados dandocomo garantia a sua receitafutura. Um estado com as
contas em dia também nãose sujeitaria às condições impostas pela Caixa Econômica Federal para um.ernpréstimo de R$ 90 milhões (verbox).
DOIS MAIS DOIS - Poroutro lado, estranha ver o
desempenho de Santa Catarina em arrecadação. A média mensal da receita líquida passou de R$ 76 bilhõesem 94 para R$ 136 bilhõesem 95. O estado conseguiuo melhor resultado na arre
cadação do ICMS desde1986. O total arrecadado
chegou a R$ 1,75 bilhão,14,23% a mais que em 94.Isso representa o terceiromaior crescimento real doICMS entre os estados da fe
deração, atrás apenas de São. Paulo e Rio de Janeiro. Junte-se a isso os R$ 100 milhões obtidos com a vendade ações da Celesc peloInvesc, Santa Catarina Parti
cipações e InvestimentosS.A.
A diferença nas contas
apresentadas pope esclarecer o que realmente foi a
transição pacífica do governo Konder Reis para PauloAfonso. O deputado CarlitaMerss, do PT, diz que tudo
fonte Secretaria de Estado da Fazenda
n referente a primeira parcela do empréstimo de R$ 90 milhOes
------------------------------------- maio /1996
não passou de uma estra
tégia para garantir a maioria na Assembléia Legislativa. O interesse do PMDBseria manter as aparênciasdas contas do governoKleinubing/Konder Reis,muito mais abaladas que o
divulgado, garantindo as
sim os sete votos do PFL.Vale lembrar que o partidode Jorge Bornhausen não
garantiu apenas a aprovação dos projetos do governo no Leg is lat ivo. Tevetambém apoio fundamental na própria eleição paragovernador, com o fim daUnião por Santa Catarina
O
Comissão Parlamentarde Inquérito vai
tnvestiqar as contas do90verno Paulo Afonso
por GladinstonSilvestrlnl
/
os .deputados e�taduars que compoem a
CPI das contas do
govemo Paulo Afonso têmaté o dia 30 de junho paradescobrir o que aconteceu
com o caixa de Santa Catarina nos últimos treze meses. Principalmente quandona mudança do governoKonder Reis para Q atual,propagou-se a idéia de queo estado estava com as finan
ças equilibradas, criando o
que se chamou de "transiçãopacífica". Hoje, no entanto a
situação é outra. Sobra mêsno fim do orçamento.
Ou a situação apresentada em janeiro de 95 nãoera tão boa, ou Paulo Afonso quebrou o estado. É o quese conclui ao ver os números apresentados pelo secretário da Fazenda, OskarFalk.Adívida pública, em fevereiro de 96, passava de R$ 2,5bilhões. O comprometimento mensal da receita para o
pagamento das dívidas su
biu de R$ 22 milhões em janeiro para R$ 35 milhões emdezembro de 95. Já a folhade pagamento do funcionalismo passou de 61% da re
ceita estadual para 91,8%.Outros números des
mentem a suposta saúde financeira. Só em 95 asARO's,
Vem pra caixa, vem
iJissecando O caixa do estado
o governo do estado não conseguiu fazer valero decreto 624/96, determinando o limite de 65% dareceita para a folha de pagamento e o corte nos salários do servidores do estado. Mas, no meio da con
fusão, fez aprovar o projeto que submetia o estadoao voto do Conselho Monetário Nacional para aprovar um empréstimo de R$ 90 milhões junto à CaixaEconômica Federal. Sobre as condições do empréstimo, a melhor definição veio do senador Vilson
Kleinübing, do PFL: intervenção branca.Para ter autorizado o empréstimo, Santa Catarina
teve que assumir o compromisso de atingir as metaspropostas pelo CMN. São 23 pontos, presentes no
contrato, que interferem em quase toda a adminis
tração estadual.Os servidores públicos estão entre os grandes
prejudicados pelas condições impostas. É exigido dogoverno do estado a implantação imediata de um
programa de demissões voluntárias. Mexe inclusivena legislação estadual, propondo a revogação de
quaisquer beneficios que não estejam previstos em
lei federal. A obrigação de conter a folha de pagamento reaparece, só que desta vez prevê no máximo 70% da receita em 96, 65% em 97 e 60% em 98.
A privatização de empresas catarinenses é outro
ponto de destaque no contrato. O governo deve instituir um programa estadual de desestatização, encarregada das empresas de administração indireta,como as fundações. Conforme o documento, até o
final de 96 devem estar prontos estudos sobre a
privatização da Celesc e da Casan. Não por acaso, as
duas empresas são as primeiras a ter suas ações vendidas através do Invesc.
O prazo para pagamento do empréstimo vai atéo final de 98. A liberação do dinheiro foi feita em
duas parcelas de R$ 45 milhões, em fevereiro e mar
ço (G.S.).
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
Febre aftosa causa perdas de até 24% no
peso dos animais atingidos
Elmar Meurer/ZERO
maio/1996------------------�--------------------------------------------------------
A carne que a Europa querEm cinco anos o estadocontrolou a febreaftosa. Agora querexportar carne paranovos mercados
por Michele Nadirde Oliveira
Até maio o governoestadual vacinoucontra a febre afto
sa 2,5 milhões de bovinosem 250 mil propriedadesrurais catarinenses. Foi apenas a primeira etapa da campanha em Santa Catarina, oúnico estado brasileiro quehá quase cinco anos não re
gistra casos da doença.Participam da campanha
260 médicos veterinários,160 auxiliares agropecuáriose dois mil vacinadores co
munitários. Após a primeiraetapa de vacinação, será re
alizado um levantamento
para avaliar o grau de imu
nização do rebanho. Dependendo do resultado, o esta
do pode ser declarado "Livre da Febre Aftosa com Va
cinação", garantindo assim,a comercialização de produtos de origem animal noMercado Comum Europeu."O nosso objetivo é conse
guir o reconhecimento co
mo livres da doença sem va-
cinação. Mas isso exige umafiscalização sanitária muito
maior", diz o médico veterinário, dr. Luís Kerinus.
MELHOR PREÇO - Abusca do reconhecimentodo estado como "livre da febre aftosa" (atualmente al
guns países da União Euro
péia já consideram-no imu
ne) tem razões econômicas.É que muitos países, principalmente da Ásia e da União
Européia, deixam de importar suínos, aves, enlatados e
até mesmo produtos como
soja emilho, se forem detectados casos da doença. Issojá aconteceu em 1991, ano'do último surto, quandoSanta Catarina foi descredenciada do mercado exportador por três anos. Outra
vantagem é que se o quiloda came exportada hoje custa um real, o valor pulariapara seis reais se o estadoestiver imune à febre aftosa.
A segunda etapa da cam
panha começa em outubro,onde serão vacinados 0$ animais com menos de doisanos de idade. A vacina protege-a por seis meses. "Osanimais com mais de doisanos que já receberam cinco aplicações, podem ser
vacinados de ano em ano",
diz Kerinus.Além do controle da afto
sa, o governo vai realizaruma fiscalização intra e interestadual no comércio de
bovinos, aves e suínos. Paraisso, vão ser instaladas cin
co barreiras sanitárias fIXaSna divisa com o Estado do
Paraná, nas cidades de Ga
ruva, Mafra, Porto União e
Dioníso Cerqueira, além de
63 barreiras móveis no inte
rior do estado.
AVES E SUÍNOS - Como caso da doença da vaca
louca na Inglaterra, SantaCatarina terá maior facilidade de exportar aves e suínospara a Europa. "Quem vai sebeneficiar exportando bovinos são a Argentina e Uru
guai", explica o assessor de
imprensa da Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), José Erly Martins.
No ano passado, foramproduzidas 720 mil toneladas de frango, das quais 367mil foram exportadas. Amaior parte foi para a ArábiaSaudita. Foram produzidastambém, 450 mil toneladasde suínos, sendo que 25 milforam para a Argentina e
Uruguai. O mercado bovino
no entanto é deficiente. A
produção anual é de 100 mil
toneladas, e para suprir omercado interno são com
pradas mais 30 mil.
A DOENÇA - A aftosa é pro--
vacada por um vírus e ataca
bovinos, suínos e ovinos,causando febre alta, feridasna boca, entre os cascos e na
língua. Por isso os animais sealimentam mal, enfraquecem, caminham com dificuldade e babam muito. Raramente morrem, porém a
doença ataca o coração diminuindo a capacidade de tra-
Orçamento participativo pode ser leipor Luciana Gimenez
A prefeitura de Florianópolis quer transformar o
projeto de Orçamento Par
ticipativo em lei e para issoestá recolhendo assinaturasdos eleitores da capital embarracas espalhadas pela cidade desde o dia 20 de mar
ço. Os postos de recolhimento do centro foram fechados no dia 25 de abril,mas a campanha continua.
Cinco mil e duzentos e
quarenta eleitores já assinaram o Projeto de Iniciativa
Popular. Para enviar o projeto à Câmara Municipal paravotação são necessárias pelomenos 10 mil assinaturas
(ou 5% do eleitorado da ca
pital)."Só dessa forma as outras
administrações temo a obri
gação de continuar o orçamento participativo como éfeito hoje", disse Luiz Sa
banay, coordenador do projeto na prefeitura, salientando a importância dá trans
formação do atual projetoPostos já recolheram mais de 5 milassinaturas_ São necessárias 10mil ao todo
Elmar Meurer/ZERO
em lei.No ano passado foram
executadas aproximadamente 120 obras, que são concluídas em ciclos trimestrais durante todo o ano. SegundoSaba nay as obras servem
como estrutura para a execu
ção de projetos municipaisde outras áreas, por exemplo: asfaltam urna rua para facilitar a passagem de uma linha de ônibus, constroemuma Casa que abrigará uma
creche ou um posto de saúde, etc ...
ANO RUIM - Nenhumaobra escolhida pelo projetofoi iniciada ainda esse ano,
pois a Prefeitura está concluindo as obras provocadaspela enxurrada do início doano.já foram consumidos R$4,8 milhões nas 150 obras desolução dos prejuízos causa
dos pelas chuvas.Com o Orçamento Par
ticipativo (que vem sendo feito na capital desde 1992 e é
balho. A produção de leitebaixa 15%, o peso cai de 4 a
24% e o aborto em vacas
prenhas salta para 20%.Em 1964, o Rio Grande
do Sul desenvolveu os primeiro trabalhos de controleda febre aftosa. Em SantaCatarina a preocupação coma doença começou em 1968.Na época Mato Grosso e
Goiás eram os centros difusores e, como a fiscalizaçãoera deficitária, podia-se comprar livremente gado daquela região. Além disso muitosfazendeiros deixavam de va
cinar o gado. O
feito em mais 55 cidades detodo o país) a cidade foi dividida em treze regiões (levando em consideração a si
tuação geográfica e social)que realizam assembléiasonde comuriidade elege delegados comunitários (cada10 presentes na assembléiaescolhem um delegado).
Os delegados eleitos pelos moradores e mais os indicados por cada Associaçãode Bairro formam a Coordenadoria Regional de Delegados que é responsávelpelo levantamento das obras
prioritárias em cada região.A coordenadoria Regional
de Delegados elege 39 con
selheiros que discutem a si
tuação financeira do município e a partir daí fazem um
levantamento das obras prioritárias e financeiramentepossíveis de serem executa
das. A Prefeitura Municipaldestina 10% do orçamentoda capital para esse projeto.
O
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
fonte: Sebrae
------------------------------------------------------------------------------maio/1996
No olho da rua (1)A gerente da agência de em
pregos Gelre Força de Trabalho,Lilia Azevedo, conta que o número de pessoas pedindo empregosubiu 20% nos últimos meses e
que dimininuiu o número de pessoas que a empresa tem conse
guido colocar no mercado de trabalho. Muitos agenciados quetêm curso superior também nãoestão conseguindo emprego.
No olho da rua (2)Caiu em 21 mil o número de
postos de trabalho em SantaCatarina no ano passado. Em fevereiro deste ano mais 524 vagasforam fechadas. E dizem que o
melhor lugar do mundo é aqui,logo agora.
Besc busca eficiência
o Banco do Estado de SantaCatarina assinou convênio de R$3,5 milhões com a Fundação deEnsino da Engenharia em Santa
Catarina, para implantar uma
nova rede de comunicação no
banco. O Besc quer aumentar a
sua participação no mercado de30 para 50% em Santa Catarina.
Enquanto isso, o governo do es
tado já pensa em colocá-lo na lista da privatização. Depois da
Casan, o banco dos catarinensesserá o próximo a ter suas açõesvendidas pelo Invesc.
Farinha pouca ....
O presidente da Fiesc, Osvaldo Douat, alerta que se as reformas constitucionais não vierem
logo, investimentos estrageirosirão para outros países do Mer
cosul. Herrnanos, hermanos, negócios à parte.
Eletrosul
AEletrosul teve um desempenho negativo de R$ 66 milhõesno ano passado. O presidenteCláudio Ávila da Silva atribui o
prejuízo à tarifa congelada e ao
pagamento de dívidas da empresa.
Os fazedores de empregos
IMPOSTOS ALTOS - A alta tri
butação e os encargos sociais são os
principais problemas enfrentadospelos pequenos emicroempresáriosna opinião do presidente da
Fampesc (Federação das Associaçõesde Micro e Pequenas Empresas deSanta Catarina) Haroldo Neitzke. Eleacredita que é fundamental a regulamentação da lei que estabelece tratamentoGiferenciado para os pequenos empresários, nas áreas trabalhista, previdenciária e tributária. Ele dizque hoje, com tratamento igual paratodas as empresas, os tributos con
somem 3,6% do faturamento bruto,o que é um gasto insustentável paraas pequenas empresas. Além disso,os encargos sociais representam um
Os números da microempresa na
economia brasileira
govemadorPauloAfonso Vieira isentou do imposto empresas com
faturamento inferior a 115 mil unidades fiscais de referência.
Neitzke compara o descaso do
governo federal através de suas políticas recessivas a "uma vaquinhamagra que não está sendo alimentada, mas na qual mamam 3 ou 4
pessoas; ela vai morrer de fome,deixando mais pessoas sem sus
tento". Ele julga que a discussãoentre governo e empresários é a
única maneira de dar condições defuncionamento para esse setor daeconomia. "Só dessa forma a eco
nomia pode voltar a crescer, gerando empregos e melhorando os sa
lários", disse.Os planos da Fampesc para
este ano incluem a implementaçãode câmaras de comércio, para queas pequenas empresas possamproduzir em conjunto, em maior
quantidade e a preços menores, a
fim de participar de licitações. Afundação espera também o a apoioda Frente Parlamentar na aprovação de linhas de financiamento facilitadas, para treinamento e aperfeiçoamento tecnológico. O
Grandes responsáveis pelospostos de trabalho no Brasil,microempresários queremmudar a legislaçao e reduzira tributaçao
por Rogério Kiefer
Governo federal, sindicalistas,empresários e políticos discutem atualmente, formas
de diminuir o desemprego. Mas o
debate tem deixado de lado um dosmaiores empregadores do país, quepode ter um papel fundamental narecuperação da economia e no cres
cimento dos níveis de emprego: o
pequeno empresário. Segundo os
números do Sebrae (Serviço Brasileiro de Atendimento à Empresa), acontribuição dele não é pequena(verquadro). Noentanto, a situaçãodos pequenos e microempresáriosnão é tão boa como os números podem sugerir.
