02.psicologia escolar e educacional

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Psicologia Escolar e Educacional Prof. Mestre Thiago de Almeida

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Psicologia Escolar e EducacionalProf. Mestre Thiago de Almeida

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Introdução

• A psicologia escolar é uma área ampla que envolve aspectos da psicologia e da educação, está em processo de desenvolvimento e faz a interface entre psicologia e educação.

• O psicólogo inserido na escola é responsável pela promoção de saúde mental da mesma, atuando junto a todos os membros que fazem parte da escola: alunos, educadores (diretores, professores e funcionários) e os pais. O trabalho com estas pessoas é sempre contínuo e a intervenção, deveria ser sempre em grupo.

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• O psicólogo escolar atua não apenas na remediação de problemas, mas também desenvolvendo trabalhos que visem à prevenção dos mesmos. Por estar inserido na escola é preciso que tenha conhecimentos relacionados à criança, suas fases de desenvolvimento e de aprendizagem, e sobre o processo ensino-aprendizagem.

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• Lightner R. Witmer, que juntamente com Granville Stanley Hall é considerado pioneiro da Psicologia Escolar nos EUA, iniciou as clínicas psicológicas para crianças, sendo o fundador da primeira Clínica Psicológica dos Estados Unidos, na Universidade de Penssylvania no ano de 1896.

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O QUE É PSICOLOGIA ESCOLAR?• Segundo o dicionário de Psicologia Dorsch (2001) a

definição de Psicologia Escolar como a “aplicação de conhecimentos psicológicos, especialmente dos pedagógicos e da psicologia do desenvolvimento às exigências da escola, bem como a pesquisa e prática psicológicas no âmbito da escola, por exemplo, o diagnóstico das causas das dificuldades de aprender e sua eliminação ou a análise psico-organicossocial e a melhoria dos processos entre as pessoas (por exemplo, as relações de estima, cadeias do mundo), dos fatores situacionais (por exemplo, clima da escola, atmosfera do grupo) e das estruturas institucionais (por exemplo, tamanho das instalações e sua distribuição, regulamentos, no tocante à escolha das disciplinas e à avaliação do rendimento)” (p. 763).

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Então, o que é o psicólogo escolar?

• “o psicólogo que age e trabalha no espaço de vida e das relações da escola (em sentido amplo), com as tarefas principais de diagnóstico e solução de problemas que aparecem, no âmbito da atividade escolar, entre alunos e/ou professores. De acordo com esta descrição das tarefas, as atividades do psicólogo escolar visam também a eliminar deficiências individuais, - enquanto aparecem assim condicionadas - como a eliminar deficiências da instituição escolar” (DORSCH, 2001, p. 784).

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A Psicologia Escolar e a Psicologia Educacional no Brasil

• A ABRAPEE (Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional) foi fundada em 1988 pela Dra. Solange M. Wechsler com o objetivo de promover e aperfeiçoar a psicologia escolar no Brasil, muito pouco divulgada até então(WECHSLER,2001).

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• A ABRAPEE (Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional) se posiciona quanto à compreensão de Psicologia Escolar e Educacional, atestando que “entende por psicólogos escolares e educacionais aqueles profissionais que, devido a sua preparação universitária em psicologia e experiências subseqüentes nas áreas escolar e/ou educacional, trabalham para melhorar o processo ensino-aprendizagem no seu aspecto global (cognitivo, emocional, social e motor) através de serviços oferecidos a indivíduos, grupos, famílias e organizações” (JOLY, 2000, p. 52).

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• De acordo com a ABRAPEE a distinção entre psicologia escolar e psicologia educacional, está calcada no fato da atuação do psicólogo escolar estar mais voltada para intervenção na prática, enquanto que a do psicólogo educacional se direciona, geralmente, para as áreas de ensino e pesquisa.

