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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    FACULDADE DE MEDICINA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIAS MDICAS: NEFROLOGIA

    PRESSO ARTERIAL EM CRIANAS E ADOLESCENTES DE

    PORTO ALEGRE E SUA ASSOCIAO COM ESTADO SCIO-

    ECONMICO E COM TRS MARCADORES DE SOBREPESO E

    OBESIDADE - NDICE DE MASSA CORPORAL, ESPESSURA DEPREGAS CUTNEAS E CIRCUNFERNCIA DA CINTURA

    ANA CAROLINA PIO DA SILVA

    PORTO ALEGRE, RS

    2005

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    FACULDADE DE MEDICINA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIAS MDICAS: NEFROLOGIA

    PRESSO ARTERIAL EM CRIANAS E ADOLESCENTES DE

    PORTO ALEGRE E SUA ASSOCIAO COM ESTADO SCIO-

    ECONMICO E COM TRS MARCADORES DE SOBREPESO E

    OBESIDADE - NDICE DE MASSA CORPORAL, ESPESSURA DE

    PREGAS CUTNEAS E CIRCUNFERNCIA DA CINTURA

    Dissertao de Mestrado apresentada

    como requisito parcial para obteno do

    ttulo de Mestre em Cincias Mdicas:

    Nefrologia

    ANA CAROLINA PIO DA SILVA

    ORIENTADOR: PROF. ALBERTO AUGUSTO ALVES ROSA

    Porto Alegre, RS

    2005

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    AGRADECIMENTOS

    - Aos meus pais Jos Antonio e Suzana e toda a famlia pelo incentivo ao

    estudo ao longo da vida e pelo carinho nos momento difceis.

    -Ao meu noivo, Francisco por ter acompanhado toda a caminhada.

    -Ao Prof. Alberto Augusto Alves Rosa, orientador, pelo estmulo e dedicao

    ao me orientar na elaborao desta dissertao e pela oportunidade dada a mais

    uma nutricionista.

    - Sandra Helena Machado, a maior incentivadora, por todo apoio concedido

    e por seu exemplo profissional, digno de ser seguido. Agradeo, especialmente a

    ela, toda a ajuda recebida, desde o curso de graduao em nutrio at o mestrado,

    e a amizade que o tempo s fez consolidar. Muito obrigado.

    -Aos pais que concordaram em participar com seus filhos do projeto de

    pesquisa, entendendo sempre a importncia da mesma.

    -Aos professores do Curso de Ps-Graduao em Medicina: Nefrologia, pelo

    incentivo recebido.

    - Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES),

    que concedeu-me uma bolsa de mestrado no Pas.

    - Vnia Irakata e Daniela Benzano pelo fundamental auxlio na anlise

    estatstica dos dados.

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    - secretria da Ps-Graduao em Nefrologia da Universidade Federal do

    Rio Grande do Sul, Rute, pelo seu auxlio carinhoso em todos os momentos

    necessrios.

    -s amigas: companheiras de todas as horas.

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    SUMRIO

    AGRADECIMENTOS.....................................................................................3

    LISTA DE ABREVIATURAS ..........................................................................7

    LISTAS DE FIGURAS....................................................................................8

    LISTA DE QUADROS....................................................................................9

    LISTA DE TABELAS....................................................................................10

    1.INTRODUO..........................................................................................12

    1.1 Aspectos gerais ...............................................................................................12

    1.2 Epidemiologia da hipertenso..........................................................................13

    1.3 Hipertenso em crianas e adolescentes ........................................................14

    1.3.1 Medida da presso arterial........................................................................15

    1.4 Conceito de sobrepeso e obesidade ...............................................................23

    1.5 Estado socioeconmico...................................................................................27

    1.6 Justificativa deste estudo.................................................................................28

    2. REFERNCIAS DA INTRODUO ........................................................30

    3.OBJETIVOS..............................................................................................34

    3.1 Objetivo primrio..............................................................................................343.2Objetivos secundrios.......................................................................................34

    4. ARTIGO EM PORTUGUS......................................................................34

    INTRODUO..............................................................................................35

    MATERIAL E MTODOS.............................................................................39

    RESULTADOS..............................................................................................45

    DISCUSSO................................................................................................. 48

    REFERNCIAS.............................................................................................56

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    TABELAS......................................................................................................60

    5.ARTICLEINENGLISH................................................................................63

    INTRODUCTION..........................................................................................64

    PACIENTSAND METHODS.........................................................................67

    RESULTS.....................................................................................................73

    DISCUSSION................................................................................................76

    REFERNCES..............................................................................................84

    TABLES........................................................................................................88

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    LISTA DE ABREVIATURAS

    PA Presso Arterial

    PAS Presso Arterial Sistlica

    PAD Presso Arterial Diastlica

    HAS Hipertenso Arterial Sistmica

    IMC ndice de Massa Corporal

    CC Circunferncia da cintura

    PGC Percentual de gordura corporal

    DP Desvio Padro

    IC 95% Intervalo de Confiana de 95%

    RC Razo de Chances

    MED Mdia

    SM Salrios Mnimos

    HCPA Hospital de Clnicas de Porto Alegre

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    LISTAS DE FIGURAS

    Figura1 - Grfico de desenvolvimento de meninos e meninas para clculo do

    percentil de altura.......................................................................................................17

    Figura 2- Algoritmo para avaliao da obesidade......................................................23

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Definies de categorias de presso arterial em crianas.. ..................... 20

    Quadro 2 Fatores epidemiolgicos relacionados com nveis de presso arterial em

    crianas e adolescentes.. .................................................................................................... 21

    Quadro 3- Classificao do estado nutricional de acordo com os percentis do IMC,

    WHO,1995. ............................................................................................................................ 26

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    LISTA DE TABELAS

    Artigo em Portugus

    Tabela 1 Valores referentes aos percentis 90 e 95 de presso arterial para meninas

    de 1 a 17 anos de idade, de acordo com os percentis de estatura............................18

    Tabela 2 Valores referentes aos percentis 90 e 95 de presso arterial para meninos

    de 1 a 17 anos de idade, de acordo com os percentis de estatura...........................19

    Tabela 1 Descrio da amostra segundo as mdias de idade, sexo, presso arterial

    sistlica (PAS), presso arterial diastlica (PAD), ndice de massa corporal (IMC) e

    estado scio-econmico (n=706)...............................................................................60

    Tabela 2 Distribuio da amostra estudada segundo os percentis de distribuio da

    presso arterial sistlica (PAS) e da presso arterial diastlica (PAD)......................60

    Tabela 3 Distribuio da amostra estudada, segundo os diferentes indicadores do

    estado nutricional - valores absolutos (n) e valores relativos (%) de cada

    subamostra.................................................................................................................61

    Tabela 4- Associao das mdias de PAS e PAD com as variveis de

    interesse.....................................................................................................................62

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    Tabela 5 Resultados da regresso linear mltipla da PAS e PAD em relao s

    variveis de interesse.................................................................................................62

    Ar tigo em Ingls

    Table 1 Description of the sample according to the measurements of age, sex,

    systolic blood pressure (SBP), diastolic blood pressure (DBP), Body Mass Index

    (BMI),andthesocialeconomicstate(N=706)...88

    Table 2 Distribution of the sample studied according to the percentiles of distribution

    of systolic blood pressure (SBP) and diastolic blood pressure (DBP).88

    Table 3 Distribution of the sample studied according to the different nutritional state

    indicators absolute values (n) and relative values (%) of each sub-sample89

    Table 4 - Association of the SBP and DBP averages with the variables of

    interest.......................................................................................................................90

    Table 5Results of the multiple linear regression of SBP and DBP in relation to the

    variables of interest..90

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    1. INTRODUO

    1.1 Aspectos gerais

    A Hipertenso Arterial Sistmica (HAS), uma entidade clnica multifatorial,

    caracterizada pela presena de nveis pressricos elevados, associados a alteraes

    metablicas e hormonais e a fenmenos trficos (hipertrofia cardaca e vascular).