A comerciante Jurema dos Santos representa bem os problemasdos pequenos em época de recessão.Trabalha das 6h da manhã às 10h.da noite no balcão de sua mercearia
cujo faturamento cobre apenas os
gastos. No ano passado demitiu a
única funcionária e desde então vemtocando sozinha o negócio. Ela conta que as vendas têm diminuídomuito nos últimos meses e que a si
tuação piora quando ela precisa fazer um empréstimo, pois os jurosaltos dificultam o pagamento. Desencantada com a situação ela jápensa em fechar o ponto. "Só nãofechei ainda porque minha filha tra
balha fora e me ajuda. Estou esperando as coisas melhorarem", disse.
Conforme dados da Junta Comercial do Estado, 70% das pequenas empresas não chegam a completar o primeiro ano de vida. Entretanto o consultor de empresas AdemirLuís Bento acredita que esse número é ainda maior porque muitas em
presas fecham e não comunicam àJunta. Para ele, esse índice supera os
80%.
acréscimo de 96% sobre os salários.
O consultor Luis Bento apontaas altas taxas de juros, que diminuem o consumo e aumentam a ina
dimplência, e a falta de gerenciamento como outras causas da
quebradeira. Ele acha que os pequenos empresários consideram o gasto em aperfeiçoamento desnecessário e que por isso não se adaptamfacilmente a mudanças de mercado.A condição de pequeno gera outro
problema grave, que é a dificuldadeem conseguir crédito e linhas de financiamento. Por oferecerem pau··cas garantias, as pequenas empresassão obrigadas a aceitar juros maisaltos sobre seus empréstimos.
VAQUINHA MAGRA - Neitzkediz que falta vontade política parasolucionar os problemas e que porisso as associações de indústrias e decomércio se mobilizaram para um
esforço nacional conjunto. O projeto para mudar a legislação do setor
já formou uma frente parlamentardeapoio, com 300 deputados. LuisBento aponta a isenção de ICMS
para pequenas empresas como uma
importante conquista estadual. OAcervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
maio/1996----------------------------------------------------------------------�----
Na fila, sem telefoneProcura por telefone celularé maior que a oferta. Só em
Santa Catarina, mais de 200
mil pessoas estão na lista de
esperapor Carolina Heinen
O fotógrafoAndré Sielski temo número 44.533 da listade espera de celular na
Telesc. Para ele a maiorvantagem datelefonia móvel será a possibilidade de manter contado com o estúdio quando está em uma sessão defotos externas. Sielski é possivelmente um dos 80 mil inscritos quedevem receber a linha ainda este
ano. No ano que vem mais 100 millinhas devem ser entregues. Aindaassim a fila de espera tem 205.430assinantes em Santa Catarina. Só em
Florianópolis circulam atualmente16 mil celulares e 63 mil inscritosestão esperando. No Estado 74.348linhas já foram entregues.
Hoje existem 120 modelos de
aparelhos cujos preços variam de R$290,00 a R$ 1.440,00, dependendodo tamanho, peso, design e recur
sos que possui. O preço da linha te
lefônica é de R$ 334,00 e a mensalidade custa R$ 31,99. Para conseguiruma linha de celular é preciso fazera pré-inscrição na Telesc. Ela tam
bém pode ser feita pelo fone 1403.O inscrito recebe um número de
espera e é avisado por carta assim
que puder ter acesso à linha.
O portador de linha pode utilizar o telefone dentro da área de co
bertura - área em que chega o sinalda estação ou, em caso de viagempara o exterior pode comunicar a
Telesc e receber um segundo número para utilização nesse período desde que o local tenha sistema de te
lefonia celular,
O sistema deve ser todo digitalizado a partir do ano que vem. Anova tecnologia vai evitar que qualquer outro rádio capte as conversas
telefônicas. Dois testes já estão sen-
André Sielski é uma das BD mil pessoasque devem receber o telefone celular ainda este ano
Elmar Meurer/ZERO
do feitos em Bauru e Londrina.
PROBLEMA - O uso do aparelhoé proibido em armazéns com explosivos e, como qualquer outro aparelho eletrônico, nos aviões por causa das diferentes freqüências dosinstrumentos internos.
Quanto às denúncias recentes deinterferências em balanças, o engenheiro da Telesc, Anor Lemos Cou
tinho, afirma que a faixa de operação do celular é estável e portantonão interfere em outras faixas. OInmetro está pesquisando o assun
to e deve divulgarainda este mês umlaudo sobre os motivos das interferências detectadas em Minas Gerais.
Estudos acusam que ondas ele
tromagnéticas podem causar câncer,mas nada foi comprovado ainda. Osengenheiros desacreditam que o
celularpossa causar problemas. Segundo Anor, os aparelhos, que sãofabricados nos Estados Unidos, nãoseriam liberados se causassem da
nos, já que o país tem uma preocupação muito maior com a saúde deseus habitantes.
NO TRÂNSITO - O uso de celu-
Início nos EUAA idéia inicial de telefonia móvel surgiu nos Estados Unidos na década de
40 mas não funcionou. A AT&T desenvolveu o sistema com antenas de grande abrangência e potências elevadas no qual poucas ligações podiam ser
feitas ao mesmo tempo. Para operar, o telefone precisava de uma bateria
grande que se desgastava em poucas ligações, Na época uma piada ilustravaa situação, O dono do celular só poderia fazer duas ligações: uma para avisara mulher que chegaria tarde em casa e outra para a central para dizer queestava sem bateria.
Em 47 a Bel System dos Estados Unidos criou a concepção de celular:antenas não tão altas, menores potências e áreas menores de cobertura decada antena. Somente em 68 os Estados Unidos desenvolveram um sistema
com tecnologia adequada. Com os primeiros celulares, os telefonemas eramfeitos primeiramente por operadores que repassavam as ligações,
O celular chegou ao Brasil na década de 80, e em Santa Catarina em 93,No Brasil a única alteração foi a faixa de freqüência. O primeiro celular tinhao tamanho de uma maleta. Hoje, o menor cabe na palma da mão.
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J, ,,_ ,
lar no trânsito é considerado infra
ção pelo fato de que ao atender te
lefone, o motorista passa a dirigircom uma só mão. Desde o dia 16demaio de 1994, quando entrou emvigor a decisão 4/94 do Contran baseada no artigo 89 inciso XXI-b do
Código Nacional de Trânsito, o condutor que estiver com celular poderá receber multa que chega a R$49,72,
Segundo o sargento Valmir da
Silva, do Detran, além de não possibilitar uma reação rápida, o celularcausa a perda da visão periférica desviando a atenção do motorista. A leidiz que, para atender uma chama
da, o motorista deve procurar um
lugar seguro, podendo parar emárea proibida para estacionamento
por até cinco minutos,
Outra alternativa é o equipamento de viva voz que permite ao motorista dirigir com as duas mãos en
quanto conversa. Mas o proprietário da Celular Company, FranciscoAlves, que tem três lojas na capital evende uma média de 100 aparelhospor mês, conta que a cada 10 celulares vendidos, um sai com o vivavoz. Amesma proporção é confirmada nas lojas Royal Celular e TeceI.
O
Francisco Alves Elmar Meurer/ZERO
vende cerca dl'100aparllhos Jlor 'mês... .J LJ?
BRECONOMIA
Salário mínimo
o aumento foi mínimo: 12%.O reajuste da previdência foi de
15%, enquanto a inflação do período foi de 21,14%, segundo a
FIPE. Já começam as ações na
justiça contra esse índice.
Dobrou
A dívida mobiliária interna (títulos públicos - dinheiro que o
governo deve principalmente a
bancos), está alcançando a Dívida Externa. De março de 95 a
março de 96 ela dobrou, saltando para R$ 131,8 bilhões. Isso se
deve à política de juros altos praticada pelo governo e também ao
socorro aos bancos. A Dívida Externa do Brasil é de R$ 150 bilhões.
DesempregoSó na Grande São Paulo são
1,13 milhão de desempregados.O problema poderia ser aindamaior. Hoje há uma redução donúmero de jovens no mercado detrabalho. Dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que em 1995,31,07% dos brasileiros entre 15e 17 anos trabalhavam. Em 1990o índice era de 41,91%.
Pró-empregoÉ o nome do programa, lan
çado no dia 29, através do qualo governo quer criar 3 milhõesde empregos, principalmente no
setor de obras públicas inacabadas. O Fundo de Amparo ao
Trabalhador deve liberar R$ 6bilhões para o programa. OutrosR$ 3 bilhões devem vir das em
presas privadas beneficíadas como projeto.
Indústria produz menos
A última avaliação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Esta
tística), feita em fevereiro, apontaredução de 6,4%. Os estados que tiveram maior diminuição na atividade industrial foram Pernambuco(26,1%), Rio Grande do Sul (13,8%)e São Paulo (11,1%). Já Santa
Catarina, MinasGerais e Rio GrandedoSuI, cresceramentre 1,5%e2,1%.
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I jI II (I
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
a Via Expressaestá localizadanuma área dealto risco. Pastes com fios dealta tensão passam por cimade todas as ca
sas, se algumdeles tiverqualquer problemaos barracos seriam destruídos.Isso sem contarcórn o perigodos carros queperdem a direção e caem dentro da favela."Um barraco jáfoi quase tododestruí-do" dizMaristela da Silva. Por falta de
organização, osmoradores não
conseguem me
lhorar seu nívelde vida. Não háuma associaçãode moradores
que leve os problemas da co
munidade à prefeitura ou reivin
diquem por so
luções.
-,,------------------------------------- maio /1996
�,.rlltlfilJllflMoradores da Via Expressa,uma "as favelas mais
pobres da cidade, preparamse para serem removidos.
por Beatriz Prates
Omotivo é a construção devias marginais na rodovia
(BR-282). Mesmo morandoem um lugar que não possui as mínimas condições de higiene e nãotem luz elétrica, muitos dos moradores ainda preferem continuar vivendo ali. Dorninicio Januário dos
Santos, mais conhecido como "Seu
Pinguim", é um deles. Seu Pinguimmora na favela há dez anos. Eleacredita que se tivessem luz e coleta de lixo, não haveria necessidadede mudança. Valdir Duarte , quechegou há três anos , tem a rnesi na
opinião.O maiormedo dos moradores é
de serem transferidos para lugaresdistantes e isolados. Há um tempoatrás, alguns deles foram removidos para oMorro do Viveiro. "Muita gente vendeu as casas e voltou
pra cá. Lá não tinha posto de saúde ou escolas perto de casa." dizValdir. Maristela da Silva, que morahá dois anos na favela, diz que não
quer sair dali. Mesmo com todas as
dificuldades, ela diz que pelo me
nos tem escola, posto de saúde (dafavela Chico Mendes) e hospital(Hospital Florianópolis) próximos.
A remoção dos favelados vai serrealizada pela Secretária da Família do Estado em conjunto com a
Prefeitura. Eles ainda não sabem
quando e nem pra onde, serãotransferidas as 400 famílias que vivem na favela. João Maria Lopes, dofundo de habitação da prefeitura,acredita que a remoção não seráfeita de uma só vez. Segundo ele,alguns critérios como tempo demoradia entre outros, serão utilizados para remoção das primeirasfamílias.
CORTINAS ROÍDAS-Durante ànoite a Via Expressa é praticamente invadida por ratos, nenhum barraco escapa. Na casa de Sarah de ]esus, que mora há dois anos na fa
vela, os roedores atacaram até as
cortinas, Paredes, armário, roupas,potes de comida, tudo roído. Omesmo acontece na casa de Joanilde Duarte, "não dá nem pra ar
rumar as roupas no armário. À noite eles chegam e bagunçam tudo".Seu Pinguim chega a rir quandoconta ahistória de uma de suas vi
zinhas, que acordou gritando porele no meio da noite. Os ratos ti
nham roído seus pés enquanto dormia. Outro problema que aflige os
moradores em relação aos ratos é a
POLITICAGEM
Esquecidospor toda a so
ciedade, os favelados só sãolembrados em
época de elei
ção. Valdir Duarte conta quedurante a cam
panhas muitos candidatos
passam a fre
quentar a favela. "Eles oferecem dinheiro,alimentos, material de cons
trução, empregos e até voltinhas de car
ro" diz Élsio"Alemão", que
mora há dez anos na favela. Valdir lembra de um emprego quelhe foi prometido por um deputado, pra quem ele conseguiu duzentos votos."Eu estou esperandoaté hoje". Conversando com Alemão os dois chegam à conclusãode que o negócio é aceitar tudo
que os políticos oferecem. "De
pois que eles conseguem se ele
ger, se esquecem da gente" , com
pleta o Alemão. €)
Os problemas com ratos e coleta de lixo poderiam ser
minimizados se fossem levados à prefeitura através de, uma associação de moradores
Beatriz Pratesl ZERO
Ieptospirose, A doença é transmitida pela urina do animal. Mesmotendo consciência do perigo, as crianças ainda andam descalças pelafavela.
Como não há coleta de lixo na
favela, o acúmulo é muito grande.A Comcap (órgão responsável pelacoleta de lixo da cidade) fez há trêsmeses uma limpeza geral no lixão,que fica em frente aos barracos.
Jucinei Medeiros da Comcap, dizque a coleta não é feita na favela
porque não existe um lugar ondeos favelados coloquem o lixo e queo caminhão não consegue entrar ládentro. Outra limpeza não tem
nem data para ser feita. Com o
acúmulo do lixo , além de ratos e
baratas, a favela fica com um cheiro horrível. Dona Petronílha, quemora há seis anos na favela,diz quefica pior quando chove. "Mas piormesmo é quando a chuva passa, é
insuportável" diz seu Valdir.Além dos problemas com o lixo,
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
do estado e Paraná .. Essas pessoas,mesmo tendo compradoo bilhete da passagem na ca
pital, podem não conseguirsentar. Na hora da disputa dosbancos, vence o mais espertoe o menos cansado. O
Tortura rodoviáriaram na viagem, numa velocidade de 20 km na subida, crianças chorando e cheiro de
palheiro no ar.
PINGA-PINGA -"Vamos
darumpassinho pra trás", ordena o cobrador EdsonQueiroz, tentando arrumar lugarpara mais cinco passageirosque entram e não têm lugarpara sentar. Nenhum deles,com certeza, sabe do decreto952;93, que determina que sóem ônibus semi-urbane ou
em caso de acidente se podeviajar em pé. mas também,ninguém parece se importarcom a situação.
