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Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federalde Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar

condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidasneste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta

a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.

Osteoartrite (Artrose): Tratamento

Elaboração Final: 29 de setembro de 2003

Participantes: Coimbra IB, Pastor EH, Greve JMD, Puccinelli MLC,Fuller R, Cavalcanti FS, Maciel FMB, Honda E

Autoria: Sociedade Brasileira de Reumatologia

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DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIAS:Foram utilizados os estudos disponíveis na literatura médica presentes nasseguintes bases de dados, acessíveis através da internet: OVID (EBM-Reviews,incluindo-se as bases de dados da Cochrane) e o Medline, de 1966 atéo presente, através do Pubmed. Foram selecionados trabalhos de meta-aná-lise e estudos duplo-cegos randomizados, quando presentes. Relatos ousérie de casos foram utilizados quando publicados em jornais de reconheci-da idoneidade. As opiniões dos especialistas presentes foram utilizadas emrelação a terapias não disponíveis na literatura e que fossem consideradaspela unanimidade dos presentes como importante para o manejo dos pacientescom osteoartrite. Envio prévio da bibliografia principal aos participantes.Reunião para elaboração do documento. Colocação do rascunho na internetpor dez dias para mudanças. Elaboração final do documento.

GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA:A: Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência.B: Estudos experimentais e observacionais de menor consistência.C: Relatos de casos (estudos não controlados).D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos,estudos fisiológicos ou modelos animais.

OBJETIVOS:Conciliar informações e condutas referentes ao tratamento da osteoartritepelas três principais especialidades envolvidas, reumatologia, fisiatria eortopedia. As condutas consensuais para a maioria dos participantes foramentão agrupadas e constam nas recomendações deste documento.

CONFLITO DE INTERESSE:Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboraçãodesta diretriz estão detalhados na página 294.

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INTRODUÇÃO

A osteoartrite, doença articular degenerativa, artrose ouosteoartrose, como ainda é conhecida no nosso meio, é a doençareumática mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anosde idade. Estudos americanos apontam que mais de 50 milhõesde pessoas apresentam hoje esta enfermidade. No Brasil, não exis-tem dados precisos sobre esta prevalência. Os conhecimentosadquiridos recentemente no conhecimento da fisiopatogenia leva-ram a uma alteração no conceito desta doença. Antes se acredita-va tratar-se de uma doença progressiva, de evolução arrastada,sem perspectivas de tratamento, encarada por muitos como natu-ral do processo de envelhecimento. Hoje, no entanto, é vista comouma enfermidade em que é possível modificar o seu curso evolutivo,tanto em relação ao tratamento sintomático imediato, quanto aoseu prognóstico. É uma das causas mais freqüentes de dor dosistema músculo-esquelético e de incapacidade para o trabalho noBrasil e no mundo. É uma afecção dolorosa das articulações queocorre por insuficiência da cartilagem, ocasionada por umdesequilíbrio entre a formação e a destruição dos seus principaiselementos, associada a uma variedade de condições como: sobre-carga mecânica, alterações bioquímicas da cartilagem e membra-na sinovial e fatores genéticos. A denominação mais aceita inter-nacionalmente da doença é osteoartrite. O termo artrose ainda émuito utilizado, conhecido e associado aos aspectos mecânicos.É uma doença crônica, multifatorial, que leva a uma incapa-cidade funcional progressiva. O tratamento deve ser tambémmultidisciplinar, e buscar a melhora funcional, mecânica eclínica e, por esta razão a realização deste consenso tornou-senecessária. Profissionais que lidam com a enfermidade, das áreasde reumatologia, fisiatria e ortopedia, reuniram-se para a suaelaboração.

TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO

PROGRAMAS EDUCATIVOS1(D)

• Esclarecimento sobre a doença: salientar que a doença nãoé sinônimo de envelhecimento e está relacionada com a capa-cidade funcional, sendo que a intervenção terapêutica traráconsiderável melhora de qualidade de vida.

