001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA POLITÉCNICA DCC/SEGRAC PRÁTICAS ESSENCIAIS DE QUALIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS Silvia Soares Barbosa 2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA POLITÉCNICA

DCC/SEGRAC

PRÁTICAS ESSENCIAIS DE QUALIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Silvia Soares Barbosa

2005

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PRÁTICAS ESSENCIAIS DE QUALIDADE EM GERENCIAMENTO D E PROJETOS

Silvia Soares Barbosa

Mo n og ra f i a a p re sen t ad a no Curso d e Pós -Gr ad ua çã o em G ere nc iam en to d e Pro je t os , da Es co la Po l i t éc n i ca , d a Un i ve rs id ad e Fe der a l d o R io d e J an e i ro .

Orientadores

Eduardo Linhares Qualharini Marcelo Tadeu Grimaldi de Castro

Rio de Janeiro Março, 2005

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PRÁTICAS ESSENCIAIS DE QUALIDADE EM GERENCIAMENTO D E PROJETOS

Silvia Soares Barbosa

Orientadores

Eduardo Linhares Qualharini Marcelo Tadeu Grimaldi de Castro

Monografia submetida ao Curso de Pós-graduação Gerenciamento de Projetos,

da Escola Politécnica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ,

como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista em

Gerência de Projetos.

Aprovado por:

__________________________________________ Prof. Eduardo Linhares Qualharini Orientador

__________________________________________ Prof. Lysio Séllos da Costa Filho

__________________________________________ Prof. Marcelo Tadeu Grimaldi de Castro Orientador

Rio de Janeiro Março, 2005

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BARBOSA, Silvia Soares. Práticas Essenciais de Qualidade em Gerenciamento de Projetos / BARBOSA, S. S. Rio de Janeiro: UFRJ/EP, 2005. viii, 51f. il.; 29,7cm. Orientadores: Eduardo Linhares Qualharini, Marcelo Tadeu Grimaldi de Castro. Monografia (especialização) – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Especialização em Gerenciamento de Projetos, SEGRAC, 2005. Referências Bibliográficas: f. 51 1. Gerenciamento de Projetos. 2. Práticas da Qualidade.- Monografia. I. QUALHARINI, E. L., CASTRO, M. T. G. de. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Pós-graduação III. Especialista.

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A minha querida família que muito me apoiou e soube compreender as ausências para concluir este trabalho. Aos amigos professores que tornaram o assunto ainda mais apaixonante, pela paciência, incentivos e experiências compartilhadas.

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RESUMO

PRÁTICAS ESSENCIAIS DE QUALIDADE EM GERENCIAMENTO D E

PROJETOS

Silvia Soares Barbosa

Resumo da Monografia submetida ao corpo docente do curso de Pós-

Graduação em Gerenciamento de Projetos – Universidade Federal do Rio de

Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de

Especialista em Gerenciamento de Projetos.

O presente trabalho é um estudo sobre as visões dos gurus de qualidade que

conceberam com representatividade a revolução na área de qualidade,

conceitos, ferramentas e técnicas de qualidade em gerenciamento de projetos.

A pesquisa objetiva fornecer informações e condições aos empreendedores

que as conhecendo, possam selecionar as mais adequadas. Como cada

projeto é único e sendo o gerente de projeto o responsável por seu êxito, este

conhecimento e a decisão de selecionar as que serão aplicadas em cada

projeto é fator crítico do sucesso de seu gerenciamento, devendo sempre

utilizar como balizadores o porte e importância do projeto.

Palavras-chave: Gerenciamento de Projetos e Práticas da Qualidade

Rio de Janeiro Março, 2005

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SUMÁRIO 1. Apresentação da pesquisa..........................................................................01

1.1 Introdução ..................................................................................... 01

1.2 Estado da arte ............................................................................... 01

1.3 As práticas essenciais e o PMBoK............................................... 02

1.4 Contextualização da estrutura das organizações e as práticas de

gerenciamento.............................................................................. 09

1.4.1 Teoria Organizacional ........................................................ 09

2. Gurus da qualidade x suas visões e as práticas de gerenciamento.......... 17

2.1 Philip Crosby: ................................................................................. 17

2.2 William Edwards Deming................................................................ 18

2.3 Kaoru Ishikawa............................................................................... 18

2.4 Joseph M. Juran............................................................................. 20

2.5 Walter Shewhart ............................................................................. 21

2.6 Genichi Taguchi .............................................................................22

2.7 Frederick W. Taylor: ....................................................................... 23

3. Gerenciamento de qualidade e padrões ISO ............................................. 27

3.1 Conceitos e Princípios de qualidade .............................................. 27

3.2 A Série ISO 9000............................................................................ 27

3.2.1 Constituição da série ISO 9000:2000 ................................. 28

3.2.2 Características da ISO 9000:2000...................................... 28

3.2.3 Qualidade segundo a ISO 9000:2000 ................................ 28

3.2.4 Sistema de Gestão da Qualidade segundo a ISO 9000:2000

.........................................................................................................29

3.3 Os Requisitos da ISO 9001:2000 .................................................... 29

3.4 A série ISO 10005 ........................................................................... 30

3.5 O Gerenciamento da Qualidadede acordo com a norma ISO10006

..................................................................................................................31

4. Ferramentas e Técnicas de Gerenciamento de Qualidade ........................ 33

4.1 Planejamento da Qualidade ........................................................... 33

4.1.1 Entradas para o planejamento da qualidade ...................... 33

4.1.2 Ferramentas e Técnicas do planejamento de qualidade .... 34

4.1.3 Saídas do planejamento da qualidade ............................... 37

4.2 Garantia da Qualidade ................................................................... 38

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4.2.1 Entradas para a garantia de qualidade............................... 38

4.2.2 Ferramentas e Técnicas de garantia de qualidade............. 38

4.2.3 Saídas da garantia de qualidade ........................................ 39

4.3 Controle da Qualidade.................................................................... 39

4.3.1 Entradas para o controle de qualidade............................... 40

4.3.2 Ferramentas e Técnicas para o controle de qualidade....... 40

4.3.3 Saídas do controle de qualidade ........................................ 43

5. Tópicos especiais....................................................................................... 44

5.1 Cartas de Controle ......................................................................... 44

5.2 QFD - Quality Function Deployment (Desdobramento da Função

Qualidade).................................................................................... 47

6. Conclusão .................................................................................................. 50

Referências Bibliograficas...........................................................................51

Anexo...........................................................................................................01

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Processos de Gerenciamento de Projetos. ....................................... 03

Figura 2: Competências do Gerente de projetos.............................................. 04

Figura 3: Áreas de Conhecimento do Gerenciamento de Projetos .................. 05

Figura 4: Relacionamento entre os processos de gerenciamento.................... 08

Figura 5: Estrutura Organizacional Funcional. ................................................. 09

Figura 6: Estrutura Organizacional Matricial..................................................... 11

Figura 7: Estrutura Organizacional Matriz Balanceada. ................................... 11

Figura 8: Estrutura Organizacional Matriz Forte.............................................. 12

Figura 9: Estrutura Organizacional Projetizada. ............................................... 12

Figura 10: Estrutura Organizacional Composta................................................ 14

Figura 11: Ciclo PDCA. .................................................................................... 20

Figura 12: Sistema de Gestão da Qualidade segundo a ISO 9000:2000......... 29

Figura 13: Processos de 1 a 10 - Gerenciamento de qualidade segundo a ISO

1006 ........................................................................................................... 32

Figura 14: Planejamento da Qualidade ............................................................ 33

Figura 15: Diagrama Espinha de Peixe............................................................ 35

Figura 16: Fluxo de processo........................................................................... 36

Figura 17: Garantia da Qualidade .................................................................... 38

Figura 18: Controle de Qualidade .................................................................... 40

Figura 19: Inferência – Amostragem estatística ............................................... 42

Figura 20: Carta de controle............................................................................. 45

Figura 21: Casa da Qualidade.......................................................................... 49

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Influência da Estrutura Organizacional nos Projetos. ..................... 14

Quadro 2: Trilogia da Qualidade ...................................................................... 21

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1. APRESENTAÇÃO DA PESQUISA

1.1. INTRODUÇÃO

O objetivo desta monografia é apresentar a visão dos principais gurus da qualidade e

as ferramentas para gerenciamento de projetos com qualidade. Será dado destaque às

técnicas e ferramentas que orientem o gerente de projeto a não dispensar esta ou aquela

ferramenta dentro da vasta quantidade apresentada pela literatura tradicional sobre o

assunto.

A literatura sobre gerenciamento de projetos é ampla e altamente rica em

ferramentas e técnicas, notadamente, quando iniciamos um projeto aparece a grande

interrogação: Quais os produtos, ferramentas e técnicas que devem ser utilizadas e que

serão fatores críticos de sucesso dentro do gerenciamento deste projeto específico?

Resumindo face a globalização, competitividade da concorrência e desejo crescente por

rapidez em resultados, é cada vez maior a pressão pelo início da execução do projeto e a

qualidade, que faz parte do trio de restrições (triple constraint) que permeia todos os

projetos, é a terceira perna para se chegar a um projeto bem-sucedido e define se as

expectativas dos stakeholders foram atendidas.

1.2. ESTADO DA ARTE

Para Kim Heldman (2003), a qualidade é um fator de suma importância pois define

se as expectativas dos stakeholders foram atendidas. O planejamento da Qualidade tem

por finalidade atender aos padrões de qualidade relevantes ao projeto. Ele julga que os

padrões não são obrigatórios, mas convém segui-los.

Rita Mulcahy (2001) define qualidade como sendo conformidade aos requerimentos

e atendimento às necessidades reais do cliente, ou seja, o projeto deve produzir o que

era esperado e deve atender as necessidades do cliente. Logo no início do projeto, deve-

se executar uma detalhada e minuciosa análise para garantir que as necessidades dos

stekeholder sejam atendidas. Estes requerimentos são a base para a definição do escopo

do projeto. Com isto o papel do gerente de projeto durante a execução do projeto é

simplesmente cumprir o que foi combinado. Outro conceito importante é não fazer nada

além do especificado (gold plating), uma vez que isto não agrega valor ao projeto, uma

vez que esses adicionais são dados conforme o que o time do projeto julga que o cliente

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gostaria de ter, e esse julgamento pode, muitas vezes estar errado. Logo é melhor gastar

o tempo focando em entregar o que ele realmente especificou.

1.3. AS PRÁTICAS ESSENCIAIS E O PMBOK

Como estaremos utilizando o PMBOK como material de referência e apoio, faremos

uma breve abordagem sobre este guia.

- O PMBOK (Project Management Body of Knowledge) é um conjunto de

conhecimentos das práticas de gerenciamento de projetos. Práticas estas tradicionais

e amplamente utilizadas, tendo sua eficiência e eficácia testadas através da aplicação

por profissionais do ramo, sendo, portanto consideradas válidas e úteis. Contém,

ainda conhecimentos inovadores e práticas avançadas que são de uso mais limitado.