O "brasileiro cordial" fre
qüenta esta linha pinga-pinga. Valdir Silva acha que "tábom assim". "Meio sofredor,mas vai", diz Silvio Ferreira e
mesmo com banco vago, Maria da Luz não senta: "Vamosem pé, pois é pertinho". Emoito anos de casa e motorista
"nossa, nemsei, desde 54", oheróijosé Gio-po (salário R$600,00), faz as sete horas de
viagemVideira-Beltrão todosos di-as. Diz que não lembrade nenhuma reclamação e
que nunca foi desrespeitado
cando presença. Mas ao con
trário do que se pensa não sãoinsetos que podem prejudicara vida do homem. �
Diferente das baratas que ear-
Apesar de Inconvenientes, as formigas reprodugiío
não causam graves danos porque apenas buscam alimento . -
J � J ,� 1. (
no exercício da função. Eledefende a empresa, que põemais um carro nos dias demovimento e a sabedoria daestrada o fez entender: "Pin
ga-pinga é assimmesmo. Nãotem solução".
Quem não parece con
tente são os mais "viajados" eas mulheres com crianças,que, aomenos que sejam perguntadas, nunca vão recla-
o motorista José Gioppoacompanha a.rotina diária do pinga-pinga
mar. Cristina Frias, com um
nenê de seis meses no colo,foi a primeira a disputar umIugar na parada do ônibusem Caçador. "O nenê tá agitado. Coloquei remédio na
boca dele porque tava com
regam dentro de si agentesque podem causar doenças, asformigas na sua maioria sãoinofensivas e possuem seus ninhos longe dos lugares que invadem para buscar alimentos.
Segundo o biólogo e professor da UFSC Benedito Cortez
Lopes, as formigas possuem o
hábito alimentar onívoro,como o homem, comem detudo. Casas e apartamentossão lugares excelentes para se
procuraralimentos, pois há excedente.Seum pedaço de bolo está infestado não adianta matar as
formiguinhas. Elas são operárias, que na maioria das vezesestão baseando alimento.Avida de um formigueiro giraem tomo da rainha, que nunca sai e está sempre pondoovos paramanter a populaçãode formigas. Se a rainha mor
re, o formigueiro morre junto.
A solução para afastar essesbichos de casa, não está numa
dedetização completa. pois deacordocomo professorLopes,osvenenos fuzem oefeito contrário. atacam os animais de-
maio/1996----------------------------------------------------------------------------
Os passageiros se espremempelo corredor nos 340 kilômetros de viagem
bolor e fiquei com medo denão conseguir sentar".
Em Caçador, o ônibustambém recebe os passageirosque vieram de Floria-nópolis,numa viagem de nove horas,
.
e que querem ir para o Oeste
Inofensivas invasoraspor Débora Sanches
Elas aparecem em toda a parte, estão na sala, na cozinha,'no quarto, no banheiro. Pormais limpo que o lugar esteja,as formigas estão sempremar-
A rotina diária dosônibus intermunicipaisdesafia as leis do bomsenso e da seaurançano trânsito.
por Bárbara Pettres
,
A5h45minda manhãdo Sábado de Aleuia, o Reunidas sal
da garagem para rodar 340quilômetros entre Videira e
FranciscoBeltrão, interior deSanta Catarina.
Na boléia do pinga-pinga, o motorista José Gioppovai pararquase 360vezes parapegar e largar passageiros.
A linha é intermediária,isto é, não tem passagem nu
merada e "qualquer um pode pegar o carro aqui e descer 2 mil metros depois", segundo o motorista. Resultado: fora os 45 passageirossentados, em média 23 pessoas se acotovelam permanentemente no corredor nos
domingos e feriados. Normalmente 130 pessoas fazem o
trajeto todo da linha, mas naSexta-Feira Santa anterior,400 passageiros se aventura-
sangue quente (o homem, ocachorro, o gato) e quase nãoafetam as formigas. "O modomais eficiente de afastar essesbichos é usando soluções ca
seiras, como água ou vinagre,usar pasta de dente ou massa
corrida para tamparpequenosorifícios poronde as formigaspossam passar.
NINHOS_- O professor Lopesreforça que a dedeti-zação nesse caso, só traz males para os
moradores da casa. "Muitas vezes a dedetização adianta poralguns dias, mas logo depoisas formigas voltam. Voltam
porque geralmente o ninhonunca es-ta'dentro da casa ou
apartamento e sim há muitosmetros do local onde elas costumam coletar alimento",acrescenta Lopes."O incômodo que as formigasprovocam é puramente visual. As pessoas se incomodamvendo aquela fileira de bichinhos, mas elas não vão pularnos moradores da casa", dizLopes. Ele alerta ainda paraque as casas estejam semprelimpas, principalmente as de
madeira, onde, como o CUpl01,a formiga pode se alojar. "Porém as formigas não se alimentam demadeira, mas isso não
quer dizer que o ninho não
comprometa a estrutura deuma casa. É bom passar umverniz para evitar a invasão",completa.Muitas pessoas pensam queinsetos como formigas possamtransmitir doenças. "Em p0-tencial sim", diz Zulmi-raMiotelloCipriano, membro daComissão de Prevenção à In
fecção Hospitalar do HospitalUniversitário. Mas nada foi
comprovado cientificamente.De acordo com Zulmira, ograndeagente causadorde infecções é o proprio homem,que carrega no corpo e principalmente nas mãos, muitasbactérias. "Insetos são animaismuito pequenos, é claro quepossuem.uma earga de fim
gos e bactérias, mas é tão pequena que é praticamente impossível um aformiga causar
infecção hospitalar ou trans
mitir uma doença", afirmaZulmira. O
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
a impagável máxima politica:"Calma gente, nem tudo está
perdido!" E o debate trans
correu até beirar às 23h.E já não era surpresa para
os presentes, que PaulinhoBornhausen tivesse saído
pela tangentemuito antes dotiroteio começar: "Será queo Paulinho Bornhausen vaiter peito prá vir aqui hoje"Era a pergunta que corria a
boca pequena por todo o
Campus, na manhã do dia26.
E o senhor, Deputado ... o
senhor não teve mesmo. O
A greve da UFSC----------------------------------------------------------------------------maio/1996
to.
Mas, o objetivo do De
partamento dos Cursos Extra-Curriculares é de não
parar. Só entrarão em grevese os prédios forem fechadosou no caso de falta de alu
nos, pois a grande maioriasão graduandos da UFSC e,
se a greve continuar, os alunos do interior acabam vol
tando para casa, como jáaconteceu em outros anos.
CREDIBILIDADE - Segundo a Coordenadora desses
cursos, Marta Zanatta, a grevetraz falta de credibilidade aos
cursos, e os alunos alegamque pagaram, por isso queremaula. Disse ainda que existemalunos do "extra" que são professores da Universidade e es
tão em greve, mas não admi
tem que o curso que fazem
pare. Também argumenta queos professores do extra são namaioria mestrandos e doutorandos e não são pagos pelaUniversidade, mas sim pelasmensalidades dos alunos.
"Apesar de estarem utilizandoum prédio público, os cursosextra-curriculares tambémcontribuem com ele, poismuitos equipamentos já foram conseguidos com essas
mensalidades, e isso tudo aca
ba sendo tombado como patrimônio da Universidade".
Nos Departamentos de
Pós-Graduação reina amesma
posição: a de não adesão à
greve. O Chefe do Departamento de Pós-Graduação em
Língua Inglesa, José Roberto,diz que a justificativa paraisso, é que a situação dos alu
nos não permite que eles parem, pois a maioria tem bol
sa de estudo que variam de
24 meses/ CNPq a 30 meses/CAPES. Se eles entrarem em
I greve,-não darão conta de
terminar o projeto no prazoestipulado e perderão a bal
sa, além de diminuir o con
, ceita do mestrando.�. .
Bolo parlamentarao Congresso Nacional, eracontragrande parte dos itensda LDB e no entanto disse
que votaria a favor. Perguntas e cobranças surgiam portodos os lados e deixaram o
deputado quase semfôlego.A sabatina girava em torno
de três assuntos principais:o Projeto de Lei n? 1.603 (referente a cursos técnicos), aLDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) nacional ea PEC 233. Mas a vedete danoite acabou sendo mesmo
a LDB, projeto que,para o depu tado, de
início, não era motivode polêmica. Desse
modo, o ele caía em
contradições que nãoeram toleradas, sobretudo quando se tratava do
projeto substitutivo
Darcy Ribeiro.
ABRINDO O JOGO -
Percebendo que haviase tornado vítima dobolo do filho preferidodeJorge Bornhausen, odeputado chegou a desabafar com frases do
tipo "Eu sei que vocês querem bater em alguém, eutambém quero ...
" O deputado não é a Mãe Diná, masfez revelações inéditas: "Naverdade, a Câmara ficou discutindo durante 5 anos o
primeiro projetoda LDB, eas mesmo tempo, o Senadodiscutia outro, o do Darcy,sabiam disso ... E quem aprovasse primeiro, tinha preferência ... A Câmara aprovouo primeiro e o do Darcy foiarquivado. "Depois o sena
do nomeou o senador Dar
cy Ribeiro, por entenderque o senador tinha prestígio e tinha nome na edu
cação ... O senador vai agoraressuscitar o seu projeto,com algumas medidas queinteressarn ao govemo ...
" E
no auge do descontentamento popular, que se de-
se�v�,.o�ep.u.ta??so,ltqu
Nesta ediçao dojornal Zero, e enquanto durar a greve na UFSC, os alunos da primeira fase do Curso
de)ornafismo estarao fazendo uma cobertura de todos os assuntos relacionados a ela, a Universidade,ás políticas educacionais do governo federal e aos projetos de lei que tramitam - tramam - no
Congresso sobre a Universidade. É nosso futuro - o futuro de nosso país - que está em jogo.Transiormamos este canto, de um pequenojornal laboratório, num local de debate.já que o espaçodado a estes assuntos - tundament.ais - é tao desprezível, considerando a imprensa dos grandesjornais, revistas, rádios e te/evisao. Modestamente, damos nossa coloboração. Greve nao é
poratizoçõo, necessariamente. É mobüu.ação.
brancas nuvens.Todas aquelas pessoas es
tavam sedentas por respostassobre o futuro da educaçãobrasileira, a sugestão foi paraque se aproveitasse o programa simultâneo: a sessão es
pecial com os deputados federais da Comissão de Edu
cação da Câmara, na Sala dosConselhos - prédio da Reitoria. Como a síndrome do
desaparecimento parlamentar já havia se alastrado, dosdeputados convidados para
Percebendo que havia se
tornado vítima do bolo dofilho preferido de JorgeBornhausen, o deputadoSeveriano Alves chegou a
desabafar com frases do tipo"Eu sei que vocês querembater em alguém, eutambém quero ...
"
:i
Fora do. movimento
r.Os cursos extracu rr i-
culares de línguas estrangeiras, e a maioria dos cursos de
Pós-Graduação oferecidos
pela UFSC, não aderiram à
greve. Conforme a Associaçãodos professores da UFSC -
Apufsc eles também deveriam
parar pois, no caso dos extra
curriculares, só custam tão barato porque usam toda a infraestrutura da Universidade. A
Apufsc alega. ainda, que elesnão parando, fica a conotaçãode que o ensino pago é mais
importante do que � gratui-Paulo Bornhausen fogeda raia num debate
para discutirseu projetode privcrlizaçao dasuniversidades
Quemnão esteve na
UFSC no último dia
26, perdeu o debatemais polêmico do
momento. E quem esteve,também perdeu. O deputadoPaulo Bomhausen foi convidado pela Associaçãodos Professores da UFSC- Apufsc para um deba-te a respeito de sua
emenda à Proposta deEmenda Constitucional- PEC-233. Aquela, quesugere a privatização doensino de 3° grau ... O
debate, marcado para às
19h. no auditório do
CFH, teria sido, no mínimo, esclarecedor. SeBomhausen tivesse com
parecido.Resultado de quase
um mês de conversa, o
encontro foi marcado
após uma série de entraves:
o deputado pôde escolherdata e hora e ainda leu,comantecedência, as perguntasque the seriam feitas. Um diaantes do já divulgado deba
te, a assessoria parlamentardePaulo Bornha-usen comunicou a Apufsc que por motivos "alheios a sua vontade",ele não poderia comparecerao compro-misso.Diante da
argumentação de que uma
saída destas poderia prejudicar o futuro do político
a sessão especial, apenas compareceu o deputado Severiano Alves, do PDT bai
ano - presidente da Comissão de Educação.
Com a cara de quem re
cebeu flores, o Sr. ReitorDiomário de Queiroz rece
beu às pessoas que entraramna sala e apresentou o con
vidado, que acabou passando, no decorrer da noite,pela sabatina que estava destinada ao deputado PauloBornhausen.
catarinense, os assessores
prometeram um parecer po- CASO CONFUSO - Severiano
sitivo à pres ença de Paulo Alves se tornouo dono da
Bor-nhausen no encontro. noite. Especialista em emen
Mas ... um parecer que não dar projetos alheios (autorveio, até a hora em que o de- de uma emenda na LDB e na
bate, marcado a sine die, já PEC 233), revelou-se um par
havia reunido cerca de 100 lamentar de opiniões ricas
pessoas entre estudantes e. em contrastes. Dizia-se de
professb�s, que resolveram,. �posiçã.o e lamentav� a �não deixar aquilo passar em _
fama Injustamente atribuída: \: f' _
t. � �,LI _i_) .. � i .,; .... ',1: ... A L.; ,I. I I ,j � I, � , l -
Números da
paralisaçãoOs Centros com quase
nenhuma ou nenhuma adesão são o Centro Tecnoló
gico (CfC), devido ao grande número de pesquisas e
projetos financiados porempresas privadas, o Cen
tro de Ciências da Saúde
(CCS) e o Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), porcontarem com um grandenúmero de professores forado regime de dedicação exclusiva -D.E.-à universidade, que têm outras atividades profissionais fora dela. ''As Assembléias vêm cres
cendo", afirmou o presidente da Apufsc. o professor Osni Jacó da Silva: "Naúltima havia 287 professores, o que é um? situaçãorepresentativa, pois os professores hoje estão -nais distribuídos.
Já o presidente do Sindicato de Trabalhadores da
UFSC, SINTUFSC, RobertoAndrade, sente um clima de
desmobilização e falta deesclarecimento político dosfuncionários. De aproximadamente 3100 funcionáriosativos, apenas 250 estão paralisados, ou seja: menos de1Ó%. O
,. � .. � , ;. t• \
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
o estado das coisasExistem turmas sem
au/a par falta de
professores nos cursosda UFSC
AUniversidade Fe
d e ra l de Santa
Catarina tem dificuldade para contratar
professores substitutos.Vários alunos começaramas aulas com atraso e al
gumas disciplinas foramcanceladas. Praticamentetodos os onze centros quecompõem a Universidadesofreram com a diminui
ção de vagas para a con
tratação de substitutos, definida pelo governo.
