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A Hidrosfera faz da Terra um planeta único!
A Terra encontra-se à distância certa do Sol para que a água possa existir no estado sólido, líquido e gasoso…
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Planeta Azul:
“Vista de longe a Terra é pura água, mas não é água pura, esta é rara e cada vez mais cara”A água disponível para consumo humano representa menos de 1% dos recursos hídricos do Planeta. Mais de 1 200 000 000 de pessoas não tem acesso a água potável segura.
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Crescimento da população irá exacerbar os problemas da água: enorme procura de água resultante do aumento da população e da industrialização.
A população mundial é neste momento 7 041 410 967!
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Egipto: 26 m3/pessoa/anoIslândia: 605 000 m3/pessoa/anoConsumo médio: 700 m3/pessoa/ano
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Evolução do consumo de água
• O consumo mundial nos últimos 50 anos tem vindo a aumentar muito, quer pelo crescimento vertiginoso da população mundial, quer pela utilização, cada vez maior, associada ao progresso das sociedades.
Consumo anual (milhas cúbicas = 4,2 km3)
Região 1900 1950 2000 Aumento (nº vezes)
Ásia 99 206 800 8
América do Norte 19 69 191 10
Europa 9 23 162 18
África 10 13 80 8
América do Sul 3.6 14 52 14
Austrália/Oceânia 0.5 2.4 11 22
Total 141.1 327.4 1292 9
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Exemplos de utilização da água(adaptada de Cunningham & Saigo, 1995)
Sector doméstico LitrosAgricultura e
processamento de alimentos
Litros Indústria Litros
Banho 150-200 1 ovo 150 1 jornal 1 000
Duche 20/min 1 espiga de milho 300 1 automóvel 380 000
Lavagem de roupa 75-100 1 pão 600 500g de aço 110
Confecção de alimentos 30 500g de carne de vaca 3000-
9500 500g de borrachasintética 1 100
Rega de jardim 40/min 1 copo de leite 380
Descarga de autoclismo 10 500g de arroz 2 100 500g de alumínio 3 800
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Água é vida…usos da água:
• Agrícola (irrigação)• Industrial• Público (doméstico)• Pecuário e piscícola• Ecológico/ambiental• Navegação• Produção de energia• Recreio e turismo
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“A água não só não é um bem escasso como também é um recurso renovável! A água é, em volume, um dos produtos mais abundantes do planeta, se excluirmos o ar. O que é raro, e cada vez mais difícil de conseguir, é ter “água disponível” onde a queremos e como a queremos, em volume e qualidade!
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DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA DOCE (2,5%):
• Glaciares de montanha e calotes polares: 1,74%
• Água subterrânea: 0,76%
• Lagos, rios, humidade do solo, e pântanos: 0,01%
• Atmosfera: 0,001% 12
TEMPO DE RESIDÊNCIA NOS DIFERENTES RESERVATÓRIOS
Corresponde ao tempo médio que cada molécula de água permanece num dado reservatório do ciclo hidrológico
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CIRCULAÇÃO SUBTERRÂNEA2 semanas a 10 000 anos
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O CICLO HIDROLÓGICO
Sequência fechada dos processos envolvidos no movimento contínuo da água entre a Terra e a atmosfera 15
O ciclo hidrológico
• Ao longo do ciclo, a água Evapora a partir da superfície da Terra;
• entra na circulação atmosférica sob a forma de vapor;
• retorna à superfície como Precipitação líquida ou sólida;
• Aqui é Interceptada por obstáculos, Infiltra para o interior do solo promovendo a Recarga dos aquíferosou produz Escoamento sobre o terreno, através da rede hidrográfica, que a encaminha para os oceanos.
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• O movimento permanente da água, em regime ininterrupto, no ciclo hidrológico é mantido pela energia solar e pela energia gravítica. A quantidade total de água na Terra é constante. 17
PROCESSOS ENVOLVIDOS NO CICLO HIDROLÓGICO
• Transferência de água da superfície da Terra para a atmosfera, por evaporação dos oceanos, lagos, rios, solo, por sublimação do gelo e por transpiração dos animais e plantas;
• Condensação parcial do vapor de água da atmosfera em nuvens e nevoeiros;
• Transferência de água líquida ou sólida da atmosfera para a superfície da Terra, a Precipitação;
• Infiltração e alimentação dos aquíferos;
• Retenção em lagos, glaciares e na vegetação;
• Escoamento à superfície dos continentes.
