00 Oliveira Fundamentos de Termodinamica
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1
1 – TEMPERATURA
A temperatura é uma propriedade física de estado associada ao nível de energia interna ou do estado
de excitação de uma quantidade de matéria. A teoria cinética dos gases ideais e termodinâmica
estatística correlacionam a temperatura com a energia cinética média das moléculas de um gás ideal
(Holman, 2001). Embora não exista um limite superior para a temperatura de um corpo, existe um
limite inferior. A escala Kelvin (K), atribuída ao Sir Lord Kelvin (1824-1907), representa a escala
absoluta da temperatura ciência, pois não assume valores negativos. As escalas termométricas
Celsius (°C) e Fahrenheit (°F) são baseadas no ponto triplo da água, estado no qual a água coexiste
nos estados sólido, líquido e vapor. Por convenção admitiu-se que este valor é igual a 273,16 K, que
são equivalentes a 0,01°C e a 32,00°F. Na escala Celsius o ponto de fusão e ebulição da água, à
pressão de 101,3 kPa é dividida em 100 partes e corresponde a um centésimo da escala absoluta. Já
na escala Fahrenheit, o ponto de fusão e ebulição da água está dividido em 180 partes. A escala
Rankine é a escala absoluta relativa à escala Fahrenheit.
Figura – Comparação entre as escalas de
temperatura Kelvin, Celsius e Fahrenheit
As escalas Kelvin e Celsius, Celsius e Fahrenheit, Rankine e Fahrenheit são respectivamente
correlacionadas através das seguintes expressões:
T(K) = T(°C) + 273,15; T(°F) = 32 + (9/5).T(°C);
T(°R) = 459,67 + T(°F) T(°R) = 1,8T(K) (1)
A lei zero da termodinâmica postula que: "se dois corpos distintos, A e B, estão em equilíbrio
térmico com um terceiro corpo C, então A e B estão em equilíbrio térmico entre si". O terceiro
corpo C é chamado de termômetro, pois indica um valor escalar, a partir de uma referência padrão
2
de outra propriedade física qualquer, previamente investigada, associada à temperatura. Com o
aumento da temperatura a resistência elétrica de um fio condutor aumenta. Da mesma forma,
também aumenta a pressão de um gás confinado num recipiente quanto exposto a temperatura. No
caso do termômetro de mercúrio o líquido presente num tubo capilar de vidro expande ou contrai na
presença da variação da temperatura. Os termômetros chamados de bi-metálicos comparam a flexão
de materiais distintos superpostos um ao outro. As equações correlacionam o grau de curvatura do
bi-metálico com o módulo de elasticidade dos materiais na presença do mensurando. Os
termômetros de resistência elétrica consistem de um elemento resistivo sensível à variação da
temperatura. São muitos os materiais utilizados como elementos resistivos: níquel, prata, aço, ouro,
platina, cerâmicos, dentre outros. Nestes termômetros a resistência R pode ser expressa como
função da temperatura e de uma resistência R0 de referência: R = R0.(1+a.T+b.T2), no qual ‘a’ e ‘b’
são constantes determinadas experimentalmente. A sensibilidade destes equipamentos gira em torno
de 0,1°C.
Variação da resistência elétrica com a temperatura. Aspecto construtivo de um termopar
Nos termopares, o aspecto construtivo é caracterizado pela junção de dois materiais de
características elétricas distintas ligadas a um circuito elétrico externo. As duas extremidades
abertas formam o ponto de compensação ou referência. Quando em contato com o mensurando
observa-se a passagem de corrente elétrica. Como cada material apresenta diferente gradiente de
temperatura haverá uma alteração da ‘fem’ gerada, proporcional a variação dos gradientes de
temperatura de cada elemento traduzido em temperatura. Nos pirômetros óticos uma lâmpada
sensível à radiação térmica capta e emite luz com determinado comprimento de onda, que é
comparado com um filtro de infravermelho de radiação monocromática de comprimento de onda
conhecido. Comprimentos de onda de baixa magnitude estão associados a altas temperaturas e vice-
versa. Nos termômetros emissivos a energia total emitida por uma fonte térmica é captada por um
sensor calibrado para emissividade 1. Conhecida a emissividade da superfície a ser medida estima-
3
se a temperatura do mensurando através da Lei de Stefan-Boltzmann, equação (12) e da relação
fornecida pela equação (13).
2 – PRESSÃO
A pressão P (Pa) é definida como sendo a força normal por unidade de área da superfície sobre qual
a força está sendo aplicada:
dA
dF
A
FP nn
A
=∆
∆=
→∆lim
0
Denomina-se pressão manométrica a indicação da pressão a partir da força de atração gravitacional
exercida por uma coluna de fluido (Lei de Stevin):
dzgdP ..ρ−= hgP ..ρ= (2)
Desta forma, é comum achar equipamentos que indicam a pressão como uma função da coluna de
líquido de determinada substância. Para uma coluna de líquido exposta à pressão atmosférica, 101,3
kPa ao nível do mar, a pressão absoluta é a soma das pressões atmosférica manométrica:
Pabs = Patm + Pman
4
Figura A.2 - Representação referencial de pressão.
Vacuômetros são equipamentos que indicam pressões manométricas negativas, inferiores a pressão
atmosférica de referência e é corriqueiramente chamado de vácuo. Barômetros são equipamentos
utilizados na medição da pressão atmosférica, no qual a unidade 1bar equivale a 100 kPa.
Exemplos: 1.4,1.5,1.6 (Potter) – 2.3, 2.4, 2.5, 2.7 (Wyllen)
3 – VOLUME ESPECÍFICO E MEIO CONTÌNUO
A definição clássica para um meio ser considerado contínuo provém da determinação do mínimo
valor de volume para que uma dada distribuição de massa permaneça constante:
mVdmdVmVVV
===→
δδυδδ
lim'
(3)
Esta quantidade foi definida como o volume específico n(m3/kg) da substância ou meio. Este
volume indica dimensões próximas das distâncias de colisões entre moléculas que é da ordem de 10-
7 m. Quando há bruscas flutuações do elemento de massa para valores de elementos de volumes de
magnitudes próximos, fica caracterizada, neste intervalo, a descontinuidade do meio. Sendo
contínuo um meio as propriedades da matéria também serão funções contínuas do tempo e do
espaço.
Figura A.1 – Continuidade e descontinuidade de um meio
A massa específica de uma substância ou simplesmente densidade r(kg/m3) é definida então como
sendo o inverso do volume específico da substância: υρ 1= . Os sistemas termodinâmicos são
analisados considerando o meio como sendo um meio contínuo de investigação macroscópica.
Desta forma, a massa pode ser definida a partir do volume específico como sendo: υVm = .
4 – ENERGIA
5
São muitos os fenômenos naturais descritos e quantizados na forma de energia. Se num sistema
qualquer existe uma força resultante, está associado a este sistema determinada quantidade de
energia. As formas pelas quais a energia se manifesta são diversas: energia mecânica, térmica,
eletromagnética, química, atômica. Trabalho é entendido como o produto escalar da força vezes um
determinado deslocamento. Dois corpos distintos inseridos num sistema têm temperaturas
diferentes. A energia térmica neste sistema pode se transportar por condução, convecção e radiação.