A chefe do Departamento de Línguas e Litera tu ra Estrangeira (LLV),Heloísa Moritz, informou
que os problemas encon
trados pelo seu departamento já foram contorna
dos. Não foi possível contratar o número de professores necessário e, porisso, alguns professo resaumentaram a suas cargashorárias. "As cadeiras canceladas não prejudicaramos alunos, pois eles foramencaixados em outras tur-
mas", disse Heloísa.Uma turma de Educa
ção Física invadiu o prédio da Reitoria, conse
guindo que contratassem
o professor de que neces
sitavam. A contratação sófoi possível, segundo o
chefe do Departamento deTécnicas de Ensino, DyIron do Valle Pereira Fi
lho, porque a Secretáriade Ensino Superior, em
uma palestra, se comprometeu a repor todas as
aposentadorias durante o
semestre.
SÓ NO GRITO - A tur
ma da nona fase de Letras
Inglês - licenciatura, comcerca de treze alunos, nasua maioria formandos, sóconseguiu ter aula atravésde um mandato de segurança. A turma conversou
com vários professores na
Universidade, com o rei
tor e a vice-reitora, nada
conseguindo resolver. A
única professora qualifica�da, que passou no processo de seleção simplificado, para ministrar a disci
plina de Prática no Ensino de Inglês, já havia sido
professora substituta no
ano passado, e não pode-
Adesão parcialNo dia 7 os professores
da UFSC completaram tres
semanas de greve. Mesmoquerendo trazer novas con
quistas e, principalrnente,impedir perda de outras -
que não só interessam a ser
vidores e professores, mas a
todos os setores ligados àUniversidade - ainda é grande o número de docentes
que não aderiram ao movi
mento.
Não são as punições aos
grevis tas, recomendadaspelo governo, que estão afastando a participação destes
professores. O reitor AntônioDiomário Queiroz declarou seu apoio ao movimen
to, dizendo que não assumiria nenhuma retaliação contra os servidores e professores.
COMPROMISSOS - No Centro Tecnológico (CTC), quetradicionalmente demora. aaderir a movimentos paredistas, a baixa adesão é
explicada pelo fato de a mai
oria dos cursos daquele cen
tro ter suas atividades agregadas ao desenvolvimento depesquisas, feitas em conjunto com empresas privadas,além de compromissos junto ao CNPq. Outra justificativa, no caso dos cursos de En
genharia Civil e Sanitária, éo de que a atenção deles estáconcentrada na reconstruçãodos laboratórios incendiadosem 14 de abril. Essa atitude
passiva também é observadano CSE, onde em alguns cursos, como no caso da Admi
nistração, somente um professor está em greve.
TRÊS sAIÁRIos - Para [ustificar, alguns professores dizem não acreditar no motivo pelo qual a greve estásendo feita, argumentandoser injusto um aumento sa
larial de mesmas proporçõestanto para o servidorque ganha RS 400,00 quanto parao que ganha Râ 4000,00. 0\...'tros lembram que omais Irn-
ria lecionar novamente.Foi aberto uma nova sele
ção e a nova candidatanão foi aprovada. Segundo a liminar dada pelojuiz, a Universidade deveria fazer com que o curso
funcione regularmente, e
assim a antiga professorafoi contratada.
Desde que o governocomeçou a ameaçar os
professores com novos
projetos de aposentadoria, problemas relacionados à contratação de professores substitutos têmocorrido. "Com isso, a
Universidade perde em
produção, pois professores no auge da sua produtividade acabam aposentando-se precocemente",disse Dylton do Valle Pereira Filho, . "Os professores substitutos começama integrar-se a Universidade após um ano, e é nes
te período que eles se
afastam.", completa.O processo de seleção
de professores substitutosprocura pessoas qualificadas, mas como não há garantia de emprego e os sa
lários são baixos, as pessoas que entram acabamsendo menos preparadas
portante finarice iramente paraeles, no
momento,são os ser
viços deconsultoria
prestadosatravés daUniversidade a ou
tras empresas. Comisso che
gam a ganhar até 3vezes mais
que seus
salários.
SEM COESÃO - Al-
Houve multa mobillzac;ãonas passeatas ao centro da cidade
Lúcio Flávlo/ZERO
que as que saem.
O cargo de professorsubstituto sempre existiu,só que com outros nomes.
Colaborador, auxiliar e
horista são alguns exem
plos. Na lei 8745, que vi
gora no momento, o professor substituto só pode
trabalhar durante um ano
na universidade e depoisnão pode ser recontratado.A antiga lei, que vigorou de
91 a 94, o professor poderia trabalhar durante quatroanos e, passando em novo
concurso, poderia ser nova
mente contratado. O
A partlclpac;ão e a
moblllzac;ão aumentam a cada assembléia
�FSC
guns cur-
sos do ces, como Odonto
logia e Medicina, alegam quese um número considerávelde professores parassem suas
atividades de extensão -,relacionadas à. formação de �eu� ,
alunos �. 'toda a comunidade'
sofreria. Seria difícil recome
çar um tratamento dentário
interrompido, por exemplo.Estes casos demonstram
que émuito difícil u� greve na 'UF�tt&�Yrâ�ime .e
coesa, devido não so à di-
versidade e às particularidades de cada centro, departamento e curso, como tam
bém pelos interesses e pontos de vista divergentes en
cQQti:1tçJ.9S entre QS_ pr9pri_qsprofessores, O
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
Com a farda impecável e em posição de sentido, os alunosdo colégio militar cantavam o hino da escola. A rotina de
entrar em forma antes de ir para a sala de aula já diferencia o
colégio dos demais. É o único onde os alunos precisam ficar
de pé quando o professor entra na sala, enquanto um 'chefe de
turma' apresenta a classe, para só depois dar início à aula. A
disciplina e a hierarquia é a mesma usada pela Polícia Militar.
Aluno de sa série, por exemplo, deve prestar continência aos
da 6a série em diante, e naturalmente, aos militares. Os 462
alunos têm ainda disciplinas de ordem unida e quando trans
gridem as normas são advertidos com o RD - recuperação dis
ciplinar . Mas ao invés de suspensão o aluno terá que limparalguma parte do colégio, sejam os vidros, os banheiros ou o
jardim. "Ele é procurado pelos pais justamente por sua disci
plina", justifica o diretor, Major Jorge Luiz Freitas Martins.Com dois filhos matriculados no colégio militar, o enge
nheiro mecânico Arcanjo Lenzi acredita que o convívio com
regras é importante para a vida de um adolescente. "Quandomorei na Inglaterra observei muito respeito das pessoas com
colegas e professores", lembra Lenzi que também considera
bom o nível de ensino do colégio.A ex-aluna Adriana Souza da Silva conta que a melhor fase
de sua vida aconteceu no colégio. Certa que seguiria a carreira
militar, ela lembra que se orgulhava de usar a farda. "Comecei
lá. Quando terminei o 20 grau fui soldado e hoje estou quaseme formando no Curso de Formação de Oficiais". (S.V).
mento e o
capricho do
caderno
que é o mes
mo para to
das as dis
ciplinasservem paradeterminar
se o aluno
deve ou não
passar de
ano. "Testes
são muitos
restritos, o
que eles
avaliam?" ,
analisa uma
das professoras da escola, Claudia Garibaldi. No Anabá, umúnico professor acompanha o aluno desde o jardim.
Claudia tem um de seus três filhos matriculado na esco
la. Ela e o marido - que estudou em escola alternativa -
moram no Rio Tavares, sul da Ilha, de forma bem natura
lista. Não comem carne, não têm televisão e sua casa fica
numa área onde predomina o verde. "Queremos nossos fi
lhos com um mundo interior muito rico", diz.Já a mãe de Claudia, Mauriliana Garibaldi - uma italiana
que mora desde criança no Brasil - não se conforma com o
.
'
tipo de vida que a filha leva e não aprova o tipo de escola
As diferentesa formas de ensino encontram adeptosentre pais e professores. O ponto em comum é a busca de uma educação adequada
que seu neto estuda. "Nós temos que evoluir. Eles estão
vivendo no século passado, quando nasceu Rudolf Steiner"
comenta frustrada. Ela lembra que Claudia estudou no
tradicional colégio Galileu Galilei em São Paulo e que só
conheceu a antroposofia depois que se formou em Pe
dagogia. "A boa escola não precisa ser muito rígida, mastambém não precisa ser lerda.Tomara que meus netos con
sigam se estruturar mais tarde no mercado de trabalho, maseles vão ter que ser muito inteligentes para isso" ,diz ,pen
sativa, Mauriliana Garibaldi.
,.
.,. , Assim como a mãe de
Claudia, a psicopedadoga clínica e terapeuta da fala Zelita
Chamone acredita que as escolas ideais ainda são as tradi
cionais. E mais: diz que a volta da escola tradicional adaptada a realidade é uma tendência. "Eu verifico na maioria das
crianças com problemas de aprendizagem o fracasso da
escola. A escola tradicional tem tido mais sucesso que a al
ternativa", revela. Segundo Zelita, outra falha, não só da
Anabá, mas das escolas alternativas .em geral - em
Florianópolis há mais quatro - é a falta de avaliação."Éimportante para que o aluno se adapte no futuro para a
competitividade", comenta. Para a psicopedadoga, os colé
gios Menino Jesus e Imaculada Conceição são exemplos de
escolas tradicionais ideais. "Já o Instituto Estadual de
'Educação não seria ideal. Mesmo que haja avaliação, não se
tem a cobrança e atenção adequada porque ele é muito
grande. Algumas escolas municipais têm se revelado como
boas escolas", avalia.Filhos de um advogado em São Paulo, o arquiteto
Marcos Frugoli e seu irmão Marcelo, que trabalha como
corretor de imóveis, sempre estudaram em colégio alter
nativo e defendem a metodologia usada. "Na escola alter
nativa eu tive coisas diferentes. Além disso, na escola
padrão as pessoas viram padrões e só aprendem a re
produzir", argumenta Marcos, embora admita que sentiu
muita diferença quando entrou na universidade. "Não pre
cisamos passar a vida toda voltados para a faculdade. Não
importa o que vamos ser e sim ser bom naquilo que esco
lhermos e isso se aprende na vida. A escola alternativa
deixa isso claro", completa Marcelo, que tem uma filha
matriculada no Anabá.
A historiadora Maria Cristina Cintra também tem seus
filhos estudando na escola alternativa. Embora tenha estu
dado em colégios tradicionais, acredita que a busca de
novos valores seja melhor para seu filho. "E isso a escola
que usa a filosofia Waldorf oferece", diz. Ela afirma ainda
que em escolas padrões eles mostram a vida de forma
fragmentada. "Agora, algumas pessoas acham que na vida
moderna é só computador e televisão. Não percebem qUt1 .
tem que ter uma essência" ,conclui. f) � �. ..
Na disciplina para o aprendizadovale prestar contin�ncia para os
colegas ou desenvolver habilidadesartísticas. Cada escolha reflete o
estilo de vida dos paispor Sandra Vieira
s 7 horas e 25 minutos, as crianças pegam as suas
flautas-doce e começam a tocar. Na sala ao lado,outras mexiam com argila e fios de lã. Era disci
plina de artes aplicadas que, como a música, é
obrigatória no currículo da escola Anabá, um colégio alter
nativo em Florianópolis. Alternativo devido a sua
metodologia de ensino, que não prevê avaliação, e embora
com discipinas do núcleo comum, como matemática e por
tuguês, estimula e dá muito mais ênfase a matérias quevisam desenvolver a criatividade da criança. "A diferençabásica existente entre nós e os colégios tradicionais é o fato
de não nos preocuparmos só com o intelec
to dos alunos, mas
também com sua pre
paração para a vida",argumenta a diretora
da escola, Beatriz
Steckel Carmolinga.A Anabá, que em
tupi-guarani significaAlma do Homem, existe há 16 anos e tem
250 alunos. Ela é ex
tensão da escola Ru
dolf Steiner, em São
Paulo, que utiliza a
pedagogia antroposófica, também conheci
da como PedagogiaWaldorf - uma técni
ca, existente há mais
de sete décadas e
usada em 700 colégiosdistribuídos no mun
do inteiro. Sua filoso-
fia é desenvolver a criança como um todo, ou seja, influenciando na formação da mente, do corpo e do espírito. Porisso, além de disciplinas com arte, eles ensinam a ali
mentação ideal e têm no constante contato com a natureza
os ensinamentos da espiritualidade. "Embora nossa dou
trina seja cristã, não voltamos nosso ensino para nenhuma
religião", especifica a diretora.
TRÊS ESTRFU"IHAS - Lá não é preciso usar unifor
me. Porém batom de cores muito fortes é vetado. Não há
provas e os alunos não recebem.notas. Porém, o comporta-o l .i •
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
como é hoje a Microsoft,seu público é mais direcionado.
No final de maio a ESSS
já vai estar com uma sede
própria, a versão 1.0 do'"Coi-Iib pronta e a versão
para Windows 95 em fasefinal. Suas expectativas parao futuro cada vez se tornammais concretas. Clóvis so
nha alto e já traçou as me
tas que deseja alcançar, Afamília dá apoio constante.Definitivamente ele é uma
pessoa que luta para alcan
çar seus ideais.
----------------------------------------------------------------------------maio/1996
Aos vinte anos, o
estudante Clóvis
Maliska é exemplo de. .
que CDF nao
precisa ser nerdpor Fátima Pissarra
Quando ouvimos falarsobre algum gênio,logo pensamos em
uma pessoa pelo menos umpouco diferente do normal,usando os famosos óculos"fundo de garrafa", cabelosem pé, roupas malucas ...Mas como para toda regraexiste uma exceção, o aluno Clovis Maliska Júnior éuma delas. Com apenas 20
anos, completados no dia 4de abrrl, Clovis finaliza a
versão 1.0 de seu própriosoftware, o Coi-lib, um programa para visualização 3De interface gráfica; conhecido e premiado como um
dos 5 melhores softwares
expostos na Fenasoft de 95,e já sendo usado por insti
tuições de grande portecomo a Petrobrás, o CentroTecnológico Aeroespacialde São José dos Campos e a
Celesc.Aluno da 7! fase de En
genhariaMecânica, na UFSC,
Clóvis decidiu seguir a car
re ira de seu pai, Clovis
Maliska, professor e coordenador do Sinmec (Laboratório de Simulação Numérica emMecânica dos Fluídose Transferência de Calor -
UFSC). Foi dele que ganhou, aos 9 anos, seu primeiro computador, um PC
XT, da Itautec, um dos me
lhores da época. Familiarizou-se com os softwaresacompanhando o pai nostrabalhos feitos pelo Sinmeco E foi neste mesmo laboratório que Clóvis obteveseu primeiro emprego, com
13 anos. A partir daí começou a desenvolver seus
softwares.