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O PAPEL DO PSICÓLOGO ESCOLAR

• O profissional que trabalha com a psicologia escolar será o psicólogo escolar que, mediante a sua formação, utiliza-se de métodos e técnicas psicológicas para promover a melhora na qualidade e eficiência do processo educacional, visando, não apenas a resolução de um problema, mas também a promoção da saúde mental na escola.

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• Quando se fala em promoção de saúde mental, se fala em promoção de bons relacionamentos interpessoais, boa autoestima, boas condições de aprendizagem/desenvolvimento, facilidade de expressão, acesso à equipe pedagógica, preocupação com os indivíduos e suas limitações.

• psicólogo deve ser não apenas uma pessoa treinada em psicologia, como também treinada em educação, e se não for treinada em ambas é preciso que seja treinada em uma e familiarizada com a outra, para que possa desenvolver o seu trabalho satisfatoriamente, ou seja, capaz de assistir e orientar professores e educadores no trabalho educacional.

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• O psicólogo precisa compreender a criança mediante o seu processo de desenvolvimento, saber em qual estágio se encontra, que toda criança passa por processos de mudanças e de que convive não apenas no ambiente escolar, mas também em um contexto externo a este que é o seu lar (ambiente social e familiar) composto por diversas relações.

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Masini (1981) o papel do psicólogo escolar se baseia em:

1. Desempenhar um papel importante no processo educativo através de sua atuação profissional, fundamentalmente preventiva;

2. Ter uma formação de alto nível teórico, uma vez que deverá estar devidamente capacitado e qualificado para enfrentar diversas situações, problemas e dificuldades de adaptação e aprendizagem escolar;

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3. Programar sistematicamente estágios supervisionados, pois o psicólogo escolar deve não somente dominar as técnicas de observação e de avaliação psicológica, como ter tido experiências relacionadas à dinâmica das estruturas escolares, a ênfase deve ser dada aos estudos práticos da psicologia evolutiva, diferencial, social, da aprendizagem e à revisão contínua das técnicas de pesquisa e de avaliação psicológica;

4. Ser criteriosamente selecionado, pois necessita ter significativo interesse por problemas da educação e particular motivação pelo estudo e soluções dos problemas de desenvolvimento, ajustamento e aprendizagem escolar;

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• 5. Colaborar na elaboração do programa de testes adotados na escola, pois a atuação do psicólogo escolar num serviço de psicologia escolar atingirá alunos, professores e pais, cabendo a ele a tarefa da avaliação, diagnóstico e orientação psicológica; 6. Utilizar o processo do exame psicológico analítico, pois oferece maiores recursos para um diagnóstico e prognóstico escolar válido; 7. Desenvolver pesquisas no campo da educação, bem como a elaboração de testes específicos que tragam contribuição real para o campo da psicologia escolar.

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• A atuação do psicólogo não pode se restringir ao diagnóstico, ou relatório aos pais ou professores, como já dito anteriormente, é preciso que mediante estes levantamentos proporcione um ambiente favorável para o crescimento e desenvolvimento da criança, promovendo a saúde mental desta (PATTO, 1997).

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• São inúmeras as possibilidades práticas de intervenção do psicólogo escolar, podendo trabalhar a questão da avaliação em contexto escolar, com a administração de testes, inventários, escalas e questionários para o levantamento das mais variadas questões, sempre com a finalidade de desenvolver algo que seja útil no estudo de crianças e jovens, relacionando entre outras coisas a utilidade dos testes, a validade destes no Brasil, já que muitos são produzidos em outras realidades .

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Agente de mudanças• o psicólogo educacional pode buscar a

mobilização da comunidade escolar com a finalidade de pensar juntos sua realidade, suas reais funções, organização, funcionamento e relações mantidas com outras instituições e estrutura social, bem como questionar as relações e comunicações interpessoais estabelecidas no meio escolar, começando com a organização de equipes multiprofissionais realmente atuantes.