O que não significa que sejam ou devam ser aplicadas uniformemente a todos os

projetos. O time de gerenciamento do projeto é responsável por definir o que é

apropriado utilizar para cada projeto. Daí a importância de se conhecer as melhores

práticas, suas aplicações para utilizá-las em quantidade e profundidade necessárias a

cada tipo de projeto. Outro objetivo do PMBOK é prover uma nomenclatura comum

dentro da profissão.

- Definição de Projeto: empreendimento temporário (tem início e fim, sendo este

encontrado quando os objetivos do projeto são alcançados, ou quando se torna claro

que estes objetivos não serão alcançados, ou quando a necessidade que o gerou

deixa de existir), único (o produto ou serviço gerado, difere dos demais em algum

aspecto), com objetivo de gerar um produto ou serviço.

- Gerência de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e

técnicas às atividades do projeto a fim de atingir os requerimentos do mesmo.

Gerência de projetos está intimamente ligada ao uso dos processos: Iniciação,

Planejamento, Execução e Encerramento. Quanto mais você conhecer seu projeto

mais apto você estará para gerenciá-lo.

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Figura 1: Processos de Gerenciamento de Projetos. Fonte - PMBOK 2000 Edition, pág.31.

Processos de Iniciação: reconhecimento de que uma fase de projeto

deve ser iniciada e compromisso de realizá-la.

Processos de Planejamento: criação e manutenção do plano de trabalho.

Processos de Execução: coordenação de recursos de forma a executar o

plano de trabalho.

Processos de Controle: garantia de que os objetivos do projeto estão

sendo atingidos.

Processos de Encerramento: formalização do fim do projeto, registro e

aceitação.

- Ciclo de vida do Projeto: Descreve o que deverá ser feito para executar o trabalho

no projeto. Ex.: Construção: Viabilidade, planejamento, Desenho do Projeto,

Produção, Entrega e Aceitação, Início das Atividades

- Ciclo de vida do Gerenciamento do Projeto: Descreve o que deverá ser feito

para gerenciar o projeto e engloba: Iniciação (Initiation), Planejamento (Planning),

Execução (Execution), Controle (Control) e Encerramento (Closeout).

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- Gerência de Projetos e as demais disciplinas: O gerente de projetos deve possuir

habilidades técnicas, Interpessoais e Administrativas.

Figura 2: Competências do Gerente de projetos. Fonte - PMBOK 2000 Edition, pág.9.

- O PMBOK é composto por duas seções:

Seção I: Apresenta uma estrutura básica de entendimento de gerência de

projetos. Composta por 3 capítulos:

Cap. 1: Introdução que define termos chaves e provê uma visão

básica da estrutura do restante do documento;

Cap. 2: O Contexto da Gerência de Projetos descreve o

ambiente que os projetos acontecem.

Cap. 3: Processos de Gerenciamento de Projetos apresenta uma

visão generalizada de como os vários processos de gerenciamento

de projetos interagem;

Seção II: Apresenta as Áreas de Conhecimento do Gerenciamento de

Projetos que apresenta os conhecimentos e práticas de gerência de

projetos em termos de componentes dos processos. Estes processos

foram organizados em 9 áreas de conhecimento:

Competência Geral

Competência Técnica

Práticas e conhecimento de

Gerência em Geral

Práticas e conhecimento em

Áreas de Aplicações

Práticas/Conheci-mentos geralmente aceitos em Gerência de Projetos

Competência de Negócio

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Figura 3: Áreas de Conhecimento do Gerenciamento de Projetos Fonte: Autor

As áreas de conhecimento são apresentadas, no PMBOK, do cap. 4 ao

12, conforme a seguir:

Cap. 4: Gerência de Integração que descreve os processos

necessários para garantir que os vários elementos do projeto

estejam apropriadamente coordenados. Consiste em

Desenvolvimento do Plano do Projeto, Execução do Plano e

Controle de mudanças integrado;

Processos: Elaboração do plano de projeto

Execução do plano de projeto

Controle integrado de alterações

Cap. 5: Gerência de Escopo que descreve os processos

necessários para assegurar que o projeto inclua todo o trabalho

requerido, e somente o trabalho requerido;

Tempo Escopo

Qualidade

Custos

R.H.

Comunicação Riscos Aquisições

Integração

GP

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Processos: Iniciação

Planejamento do Escopo

Detalhamento do Escopo

Verificação do Escopo

Controle de Alterações do Escopo

Cap. 6: Gerência de Tempo que descreve os processos

necessários para assegurar que o projeto termine dentro do prazo

previsto.

Processos: Definição das atividades

Sequenciamento das atividades

Estimativa da duração das atividades

Elaboração do cronograma

Controle do cronograma

Cap. 7: Gerência de Custos que descreve os processos

necessários para assegurar que o projeto termine dentro do

orçamento aprovado.

Processos: Planejamento dos recursos

Estimativa dos custos

Orçamento dos custos

Controle dos custos

Cap. 8: Gerência de Qualidade que descreve os processos

necessários para assegurar que o projeto satisfaça as necessidades

para o qual foi empreendido

Processos: Planejamento da qualidade

Garantia da qualidade

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Controle da qualidade

Cap. 9: Gerência de Recursos Humanos que descreve os

processos necessários para assegurar o uso mais efetivo das

pessoas envolvidas no projeto. Inclui todas as partes interessadas

(stakeholders) do projeto.

Processos: Planejamento organizacional

Formação da equipe

Desenvolvimento da equipe

Cap. 10: Gerência de Comunicação que descreve os processos

necessários para assegurar a correta geração, distribuição,

armazenamento, coleta e disposição final das informações

relativas ao projeto.

Processos: Planejamento das comunicações

Distribuição das informações

Relatório de desempenho

Encerramento administrativo

Cap. 11: Gerência de Riscos que descreve os processos

necessários para garantira correta identificação, análise e resposta

aos riscos do projeto; maximizando os efeitos positivos e

minimizando os efeitos negativos.

Processos: Planejamento da gerência de risco

Identificação dos riscos

Análise qualitativa de riscos

Análise quantitativa de riscos

Planejamento das respostas aos riscos

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Monitoração e controle de riscos

Cap. 12: Gerência de Aquisições que descreve os processos

necessários para aquisição de produtos e serviços de fora da

organização que executa o projeto.

Processos: Planejamento das aquisições

Planejamento da solicitação

Solicitação

Seleção das Fontes

Administração dos contratos

Encerramento do contrato

- Relacionamento entre os processos: Os processos se integram através dos

resultados que produzem, ou seja, os resultados de um processo são os dados para

outro processo.

Figura 4: Relacionamento entre os processos de gerenciamento Fonte: Autor

TTééccnniiccaass ee FFeerrrraammeennttaass

EEnnttrraaddaa//DDaaddooss

SSaaííddaa//RReessuullttaaddooss

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1.4. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESTRUTURA DAS

ORGANIZAÇÕES E AS PRÁTICAS DE GERENCIAMENTO

As empresas podem se organizar de maneiras distintas, restringindo ou potencializando

a utilização dos recursos bem como o “poder” dos gerentes de projeto. A escolha deste

ou aquele tipo de organização é balizada pelos objetivos e negócio desta.

1.4.1 Teoria Organizacional

Descreve como uma empresa pode estar organizada para executar seu trabalho.

a. Organização Funcional – A empresa é agrupada por áreas de

especialização, com diferentes áreas funcionais. Esta estrutura é mais indicada

para processos de negócio estáveis e repetitivos.

Figura 5: Estrutura Organizacional Funcional. Fonte - PMBOK 2000 Edition, pág.20.

Como todas as outras, esta estrutura apresenta vantagens tais como:

Gerenciamento mais fácil dos especialistas; Os membros da equipe se reportam

a um só gerente; Recursos similares são centralizados e a empresa é agrupada

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por especialidades; Planos de carreira claramente definidos em áreas de

especialização. E as seguintes desvantagens: é dada maior ênfase a especialidade

funcional em detrimento do Projeto; Não existe plano de carreira em

gerenciamento de projetos; Os gerentes de projeto não têm autoridade; Ninguém

é diretamente responsável pelo projeto como um todo.

b. Organização Matricial – As equipes se reportam a dois chefes: o

gerente funcional e ao gerente do projeto. Este tipo de organização é útil quando

o projeto é multifuncional (cross).

Como todas as outras, esta estrutura apresenta vantagens tais como: Os objetivos

do projeto ficam altamente visíveis; Aumenta o controle do gerente de projetos

sobre os recursos; Existe um suporte maior das áreas funcionais da organização;

Otimização da utilização dos recursos escassos; Melhor coordenação; Melhor

disseminação tanto horizontal quanto vertical da informação do que a funcional;

Os membros da equipe possuem um “lar”. E as seguintes desvantagens: Não

muito eficiente com relação a custo por causa de pessoal administrativo extra;

Mais do que um gerente para os times de projeto; Monitoração e controle mais

complexos; A alocação de recursos é um problema consistente; Necessita de

políticas e procedimentos extensos; Os gerentes funcionais podem ter

prioridades diferentes das prioridades do gerente de projetos; Alto potencial de

duplicação de esforços e conflito.

Podemos ter 3 tipos de organizações matriciais:

b.1 Matriz Fraca – O “poder” fica nas mãos do gerente funcional;

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11

Figura 6: Estrutura Organizacional Matricial. Fonte - PMBOK 2000 Edition, pág.22.

b.2 Matriz Balanceada – O “poder” poder é dividido entre o gerente

funcional e o gerente de projetos;

Figura 7: Estrutura Organizacional Matriz Balanceada. Fonte: PMBOK 2000 Edition, pág.22.

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b.3 Matriz Forte – O “poder” fica nas mãos do gerente de projetos.

Figura 8: Estrutura Organizacional Matriz Forte. Fonte - PMBOK 2000 Edition, pág.23.

c. Organização Projetizada – toda a organização é agrupada por

projetos.

Figura 9: Estrutura Organizacional Projetizada. Fonte: PMBOK 2000 Edition, pág.21.

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13

Como todas as outras, esta estrutura apresenta vantagens tais como: A organização do

projeto é mais eficiente; Existe lealdade ao projeto; A Comunicação é mais efetiva do

que na estrutura funcional.

E as seguintes desvantagens: Quando o projeto se encerra a alocação dos recursos é um

problema a ser administrado; Falta de profissionalismo nas disciplinas; Uso de recursos

menos eficientes.

Em algumas estruturas organizacionais, podem-se ter as seguintes figuras:

PPrr oojj eecctt EExxppeeddii ttoorr qquuee atua como assistente da equipe do executivo responsável

pelo projeto e coordenador da comunicação. Não tem poder de decisão.