TEMPODE SOBRA- Suarotina diária era muito diferente da de seus colegas. Demanhã treinava quatro horasde tênis (exemplo seguidopela irmã, Karina Maliska,hoje a quarta melhor tenistado ranking nacional), estudava a tarde e trabalhava nos
computadores na parte danoite. Apesar de toda essa
carga, sempre arranjou tempo para estudar para as provas do Colégio deAplicação,onde estudou até o 22 cole
gial e nunca reprovou de
Ogênioemtraje
\
Praticante de tênis e fã de cinema,Clóvis mostra que é possível ser gênio sem ser nerd
ano.
No 32 colegial decidiuparar de jogar tênis e se dedicar somente aos estudose ao computador, é claro,
Arranjava tempo para o
lazer nos finais de semana,"Sempre gostei de sair, e
não abro mão de ir ao ci
nema", acrescenta. Seumaior hobby é mergulhar,sonha em ter uma lancha e
sair mergulhando pelomundo.
"BILL GATES" - Qualquer semelhança com Bill
Portunhol, never more!Ensino do espanholjá é
obrigatório, mas amaioria das escolas dese nao tem professoreshabilitadospor Omar Felipe Paludo
Alíngua espanhola passa aser obrigatória, por lei, noscolégios estaduais deSão Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Já em Santa Ca
tarina, a falta de professores habilitados faz com que apenasalgumas escolas ofereçam adis
ciplinaemseu currículo. Coma implantação de Mercosul,muitas empresas estão dandocursos de espanhol aos seus
funcionários:Nos colégios de Santa
Catarina, o principal problemaé o salário. Para os professores de €Spanhol habilitados,que são poucos, é mais lucrativodaraulas particularese cursos em empresas e órgãos públicos'do que lecionar em co
l�os estaduais.
Coma faltade profissionaisna rede de ensino público deSanta Catarina, a disciplina delíngua espanhola está sendoministrada por professoressemhabilitação, semformaçãode nível superior na área. Em
alguns casos, professores comcurso superior em outras áreas e até mesmo professoressemnenhuma formação superior suprem as necessidadesdo ensino. Quem informa éo Presidente daAssociação de
Maria Augusta Carvalho
Gates talvez não seja meracoincidência, aos 18 anos
montou sua propria empresa, a ESSS, que hoje se en
carrega de produzir softwares para a área de engenharia e alguns sob enco
menda, atendendo empresas importantes como a
Petrobrás. Mas ele mesmo
não se compara aBill Gates,o bilionário dono da Mi
crosoft. Clóvis quer sim ter
uma empresa conhecida
mundialmente, mas não
pretende construir um
mega empreendimento
Professores de Espanhol, Sérgio Murilo Machado.
INTERESSE - O colégioEstadual Osmar Cunha, emCanasvieiras, substituiu no anopassado o inglês pelo espanhol em seu currículo. O diretor da escola, Daniel Danielli, constata que além dos
alunos, na maioria carentes,conseguirem empregos nos
hotéis e bares mais facilmentedurante o verão, eles se interessampelo espanhol, porqueas aulas são mais dinâmicas.
Ométodode ensinodo es
panhol dá ênfase à conversa
ção e não a tradução como
ocorre com o inglês. E a pr0-ximidade com os povos latinos estimula a curiosidade e anecessidade dos alunos em
conhecer a cultura desses povos. A fun de despertar o interesse do aluno, os professo-,res de espanhol utilizam bastante o vídeo-cassete e a tele
visão, que colaborampara queos estudantes reforcem seu
aprendizado. "
Mas não é só nas escolas
que estão ensinando a línguaespanhola. Muitas empresasestão oferecendo cursos de es
panhol a seus profissionais.Para capacitarseu quadro funcional de modo a facilitar as
negociações, tendo emvista o
Mercosul, algumas empresas jáimplantaram cursos internosintensivos de espanhol. Este éo caso daRBS e da Portobello,que estão capacitando seus
profissionais de comércio ex
terioremarketing, a fimdemelhoraros contatos para exportação e divulgação de produtos.
A polícia militar tambémestá investindo em cursos deespanhol. Para que os policiais possamprestar iníormaçôesturísticas e desenvolver servi
ços de utilidade pública, a PMde Santa Catarina está formando grupos de profissionaispara estudar a língua. A inten
ção da PM é melhoracolher o
turista,principalmente na temporada de verão.
I t'l I I r '"t I lJ
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
maio/1996----------------------------------------------------------------------------
III
Io que você iaria se
soubesse que o seu
consultor sexual viaInternet é, na verdade, umestudante de química?
por Laura Tuyama
Quem assina a lista de discussão Sexo da Unicamp,certamente já viu as men
sagens do Dr. Minatti, consultorsexual. Ele atende há mais deuma ano na lista, não cobra nadae já chegou a receber os mais diversos tiposde proble-mas. Sua carre ira come
çou no exte
rior e a experiência na área está se
tornando ca
da vezmaior,talvez únicano mundo.O Dr. Minatti recebe e-mails dediversos países, relecionadoscom problemas de diversas culturas.
O que muita gente não sabeé que este doutor é apenas um
aluno do curso de doutorado e
sua formação nada tem a ver com
terapia sexual ou ginecologia.Edson Minatti, 23 anos, dedica
grande parte de seu tempo à química dos polímeros. Para con
cluir seus estudos, está moran
do atualmente nos EUA. O quenão impede demanter o seu ser
viço de consultoria.Ele considera sua participa
ção na lista como um hobby, masquem leva seus conselhos a sério, pode pensar que a coisa nãoé bem assim. A linguagem sóbriacom que responde e um certo
embasamento pódem levar a crer
que se trata mesmo de um especialista, o que o levou a receberuma centena de mensagens pordia.
No começo, quando as
pessoas perguntavam o que eletinha para ser consultor sexual,falava que tinha formaçãoteórica e prática na área.
BRINCADEIRA - Tudo come
çou como uma brincadeira hádois anos quando passou a assinar várias listas de discussão nosEUA e Europa. Ele percebeu queas mensagens sobre sexo não tratavam de fato sobre o assunto.
Um dia recebeu uma mensagem
de uma americana que relatavaum problema com o namorado.Vendo ali a chance de fazer alguma brincadeira, ele respondeu a
mensagem, deu alguns conse
lhos e assinou a carta como con
sultor sexual.Amulher agradeceu a ajuda,
mas ao invés de responder emparticular, lançou seu agradecimento numa mensagem públicapara todos os assinantes da lista. Alguns acreditaram na história e começaram a escrever paraele. Foi um dilema: ou ele man
dava uma mensagem dizendo
para todo mundo que era men-
tira ou ele co
meçava a levar a sério
aquela história.
Então decidiu levar a
sério e cadavez que rece
bia uma pergunta estudava bastante
para responder com seriedade.
Quando o assunto era ligado à
ginecologia, ele pedia ajuda a um
amigo ginecologista. Se a pergunta era relacionada a namoro,
pegava as revistas Nova e Cláudia que sua mulher assinava.
/
KNOW-HOW - Quando foi
o auge da carreira de consultor aconteceu depois que ele co
meçou a fazer propaganda do
serviço. Nas respostas que enviava para as pessoas, Minatti incluía um pedi-do: se elas ti-vessem gostado do serviço,que agradecessem para a
lista. Assim to
dos ficariamsabendo queo consultornão estava pa-ra brincadei-
era uma faceta que nao podiatransparecer" .
Hoje ele recebe, em média,cinco e-mails por dia, relacionados à consulta sexual. Minatti
não se con
sidera totalmen r. e
despreparado para o
cargo queocupa na lista.Nocursode graduação, estu-
dou neuro-
"Quando O assunto é ligado à
ginecologia, peço ajuda a um
amigo ginecologista. Quando é
namoro, pego as revistas Novae Cláudia da minha mulheril
ra. A coisa funcionou tanto quese tomou uma pirâmide: passado algum tempo, ele começou a
receber de 70 a 100 e-mails pordia, pedindo conselhos sexuais.
O sucesso foi tão grande queaté aqueles que no início nãoacreditaram no consultor, passaram a procurá-lo e pediam des
culpas por terem duvidado. Assustado com a sucesso repentino, Minatti pediu para que as
pessoas parassem de agradecerna lista. Se continuasse com muita publicidade, não teria mais
tempo para estudar e ia ficar odia inteiro respondendo aos seus
"pacientes" .
MANTENDO A IMAGEMEle recebia também e-mails de
químicaquímica ligada ao sistema nervoso - e farmacologia. "Estudei bastante o corpo humano". Quando apareciã algum problema sé
rio, dava sua opinião e pedia queas pessoas procurassem um es
pecialista. Sempre guardou sigilo.
Depois que se consagroucomo consultor sexual no Bra
sil, Minatti parou de mandar e
mails para o exterior. Para ele, éperigoso que as pessoas de lá levem a sério. "Se descobrirem que.não tenho formação específicana área, posso muito bem ser
processado por exercício ilegalda profissão", afirma.
Mas ele garante que jamaismentiu para ninguém. "Nuncadisse que tinha formação teórica". Ele acha que aqui no Brasilo seu serviço não é levado a sério. "Se eu tivesse dito que era
ginecologista, tivesse graduaçãoem consultoria sexual, que nem
sei se existe, seria uma mentira
que mais tarde poderia ser con
testada", diz. No começo, quando as pessoas perguntavam o queele tinha para ser consultor se-
xual, falava que tinha formação teórica e prá tica
na área.
EoqueMinatti vaicom toda
esta experiência? "Não pretendolançar livro, cobrar consulta ou
montar consultório. Todo este
trabalho sempre foi um hobbypara mim e acho, sinceramente,que já ajudei muita gente". Ele
percebe que as pessoas confiamno seu trabalho, então se esfor
ça aomáximo para dizer uma coisa séria. "Talvez continue só parame divertirüm pouco". O
Pergunta - Dr.mitoMinhas amigaque é orgasmoResposta - Todo
possuem como pametas principais: gaperpetuação da espécie,
:J"ltllll1IIIIII.�•••�_""sexuada.
criada a lista Sexo, da Unicamp, sacanagem, como de homensMinatti já se apresentou como perguntando o que fazer para terconsultor sexual. "Afinal, eu já ti- um caso com um consultor senha o know-how". No começo, xual. E mulheres que escreviam
algumas pessoas acreditaram e contos eróticos, relatando as fanoutras não. As que acreditaram tasias sexuais com o consultor.
começaram a mandar e-mails. E Ele nunca respondia a este tipoele pôs-se a respondê-los. "Eu já de provocação. "Às vezes me
estava ficando até profissional, dava vontade de responder maspois os problemas começaram a, eu já tinha construído a imagemse repetir", , , .'- de consultor sexual" diz. "Essa
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
,
esses avanço tecnológicos.No Brasil as energias alterna
tivas sãoaindamuitopoucoaproveitadas. Como barateamento decusto dos coletores solares (conversão termo-solar), algumas re
sidências estão começando a implantar o seu uso, como no Bairro Santa Mônica em Florianópolis. Uma família que usa, energia solar como energia�uxiliarnum aquecedor elétrico obtémo retomo do seu investimento
----------------------------------------------------------------------------maioj1996
Condenados à escuridãoA um passo do ano 2000 a
•
humanidade se vê novamenteas voltas com um velho
problema: a escassez deenergia.
por Andrea Marques
pesar de todo o avanço tec
nológico, a demanda ener-
gética mundial (ou pelomenos 80% dela) continua dependente dos combustíveisfósseis. O grande pro-blema é que esses
combustíveis um diavão se esgotar. E alémdisso o seu uso libera 30 bilhões de to
neladas de C02, CO,S02, NOx (óxidos denitrogênio) por anona atmosfera. No Brasil a situação é umpouco diferente, masnãomenos problemática. 95% da energiaelétrica do país é derivada da geração hidráulica. E de acordocom a Eletrobrás es
sas reservas poderãose esgotar no ano
2000, em condiçõesregulares de crescimento econômico. Ea Energia Nuclear...Apontada como su
posta alternativa e
nergética elamostrouter várias limitações,sobretudo do pontodevista ambiental. Os
países que investiramnesta área estão com'suas pesquisas paradas ou já as abandonaram.
ALTERNATIVAS -
A tendência mundialé a concentração de
esforços nas pesquisasde fontes alternativas de energia. "Ospaíses industrialmentemais desenvolvidos procuram no binômio EnergiaSolar-Combustível Solar, juntamente com a Energia Eólica - gerada pelos ventos - a alternativa para o prablemaenergético e ecológico do próximo século", explica o Prof. Enio Pereiza do Laboratório de Energia Solar da UFSC. O desenvolvimento ci
entífico e tecnológico vêm diminuindo o preço dos equipamentos deconversão de energia solar, aumentando a cornpetitividade dessa formade energia frente às energias convencionais. Países como os Estados Uni
dos, Alemanha, Austrália, Japão e Is
rael, com os seus investimentos no
setor, são os grandes responsáveis por
Placas de energia solar de casa no
bairro Santa Mônica. Na foto ao lado, moinhos de vento.
apontam soluçãoEmbora o uso de Energias Altemativas seja aindalimitado, no Brasil po-
_cleroser-usados 0$ seguintes i"eCUrsos:
pás são acionàdas pela movimenta
çãodosventos. Os cataventos podemgerarenergiamecânica-direta.ou elê
através de um gerador, servin-bpmbearágua,'
,
'lu-
-o; aciooarenge.acumuladores. O seu bomfuncionamento depende da regularidade dosventos. Osventos fracos resultamem
pouca energia e os ventos fortes emdesperdício.
Biodigesto:res - É a extração de gases inflamáveis de ex�yntos hu-
J£netgiaSow - São doisos tipos: Conversão Terrtw-Solar e Células Fa
toyol-taicas. A primeiratem uso doméstico no
aquecimento de águaoperando com-urna temperatura inferiora 100°Ce seu custo é bem peque
docomose,
as células
em apenas dois anos. Algumas casas
no norte da ilha, Rio Vermelho, usama energia Eólica comouma alternativamais econômica nos dias de vento, assim como propriedades rurais do es
tado de Santa Catarina que já fazem o
uso de biodigestores. Mas esses números, mesmo espalhados Brasil afora, são quase que insignificantes pertodo real potencial de utilização dessas
energias. O laboratório de EnergiaSolarda UFSCatualmente pesquisa viasatélite a radiaçãosolarno território brasileiro, com o objetivo de fazer um levantamento do potencial solar e
nergético no Brasil. Essas pesquisas sóestão sendo viáveis graças a um convênio do Brasil com o Ministério da Ciência e Tecnologia da Alemanha. O
ado nos transístoresaproveitamento da
en'
umprojetoviável, tanto técnica como economicamente.O
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
maio/1996-------
Eles fazem de tudo para emagrecerPara ter a silhueta que a
natureza não lhes deu, osgordinhos fazem de tudo
para emagrecer.por Daniela Melo
Naeterna luta contra a ba
lança, emagrecer sem sa
crifícios e sem deixar decomer aquilo que mais gosta é osonho da maioria dos obesos. Ea solução para uma dieta eficaz,sem fórmulas milagrosas, podeser a reformulação alimentar, ouseja, um programa personalízado de reeducação dos hábitos
alimentares, que concilia estética e saúde.