    Sua prevalncia elevada, podendo acometer cerca de 15% a 25% da populao

    adulta brasileira

    1

    . Ocupa segundo lugar como motivo de consultas mdicas nos

    Estados Unidos, sendo superada apenas pelas doenas respiratrias.2 Dados da

    Secretaria Municipal da Sade de Porto Alegre (RS), em 2003, demonstram que as

    doenas do aparelho circulatrio ainda so as maiores causas de morte por doenas

    no transmissveis em nosso municpio (31.3%).5Assim, o diagnstico precoce e o

    tratamento adequado da HAS reduz o risco de infarto agudo do miocrdio, doenacoronariana crnica, insuficincia cardaca congestiva, doena cerebrovascular e

    insuficincia renal crnica3.

    At o presente, esto definidos seis fatores de risco biolgico-

    comportamentais para doenas crnicas no-transmissveis: consumo excessivo de

    lcool, hipertenso arterial, hbito de fumar, sedentarismo, hipercolesterolemia e

    obesidade. Embora a patogenia de cada uma das condies mais prevalentes

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    (doenas cardio-vasculares, diabete, neoplasias, doena pulmonar obstrutiva crnica

    e causas externas) sejam diferentes entre si, esses fatores so comuns a muitas

    delas, superpondo-se numa rede causal e favorecendo a integrao de aes

    preventivas6.

    A presso arterial (PA) caracteriza-se por um ritmo circadiano. Varia

    durante o dia, em crianas e adultos, devido flutuao na atividade fsica, estresse

    emocional e outros fatores Esta variabilidade pode dificultar o diagnstico da HAS7.

    Em crianas e adolescentes, presso arterial normal definida como PA sistlica e

    diastlica abaixo do percentil 90 para idade e sexo; PA normal-alta definida como

    uma mdia da PA sistlica e/ou diastlica no percentil 90 ou acima dele, mas abaixo

    do percentil 95, e hipertenso definida como a mdia de PA sistlica e/ou

    diastlica no percentil 95 ou acima dele. Todas as medidas devem ser realizadas

    duas vezes, em trs diferentes ocasies, calculando-se a mdia das seis

    aferies.,20

    1.2 Epidemiologia da hipertenso

    Aproximadamente 25% da populao adulta nos Estados Unidos tem

    hipertenso, com 90% destes sendo classificados como portadores de hipertenso

    essencial7.

    A prevalncia de hipertenso varia conforme o local e a metodologia do

    estudo. Num estudo em crianas americanas com idades variando entre 5 e 18

    anos, atingiu 38% no grupo com 5-10 anos de idade e 45% no grupo com 11-18

    anos.9 Al Sendi et al em estudo realizado em Bahrain em 2003, foi detectada

    prevalncia de 14% em adolescentes entre 12 e 17 anos de idade12.

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    Em estudo transversal, realizado em Macei/AL em crianas de 7 a 17

    anos, foi identificado que 9,2% destas crianas apresentavam presso arterial

    elevada, sendo significativamente maior na populao com sobrepeso.25

    Fuchs et al, avaliaram, no municpio de Porto Alegre, a prevalncia de

    hipertenso em adultos que variou de 12% a 19% quando se incluiu indivduos com

    PA normal que utilizavam anti-hipertensivos.8 Num estudo recente com amostra

    representativa de crianas e adolescentes de Porto Alegre, a prevalncia de (PA)

    sistlica e/ou diastlica elevada foi de 12%21 .

    1.3 Hipertenso em crianas e adolescentes

    A preocupao com a hipertenso arterial na populao peditrica tem

    crescido nas ltimas dcadas. A partir da dcada de 70, nveis pressricos elevados

    em crianas tm sido alvo de grande ateno por pesquisadores do mundo inteiro.

    Com a caracterizao da importncia da hipertenso arterial na criana,

    surgiram vrias dvidas que foram respondidas pelo Relatrio de 1977 da Task

    Force on Blood Pressure Control in Children38, que estabeleceu a medida de

    presso arterial como rotina no exame peditrico, o qual incorpora dados

    epidemiolgicos da histria natural da presso arterial na criana e define

    hipertenso arterial como nveis pressricos no percentil 95 da distribuio para

    idade e sexo. Uma dcada mais tarde, surgiu o Segundo Relatrio da Task Force on

    Blood Pressure Control in Children20 modificando significativamente o primeiro

    relatrio. A partir da, foram estabelecidos conceitos bsicos que no tm se alterado

    no decorrer dos anos:

    a) presso arterial na criana menor que no adulto e aumenta gradualmente

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    durante a primeira e segunda dcadas de vida;

    b) o diagnstico de hipertenso arterial em crianas feito a partir de nveis

    pressricos consideravelmente menores que em adultos, mas capazes de

    incrementar o risco de leso futura em rgos-alvo;

    c) quando a hipertenso arterial grave o suficiente para requerer medicao

    anti-hipertensiva, geralmente secundria a alguma patologia2.

    1.3.1 Medida da presso arterial

    A presso arterial sistlica e diastlica medida em milmetros de

    mercrio (mmHg). Para efeitos de anlise, considerada a mdia de duas aferies

    com, ao menos, 1 minuto de intervalo. A medida da presso arterial obedece s

    determinaes tcnicas da American Heart Association e da Task Force 20:

    (a) indivduo sentado, em repouso, com o membro superior direito ao nvel do

    corao;

    (b) obteno de duas medidas, com intervalo mnimo de 1 minuto entre

    ambas, realizadas pelo menos 30 minutos aps exerccio ou refeio;

    (c) leituras corrigidas para os 2 mm Hg mais prximos;

    (d) palpao do pulso radial, seguida da inflao rpida do manguito, at 30

    mm Hg acima do ltimo batimento; aps, incio da deflao, numa velocidade

    de 2 a 3 mm Hg/segundo;

    (e) registro do incio da 1a. fase dos sons arteriais, como marcador da PAS em

    todas as faixas etrias; registro do incio da 5a. fase, como marcador da PAD.

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    1.3.2 Classificao da presso arterial

    As crianas so classificadas de acordo com tabelas que possuem os

    pontos de corte dos percentis 90 e 95 da PA para cada idade e sexo, e dos percentis

    5, 10, 25, 50, 75, 90 e 95 de estatura. Classifica-se, primeiramente, o percentil de

    estatura conforme a figura 1 e, aps, verifica-se a presso arterial correspondente a

    este indicador, conforme demonstrado nas Tabelas 1 e 2.

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    Figura 1 Grfico de desenvolvimento de meninos e meninas para clculo dopercentil de altura.

    Fonte: UpDate on the 1987 Task Force Report on High Blood Pressure Education Program.National High Blood Pressure Education Program Working Group on Hypertension Control in

    Children and Adolescents20

    .

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    Tabela 1 Valores referentes aos percentis 90 e 95 de presso arterial parameninas de 1 a 17 anos de idade, de acordo com os percentis de estatura.

    PA Sistlica (mmHg) por percentis de

    altura

    PA Diastlica (mmHg) por percentis de

    alturaIdade(anos)

    Percentisde PA

    5% 10% 25% 50% 75% 90% 95% 5% 10% 25% 50% 75% 90% 95%

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    Tabela 2 Valores referentes aos percentis 90 e 95 de presso arterial parameninos de 1 a 17 anos de idade, de acordo com os percentis deestatura.

    PA Sistlica (mmHg) por percentis dealtura PA Diastlica (mmHg) por percentis dealturaIdade(anos)

    Percentisde PA

    5% 10% 25% 50% 75% 90% 95% 5% 10% 25% 50% 75% 90% 95%

    1 90

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    54

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    11

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    104108

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    113117

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    6974

    7075

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    114

    118

    70

    74

    70

    75

    71

    75

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    76

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    7 90

    95

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    109

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    111

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    76

    80

    76

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    77

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    95

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    117

    121

    119

    123

    119

    123

    77

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    78

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    79

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    81

    86

    11 9095

    113117

    114118

    115119

    117121

    119123

    121125

    121125

    7782

    7882

    7983

    8084

    8185

    8186

    8287

    12 90

    95

    115

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    78

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    78

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    79

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    80

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    doenas cardiovasculares 2.