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Balanço anual médio da água da Terra
Mobilização anual promovida pelo ciclo hidrológico 624 000 km3/ano
Volume total de água na Terra 1 386 000 000 km3
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• As grandezas hidrológicas nos diferentes intervalos de tempo, podem ser expressas em volume (km3, m3)
• ou em alturas de água uniformemente distribuídas sobre a projecção horizontal das áreas a que os volumes se referem:
• H, corresponde a uma altura de água (em mm) por cada m2 de superfície
• 1mm de altura de água num m2 de área equivale a 1litro20
Área dos continentes (29.2% da superfície da Terra): 148 940 000 km2
Área dos oceanos (70.8% da superfície da Terra): 361 132 000 km2
Calcular os volumes envolvidos em alturas de água, mm
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Recursos Hídricos: a água em movimento no ciclo hidrológico que pode ser utilizada pelo homem
A renovabilidade dos recursos hídricos é a que decorre da natureza fechada do ciclo hidrológico
Tipo de reservatórioTempo de residência
(período de renovação)
Oceanos 2 500 a 4 000 anos
Glaciares e calotes polares 1 000 a 10 000 anos
Água subterrânea 2 semanas a 10 000 anos
Humidade do solo 2 semanas a 1 ano
Lagos e pântanos 1 a 10 anos
Rios 2 semanas
Atmosfera 8 dias
Biosfera Horas a dias 22
Noção de Bacia Hidrográfica
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BACIA HIDROGRÁFICA: a unidade natural
• A análise dos problemas em recursos hídricos é efectuada com base numa unidade geográfica designada por BACIA HIDROGRÁFICA.
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• A BACIA HIDROGRÁFICA de uma dada secção de um curso de água é a área na qual a água precipitada se escoa, através da rede de drenagem, para a secção considerada (normalmente a foz).
• É definida a partir da topografia da região, sendo os limites da bacia hidrográfica constituídos por linhas de festo:
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Talvegue: é a linha que une os pontos de cota mais baixa ao longo de um vale, é a linha seguida pelos cursos de água ou linha de reunião de águas.
Linha de festo ou linha de cumeada: é a linha que une os pontos de cota mais elevada ao longo dos interflúvios, é a linha de separação de águas entre bacias adjacentes.
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BALANÇO HIDROLÓGICO DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA
Equação do balanço hidrológico:
P + R = EX + H + E + ∆SP + ∆S+ ∆SU
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P, Precipitação sobre a bacia;H, Escoamento na secção de jusante da bacia;E, Evapotranspiração na bacia;I, Infiltração na bacia (água no solo e água subterrânea)
Equação geral simplificada
do balanço hidrológico:
P = H + E + I
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P, PRECIPITAÇÃO
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A água na Atmosfera
• A atmosfera é um reservatório com um volume modesto de água, quando comparado com os restantes reservatórios: apenas 0,001% da água terrestre, em média.
• O Vapor de água existente na atmosfera constitui a humidade do ar.
• Apesar de corresponder apenas a 2% do volume do ar, tem um papel muito importante na atmosfera por ser a fonte de todos os hidrometeoros;
• 90% do vapor de água atmosférico encontra-se nos primeiros 5 km de altitude, o limite em que o homem habita.
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Formação e natureza das nuvens
• A sua formação implica duas condições fundamentais: ar saturado e existência de núcleos de condensação;
• Por adição de água ou por diminuição da temperatura, parte do vapor de água condensa-se, para formar nuvens;
• Estas minúsculas gotículas de água mantém-se suspensas na atmosfera pela própria resistência ao ar e pelos ligeiros movimentos da atmosfera.