PPrr oojj eecctt CCoooorr ddiinnaattoorr (Coordenador) – atua de forma similar ao expeditor,

contudo, tem uma autonomia maior, com certo poder de decisão, reportando-se a

níveis de gerência mais altos.

d. Organização composta - A maioria das organizações modernas

procura um equilíbrio entre os tipos de estrutura, buscando maior efetividade.

Por exemplo, mesmo numa estrutura fundamentalmente funcional, para projetos

de relevância e destacada importância para a empresa, pode-se criar uma

subestrutura. Esta subestrutura pode ter características da organização

projetizada com equipe proveniente de diferentes áreas funcionais, dedicada por

tempo integral ao projeto, podendo trabalhar fora do padrão hierárquico.

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14

Figura 10: Estrutura Organizacional Composta. Fonte - PMBOK 2000 Edition, pág.23.

e. Influência da Estrutura Organizacional nos Projetos – abaixo a

influência do tipo de organização x autoridade do gerente de projeto. Quadro 1: Influência da Estrutura Organizacional nos Projetos.

Fonte - PMBOK 2000 Edition, pág.19.

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15

f. Escritório de Projetos (Project Management Office) – estrutura

formal que dá suporte ao gerenciamento de projetos na organização. Pode ser

estabelecido com vários propósitos:

- Suporte para os gerentes de projeto;

- Treinamento para as equipes envolvidas nos projetos;

- Implantação de softwares de controle;

- Estabelecimento de padrões e formulários;

- Centro de referência e excelência em projetos, funcionando como guia;

- Tornando-se responsável pelos resultados dos projetos;

O Escritório de projetos (Project Management Office – PMO) é uma entidade

organizacional, estabelecida para ajudar o gerente de projeto a implementar os

princípios, práticas, metodologias, ferramentas e técnicas da gerência de projetos

através da organização.

Esta estrutura formal geralmente assume uma das três formas:

- Provisionar políticas, metodologias e padrões para o gerenciamento

de projetos da organização;

- Prover suporte e guia para que outros na organização saibam como

gerenciar projetos, treinando-os em gerenciamento de projetos e

assistindo-os com ferramentas específicas para o gerenciamento de

projetos;

- Prover gerentes de projeto para diferentes projetos e ser responsável

pelos resultados dos mesmos. Todos os projetos, neste caso, são

gerenciados pelo Escritório de projetos;

Existem 3 conceitos chave que devem ser lembrados ao se estabelecer um

escritório de projetos, para que ele funcione:

- As regras do escritório de projeto devem estar claramente definidas;

- O comprometimento da alta direção da empresa é indispensável;

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- O escritório de projetos não irá melhorar a performance do projeto sem que

também sejam utilizados processos e técnicas de gerenciamento de projetos

apropriadas.

OOBBSS::

TTiigghhtt MM aattrr iixx – Este termo nada tem a ver com estrutura

organizacional, ele simplesmente significa alocar todos os envolvidos

com o projeto de forma a facilitar a comunicação, num mesmo lugar.

WWaarr RRoooomm – local utilizado como “casa” do projeto.

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2. GURUS DA QUALIDADE X SUAS VISÕES E AS PRÁTICAS

DE GERENCIAMENTO

2.1 Philip Crosby:

"Do It Right the First Time"

Dr. Deming e Dr. Juran foram os grandes cérebros da revolução da qualidade. O

mérito de Philip Crosby foi encontrar uma terminologia para qualidade que os

pobres mortais poderiam entender. Seus livros "Quality Without Tears" e "Quality is

Free" eram fáceis de ler, logo eles eram lidos. Ele popularizou a idéia do “custo da

qualidade pobre” que identifica quanto realmente custa fazer coisas sem qualidade.

Assim como Frederick Taylor, As idéias de Philip Crosby vinham de sua

experiência na linha de montagem. Ele deu enfoque a zero defeitos, não diferente do

movimento moderno de qualidade Six Sigma. P. Crosby foi esperto ao apontar que

zero defeito não é originado na linha de montagem. Para criar um processo de

manufatura com zero defeito a gerência deve definir o tom e o ambiente para os

funcionários seguirem. Se a gerência não criar um sistema através do qual zero

defeitos seja claramente objetivo, os funcionários não poderão ser responsabilizados

quando as coisas desencaminharem e o defeito ocorrer. O benefício deste sistema,

para as empresas, é uma redução drástica no desperdício de recursos e tempo gasto

produzindo produtos e/ou serviços que os consumidores não desejam.

P. Crosby definiu qualidade como conformidade com certas especificações

publicadas pela gerência e não alguns conceitos divinos e vagos. Estas

especificações não devem ser arbitrárias, devem ser definidas de acordo com as

necessidades e desejos do cliente.

As quatro absolutas do Gerenciamento de Qualidade:

1. Qualidade é definida como conformidade com os requerimentos, não como

divindades ou elegância;

2. O sistema que origina a qualidade é a prevenção e não a avaliação;

3. A performance padrão deve ser zero defeitos, não o mais próximo possível;

4. A Qualidade se mede pelo preço da não conformidade, não por índices.

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18

Detalhes biográficos podem ser encontrados no Anexo I.

2.2 William Edwards Deming

W. Edwards Deming foi consultor por quarenta anos com práticas por todo o mundo.

Seus clientes incluem estradas de ferro, companhias telefônicas, empresas de

manufatura, empresas de pesquisa, hospitais, agências do governo, organizações de

pesquisa nas universidades e na indústria.

Ele é mais conhecido por seu trabalho no Japão que começou em 1950, ele criou uma

revolução na qualidade e na produção econômica.

Deming é autor de diversos livros e de 170 papers. Seus livros incluem OUT OF THE

CRISIS (FORA DA CRISE) - Centro para estudo avançado de engenharia, Instituto de

Tecnologia de Massachusetts, 1986 e THE NEW ECONOMICS (A NOVA

ECONOMIA) - do mesmo publicador, 1993.

Detalhes biográficos podem ser encontrados no Anexo.

2.3 Kaoru Ishikawa

Kaoru Ishikawa desejava mudar a maneira como as pessoas pensavam sobre trabalho.

Ele desejava que os gerentes não se contentassem meramente com melhorias na

qualidade dos produtos, insistindo que melhoria de qualidade pode sempre vir um passo

a mais. Sua noção de controle de qualidade na empresa como um todo pedia serviços

contínuos a clientes. Isto significa que um cliente continuaria recebendo serviço mesmo

depois de receber o produto. Este serviço se estenderia através da empresa em todos os

níveis de gerência e até mesmo além da empresa para a vida diária dos envolvidos. De

acordo com Ishikawa, melhoria de qualidade é um processo contínuo, e pode sempre ser

tomado um passo a além.

Com seu diagrama de causa e efeito (também conhecido como "Ishikawa" ou diagrama

de espinha de peixe "fishbone") esse líder de gerenciamento fez avanços significantes e

específicos em melhoria de qualidade. Com a utilização deste novo diagrama, o usuário

pode ver todas as causas possíveis de um resultado e encontrar a causa raiz da

imperfeição do processo. Através da “plotagem” dos problemas raiz, este diagrama

Page 28: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

19

provê melhoria de qualidade de baixo para cima. Dr. W. Edwards Deming – um dos

colegas de Isikawa – adotou este diagrama e o utilizou para ensinar Controle de

Qualidade Total no Japão no princípio da Segunda Guerra Mundial.

Ambos Ishikawa e Deming usavam este diagrama como primeira ferramenta no

processo de gerenciamento de qualidade, o que promovia resultados significativos.

Ishikawa também mostrou a importância das sete ferramentas da qualidade: Gráficos de

controle, fluxogramas, Diagramas, Gráfico de Pareto, Diagrama de causa e efeito,

gráficos em geral, checklist. Adicionalmente, Ishikawa explorou o conceito de círculos

de qualidade, uma filosofia japonesa que ele tirou da obscuridade para a aceitação

mundial. Ishikawa acreditava na importância do suporte e liderança da gerência de alto

nível. Ele insistia que os gerentes de alto nível deveriam freqüentar cursos de controle

de qualidade, sabendo que sem o suporte da gerência, estes programas acabariam

falhando. Ele enfatizava que deveria haver comprometimento da hierarquia de

funcionários para alcançar o potencial de sucesso da empresa. Outra área de melhoria de

qualidade que Ishikawa dava ênfase era qualidade durante todo o ciclo de vida do

produto, não somente durante a produção. Apesar de ele acreditar fortemente na criação

de padrões, ele sentiu que padrões eram como programas de melhoria contínua de

qualidade, eles também devem ser constantemente avaliados e mudados. Padrões não

são a última Fonte de tomada de decisão, satisfação do cliente sim. Ele desejava

gerentes que constantemente alcançavam as necessidades dos clientes, todas as outras

decisões deveriam ser originadas destas necessidades; Além de seu próprio

desenvolvimento, Ishikawa desenhou e expôs princípios de outros Gurus da qualidade,

dentre eles em particular: W. Edwards Deming, criador do modelo PDCA (Plan-Do-

Check-Act). Ishikawa expandiu os 4 passos de Deming nos seis seguintes:

- Determinar objetivos e metas.

- Determinar métodos para alcançar os objetivos.

- Comprometer-se com educação e treinamento.

- Implementar o trabalho.

- Checar os efeitos da implementação.

- Tomar as ações apropriadas.

Page 29: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

20

Figura 11: Ciclo PDCA. Fonte - Ishikawa. K., (Lu. D. J. trans.), 1985, What is Total Quality control ? , Prentice-Hall Inc., Englewood Cliffs, NJ.

2.4 Joseph M. Juran

Joseph M. Juran fez várias contribuições no campo de gerência de qualidade nos

seus setenta anos de trabalho ativo. Seu livro, Quality Control Handbook, é uma

referência clássica para qualidade na Engenharia. Ele revolucionou a filosofia

japonesa em gerência de qualidade e trabalhou para formatar a economia deles

na liderança industrial que é hoje. Dr. Juran foi o primeiro a incorporar o aspecto

humano da gerência de qualidade que é conhecido como Gerência de Qualidade

Total (Total Quality Management).

O processo de desenvolvimento de idéias foi gradual para Dr. Juran. O

envolvimento da alta gerência, o princípio de Pareto, a necessidade da difusão de

treinamento de qualidade, a definição de qualidade como conveniência ao uso, a

abordagem de melhoria de qualidade projeto a projeto, são todas as idéias que

tornaram Juran mais conhecido e todas emergiram gradualmente.

As principais abordagens de Juran:

– Planejamento Estratégico da Qualidade - “Processo estruturado para o

estabelecimento de metas de qualidade em longo prazo nos níveis mais altos da

organização e a definição dos meios a serem usados para o cumprimento daquelas

metas”. Inclui o estabelecimento de diretrizes para as ações a serem empreendidas para

se atingir as metas de qualidade. As Políticas da Qualidade são uma importante

Page 30: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

21

ferramenta para o estabelecimento dessas diretrizes. O desdobramento das metas da

qualidade é um importante passo para o planejamento estratégico da qualidade.