    Segundo Kaplan2, diversos fatores esto associados a nveis elevados de

    presso arterial em crianas e adolescentes (Quadro 2). Sua relao direta com

    peso tem sido documentada j entre crianas com menos de 5 anos de idade. Na

    associao entre obesidade e hipertenso, tambm foi encontrada significncia com

    outros fatores de risco cardiovascular, como colesterol elevado7.

    Quadro 2 Fatores epidemiolgicos relacionados com nveis de presso arterial emcrianas e adolescentes.

    Genticos

    Histria familiar de nveis elevados de presso arterialFluxo eritrocitrio de sdioAumento da sensibilidade ao sdio na raa negra

    Meio ambienteStatusscio econmicoResidncia urbana versusruralFreqncia de pulso

    Criana pequena para idade gestacionalPrtica de exerccios fsicos

    Genticos/ meio ambienteAlturaPesondice de massa corporalObesidade e resposta ao sdioExcreo de sdio/potssioEstresse

    Fonte: Kaplan2

    Uma presso arterial que exceda o percentil 90, mas ainda abaixo do

    percentil 95, pode ser considerada normal se a altura estiver acima do percentil 90,

    mas anormal se for associada com adiposidade. De acordo com dados derivados de

    estudos epidemiolgicos, a probabilidade de repetidas medidas estarem elevadas

    pequena, a menos que a criana seja obesa ou tenha pais com hipertenso.

    Portanto, se um adolescente tiver repetidas medidas elevadas e apresentar

    sobrepeso para altura, as chances da presso arterial permanecer em nveis

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    elevados grande2.

    O curso clnico prvio do obeso hipertenso caracterizado por

    preponderncia de hipertenso sistlica29

    . Em outro estudo em crianas, foi

    encontrada prevalncia deste tipo de hipertenso em 50% dos pacientes obesos e

    em 30% dos eutrficos30. Hipertenso arterial sistlica isolada o maior fator de

    risco para morbidade e mortalidade cardiovascular em adultos. Assim, necessrio

    o estabelecimento de intervenes adequadas a este modelo em crianas29.

    Identificamos seis estudos internacionais que se preocuparam com a

    associao entre obesidade e hipertenso arterial em crianas e

    adolescentes11,12,13,14.15,16. Todos demonstraram correlaes significativas entre

    essas duas variveis, evidenciando significncia entre ndices como o IMC com o

    percentual de gordura corporal, e de hipertenso com circunferncias de cintura e

    quadril.

    Reich26, avaliando 2.365 crianas em Leipzig, Alemanha, encontrou uma

    alta prevalncia de crianas obesas no subgrupo com mais baixo nvel de educao.

    Foi observada uma associao positiva entre o prognstico de hipertenso na

    presena de obesidade em crianas abaixo de 10 anos. O IMC foi o indicador

    nutricional com mais forte associao com a presso arterial, sugerindo que este

    ndice fosse utilizado como preditor para anlise da composio corporal

    Em nvel nacional, existem duas publicaes que associam PA e estado

    nutricional. Em um estudo realizado em Macei (2004), com 1.253 estudantes de 7 a

    17 anos, encontrou-se 9.4% de prevalncia de presso arterial elevada,

    significativamente associada com sobrepeso e obesidade (p=0,0164 e p

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    e da PAD. Foi demonstrado que apenas em pr-escolares houve associao

    significativa com sobrepeso e obesidade (p

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    Portanto, independentemente da idade de incio, o excesso de

    adiposidade parece crescentemente canalizado pela idade. Alm disto, as

    estimativas indicam que 30 a 80% das crianas com excesso de peso permanecem

    com sobrepeso quando adultos. Grande parte dos indivduos com excesso de peso

    na infncia podem tornar-se adultos com obesidade mrbida27.

    Um estudo clssico britnico, que envolveu 5.362 crianas, demonstrou

    que o risco de desenvolver obesidade na vida adulta est diretamente relacionado

    com o tempo de durao da obesidade na infncia: quanto maior o IMC -

    principalmente aos sete anos de idade -, maior o risco relativo. Este risco aumentava

    quando a obesidade se extendia adolescncia36.

    Figura 2- Algoritmo para avaliao da obesidade.

    IMC

    Sobrepeso

    RiscoSobrepeso

    SemRisco

    DeSobrepeso

    Retornarem1

    ano

    Histria familiarPresso arterialColesterol totalGrande IMCPreocupao

    Com o peso

    AvaliaoMdica

    detalhada

    Anotar noPronturio

    Nenhuma aoTeraputica

    Retornar em 1 ano

    +

    -

    Fonte: Must A, Dallal GE,Dietz WH. Am. J. Clin. Nutr.1991;53

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    Quando so comparados os dois inquritos nacionais americanos de 1965

    (NHANES I - National Health Antropometry and National Examination Survey) e 1980

    (NHANES II), verifica-se um aumento de obesidade em torno de 37% no sexo

    masculino e 41% no sexo feminino, em crianas na faixa etria de 6 a 11 anos 22.

    Dados recentes do NHANES III demonstraram que a obesidade entre os pr-

    escolares, dobrou nos ltimos 20 anos, principalmente entre as meninas, onde 22%

    das adolescentes tinham sobrepeso e 11% obesidade23.

    No Brasil, as prevalncias de dficits antropomtricos e de obesidade

    foram medidas em duas coortes de nascimento, de base populacional, na cidade de

    Pelotas, RS quando as crianas completaram um ano de idade, nos anos de 1982

    e 199324. Este estudo foi realizado nas crianas at completarem 1 ano de idade.

    Em onze anos (1982-1993), a prevalncia de desnutrio reduziu em 1,3% enquanto

    que a de obesidade cresceu de 4,0% para 6,7%. Provavelmente, esta tendncia de

    aumento da obesidade deva incrementar com o passar dos anos na infncia.

    O diagnstico de obesidade, na infncia e na adolescncia, definido a

    partir do peso, da altura e da composio corporal. Existem pontos de corte para

    ndice de massa corporal (IMC), porcentagens de adequao do peso estatura, e

    de percentual de gordura corporal, que definem o excesso de adiposidade.

    O ndice de massa corporal (IMC) freqentemente utilizado para definirobesidade em adultos, crianas e adolescentes. O IMC teve seu uso validado

    somente em adultos, em virtude dos poucos dados disponveis de sua associao

    com morbimortalidade nos dois ltimos grupos. Apesar do IMC no avaliar a gordura

    corporal total, mas sim a massa corporal total, correlaciona-se positivamente com

    percentual de gordura corporal, permetro do quadril, dobras cutneas, presso

    arterial e nveis sricos de insulina, glicose e colesterol, mas dependente de

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    26

    maturao sexual e gnero, e da distribuio de gordura corporal35.

    Cole e col34, desenvolveram uma tabela de referncia populacional para

    definir crianas com risco de sobrepeso e obesidade, com pontos de corte segundo

    idade e sexo. Esta tabela foi baseada na coleta de dados de IMC de estudos

    transversais representativos de seis diferentes regies (Brasil, Gr-Bretanha, Hong

    Kong, Holanda, Singapura e EUA). Com base nos dados obtidos, os autores

    construram curvas de IMC com a estimativa do peso que essas crianas viriam a ter

    na vida adulta (18 anos) para um IMC 25 Kg/m2 ou 30 Kg/m2. Este estudo de

    grande valia no sentido de monitorarmos a evoluo do sobrepeso de crianas e

    mapearmos sua projeo, visto que sobrepeso correlaciona-se tambm com

    morbidade nessa faixa etria. Os pontos de corte dos percentis de IMC comumente

    utilizados so os recomendados pela WHO (1995).

    Quadro 3- Classif icao do estado nutr icional de acordo com os percentis do IMC,

    Percentis da dist ribuio Interpretao

    < P5 Baixo peso

    P 85-95 Sobrepeso

    P 95 Obesidade

    Fonte:WHO,1995.

    As pregas cutneas so empregadas como medidas de adiposidade. Asmais utilizadas para este fim, em crianas e adolescentes, so a triciptal e a

    subescapular.7,18Com os valores dessas duas pregas cutneas, possvel calcular-

    se a percentagem de gordura corporal, utilizando a frmula de Slaughter19, abaixo

    descrita conforme raa, faixa etria e sexo.