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Fases existentes numa nuvem
• Fase gasosa: de todas a mais abundante, é constituída por vapor de água
• Fase líquida: constituída por gotículas de água de dimensão muito reduzida, 1 a 100 µ m de diâmetro, (1 µ m = 1/1000 mm). Representa apenas 1/10 da fase gasosa
• Fase sólida: quando existe está representada por minúsculos cristais de gelo
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Conteúdo em água líquida numa nuvem
• A massa de água na fase líquida de uma nuvem oudo nevoeiro é variável, sendo normalmente inferiora 1g/m3
• Considera-se nevoeiro uma nuvem baixa, com baseassente sobre a superfície topográfica, não havendo,por conseguinte, diferença entre nuvem e nevoeiro
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Formação de nuvens
A formação da maior parte das nuvens resulta de movimentos ascendentes do ar húmido. Os movimentos verticais que conduzem à formação de nuvens são:
1. Ascensão orográfica
2. Convecção
3. Sistemas frontais36
Precipitação: toda a água que provindo da atmosfera atinge a superfície da Terra
• Nem todas as nuvens produzem precipitação: para que
ocorra precipitação é necessário que exista
coalescência das gotículas de água para se formarem
gotas com massa suficiente para caírem;
• Nas condições normais de turbulência da atmosfera,
em geral, uma gota apenas cai quando o seu raio
excede 10–2 cm, ou seja 0,2mm de diâmetro (quando a
sua velocidade de queda é superior à velocidade das
correntes ascendentes no interior da nuvem)37
• Não obstante a precipitação poder ocorrer sob
diferentes formas diferenciadas pelo estado da água ao
atingir a superfície (chuva, chuvisco, neve, granizo,
saraiva, nevoeiro, orvalho, geada, etc.), em Portugal
continental apenas a PRECIPITAÇÃO LÍQUIDA assume
importância prática.
• Na Madeira, pela presença simultânea e abundante de
nevoeiro e vegetação, tem importância a PRECIPITAÇÃO
OCULTA.
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Distribuição da precipitação mundial ao longo do ano
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Medição da precipitaçãoExprime-se em altura de água uniformemente distribuída no espaço. Corresponde à divisão do volume da precipitação pela área atingida: 1 mm = 1 l/m2
(1mm de altura de água num 1m2 de área = 1l)
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Medição da Precipitação: A precipitação é medida em
pontos isolados, equipados com dispositivos especiais, do tipo totalizador, UDÓMETROS (postos udométricos), ou do tipo registador, UDÓGRAFOS (postos udográficos)
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Udómetro ou Pluviómetro: aparelho totalizador(leituras 12 em 12 h)
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Udógrafo ou pluviógrafo: aparelho registador (registo contínuo, rotação semanal ou mensal)Udógrafo de Sifão
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Udógrafo de Báscula (tipping bucket)(registo do número de basculações no tempo, num data logger. Cada basculação corresponde a 0,2mm)
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Estações de monitorização da Precipitação na ilha da Madeira (IM, IGA, LREC): PU e EMAA tendência actual é para proceder à instalação de Sistemas Automáticos deAquisição, Teletransmissão e Arquivo de Registos.Tais sistemas tendem a tornar-se progressivamente mais importantes pelasua aplicação a modelos hidrológicos em tempo real, com ênfase paraestudos de cheias.
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Precipitação Oculta
Captação da Humidade Atmosférica
Ordenha das Nuvens
Escorrimento de Nevoeiros
Precipitação por Intercepção Directa da Água das Nuvens
Precipitação Horizontal
Potencial Hídrico dos Nevoeiros
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vel. vento 2 m/s vel. vento 2 m/svel. queda
1 cm/s
vel. queda4 m/s
PERCURSO DAS GOTAS EM FUNÇÃO DA SUA DIMENSÃOPERCURSO DAS GOTAS EM FUNÇÃO DA SUA DIMENSÃO
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A capacidade que a vegetação tem de, por um processo de colisão, fazer precipitar as minúsculas gotículas de água existentes no nevoeiro e que na sua ausência se perderiam para a atmosfera…
Precipitação Oculta
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Quantificação da Precipitação Oculta
Por comparação entre os valores de precipitação medidos sob a vegetação e em área aberta
Sob uma floresta, a precipitação divide-se em:
• Intercepção Vegetal, I
• Escorrência pelos Troncos, SF
• Throughfall , TF
• P = I + SF + TF
I = Pbruta - Throughfall51
Quantificação da Precipitação Oculta
• A intercepção vegetal é por natureza positiva uma vez que a quantidade de água da chuva medida a “céu aberto” é sempre superior à medida sob a copa das árvores I = P – (TF + SF)
• Quando o volume de água captado sob a vegetação é superior ao registado em área aberta, terá de existir outra fonte de água!
A precipitação oculta.
Sendo assim, o valor do input médio diário da precipitação oculta é dado pela fórmula:
P Oculta = | I nos dias em que esta é negativa |
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Resultados no Urzal de altitude
2890 mm/ano
2900 mm/ano17 l/m2/dia
170 dias
+100%
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• Pretendeu-se verificar se a água do nevoeirointerceptada pela vegetação, contribuía para os recursos hídricos subterrâneos da ilha da Madeira.