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Participar da elaboração de currículos e programas educacionais

• Esta característica foi baseada no Plano de Carreira, Cargos e Salários (P.C.C.S.) e constata-se que a atuação do psicólogo seria a de questionar juntamente com a equipe técnica pedagógica os fatores culturais, sociais e econômicos de sua comunidade escolar, visando a qualidade de ensino, tanto em relação a satisfação dos profissionais da educação quanto do rendimento e satisfação do aluno, podendo reduzir repetência e evasão escolares, pela motivação adequada e fundamentada em preceitos técnicos científicos bem como sócio-psíquico-pedagógicos reais.

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Supervisionar e acompanhar a execução de programas de reeducação psicopedagógicas

• as dificuldades de aprendizagem observadas nos alunos do primeiro ano e as retenções nas séries iniciais do ensino fundamental, pressupõem comprometimentos a serem diagnosticados pelos técnicos da educação, de acordo com suas competências. Ao psicólogo escolar cabe a elucidação das causas, dinâmica e conseqüência psicológica de tais processos, de cunho emocional ou maturacional.

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• A formação do psicólogo escolar habilita-o a atuar nas áreas clínica, organizacional e escolar, distintas nas atribuições de atuação mas fundamentadas no núcleo comum de conhecimentos que dá subsídios teórico-metodológicos, técnicas e instrumentos capazes de compreender e auxiliar na adequação o comportamento humano de acordo com parâmetros científicos e sociais

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VISÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ACERCA DO PSICÓLOGO ESCOLAR

• As atribuições do psicólogo escolar embora bem definidas trazem um componente histórico-social do repertório de ações clínicas onde, na praxe popular, entende-se que são ações de onipotência e soluções mágicas.

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1 – Diagnosticar e acompanhar clinicamente profissionais e alunos problemas:

• deseja-se que a cada impasse comportamental de alunos ou profissionais da escola o psicólogo seja chamado para analisar, diagnosticar e dar solução voltada a adaptação e ao ajustamento do indivíduo problema à dinâmica de relações existentes naquele meio inquestionável e imutável, visando a não reincidência do comportamento.

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2 – Dar soluções imediatas aos problemas comportamentais

• as expectativas dos profissionais da educação de soluções mágicas por parte do psicólogo, onde o simples fato dele olhar para o indivíduo poderia capacitá-lo a desvendar segredos (adivinhação), são tão explícitos que as verbalizações utilizadas são cotidianas e despojadas de qualquer crítica ou auto-censura, denotando absoluta certeza e alto grau de conhecimento do papel do psicólogo. As atitudes na entrega do problema, geralmente acompanhadas pela frase veja o que você faz com ele pois eu já não o agüento mais em sala, pressupõem ser desnecessário o fornecimento de informações e formulação da queixa, reforçando a crença de que o psicólogo pode e deve descobrir tudo.

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3 – Resistência às soluções propostas pelo psicólogo escolar:

• no ambiente escolar em que a estrutura das relações já está definida, onde os profissionais já adaptaram seus procedimentos às condições existentes, às concessões mútuas, à antigüidade de posto, utilizando a posse do diploma e a intransigência como argumentos de verdades absolutas e inquestionáveis, o psicólogo como elemento novo neste ambiente sofre resistência quando propõe questionar a situação vigente. Esta resistência denota inflexibilidade e insegurança, características de indivíduos inseridos em ambientes aparentemente imutáveis.

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• A não satisfação de tais expectativas gera frustração e rejeição ao psicólogo, podendo este ser entendido como incompetente e desnecessário ao meio escolar. Cabe-lhe esforço e habilidade na negociação para conquista do espaço e criação de clima de mútua confiança a fim de que, como agente de mudança, possa provocá-las neste meio resistente e ávido por psicoterapias, ajuda a desajustados sociais, portadores de distúrbios emocionais e de conduta e deficientes de ordem motora, os quais não raros são trazidos com o diagnóstico já discutido e elaborado pelos servidores.