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    27

    Homens da raa branca

    Pr-pberes: 1.21 (tricipital + subscapular) - 0.008 (tricipital + subscapular)2-1.7

    Pberes: 1.21 (tricipital + subscapular) - 0.008 (tricipital + subscapular)2-3.4

    Ps-pberes: 1.21 (tricipital + subscapular) - 0.008 ( tricipital + subscapular)2- 5.5

    Homens da raa negra

    Pr-pberes:1.21 (tricipital + subscapular) - 0.008 (tricipital + subscapular)2 3.2

    Pberes: 1.21 (tricipital + subscapular) - 0.008 (tricipital + subscapular)2 5.2

    Ps-pberes: 1.21 (tricipital + subscapular) - 0.008 (tricipital + subscapular)2 6.8

    Todas as mulheres

    1.33 (tricipital + subscapular) - 0.013 (tricipital + subscapular)2 - 2.5

    Se a soma das dobras cutneas for maior que 35mm:

    Homens: 0.783 (tricipital + subscapular) + 1.6

    Mulheres:0.546 (tricipital + subscapular)+ 9.7

    1.5 Estado socioeconmico

    O Rio Grande do Sul, tal como o Brasil, construiu ao longo de sua histria

    um quadro regional caracterizado pela diversidade e por desequilbrios econmicos

    e sociais. Este cenrio constituiu-se em funo das formaes sociais especficas

    que se estabeleceram em cada regio, decorrentes da trajetria de sua

    agropecuria e industrializao. Tais fatores so, direta ou indiretamente, os

    determinantes da estruturao da rede urbana e dos movimentos demogrficos

    deste Estado. Isto refletiu-se na associao de classes sociais e nos hbitos

    alimentares incorretos que trouxeram, como conseqncia, elevaes na presso

    arterial28.

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    28

    Garcia e col31, em estudo realizado na cidade de Belo Horizonte, avaliou a

    relao dos fatores entre melhor poder aquisitivo (apresentado no estudo como

    melhor qualidade de vida) com altos ndices de IMC. Contrariamente, Reich26

    , em

    estudo realizado em Leipzig, Alemanha, encontrou alta prevalncia de obesidade em

    crianas com mais baixo nvel socioeconmico.

    Estudo comparativo entre os dados coletados do National Health,

    Antropometry and Nutritional Examination Survey (NHANES III, 1988-1994), com os

    de um estudo chins (1993) e outro russo (1992), em crianas de 6 a 18 anos,

    encontrou associao entre classe social mais baixa e obesidade apenas no estudo

    norteamericano. Nos outros dois estudos, as crianas de classe social mais alta

    tinham maior risco de obesidade. Nestes foi constatado uma menor prevalncia de

    obesidade 3,0% e 6,0% no estudo chins e no russo, respectivamente -, quando

    comparado a prevalncia de 11% no estudo americano32.

    Romon33, analisando a mudana nas tendncias de sobrepeso e

    obesidade na Frana, demonstrou aumento dos valores de 9,6 para 16,9% e 1,8

    para 4,9%, respectivamente, num perodo de 5 anos. Entretanto, somente ocorreram

    mudanas significativas no IMC nas crianas de classe social mais baixa.

    1.6 Justificativa deste estudo

    Verifica-se no Brasil e em outros pases, desenvolvidos e

    subdesenvolvidos, um aumento progressivo da prevalncia de crianas com

    sobrepeso e obesidade. Uma das conseqncias desta situao o aumento do

    risco do desenvolvimento de doenas cardiovasculares. Portanto, a preocupao

    dominante nesta rea no sentido da identificao precoce da populao em risco

    desses eventos.

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    29

    Em extensa reviso bibliogrfica da literatura internacional, verificamos

    que alguns estudos preocuparam-se em avaliar a associao de indicadores

    antropomtricos de sobrepeso ou obesidade com nveis de PAS e PAD,

    encontrando consistentemente associao mais forte com PAS. J os dois estudos

    realizados em amostras da populao brasileira utilizaram apenas o IMC nesse

    contexto. Nenhum destes procurou identificar os pontos de corte de obesidade a

    partir da circunferncia da cintura. Em nosso estudo, procuramos avaliar de que

    forma os indicadores selecionados correlacionam-se com os valores pressricos,

    procurando melhorar a acurcia da identificao desse fator de risco cardiovascular.

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    30

    2. REFERNCIAS DA INTRODUO

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    22. Taddei J. Epidemiologia da obesidade na infncia. In: Fisberg M. Obesidade na

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    do Brasil: redes urbanas e regionais; Braslia 2000: 6, p.206.29.Sorof J, Daniels S. Obesity hypertension in children. Hypertension 2002;40:441-7

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    34

    3. OBJETIVOS

    3.1 Objetivo primrio

    Avaliar a associao entre os valores mdios de presso arterial, estado

    nutricional e scio-econmico de crianas participantes de um estudo de base

    populacional realizado em Porto Alegre.

    3.2 Objetivos secundrios

    3.2.1 Calcular a prevalncia de baixo peso, sobrepeso e obesidade naamostra estudada.

    3.2.2Estudar a associao de PAS e PAD, como variveis dependentes,

    com as seguintes variveis independentes:

    a) ndice de massa corporal (IMC)

    b) Circunferncia da cintura

    c) Valores de espessura de pregas cutneas tricipital e subescapular

    d) Valores de espessura de pregas cutneas tricipital e subescapular

    e) Classificao por renda familiar (em salrios mnimos regionais)

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    35

    4.ARTIGO EM PORTUGUS

    PRESSO ARTERIAL E OBESIDADE EM CRIANAS E ADOLESCENTES DE PORTO ALEGRE.

    ASSOCIAO COM ESTADO SCIO-ECONMICO E COM TRS MARCADORES DE SOBREPESO E

    OBESIDADE - NDICE DE MASSA CORPORAL, PREGAS CUTNEAS E CIRCUNFERNCIA DA CINTURA

    Alberto A. Rosa1 Ana Carolina Pio da Silva21Professor Adjunto doDepartamento de Medicina Interna. Professor Orientador do Programa

    de Ps Graduao em Cincias Mdicas: Nefrologia, da Faculdade de Medicina da

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor Assistente do Hospital de Clnicas de

    Porto Alegre/Ministrio da Educao.2Mestranda do Programa de Ps Graduao em Cincias Mdicas: Nefrologia da Faculdade

    de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

    O objetivo deste trabalho foi avaliar a associao entre os valores mdios de presso

    arterial de 706 crianas de Porto Alegre com seu estado nutricional (ndice de massa

    corporal (IMC), percentual de gordura corporal e circunferncia da cintura) com o estado

    scio-econmico. Foi encontrada uma prevalncia de 12.3% (n=87) de presso arterial alta.De acordo com o IMC, 11% da amostra eram de obesos. 47,7% pertenciam classe social

    com renda menor que dois salrios mnimos mensais. Todas as correlaes da PAS e PAD

    com variveis do estado nutricional mostraram-se significativas (p

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    INTRODUO

    A Hipertenso Arterial Sistmica (HAS), uma entidade clnica multifatorial,

    caracterizada pela presena de nveis pressricos elevados, associados a

    alteraes metablicas e hormonais e a fenmenos trficos (hipertrofia cardaca e

    vascular). A prevalncia da hipertenso arterial elevada, estimando-se que cerca

    de 15% a 25% da populao adulta brasileira possua esta patologia1.

    A hipertenso ocupa segundo lugar como motivo de consultas mdicas

    nos Estados Unidos, sendo superada apenas por doenas respiratrias.2 Dados da

    Secretaria Municipal da Sade de Porto Alegre (RS), em 2003, demonstram que a

    mortalidade por doenas do aparelho circulatrio ainda so as maiores causas de

    morte por doenas no transmissveis em nosso municpio (31.3%).3

    O diagnstico precoce e o tratamento da HAS reduz o risco de infarto

    agudo do miocrdio, doena coronariana crnica e insuficincia cardaca congestiva,

    diminuindo a morbimortalidade por causas cardiovasculares4.