– Planejamento Multifuncional da Qualidade - Planejamento que aborda o

gerenciamento dos macroprocessos dentro da empresa, que são os processos

caracterizados pela participação das diversas funções. Um macroprocesso atravessa as

grandes organizações funcionais da empresa. Deve-se encarar a organização sob o

enfoque de processos, e não somente de pessoas (responsabilidades funcionais).

A tabela abaixo esboça os pontos principais de idéias da gerência da qualidade do Dr.

Juran:

Quadro 2: Trilogia da Qualidade

Planejamento da Qualidade

• Identifica quem são os clientes

• Determina as necessidades daqueles clientes

• Traduz aquelas necessidades em nossa ·linguagem

• Desenvolve um produto que possa responder aquelas necessidades

• Otimiza as características de produto para alcançar as nossas necessidades e as necessidades do cliente

Melhoria da Qualidade

• Desenvolve um processo que possa produzir o produto

• Otimiza o processo.

Controle da Qualidade

• Prova que o processo pode produzir o produto sob condições operacionais com mínima inspeção.

• Transfere o processo para Operações

Fonte: Autor

Detalhes biográficos podem ser encontrados no Anexo.

2.5 Walter Shewhart

“O avô da Gerência de Qualidade Total”.

As noções originais da gerência de qualidade total e de melhoria contínua vieram de um

empregado formado pela Bell Telephopne, chamado Walter Shewhart. Um dos

professores de W. Edwards Deming, proclamou a importância de adaptar processos da

gerência para criar as situações proveitosas para ambos, negócio e consumidores,

Page 31: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

22

promovendo a utilização de sua própria criação - a carta do controle do estatístico

(SPC).

Dr. Shewhart acreditava que a falta da informação aumentava extremamente os esforços

de processos de controle e da gerência em um ambiente de produção. Com o intuito de

ajudar os gerentes a tomar decisões científicas, eficientes, econômicas, desenvolveu

métodos estatísticos de controle do processo.

Muitas das idéias modernas a respeito da qualidade devem sua inspiração ao Dr.

Shewhart.

Ele também desenvolveu o ciclo de aprendizagem e melhoria de qualidade, combinando

ambos o pensamento gerencial criativo e análise estatística. Este ciclo contém quatro

etapas contínuas: planejar, executar, estudar e agir. Estas etapas (geralmente conhecidas

como ciclo PDCA), Shewhart acreditava, que isto conduzia a melhoria de qualidade. A

estrutura do ciclo foi delineada com base na constante avaliação práticas.

Dr. Shewhart acreditava que a falta da informação aumentava extremamente os esforços

dos processos do controle e da gerência em um ambiente da produção. Para auxiliar aos

gerentes na tomada de decisões científicas, eficientes, econômicas, desenvolveu

métodos estatísticos do controle do processo. Muitas das idéas modernas a respeito da

qualidade devem sua inspiração ao Dr. Shewhart.

2.6 Genichi Taguchi

Depois da Segunda Guerra Mundial, os fabricantes japoneses se esforçaram para

sobreviver com recursos muito limitados. Taguchi revolucionou o processo de

manufatura no Japão, com as economias de custo. Ele compreendeu, como muitos

outros engenheiros, que todos os processos de manufatura são afetados por influências

externas, o ruído. Entretanto, Taguchi definiu métodos para identificar aquelas Fontes

de ruídos cujos efeitos causavam maior variabilidade do produto.

Suas idéias foram adotadas por fabricantes bem sucedidos em todo o mundo por causa

dos resultados na criação de processos de produção superiores com custos muito mais

baixos. Abaixo algumas das principais contribuições que Taguchi fez ao mundo da

melhoria de qualidade:

Page 32: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

23

Loss Function - Taguchi definiu uma equação para quantificar o declínio do valor

percebido de um produto por um cliente em função do de declínio de sua qualidade.

Essencialmente, informa aos gerentes quanto de receita eles perdem em função da

variabilidade no seu processo de produção. É uma ferramenta poderosa para projetar

os benefícios de um programa de melhoria da qualidade. Taguchi foi a primeira

pessoa a igualar a qualidade com o custo.

Raiz ortogonal e gráficos lineares - quando se avalia um processo de produção se

identificam os fatores externos ou ruídos que causam os desvios da média. Isolar

estes fatores para determinar seus efeitos individuais pode ser um processo muito

caro e que consome tempo. Taguchi definiu uma maneira usando raízes ortogonais

para isolar estes fatores de todos os outros em uma maneira eficaz.

Robustez - alguns ruídos podem ser identificados, isolados ou até mesmo eliminados,

mas outros não. Por exemplo, é muito difícil predizer e preparar-se para todas as

condições climáticas possíveis. Taguchi se referiu a habilidade de um processo ou

produto, trabalharem como desejado não obstante influências externas

incontroláveis como a robustez. Ela era pivô em muitos processos de

desenvolvimento de produtos e processos das empresas que executam

uniformemente indiferentes as forças incontroláveis, um serviço obviamente

benéfico.

Detalhes biográficos podem ser encontrados no Anexo I.

2.7 Frederick W. Taylor:

“Perito em Gerenciamento Científico”

Frederick Winslow Taylor é uma figura controversa na história do gerenciamento. Suas

inovações na engenharia industrial, particularmente em estudos de tempo e movimento,

geraram melhorias drásticas na produtividade. Ao mesmo tempo, foi responsabilizado

por destruir a alma do trabalho, de fatores desumanos, considerando homens como

autômatos. Qual foi o real legado de Taylor? Não podemos afirmar que os historiadores

irão algum dia concordar, mas o artigo abaixo é interessante, e o livro chave de Taylor:

Os princípios do gerenciamento científico estão disponíveis na literatura da engenharia

e do gerenciamento.

Page 33: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

24

Abaixo alguns trechos interessantes de um artigo de Vicenzo Sandrone - F. W. Taylor

& Gerência Científica:

Sob a ótica do sistema de gerenciamento de Taylor, as fábricas devem ser gerenciadas

com métodos científicos e não com o uso da empírica "regra de polegar”, assim

prevaleceu no século XIX quando F. W. Taylor planejou seu sistema e publicou

"Gerência científica" em 1911.

Os principais elementos do Gerenciamento científico são:

Estudos funcionais de Tempo ou Padronização da supervisão especializada das

ferramentas e técnicas dos métodos de trabalho que separam o planejamento da função

gerenciamento do princípio da exceção. O uso de cartões de instrução, de “dispositivos

similares de economia de tempo" para a alocação de tarefas dos trabalhadores e grande

bônus para o desempenho bem sucedido. O uso de uma taxa diferencial de sistemas

mnemônicos para classificar produtos e instrumentos etc. Um sistema de roteamento,

um moderno sistema de custo, etc. Taylor chamava estes elementos simplesmente de

elementos ou detalhes dos mecanismos de gerenciamento. Ele os via como extensões

dos quatro princípios de Gerenciamento:

1. O desenvolvimento de uma ciência verdadeira

2. Seleção científica do trabalhador

3. A instrução científica e desenvolvimento do trabalhador

4. Cooperação íntima e amigável entre a gerência e o homem.

Taylor advertia que os riscos dos gerentes mudarem o que seria chamada, de cultura da

organização. Ele declarava a importância do compromisso da gerência e a necessidade

implementações graduais e educação. Descreveu que "o grande problema real"

envolvido na mudança "consiste na revolução completa, na atitude mental e nos hábitos

de todos aqueles envolvidos na gerência, assim como os trabalhadores”.

Taylor ensinava que havia um e somente um método de trabalho que maximizava a

eficiência. E este melhor método e melhor implementação só podem ser descobertos ou

desenvolvidos através de estudo e análise científicos. Isto envolvia a substituição

gradual da “regra do polegar” pela da ciência.

A gerência científica requer primeiramente, uma investigação cuidadosa de cada uma

das muitas modificações da mesma implementação, desenvolvidas sob a “regra do

Page 34: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

25

polegar”; e em segundo, após o estudo de tempo e o movimento serem feitos sobre a

velocidade atingível com cada uma destas implementações, que os pontos de diversos

deles possam ser unificados em uma única implementação padrão que permitisse o

trabalhador, trabalhar mais rapidamente e com mais facilidade do que poderia antes.

Esta implementação, então é adotada como padrão no lugar de muitos tipos diferentes

antes usados e permanece padrão para que todos os trabalhadores usem até substituição

por uma implementação que se mostre, através do estudo de tempo e movimento, ser

ainda melhor.

Uma barreira significativa ao uso da gerência científica era a instrução limitada do nível

mais baixo da supervisão da força de trabalho. Uma grande parte da população da

fábrica era composta dos imigrantes recentes que desconheciam literatura em inglês.

Na opinião de Taylor, supervisores e os trabalhadores com baixos níveis de instrução

não eram qualificados para planejar como o trabalho deveria ser feito. A solução de

Taylor era separar o planejamento da execução.

Para aplicar sua solução, Taylor criou os departamentos de planejamento, composto de

engenheiros, e lhes deu as responsabilidade de:

1. Desenvolver métodos científicos para fazer o trabalho.

2. Estabelecer objetivos de produtividade.

3. Estabelecer sistemas de recompensas por alcance dos objetivos.

4. Treinar o pessoal em como usar os métodos e alcançar os objetivos.

Talvez a idéia chave do gerenciamento científico e a daquele que o desenhou fosse o

conceito de alocação de tarefa. Alocação da tarefa é o conceito que quebrar a tarefa em

tarefas menores e menores até que se possa determinar a solução ótima para executá-la

O principal argumento contra Taylor é a abordagem reducionista do trabalho que

desumaniza o trabalhador. A alocação do trabalho "que especifica não somente o que

deve ser feito, mas como deve ser feito e do momento exato reservado para fazê-lo" não

deixando nenhum espaço para o trabalhador individualmente executar ou pensar. Este

argumento se deve principalmente a uma escrita anterior ao trabalho de Taylor, ele

definiu: "a tarefa é sempre tão regulada que o homem bem preparado para seu trabalho

terá sucesso ao trabalhar nesta taxa durante um longo tempo e crescer mais feliz e mais

próspero, ao invés de ser sobrecarregado”.

Page 35: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

26

O conceito de motivação de Taylor deixou algo a desejar quando comparado a idéias

mais atrasadas. Seus métodos de motivação começavam e terminavam em incentivos

monetários. Enquanto o crítico da distinção entre "nós” e "eles" prevalece entre os

trabalhadores e os empregadores que tentam encontrar um ponto comum entre as classes

de trabalhadores e gerentes.

"O gerenciamento Científico tem por base a firme convicção de que os interesses

verdadeiros dos dois são um e o mesmo; a prosperidade para o empregador não pode

existir a menos que esteja acompanhada da prosperidade do empregado, e vice-versa."