A energia tem a propriedade da transformação. A mestria dos cientistas inventores reside na
transformação e aproveitamento de energia de determinada natureza em outra de natureza diferente:
potencial em cinética e cinética em elétrica é o princípio das usinas hidroelétricas. O uso da energia
da radiação solar, nos dias atuais, torna-se um campo de inesgotável investigação científica. Como
exemplo, cita-se os coletores solares para uso do aquecimento de água e as células fotovoltaicas A
unidade de energia utilizado no sistema internacional de medidas é o Joule: 1 J = 1 kg.m2/s2 = 1
N.m
A Energia potencial de um corpo estacionado numa plataforma a uma distância d (m) do nível de
outra plataforma é mensurada pela relação: Ep = d.g.mr
. Quando a corpo deixa de sofrer a atuação
de uma força normal de magnitude igual e sentido contrário à atuação da força gravitacional gr
, o
corpo entra em movimento. Um corpo em movimento tem energia cinética. Usinas hidroelétricas
utilizam a força da queda da água proveniente de uma fonte de energia potencial para girar turbinas
acopladas a um eixo. Este eixo girante, quando inserido no corpo de uma bobina, induz ao
aparecimento de um campo de energia eletro-magnético. O efeito é a corrente elétrica através do fio
condutor do enrolamento da bobina.
O princípio de Conservação de Energia creditado a Mayer (1842) postula que a energia de um
sistema se conserva, ou seja:
∆E =∆Ek + ∆Ep + ∆U = const
A variação da energia total de um sistema é igual à soma das parcelas das energias cinética,
potencial e energia interna. Associada à propriedade termodinâmica energia interna U(J) estão
inseridas todas as outras formas de energia existentes no sistema, tais como, energia
eletromagnética, química, térmica e interação molecular.
A potência então pode ser definida como o fluxo de energia por unidade de tempo e pode ser
interpretado matematicamente na forma variacional como sendo: tEPot ∆∆= . Ou ainda, como o
produto escalar da força resultante aplicada pelo vetor velocidade: VFPotrr
.= . A unidade de
potência utilizado no sistema internacional é o Watt: 1 W = 1 J/s = 1kg.m2/s3.
6
Inserir figuras: gerador de vapor, hidrelétrica, turbinas a gás, termoelétrica, coletor solar,
5 – SISTEMA E VOLUME DE CONTROLE
Um sistema termodinâmico é definido quando se trata de uma quantidade fixa de massa de uma
determinada substância contido em um volume fechado. Tudo aquilo que é externo ao sistema é
chamado de vizinhança e o sistema é separado da vizinhança através das fronteiras. As fronteiras
podem se expandir ou se contrair e ainda e através das fronteiras pode ser transportado calor e ou
trabalho. A contração ou expansão de um sistema está sempre associada ao trabalho realizado pelo
sistema ou sobre o sistema. Um sistema é dito isolado quando nem calor nem trabalho cruzam a
fronteira. Toma-se como exemplo de sistema um conjunto pistão-cilindro contendo vapor de água
que está sendo aquecido por um bico de gás em combustão. Neste sistema a única pressão externa
que atua sobre o pistão é a pressão atmosférica. O envoltório, ou lugar geométrico que delimita a
parte interna do conjunto cilindro-pistão é caracterizado como a fronteira deste sistema. Como o
vapor de água está sendo aquecido, a sua temperatura se elevará, tendo como efeito a sua expansão,
caracterizando desta forma a expansão da fronteira do sistema. Neste caso, calor está sendo
transferido ao sistema pelo bico de gás e trabalho está sendo realizado pelo sistema caracterizado
pela expansão de sua fronteira.
Figura:
Nos casos para os quais existe um fluxo de massa defini-se o sistema como sistema aberto ou
volume de controle. A área que envolve o volume de controle é chamada de superfície de controle e
através da superfície de controle, além de trabalho e calor, pode ser transportado fluxo de massa e
quantidade de movimento.
7
6 – PROPRIEDADES DE UMA SUBSTÂNCIA PURA
Defini-se substância pura como sendo a quantidade de matéria totalmente homogênea que mantém
a sua composição química mesmo durante a mudança de fases. As três fases fundamentais da
matéria são sólida, líquida e gasosa. As substâncias puras apresentam certos comportamentos que
são similares quando comparados umas com as outras. Num sistema, água líquida e vapor de água
coexistem em fases diferentes, não obstante a composição química das fases distintas é a mesma.
Em determinada fase a substância pode existir em diferentes estados, sendo que estes estados são
identificados a partir das suas propriedades termodinâmicas.
As propriedades termodinâmicas são divididas em intensivas, extensivas e específicas sendo que
as propriedades intensivas são independentes da massa: se certa quantidade de matéria for dividida
em duas partes, as suas características relativas à temperatura, pressão e massa específica
permanecerão constantes, caracterizando estas propriedades como intensivas. Ao passo que, na
distinção destas duas partes de matéria, a massa e o volume serão alterados caracterizando-as como
propriedades extensivas. As propriedades termodinâmicas definidas como consequência da 1° e 2°
Leis da Termodinâmica, entalpia H(J) e entropia S(J/K) são propriedades intensivas e tem letras
maiúsculas como símbolo. Todavia estas propriedades tornam-se propriedades extensivas
específicas quando indicadas por unidade de massa e recebem letras minúsculas como símbolo,
u(J/kg) energia interna específica, h(J/kg) entalpia específica, s(J/K.kg) entropia específica,
respectivamente.
Quando as propriedades termodinâmicas são constantes para um determinado estado é dito que o
sistema está em equilíbrio termodinâmico. O equilíbrio termodinâmico de um sistema indica que
as propriedades da substância não se alteram com o tempo. Então, se existe equilíbrio térmico de
uma determinada substância, a temperatura tornar-se-á, uma propriedade do sistema. Quando o
valor de pelos uma das propriedades termodinâmicas se altera fica caracterizado que ocorreu uma
mudança de estado. Quando o sistema muda de um estado de equilíbrio para outro, é dito que o
sistema sofreu um processo. Nos processos termodinâmicos, se uma substância percorre um
determinado número de mudanças de estado retornando ao seu estado inicial é dito que o sistema
realizou um ciclo (Fig.)
8
a) Processo termodinâmico b) Ciclo Termodinâmico.
Entre o estado inicial e final o sistema encontra-se em condição de não equilíbrio. Para se
determinar o estado num estágio intermediário de um processo é introduzido o conceito de processo
ideal. No processo ideal, a mudança de estado ocorre de forma bastante lenta, infinitesimal, de
forma que cada estado intermediário caracteriza um estado de quase-equilíbrio e desta forma são
obtidas as propriedades termodinâmicas dos estados intermediários. Ou seja, cada estado do
processo é tratado como se fosse um estado de equilíbrio. Toma-se como exemplo, o sistema que
água inicialmente na fase líquida está contida num conjunto êmbolo-cilindro no qual calor está
sendo transferido ao sistema (fig.).
Figura - Mudança de estado de fase líquida para vapor de uma substância pura à pressão constante
Neste sistema atuam na substância a força peso devido à massa do êmbolo e a pressão atmosférica.
Na medida em que calor é absorvido pelo sistema, parte da água evapora-se num processo de
expansão isobárica (pressão constante), formando uma mistura de líquido com vapor (estado 2). No
processo de mudança de fases, a temperatura e a pressão permanecem constantes, mas o volume
específico aumenta consideravelmente, até que toda água líquida transforma-se em vapor de água
(estado 3). Faz-se agora uma análise dos processos apresentados a partir de um diagrama
temperatura versus volume específico (Fig.).