    Em crianas e adolescentes, presso arterial normal definida como PA

    sistlica e diastlica abaixo do percentil 90 para idade e sexo; PA normal-alta

    definida como uma mdia da PA sistlica e/ou diastlica no percentil 90 ou acima

    dele, mas abaixo do percentil 95, e hipertenso definida como a mdia de PA

    sistlica e/ou diastlica no percentil 95 ou acima dele. Todas as medidas devem ser

    realizadas duas vezes, em trs diferentes ocasies, calculando-se a mdia das seis

    aferies5,6.

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    Aproximadamente 25% da populao adulta nos Estados Unidos tem

    diagnstico de hipertenso, com 90% destes sendo classificados como portadores

    de hipertenso essencial6

    .

    Em estudo com adultos, realizado no municpio de Porto Alegre, a

    prevalncia de hipertenso variou entre 12% e 19% quando se incluiu indivduos

    com PA normal que utilizavam anti-hipertensivos7.Num estudo recente com amostra

    representativa de crianas e adolescentes do municpio de Canoas (regio

    metropolitana de Porto Alegre), a prevalncia de presso arterial (PA) sistlica e

    diastlica elevadas encontrava-se em 12% no total da amostra8.

    Diversos fatores esto associados com hipertenso em adultos e tambm

    associados com presso arterial elevada entre crianas e adolescentes. A relao

    direta com peso tem sido documentada j entre crianas com menos de 5 anos de

    idade. Na associao entre obesidade e hipertenso, tambm foi encontrada

    associao significativa com outros fatores de risco cardiovasculares, como

    colesterol elevado6.

    Em nvel internacional, identificamos seis estudos que se preocuparam

    com a associao entre obesidade e hipertenso arterial em crianas e

    adolescentes9,10,11,12.13,14. Todos demonstraram correlaes significativas entre

    essas duas variveis, evidenciando associao de ndices como o IMC com o

    percentual de gordura corporal, e de hipertenso com circunferncias de cintura e

    quadril.

    Em outro estudo com 672 crianas de 2 a 12 anos, na cidade de Belo

    Horizonte, avaliou-se alguns fatores de risco associados com elevao da PAS e da

    PAD. Foi demonstrado que apenas em pr-escolares houve associao significativa

    do sobrepeso e obesidade 15 .

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    O diagnstico de obesidade, na infncia e na adolescncia, definido a

    partir do peso, da altura e da composio corporal. Existem pontos de corte para

    ndice de massa corporal (IMC), percentagens de adequao do peso estatura, e

    de percentual de gordura corporal, que definem o excesso de adiposidade.

    As pregas cutneas tambm so utilizadas como medidas de adiposidade.

    As mais utilizadas para este fim, em crianas e adolescentes, so a tricipital e a

    subescapular6,16 Com os valores dessas duas medidas, possvel calcular-se a

    percentagem de gordura corporal, utilizando a frmula de Slaughter17. como feito no

    presente estudo.

    O Rio Grande do Sul, tal como o Brasil, construiu ao longo de sua histria um

    quadro regional caracterizado pela diversidade e por desequilbrios econmicos e

    sociais. Este cenrio constituiu-se em funo das formaes sociais especficas que

    se estabeleceram em cada regio,decorrentes da trajetria de sua agropecuria e

    industrializao. Tais fatores so, direta ou indiretamente, os determinantes da

    estruturao da rede urbana e dos movimentos demogrficos deste Estado18. Isto

    refletiu-se na associao de classes sociais e nos hbitos alimentares incorretos que

    tem como conseqncia o desenvolvimento de alteraes na presso arterial.

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    MATERIAL E MTODOS

    Identif icao e seleo de sujeitos

    Atravs de processo de amostragem aleatria proporcional por estgios

    mltiplos e por conglomerados, foram selecionados domiclios da regio urbana de

    Porto Alegre e includos todos os moradores com idade entre 6 anos completos e 18

    anos incompletos. Foi utilizada a base amostral de um estudo recentemente

    realizado7 , onde foram empregados os dados do IBGE relativos ao censo de 1991.

    Nessa amostra, iniciou-se pelo sorteio atravs do programa Lotus de 27 nmeros

    (de 1 a 1.263.403, correspondente ao nmero de habitantes detectado naquele

    censo), cada um deles identificando um bairro (primeiro estgio). Neste, sorteou-se

    um setor censitrio do IBGE, utilizando-se uma tabela de nmeros aleatrios

    (segundo estgio). Excluindo-se os domiclios coletivos, comerciais e desabitados,

    sorteou-se o primeiro aleatoriamente e os seguintes, de forma sistemtica, atravs

    da observao direta, mantendo-se um intervalo de cinco domiclios, selecionados

    no sentido horrio. Estes domiclios (conglomerados) compuseram uma lista de

    endereos, obedecendo ordem do sorteio. Foram estudadas crianas e

    adolescentes avaliados entre 2000-2001.

    A coleta dos dados foi realizada por um grupo constitudo por uma

    nutricionista supervisora e acadmicos bolsistas do curso de Medicina

    (entrevistadores), sob a coordenao do pesquisador responsvel pela pesquisa, e

    consultoria dos pesquisadores associados. Os alunos foram previamente treinados,

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    pelo coordenador, sendo testados novamente durante o estudo. Os dados foram

    coletados em visita domiciliar.

    Mensurao da presso arterial

    A presso arterial sistlica e diastlica medida na unidade de milmetros

    de mercrio (mmHg). Para efeitos de anlise, considerada a mdia de duas

    aferies com, ao menos, 1 minuto de intervalo. A medida da presso arterial

    obedece s determinaes tcnicas da American Heart Association e da Task Force

    6(a) indivduo sentado, em repouso, com o membro superior direito ao nvel do

    corao;(b) obteno de duas medidas, com intervalo mnimo de 1 minuto entre

    ambas, realizadas pelo menos 30 minutos aps exerccio ou refeio;(c) leituras

    corrigidas para os 2 mm Hg mais prximos;(d) palpao do pulso radial, seguida da

    inflao rpida do manguito, at 30 mm Hg acima do ltimo batimento; aps, incio

    da deflao, numa velocidade de 2 a 3 mm Hg/segundo;(e) registro do incio da 1 a.

    fase dos sons arteriais, como marcador da PAS em todas as faixas etrias; registro

    do incio da 5a. fase, como marcador da PAD.

    Foram utilizados manmetros de coluna de mercrio marca WANROSS e

    manguito de tecido, com cmara inflvel de borracha. A cmara estava envolvida 80

    a 100% da circunferncia do brao direito, medida no ponto mdio entre o acrmio eo olcrano, deixando livre a dobra do cotovelo e a regio axilar; sua altura

    correspondeu a 40% dessa circunferncia.6,19 Foi utilizada a cmara mais larga

    possvel, para aumentar a validade da medida.15,20. Os estetoscpios utilizados

    foram todos da mesma marca.

    As crianas so ento, classificadas de acordo com as tabelas que

    possuem os pontos de corte para cada idade e sexo e percentis de estatura.

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    Classifica-se primeiramente, o percentil de estatura e aps verifica-se a

    presso arterial juntamente com este indicador de classificao da estatura. A

    classificao feita de acordo com os valores da presso arterial referentes aos

    percentis 90 e 95 de presso arterial em crianas e jovens de acordo com os

    percentis de estatura.

    Os limites de presso arterial segundo sexo, idade e percentil de estatura

    so os seguintes, conforme recomendaes da Task Force on Blood Pressure

    Control in Children6 ,19: presso-normal - presso arterial sistlica e diastlica abaixo

    do percentil 90,presso arterial normal-alta ou limtrofe - presso arterial sistlica

    e/ou diastlica entre o percentil 90 e 95 e hipertenso arterial - presso arterial

    sistlica e/ou diastlica acima do percentil 95, medida em 3 ocasies diferentes.

    A atualizao, em 1996, do Relatrio de 1987 da Task Force adotou os

    conceitos do trabalho de Rosner et al21, com valores limites especficos para cada

    faixa de percentil de estatura e separados por idade e sexo.

    Avaliao antropomtr ica

    O tamanho corporal foi avaliado por peso, altura, espessura de dobras

    cutneas (subescapular e tricipital) e pela medida da circunferncia da cintura.Os

    pontos de corte utilizados, tanto para IMC como para percentual de gordura corporalle circunferncia da cintura, so de referncia internacional (OMS,1995).