Page 36: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

27

3. GERENCIAMENTO DE QUALIDADE E PADRÕES ISO

3.1 CONCEITOS E PRINCÍPIOS DE QUALIDADE

O conceito de que o gerenciamento da qualidade era importante surgiu por volta dos

anos 70. Qualidade passou a ser critério de melhoria e redução de custo e atendimento

ao consumidor final.

Qualidade é definida como conformidade ao requerimento e utilidade, isto é o projeto

precisa produzir o que foi solicitado e o que produzir deve satisfazer necessidades reais.

A abordagem do PMI para qualidade é que o gerente do projeto deve executar uma

análise acurada e cuidadosa das necessidades no início do projeto para garantir que

todos os envolvidos (stakeholder) fiquem satisfeitos. Estes requerimentos se tornam a

base do escopo do trabalho.

O gerenciamento de qualidade deve endereçar tanto o gerenciamento do projeto quanto

o produto (bens e/ou serviço) deste. Falhas no atingimento dos requerimentos de

qualidade em qualquer uma destas dimensões pode acarretar sérias conseqüências

negativas para um ou vários stakeholders do projeto.

Qualidade é a totalidade de características de uma entidade que está na sua habilidade

de satisfazer necessidades declaradas ou necessidades implícitas, sendo estas entradas

para o desenvolvimento dos requerimentos do projeto. Um fator crítico de sucesso no

contexto de gerenciamento de qualidade é a tradução destas necessidades em

requerimentos através da gerência de escopo do projeto.

Algumas afirmações sobre a implantação e gerenciamento da qualidade:

- Garante ganhar e vencer a concorrência;

- Garante a imagem da empresa no mercado;

- Aumenta o grau de confiança dos consumidores;

- Desenvolve um espírito de auto satisfação e realização dos envolvidos.

3.2 A Série ISO 9000

Padrão criado pelo “International Organization for Standardization” (ISO) para ajudar a

garantir que as organizações tenham procedimentos de qualidade e que estes são

Page 37: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

28

seguidos. È importante ressaltar que a ISO 9000 não diz o que é qualidade ou descreve

um sistema de qualidade recomendável.

As Normas Série ISO 9000 formam um conjunto de normas relacionadas com gestão e

garantia da qualidade e no Brasil são representadas pela norma NBR ISO 9000.

3.2.1 Constituição da série ISO 9000:2000

- ISO 9000 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Fundamentos e Vocabulário

(substituindo a ISO 8402 e a ISO 9000-1)

- ISO 9001 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos

- ISO 9004 – Sistemas de Gestão da Qualidade - Diretrizes para Melhorias no

Desempenho (substituindo a ISO 9004-1)

- ISO 19011 – Diretrizes sobre Auditorias de Sistemas de Gestão da Qualidade e

Ambiental

3.2.2 Características da ISO 9000:2000

Baseada em modelos de processo. Foco em oito princípios da qualidade:

- foco no cliente

- liderança

- envolvimento das pessoas

- abordagem por processos

- abordagem por sistema de gestão

- melhoria contínua

- abordagem factual para a tomada de decisão

- relação de parcerias com fornecedores

3.2.3 Qualidade segundo a ISO 9000:2000

“Grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos”;

Page 38: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

29

UUmm oouuttrroo ccoonncceeii ttoo:: “a previsão e a superação das expectativas do cliente”. O conceito

de qualidade tem evoluído e englobando diversos elementos diferenciados;

3.2.4 Sistema de Gestão da Qualidade segundo a ISO 9000:2000

“Sistema de gestão para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à

qualidade”. É o sistema que estabelece políticas e objetivos da qualidade e as atividades

necessárias para alcançar tais objetivos.

Figura 12: Sistema de Gestão da Qualidade segundo a ISO 9000:2000 Fonte: GRIMALDI em POSSI,M. et all. 2004 3.3 Os Requisitos da ISO 9001:2000

- Requisitos de documentação

- Comprometimento da administração

- Foco no cliente

- Política da qualidade

- Planejamento

- Responsabilidade, autoridade e comunicação

- Análise crítica pela administração

- Gestão de recursos de Infra-estrutura

Planejamento & Política

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Gerenciamento & Procedimentos

Tarefas

Page 39: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

30

- Ambiente de trabalho

- Planejamento da realização do produto

- Processos relacionados a clientes

- Projeto e desenvolvimento

- Aquisição

- Produção e fornecimento de serviço

- Controle de dispositivos de medição e monitoramento

- Medição e monitoramento

- Controle de produto não-conforme

- Análise de dados

- Melhorias

3.4 A série ISO 10005

Aborda a qualidade intrínseca do produto ou serviço entregue pelo projeto

(através do Plano da Qualidade). Gerenciamento da Qualidade – Diretrizes para

planos da qualidade – Requisitos:

- Responsabilidades de gerenciamento

- Plano da qualidade e sistema da qualidade

- Revisão de contrato

- Controle do projeto

- Controle de documentos e dados

- Aquisição

- Controle de produto fornecido pelo cliente

- Rastreabilidade e identificação de produto

- Controle de processo

- Inspeção e teste

- Controle de inspeção, medição e equipamento de testes

Page 40: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

31

- Situação de inspeção e teste

- Controle de produto não-conforme

- Ação corretiva e preventiva

- Manuseio, armazenagem, empacotamento e entrega

- Controle de registros da qualidade

- Auditorias de Qualidade

- Treinamento

- Serviços

- Técnicas estatísticas

3.5 O Gerenciamento da Qualidade de acordo com a norma ISO

10006

Gerenciamento da Qualidade – Diretrizes para a qualidade em gerenciamento de

projetos. Estas diretrizes utilizam os processos de gerenciamento de projetos como

estrutura para discussão de suas aplicações. Esta Norma é aplicável a projetos de

complexidade variada, pequenos ou grandes, de pequena ou longa duração, em

diferentes ambientes e independente dos tipos de produto do projeto (incluindo

hardware, software, material processado, serviços ou suas combinações).

A norma tem como objetivo fornecer “guidelines” para gerenciar a qualidade em

projetos, concentrando-se na qualidade do produto do projeto e na qualidade do

processo do projeto. Foi desenvolvida a partir do PMBoK.

A principal crítica à ISO 10006 é que não engloba processos de gerenciamento da

qualidade no escopo de gerenciamento do projeto.

Page 41: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

32

Processo 1 Processo 2

Processo 3 Processo 4

Processo 5 Processo 6

Processo 7 Processo 8

Processo 9 Processo 10

Figura 13: Processos de 1 a 10 - Gerenciamento de qualidade segundo a ISO 10006 Fonte: GRIMALDI em POSSI,M. et all. 2004

Processo estratégico Necessidades dos clientes Processos planejados e interdependentes Foco em processos e produtos Melhoria Contínua

Gerenciamento de interdependências Responsabilidade do gerente do projeto Inicialização do projeto e Plano de Projeto/ Gerenciamento das interações / Encerramento

Processos relacionados ao escopo Desenvolvimento conceitual Desenvolvimento e controle do escopo Definição de atividades Controle de atividades

Processos relacionados ao tempo Planejamento de dependência atividades Estimativa de duração Desenvolvimento do cronograma Controle do cronograma

Processos relacionados às pessoas Estrutura organizacional do projeto Alocação da equipe Desenvolvimento da equipe

Processos relacionados à comunicação Planejamento da comunicação Gerenciamento das informações Controle da comunicação

Processos relacionados ao risco Identificação de riscos Avaliação de riscos Reação ao risco Controle de riscos

Processos relacionados à aquisição Planejamento e controle de compra Documentação de requisitos Avaliação de subcontratados Subcontratação

Processos relacionados ao custo Estimativa de custos Orçamento Controle de Custos

Processos relacionados aos recursos Planejamento de recursos Controle de recursos

Page 42: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

33

4. FERRAMENTAS E TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO DE

QUALIDADE

Estaremos dando enfoque aos produtos, ferramentas e técnicas de qualidade que não se

podem negligenciar em projetos, independentemente de seu porte. Continuaremos

utilizando como referência o PMBOK (Project Management Body of Knowledge) que

será utilizado como material de apoio. Este tópico se propõe a ser um guia sucinto de

referência e de consulta rápida, tendo a objetividade e concisão como balizadores.

4.1 Planejamento da Qualidade

O Planejamento da qualidade está relacionado à identificação dos padrões de qualidade

que são relevantes para o projeto e na identificação de como satisfazê-los . Ele precisa

ser executado regularmente e em paralelo com os outros processos de planejamento do

projeto.

Figura 14: Planejamento da Qualidade Fonte: O autor

4.1.1 Entradas para o planejamento da qualidade

4.1.1.1 Política da Qualidade – é o conjunto de intenções e direcionamento de

uma empresa, relacionadas à qualidade, conforme expresso formalmente pela

alta gerência. A política pode ser adotada para o projeto conforme está escrita.

Entretanto se a empresa não tiver uma política formal de qualidade, ou se o

projeto envolver várias empresas (como num joint venture), então o time de

gerenciamento do projeto deve desenvolver um política de qualidade para o

projeto.

Entradas

• Política de Qualidade • Declaração de Escopo • Descrição do Produto • Padrões e Regulamentações • Saídas de outros processos

Saídas

• Plano de Gerência Qualidade • Definições Operacionais • Lista de Verificação • Entradas p/ outros processos

Técnicas e Ferramentas

•Análise de Custo / Benefício • Benchmarking • Fluxogramação (Flowcharting) •Desenho de Experimentos • Custo da Qualidade

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34

4.1.1.2 Declaração de escopo – é um elemento chave para o planejamento da

qualidade uma vez que documenta os principais entregáveis do projeto assim

como os objetivos do projeto que servem para definir importantes requerimentos

dos stakeholders.

4.1.1.3 Descrição do produto – Apesar dos elementos da descrição do produto

estarem incluídos na declaração de escopo, ela sempre conterá detalhes e

problemas técnicos e outras considerações que podem afetar o planejamento da

qualidade;

4.1.1.4 Padrões e regulamentação – O time do projeto deve considerar todos os

padrões e regulamentação, específicos das áreas de aplicação que podem afetar o

projeto;

4.1.1.5 Outras saídas de processos – Além da declaração de escopo e descrição

do produto, processos em outras áreas de conhecimento podem produzir saídas

que devam ser consideradas como parte do planejamento da qualidade.

4.1.2 Ferramentas e Técnicas do planejamento de qualidade

4.1.2.1 Análise de custo / benefício - envolve estimativas de custos tangíveis e

intangíveis e benefícios de vários projetos e alternativas de produto, então

utilizando medidas financeiras, tais como retorno de investimento, período de

payback, para se identificar a alternativa mais interessante dentre as

identificadas; O benefício principal de se alcançar os requerimentos de qualidade

é menos retrabalho, que significa maior produtividade, custos mais baixos e

aumento da satisfação dos stakeholders. O custo principal de se alcançar os

requerimentos de qualidade são as despesas associadas com as atividades de

gerenciamento de qualidade. É axiomático para o gerenciamento de qualidade

que os benefícios sobreponham os custos;

4.1.2.2 Benchmarking – análise comparativa de práticas de projetos realizados

ou planejados com outros projetos para gerar idéias de melhorias e para prover

padrões para medição de performance. Estes projetos podem ser da própria

empresa ou de fora dela, de empresas de mesmo ramo ou de outros.