• Para o efeito, foram utilizados os isótopos ambientais de Oxigénio (δ18O) e Hidrogénio (δ2H) como marcadores da água subterrânea, da água da chuva e da água do nevoeiro.
• Cada tipo de água diferente tem uma assinatura isotópica diferente!
Estudos isotópicos
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• Água da Chuva: recolhida em 9 locais, situados entre os 750 e os 1800m de altitude, em recipientes de PVC contendo 1cm de parafina líquida evitar a evaporação da amostra.
• As amostras correspondem aos períodos da Primavera de 2006, Verão/Outono 2006 e Inverno de 2010/11.
• A composição isotópica média da água da chuva foi calculada a partir da ponderação dos resultados com as normais climatológicas.
Metodologia
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• Água do Nevoeiro: recolhida a partir da vegetação, em 8 locais situados, entre os 900 e os 1600m de altitude, durante eventos de nevoeiro, na ausência de chuva.
• A amostragem decorreu entre 2003 e 2010, no Outono, Inverno e Primavera.
• A composição isotópica média do nevoeiro em cada local é a média das amostras recolhidas.
Metodologia
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• Água Subterrânea: 4 campanhas de amostragem, Outono, Inverno, Primavera e Verão de 2003/04.
• Em cada campanha foram alisadas 25 amostras de águas provenientes de nascentes, galerias e túneis, situadas entre os 300 e os 1770m.
• Uma vez que a dispersão dos resultados da composição isotópica das águas subterrâneas ao longo do ano é pequena, foi considerada a média das 4 campanhas.
Metodologia
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Resultados
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ÁGUA SUBTERRÂNEA
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Conclusões
• Para o mesmo local, a água do nevoeiro é mais rica em isótopos pesados (δ18O e δ2H) do que a água da chuva.
• A composição isotópica das águas subterrâneas é aproximadamente constante ao longo do ano.
• A composição isotópica média das águas subterrâneas, entre a chuva e o nevoeiro, sugere que a água do nevoeiro constitui uma significativa fonte de recarga.
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Fontes de recarga na Madeira
Chuva + Nevoeiro
Evapotranspiração
Escoamento
Água Subterrânea
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E, EVAPOTRANSPIRAÇÃO
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� EVAPORAÇÃO: processo físico pelo qual a água superficial e humidade do solo passa do ESTADO LÍQUIDO para o ESTADO DE VAPOR. Inclui a evaporação a partir de superfícies de água, de solos húmidos, da vegetação e de todos os obstáculos que interceptam água.
� TRANSPIRAÇÃO: processo físico-biológico pelo qual os seres vivos, animais e plantas, através do seu metabolismo perdem água para a atmosfera.
� EVAPOTRANSPIRAÇÃO: processo conjunto de evaporaçãoe de transpiração.
� Esta quantidade de água transferida para a atmosfera exprime-se em altura de água sobre a superfície, mm.
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A evapotranspiração depende de factores intrinsecamente
meteorológicos ou climáticos, de factores relacionadas com as
características geométricas, físicas e químicas do meio e com a
disponibilidade de água para o processo, sem a qual o
processo não ocorrerá.
EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL: quantidade de água que
poderá passar para a atmosfera, directamente ou através das
plantas, se a humidade existente no solo estiver sempre
disponível, em quantidade suficiente.
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A EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL é SEMPRE MENOR OU IGUAL à EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL pois é
condicionada pela existência ou não de água em
quantidade suficiente para não “inibir” o processo.
Assim, a Evapotranspiração Real depende da
Evapotranspiração Potencial e da disponibilidade de água no
solo, que representa a oportunidade para a evapotranspiração:
se tal água não existir, não ocorrerá evapotranspiração,
independentemente das condições atmosféricas serem ou não
favoráveis ao processo.
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INTERESSE DO CÁLCULO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO
� Intervém no balanço hidrológico da bacia hidrográfico pelo que é indispensável para a avaliação de disponibilidades.
� Fundamental para estabelecimento das necessidades ou dotações de rega.
� Pode ser responsável por perdas de água a partir da superfície livre de albufeiras ou de outros reservatórios de água, muito significativas, pelo que tem de ser, necessariamente, considerada no dimensionamento destas origens de água.