Porém, essa é uma realidade
que os obesos preferem ignorar.Pressionados por um padrão de
sociedade, onde ser gordo é ser
feio, eles entram em conflito e
buscam uma fórmula mágica·para perder peso o mais rápidopossível. Então começam a apelar para medicamentos e dietas
"milagrosas". É o caso da dietarevolucionária do Dr. Aikins,que permite a ingestão de quaisquer quantidades de proteínas e
gorduras. Esta dieta é rica em
gorduras, como ácidos graxossaturados e colesterol. Há tam
bém a dieta de Beverly Hills,pela qual nos primeiros 10 diaso paciente não come nada alémde frutas em ordem específica e
em dias específicos, o que do
ponto de vista nutricional é infundado. Entre outras, aindaexiste a dieta do leite e da ba
nana, rica em proteínas e gorduras, onde calorias não con
tam.
Segundo Regina Lúcia Martins Fagundes, professora titulardo Departamento de Nutriçãoda UFSC, esses tipos de dietassão incorretas, porque não apresentam o equílíbrío entre os alimentos responsáveis pela manutenção da saúde, apesar de fazerem emagrecer rapidamente. "Aobesidade é um estado patológico, no qual há um excesso detecido adiposo em relação àmassa corpórea magra. Ela reflete um desequilíbrio a longo prazo entre a ingestão e o gastocalórico". Para Regina, o primeiro passo para uma pessoa ema
grecer é mudar o estilo de vida,e com isso a educação alímentar. Ela garante que a m�Jhor_�i-
eta de emagrecimento é a hipocalórica, uma dieta equilibradaentre proteínas, glicídios e
lipídios, a fim de promover uma
perda de peso sem que ocorra a
desnutrição. Além disso, o tra
tamento dioterápico da obesidade deve ser individualizado levando-se em consideração, sexo,idade, avaliação, antropometria,atividade física, hábitos alimentares e condição sócio-econômica.
SAÚDE EM DIA - Para se ter su
cesso no regime é importanteperder peso e, principalmente,conseguir a manutenção do
peso ideal, para também ajudarna cura de problemas de saúde.
apresentação da receita médica."Não uso regularmente por causa dos efeitos colaterais, mas
pelo menos eu controlo minhavontade de comer", conta Beto.Os anorexígenos - drogas utilizadas no tratamento da obesidade - são produzidos com anfetaminas e têm alto poder viciante.Eles atuam no sistema nervoso
central, provocam euforia, aumentam a elevação da pressãoarterial e levam muitos usuáriosà esquizofrenia.
TERAPIA INTENSIVA - De acordo com o endocrinologista Sérgio de Carvalho, existem obesos
que precisam desse tipo de dro
ga para controlar o peso até que
gredo de um regime bem-sucedido não é deixar de comer tudoo que gosta, mas sim comer pouco durante várias vezes no decorrer do dia".
MUDANÇA DE HÁBITO - Aobesidade é uma doença controlável desencadeada por muitosfatores. Podem estar implicadosaí os hábitos alírnentares, se
dentarismo, problemas emocionais e as razões genéticas. Os
gordinhos, escravos dos regimes, lutam contra um defeitometabólico de origem genética.
Certas pessoas perdem me
nos calorias do que outras porque podem não dispor de cer
tas "fechaduras" capazes de abrir
A busca de um milagre através de inibidores de apetite pode levar ao vício.Formuladas com antetaminas, essas drogas "tuam diretamente no sistema nervoso central
Barbara Petres/ZERO
Mas parece ser impossível paraos obesos ansiosos esperarem al
guns meses para se acostumar
com a reeducação alimentar.BetoWestphal, diretor de teatrodo Grupo Armação, não admite
que está gordo para ir ao médi
co, então vai à farmácia. "Já fiztodos os tipos de dietas, mas nãoconsegui seguir nenhuma porque não gosto de me submeteràs regras. O jeito foi procurar osinibidores de apetite". Ele en
controu uma farmácia que vende remédios com tarja preta e
vermelha, como o Inibex, sem a,
o médico consiga mudar o com
portamento alimentar do paciente. Carvalho define esse trata
mento como Terapia Intensivada Obesidade. "Todas as dietas
que limitam qualquer alimentosão negativas, pois levam a pessoa a ter mais ansiedade", analisa. Ele acredita que a pessoaengorda devido a problemas deordem emocional ou não pornão ter prazer na vida. Por isso,é essencial tratar a mente e o
corpo, fazendo um plano alimentar que é preparado dependendo de cada indivíduo. "O se-
. ,
a "porta" das células de gordurapara dar passagem para a adre
nalina, hormônio que participado processo de queima de calorias e eliminação da gordura. Aausência de tais fechaduras, chamadas de receptores beta-S,impede a passagem da adrenalina para o interior da célula,fazendo com que ela inche. A
questão é encontrar os genes defeituosos que não produzem es
ses receptores e desenvolver
drogas capazes de suprir essa
deficiência. €)
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
\ \
YJ.I.N"
------------------------------------- maio /1996
A evolução dodesemprego
relação entreadrniss6es x derniss6es
..JIr
Desemprego sobe no estadoNúmero de demissõesern Santa Catarina éo maior desde 91, o
período maisrecessivo do governoCollor
por Alex Cunha
Santa C.atarina fechou o ano de 95com o segundo
maior índice de desem
prego dos últimos cincoanos. Foram 21.365 demissões de acordo com
os números divulgadospelo Sine, Sistema Nacional de Emprego. Estesaldo só não foi superiorao registrado em 91-penodo recessivo do governo de Fernando Collor,quando mais de 24 miltrabalhadores perderamseus empregos. Este ano,só a indústria têxtil jádemitiu quase três miltrabalhadores.
O setor industrial é o
que mais tem reduzido
postos de trabalho em
Santa Catarina. Dos maisde 21 mil trabalhadores
despedidos no ano passado, 20.899 pertenciamao setor.
O técnico de análisede mercado d·e trabalhodo Sine, Osnildo Vieira
Filho, diz que esta elimi
nação de vagas está sen
do causada por três fato-:res em especial: a abertura do mercado brasileiro às empresas estrangeiras, iniciada em 90; a automação da produçãonas empresas e os jurosaltos do segundo trimestre do ano passado.
TEXTÊIs - Entre as in
dústrias, o setor têxtil evestuarista foi o mais abalado. Em 95 o Brasil sofreu uma invasão de produtos dos países asiáti
cos, com preços mais baixos que os produtos na
cionais, graças à reduçãoda taxa de importação.Com isso a indústriacatarinense perdeu o seumercado e os produtos,sem ter saída, começaram a encalhar. A soluçãofoi diminuir a produção,reduzindo também o
.
quadro de funcionários.Resultado: 7.178 trabalhadores perderam seus
postos. Em 96, mais
2.979 vagas foram fechadas no setor.
Além da queda no
número dos postos de
trabalho, Santa Catarinavêm registrando aumen
to da população econo
micamente ativa -pessoas maiores de 14.anos,idade mínima para in
gressar no mercado detrabalho. No ano passado o Sine emitiu 68.637novas carteiras de traba
lho, 4,7%· a mais que 94.Para Vieira Filho este
dado indica que ou o de
semprego no estado émaior do que o que se
tem registrado até agoraou a economia informalcatarinense está crescendo. Os trabalhadores;sem contrato assinadoem carteira e a segurança da CLT (Consolidaçãodas Leis do Trabalho), searriscam em qualqueroportunidade que surgir.
.
Um exemplo disso éMoisés Belizário dos Santos. Carioca, 27 anos, eleveio morar em Floria
nópolis em 92. Trabalhou até maio do ano
passado num depósitode cimento. Depois, a
empresa passou por um
pequeno corte de despesas e de empregados e
ele foi demitido. Moisés
pegou amulher e o filhode 4 anos e voltou ao Riode Janeiro, para tentar
um emprego por lá.Nove meses de procura,sem resultados, voltou a
Florianópolis em fevereiro. De lá prá cá, trabalhacomo catador de papelnas ruas do centro da ca
pital.Aatividade the ocupa 10 horas por dia, e o
salário não ultrapassa os
R$ 160,00 mensais.Outro desempregado
que cedeu ao mercadode trabalho informal foiNilson da Silva, de 41anos. Padeiro há mais de
·2D, ele perdeu o emprego há quatro meses. Desde então vem fazendo bicos em padarias do mu
nicípio de São José. Suarenda mensal hoje é R$
1991 -2,62%
..
.,
1993 1,87%
1994 2,68%
1995 -2,27%
o carioca Moisés Belizário trabalha Eduardo Burckhardtl ZERO
como catador de papel para sustentar a mulher e o filho
100,00, um quarto do
que recebia no empregoque perdeu. "Minhamulher e meu filho mais ve
lho que estão sustentando a casa", desabafou ele.
Entre um trabalho e ou
tro que surge, Nilson daSilva procura o balcão de
oportunidades de em
prego do Sine. Nas quatro tentativas que fez elenão teve a sorte de en
contrar uma padaria re
quisitando serviços deconfeiteiro .
OPORfUNIDADES - Osbalcões de oportunidades do Sine são um ter
mômetro na avaliação dacrise enfrentada pelasempresas no estado. Noano passado, mais de 70mil pessoas se cadastraram no sistema em SantaCatarina e esperam porum emprego. Foi umcrescimento de 69,1%em relação ao ano ante
rior.Mas o número da procura não corresponde ao
número.
de con
tratações. Alguns dos
inscritos são encaminha
dos, porém poucos sãode fato contratados. Sóno ano passado, porexemplo, foram oferecidas 33.678 vagas, mas
apenas 13.637 candidatos cadastrados junto ao
Sine foram efetivados.Um índice que não che
ga a 41%.De acordo com Vieira Fi
lho, a principal causa danão contratação de can
didatos enviados peloSine às empresas é a faltade qualificação profissional dos cadastrados."Não existem dados exatos sobre isso, mas a ex
periência comprova". Oproblema, aliás, é registrado em todo país. Se
gundo dados da orr, Organização Internacionaldo Trabalho, o trabalhador brasileiro tem um
grau de escolaridade, em.
média, de três anos e
meio, enquanto os paísesdesenvolvidos sustentamuma média de 10 anos.
Podendo, inclusive, chegar a 11 ou 12 anos comoacontece nos Japão e
EUA, respectivamente.O
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
neUTE EsrA CAlÇÃOA banda mineira Pato Fu
passa por Florianópolispara divulgar seu 2º discoe concede uma entrevista
exclusiva ao ZEROPor Beatriz Prates e
Daniela Neves
Uai'só! De repente, uns
minerim, com nome dePato Fu, com jeitim assim,
amorzin, de falá entra no circuitonacional. Com três anos e meio de
vida, já estão terminando seu ter
ceiro disco. Cê vê, que imbecil é a
vida!
Fernanda,Jonhe Ricardo se juntaram e logo gravaram seu primeiro disco:"Rotomusic de Liquidifica-pum", pela gravadora independente Cogumelo (a mesma que lançou o Sepultura). No ano passadolevaram o prêmio de banda revela
ção da MTY, com o segundo disco"Gol de Quem?". A banda tem uma
queda por nomes estranhos. O no
vo disco sai até julho e vai se cha-
FICHA TÉCNICAFernanda Takai: violão e vocalJohn: programação, vocal,violão e guitarraRicardo Koctus: baixo e vocalXande Tamietli: baterista (háseis meses na banda)
mar"Tem,masacabou",com 14 faixassó deles. "Odisco tem
este nome
prá ajudar osvendedoresdas lojas"brinca John.
Vocês ficaramum tempo em
Minas e hojesão conheci-dos em todo o Brasil. O fato de a músicado Pato Fu entrar na MTV ajudou? Comofoi este boom para o circuito nacional?Ricardo: A M1V é o único meio de
divulgação que o Pato Fu, e outrasbandas novas, tem. Quase nenhumarádio toca Pato Fu ou música de bandas novas. Rádio é um veículo com
plicado, se você não é o perfil, nãoentra. Então a MTV é a única fonte
que nós, e todas as bandas novas,
Fenômeno lançado pela MTV,a banda mineira Pato Fu vai lançar seu 3° disco e ainda não toca nas rádios
Beatriz Pratesl ZERÕ
temos.
A MTV é realmente acessível a todos?Fernanda: Eles têm muitos de-
feitos. Mastêm o grandemérito que é
depender exclusivamentede termos téc
nicos, da qualidade do seu
material, deum certo crivo deles, queé muito eclético. Geralmente quemmanda demo
clip, pelo me
nos uma vez
passa. E se
não passamais é porquenão teve res
posta.Ricardo: AMTV evoluiumuito, realizou um even
to como o
MTV MUSIC
AWARD, ondeganhamosumprêmio debanda revela
ção e onde
quase todasas bandas no-
Ricardo Koctus é o baixistae também faz as vezes de vocal
Beatriz Pratesl ZERO
vas estavam representadas. Vocênunca ouve uma rádio falando quevai tocar a música destas bandas,porque acham que elas vão práfrente. Por issoa M1V é, sem dúvi
da, o maior meio que as bandas novas tem. O rádio é modista.
Vocês são comparados com os Mutantes, chamados de "Novo Mutantes".Ricardo: Não concordo. Nós nãonos consideramos descendentes,herdeiros dos Mutantes.
A música deles não influiu na de vocês?Fernanda: Não é influência direta.Eu nem tenho disco dos Mutantes,nem da Rita Lee. Existem algumascoincidências na carreira, como sermos um vocal feminino e dois masculinos e fazermos música diferente 'Uma da outra. Mas não nos ins
piramos neles. Amúsica que gravamos deles (Qualquer Bobagem) foimais por causa da versão do Tom
Zé. Agora, esta comparação é normal. A imprensa tem que comparara alguém para dar referência praquem está lendo. Felizmente OsMutantes é uma coisa boa.Ricardo: Acaba sendo um elogio.
Como é o processo de criação das músicas? Votês escolhem temas e trabalham neles?Ricardo: Eu nunca pensei em preparar o disco com um tema. Quando componho as músicas, cadauma é de um momento , algumacoisa engraçada que aconteceu, sãodesses flashes que aparecem.
O disco "Gol de Quem?" é supereclético. Junta Mutantes, Falcão,Beatles. Como foi montar este disco?Fernanda: Foi de gosto pessoal.Nós três somos bem diferentes, então por isto tem esta diversidade. Odisco não tem coerência de temas,mas ele é coerente namedida emque
nos permitimos fazer coisas que queremos. Não é só porque a banda chama-se Pato Fu que temos que fazer,por exemplo, música heavy de quadrinho japonês. Pegamos um poucode tudo que gostamos.
Que tipo de música o Pato Fu quer fazer?Fernanda: Aúnica coisa que sabemosé que o Pato Fu é uma banda de rock,dentro do que ele proporciona. Vocêpode fazer um rock calminho, umrock brega, urn rock heavy.