Page 44: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

35

4.1.2.3 Flowcharting – um fluxo é qualquer diagrama que mostra como vários

elementos do sistema se relacionam. Os fluxos podem ajudar ao time do projeto

a antecipar o que e onde problemas de qualidade devem ocorrer, auxiliando no

desenvolvimento de melhorias no processo ou como lidar com esses problemas.

As técnicas mais utilizadas em gerência de qualidade são:

- Diagramas de Causa e efeito – também conhecidos como

diagramas de Ishikawa ou diagramas de espinha de peixe,

ilustram como vários fatores devem estar relacionados a

potenciais problemas ou efeitos (análise da causa raiz). A figura

abaixo ilustra um exemplo genérico.

Figura 15: Diagrama Espinha de Peixe Fonte: O autor

- Fluxo do sistema ou processo – mostra como vários elementos

de um sistema se relacionam. A figura abaixo ilustra um

exemplo de processo de solicitação de instalação de software.

Tempo Máquina Método Material

Energia Medição Ambiente Pessoal

Causas Potenciais

Defeito Principal

Efeito

Page 45: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

36

Figura 16: Fluxograma de processo Fonte: Autor

4.1.2.4 Desenvolvimento de experimentos - método estatístico muito útil

quando necessitamos pesquisar os fatores que mais influenciam na resposta de

um determinado processo. Permite o estudo simultâneo de vários fatores, em

seus diversos níveis.

- Fator – é a variável de entrada cuja influência sobre a variável

de resposta queremos estudar.

- Nível – é a caracterização qualitativa ou quantitativa do fator.

- Efeitos Principais – tais efeitos ocorrem quando existem

modificações nas médias da variável de resposta quando

modificamos os níveis dos fatores.

- Efeitos de Interação – a interação ocorre quando a resposta em

um determinado nível de um fator depende dos níveis dos outros

fatores.

Usuário solicita instalação de software

Existe licença

disponível

Usuário é informado via

processo padrão

Não

Solicitação do usuário é registrada e direcionada para área solucionadora

Processo de instalação de

software

Page 46: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

37

Exemplo: Desenhistas de automóveis precisam determinar a que

combinação de suspensão e pneus irá produzir o efeito desejado a um custo

razoável.

4.1.2.5 Custo da qualidade - se refere ao custo total de todos os esforços para

alcançar a qualidade de produtos ou serviços incluindo todo o trabalho para

garantir conformidade com os requerimentos, assim como os custos de todo o

trabalho em virtude da não conformidade. Existem 3 tipos de custos que devem

ser contabilizados:

Custos de prevenção

Custos de avaliação

Custos de falhas (internos e externos)

4.1.3 Saídas do planejamento da qualidade

4.1.3.1 Plano de gerenciamento de qualidade - descreve como o time

do projeto irá implementar a política de qualidade. Ele especifica

quais os procedimentos e recursos associados devem ser aplicados,

por quem e quando, para um projeto, produto, processo ou contrato

específico. O plano da qualidade tem como função básica relacionar

requisitos genéricos do sistema da qualidade aos requisitos

específicos de um produto, projeto ou contrato específico. Ele servirá

como guia mesmo em empresas que não tenham implementado um

sistema da qualidade. Este plano pode ser formal ou informa,

altamente detalhado ou resumido, baseados nos requerimentos do

projeto.

4.1.3.2 Definições Operacionais - descreve em termos específicos o

que é e como deve ser medido (métricas) pelo processo de controle

de qualidade.

4.1.3.3 Checklist – ferramenta estruturada, geralmente especificada

item a item, utilizada para verificar se um conjunto de passos foi

executado. Pode ser simples ou complexa. Algumas empresas

Page 47: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

38

possuem checklists padrão para garantir consistência em atividades

freqüentes.

4.1.3.4 Entradas para outros processos - O processo de planejamento

de qualidade pode identificar a necessidade de atividades adicionais

em outra área.

4.2 Garantia da Qualidade

É a parte da gestão da qualidade focada em prover confiança de que os requisitos da

qualidade serão atendidos, devendo ser realizada durante todo o projeto.

Figura 17: Garantia da Qualidade Fonte: Autor 4.2.1 Entradas para a Garantia da qualidade

4.2.1.1 Plano de gerenciamento de qualidade - descrito acima

4.2.1.2 Resultados das medições do controle de qualidade – registros do teste de

controle de qualidade e medições em formato para comparações e análises;

4.2.1.3 Definições operacionais – métricas conforme definido acima

4.2.2 Ferramentas e técnicas de garantia de qualidade

4.2.2.1 Técnicas e Ferramentas de planejamento de qualidade – Todas as

ferramentas de planejamento de qualidade, descritas acima, podem ser

utilizadas para garantia de qualidade;

Entradas

• Plano de Gerência da Qualidade • Resultados da medição do controle da qualidade • Definições operacionais

Saídas

• Melhoria da Qualidade

Técnicas e Ferram entas

•Ferramentas e Técnicas de planejamento da qualidade •Auditorias de Qualidade

Page 48: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

39

4.2.2.2. Auditorias de qualidade – revisão estruturada de outras atividades do

gerenciamento de qualidade. Seu objetivo é identificar lições

aprendidas que possam melhorar a performance do projeto atual e de

futuros projetos. As auditoras podem ser agendadas ou aleatórias e

devem ser executadas por auditores treinados internos ou externos.

4.2.3 Saídas da Garantia da Qualidade

4.2.3.1 Melhoria da qualidade – inclui a tomada de ações para aumentar a

efetividade e a eficiência do projeto para proporcionar benefícios

adicionais para as partes envolvidas no projeto. Na maioria dos casos,

implementar as melhorias de qualidade exigirá a preparação de

requisições de mudança ou a tomada de ação corretiva e será

gerenciada de acordo com os procedimentos do controle geral de

mudanças.

4.3 Controle da Qualidade

Envolve a monitoração de resultados específicos do projeto para determinar se estão de

acordo com os padrões de qualidade e identificar formas de eliminar as causas de

resultados insatisfatórios. Ele deve ser executado durante todo o projeto. Os resultados

do projeto incluem tanto os produtos do projeto e os resultados de seu gerenciamento

tais como custos e cumprimento do cronograma.

O controle de qualidade do projeto pode ser feito por departamento específico da

empresa ou pelo time do projeto. Para isto, são necessários conhecimentos de estatística

e controle de qualidade, principalmente probabilidade e amostragem, para ajudar a

avaliar as saídas do controle de qualidade. Entre outras coisas, é necessário que o time

conheça as diferenças entre:

- Prevenção - manter os erros fora do processo e Inspeção – Manter os erros

longe dos clientes;

- Amostragem por atributo – o resultado está conforme ou não e Amostragem

por variável – os resultados são distribuídos numa escala contínua que

mede o grau de conformidade;

Page 49: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

40

- Causas especiais – eventos não usuais e Causas aleatórias – variações normais

do processo;

- Tolerâncias – o resultado é aceitável se está dentro de um intervalo específico

de tolerância e Limites de Controle – o resultado está sob controle se o

resultado está dentro dos limites de controle.

Figura 18: Controle de Qualidade Fonte: Autor

4.3.1 Entradas para o Controle de qualidade

4.3.1.2 Resultados do Trabalho – Incluem tantos os resultados do

processo quanto os resultados do produto. As informações

sobre os resultados esperados ou planejados (do plano do

projeto) devem estar disponíveis juntamente com as

informações dos resultados apurados;

4.3.1.3 Plano de gerenciamento de qualidade – descrito acima

4.3.1.4 Definições operacionais – são as métricas conforme descrito

acima;

4.3.1.5 Checklists – listas de verificações descritas acima;

4.3.2 Ferramentas e técnicas para o controle de qualidade

4.3.2.1 Inspeção – Inclui atividades tais como medir, examinar e

testar, executadas para determinar se os resultados estão em

conformidade com os requisitos. As inspeções podem ser

conduzidas em qualquer nível (podem-se inspecionar os

resultados de uma simples atividade ou o produto final do

Entradas

• Resultado dos trabalhos • Plano de gerenciamento da qualidade • Definições Operacionais • Lista de Verificação

Saídas

• Melhoria da qualidade • Decisões de aceitação • Retrabalho • Lista Verificação Concluídas • Ajustes no processo

Técnicas e Ferramentas

• Inspeção • Gráficos de controle • Diagrama de Pareto • Amostragem estatística • Análises de tendências

Page 50: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

41

projeto); As inspeções são também chamadas de revisões,

revisões de produto, auditorias e acompanhamentos

(walkthroughs);

4.3.2.2 Cartas de controle – são gráficos que apresentam os

resultados de um processo ao longo do tempo. São utilizadas

para determinar se um processo está sob controle. Quando um

processo está sob controle ele não deve ser ajustado. O

processo pode ser modificado para proporcionar melhorias,

mas não ajustado quando está sob controle. Elas podem ser

utilizadas para monitorar qualquer tipo de saída. Embora mais

freqüentemente utilizadas no acompanhamento de atividades

repetitivas, tais como lotes de verificação, as cartas de

controle podem também ser empregadas para monitorar as

variações de custo e prazo, volume e freqüência de mudanças

no escopo, erros nos documentos do projeto ou outros

resultados do gerenciamento para ajudar a determinar se o

processo de gerenciamento do projeto está sob controle. Para

criar uma carta de controle, amostras são recolhidas, variáveis

medidas e atributos encontrados. Os atributos são “plotados”

no gráfico. Maiores detalhes são encontrados no Item 8 –

Tópicos Especiais.

4.3.2.3 Diagramas de Pareto – é um histograma ordenado por

freqüência de ocorrência, que mostra quantos resultados

foram gerados por tipo ou categoria de causa identificada. A

ordenação por freqüência é usada para direcionar as ações

corretivas, a equipe do projeto deve tomar ações para corrigir,

primeiro, os problemas que estão causando a maior

quantidade de defeitos. Os diagramas de Pareto estão,

conceitualmente, relacionados à Lei de Pareto que afirma que

uma quantidade consideravelmente pequena de causas irá,

tipicamente, produzir a grande maioria dos problemas ou

defeitos. É comumente referenciada como Princípio de 80/20,

Page 51: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

42

onde 80 por cento dos problemas se devem a 20 por cento das

causas.