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A EVAPORAÇÃO E A EVAPOTRANSPIRAÇÃOPODEM SER AVALIADAS:
1. directamente, por meio de dispositivos específicos: evaporímetros e evapotranspirómetros ou lisímetros)
2. por aplicação de fórmulas empíricas
A aplicação das fórmulas requer que se conheçam os valores de um grande número de grandezas meteorológicas, como a velocidade do vento, a temperatura e a humidade relativa do ar, a radiação solar, a nebulosidade e a insolação. A medição destas grandezas é efectuada em estações meteorológicas integradas uma rede de monitorização da responsabilidade do Instituto de Meteorologia, IM.
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1. DIRECTAMENTE:
� Evaporímetros (medem a evaporação):
PicheTina Classe A, etc.
� Evapotranspirómetros (medem a evapotranspiração
potencial)
2. FÓRMULAS:
� Evaporação a partir de superfícies de água pouco profundas: fórmula de Penman� Evapotranspiração potencial: fórmulas de Thornthwaite e de Turc
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EVAPORÍMETROS
Evaporímetro de PICHE: evaporímetro cuja base é uma superfície porosa embebida em água, instalado num abrigo. Não se têm mostrado muito adequados ao estudo da evaporação em grandes superfícies.
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• São reservatórios cheios de água expostos às condições atmosféricas.
• Tina evaporimétrica classe A:
• Assenta num estrado de madeira, é cilíndrica, de aço galvanizado, com 1,219m de diâmetro e 0,254m de altura.
TINAS EVAPORIMÉTRICAS
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MEDIÇÃO da EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL:
EVAPOTRANSPIRÓMETROS OU LISÍMETROS: A evapotranspiração
é medida directamente em recipientes (área > 1m2) contendo
solo e no qual se faz uma cultura.
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Instalação de um lisímetro ou evapotranspirómetro
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MEDIÇÃO DA EVP:EVP = PRECIPITAÇÃO + IRRIGAÇÃO – DRENAGEM
Evapotranspirómetro: Recipiente contendo solo e no qual a perda de água por evapotranspiração é medida volumetricamente, pela diferença entre a quantidade de água que atinge o evapotranspirómetro (rega e precipitação) e a que o abandona, na fase líquida, pelo fundo e por escoamento à superfície.
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2. FÓRMULAS
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EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL (EVR)
• A água que é efectivamente transferida no estado de vapor do globo para a atmosfera, por evaporação directa da água e transpiração das plantas.
• Depende da renovação de água no solo, varia entre zero e o valor da EVP.
• Métodos de cálculo:
• Balanço hídrico sequencial mensal de Thornthwaite
• Turc (EVR anual)
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BALANÇO SEQUENCIAL MENSAL ao nível do soloÁgua no solo no início de Outubro =0 mm; Água utilizável pelas plantas =100 mm;
SH = Excedente hídrico (escoamento e infiltração); DH = Défice hídrico (rega)
Mês P(mm)
EVP(mm)
AS(mm)
SH(mm)
DH(mm)
EVR(mm)
Out 67,1 68,3 0 0 1,2 67,1
Nov 80,9 37,7 43,2 0 0 37,7
Dez 94,0 24,4 100 12,8 0 24,4
Jan 91,5 23,3 100 68,2 0 23,3
Fev 71,8 24,2 100 47,6 0 24,2
Mar 49,0 40,3 100 8,7 0 40,3
Abr 55,4 55,9 99,5 0 0 55,9
Mai 47,8 75,9 71,4 0 0 75,9
Jun 20,4 107,9 0 0 16,1 91,8
Jul 5,4 137,9 0 0 132,5 5,4
Ago 4,9 132,4 0 0 127,5 4,9
Set 28,6 100,2 0 0 71,6 28,6
Total 616,8 828,4 137,3 348,7 479,581
I, INFILTRAÇÃO
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Água no Solo
ROCHA MÃE SOLO
TEMPO
MeteorizaçãoQuímica
Física+ Actividade orgânica
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O solo é um sistema físico heterogéneo, polifásico, poroso e anisotrópico, composto por 3 fases:
1. Sólida (fragmentos minerais de diversas naturezas e dimensões e matéria orgânica)
2. Líquida (água)
3. Gasosa (ar)
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A infiltração, enquanto processo, diz respeito à passagem da água através da superfície do solo para o
seu interior
� A máxima taxa a que, sob dadas condições e em cada instante, a água penetra através da superfície do solo é designada por capacidade de infiltração.