    Para determinao do peso corporal, a criana encontrava-se com roupas

    leves e sem sapatos, sendo posicionada no centro da balana, onde permanecia at

    que fosse feita a leitura do peso em kg22. O peso corporal foi medido com uma

    balana da marca Bender, com escala de 100 gramas e com capacidade para 150

    Kg.

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    A altura foi medida por antropmetro com o participante colocado contra

    uma parede sem rodap, com os ps descalos e os calcneos aproximados de

    maneira a formarem um ngulo de 60 graus, e o peso do corpo distribudo

    igualmente sobre ambos; os braos ficavam cados ao longo do tronco e as palmas

    das mos dirigidas para as coxas; a cintura escapular e as ndegas ficavam em

    contato com a parede, num mesmo plano vertical com o occipito. Nenhuma das

    salas utilizadas era atapetada; solicitava-se ao participante que inspirasse

    profundamente e se mantivesse numa posio totalmente ereta; um dos

    observadores deslizava, ento, a o antropmetro sobre o ponto mais alto do crnio,

    com presso suficiente para comprimir o cabelo, enquanto que um segundo

    observador media a altura que dista do cho parte deslizvel do aparelho e um

    terceiro observador anotava a medida19.

    Os pontos de corte do IMC utilizados so os recomendados pela

    WHO(1995)20: P

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    A classificao dos valores relativos ao percentual de gordura corporal,

    utilizando esse mtodo, : 25% = obesidade23

    .

    Para as crianas abaixo de 8 anos, utilizamos a soma das dobras

    cutneas tricipital e subescapular, que, posteriormente, foram classificadas conforme

    os seguintes percentis:baixo peso(P85)24.

    A medida da circunfernciade cintura permite uma estimativa da massa

    de gordura intra-abdominal e da gordura total do corpo. As crianas foram medidas

    em p, com os braos estendidos, abdmen relaxado e ps separados a uma

    distncia de 25-30cm. O avaliador colocava-se de frente para a pessoa, segurando o

    ponto zero da fita mtrica com a mo direita e com a mo esquerda passava a fita

    ao redor da cintura, na menor curvatura localizada entre as costelas e o osso do

    quadril. Era pedido criana que fizesse uma inspirao seguida por uma expirao

    profunda. A leitura era feita antes que a criana inspirasse novamente. Foram

    utilizados os seguintes pontos de corte percentuais: eutrficos (P90)25.

    Delineamento do estudo

    Trata-se de um estudo transversal.

    Anlise estat st ica

    Para calculo do tamanho da amostra necessria, utilizamos a frmula do

    (Epi-Info), testada para cada varivel independente. O tamanho amostral (n)

    estimado foi 513 domiclios (n=700), para p 0.05 e poder estatstico de 80%.

    Os dados foram analisados utilizando o software SPSS verso 10.

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    Para descrever a populao utilizamos o test t de Student. Para avaliar a

    correlao entre as mdias da PAS e PAD utilizamos a correlao de Pearson. A

    associao de PAS e PAD com as variveis estudadas foi realizada atravs de

    ANOVA oneway (a um critrio de classificao) e de regresso linear mltipla

    (RLM).

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    RESULTADOS

    A tabela 1 descreve a amostra estudada. A mdia de idade da amostra foi

    de 11,61 anos e 51,0% pertencia ao sexo masculino. Em relao ao estado scio

    econmico, 47,7% da amostra representava crianas com renda familiar mensal

    inferior a 2 salrios mnimos, enquanto 27,6% declararam renda entre 2 e 4 salrios

    mnimos e apenas 24,6% tinham renda maior que 4 salrios mnimos mensais

    Classificao da presso arterial.

    A prevalncia de PA alta foi 12,3% no grupo total (Tabela 2). Entretanto,

    quando inclumos as crianas com PA normal-alta - 8,1% do total - a prevalncia de

    PA normal/alta sobe para 20,4%, o que, se confirmado por posteriores medidas,

    um valor elevado para esta faixa etria.

    Estado nutricional

    A tabela 3 mostra a distribuio do estado nutricional da amostra, deacordo com os diferentes indicadores utilizados. Os diferentes valores obtidos

    evidenciam a heterogeneidade dos mesmos.

    A prevalncia de sobrepeso foi maior que a de obesidade, de acordo com

    o indicador IMC. Se somarmos os valores de sobrepeso e obesidade constatamos

    que estas condies esto bem representadas na nossa amostra (27,0%).

    Os valores dos diversos indicadores determinam classificaes diferentes

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    do estado nutricional. Quando utilizamos o percentual de gordura corporal,

    encontramos prevalncias de obesidade de 36% e 15,5% nas crianas maiores de 8

    anos e nas menores de 8 anos, respectivamente. Quando a amostra foi classificada

    de acordo com a circunferncia da cintura, encontramos uma prevalncia de

    obesidade de 35,7%. Esta classificao inclui, no mesmo grupo, obesos e crianas

    com sobrepeso.

    Associao entre as mdias de PAS e PAD com sexo, idade, estadosocioeconmico e indicadores do estado nutricional

    Conforme a tabela 4, esto demonstrados os resultados referentes aos

    valores PAS e PAD, as variveis sexo e classe social, e suas correlaes com idade,

    IMC e circunferncia da cintura. A diferena encontrada entre as mdias da PAS e

    PAD entre os sexos no foi estatisticamente significativa. O mesmo ocorreu em

    relao a PAS e classe social. PAD apresentou associao significativa, sendo

    maior entre crianas pertencentes ao subgrupo com renda familiar inferior a 2

    salrios mnimos mensais.

    Houve correlao de PAS e PAD com idade, mais forte para PAS

    (regular). A PA correlacionou-se com todos os indicadores do estado nutricional. IMC

    e circunferncia da cintura apresentaram correlao regular com PAS e fraca com

    PAD. Os valores relativos ao percentual de gordura corporal das crianas maioresde 8 anos mostrou correlao fraca com PAS (r=0,191) e PAD(r=0,125)

    Regresso Linear Mltipla aplicada aos indicadores do estado nutricional

    com a PAS e PAD

    Os resultados da regresso linear mltipla evidenciaram um percentuall

    maior de variao da PAS (27,9%) quando h uma interao dos indicadores

    circunferncia da cintura e IMC (r=0,279) (tabela 5). Os demais indicadores do

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    estado nutricional apresentaram uma variao menos explicativa, quando

    associados a PAS. O indicador que demonstrou menor percentual de variao foi o

    percentual de gordura corporal (r=0,185).Os valores da associao da PAD com os

    indicadores do estado nutricional,no foram significativamente explicativas para a

    variao da PAD.

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    DISCUSSO

    A hipertenso arterial, por ser uma doena de alta mortalidade que pode

    ter seu incio na infncia, tem sido amplamente estudada por mdicos e

    nutricionistas envolvidos com populaes peditricas. A pesquisa neste contexto

    de grande valor para orientar polticas pblicas de sade, trazendo informaes

    sobre os fatores determinantes envolvidos no surgimento dos nveis pressricos.

    Fatores nutricionais obesidade, sensibilidade ao sdio - so, cada vez mais,

    descrito em associao com altos nveis de presso arterial. Desta forma, conforme

    orientao da Organizao Mundial da Sade (OMS), a avaliao nutricional uma

    importante ferramenta na preveno de doenas cardiovasculares

    Os pontos de corte utilizados, tanto para IMC, como para percentual de

    gordura corporal e circunferncia da cintura, so padronizados internacionalmente

    (WHO,1995). Neste estudo, classificando o estado nutricional de acordo com os

    diferentes indicadores utilizados, demonstramos que, conforme os percentis de

    IMC, 113 crianas (16% da amostra) apresentavam sobrepeso e 78 (11% daamostra) eram obesas, evidenciando uma prevalncia elevada de crianas acima

    da faixa de normalidade de peso. Estes dados, em relao a sobrepeso,

    assemelham-se aos do estudo de Garcia,15 efetuado em Belo Horizonte, onde

    encontrou-se prevalncia de 14%. Entretanto, neste mesmo estudo, a prevalncia

    de obesidade foi 3.7%, o que mostra uma diferena entre as amostras estudadas.