Vocês têm medo da comercialização?Fernanda: É algo inevitável. Temosum conceito forte de termos carreira
longa. Sabemos que se isto acontecer
(a comercialização) a carreira pode sermais breve. Por outro lado é um ca
minho, também. Tem gente que fazsucesso.um ano e vive o resto da vidadisto.
Com os programas na TV, vocês achamque estão em super-exposição?Ricardo: De forma alguma. Fizemosum Faustão e um Programa da Xuxa.Quanto seria super-exposição? Nãosabemos medir isto. Mas desde o diaem que fui no Faustão, minha vidamudou. É um poder muito grandemostrar sua cara. Se for pensar queestou em super-exposição, vou ficar"neurado",Fernanda: Não queremos ser uma
banda cultivada por um grupo pequeno. Todo mundo que émuito purista, se isola. Uma pessoa que só
gosta de um tipo de música ou grupo fechado, não interessa. Não so
mos assim, ouvimos um pouco detudo. Então ternos que usar .estes
programas de TV prá dar um tiro de
canhão, e nestas pessoas feridas, terum público fiel, que acompanha a
gente mais. O
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
das grandes preferidas daaudiência Dazaranhesca.Gazú, emocionado, só conseguia dizer "Massa, galera". E no final do show,mostrando que as coisasnão mudaram tanto assim,repetiu o tradicional " Fa
lou, pessoal. D'zaranha
agradece".E agora? O que resta
para os rapazes? Qual seráo futuro da banda. O queestá por vir Qual será o
próximo passo do Dazaranha? Tudo isso é um se
gredo guardado a sete chaves pelo empresário Zeca
Carneiro, que prefere não
revelar para não gorar. O
menininhas de umbigo defora. E, é claro, familias inteiras levando os filhos. Afinal,estavam todos diante de umfenômeno.
Foi tudomuito rápido.De repente, Gazú (vocal),Adauto (baixo),JoséCaetano(bateria), Moriel (guitarra),Fernando (violino), Chico(Guitarra) eJerry(percussão),uma "cacalhada", segundoMoriel, se transformaram na
banda do coração de muita
gente em Florianópolis. Comtodos os méritos, diga-se de
passagem. É a primeira vez
que aparece no estado uma
galera mostrandoumsom di
ferente, com novidades (como as constantes interven
ções de violino e percussão)e, ainda por cima, ligada comtudo o que .está rolando na
nova cena pop brasileira.E o Dazaranha apresen
tou tudo isso para o públicoque lotou o CIC duas noites
consecutivas, acrescentandotoques de superprodução. Aequipe responsável pelo es
petáculo tinha 36 pessoas.Dança tribal, mestres de ca
poeira, naipe demetais e a inclusão de mais dois percussionistas foram adicionadosà tradicional apresentação da
SIJam bam vindoSbanda.Maso queroubou a
cena foi a
impagávelapariçãode Ubira
tan, figurafolclóricado SacoGrande e
personagern-t itulo de umadassicas
múdo
o público, que lotou o CIC duas noites seguidas, Srlvlo Pereira/ZERO
assistiu ao Dazaranha em shows produzidos por uma super equipe de 36 pessoassepteto.Ele apresentou o show com
uma desenvoltura de fazer in
veja a Silvio Santos, fez discurso e ainda voltou para o bis,numa dancinha ao som da
canção inspirada em sua pes-soa.
Abanda tocou todas asmúsicas de Seja Bem Vindo e
mais outras canções que - de
pois de muito quebra-pauentre eles - ficaram fora do
disco, sempre com algumamexida nos arranjos. Vagabundo eEquilíbrio ganharamversões acústicas, enquanto a
instrumental Café Com Ci
garro ficou quilométrica comos solos de cada um dosinstrumentistas. Também fo-
adI ROCKNa cola do Dazaranha,
outras dez bandas de Floria
nópolis se uniram numa co
operativa criada pela Com
panhia da Cultura, que pode muito bem ser chamadade "selo independente". Aidéia é a seguinte: os músi-
cos gravarão seus CDs, assumindo o cornprornisso devender 35 cópias de cadadisco lançado pelo projeto,além de fazerem dez showsna camaradagem pam a di
vulgação dos lançamentos.Os primeiros a entrar em
o Primavera nos Dentes é a primeira Srlvlo Pereira/ZERO
das 10 bandas da Companhia da Cultura a gravar o seu CD
estúdio foram os rapazes doPrimavera nos Dentes. Abanda passou um mês em
São Paulo gravando as dozemúsicas de O Parto que, se
gundo o percussio-nista joe,não poderia ter outro título. "Cara, são quase sete
anos de estrada", desabafa.Mas eles não têm do quereclamar. Até agora, o relacionamento com a Companhia da Cultura anda as milmaravilhas e o trabalho feito na cidade grande foi prálá de satisfatório. "O estúdioonde gravamos em ótimo. Otécnico de som era um dosmais acessíveis que eu já vi",entusiasma-se.
O cabeça da companhia,Márcio Escariotes, apostanas novas bandas por estarem envolvidas num cenárionunca visto antes na Capital. ''A coisa está mudando,o público está começando a
cobrar músicas próprias e
de qualidade", afirma. Pam
mm apresentadas as novas
"Barco Pesqueiro" e ''Anos
90", que recebeu como acréscimo um dispensável minipoutpourri de hits doúltimoverão.
A platéia adorou. Todos cantaram, dançaram, fumaram (apesardos apelos dabanda) e levantaram as mãozinhas na hom de "Shau Pais
Baptiston". Chegava a ser en
graçado ver a garotada entoando a plenos pulmões o hit"Muralhas" com o refrão chave-de-cadeia "somos unidos
pelo pó". Curiosamente, umadas músicas mais aplaudidasfoi "Darci", que não faz partedo disco, apesar de ser uma
ele, todo esse movimentovai atrair a atenção para a
produção musical do esta
do, como aconteceu em ou
tros lugares inusitados,como Curitiba e Recife. "Euconfio no potencial do pessoal daqui, só falta um em
purrãozinho pam a coisa ir
prá frente", teoriza.
PÉs NO cnso -Aexpectativa de todos os envolvidos é a melhor possível, masmacacos velhos como Grin
go Starr, da banda Fur-nas,preferem deixar os pés no
chão. Ele diz que outras ex
periências já foram testadascom resultados desastrosos.
"Já vi muita banda lançarCDpor aqui e acabar meses depois. Não existe um sistema
de divulgação independente e, no que depender dosmeios de comunicação catarinenses, não sai nem uma
notinha no jornal". (A.SO
Dazaranha chega ao
mercado com seu
primeiro CD - Seja Bem
Vindo - após três anos e
meio de estradopor André Seben e
Fábio Bianchini
A
OVéiO!O Boulevard
tá aqui". Foi assimque uma voz anôni
ma saída da multidão que se
aglomerava em frente ao Centro Integrado de Cultura de
Florianópolis, com a inconfundível inflexão surfistica,definiu o que foramos showsdo Dazaranha nos dias 29 e
30 de maio, pam marcar o
lançamento de Seja Bem Vin
do, disco de estreia da bandaque, de três anos pam cá, évista como a única de SantaCatarina capaz de obter projeção nacional, sartâ fora e
aparecer no Faustão. Lá estava toda a fauna que freqüenta os shows dos sete rapazesdo Saco Grande. Lá estavam
as deliciosas menininhas de
umbigo de fora, os caras quevão atrás das deliciosas me
nininhas de umbigo de forae as pistoleiras que vão atrásdos caras que vão atrás das
Aí estão as 10bandas do
ProjetoCompanhia daCultura
• WALAIÊ SUÊTO• FURNAS• OS UDIGRUDIS• TIJUQUERA• ÁRCADE• BRASIL PAPAYA• ANÉIS
DE SATURNO
• íNDICE• EKLIPSA
• PRIMAVERA
NOS DENTES
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
maio/1996------------------------ __
Etána hora de
nveritarrnos
m novo adjetivo na
língua portuguesa, medalhável. Por este nome se
define todo aquele que, nospor JurandirMatarazzo
próximos meses. vai ser
bajulado pela imprensa como "esperança demedalha" na próxima Olimpíada. Além de ocuparem centenas de páginas nos jornais e revistas,terão direito a aparecer na televisão cada vez que oFernando Vanucci disser "alo você".
Isso tudo até o início da Olimpíada, porque émais fácil sermedalhável que medalhista. Não
raro, os medalhistas permanecem esquecidos até
ganharem uma das competições. Aí sim, têmdireito a subir no pódio, receber a medalha e um
ramalhete de flores e não cantar o hino nacionalcom a desculpa de estar muito emocionado paraisso. De quebra, serão os futuros medalháveis,sejam os próximos Jogos Olímpicos em Pequim,Singapura, Brasília ou Biguaçu.
Uma boa alternativa para fugir da mesmice dosmedalháveis - e até dos medalhistas, já que estes
vão torrar a nossa paciência depois da Olimpíada -
é contar histórias sobre um outro tipo de personagem. Vamos falar dos imedalháveis. Surgiriam,com certeza, histórias como essas, no melhorestilo gente que faz:
''Arnaldo Fritz tem em comum com o nadadorFernando Scherer algo mais que os cabelos loiros.Ele lembra como, há dez anos, ambos disputaramaté a última braçada o primeiro lugar em uma
prova de natação na piscina de um dos clubes de
Florianópolis. HojeScherer é o Xuxa, que treinavárias horas por dia em busca de uma medalha
Olímpica. Arnaldo é Naldão, 35 quilos mais gordo,cujo principal exercício é andar por toda a cidadeem busca e emprego, desde que foi demitido doBanco Nacional."
Ou esta outra, ainda mais singela:"Desde criança, Josenilton Araújo queria ser
jogador de basquete. Aos 18 anos disputou seu
primeiro campeonato, ainda que numa equipesem expressão. Há quatro anos, a decepção: nãoestava na equipe que foi a Barcelona. Desta vez
tudo foi diferente. 'Não me decepcionei', diz ele.'Já sabia que não iria a Atlanta'.
A obra ícone do
jornalismo como arte
completa três décadas
inspirando novos
autores de romances
reporiaqem.por Romeu Martins
ssados 12 anos deuamorte, o autor deA Sangue Frio rece
beu uma homenagem no
dia 9 de janeiro: a criação doPrêmio Truman Capote deLiteratura e Crítica. Escritores e críticos literários con
correrão a cada quatro anos
ao prêmio, fixado em US$100 mil.
É um reconhecimentoma is do que merecido a obrade um dos maiores escrito
res americanos do século e
que, em vida, foi por muitasvezes negligenciado. Não à
toa, Capote declarou em cer
ta ocasião que sua vida comoartista poderia "ser traçadacom a precisão de um diagrama hospitalar: os altos e bai
xos, os ciclos bem definidos".
ROMANCE VERÍDICO -
O principal motivo para es
sas oscilações foi a atitude,desde sua estréia com o ro
mance Other Voices, OthersRooms, em 1948, de sempretrazer a público sua vida pes-
soaI. Como que para reafirmar sua postura de escritordesmascarara hipocrisia e os
preconceitos enraizados no
AmericanWay ofLife. Capote deixou clara sua condiçãode homos-
sexual, al-coólatra e
viciado em
drogas, es
candalizando a Américamoralistados anos
50 e 60.Inevitávelos pontosbaixos do
"diagramahospitalar"do escritor.
Mas inevitável também foi reconhecer oseu talento.O pontomais alto
•
riomo assim Truman Capotedecidiu que iria dissecar todos os detalhes do caso parater um quadro completo."Sim, era o mesmo que jogar pôquer de cacife alto; fi-
.�. Truman CapoteA Sangue Frio
veio com a publicação do"romance verídico"A SangueFrio,há exatos 30 anos. Na
verdade sua primeira experiência com um livro não
ficcional foi 11 anos anterior. Em TheMuses areHeard,uma coletânea de artigos publicados na revista The New
Yorker, Capote relatava o primeiro intercâmbio cultural
entre os EUA e
a então URSS -
uma excursão
de artistas ne-
gros america
nos pela Rússia. Porém o
projeto de A
Sangue Frio foimuito mais ambicioso e representou uma a
posta no queele considera-
''A aventura de uma geração" trata de um controvertido período histórico do país sem ficar preso em estereótipos, imprimindo à narrativa to
dos os elementos que faltam à maioria dos livros de História: ritmo, agilidade, coesão entre os acontecimentos e suas causas. Isso só é possívelpara alguém que participou ativamente daquela conjuntura. E Zuenir Ventura participou. Assim como hoje é uma das figuras mais importantes portrás do movimento Viva-Rio, o jornalista na época estava presente na mai
oria dos fatos que fizeram de 1968 um ano marco. Fatos que reviveu, vinteanos depois, neste romance-reportagem, graças a um estilo que combinadiferentes formas narrativas - verbos no presente, uso da primeira pessoa,detalhismo -, variando de acordá com o clima dos acontecimentos.
1968 -O ANO QUE NÃO TERMINOU
ROTA 66 - A HISTÓRIA DA POLíCIA QUE MATAÉ o exemplo brasileiro mais bem acabado do queA Sangue-Frio repre
senta. O alvo das invenstigações de Caco Barcellos é a Rota - Rondas Os
tensivas Tobias Aguiar - unidade do 12 Batalhão da Polícia Militar de São
Paulo e considerada o orgulho da corporação. Também conhecida como a
polícia que mata. Criada em outubro de 1970 com a missão de combateras guerrilha da época, a Rota teve a sua história e a de seus integrantesdissecadas por cinco anos de trabalho efetivo do jornalista. O resultadofoi um Banco de Dados que reúne 4.179 vítimas, grande parte inocentes,da força policial, de tal forma documentadas que livraram o autor das
ameaças de morte e dos processos judiciais. Rota 66 trás luz também ao
privilégio dos PMs de serem julgados por Tribunais Militares em lugar daJustiça Civil, e as possibilidades de impunidade que isso permite. , cÓ;
�. .":"
va urn terreno
quase virgem: ojornalismo co
mo arte.
O ponto de
partida para o
livro foi a chacina dos quatromembros deuma famílianuma regiãoisolada do esta
do do Kansas,em 1959. Umcrime até então
obscuro, mes-
quei com os nervos em fran
galhos durante seis anos,sem saber se eu tinha um livro ou não. Foram verõesinacabáveis e invernos de rachar, mas não desisti da luta,jogando com as cartas de
que dispunha, da melhorforma possível. Aí, no fim, vique tinha um livro".
E que livro. De uma ma
neira objetiva e com total ve
rossimilhança, o autor descreve cada pormenor. Página por página somos apresentados à vida em uma cidade interiorana dos EUA, àcrueza do crime, à captura,ao julgamento e, por fim, àcondenação da dupla homicida. Tudo com imparcialidade e equilíbrio, sem cair nasarmadilhas do drama de
emoções fáceis.Ao longo destas três dé
cadas o livro inspirou inúmeros escritores, inclusive au
tores que, de início, criticaram duramente a obra, comoNorman Mailer, par exemplo. Na área do jornalismo,é urna referência obrigatóriaquando se fala no Novojornalismo, assim como leitura indispensável para todos
aqueles quer acreditam quea profissão é algo mais quepreencher formulários res
pondendo quem fez o quê,quando, onde, porque e
COulo.· ..