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Ao infiltrar a água passa pelas seguintes zonas:
Zona de humidade do solo
Alimentação das reservas subterrâneas
Infiltração profunda ou infiltração eficaz
Superada a capacidade de campo do solo, a água desce por acção da força da gravidade
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Zona de Evapotranspiração ou de humidade do solo, onde as plantas de fixam (≈1-2 m)
Todos os poros e interstícios estão saturados
Superfície freática
Zona Intermédia, a água não está disponível para evapotranspiração
Franja capilar A água sobe por capilaridade (*)
(*) alguns mm nos terrenos arenosos; alguns m nos terrenos argilosos
DISTRIBUIÇÃO DA HUMIDADE NA VERTICAL
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• ZONA NÃO SATURADA: Situada entre a superfície freática e a superfície do terreno. Subdivide-se em:
1. Zona de ÁGUA NO SOLO OU DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO, compreendida entre a superfície do terreno e os extremos radiculares da vegetação.
2. Zona INTERMÉDIA, zona de maior compacidade que a anterior uma vez que não possui raízes.
3. Zona CAPILAR, zona de espessura variável em função das forças capilares que a fazem ascender.
• ZONA SATURADA: Limitada superiormente pela SUPERFÍCIE FREÁTICA, na qual a água preenche completamente todos os espaços existentes entre os materiais do solo.
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H, ESCOAMENTO• Quando a precipitação caída é maior do que a retenção
superficial e a infiltração, o volume de água excedente fluipor acção da gravidade, das zonas mais elevadas para aszonas mais baixas, concentrando-se em linhas de água dandoorigem ao escoamento superficial.
• Este escoamento só se dá quando a precipitação atinge umaintensidade tal que excede a capacidade de infiltração dosolo.
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QUANDO:
PRECIPITAÇÃO > RETENÇÃO SUPERFICIAL + INFILTRAÇÃO
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
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CAUDAL (Q)
Q = ΔV / Δt
ΔV, volume de água que passa numa determinada secçãoΔt, tempo de passagemQ, o caudal indica o volume de água que passa na unidade de tempo
expresso em m3/s ou l/s
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• Estação hidrométrica é uma secção de um curso de água onde se efectua um registo periódico de níveis, para conversão das respectivas alturas de água em caudais.
� Escalas limnimétricas� Limnígrafos: registo contínuo de
níveis ou alturas hidrométricas
Estações Hidrométricas
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A medição do caudal, Q, que, num dado instante, atravessa uma secção transversal de um curso de água processa-se de modo indirecto, mediante a medição da velocidade média, v, do escoamento através daquela secção e do produto desta velocidade pela área, A, da secção transversal do escoamento.
(Q = v A)95
MOLINETES
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CHEIAS EM RIOS
• À escala da Terra, as cheias são o perigo natural que maior fracção da população afecta. Atingem as áreas localizadas nas proximidades da rede hidrográfica, da linha de costa, ou de diques e de barragens.
• Segundo a Organização Meteorológica Mundial, os desastres provocados por cheias têm vindo a aumentar, como consequência da expansão urbana em planícies aluviais.
• São várias as circunstâncias de formação e ocorrência de cheias: as cheias fluviais progressivas; as cheias repentinas (flash floods), incluindo torrentes de lama; o colapso de diques ou barragens, ....
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Cheias repentinas (flash floods) em pequenas bacias hidrográficas (tc< 6h, WMO)
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INTERESSE
1. Dimensionamento hidráulico dos órgãos de segurança de barragens (descarregadores de
cheias), de pontes, de aquedutos, de estruturas
de drenagem …2. Planeamento e projecto de obras de defesa contra
cheias (leitos de cheia, diques marginais…)
3. Delimitação de zonas inundáveis (instrumento de ordenamento do território)
4. Operação de sistemas de aviso e protecção contra
cheias ….
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Origem do escoamento que atravessa uma secção de um curso de água
1. ESCOAMENTO SUPERFICIAL: o que atinge a rede hidrográfica caminhando sobre a superfície do terreno sem se infiltrar.
2. ESCOAMENTO SUBSUPERFICIAL ou HIPODÉRMICO:o que provém da água infiltrada que volta a aparecer à superfície sem ter atingido a zona de saturação.
3. ESCOAMENTO SUBTERRÂNEO: que provém da água infiltrada que atingiu a zona de saturação.
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