    Nos Estados Unidos, os valores relativos a prevalncia de obesidade na populao

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    de 12 a 17 anos variam de 13 a 36% 26. Em relao ao estado nutricional da

    populao estudada por Moura 27em Macei, um estudo transversal que avaliou

    crianas e adolescentes de 7 a 17 anos, os valores foram menores do que os

    encontrados em nosso estudo (Porto Alegre). Naquele (Macei), 9,2% de crianas

    apresentavam sobrepeso e 4,5% eram obesas, quando utilizado o indicador IMC

    . Embora seu delineamento tenha controlado adequadamente as

    variveis de confuso (randomizao, com somente um aferidor), no houve clculo

    da proporo de estudantes com baixo peso, o que impede que avaliemos essas

    diferenas bem como anlises de correlao.

    Ao ser feita a anlise, a associao do IMC com a PAS, verificou-se

    correlao regular (r=0,458). Quando comparamos as mdias de IMC com PAD, a

    relao encontrada foi fraca (r=0,133).Uma caracterstica importante da nossa

    anlise estatstica,foi o emprego da correlao de Pearson para avaliar a fora da

    associao entre as mdias de IMC com os valores mdios de PA. Esta anlise nos

    fornece uma maior confiabilidade em relao a associao destas variveis. O

    estudo realizado na cidade de Macei, no avaliou os dados com o mesmo teste

    estatstico utilizado por ns, demonstrando somente medidas de associao

    empregando o teste x2, que no avalia de uma forma mais precisa as associaes

    entre os indicadores de interesse.Em nosso estudo, estudamos estas mesmasassociaes entre percentis de IMC e percentis de PA porm estratificando por

    sexo (dados no mostrados). Encontramos associaes estatisticamente

    significativas para PAS mas no para PAD. A correlao para PAS no sexo

    masculino foi de 0,2 e para o sexo feminino foi 0,02. Como citado anteriormente,

    este tipo de teste avalia a fora da associao entre as variveis o que torna a

    avaliao mais precisa especialmente quando ocorre a estratificao por sexo. Al-

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    Sendi e col10 em estudo transversal randomizado, com uma amostra de 504

    escolares de 12 a 17 anos, coletou os dados em escolas selecionadas por reas

    pr-determinadas da cidade (que dividida em quatro diferentes regies).O nmero

    de estudantes selecionados foi proporcional ao total de estudantes em cada escola.

    Uma randomizao sistemtica da amostra de estudantes foi extrada em cada para

    a formao de cada subamostra. Este estudo encontrou resultados semelhantes

    aos nossos. Os referenciais utilizados para avaliao do estado nutricional

    derivaram das recomendaes da OMS,1995. Analisando peso, altura,

    circunferncia da cintura e espessura das dobras subescapular e triciptal,

    encontraram associao regular desses indicadores com valores elevados de PAS

    e PAD. Este estudo, assim como o nosso, sugere que crianas de maiores

    dimenses corporais, principalmente no que se refere obesidade central, tm

    maiores chances de apresentar valores elevados de PAS e PAD. Este estudo

    tambm encontrou um resultado semelhante ao nosso no que se refere

    associao do IMC com PAS (r=0,4).

    Um das limitaes do estudo seria em relao a anlise do percentual de

    gordura corporal, em crianas menores de 8 anos, onde a orientao utilizar-se a

    soma das dobras cutneas tricipital e subescapular, que permite apenas a

    identificao de obesos e eutrficos. Diferentemente, nas crianas maiores de 8anos, deve-se empregar a frmula de Slaughter, que considera os quatro pontos de

    corte. Isto exigiu, portanto, que se estratificasse a amostra. Utilizando-se a soma da

    espessura das dobras cutneas tricipital e subescapular para crianas menores de 8

    anos, encontrou-se obesidade em 15% desta subamostra. Na subamostra de

    infantes maiores de 8 anos, a prevalncia de crianas com sobrepeso foi 20,5% e a

    de obesos foi 36.0%.

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    Uma fraca associao foi observada entre percentual de gordura de

    crianas maiores de 8 anos com PAS e PAD. Talvez devido esta estratificao, a

    amostra analisada no apresentou o poder necessrio para evidenciar uma

    correlao mais forte. Entretanto, a metodologia aplicada foi a mais correta, visto

    que os valores de percentual de gordura corporal no podem ser utilizados da

    mesma forma para todas as crianas. Alguns estudos10,14, quando analisam este

    indicador nutricional em crianas, utilizam, para todas as idades, a frmula de

    Slaughter, o que torna incorreta a associao encontrada.

    A regresso linear mltipla de nossos indicadores sobre PAS e PAD

    confirmou os resultados semelhantes aos da correlao, quando avaliado o clculo

    do percentual de gordura corporal, confirmando a fraca associao da gordura

    corporal com PAS e PAD. Leccia e col.11, ao associarem o percentual de gordura

    corporal com a PAS, em uma amostra de 1.090 crianas, encontraram uma

    correlao fraca, porm significativa somente na associao com PAS. Neste estudo

    transversal, as correlaes foram feitas com base na amostra estratificada por sexo.

    Mesmo avaliando esta diferena no momento das correlaes, encontramos

    semelhanas com nosso estudo no que diz respeito fora das correlaes.

    Al-Sendi e col10, ao associarem o percentual de gordura corporal com

    PAS, evidenciaram correlao regular entre estas variveis, enquanto em nossoestudo achamos uma fraca correlao. Com relao associao do percentual de

    gordura corporal com PAD, os valores das associaes deste estudo foram menores

    que os nossos (r=0,07). A diferena encontrada na fora das associaes entre este

    estudo e o nosso pode ser devido ao menor tamanho amostral e diferente faixa

    etria avaliada (12 a 17 anos). Talvez as manifestaes de nveis mais elevados de

    PA ocorram em um perodo mais tardio como a adolescncia. Os resultados desses

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    estudos sugerem que o percentual de gordura corporal no exerce um efeito

    significativo nos nveis de PAS e PAD. possvel que alguns outros mecanismos

    possam influenciar o desenvolvimento da hipertenso em crianas obesas:

    hiperatividade do sistema nervoso simptico, resistncia insulina, hipertrofia

    ventricular esquerda e anormalidades na funo vascular6.

    A aplicao dos percentis da circunferncia da cintura um diferencial do

    nosso estudo em relao a outros trabalhos publicados na literatura. Os valores

    relativos a esta medida, at ento, eram pouco explorados e, muitas vezes, quando

    calculados, eram utilizados valores aplicados para adultos, o que no condiz com

    uma avaliao correta para crianas e adolescentes. Os valores referenciais para

    circunferncia da cintura, foram obtidos de um estudo transversal realizado em

    crianas inglesas25. Este ltimo, feito em uma amostra de 8.355 crianas e

    adolescentes, gerou uma tabela de referncia com valores mdios da circunferncia

    da cintura, em centmetros, estratificados por sexo e faixa etria e subdivididos em

    percentis. O estudo foi escolhido como referncia pelo seu perfeito delineamento

    deste, bem como pelo tamanho da amostra avaliada, que representativa da

    populao do pas de origem. O segundo e principal motivo para sua escolha, foi a

    semelhana da prevalncia do estado nutricional - sobrepeso e obesidade - da

    populao inglesa com a brasileira:11% e 18,5 respectivamente

    25

    .Ao analisarmos as mdias de circunferncia da cintura da nossa amostra,

    encontramos correlaes com PAS e PAD muito prximos dos valores encontrados

    quando correlacionamos IMC com PAS e PAD. Nosso estudo, assim como o

    realizado por Al Sendi e col.10, demonstrou correlaes mais fortes na associao

    com PAS do que com PAD. Reforamos ento, com este achado, o objetivo primrio

    do nosso estudo: avaliar quais indicadores estariam melhor correlacionados com o

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    aumento de PAS e PAD. A regresso linear mltipla demonstrou que, quando

    associados, IMC e circunferncia da cintura explicam melhor a variao da PAS do

    que sua utilizao isolada.