Figura – Diagrama T x V para uma substância pura.
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Tomam-se primeiramente as mudanças de estados indicados pelo processo 0-1-2-3-4. No estado 0,
a água absorve calor e a temperatura vai aumentando até atingir a temperatura de saturação indicado
pelo estado 1. Nesta condição diz-se que o líquido é saturado. No estado 0 então a substância
encontra-se no estado de líquido sub-resfriado ou comprimido, indicando que a temperatura da
substância é mais baixa que a temperatura de saturação.
Entre o processo 1-2-3, o sistema continua a absorver calor à temperatura constante, caracterizando
um processo de mudança de fase de líquido para vapor. No estado ‘2’, parte da massa de água é
líquida e parte é vapor:
m = ml + mv (4)
O mesmo pode se concluir a respeito do volume
V = Vl + Vv (5)
A partir da definição de volume específico, mV=υ obtém-se que:
vvll mmm υυυ += (6)
Para a respectiva temperatura de saturação, seu título x é definido como a razão entre a massa
parcial de vapor e a massa total da substância.
mmx v= (7)
No estado de líquido saturado o título é zero. Um título igual a 0,2 indica que a mistura tem 20% de
massa de vapor e 80% de massa líquida. O título é uma propriedade intensiva e manipulando as
equações (6) e (7) escreve-se a equação de volume específico como uma função do título:
vlllvl xx υυυυυυ +=−+= )( (8)
No estado '3', toda a água evaporou-se totalmente e atingi o estado de vapor saturado (x=1). A partir
deste ponto, qualquer calor adicionado ao sistema, terá como efeito o aumento da temperatura
(processo 3-4).
10
No estado '4' o vapor de água é chamado de superaquecido. As linhas representadas pelas curvas 0-
1-2-3-4, 0’-1’-2’-3’-4’ e B-C-D identificam processos a pressão constante e caracterizam que
quanto maior a pressão do sistema mais as curvas se deslocarão para cima.
O ponto C indicado no diagrama representa o ponto crítico no qual não ocorre o processo de
vaporização à temperatura constante. Neste ponto, o estado de líquido saturado e vapor saturado têm
os mesmos valores de suas propriedades. Para a água, a temperatura crítica de 374,14 °C indica uma
pressão crítica de 22,09 MPa e um volume específico de 0,003155m3/kg.
No processo de fusão a água passa do estado de sólido saturado ao estado de líquido, à temperatura
e pressão constantes (100 kPa e 0°C). Porém diferentemente de outras substâncias puras, a fusão da
água é acompanhada de um ligeiro aumento da massa específica. Quando todo o gelo estiver
fundido qualquer absorção de calor terá como efeito o aumento da temperatura do líquido. No
processo chamado de sublimação, a água sólida muda para a fase de vapor sem passar pela fase de
líquido (0,260 kPa e –10°C). A água também co-existe nas fases de sólido, líquido e vapor à
temperatura de 0,01°C e pressão de 0,611 kPa. Este estado é chamado como o ponto triplo da água.
A
11
combinação de ao menos duas propriedades termodinâmicas independentes, para uma dada
condição de equilíbrio, é que identifica o estado de uma substância ou sistema. Isto significa que, se
o volume específico e a temperatura do vapor superaquecido forem especificados, o estado de vapor
da substância estará determinado.
Considere os estados de líquido e vapor saturado de uma substância pura. Estes dois estados têm a
mesma pressão e temperatura de saturação, mas são notoriamente estados diferentes. Então pressão
e temperatura não são propriedades independentes que identificariam o estado de uma substância
em estado de saturação. Desta forma, é necessário o conhecimento da pressão e do título da
substância ou da pressão e do volume específico para caracterizar o estado de saturação de uma
substância pura. Nestas condições, pressão e volume específico tornam-se propriedades
termodinâmicas independentes. Conhecidas então, duas propriedades independentes de estado da
substância pura, faz-se uso das tabelas termodinâmicas das respectivas substâncias, para a
determinação das outras propriedades de interesse.
Tabelas de várias substâncias são conhecidas e disponibilizadas inclusive em meio eletrônico,
facilitando a consulta e os cálculos (CAT, EES) necessários à completa identificação dos processos e
ciclos termodinâmicos.
O ar é uma substância formada pela composição de várias substâncias sendo predominante o
nitrogênio. Portanto não conserva a sua composição química durante a mudança de fase. Todavia,
na fase de gás, as suas propriedades termodinâmicas são bem definidas e, portanto, o ar, na fase de
gás, é tratado como substância pura e atende a relação de estado para os gases perfeitos:
TRnP ... =∀ (9)
R = 8,3145 kJ/kmol.K é a constante universal para todos os gases. O número de moles n é dado
pela relação entre a massa m(kg) da substância e seu respectivo peso molecular M(kg/kmol):
M
mn = (10)
Manipulando as equações anteriores escreve-se a relação dos gases perfeitos na forma funcional do
tipo:
TRP ..ρ= (11)
12
Nesta forma R (kJ/kg.K) torna-se a constate do gás:
M
RR =
Para certificar a aplicação da relação dos gases ideais um fator chamado fator de compressibilidade
é então aplicado:
TR
PZ
.
.υ=
Valores de Z próximos a 1 identifica que o gás se comporta como gás ideal. Cartas são geradas para
cada substância para diagramar a relação de compressibilidade dos gases em como uma função da
pressão. Na figura abaixo o gráfico do fator de compressibilidade para o nitrogênio.
Na carta generalizada, a pressão e a temperatura reduzidas Pr e Tr são definidas a partir das pressões
e temperaturas críticas (Tabela: B.3-Potter; A2-Wyllen):
c
rP
PP =
c
rT
PT =
13
Exemplos: (2.1, 2.2-Potter) – (Exs. 3.1, 3.2, 3.3, 3.4, 3.5, 3.6, 3.7 Wyllen)
14
7 – TRABALHO
O trabalho, da mecânica clássica, é definido como o produto da força F (N) pelo deslocamento x
(m) de um corpo, sendo que a força resultante tem a direção do deslocamento. Trabalho é energia
mecânica e tem como unidade no sistema internacional o Joule: 1 J = 1N.m = 1kg.m2/s.
Do ponto de vista da termodinâmica o trabalho de um sistema está
relacionado, por exemplo, a expansão ou contração de um gás.
Considera-se como sistema um gás contido num conjunto êmbolo-
cilindro a pressão constante (pressão atmosférica) que está sendo
aquecido por uma chama (Fig ).
Figura – um sistema termodinâmico em expansão
Se o sistema absorve calor, a temperatura do gás aumenta, assim como o seu volume específico e o
gás expande deslocando o êmbolo de um comprimento dx. Então o sistema então realizou trabalho
O equacionamento matemático infinitesimal pode ser expresso da seguinte forma:
δW = F.dx; F = P.A ⇒ δW = P.A.dx = P.dV
∫∫∫ === 2
1
2
1
..2
121
v
v
V
V
dvPmdVPWW δ (12)
O trabalho realizado pelo sistema é representado pela área abaixo do processo 1-2 indicado no
diagrama P x V (da figura 00).
Figura – A área abaixo das curvas P x V fornece o trabalho envolvido no processo.