4.3.2.4 Amostragem estatística - Através da amostragem podemos

conhecer o “todo” (a população) através da “parte” (a

amostra), se atendermos a premissas da amostragem científica

dos dados. Às vezes, é muito difícil e caro obtermos todos os

elementos de uma população. Desta forma, recorremos à

teoria da amostragem e seus dois enfoques básicos: o correto

dimensionamento da amostra e a correta composição da

amostra.

Figura 19: Inferência – Amostragem estatística

Fonte: Autor

4.3.2.5 Fluxogramação – já descrita anteriormente, é utilizada no

controle de qualidade para auxiliar na análise dos problemas.

4.3.2.6 Análise de tendência – utiliza técnicas matemáticas para

prever resultados futuros com base nos resultados históricos. É

empregada para monitorar:

- Desempenho técnico – quantos erros ou defeitos foram identificados e

quantos permanecem sem correção;

- Desempenho de custo e prazo – quantas atividades, por período, foram

concluídas com variações significativas;

Parte (amostra) Todo (população)

Inferência

Page 52: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

43

4.3.3 Saídas do Controle de qualidade

4.3.3.1 Melhoria da Qualidade – conforme descrito na saída do

processo de garantia de qualidade;

4.3.3.2 Decisões de aceitação – os itens inspecionados serão aceitos

ou rejeitados. Os itens rejeitados podem exigir retrabalho.

4.3.3.3 Retrabalho – Ação tomada para adequar os itens com defeito

ou em não conformidade aos requisitos ou especificações. O

retrabalho, especialmente aquele não antecipado, é causa freqüente

de atrasos no projeto, na maioria das áreas de aplicação. A equipe do

projeto deve empreender o máximo de esforço para minimizar o

retrabalho.

4.3.3.4 Checklists preenchidos – Quando utilizados, as listas de

verificação preenchidas devem fazer parte dos registros do projeto;

4.3.3.5 Ajustes no processo – os ajustes no processo envolvem a

tomada de ações corretivas ou preventivas imediatas como resultado

das medições do controle de qualidade. Em alguns casos, os ajustes

no processo podem necessitar ser tratados conforme procedimentos

do controle geral de mudança.

Page 53: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

44

5. TÓPICOS ESPECIAIS

5.1 Cartas De Controle

As cartas de controle são ferramentas muito úteis para o Gerenciamento de

Qualidade, muito utilizadas no controle de qualidade. Encontramos no

gráfico destas cartas:

- Limite de controle superior e inferior – área de variação aceitável de um

processo.

- É esperada uma variação em todo processo. A área aceitável, entre os limites

de controle inferior e superior é determinado pelos padrão de qualidade

da empresa (ex. 3 ou 6 sigma). Pontos entre estes limites são geralmente

considerados em controle, exceto “Rule of Seven” (regra heurística que

se refere a 7 pontos não aleatórios agrupados no mesmo lado da média.

Apesar dos pontos não estarem fora dos limites de controle, eles não são

aleatórios e o processo está fora de controle. Este tipo de ocorrência deve

ser investigada e a causa encontrada.);

- Média - linha no meio do gráfico de controle que mostra a metade da área

dos valores aceitáveis de variação do processo;

- Limites de especificação - representam as expectativas do cliente ou

requerimentos contratuais para performance e qualidade. Eles são

característicos do processo medido e não herdados.

- Fora de controle (Out of control) – é uma falta de consistência ou previsão no

processo. Um processo está fora de controle estatístico sob duas

circunstâncias:

- Um ponto cai fora dos limites Superior e Inferior de controle, ou;

- Pontos não aleatórios mesmo dentro dos limites Superior e Inferior de

controle como a regra dos sete conforme descrito acima;

- Causas designáveis – ponto que requer investigação para determinar a causa

da variação;

- Teorema do Limite central - Muitas das distribuições que encontramos na

prática, não são normais. Mas, se trabalharmos com médias amostrais, o

Page 54: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

45

Teorema do Limite Central nos permitirá usar as propriedades da

Distribuição Normal mesmo se a população não estiver normalmente

distribuída. O Teorema do Limite Central é uma das bases do sucesso

das cartas de controle de µ.

Figura 20: Carta de controle Fonte: Autor, baseado em GRIMALDI em POSSI, M. et all. 2004

Um processo que esteja operando dentro da ausência de qualquer causa

especial de flutuações está em controle estatístico.

O principal propósito de uma carta de controle estatístico é fornecer

uma base para ação.

A base para o método das cartas de controle é o recolhimento de

amostras que servirão para as inferências sobre o processo. O sucesso

desta técnica está fundamentado em agruparmos as observações

consideradas em subgrupos ou amostras dentro dos quais só temos

variações aleatórias ou causas comuns, e entre os quais as variações

podem ser atribuídas a causas especiais. Existem vários tipos de cartas

de controle:

µ

µ + 3σ

µ - 3σ

Limite de Especificação Superior

Limite de Controle Superior

Limite de Controle Inferior

Limite de Especificação Inferior

Causa Designável (Fora de controle)

Distribuição normal

Regra dos Sete (Fora de controle, causa designável)

Page 55: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

46

- X-Charts (Cartas de Controle de Médias)

- R-Charts (Cartas de Controle de Amplitudes)

- P-charts (Cartas de Controle para Atributos)

Caso se deseje, uma carta de controle de atributos pode ser substituída, por

um conjunto de cartas de controle de variáveis. Se a variabilidade do

processo exceder a amplitude entre os limites de especificação, o processo,

inevitavelmente, produzirá algumas unidades defeituosas.

A p-Chart apresenta a vantagem de que ela somente trabalha com o fato do

produto ser defeituoso ou não. Uma combinação x-R-Chart pode ser usada

somente para uma única característica de qualidade, enquanto que uma p-

Chart pode ser baseada em diversas características de qualidade. Desta

forma, a p-Chart serve para sumarizar a qualidade geral do output, sendo

assim, ela fornece à Gerência um registro histórico da qualidade.

Por outro lado, uma p-Chart necessitará, geralmente, uma amostra muito

maior que uma combinação de Cartas de Médias e Amplitudes. O custo de

manutenção da carta de atributos é, desta forma, geralmente superior ao da

carta de variáveis.

As cartas de variáveis apresentam ainda a vantagem de permitir a localização

do problema mais rapidamente. Podem ainda fornecer informações sobre

quão longe está o processo das normas estabelecidas.

- s-charts (Cartas de Controle de Desvio-Padrão)

As cartas de controle apresentadas até agora podem ser classificadas como

“Shewhart charts” (em homenagem ao seu criador). A regra básica para tais

cartas é tomar alguma ação quando pontos caem fora dos limites de controle,

usualmente 3s (sigma). Outras regras básicas, entretanto, foram

desenvolvidas. Uma delas é adotar uma regra para ação baseada em todos os

dados, e não somente nas últimas amostras. Isto é feito através de uma carta

de soma acumulada.

- Cartas de Controle de Soma Acumulada (CUSUM Charts)

- Cartas de Controle de Médias Móveis Exponencialmente

Ponderadas (EWMA Charts)

Page 56: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

47

- Cartas de Valores Individuais;

5.2 QFD - Quality Function Deployment (Desdobramento da Função

Qualidade)

A QFD é uma metodologia utilizada com o objetivo de se obter a satisfação do cliente,

através do conhecimento/ levantamento de suas necessidades (Quem é o cliente?; O que

ele necessita? ;Porque ele necessita deste serviço?; Como ele usa este serviço?; Quando

ele usa?; Onde ele usa?) e a tradução em requisitos mensuráveis, que nortearão todas as

fases de desenvolvimento de produtos e serviços.

Os conceitos essenciais da QFD:

- Perguntar aos clientes o que eles querem, ou seja, a “voz do cliente” (entender a

perspectiva do cliente);

- Utilizar o conhecimento e experiência da equipe multifuncional para traduzir a voz do

cliente em requisitos mensuráveis;

- Priorizar e concentrar esforços nas características mensuráveis, para que a voz do

cliente seja preservada durante toda a fase de desenvolvimento;

- Permitir à área de Marketing gerenciar as expectativas dos clientes e as ações dos

concorrentes, buscando a inovação constante do produto ou serviço durante o seu ciclo

de vida, garantindo a lucratividade do mesmo.

O entendimento da voz do cliente é essencial, sem o qual a elaboração do QFD não traz

benefícios relevantes.

A utilização do QFD reduz problemas no início da produção, menor quantidade de

mudanças no projeto além de reduzir os ciclos de desenvolvimento do produto. Logo,

resulta em aumento da produtividade e redução dos custos.

O QFD surgiu como uma conseqüência da transição do tradicional “controle da

qualidade” (qualidade reativa) para a “garantia da qualidade” (qualidade ativa),

buscando incorporar ao produto ou ao serviço, a qualidade que os clientes desejam em

todas as fases de desenvolvimento.

O processo do QFD exige disciplinas funcionais múltiplas, devido à sua amplitude.

Para facilitar sua implantação é necessário:

Page 57: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

48

- Obter comprometimento da gerência para sua utilização.

- Estabelecer objetivos claros e o escopo do uso do QFD. Definir se a metodologia

completa ou somente a primeira Casa da Qualidade será utilizada.

- Estabelecer um time multifuncional. Obtenha comprometimento dos membros da

equipe (eles devem estar realmente interessados no processo e na melhoria dos

resultados).

- Manter o foco através de reuniões regulares. Cada membro da equipe deve ter

propriedade da implementação dos resultados do QFD. Muitas vezes é interessante

envolver o cliente como um dos participantes da equipe, pelo menos no início do

processo.

- A presença de um facilitador para guiar os esforços iniciais é recomendada.

A ferramenta produz melhores resultados quando:

- Os requisitos do cliente não foram claramente definidos em termos de características

internas mensuráveis ou não podem ser atendidas através de processos ou práticas

existentes.

- Devem existir ajustes entre os elementos do negócio que precisam trabalhar juntos

para atingirem-se os requisitos.

- Há significantes investimentos em recursos requeridos pelo negócio para o

desenvolvimento do produto/serviço.

O QFD leva a decisões de consenso e grande comprometimento com o esforço de

desenvolvimento. O QFD exige disciplina, não sendo uma ferramenta de fácil

utilização.

A utilização do QFD deve ser considerado quando:

- Os clientes não estão satisfeitos com o seu produto ou serviço.

- O produto demanda um grande tempo de desenvolvimento ou comprometimento de

recursos.

- Os requisitos do seu cliente tendem a ficarem perdidos no meio da complexidade do

seu processo.

- Difícil comunicação entre as funções responsáveis por entregarem o produto ou

serviço ao usuário.

Page 58: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

49

- A estrutura ou lógica para a alocação de recursos não é clara.

- Os desafios de atender às necessidades do cliente parecem ser maiores do que os

processos normais podem lidar.

O QFD traz, portanto, o novo produto ou serviço mais perto da meta e reduz o tempo do

ciclo de desenvolvimento e o custo do processo.