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• Motivar e envolver o paciente no seu trata-mento, pois o paciente é um agente ativono seu programa de reabilitação.

• A prática de atividades esportivas deve serestimulada, porém, sob orientação de umprofissional habilitado.

• Orientação para cuidados com relação aouso de rampas e escadas.

• Orientação com relação à ergonomia dotrabalho doméstico e/ou profissional.

EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS COM

ORIENTAÇÃO (PRESCRIÇÃO

INDIVIDUALIZADA PELA FISIOTERAPIA)

• Fortalecimento – ganho de massa mus-cular. O fortalecimento do músculoquadríceps deve ser feito nas artrites dojoelho2(A).

• Aeróbios – Condicionamento físico2(A).• Alongamento – Flexibilidade, como parte

da cinesioterapia3(A).

Órteses e equipamentos de auxílio à mar-cha também podem ser indicados quando hánecessidade de melhorar, auxiliar ou substituiruma função4(D).

Estabilização medial da patela, através degoteiras elásticas, é efetiva no tratamento dasintomatologia dolorosa da osteoartritefêmuro-patelar5(A).

Palmilhas anti-varo, associadas à estabili-zação de tornozelo, são eficientes na melhorada dor e função na osteoartrite do comparti-mento medial do joelho6(A).

Agentes físicos – termoterapia7(D),eletroterapia analgésica8(A) e o TENS9(D)são meios coadjuvantes efetivos no tratamento

sintomático da dor, embora as revisões sistemá-ticas apontem a necessidade de novos estudoscom metodologia adequada. Em um estudo derevisão sistemática, o resultado com o uso doultra-som não foi melhor que placebo10(A).

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

O tratamento sempre deve ter uma abor-dagem multifatorial, pois cada vez é maisclaro que a prescrição medicamentosa isola-da não é suficiente para o controle ideal dadoença.

ANALGÉSICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS

• Paracetamol em doses efetivas, isto é, até4g/dia, para se obter analgesia, principal-mente em pacientes com manifestação leveou moderada, é indicado como medicaçãode primeira escolha, ressaltando-se contu-do não utilizá-lo em pacientes com histó-ria de hepatopatias11(D). Segundo a expe-riência dos autores, a dipirona, em nossomeio disponível gratuitamente na redebásica de saúde, pode ser usada com omesmo objetivo (D).

• Inibidores específicos da COX-212(D) ouos antiinflamatórios não seletivos, esses úl-timos associados a inibidor de bomba deprótons ou famotidina13(A), podem serindicados nos casos que apresentam quadroinflamatório evidente.

Em casos cujos fatores de risco estão pre-sentes na tabela1, devem ser utilizados osinibidores específicos da COX-2(D).

Opióides naturais ou sintéticos. Nos ca-sos de má resposta terapêutica aos medicamen-tos anteriores, ou ainda, quando houver

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contra-indicação ao uso de inibidores específi-cos da COX-2 ou aos antiinflamatórios nãoseletivos, pode-se associar os opióides naturaisou sintéticos. Também em casos de pacientesem uso de antiinflamatórios e que apresentemreagudização da dor, os opióides como otramadol podem ser utilizados15(A)

AGENTES TÓPICOS

• Capsaicina é um bom agente terapêuticopara sintomatologia dolorosa16(A), porém,os efeitos colaterais decorrentes do usotópico, como a irritabilidade ocular ouepidérmica, limitam seu uso.

• Antiinflamatório não-hormonal tópico,como cetoprofeno, ibuprofeno, felbinaco epiroxicam, tem um efeito significativo notratamento sintomático da dor aguda oucrônica17(A).

DROGAS SINTOMÁTICAS DE AÇÃO

DURADOURA

São consideradas drogas de ação duradou-ra aquelas que têm ação prolongada na melho-ra da dor e cujo efeito terapêutico persiste mes-mo após a sua suspensão. Estas drogas vêm se

firmando na literatura como boas no tratamen-to sintomático da osteoartrite. As drogasdisponíveis no mercado brasileiro são: sulfatode glucosamina, diacereína e extratos nãosaponificáveis de soja e abacate.