A solução da equação (12) remete a uma integral do tipo inexata, no qual a pressão é uma função de
linha e não de ponto. Por isso o símbolo δW para representar o trabalho como uma diferencial
15
inexata ao invés do símbolo dW que representaria uma diferencial exata. Na prática, o cálculo do
trabalho depende do caminho percorrido pelo processo para a mudança de estado da substância
identificados pelos índices dos limites de integração. Afirmar que a equação (12) fornece o trabalho
dependerá da análise termodinâmica do processo, pois há muitos casos em que o trabalho fornecido
pela equação (12) não indicará o trabalho do processo. A relação entre P e V, e o trabalho envolvido
no processo pode ser obtido experimentalmente e então é possível calcular o trabalho por integração
gráfica. Em muitos casos observa-se que há uma relação analítica aplicável aos processos e então a
equação (12) pode ser integrada diretamente. Para estes casos, enquadram-se os processos chamados
de politrópicos no qual a relação entre P e V é dada por uma relação funcional característica do tipo:
tetanconsV.P n = (13)
Figura Processo politrópico.
Para processos politrópicos com expoente n ≠ 1, a solução da equação (12) é dada por:
n
vPvPm
n
VPVPdVPW
V
V −
−=
−
−== ∫ 1
..
1
.. 11221122
21
2
1
(14)
Para processos isotérmicos com comportamento de gás ideal, indica um processo politrópico com
expoente n = 1:
tetanconsV.P n = ⇒ tetanconsV.PV.P 2211 ==
E a área sob a curva do processo 1-2 é calculada por uma equação do tipo:
1
211
1
21121 ln...ln...
2
1v
vVPm
V
VVPdVPW
V
V
=== ∫ (15)
Processos termodinâmicos nos quais a pressão permanece
constante são chamados de isobáricos.
16
Figura – Processo isobárico
Então a partir da equação (12) temos que o trabalho pode ser calculado pela multiplicação do
volume deslocado do gás pela respectiva pressão e a integral torna-se do tipo exata, pois a pressão é
constante:
).(.).(. 1212
2
121
2
1
vvPmVVPdVPWWV
V
−=−=== ∫∫δ (16)
Um processo isocórico é aquele no qual a mudança de estados
acontece a volume constante (Fig).
Figura – Processo isocórico
Neste caso, como não ocorreu nem expansão nem contração do gás o trabalho envolvido no
processo é nulo;
0.2
1
2
121 === ∫∫
V
V
dVPWW δ
17
8 – CALOR
Calor q (J) é energia térmica em trânsito através da fronteira de um sistema. Se num sistema existe
diferença de temperaturas entre fronteira haverá transferência de energia térmica. O sentido do fluxo
de calor é na direção da fronteira de temperatura mais alta para a fronteira de temperatura mais
baixa. Ou seja, um corpo de temperatura mais alta cede calor para um corpo de temperatura mais
baixa.
O calor então é um fenômeno transitório que ocorre
exclusivamente pela diferença de temperaturas entre
fronteiras.
Figura – Diferença de temperaturas na fronteira de um sistema
Do ponto de vista matemático, o calor, assim como o trabalho, é uma função de linha associada a
uma diferencial inexata do tipo:
∫=2
1qq δ
O calor transferido para um sistema por unidade de tempo é designado por:
dtqq δ≡& (17)
Os processos em que a energia térmica envolvida na mudança de estado de um sistema é nula são
chamados de processos adiabáticos: 1q2 = 0.
O conceito de Calor Específico a pressão constante cp (J/kg.K) foi inicialmente apresentado por
Joule (1818-1889) e representa o quanto de calor é necessário para se elevar de 1K, 1kg de
determinada substância. Joule elaborou uma montagem experimental, chamada de equivalente
mecânico do calor, no qual obteve o resultado que, são necessários 4.186N.m de trabalho mecânico
para aumentar a temperatura de 1°K, 1 kg de água líquida, inicialmente a 14,5°C. Esta porção de
energia recebeu a titulação de 1000 calorias. Ou seja, o calor específico da água é igual a 1cal/gr.K.
18
Figura – Experimento de Joule para o calor específico
O calor específico de uma substância pode ser mensurado a pressão constante ou com o volume
constante e têm como símbolos, respectivamente cp e cv. O cp da água liquida é 4,186 kJ/kg.K =
1kcal/kg.K. O cp do vapor da água é 1,88 kJ/kg.K. O cp do ar seco é igual a 1,0035 kJ/kg.K.
Portanto é possível expressar a quantidade de calor sensível qsens (J) envolvida num processo como
uma função de calor específico da substância medido a pressão constante ou a volume constante:
Tcmq Psens ∆= .. (18.a)
Tcmq Vsens ∆= .. (18.b)
Nos processos isotérmicos associados à mudança de fases, a quantidade de calor latente qlat (J)
envolvida na mudança de fase pode ser expressa em função de seu calor específico latente L(J/kg):
Lmqlat .= (19)
Modos Fundamentais de Transferência de Calor
Condução de Calor
Condução de Calor é um fenômeno físico de transferência de energia por difusão molecular, no qual
partículas de níveis mais energéticos transferem energia para partículas de níveis energéticos mais
baixos. Considere um material homogêneo sólido de espessura ∆x, com temperaturas impostas T(x)
e T(x+∆x), similar a figura 1. A experimentação prova que a taxa de transferência de calor por
condução xq '' (J/m2) é diretamente proporcional ao gradiente de temperatura normal ao fluxo,
multiplicada por uma constante de proporcionalidade.
19
x
xxTxTkqx
∆
∆+−=
)()(.''
A condutividade térmica do material k (J/m.K) é a constante de proporcionalidade que dá
dimensionalidade a equação. Esta equação creditada a Fourier (1822) é chamada de Lei de Fourier
para a condução de calor. Na condição limite, quando ∆x→0, a equação da Lei de Fourier para a
condução se reduz a:
dx
dTkqx −='' (20)
O sinal negativo formaliza que o sentido do fluxo de calor ocorre na direção do gradiente negativo
da temperatura, ou seja, da face de temperatura mais alta para a face de temperatura mais baixa. A
equação do fluxo de calor em coordenadas cartesianas, para regime permanente tem a seguinte
forma:
'''''''' ˆˆˆzyx qkqjqiq ++=
x
Tkq xx
∂
∂−=''
y
Tkq yy
∂
∂−=''
z
Tkq zz
∂
∂−=''
Considerando ‘k’ constante nas três direções
∂
∂+
∂
∂+
∂
∂−=
z
Tk
y
Tj
x
Tikq ˆˆˆ.''
Tkq ∇−= .''
Cada uma das expressões relaciona o fluxo de calor para a respectiva superfície normal ao fluxo de
energia da respectiva direção x, y, z.
A condutividade térmica, numa determinada direção pode ser definida, a partir da Lei de Fourier,
como:
20
xT
qk x
x∂∂
−=
Da equação conclui-se que, para um determinado gradiente de temperaturas a transferência de calor
aumenta com o aumento da condutividade térmica do material. Os metais bons condutores de calor
têm valores de condutividade térmica elevados: alumínio (250 W/m.K); cobre (400 W/m.K). Já os
materiais isolantes apresentam condutividade térmica baixa: lã de rocha (0,03W/m.K), lã de vidro,
fibra cerâmica, poliuretano, poliestireno.