    A maioria dos estudos epidemiolgicos encontrou associao de alguns

    indicadores de mortalidade cardiovascular com hipertrofia de ventrculo esquerdo

    apenas em crianas com PAS elevada, mas no naquelas com PAD elevada. O

    Bogalusa Hearth Study28, avaliou a relao entre a espessura da parede ventricular

    esquerda com o tamanho da cmara, correlacionando-a significativamente com a

    PAS, mas no com PAD. Talvez encontre-se a, em razo das diferentes dimenses

    da espessura da parede ventricular, a razo da fraca associao dos indicadores do

    estado nutricional com PAD. Com relao ao efeito da gordura corporal nos nveis

    de PAS e PAD, parece que a distribuio de gordura corporal tem uma influncia

    maior sobre a PAS do que sobre PAD, conforme os estudos citados.

    O sobrepeso e a obesidade, avaliados em nosso estudo, so

    reconhecidamente associados a nveis elevados de presso arterial, especialmente

    PAS. Estudos longitudinais em populaes adultas tm demonstrado que os

    excessivos valores de IMC esto fortemente associados com risco de doenas

    cardiovasculares 29,30. Al-Sendi 10, associando o IMC com PAS e PAD encontrou

    valores semelhantes ao nosso para PAS. Os valores de correlao da PAD tambmassemelharam-se ao nosso, indicando uma correlao fraca entre PAD e IMC.

    Brandon,199313 analisando 675 crianas escolares e pr-escolares e

    relacionando IMC, peso, altura e percentual de gordura corporal com nveis

    elevados de presso arterial, encontrou que altos ndices de adiposidade central

    esto claramente relacionados com altos valores de PAS e PAD (pp95) foi 12,3%.

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    Outros estudos revelam diferentes valores, que variam entre 8 e 15% 10,12,13,14. Em

    estudo realizado em Macei em uma amostra de 1.253 escolares e adolescentes, a

    prevalncia de HAS foi de 9,3%

    Como os locais de coleta das medidas de espessura de pregas cutneas

    so as medidas de espessura do trceps e subescapular, parece que esses pontos

    no exercem influncia direta sobre os nveis pressricos. Ao contrrio do IMC que

    demonstra uma proporo de distribuio do peso corporal com relao altura e da

    circunferncia da cintura que apresenta distribuio regionalizada de gordura

    corporal.

    Em nosso estudo, a prevalncia de presso arterial alta (12,3%)

    bastante elevada. Se contabilizarmos os valores limtrofes para presso arterial

    elevada, relativos s crianas, ou seja, crianas que estejam na faixa normal-alta

    (P90-95), a prevalncia de nveis pressricos elevados totalizou 20,4% nesta

    amostra.

    A recomendao da Task Force que toda criana acima de trs anos

    tenha sua presso arterial verificada durante atendimento ambulatorial e que essas

    medidas sejam rotina nos atendimentos. Esta a nica maneira de se diagnosticar

    precocemente doenas cardiovasculares ou renovasculares6.

    Outro fator que pode ser risco para o desencadeamento de hipertensoarterial o consumo de sdio31. Crianas, especialmente na faixa etria envolvida

    neste estudo, tendem a ter um consumo acima dos valores considerados normais. A

    dieta das crianas e adolescentes, atualmente, envolvem diversas fontes de

    alimentos conservados a base de sdio e ricos neste micronutriente. Entretanto, a

    grande ingesto de sdio, isoladamente, pode no ser fator determinante para o

    desenvolvimento de hipertenso, pois nem todas as pessoas com alta ingesto de

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    sdio na dieta desenvolvem a doena. Este fato conseqncia de uma maior

    sensibilidade ao sdio, que ocorre em pacientes com hipertenso arterial grave, em

    obesos, em negros e em pessoas com histria familiar de hipertenso. Apesar disso,

    convm, em consulta ambulatorial peditrica, obter informaes acerca de todos

    esses fatores de risco, para posterior correo, principalmente de hbitos

    alimentares incorretos.

    Um dos objetivos deste estudo, foi analisar qual o parmetro

    antropomtrico que mais se associa ao risco de nveis altos de PA. Desejvamos

    identificar qual poderia ser utilizado na prtica clnica com maior confiabilidade.

    Nossos achados sugerem que o indicador IMC e a circunferncia da cintura,

    associados, possuem um melhor valor preditivo para os nveis de PA elevada. O uso

    destes indicadores fcil, no invasivo e sua associao tem uma correlao melhor

    para sugerir risco de presso arterial elevada do que o uso do IMC isoladamente.

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    TABELAS

    Tabela 1 Descrio da amostra segundo as mdias de idade, sexo, pressoarterial sist lica (PAS), presso arterial diast lica (PAD), ndice de massa corporal

    (IMC) e estado scio-econmico (n=706)

    Varivel Valores

    Idade 11,61 3,3Sexo masculino - n (%) 360 (51,0)PAS 107,99 12,4PAD 64,01 9,8IMC 19,51 3,9CC 67,37 10,1

    Renda familiar em salriosmnimos

    n (%)

    4 salrios mnimos 174 (24,6)

    Valores expressos como mdia desvio padro (DP) ou freqncia absoluta e freqnciarelativa (%)CC=Circunferncia da cintura

    Tabela 2 Distribu io da amostra estudada segundo os percentis dedistr ibuio da presso arterial sistlica (PAS) e da presso arterial diastl ica

    (PAD).

    Classif icao da presso arterial n %Normal (< P90) 562 79,6Normal-alta (P90-95) 57 8,1

    Alta (P95) 87 12,3

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    Tabela 3 Distribu io da amostra estudada, segundo os diferentes indicadores doestado nutricional - valores absolutos (n) e valores relativos (%) de cadasubamostra

    INDICADORES n %IMC 706 100

    Baixo peso (P95)

    3348211378

    4,768,316,011,0

    Somas das dobras tr icipital e subescapular (mm) 97 14

    Baixo peso (P85)

    973

    15

    9,375,3

    15,5

    Percentual de gordura 605 86

    Abaixo do normal (< 17%)Normal (17-19%)Sobrepeso (19-24%)Obesidade (>25%)

    20459

    124218

    33,79,820,536,0

    Circunferncia da cintura 706 100

    Eutrficos (P90)

    454

    252

    64,3

    35,7Classificao em percentis na amostra de crianas menores de 8 anosClassificao em percentis na amostra de crianas maiores de 8 anos. (Houve perda de

    4 crianas desta subamostra).

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    Tabela 4- Associao das mdias de PAS e PAD com as variveis de interesse

    Amostra total (n=706)PAS PAD

    SexoMasculinoFeminino

    p

    109.612,8106,210,2

    0,226

    64,210,263,79,29

    0,183

    Classe Social< 2 SM2-4SM>4SM

    p

    108,011,7107,613,4108,212,3

    0,898

    65,09,462,59,963,610,0

    0,016

    IdadeRp*

    0,30,001

    0,060,010

    IMCRp*

    0,40,001

    0,10,001

    CCRp*

    0,40,001

    0,10,001

    Teste t de SudentANOVA (Anlise de varincias)

    Tabela 5 Resultados da regresso linear mltipla da PAS e PAD em relao svariveis de interesse.

    PAS PADn r2

    F n r2

    F p

    IMC 706 0,277 53,506 706 0,035 5,066

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    5. ARTICLE IN ENGLISH

    BLOOD PRESSURE AND OBESITY OF CHILDREN AND ADOLESCENTS IN PORTO ALEGRE.

    ASSOCIATION WITH SOCIAL-ECONOMIC STATE AND WITH THREE OVERWEIGHT AND OBESITY

    INDICATORSBODY MASS INDEX, SKINFOLDS, AND WAIST CIRCUMFERENCE.

    Ana Carolina Pio da Silva1Alberto A. Rosa2

    1 Working toward a Post-Graduate Degree in Medical Sciences: Nephrology from the

    Medical School of the Federal University of Rio Grande do Sul.2Co-Professor of the Internal Medicine Department. Professor-Advisor for the Post-

    Graduate Program in Medical Sciences: Nephrology, from the Medical School of the

    Federal University of Rio Grande do Sul. Assistant Professor at the Hospital de Clnicas in

    Porto Alegre/Ministry of Education.

    The objective of this work was