Abaixo exemplo da Casa da Qualidade, cujo objetivo é descrever os requisitos dos

consumidores e traçar o plano inicial de como eles serão atendidos, levando em

consideração o nível atual de desempenho, comparado com o nível de desempenho dos

concorrentes.

Figura 21: Casa da Qualidade Fonte: GRIMALDI em POSSI,M. et all. 2004

Page 59: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

50

6. CONCLUSÃO

Como o objetivo desta monografia foi apresentar a visão dos principais gurus da

qualidade e as ferramentas para gerenciamento de projetos com qualidade, foi dado

destaque às técnicas e ferramentas que orientem o gerente de projeto a não dispensar

esta ou aquela ferramenta dentro da vasta quantidade apresentada pela literatura

tradicional sobre o assunto. O PMBOK foi utilizado como material de referência e

apoio.

Não há fórmula mágica nem checklist pronto, definindo quais ferramentas e técnicas

devem ser aplicadas aos projetos. Como cada projeto é único e sendo o gerente de

projeto o responsável por seu êxito, o conhecimento das ferramentas e técnicas de

qualidade e a decisão de selecionar as que serão aplicadas em cada projeto é fator crítico

do sucesso de seu gerenciamento. Na dúvida, havendo disponibilidade de tempo utilize

a maior quantidade possível, é claro sempre utilizando como balizadores o porte e

importância do projeto.

Recomendo que futuros pesquisadores enfoquem análises entre as visões de qualidade

dos padrões ISO e PMI.

Page 60: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

FRAME, J.D. - Managing Projects in Organizations: How to make best use of time,

techniques and people, 2nd edition, Jossey-Bass, USA, 1995

HAROLD KERZNER Project Management: A systems to approach to planning,

scheduling an controlling – 2003

HELDEMAN, KIM Gerência de Projetos: guia para o exame oficial do PMI:

tradução de Teresa Félix – Rio de janeiro: Campus, 2003

ISO 10005:1995, Gerenciamento da Qualidade – Diretrizes para Planos de Qualidade

ISO 10006:1995, Gerenciamento da Qualidade – Diretrizes para a Qualidade em

gerenciamento de projetos

MULCAHY, RITA PMP Exam PREP @ 200! – USA, 2001

OLIVEIRA, SIDNEY - Ferramentas para o Aprimoramento da Qualidade

POSSI, M. et all - Capacitação em Gerenciamento de Projetos – Guia de Referência

Didática - Rio de janeiro: Brasport, 2004

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE,INC - A Guide to the Project Management

body of Knowledge (PMBOK@ guide) – 2000 ed. :USA, 2001

ROY, J. - Project Management Terms: A working glossary, 2nd edition, ESI

International, USA 2000

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1

ANEXO

A) Philip Crosby

Biografia: Philip Crosby nasceu no Oeste da Virgínia em 1926. Ele serviu na Guerra da

Coréia e depois foi vice-presidente da ITT por 14 anos. Sua firma de consultoria: Philip

Crosby Associates, Inc, foi fundada em 1979, e prestava serviço a centenas de

empresas. Antes de se aposentar ele fundou: Career IV, Inc., Philip Crosby Associates

II, Inc. and the Quality College. Philip Crosby morreu em agosto de 2001, mas seu

legado de melhores práticas de qualidade sobreviverá em milhares de organizações.

B) William Edwards Deming

William Edwards Deming nasceu em Sioux City, Iowa em 14 de outubro de 1900, filho

de William Albert Deming e Pluma Irene Edwards. Quando adulto, passou a utilizar o

nome W. Edwards Deming. Seus irmãos, Robert Edwards, nascido em 11 de maio de

1902 e sua irmã, Elizabeth Marie, mais tarde Elizabeth Deming Hood nasceu em 21 de

janeiro de 1909.

A família viveu em in Sioux City. Em 1904, eles se mudaram para a fazenda de

Edwards localizada em Polk City, entre Ames e Des Moines. A fazenda era da do pai

de Pluma, Henry Coffin Edwards (a mãe de Pluma, Elizabeth Grant, morreu quando

Pluma era jovem).

Num esforço de encorajar o povoamento do Oeste, O governo dos Estados Unidos

cedeu lotes de terra (geralmente 40 ou 80 acres) a cidadãos que estivessem dispostos a

fixar residência, fazendas ou desenvolver a terra.

William Albert Deming ocupou os 40 acres em Camp Coulter, mais tarde chamado de

Powell, Wyoming. A família mudou-se para Wyomin em 1907. Eles alugaram uma

casa em Cody até que pudessem construir em suas próprias terras. William Albert

descobriu que seu lote era pobre, sem utilidade para uma fazenda.

Page 62: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

2

A primeira residência deles foi um abrigo, de forma retangular. A água era bombeada

facilmente. Mas não havia tratamento de água. A família estava sempre com frio, fome

e devendo.

Oito anos mais tarde, numa visita a Powell, Dr. Deming descobriu que os 40 acres ainda

eram chamados como Anexo de Deming.

Pluma Irene e William Albert Deming foram bem educados e deram ênfase a

importância da educação de seus filhos. Pluma estudou em San Francisco e era

musicista. William Albert estudou matemática e direito. O jovem Ed Deming estudou

em Powell e trabalhou honestamente para ajudar a sustentar a família.

Em 1917, ele começou a estudar na Universidade de Wyoming em Laramie. Em 1921

ele se graduou como B.S. em Engenharia Eletrônica.

Dr. Deming estudou teoria musical, tocava vários instrumentos e compôs 2 marchas,

várias cantigas e uma versão fácil de Star Spangled Banner.

Dr. Deming se casou com Agnes Bell em 1922 em Wyoming. Agnes e Ed tiveram uma

filha, Dorothy. Agnes morreu em 1930. Dr. Deming casou-se então com Lola Elizabeth

Shupe em 1932. Eles tiveram 2 filhas, Diana and Linda. Dorothy morreu em 1984.

Em homenagem a Demin, os japoneses criaram o prêmio anual de Deming. Em maio

1960, o imperador do Japão condecorou-o com a segunda medalha da ordem do tesouro

sagrado.

O presidente dos Estados Unidos concedeu-lhe em 25 junho 1987 a medalha nacional

da tecnologia.

Ele é membro do Instituto Estatístico internacional, uma academia, e de umas dúzia de

outras sociedades profissionais e científicas.

Foi eleito em 1986, para a Academia Nacional de Engenharia, e para o hall da Fama da

Ciência e Tecnologia em Dayton.

Em 1988, recebeu o título de carreira distinta na Academia Nacional de Ciência.

Recebeu seu doutorado em Física Matemática da universidade de Yale em 1928. Várias

universidades concederam-lhe os graus LL.D. e Sc.D., honoris causa: Universidade de

Page 63: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

3

Wyoming, Faculdade de Rivier, Universidade do estado de Maryland, Universidade do

Estado de Ohio, Faculdade da tecnologia de Clarkson, universidade de Miami,

Universidade de George Washington, Universidade do Colorado, Universidade de

Fordham, Universidade do estado de Alabama, Universidade do Estado de Oregon,

Universidade Americana, Universidade de Carolina do sul, Universidade de Yale,

Faculdade de Muhlenberg, universidade de Boston.

A Universidade de Yale concedeu a ele a medalha Wilbur Lucius Cross. A faculdade de

Rivier concedeu-lhe Madeleine of Jesus Award.

Professor, desde 1946, de Estatística na escola de graduação de administração de

negócios da Universidade Nova de York. Foi também, professor distinto de

Gerenciamento na Universidade de Columbia, desde 1985. Lecionou em muitas

universidades naquele país e no exterior.

Seus seminários de 4 dias alcançaram 10.000 pessoas por o ano por mais de dez anos.

Dr. e Sra. Deming viveram em Washington, D. C. numa casa que eles compraram em

1936. Ao lado da família, Mrs. Deming morreu em 25 de Junho de 1986. Dr. Deming,

cercado pela família, morreu em casa em 20 de dezembro de 1993.

C) Joseph M. Juran

Em dezembro de 1904, em Braila, Romênia, nasceu Joseph Moses da família threadbare

Jakob Juran. Cinco anos depois, Jakob deixou a Romênia e foi para a América. Até

1912, ele ganhou o suficiente para trazer o resto da família para viver com ele em

Minnesota. Apesar da esperança da emigração e das oportunidades americanas a

família continuou enfrentando dificuldades e enfrentando a pobreza.

O jovem Joseph Juran demonstrou sua afinidade com conhecimento, na escola seu nível

de proficiência científica e matemática era tal que ele excedeu a média e pulou o

equivalente a 4 níveis de graduação. Em 1920, ele entrou na Universidade de

Minnesota, ele foi o primeiro membro de sua família a cursar nível superior. Em 1925,

ele recebeu o título de B.S. em Engenharia eletrônica e esteve trabalhando com

Eletrônica do Oeste no departamento de Inspenção, da famosa Hawthorne Works, em

Page 64: 001 - Praticas Essenciais de Qualidade Em Gerenciamento de Projetos

4

Chicago. O complexo desta enorme fábrica, gerenciada por 40,000 trabalhadores, foi o

primeiro desafio gerencial de Juran.

Em 1926, um time pioneiro do Controle de Qualidade dos Laboratórios Bell trouxe um

novo programa para Hawthorne Works. O programa desenhado para implementar

novas ferramentas e técnicas requeria um programa de treinamento. De um grupo de 20

trainees, Juran tornou-se um dos dois engenheiros do Departamento de Inspeção

Estatística, uma das primeiras divisões criadas na indústria americana.

Em 1928, Juran tinha escrito um panfleto entitulado "Métodos estatísticos aplicados aos

problemas da manufatura”.Ao fim da guerra, era um estatístico bem conhecido e

bastante considerado e um teórico da engenharia industrial. Depois que deixou Western

Eletric, Juran se tornou presidente do departamento de engenharia administrativa da

universidade New York, onde lecionou por muitos anos. Criou também uma próspera

prática de consultoria, e escreveu livros e literatura para a Associação Americana de

Gerência. Era seu tempo com NYU (New York University) e o AMA (Americam

Management Association) que permitiram o desenvolvimento de suas filosofias da

gerência que estão arraigadas nos fundamentos da gerência americana e japonesa.

Seu livro clássico, o manual do controle de qualidade, liberado primeiramente em 1951,

ainda é o trabalho de referência padrão para gerentes de qualidade.

D) Genichi Taguchi e Métodos

Biografia:

Nascido no primeiro dia de 1924, Genichi Taguchi estudou engenharia têxtil na

faculdade técnica de Kiryu. Após a Segunda Guerra Mundial, trabalhou para o

ministério da saúde pública e do bem-estar japonês e conduziu o primeiro estudo de

saúde e nutrição. Aplicou seu conhecimento de melhoria de qualidade na Farmacêutica

Morinaga e trabalhou até mesmo para um fabricante de doces (Morinaga Sieka), para

reduzir as propriedades de derretimento do caramelo na temperatura do ambiente.