Segue também que um sólido terá um maior valor da condutividade térmica do que de um líquido,
que terá maior valor da condutividade do que de um gás. Isto porque a condutividade térmica de
uma substância está associada ao número de partículas por unidade de volume ‘n’, a velocidade
média molecular ‘c’ e a distância molecular ‘λ’: λα ..cnk x
A difusividade térmica α (m2/s) é um parâmetro que representa a capacidade de um material tem
de conduzir energia térmica em relação a sua capacidade de armazená-la (capacidade calorífica
volumétrica). A difusividade térmica correlaciona o calor específico da substância, com a
condutividade térmica e sua densidade, na seguinte equação:
pc
k
.ρα =
Baixos valores de ‘α’ implica em respostas mais lentas para se alcançar o equilíbrio térmico.
Convecção de Calor
Considere uma parede quente com temperatura imposta Tw exposta uma corrente de ar fria a uma
temperatura T, na qual T<Tw. Inserir figura ( ). Nestas condições é observado que calor flui da
parede quente para o fluido frio a uma taxa de transferência de calor, q, por unidade de área,
proporcional a diferença de temperatura (Tw – T).
q = h.(T∞ - TW) (21)
A diferença de temperatura produz uma variação na densidade no fluido provocando forças de
empuxo que induz o fluido a movimentar-se: efeito convectivo. A constante de proporcionalidade é
o coeficiente convectivo h (J/m2K). Esta equação é referenciada como a Lei de Resfriamento de
21
Newton. A determinação do coeficiente convectivo é a grande meta para os cálculos de
transferência de calor onde o mecanismo de transferência por convecção é predominante.
Radiação
A radiação é um fenômeno físico no qual o transporte de energia térmica se dá na forma de ondas
eletromagnéticas (fótons de energia), não necessitando de meio físico para se transportar, sendo que
no vácuo o transporte de radiação é máximo.
Quando a densidade de energia é integrada para todos os comprimentos de onda, a energia total
emitida por unidade de área de superfície radiante é proporcional à quarta potência da temperatura
absoluta, sendo denominada de poder emissivo da superfície:
4.Tσ=h
E (22)
A equação (12) é chamada de lei de Stefan-Boltzmann e representa a taxa de energia radiante
emitida por um radiador ideal do tipo corpo negro, no qual s= 5,669x10-8 W/m2.K4, é a constante
de Stefan-Boltzmann. Relacionando-se a energia Eh emitida por uma cavidade, do tipo corpo negro
(o corpo negro absorve toda radiação incidente), com a energia E, absorvida por um corpo inserido
nesta cavidade, para a condição de equilíbrio térmico, conclui-se que, a energia E, absorvida pelo
corpo, deve ser igual à energia emitida pela cavidade tipo corpo negro, deduzida à fração absorvida
pelo corpo. Então:
α.nEE =
Esta equação representa a taxa na qual a energia radiante está sendo absorvida por uma superfície e
α representa o coeficiente de absorção, chamado de absortividade. O raciocínio inverso, a esta
condição, permite dizer que o poder emissivo de um corpo é o poder emissivo de um corpo negro
menos a fração absorvida pelo corpo. Ou seja, a absortividade de um corpo negro é igual a sua
emissividade ε: ε=α . Essa igualdade é chamada identidade de Kirchhoff.
4.... TEEE nn σεεα ===
Para condições realísticas, considerando que a energia radiante de um corpo de emissividade ε, que
atinge uma determinada superfície, parte desta energia será refletida, parte será absorvida e parte
22
será transmitida. A fração refletida ρ, é chamada de refletividade, e a fração transmitida τ, é a
transmissibilidade. Então a partir da Lei Stefan-Boltzmann, temos que a energia radiante de um
corpo é relacionada com a energia incidente em um corpo qualquer, escrita na forma das frações
absorvida, refletida e transmitida:
44 .).(.. TTE στρασε ++== (23)
1=++ ατρ
Em muitas aplicações estamos interessados na taxa líquida da transferência de calor entre
superfícies que pode ser avaliada, por unidade de área a partir da seguinte equação:
).(. 44VizS TTE −= σε (24)
23
8 – 1° LEI DA TERMODINÂMICA
8.1 – 1° Lei da Termodinâmica para Sistemas
Calor e trabalho separadamente não são propriedades de sistemas termodinâmicos, mas sim
características dos processos para quais os sistemas passam de um estado para outro. Calor e
trabalho representam as quantidades líquidas de energia envolvidas num processo termodinâmico e
a sua quantificação depende dos estados intermediários para qual o sistema foi submetido.
Nos processos termodinâmicos, se uma substância
percorre um determinado número de mudanças de
estado retornando ao seu estado inicial é dito que o
sistema realizou um ciclo.
Figura – Ciclo termodinâmico
Através de procedimentos experimentais foi observado, que as quantidades de calor e trabalho
envolvidas em ciclos termodinâmicos, são sempre proporcionais. A partir da aí, A 1° lei da
termodinâmica foi estabelecida de forma que, durante qualquer ciclo percorrido por um sistema
termodinâmico, a integral cíclica do calor é igual à integral cíclica do trabalho:
∫ qδ = ∫δW (25)
Prova: Sejam os ciclos representados na figura. O ciclo A é o processo no qual a substância muda
do estado 1 para o estado 2 pelo caminho A, e retorna ao estado 1 pelo processo C; Aplicando a 1°
lei pode-se escrever que:
CCAA WqWq 21212121 −=−
Toma-se agora um novo caminho para a realização ciclo: o ciclo B é o caminho que a mesma
substância muda do estado 1 para o estado 2 pelo caminho B e retorna ao estado 1 pelo caminho C.
Aplicando a 1° lei pode-se escrever que:
24
CCBB WqWq 21212121 −=−
Deduzindo as equações anteriores temos:
BBAA WqWq 21212121 −=−
Primeiro corolário da 1° lei: A variação total da energia de um sistema, relacionadas às integrais
cíclicas do calor e do trabalho, independe do caminho percorrido para a mudança de um estado
inicial para outro estado final. Isso significa que a variação da quantidade q – W envolvida no
processo é a mesma tanto para o caminho A tanto para o caminho B e escreve-se que:
dEWq =− δδ (26)
A diferencial exata da quantidade de energia dE é a uma propriedade termodinâmica que representa
a variação da energia do sistema. Integrando a equação anterior enuncia-se a 1° lei da
Termodinâmica para sistemas como sendo: "A variação da energia total de um sistema ∆E, é obtida
a partir da relação entre o calor e o trabalho envolvidos no processo termodinâmico”:
1q2 – 1W2 = 12 EEE −=∆ (27)
Observa-se que, ‘E’ é uma propriedade termodinâmica que representa toda a energia do sistema em
determinado estado, ou seja, E1 representa a energia do sistema no estado inicial e E2 representa a
energia do sistema no estado final do processo 1-2. Sendo que 21 q é a quantidade de calor absorvida
ou rejeitada pelo sistema no processo. Se calor for absorvido pelo sistema o sinal de q é positivo e
indica que a energia do sistema estará aumentando. 21W representa o trabalho realizado pelo
sistema. Se o trabalho é realizado sobre o sistema, o sinal de W é negativo e indica que a energia do
sistema estará aumentando. De outra forma, se o sistema realiza trabalho o sinal de W é positivo e
indica que a energia do sistema estará diminuindo.
A primeira pode ser ilustrada considerando a experiência mostrada na figura abaixo. Deixe o peso
da figura (a) cair sob a ação força da gravidade de uma distância conhecida. A hélice agitará o fluido
contido no tanque e a temperatura do sistema irá aumentar.
25
Para o sistema retornar ao seu estado inicial deixe que o sistema rejeite calor para a vizinhança até
que retorne à temperatura inicial, completando o ciclo. A primeira Lei da Termodinâmica afirma
que a quantidade de trabalho fornecida ao sistema é exatamente igual à quantidade de calor rejeitada
pelo sistema para retornar ao seu estado inicial.
8.2 – Energia Interna
A Primeira Lei diz que a variação da energia total de um processo sistema pode ser expressa em
função do calor e do trabalho envolvidos no processo. Também é possível expressar a variação da
energia total de um sistema como a soma da variação das energias parciais, envolvidas no processo,
respectivamente energia interna U, energia cinética Ek e energia potencial Ep, equação (3):
∆E = ∆U + ∆Ek + ∆Ep
Associada à propriedade termodinâmica energia interna U, estão inseridas todas as outras formas de
energia existentes no sistema, tais como, a energia eletro-magnético, química e de interação
molecular e atômica. Igualando-se as equações (3) e (27), a 1° Lei da Termodinâmica para a
mudança de estado de um sistema pode ser reescrita na seguinte forma:
q1-2 - W1-2 = ∆U + ∆Ek + ∆Ep (28)
Ou na forma variacional
Pk EEUWq ∆+∆+∆=− δδ (29)
Quando as variações relativas à energia cinética e potencial são consideradas nulas para o sistema, a
Primeira Lei da termodinâmica é expressa em função da energia interna:
26
∆U = q1-2 - W1-2 (30.a)
Ou na forma diferencial
WqdU δδ −= (30.b)
A energia interna específica da substância é definida como a energia interna por unidade de massa e
tem como símbolo e unidades, u (J/kg). Para as mudanças de fases, a energia interna específica da
substância, pode ser expressa a partir do título da mistura e das suas respectivas parcelas de vapor e
líquido e assim como o volume específico:
lvllvl u.xu)uu.(xuu +=−+= (31)
Ex 5.1; 5.2 e 5.3; pg 77,78,79
8.3 – Entalpia
Ao se analisar processos termodinâmicos, encontramos certas combinações das propriedades
termodinâmicas, soma ou produto, que se traduzem, por conseqüência, em uma nova propriedade
termodinâmica da substância que sofre a mudança de estado. É o caso da entalpia H(J). Admitamos
um processo quase-estático a pressão constante, nos quais as variações da energia cinética e
potencial são desprezadas e que o único trabalho realizado durante o processo seja aquele associado
ao movimento de fronteira. A partir da 1° Lei escreve-se a equação (30) como:
1q2 = ∆U + 1W2 (32)
Como a pressão é constante:
1q2 = U2 – U1 + ∫2
1
.V
V
dVP = U2 – U1 + P.(V2 – V1) (33)
1q2 = (U + P .V)2 – (U + P.V)1 (33)
Como a quantidade entre parênteses é uma combinação de propriedades termodinâmicas do sistema,
torna-se conveniente definir a propriedade termodinâmica extensiva denominada de entalpia H(J)
como sendo:
H = U + P.V (34)
27
Verifica-se então, para um processo quase estático a pressão constante, que a variação da entalpia
representa a transferência de calor relacionada à variação da quantidade U + P.V:
q1-2 = ∆H = H2 – H1 (35.a)
q1-2 = (U + P.V)2 – (U + P.V)1 (35.b)
Ou na forma diferencial
dHq =δ (35.c)
A entalpia específica é a entalpia por unidade de massa h(J/kg) e para um estado:
h = u + P.υ (36)
E para o processo a sua forma variacional é dada por:
q1-2 = m.∆h = m.(h2 – h1) = m.{(u2 +P2.υ2) – (u1 +P1.υ1)} (37)
O conceito de entalpia foi definido como a quantidade de energia térmica que é adicionada ou
removida de um processo termodinâmico de um sistema a pressão constante. Desta forma, este
conceito perde o significado físico quando o processo ocorre à pressão variável. Não obstante, a
quantidade h = u + P.υ não perde a sua identidade de propriedade de estado do sistema. Isto porque
a entalpia é função de ponto e seu uso e cálculo para identificar a energia interna independe do
caminho percorrido para atingir determinado estado. Expressando a energia interna a partir da
entalpia da substância obtém-se que:
u = h – P.υ (38)
Assim como o volume específico e a energia interna a entalpia também tem a sua respectiva
equação de estado função do seu título e das respectivas parcelas de líquido e de vapor, para
processos que envolvem mudança de fase a pressão constante:
lvllvl h.xh)hh.(xhh +=−+= (39)
28
8.4 – Calores Específicos
Como já visto, o calor específico de uma substância é definido como a quantidade de calor
necessário para elevar de 1°C, 1 kg de determinada substância. Considerando um processo a volume
constante, defini-se então o calor específico a volume constante, CV como sendo:
=
T
q
mCV
δ
δ1 (40)
Tomando a equação da 1° Lei para processos no qual são desprezadas as quantidades de energia
cinética e potencial com movimento de fronteira nulo a equação (30.b) se reduz a:
dUq =δ (41)
Correlacionando as equações 40 e 41, obtém-se que:
=
=
T
u
T
U
mCV
δ
δ
δ
δ1 (42.a)
TCu V δδ .= (42.b)
Então, para processos a volume constante a equação acima pode se integrada e quantidade de calor
envolvida no processo é igual a variação da sua energia interna::
q1-2 (J/kg) = ∆u = CV. ∆T (43.a)
q1-2 (J)= ∆U = m.CV. ∆T (43.b)
De forma similar, defini-se o calor específico a pressão constante como sendo o calor necessário
para elevar de 1°C, 1 kg de determinada substância, num processo a pressão constante:
=
T
q
mCP
δ
δ1 (44)
Tomando a equação (35.c) da 1° Lei para processos no qual são desprezadas as quantidades de
energia cinética e potencial, Hq δδ = e a equação (44) é reescrita:
29
=
=
T
h
T
H
mCP
δ
δ
δ
δ1 (45.a)
TChq P δδδ .== (45.b)
Então, para processos a pressão constante, a equação acima pode se integrada e quantidade de calor
envolvida no processo será igual à variação da entalpia:
1q2(J/kg) = ∆h = cP. ∆T (46.a)
1q2 (J) = ∆H = m.∆h =m. cP. ∆T (46.b)
Uma relação muito importante entre os calores específicos a pressão e a volume constante para um
gás ideal pode ser desenvolvida a partir da relação de entalpia:
h = u + P.υ = u +RT
Diferenciando,
dh = du + R.dT
Como: dh = cP. dT
du = cv. dT
Temos que:
cP. dT = cv. dT + R.dT
ou seja,
R = cP - cv.
Conclusão: a diferença entre os calores específicos a pressão e volume constante fornece a constate
do gás. Outra propriedade dos gases de interesse particular chamada de coeficiente de Poison, é
dada pela razão dos calores específicos a pressão e volume constante:
k = cP / cv.
A partir da 1° Lei, desprezando variações de energia cinética e potencial, temos que:
WqdU δδ −=
Para o processo adiabático de quase equilíbrio é possível deduzir que 0=qδ , então:
WdU δ−=
Como: dumdU .=
dumW .=−δ
30
8.5 – 1° Lei da Termodinâmica em Termos de Taxa (fluxo temporal)
Toma-se a equação de energia para o sistema:
PKsistema EEUWqdE ∆+∆+∆=−= δδ
Aplicando-se a variação temporal aos termos da equação anterior e então:
t
E
t
E
t
U
t
W
t
q
dt
dE PKsistema
δδδδ
δ
δ
δ ∆+
∆+
∆=−= (47)
Na condição limite no qual δt→0, obtém-se que:
qt
q
t&=
→ δ
δ
δ 0lim W
t
W
t
&=→ δ
δ
δ 0lim
dt
dU
t
U
t=
∆
→ δδ 0lim
dt
dE
t
E KK
t=
∆
→ δδ 0lim
dt
dE
t
E PP
t=
∆
→ δδ 0lim
Desta forma obtém-se a 1° Lei da Termodinâmica na forma dos fluxos de energia
Wdt
dE
dt
dE
dt
dUq PK && −++= (48)
Nos processos que os termos de energia cinética e potencial podem ser desprezados:
Wqdt
dU && −= (49)
31
9 – 1° LEI DA TERMODINÂMICA APLICADA AO VOLUME DE CONTROLE
Equação de continuidade para a conservação de massa.
∑ ∑−=
se
VC
mmdt
dm&& (50)
Esta equação informa que a taxa de variação de massa no volume de controle é dado pela variação
da quantidade de massa que entra no volume de controle menos a quantidade de massa que sai do
volume de controle. Se a taxa de variação de massa no volume de controle é nula indica que as
quantidades de massa que entram e saem do volume de controle são iguais:
∑ ∑= se mm &&
A taxa de massa pode
∫ ∫ ∀== &&& dmdm .ρ (51)
Sendo a densidade do fluido constante, se expressa a taxa de massa função da taxa volumétrica:
QAVAdVm .... ρρρ ==∫=rr
&
A vazão mássica m& (kg/s) indica a velocidade uniforme V(m/s) normal a seção de área A(m2) no
qual o fluido escoa. O termo V.A fornece a é vazão volumétrica, Q(m3/s).
Para o volume de controle a taxa da variação total de energia no volume de controle pode ser
interpretada como a variação da quantidade de energia rejeitada menos a quantidade de energia
absorvida pelo volume de controle somado a taxa de realização de trabalho associada ao
escoamento de um fluido que atravessa a superfície de controle, chamada de trabalho de fluxo SCW& :
SCSCSistemaVC
Wdt
dE
dt
dE
dt
dE &−
−
=
(52)
O trabalho de fluxo fluxoW& , decorrente da força que o fluido faz para se transportar pela fronteira,
pode ser calculado a partir da pressão e velocidade local e da área de seção transversal ao
escoamento:
32
[ ]entrasaifluxo PvPvmVdAPVFW )()(.. −=== ∫ && (53)
Para desenvolver o segundo termo do lado direito da equação (52) toma-se a energia específica
como uma função da energia interna, energia cinética e potencial:
∑−∑=∑−∑=
entrasaientrasai
SC
ememEEdt
dE)()( &&
zgV
ue .2
2++=
∑ ++−∑ ++=
).
2().
2(
22zg
Vumzg
Vum
dt
dEentrasaisai
SC
&& (54)
O primeiro termo do lado direito da igualdade é representado a partir da 1° Lei da Termodinâmica:
VCVCVCsistema
Wqdt
dE
dt
dE && −=
=
(55)
Rearranjando as equações (52), (53), (54) e (55), obtém-se para o volume de controle que a
+++Σ−
+++Σ+−= s
sssse
eeeeVCVC
VC ZgV
PvumZgV
PvumWqdt
dE.
2)(.
2)(
22&&&&
Como a entalpia é dado por h = u +Pv, reescreve-se a equação de energia na seguinte forma:
++Σ−
++Σ+−= s
ssse
eeeVCVC
VC ZgV
hmZgV
hmWqdt
dE.
2.
2
22&&&&
Para processos permanentes, o estado da substância permanece constante com o tempo, assim como
as suas propriedades e as taxas do trabalho e do calor que atravessam a superfície de controle. Desta
forma o termo relativo ao fluxo total de energia no volume de controle torna-se nulo, 0dtdEVC =
e a equação simplifica-se a:
++Σ−
++Σ=− e
eees
sssVCVC Zg
VhmZg
VhmWq .
2.
2
22&&&&
33
Para processos permanentes no qual a energia cinética e de potencial são constantes na superfície de
controle, a equação de energia para o volume de controle a partir da 1° Lei da Termodinâmica se
reduz a:
eessVCVC hmhmWq &&&& Σ−Σ=−
Para processos a pressão constante equação (46.b) é expressa em termos do fluxo de massa,
m& (kg/s),:
TcmsJq P ∆= ..)/(21 && (49)
).( 1221 hhmq −= && (50)
Processos isobáricos, isotérmicos associados à mudança de fases, o fluxo de calor pode ser expresso
como função do calor latente L(J/kg) da substância. Então para o volume de controle a equação 2.3
é reescrita na seguinte forma:
Lmq .21 && = (4.16)
Para processos a volume constante com mudança da temperatura, o fluxo de energia térmica,
21q& (J/s), representada em termos do fluxo de massa, m& (kg/s), fornece a seguinte expressão para o
volume de controle:
Tcmumq V ∆=∆= ...21 &&& (4.17)
Exemplos 7.1, 7.2, 7.4,7.5
Exercícios Wylen
6.83, 6.87, 6.138
Exercícios Potter
4.80, 85, 95, 105
5.1, 5.2, 5.66, 5.71, 5.89, 5.91,
34
10 – 2° LEI DA TERMODINÂMICA
A Primeira Lei da Termodinâmica estabelece que a integral cíclica do calor é igual a integral cíclica
do trabalho. Todavia não faz menção ao sentido dos fluxos de calor do trabalho. A segunda Lei da
Termodinâmica envolve o fato de que os processos termodinâmicos ocorrem num dado sentido e
isto corrobora para a validação dos ciclos termodinâmicos. Um ciclo termodinâmico pode obedecer
a 1° Lei da Termodinâmica, mas isto não significa que o ciclo possa realmente ocorrer. Uma
substância de temperatura mais alta que a vizinhança transfere calor para o meio, mas o meio, como
fonte de temperatura baixa não transferirá calor para a substância de temperatura mais baixa e o
ciclo reverso é impossível de ocorrer, somente pela transferência de calor (salvo a radiação). Toma-
se outro ciclo, no qual trabalho foi fornecido ao sistema, através da descida de um peso acoplado a
uma hélice de pás que agita um gás, aumentando a sua temperatura. Para completar o ciclo, o
sistema cede calor para o meio e a substância volta ao seu estado inicial. Todavia, as pás da hélice
não se moveram e não levantou novamente o peso devido à rejeição de calor. Este exemplo mostra
que este ciclo não pode ser invertido.
Baseado neste tipo de observações, Kelvin-Planck enuncia que “é impossível construir um
dispositivo termodinâmico a partir do calor de um reservatório térmico que produza trabalho como
único efeito”. Em outras palavras, é impossível a construção de um dispositivo que transforme
integralmente calor em trabalho. Para que ocorra a transformação de energia térmica em trabalho é
preciso que o sistema rejeite calor para um reservatório térmico de baixa temperatura.
Figura: Máquina térmica para a geração de trabalho
O motor térmico então é um dispositivo que gera trabalho a partir da energia térmica cedida de um
reservatório de alta temperatura, no qual a possibilidade da geração de trabalho está na rejeição de
parte deste calor para um reservatório de fonte fria: máquinas térmicas geratrizes.