.O
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
maio / 1996
Rtas consagradas nãocheqam no Brasil porinteresses dosdistribuidoras arinaaspor Alexandre Winck
OScinemas a�enti
no e uruguaia tam
bém ainda não levaram um Oscar de melhor filme estrangeiro, mas emma
téria de mercado de vídeoos "primos pobres" do, Brasil no Mercosul têm lá os
seus Maradonas e Copas de50 para esfregar na nossa
cara. Mesmo comum público consumidor de cinemabem menor que o daqui, émuito mais fácil encontrarum filme em vídeo nesses
países.O mercado nacionalestá num atraso espetacular.
Para se teruma idéia, cineastas consagradíssimostipo Orson Welles ou Fran
çois Truffaut não têm maisdo que três ou quatro filmeslançados em vídeo nestas
bandas. E não" se trata só dosclássicos antigos ou do fil
me-norueguês-que-mostraum-cara-falando-sozinhopor-quatro-horas. Fitas maisque comerciais, comoPsicose, maior bilheteria de
Hitchcock, ou Tubarão,primeiro megasucesso de
Spielberg, também aindanão deram o ar da graça. En
quanto isso, os vizinhos curtem as obras completas detodos os mestres.
A jogada nessa diferen
ça de acervo tem a ver com
o sistema de distribuição
dos filmes para a AméricaLatina, centralizado no México. De lá as principaismajors norte-americanasdecidem o que o pessoal"de baixo" assiste ou não.Isto é, o lançamentão queentope as prateleiras das
locadoras, que mistura os
grandes sucessos a qualquer abacaxi que Hollywood tenha pr-oduzsdonum prazo inferior 'a· seismeses. A diferença é quealguns países conseguemburlar esse esquema, en
quanto no Brasil, com honrosas exceções, impera o
amém sem restrições. ''Achoque o problema é mesmo a
falta de vontade das distribuidoras daqui", afirmaCarlos Eduardo Valente, sócio da Raro Efeito, única 10-cadota de Florianópolis es
pecializada em clássicos docinema.
Para fechar a goleada, omercado de venda direta defilmes em vídeo está muitomais adiantado por lá. Encontra-se filme para venderem diversas lojas, inclusivebancas de revistas, por umpreço menor que o de umCD no Brasil. Há lugaresem que se pode achar umafita por R$ 5,00. Aliás, empaíses como os EstadosUnidos, o sell-tbrú é regra,não exceção. Aqui, nem as
locadoras conseguem um
preço razoável para com
prar as fitas para aluguel.Um lançamento pode cus
tar até R$ 70,00.ACESSO - Se as distribui-
Para Simpr.Florianópolis tentarecuperar seu passadoatravés de um ArquivoHistórico
por Beatriz Prates
Criado há quatro meses, o
Arquivo Histórico continua
realizando campanha para doação de material. Qualquertipo de documento sobre o
passado da Ilha é de interesse
para o acervo.
Até agora foram arrecadada; 400 livros e 45 caixas comdiversos documentos pertencentes ao Arquivo Público daCâmaraMunicipal, setordedocumentação da UniversidadeFederal de Santa Catarina, InstitutodePlanejamento eUrna-
nização de Florianópolis e Se
cretaria de Urbanismo e Servi
ço; Públicos.O documento mais antigo
é uma carta do imperador daProvíncia de Santa Catarina,de 1715. Amaioria desses docurnentos não está num bomestado de conservação, principalmente os que vieram daUFSC. "Os livros estavam debaixo d'água quando nós a;trouxemos para cá", diz a historiadora responsável pelo ar
quivo, ]osete Sandrini.Ela é a única pessoa desta
cada para destrincharas caixasde materiais já adquiridos, enão poupa reclamações: "Émuito difícil realizar todo este
trabalho sozinha, mas a prefeitura não tem COfIlO contratar
doras brasileiras
.
aindanão demonstram boa vontade em viraro jogo, pelomenos entre
as locadorashá quem queira facilitar as
coisas para a;cinéfilos. Valente adquiriu uma sériede filmes atra
vés da vendadiretana; mercados norte
americano e
argentino e
está alugandoas fitas. Os títulos incluem desde os
já citados Psicose e Tubarão até clássicos mais an
tigos de
Hollywood,como O Cre
púsculo dosDeuses, deBilly Wilder,ou obras-primas européias tipo Fahrenheit 451, deTruffaut.
O que embola o meio de
campo é que os filmes estãoou no original em inglês oucom legendas em espanhol.Quem achar que saber ler eescrever no idioma de Sha-.kespeare chega ou que espanhol é "muito parecido" com
•.
.
.��..
...
Os títulos que fUram o esquema de
distribuição: sem legendas ou dublados para o espanholreprodução
o português vai apanharumbocado. Além disso, muitasfitas argentinas têm uma
qualidade de imagem inferior à das brasileiras. "Mas
quem gosta de cinema em
geral encara tudo, desdeimagem de fita pirata até le
genda em japonês. Eles que-
rem é ver os filmes", garanteValente. Infelizmente, algumas fitas da terra do tangonão têm como ser assistidas
aqui, por causa do sistema degravação. Muitos filmes lásão gravados através do PAL
N, que não é usado nos
vídeos brasileiros. O
mais pessoal ", Sua esperançaé que depois de tudo organizado a comunidade possa re
correr ao arquivo como fontede pequisa sobre a história dacidade.
A campanha de doação dematerial ainda não recebeunenhuma contribuição dopúblico. O arquivo trabalha comfotos, documentos, vídeos e
qualquer outro tipo de mate
rial que contenha informa
ções sobre Florianópolis.Para colaborar com o Ar
quivo Histórico de Floria
nópolis, envie seu material
para a Rua.General Bittencourt, n0223, CEP88.020-100,Fone (048)2249200 r.268, aoscuidada; deMarileneRibeiro.
OA peça mais Importante doacervo é uma carta datada de 1715.
Beatriz Prates/ZERO
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
L L
maio/1996------------------------------------------------------------------------------
Poéf
Milton Petrella e seu
personaqem Xis andam
pelo Brasil a divulgaridéias sobre a cultura
da corrupção
méritodemonstra
do em público éa criatividade, aliado
a uma dose de carisma e
sensibilidade, para criar personagens de extrema identificaçãocom os brasileiros.
Sua forma de abordagem, utilizando recursos cênicos, é que é cu
riosa, e justamente, um dos fatores
que atrai simpatia. Xis costuma invadir locais públicos fechados, comosalas de aula, espaços em universi
dades, bancos, bares e restaurantes,
para mostrar seu trabalho. Utilizando uma fortemaquiagem branca norosto, lenço na cabeça e veste tam
bém brancos, o figurino lembra o deum apóstolo de Cristo de representações teatrais. Seu texto chega a ter
oito páginas e traz fortes críticas aospolíticos e à sociedade brasileira. O
rua, a
maioria vai
pensar que eu
sou pedinte, palhaço, ou sombra de Tv. O
proprio teatro de rua não temuma tradição respeitada namaioria
do país", raciocina Petrella.
Assim, os locais preferidos porPetrella ainda são os que consideramais politizados, como as universidades. Mas ele também faz severas
criticas com relação à função que a
maioria dos estudantes brasileirosainda vê no ensino superior. ''Amaioria dos alunos considera a univer
sidade, ou exclusivamente como
uma forma de ascensão profissional,ou como um trampolim para suas
carreiras políticas, com as possibilidades demilitância nosmovimentos
estudantis", analisa. Para ele, a universidade só será valorizada quandoas classes política e estudantil perceberem que se trata de uma insti
tuição educacional, de apreensão deconhecimento e cultura, e espaçopara o exercício da cidadania e dademocracia.
O grupoAssalto, que é veículo desuas 'performances, iniciou com a
companhia de teatroPaspatoo, cria-
culturadoassaltoe
da corrupção es
tá presente na identidade do povo brasilei
ro e mantendo assim um cír-culo vicioso transmitido de gera
ção em geração, ele acredita que a
saída é exatamente o exercício pleno da democracia e da cidadania. EmSanta Catarina, Xis já passou por boaparte do estado. Além de Floria-
UFSCe a Udesc,
esteve tambémnas cicbdes e univer
sidades de Itajaí, Join-ville, Tubarão, Orleans, Ara
ranguá, Criciúma e Lages.A mensagem que esse talen
toso cientista político costuma deixar para suas platéias é a de que os
problemas políticos em nosso paísestão extremamente arraigados na
cultura da corrupção, e que necessitam sersolucionados comouma prioridade urgente, com a indispensável colaboração da classe estudantil."Saiam para as ruas, quando for preciso. Não se deixem manipular", éum dos sábios conselhos reforçadosporXis. O
"Ontem pelos salões, os corações, esteve a mil, no meu Brasil.Era carnaval. Dança e fantasia. Era noite e dia, mas que folia. Era car
naval. Rá-rá-rá. O povo esteve feliz. Teve o que sempre quis. Esperaram o ano inteiro pro mês de fevereiro. O homem do turismo vinha da
Argentina ou do estrangeiro para gastar, e por na conta do homembrasileiro. Linda, linda, tão bela na passarela. Mulheres nuas tomavamas ruas. Era carnaval. E no seu palanque, o FHC sorria contente e o
professor com seu salário sambava. Tudo era tão belo, o Figueiredoera tão sério e naquele tempo todos me diziam: "Pior que tá não vaihcd'. Veio Tancredo. Velho bobo ingênuo. Prometia e ia mudar.Tancredo morreu, a cidade dizia: "Pior que tá não vai ficá/� Veio Sarney.De terno preto, era só mais um burguês. A cidade inconformada falava: Pior que tá não vai ficá. Mas com a chegada de Fernandinho, acoisa chegou a se deturpar. Fernandinho roubou tudo e saiu. Itamar
pôs-se a brilhar. Aí veio o real. Eles botaram fé no FHC. Olha pessoal,ficou tudo mais legal. Agora tudo vai melhorar, mas não é por causado real. É por que nós somos o grupo Assa/IDe acabamos de assaltarvocês com poesia e alegria."
susto inicial é inevitável. A maioriadas pessoas desconfia de suas inten
ções,mas logo se encanta com o bornhumor dos textos (veja um deles no
quadro abaixo). Ao menor sinal dedesatenção, Xis encara e chama a
atenção de seus espectadores, coma preocupação de nunca agredi-los da também na USP. Na época, Petreou ridicularizá-los. Seus textos con- lla teve a idéia de criar performanvidam as pessoas a serem solidárias ces, com vários personagens "assale participar de lutas políticas. tantes", que eram representados por
por Luís Carlos Fest. Milton Petrella teve a idéiade seus amigos. A maioria eram estu-
criar o personagemXis, em 1993, no dantes, que viviam sem grana e, com
Umassalto é uma forma de Recife,duranteumareuniãodaSBPC as apresentações, conseguiam di- .,.,
educação política. Quem (Sociedade Brasileira para o Progres- nheiro para poder continuar os es- 4...
não acredita nessa idéia, po- so da Ciência). Formado pela USp, tudos. Entre os amigos de Petrella, nópolis, onde se a- ,�V'derá se surpreenderao conhecerXis, uma das principais universidades que também já fizeram parte do gru- presentou em �fI.um dos personagens criados pelo brasileiras, Petrella já havia amadu- poAssalto, estão vários atores e atri- locais co- O�performático estudanteMilton Petre- recido suas idéias políticas, partici- res conhecidos, entre os quais, asglo- mo a ., ""_SlIa. Xis já viajou quase todo o Brasil, pando também do movimento anar- bais Alessandra Negrini e Lúcia a1füXVe por onde passa rouba gargalhadas co-punk em São Paulo. Também já Verissimo. O trabalho também faz .tA..V1�e palmas de suas platéias, semeando havia sido integrante da banda Ra- parte, como um dos temas prin- fü0'\�·a conscientização da cidadania. Du- tos do Porão, escrevendo e compon- cipais, de uma t.ese de DSrante os meses de março e abril, ele do músicas para o grupo até 1988. mestrado em Ciência .,4.�esteve em Florianópolis, e conquis- Com essas experiências, ele diz ter Política. Trabalhan- e"'='"tau centenas de admiradores que ti: .
vencido a timidez com o público, e do com a hipó- a.�veram o prazer de serem "assaltados" conseguiu mais coragem para se tese de �OVcom poesia e alegria. apresentar. "Hoje, quando vejo a ale- que a _t>1"fI.'YO "assaltante", no caso, não usa gria dos estudantes e professores ����ameaças ou arma de fogo. Nem de- commeu trabalho, isso me traz estí- \.�.e'"seja roubardinheiro e objetos de va- mula", comenta Petrella, queao e'\vlar. Seus objetivos são nobres. escol�eros loc�is para suas Â:,.\.fI.Petrella diz que não é ator, mas leva atuaçoes também reve- _,-"'"platéias ao delírio. 'Iambém não faz la sensatez. "Se eu
��(P'.
"política de palanques", mas dá um fizer perfor-banho de consciência em uma cen- man c e s ...d.tena de candidatos ou pessoas elei- n a �g;vrtas que jamais se preocupam com
problemas sociais. Xis é um dos ti-�fI.fi.P2°S
criadosPIorum edstubadante de �\.-(A�7 anos, pau istano o ir- ..i\�.
ro do Brooklin, forma-..\.�6do em Publicidade a'\..�V
e Propaganda. eo�
�eu ;riln- ,e�OY\.O�
��\\y
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
BfAG-ENS
A histórica Ilha de Anhatomirim foi ocenário da exposição Novos
Territórios - O Aspectos da ArteCatarinense Atual. Aqui temos a
imagem de uma das instalações doartista plástico Fernando Lindote.
Lúcio Lambranho, 23 anos, fotografadesde 1993.
SílVIO PEREIRA
Dia a dia a ciência nos oferece a possibilidade viver por mais tempo. Numpaís que institui o desprezo aos seus
velhos, esta dádiva torna-se uma
praga
Beatriz Prates, 19 anos, produziu estafoto durante a 2ª Maratona
Fotográfica de Florianópolis.
F
LUClO LAMBRANHO
"Eu queria somente lembrar, quemilhares de crianças sem lar, sãofrutos do mal que floriu, num país
que repartiu ( pátria amada), este éo futuro do país". O trecho da música
Futuro do País, do Planet Hemp,acompanha a foto vencedora da 2ª
Maratona Fotográfica de Florianópolisno tema Direito à Moradia.
Sílvio da Costa Pereira, 30 anos,fotografa há quatro anos e já montou
a exposição Sons da Ilha
BEATRlZ PRATES
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina