05-Urbanizao No Brasil

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Geografia Editora Exato 28 URBANIZAÇÃO BRASILEIRA 1. URBANIZAÇÃO E CRESCIMENTO URBANO Urbanização: Urbanização: Urbanização: Urbanização: Aumento do número de pessoas na ci- dade em relação ao campo. Crescimento Urbano Crescimento Urbano Crescimento Urbano Crescimento Urbano: Crescimento do número de pes- soas na cidade. Esse crescimento pode ser vertical e /ou hori- zontal. Ano Meio urbano Meio rural 1980 1985 1990 1995 100 pessoas 110 pessoas 120 pessoas 125 pessoas 50 pessoas 40 pessoas 40 pessoas 42 pessoas Dados aleatórios de exemplificação Segundo os dados da tabela entre os anos de 1980 e 1985 ocorreu o processo de urbanização, ou seja, transferên- cia de pessoas do campo para a cidade, nesse mesmo perío- do também ocorreu o crescimento urbano, que significa crescimento de pessoas na cidade. Entre os anos de 1985 e 1990 ocorreu o crescimento urbano, aumento de pessoas na cidade, contudo não ocorreu a urbanização, pois não houve saída de pessoas do campo para a cidade. Esse crescimento ocorreu pela natalidade na cidade. Entre 1990 e 1995 ocorreu tanto crescimento urbano quanto rural, pois nas duas áreas houve crescimento popula- cional. Brasil: taxa de urbanização por regiões (%) Regiões 1950 1970 2000 Sudeste 44,5 72,7 90,5 Centro-Oeste 24,4 48,0 86,7 Sul 29,5 44,3 80,5 Norte 31,5 45,1 69,7 Nordeste 26,4 41,8 69,0 Brasil 36,2 55,9 81,2 2. HISTÓRICO DA URBANIZAÇÃO BRASI- LEIRA Século XVI As primeiras cidades brasileiras surgiram ao longo do litoral, pelo fluxo comercial da produção do açúcar que iria abastecer a metrópole. Embora a produção de cana-de- açúcar se realizasse no campo, a sua comercialização levou ao desenvolvimento de uma atividade urbana. Grande parce- la dessas cidades se tornou centros comerciais e políticos- administrativos, como no caso de Salvador. A lavoura canavi- eira permitiu apenas um pequeno crescimento urbano, fato marcante no Brasil por cerca de dois séculos. Essas poucas ci- dades localizadas no litoral, tinham como base econômica as exportações, no sentido de que, o mercado interno era alta- mente deficiente, pois uma grande parcela da população (es- cravos) não possuía renda para consumir. Século XVIII Com a descoberta de ouro na região central do Brasil, houve a mudança do eixo econômico do litoral para o interi- or, o que fez surgir uma quantidade significativa de pequenas e médias cidades. Embora a mineração tenha propiciado um crescimento urbano considerável, várias das cidades formadas entraram em crise com a estagnação da atividade nas minas. Esse fator fez com que no Brasil, nessa época, não fosse de- senvolvida cidades de médio porte. Século XIX Com o ciclo do café houve o retorno do crescimento de cidades de médio e pequeno porte. Essa atividade também proporcionou o crescimento de muitas cidades, principalmente no eixo Rio – São Paulo - Paraná. Uma das grandes cidades que se desenvolveu nesse período foi São Paulo, que hoje é maior metrópole brasileira. Século XX A urbanização só se tornou algo significativo no Brasil durante a industrialização. Nesse período houve um forte fluxo de pessoas do campo para cidade (êxodo rural). Durante as décadas de 1960 e 1970, o Brasil tornou-se um país urbano, sendo essa urbanização caracterizada como uma urbanização recente. 18 7 2 189 0 190 0 1 920 19 40 1950 1960 197 0 1980 19 91 20 00 80 70 60 50 40 30 20 10 % 5,9% 9,4% 6,8% 10,7% 31,24% 45,08% 36,16% 56% 65,1% 81,2% 75,6% Brasil: População Urbana (1872-2000) 3. CIDADES Possui várias denominações: Segundo o aspecto político-administrativo cidade é a sede do município; Segundo a ONU para ser considerado cidade o local deve possuir mais habitantes do que o anteriormente planeja- do. 4. FORMAÇÃO DAS CIDADES Cidades Espontâneas: Cidades Espontâneas: Cidades Espontâneas: Cidades Espontâneas: Esse constitui o maior grupo de cidades. Essas cidades são formadas a partir de fatores como mineração, desenvolvimento de rodovias, arraiais, bases mili- tares, missões jesuíticas, dentre outras. Cidades Planejadas: Cidades Planejadas: Cidades Planejadas: Cidades Planejadas: São cidades formadas a partir de um prévio estudo espacial, são cidades que possuem funções definidas desde sua formação: Brasília-DF, Palmas-TO, Goiâ- nia-GO, Aracaju-SE, Belo Horizonte-MG e Washington-EUA. 5. FUNÇÕES DA CIDADE Cidades Político Cidades Político Cidades Político Cidades Político-administrativas administrativas administrativas administrativas: Têm como função principal sediar órgãos públicos, principalmente governos. E- xemplo: Brasília-DF, Washington (EUA).

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Geografia

Editora Exato 28

URBANIZAÇÃO BRASILEIRA 1. URBANIZAÇÃO E CRESCIMENTO URBANO

Urbanização: Urbanização: Urbanização: Urbanização: Aumento do número de pessoas na ci-dade em relação ao campo.

Crescimento UrbanoCrescimento UrbanoCrescimento UrbanoCrescimento Urbano: Crescimento do número de pes-soas na cidade. Esse crescimento pode ser vertical e /ou hori-zontal.

Ano Meio urbano Meio rural1980198519901995

100 pessoas110 pessoas120 pessoas125 pessoas

50 pessoas40 pessoas40 pessoas42 pessoas

Dados aleatórios de exemplificação Segundo os dados da tabela entre os anos de 1980 e

1985 ocorreu o processo de urbanização, ou seja, transferên-cia de pessoas do campo para a cidade, nesse mesmo perío-do também ocorreu o crescimento urbano, que significa crescimento de pessoas na cidade.

Entre os anos de 1985 e 1990 ocorreu o crescimento urbano, aumento de pessoas na cidade, contudo não ocorreu a urbanização, pois não houve saída de pessoas do campo para a cidade. Esse crescimento ocorreu pela natalidade na cidade.

Entre 1990 e 1995 ocorreu tanto crescimento urbano quanto rural, pois nas duas áreas houve crescimento popula-cional.

Brasil: taxa de urbanização por regiões (%) Regiões 1950 1970 2000

Sudeste 44,5 72,7 90,5 Centro-Oeste 24,4 48,0 86,7 Sul 29,5 44,3 80,5 Norte 31,5 45,1 69,7 Nordeste 26,4 41,8 69,0 Brasil 36,2 55,9 81,2

2. HISTÓRICO DA URBANIZAÇÃO BRASI-LEIRA

Século XVI As primeiras cidades brasileiras surgiram ao longo do

litoral, pelo fluxo comercial da produção do açúcar que iria abastecer a metrópole. Embora a produção de cana-de-açúcar se realizasse no campo, a sua comercialização levou ao desenvolvimento de uma atividade urbana. Grande parce-la dessas cidades se tornou centros comerciais e políticos-administrativos, como no caso de Salvador. A lavoura canavi-eira permitiu apenas um pequeno crescimento urbano, fato marcante no Brasil por cerca de dois séculos. Essas poucas ci-dades localizadas no litoral, tinham como base econômica as exportações, no sentido de que, o mercado interno era alta-mente deficiente, pois uma grande parcela da população (es-cravos) não possuía renda para consumir. Século XVIII

Com a descoberta de ouro na região central do Brasil, houve a mudança do eixo econômico do litoral para o interi-or, o que fez surgir uma quantidade significativa de pequenas

e médias cidades. Embora a mineração tenha propiciado um crescimento urbano considerável, várias das cidades formadas entraram em crise com a estagnação da atividade nas minas. Esse fator fez com que no Brasil, nessa época, não fosse de-senvolvida cidades de médio porte. Século XIX

Com o ciclo do café houve o retorno do crescimento de cidades de médio e pequeno porte. Essa atividade também proporcionou o crescimento de muitas cidades, principalmente no eixo Rio – São Paulo - Paraná. Uma das grandes cidades que se desenvolveu nesse período foi São Paulo, que hoje é maior metrópole brasileira. Século XX

A urbanização só se tornou algo significativo no Brasil durante a industrialização. Nesse período houve um forte fluxo de pessoas do campo para cidade (êxodo rural). Durante as décadas de 1960 e 1970, o Brasil tornou-se um país urbano, sendo essa urbanização caracterizada como uma urbanização recente.

1872

1890

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%

5,9%9,4%6,8%

10,7%

31,24%

45,08%

36,16%

56%

65,1%

81,2%

75,6%

Brasil: População Urbana (1872-2000)

3. CIDADES

Possui várias denominações: Segundo o aspecto político-administrativo cidade é a

sede do município; Segundo a ONU para ser considerado cidade o local

deve possuir mais habitantes do que o anteriormente planeja-do.

4. FORMAÇÃO DAS CIDADES

Cidades Espontâneas:Cidades Espontâneas:Cidades Espontâneas:Cidades Espontâneas: Esse constitui o maior grupo de cidades. Essas cidades são formadas a partir de fatores como mineração, desenvolvimento de rodovias, arraiais, bases mili-tares, missões jesuíticas, dentre outras.

Cidades Planejadas: Cidades Planejadas: Cidades Planejadas: Cidades Planejadas: São cidades formadas a partir de um prévio estudo espacial, são cidades que possuem funções definidas desde sua formação: Brasília-DF, Palmas-TO, Goiâ-nia-GO, Aracaju-SE, Belo Horizonte-MG e Washington-EUA.

5. FUNÇÕES DA CIDADE

Cidades PolíticoCidades PolíticoCidades PolíticoCidades Político----administrativasadministrativasadministrativasadministrativas: Têm como função principal sediar órgãos públicos, principalmente governos. E-xemplo: Brasília-DF, Washington (EUA).

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Cidades Históricas e CulturaisCidades Históricas e CulturaisCidades Históricas e CulturaisCidades Históricas e Culturais: Ligado também à cida-des turísticas, mas com um enfoque mais sócio-cultural. E-xemplos: Ouro Preto-MG e PirenópolisPirenópolisPirenópolisPirenópolis----GOGOGOGO.

Cidades MilitaresCidades MilitaresCidades MilitaresCidades Militares: Quando abriga ou abrigou instala-ções militares. Exemplos: Resende-RJ, Natal-RN.

Cidades TurísticasCidades TurísticasCidades TurísticasCidades Turísticas: Quando a cidade vive principal-mente em função do turismo, fato crescente no Brasil. Exem-plos: Bonito-MS e Fernando de Noronha-PE.

Cidades PortuáriasCidades PortuáriasCidades PortuáriasCidades Portuárias: Destacam-se pela importância dos seus portos. Exemplos: Santos-SP, Paranaguá-PR e Itaquí-MA.

Cidades IndustriaisCidades IndustriaisCidades IndustriaisCidades Industriais: Cidades que possuem como pilar central de desenvolvimento o setor industrial. Exemplos: Cuba-tão-SP, Volta Redonda-RJ, Chicago-USA.

Cidades Comerciais:Cidades Comerciais:Cidades Comerciais:Cidades Comerciais: Quando o setor comercial é o ponto chave do desenvolvimento da cidade. Exemplos: Carua-ru-PE, Campina Grande-PB, Feira de Santana-BA.

Cidades ReligiosasCidades ReligiosasCidades ReligiosasCidades Religiosas: Quando o destaque maior é a presença de aspectos relacionados às religiões. Exemplos: Fá-tima (Portugal), Aparecida do Norte-SP, Meca (Arábia Saudita) e Jerusalém (Oriente Médio).

Cidades UniversitáriasCidades UniversitáriasCidades UniversitáriasCidades Universitárias: Cidades que dependem bas-tante das universidades que atraem um grande número de pessoas e movimentam o seu comércio. Exemplos: Campinas-SP e Uberaba-MG

Uma cidade de um porte maior normalmente possui uma dinâmica espacial muito grande, o que determina que ela possua uma integração de vários fatores, ou seja, uma ci-dade como o Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que é uma cidade turística, se caracteriza como uma cidade comercial e portuária, São Paulo é uma cidade industrial, comercial e uni-versitária, dentre outras funções presentes na cidade.

6. REDE URBANA BRASILEIRA

A relação de cidades ou regiões dentro de um sistema político, econômico, cultural e social caracteriza a rede urba-na, que se integra dentro de uma hierarquia de desenvolvi-mento das cidades. A rede urbana possui como centro polarizador uma grande cidade, com economia mais desen-volvida e diversificada.

O processo de urbanização intensiva no Brasil é bas-tante recente, e marcado pela industrialização. Essa caracteri-zação fez com que a rede urbana se tornasse concentrada no eixo São Paulo – Rio de Janeiro.

Atualmente essas cidades são os grandes centros da dinâmica político-econômica do Brasil.

7. HIERARQUIA DAS METRÓPOLES

� Metrópoles NacMetrópoles NacMetrópoles NacMetrópoles Nacionais:ionais:ionais:ionais: As duas metrópoles nacio-nais brasileiras são o Rio de Janeiro e São Paulo. Essas duas cidades possuem o ditame de serem metrópoles nacionais por possuírem uma grande dinâmica de prestação de serviços especializados (instituições financeiras, laboratórios, universida-des, recursos médicos avançados…). No Brasil al-guns dos serviços mais modernos e os produtos industrializados de maior tecnologia são encontra-dos nessas metrópoles. São Paulo, que é a maior metrópole do país, é destacada como uma cidade que “não dorme”, tal é a dinâmica espacial pre-sente nessa metrópole.

� Metrópoles Regionais: Metrópoles Regionais: Metrópoles Regionais: Metrópoles Regionais: As metrópoles regionais possuem uma influência sobre outras cidades da região. Cidades como Belo Horizonte, Porto Ale-

gre, Salvador, Recife, Fortaleza são caracterizadas como metrópoles regionais. Uma metrópole regio-nal que possui uma caracterização diferenciada é Brasília que é uma metrópole regional incompleta por não possuir um forte parque industrial.

� Centros Regionais:Centros Regionais:Centros Regionais:Centros Regionais: São centros polarizados das metrópoles nacionais e regionais, contudo partici-pam da influência regional. São exemplos: Campi-nas-SP, Curitiba-PR, Goiânia-GO.

� Centros Locais: Centros Locais: Centros Locais: Centros Locais: São centros que atuam sobre as pequenas cidades. Exemplos: Unaí-MG e Porto Ve-lho-AM.

Relações entre as cidades em uma rede urbana

Metrópole nacional

Metrópole regional

Centro regional

Cidade local

Vila

Metrópolenacional

Metrópole regional

Centro regional

Cidade local

Vila

Esquema clássico Esquema atual

8. CONCEITOS IMPORTANTES

Área metropolitana: Área metropolitana: Área metropolitana: Área metropolitana: Forma-se a partir de um cresci-mento econômico ou industrial, onde a cidade cresce esten-dendo seu espaço às áreas vizinhas, temos como exemplo a Grande São Paulo (SP, o ABCD, mais cidades como Osasco, Guarulhos, dentre outras), o Grande Rio (RJ, Niterói, Baixada Fluminense, Duque de Caxias, São João do Meriti, dentre ou-tros). Atualmente o Distrito Federal foi determinado como área metropolitana (Brasília e o entorno). Essa organização baseia-se em um conjunto de municípios com serviços públicos de in-fra-estrutura social e econômica comuns. São grandes espa-ços urbanos integrados seja quanto ao aspecto físico, seja quanto aos funcionais de uma metrópole que exerce o papel dirigente.

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Geografia

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São Paulo - Região Metropolitana

Capital de estadoSede de municípioLimite de município

São Lourençoda Serra

Embu-Guaçu

Itapecericada Serra

Vargem Grande Paulista

Cotia

Embu

Taboãoda Serra Diadema

Itapevi

Jandira OsascoCarapicuíba

Barueri

Santana doParnaíba

Pirapora doBom Jesus

Cajamar

Caieiras

MoratoFrancoda Rocha

Mairiporã

Arujá

Santa Isabel

GuararemaItaquaquecetuba

PoáSuzano

Ferraz deVasconcelos

São Caetano do SulSanto André

MauáSão Bernardodo Campo

Ribeirão PiresRio Grande da Serra

Guarulhos

São Paulo

Biritiba-Mirim

Moji das CruzesSalesópolis

Francisco

Juquitiba

Rio de Janeiro - Região Metropolitana

Capital de estadoSede de municípioLimite de município

ParacambiJaperi

SeropédicaQueimados

NovaIguaçu

Nilópolis

Duque de Caxias

Belford Roxo

São Joãode Meriti Ilha do

Governador

Magé

Itaboraí

SãoGonçalo

Tanguá

Guapimirim

MaricáNiteróiRio de Janeiro

Itaguaí

Mangaratiba

� Macrocefalismo:Macrocefalismo:Macrocefalismo:Macrocefalismo: Crescimento rápido e exagerado das cidades, gerando problemas da estrutura ur-bana e espacial.

� MegalópoleMegalópoleMegalópoleMegalópole: União de grandes metrópoles for-mando verdadeiras áreas superurbanizadas. O termo megalópole, significa grande cidade. Temos como exemplo Washbost (EUA), Tokaido (Japão). O Brasil ainda não apresenta uma megalópole, contudo caminha a passos largos no eixo Rio-São Paulo-Belo Horizonte.

Megalópole atlântica dos Estados Unidos

ESTADOS UNIDOS

OceanoPacífico

OceanoAtlântico

Boston

Nova York

FiladélfiaBaltimore

Washington

Área de megalópole atlântica

As maiores cidades

O

N

L

S

Escala0 480 960km

Géographie terminales. Paris, 1995

Megalópole japonesa

Mar doJapão

OceanoPacífico

Kanazawa

Iwaki

Tóquio

Kawasaki

YokohamaNagóia

Hamamatsu

Kioto

OsakaKobeOkayama

Hiroxima

Kiakiushu

Fukuoka

Nagasaki

KumamotoDensidade demográfica superior a 500 hab./km2

Ferrovia de alta velocidade (Shinkansen)

Nota: o tamanho do círculo varia de acordo com o número de habitantes.

Escala0 85 170km

O

N

L

S

Historie/Geographie 5. Paris, Hachette, 1997

Megalópole em formação

Limeira

Moji-Guaçu

Moji-Mirim

Americana

Campinas

Jundiaí

Itu

SorocabaSÃO PAULO

Guarulhos

Osasco

DiademaSantos André

Mauá

São Bernardo do Campo

Cubatão

São vicenteSantos

Atibaia

SÃO PAULO

Gragança Paulista

MINAS GERAIS

Camposdo Jordão

Pindamonhagaba

Taubaté

São José dos Campos

Jacareí

Moji das Cruzes

Ubatatuba

Parati

Guaratinguetá

Lorena

Cruzeiro

Resende Volta Redonda

Angrados Reis

Itaguaí

Barra do Piraí

PetrópolisTeresópolis

Nova Iguaçu

RIO DE JANEIRO

Duque de Caxias

Magé

S. Joãodo Meriti

SãoGonçalo

Itaboraí

Niterói

RIO DE JANEIRO

São Sebastião

Caraguatatuba

OCEANO ATLÂNTICO

População das Cidades

10.000.000 hab.

5.000.000

1.000.000

500.000

0 30km

São Caetano do Sul

Nilópolis

IBGE, Estimativa populacional 1998

� Cortiço: Muito presente em grandes cidades, se tornou uma grande saída para a população de baixa renda que busca moradia em um local no centro. Os cortiços normalmente estão localizados em áreas considerados decadentes pelo mercado imobiliário. Esses prédios, galpões e edifícios, na sua maioria sem infra-estrutura, são divididos por várias famílias, que não possuem renda para ad-quirir um imóvel ou para pagar um aluguel.

� SuburbanizaçãoSuburbanizaçãoSuburbanizaçãoSuburbanização: condomínios residenciais em á-reas periféricas.

� Periferização:Periferização:Periferização:Periferização: Concentração de pessoas em áreas periféricas, nem sempre pessoas de baixa renda.

� Cornubação: Cornubação: Cornubação: Cornubação: Crescimento de uma grande cidade que pode gerar o encontro de espaços urbanos.

Limeira

Americana

CampinasValinhos

Monji-GuaçuMonji-Mirim

IndaiatubaJundiaíVárzea

Francisco MoratoGuarulhos

SaltoItu

Sorocaba Osasco

CotiaSão Roque

São BernadoItapecericada Cerra Cubatão

São Vicente

São Caetano do sulSanto AndreMauá

BertiogaSantosGuarujaPraia Grande

GuaratinguetáAparecida

PindamonhangabaTaubaté

CaçapavaSão José dos Campos

JacareíUbatuba

Parati

CaraguatatubaSão Sebastião

Angra dos Reis

I. de São Sebastião

ResendeCruzeiro

Cachoeira Paulista

Lorena

Barra Mansa

VoltaRedonda

Barra do PiraíTerezópolis

Petrópolis

Duque de CaxiasMajéItaboraí

Nova IguaçuItaguai Nilópolis

S. João do Meriti

São Gonçalo

Niterói

O eixo Rio - São Paulo

Oceano Atlântico

Anterior a 1980Após 1980Rodovia

Urbanização

Fonte: IBGE, Atlâs nacional do Brasil. p.XV2

9. CAUSAS DA URBANIZAÇÃO

No Brasil, o desenvolvimento da urbanização obteve grande força a partir da década de 1930, quando o desen-volvimento industrial se intensifica, acarretando o crescimento rápido das cidades, principalmente do Sudeste por receberem

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a população do campo, atraída pela indústria e pela possibi-lidade de novas oportunidades. Outro fator de grande impor-tância para o processo de urbanização foram as transformações ocorridas no campo, como a mecanização que também determinam o êxodo rural.

� Êxodo Rural � Busca de melhores condições de vida Os conseqüências da urbanização:

Problemas Sociais - Violência Urbana; - Moradia (crescimento de favelas, invasões e áreas

periféricas); - Desemprego e crescimento do subemprego; - Diminuição da qualidade dos serviços públicos.

10. CONSEQÜÊNCIAS DA URBANIZAÇÃO

Recentemente o processo de urbanização abrange quase todas as partes do país, contudo o processo de urbani-zação brasileira foi acelerado e caótico, proporcionando grandes problemas sociais e econômicos. As cidades atual-mente atravessam graves problemas como a falta de moradia, o amplo desemprego, a violência urbana, a diminuição da qualidade dos serviços públicos o que acaba desencadeando uma má qualidade de vida.

11. OUTROS ASPECTOS

O processo de urbanização é geral no Brasil, contudo não se apresenta de maneira uniforme. Do ponto de vista re-gional se apresentam fortes diferenças no ritmo da transferên-cia de pessoas do campo para a cidade. As desigualdades no ritmo da urbanização refletem as disparidades econômicas re-gionais e a própria inserção diferenciada de cada região na economia nacional.

O Brasil atualmente apresenta uma forte processo de interiorização, as cidades de médio porte estão apresentando um índice de crescimento populacional superior às grandes metrópoles, o que tem determinado alterações na política de planejamento urbano.

A partir de 1971, todas as cidades brasileiras com mais de 20.000 habitantes ficaram obrigadas a criar uma Lei de Zoneamento Urbano, para organizar o uso do solo no mu-nicípio. Muitas vezes essa lei é desrespeitada, seja por subor-no ou alterações feitas pelas câmaras municipais. Quando isso ocorre são inseridos mecanismos como shoppings, pré-dios diferenciados, casas noturnas em zonas residenciais, além de outras infrações que comprometem a qualidade de vida da população local.

No âmbito mundial, o processo de urbanização é mais acelerado nos países subdesenvolvidos, ainda assim a popu-lação mundial ainda se concentra no campo.

12. LEITURA COMPLEMENTAR

São Paulo dá medo Nova York me ensinou a sentir medo do futuro de São

Paulo -medo porque as duas cidades são muito parecidas. (...) São Paulo reproduz com semelhança a experiência de Nova York. Apesar do notável crescimento da economia americana acompanhada de inflação baixa (...), o desemprego na cidade tem quase o dobro da taxa nacional, hoje em 5,3%. Nova York é salpicada de bolsões de miséria e violência. O bairro do Harlem, por exemplo, tem 30% de desempregados. Entre jovens, a porcentagem sobe para espantosos 60%, o que ex-

plica por que, ali, os traficantes encontram tanta mão-de-obra. Como São Paulo, Nova York recebe o choque das no-vas tecnologias, reduzindo a necessidade de tantos trabalha-dores; a indústria perdeu importância e muitas fábricas mudaram-se para outras regiões. Esse coquetel jogou na de-sesperança os operários que, por falta de qualificação, não conseguiram se reciclar; o sentimento de marginalidade trans-formou os bairros em cenários de guerra.

A população carcerária bate recorde. Nunca tanta gente esteve presa na cidade.

O medo sobre o futuro de São Paulo ocorre não por causa das semelhanças com Nova York, mas pela diferença.

Em Nova York, para amortecer o impacto do desem-prego, 1,5 milhão de pessoas numa cidade de 7 mi-lhões de habitantes recebe diariamente ajuda assistencial do governo; ganham renda mensal de, no mínimo, US$ 600, a-lém de comida, sem contar assistência médica e odontológica gratuita-( ) Se Nova York, com toda essa rede de proteção social, tem dificuldades para reduzir a pobreza, imagine São Paulo.

(Gilberto Dimenstein, Folha de S.Paulo,14/8/96.)

A coleta de lixo em Tóquio Tóquio, a maior cidade do mundo, é também a pri-

meira produtora mundial de lixo (...). Desde 1950 um método especial de coleta foi colocado em prática: o lixo é dividido em duas partes, sendo que a triagem é incumbência dos cida-dãos. Os detritos combustíveis são recolhidos três vezes por semana e queimados em 12 usinas de incineração espalhadas pela cidade (já se faz necessário construir a 13°); os não-combustíveis, recolhidos uma vez por semana, são usados pa-ra preencher os pôlderes da baía de Tóquio. Como o regula-mento para triagem não foi totalmente respeitado, uma decisão da municipalidade de 1° de janeiro de 1994 determi-nou o uso de sacos transparentes para o lixo destinado à inci-neração. Foi uma maneira de fazer o japonês sentir sua responsabilidade na solução dos problemas municipais!

(J. Beaujeu-Garnier, Géographie urbaine, Armand Colin, Paris, 1995.)

Como a cidade de Tóquio resolveu o problema da coleta de lixo? Como este problema é resolvido em São Paulo?

EXERCÍCIOS

1 O que é urbanização? E quais são as causas desse pro-cesso? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 Destaque quais são os fatores para determinar que uma cidade seja considerada metrópole nacional. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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3 Interessantes soluções habitacionais têm surgido nas ci-dades brasileiras. Em Porto Alegre, sete garotos comparti-lham um novo tipo de condomínio. (…) diferente de outros condomínios do gênero, este é central, está a um passo dos bancos, lojas, escritórios.

(Moacyr Scliar, Folha de São Paulo, 08/05/1999) Esse texto faz referência a alguns garotos que vivem

nos esgotos de Porto Alegre — os ninjas do esgoto. Compare a “solução habitacional” encontrada pelos me-ninos com os condomínios de alto padrão. a) Explique o porquê da presença nas grandes cidades, de “soluções habitacionais” tão diferenciadas.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Por que os condomínios de alto padrão, muitas vezes fora do centro sócio-econômico da cidade, têm-se a-presentado como opção de moradia para uma parcela da população?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4 Interprete a frase: A urbanização é um fenômeno mundial, contudo ele não aconteceu ocorreu em todos os países na mesma época. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5 Quais são as principais conseqüências de um amplo e acelerado processo de urbanização. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

MÚLTIPLA ESCOLHA

1 Dentre as opções abaixo quais são as cidades classifica-das como metrópoles nacionais: a) Belo Horizonte e Manaus; b) Recife e Olinda; c) Porto Alegre e Goiânia; d) Rio de Janeiro e São Paulo; e) Teresina e Belém.

2 As cidades possuem determinadas funções que as carac-terizam. Dentre as cidades abaixo qual possui função po-lítico-administrativa: a) São Paulo; b) Brasília; c) Ouro Preto; d) Santos;

e) Fortaleza.

3 Sobre a rede urbana brasileira é incorreto afirmar que: a) É uma rede extremamente bem organizada, possuindo uma integração dos vários tipos de transporte, como o rodoviário, ferroviário, hidroviário e o aéreo.

b) Concentra-se na região centro-sul. c) É marcado por uma hierarquia de importância econô-mica e política.

d) A rede urbana possui como centro polarizador uma grande cidade, com economia mais desenvolvida e di-versificada.

e) O processo de urbanização intensiva no Brasil é bas-tante recente, e marcado pela industrialização. Essa ca-racterização fez com que a rede urbana se tornasse concentrada no eixo São Paulo – Rio de Janeiro.

4 No Sudeste brasileiro, no Vale do Paraíba, entre as me-trópoles de São Paulo e Rio de Janeiro, encontra-se uma extensa área urbanizada que se estende também para o noroeste de São Paulo, abrangendo Campinas e Limeira. A concentração descrita corresponde ao processo de for-mação do que se costuma denominar: a) enclave urbano; b) cornubação; c) terceirização urbana; d) rede urbana; e) megalópole.

5 No que se refere à formação, existem as cidades classifi-cadas como espontâneas e as classificadas como plane-jadas; dentre as opções abaixo, qual não é classificada como planejada: a) Brasília-DF; b) Goiânia-GO; c) Aracaju –SE; d) Palmas-TO; e) São Paulo-SP.

GABARITO

1 D

2 B

3 A

4 B

5 E

QUESTÕES OBJETIVAS

1 Com relação ao processo de urbanização brasileiro, jul-gue os itens em V ou F: ���� A partir da década de 60, a integração do território

pelas redes de transportes e comunicações e pelo mer-cado permitiu que a urbanização brasileira se tornasse, espacialmente, um fenômeno generalizado.

���� Entre as décadas de 60 e 80, a urbanização alcançou o estágio de metropolização, com o aumento do nú-mero de cidades com mais de 1 milhão de habitantes.

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Geografia

Editora Exato 33

���� Durante as décadas de 60 e 70, a aceleração do ritmo de urbanização demonstrou que os setores industrial e financeiro subordinaram e transformaram a agricultu-ra, integrando-a às necessidades do mercado urbano.

���� A partir da década de 80, o ritmo de expansão popu-lacional das metrópoles nacionais diminuiu, devido à tendência de relocalização das empresas, o que esti-mulou o crescimento das cidades médias.

2 Sobre a hierarquia das metrópoles, julgue os itens: ���� Quanto maior a dinâmica espacial, a divisão do traba-

lho e o fluxo econômico, maior será a área de influên-cia da metrópole.

���� Atualmente as áreas que mais se urbanizam são as grandes metrópoles.

���� O Brasil apresenta uma hierarquia urbana onde a concentração de cidades mais importantes ocorre na região geoeconômica do Centro-Sul.

���� Brasília é caracterizada como uma metrópole regional completa.

���� As capitais regionais têm que ser necessariamente ca-pitais político-administrativas dos Estados.

3 Sobre os conhecimentos sobre o processo de urbanização do Brasil, julgue os itens propostos: ���� O processo de urbanização brasileiro foi extremamen-

te descentralizador. ���� A metropolização foi a forma básica da urbanização

brasileira. ���� Nas metrópoles nacionais, Rio de Janeiro e São Paulo,

não ocorreu a cornubação. ���� A crescente urbanização do país inviabilizou as migra-

ções pendulares. ���� O objetivo da criação das regiões metropolitanas foi

ordenar o crescimento das metrópoles.

4 Nas cidades brasileiras, a população vive em situação de miséria, definida pelo conjunto de pessoas com renda in-ferior a 275 dólares anuais por habitante (segundo a ONU), elevando-se de 9,4%, em 1980, para 14,8%, em 1990. Com relação às condições de vida nas cidades do Brasil, julgue os itens abaixo. ���� Verifica-se a existência de dois circuitos econômicos:

parte da população urbana participa das atividades do setor formal da economia, enquanto a maioria vive das atividades relacionadas a um setor terciário infor-mal.

���� Os bens e serviços urbanos, que têm seus custos pa-gos pela coletividade, com o recolhimento de impos-tos, são desigualmente distribuídos no espaço das cidades, existindo zonas extremamente carente desses bens e serviços.

���� A especulação imobiliária é um processo sócio-espacial resultante do mecanismo de valorização da terra privada, a qual incorporam ao seu valor os bene-fícios da instalação de infra-estrutura realizados pelo poder público.

���� O crescimento populacional é um fator que aumenta o nível de miséria da população. Nas últimas décadas a taxa de crescimento brasileira diminuiu muito, o que

possibilitou uma melhoria das condições de vida da população.

���� Com o projeto “Avança Brasil” do governo Fernando Henrique Cardoso, o governo buscam erradicar total-mente as favelas e cortiços que estão se proliferando nas grandes metrópoles brasileiras.

5 A urbanização é um fenômeno espacial que tem como causas transformações sociais e econômicas. Sendo as-sim, julgue os itens a seguir: ���� Quando a porcentagem da população urbana em re-

lação à população total de um país ou de uma região aumenta, verifica-se a ocorrência do processo de ur-banização.

���� A cornubação não é um fenômeno ligado a urbaniza-ção.

���� Uma rede urbana bem estruturada é decorrente do processo de urbanização com industrialização.

���� As mecanizações do campo aliadas à existência de grande oferta de empregos na indústria são apontadas como as principais causas da urbanização nos países subdesenvolvidos.

GABARITO

1 V, V, V, V

2 V, F, V, F, V

3 F, V, F, F, V

4 V, V, V, V, F

5 V, F, F, F