35
Toma-se um motor térmico, conforme mostrado na figura abaixo, no qual o fluido de trabalho na
fase líquida (estado 4) recebe calor de uma fonte quente QH e se expande até a fase de vapor (estado
1). Neste momento o fluido encontra uma turbina e
gera trabalho no seu eixo e atinge o estado 2. O
fluido então é forçado a passar num condensador
que rejeita calor QL para um reservatório de baixa
temperatura para que o fluido retorne a fase de
líquido (estado 3) para que possa ser bombeado até
o gerador de vapor. O importante neste ciclo é o
trabalho líquido gerado pelo dispositivo em função
do calor que é absorvido e rejeitado pelo sistema.
Figura – Motor Térmico.
Neste ponto, então, é definido o conceito de rendimento ou eficiência térmica. A eficiência térmica
é interpretada como a razão entre a quantidade energia pretendia e a energia gasta, respectivamente,
o trabalho útil gerado e o calor absorvido pelo sistema:
H
L
H
LH
H
útiltérmico
Q
Q
Q
Q
W
gastaEnergia
pretendidaEnergia−=
−=== 1η
1° Postulado: é impossível construir uma máquina térmica geratriz operando entre dois
reservatórios de alta e baixa temperatura que seja mais eficiente que o ciclo de Carnot.
A segunda lei da termodinâmica enunciada por Clausius, diz que: “não é impossível construir um
dispositivo termodinâmico, no qual energia térmica de um reservatório de fonte fria transfira calor
para um reservatório de fonte quente, sem que ocorra a adição de trabalho ao sistema”. Isto
enunciado significa que é impossível conceber um ciclo de refrigeração ou bomba de calor que
opere sem receber trabalho: máquinas térmicas operatrizes.
36
Figura: Refrigerador térmico a partir do trabalho
Toma-se um ciclo termodinâmico de compressão de
vapor de um fluido refrigerante no qual calor é
transferido de um reservatório de fonte fria e calor é
rejeitado para um reservatório de fonte quente.
Transfere-se calor QL, para o fluido no evaporador
onde a pressão e a temperatura são baixas. O
refrigerante recebe trabalho W, no compressor e
rejeita calor no condensador QH, no qual a
temperatura e pressão são altas.
Figura – Ciclo térmico de um refrigerador.
Na válvula de expansão ocorre a queda de pressão e temperatura, evaporando o fluido, para receber
novamente trabalho no compressor e completar o ciclo.
No refrigerador térmico a eficiência do ciclo é expressa em termos do coeficiente de eficácia ou de
desempenho β. Do conceito de eficiência térmica, a energia pretendida é aquela absorvida pelo
evaporador e a energia gasta é o trabalho inserido no sistema pelo compressor:
LH
LL
Q
W
Q
GastaEnergia
pretendidaEnergia
−===β
37
10.1 – PROCESSO REVERSÍVEL E FATORES DE IRREVERSIBILIDADE
Processo reversível, para uma substância ou sistema, é aquele que tendo ocorrido pode ser invertido
sem que nenhum vestígio seja notado no meio (vizinhança) ou no sistema. Ou seja, o processo
reversível é um processo ideal, porque sendo definido a partir de um ciclo, contraria o enunciado de
Kelvin-Planc. Nos processos termodinâmicos reais, sempre ocorrerá perdas de energia para a
vizinhança. Desta forma os processos termodinâmicos reais são processos irreversíveis, sendo o
atrito e a expansão não resistida os principais fatores que contribuem para a irreversibilidade dos
processos e ciclos.
Se num processo qualquer houver a perda de energia por atrito para a vizinhança, fica caracterizada
a irreversibilidade deste processo. Escoamentos viscosos de fluidos em canais e em dutos estão
associados à transformação da energia mecânica em calor, perda de energia do sistema para o meio,
ocasionado pela resistência ao escoamento que os fluidos oferecem quando submetidos a esforços
tangenciais: atrito. Os efeitos da histerese e a da perda de potência (RI2), encontradas nos circuitos
elétricos, também, ilustram a irreversibilidade dos processos. Matematicamente um ciclo
termodinâmico é reversível se a integral cíclica da quantidade de calor por unidade de temperatura
absoluta é igual a zero:
∫T
qδ = 0
Considere o motor térmico apresentado na figura XX. Por hipótese, adotamos que os processos
ocorridos na turbina e na bomba sejam adiabáticos. Então podemos dizer que a integral cíclica do
calor é:
0≥−=∫ LH qqqδ
38
Como TH e TL são constantes e utilizando a definição da escala absoluta da temperatura, para
processos reversíveis, a integral cíclica do calor por unidade de temperatura absoluta, a partir das
quantidades de calor no condensador e no evaporador é nula pois:
0=
−=
∫
revL
L
H
H
rev T
q
T
q
T
qδ
A entropia S(cal/K) é propriedade termodinâmica que pode ser definida para processo como sendo:
revT
qds
≡
δ
A variação da entropia de um sistema pode ser obtida pela integração da equação anterior, então:
revT
qs
∫=∆δ (b.10)
Assim como as outras propriedades extensivas a determinação pontual da propriedade entropia é
possível devido à premissa do estado de quase equilíbrio. Desta forma, a variação da entropia de
uma substância, numa mudança de estado, independe do caminho ou do processo ser reversível ou
irreversível. Então, para um processo isotérmico a quantidade de calor por unidade de massa pode
ser diretamente calculado pela entropia específica, a partir da relação:
Tsq .∆=
Ou em termos da taxa de calor por fluxo de massa:
Tsmq ..∆= &&
Na região de saturação assim como outras propriedades
termodinâmicas a entropia é calculada pela equação:
)( lvl ssxss −+= .
Pra um processo de mudança de fase de uma substância de
líquido para vapor o diagrama temperatura versus entropia é
apresentado na figura. Figura b.2 - Diagrama T x S
Relações de Gibbs (prove)
39
pdvdudsT +=.
dpvdhdsT .. −=
Entropia para um gás Ideal com calores específicos constantes:
+
=−
1
2
1
212 ln.ln
v
vR
T
Tcss v
−
=−
1
2
1
212 ln.ln
P
PR
T
Tcss p
Estas equações valem tanto para processos reversíveis quanto para processos irreversíveis. Para
processos isentrópicos as equações acima são reescritas como sendo:
1
2
1
1
2−
=
k
v
v
T
T k
v
v
P
P
=
2
1
1
2
Donde v
p
c
ck = e vp ccR −= , são respectivamente o coeficiente de Poison e a constante do gás.
Para os processos reais, que são todos irreversíveis, está associada ao processo uma geração de
entropia:
geradorev
sT
qs +
∫=∆δ
Em termos diferenciais escreve-se:
geradosT
qds δ
δ+=
Entropia aplicada ao volume de controle: Equação Geral
( ) ( )∑ =
−∑ −+
VC
VCinout
VC T
qsmsm
dt
dSσ&
&&& ..
O primeiro termo do lado direito da equação fornece a taxa temporal da entropia no volume de
controle. Para processos permanentes este termo é nulo. Os termos ( ) ( )∑∑ − inout smsm .. && representam as
quantidades de fluxo de entropia pela superfície de controle. Já o termo VCT
q
&representa a
quantidade de calor envolvida no processo por temperatura absoluta. O termo do lado esquerdo da
igualdade representa a geração de entropia no volume de controle. Para processos reversíveis a
geração de entropia no volume de controle é nula.
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Wylen Exemplos 8.1, 9.1