• Sulfato de glucosamina para o tratamentosintomático da osteoartrite de joelhos é usadona dose de 1,5 g/dia18(A).

• A cloroquina vem sendo utilizada emvários serviços brasileiros, com base naexperiência pessoal dos especialistas, mos-trando bons resultados. A indicaçãoinicial foi para osteoartrite erosiva de mãoe, posteriormente, passou a ser usada emoutras formas da doença. Por tratar-se dedroga com efeitos colaterais e que requeracompanhamento profilático para evitá-los, deverá apenas ser manuseada porprofissionais treinados.

TERAPIA INTRA-ARTICULAR

• A infiltração intra-articular com trian-cinolona hexacetonida também podeapresentar controle da dor e da inflamaçãoem casos com quadro inflamatórioevidente19(A).

Tabela 1

Idade maior ou igual a 65 anosOutras condições médicasGlicocorticóides oraisHistória de úlcera pépticaHistória de sangramento gastrointestinalAnticoagulantes

Fatores de risco associados ao uso de antiinflamatóriospara efeitos adversos em trato gastrointestinal alto14(A)

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• Uso intra-articular do ácido hialurônico estáindicado para o tratamento da osteoartrite dojoelho grau II e III nas fases aguda ecrônica20(D).

TRATAMENTO CIRÚRGICO

Os pacientes com osteoartrite grau II e IIIcom comprometimento progressivo da indepen-dência das atividades de vida diária e falha do tra-tamento conservador devem ser referidos para oortopedista que fará a indicação do tratamentocirúrgico. As cirurgias indicadas são: desbri-damento artroscópico, osteotomias e artroplastias.

OSTEOTOMIAS

É importante se ressaltar o papel dasosteotomias, pois são procedimentos que devemser feitos precocemente em pacientesselecionados21(A). São feitos dois tipos deosteotomias:

• Profilática – indicada precocemente em pa-cientes sintomáticos e ainda sem alteraçõesradiográficas para a correção dos desvios deeixos articulares.

• Terapêutica – indicada em casos sintomáticose com alterações radiográficas. É feita paramodificar o eixo de alinhamento do membroafetado e deslocar a carga para outra região dasuperfície articular.

DESBRIDAMENTO ARTROSCÓPICO

Na experiência dos autores, são indicações pre-cisas para correção das lesões parciais de meniscos,labrum e retirada de corpos livres intra-articularesda mesma forma que para as osteoartroses dequadril22(C).

ARTROPLASTIAS

Na experiência dos autores, as artroplastiastotais promovem acentuada redução na dor emelhora funcional na maioria de casos seleciona-dos da doença.

ARTRODESES

Indicada principalmente na dor e incapacida-de funcional persistentes da osteoartrite de torno-zelos e que não tenha melhorado com tratamentoconservador23(D).

CONFLITO DE INTERESSE

Coimbra IB: recebeu reembolso por realização de diversas palestras sobre osteoartrite pelas em-presas, Merck Sharp & Dohme, Novartis e Laboratório Aché. É investigador do estudo MEDAL,que avalia segurança cárdio-vascular do etoricoxib, patrocinado pela Merck Sharp & Dohme.

Pucinelli MLC: recebeu patrocínio para participação em congressos de diversas indústriasfarmacêuticas.

Cavalcanti FS: recebeu reembolso por realização de diversas palestras sobre artrite reumatóide eterapia anti-TNF pelo Laboratório Abbott. É investigador do estudo BMS-031, que avalia eficáciaabatacepte patrocinado pela Bristol-Myers Squibb do Brasil. É membro do Latin AmericanARTICULUM Advisory Board (Pfizer), membro do Conselho Editorial dos Anais da Faculdade deMedicina (ISSN 03657416) e member Editorial Board Rheumatology (British Journal ofRheumatology) (ISSN 02637103)

Maciel FMB: é membro do “Advisory Board” para drogas inibidoras da COX-2 do LaboratórioPfizer desde 1998.

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