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8 | CADERNO 2 | SALVADOR, SÁBADO, 10/5/2008
RECEITAS CO M E S & B E B E S
A PE R I T I VO Scomes&bebesc o m e s e b e b e s @ g r u p o a t a rd e . c o m . b r
DIA DO COZINHEIRO ❚ Os restaurantes estão cada vez mais dominados por chefs dosexo masculino, mas na maioria das cozinhas domésticas quem manda é a mulher
Rainhas de forno,fogão e intuição
WELTON ARAÚJO | AG. A TARDE
Para Mônica Moreira, a possibilidade de criar e recriar é o fundamental: “Gosto do laboratório da cozinha”
DANIELA CASTROd c a s t ro @ g r u p o a t a rd e . c o m . b r
Em 2002, foi aprovado pela As-sembléia Legislativa o projeto delei nº 37/2001, do deputado Ge-raldo Vinholi, que agraciava o 10de maio com o título de Dia deCozinheiro. Como se não bastas-se o substantivo masculino, exi-gência generalizante da línguaportuguesa, a profissão de fatovem dando visibilidade cada vezmaior aos homens, desde que serchef virou moda, lá pelos anos 90.Fora das cozinhas dos restauran-tes, porém, é a mulherada quecontinua dando as cartas.
Há pouco mais de um ano,Margarete Lopes Souza, nascidana cidade de Miguel Calmon, nointerior da Bahia, é quem mandana cozinha de uma família de Sal-vador. Ela diz que faz só o trivial,mas sempre no capricho, e gra-ças à experiência acumulada nalabuta do dia-a-dia mesmo.“Aprendi um pouco com minhapatroa. O resto fui aprendendosozinha, vendo as receitas em al-guns livros de culinária e na te-levisão”, afirma, como quem sa-be que as macarronadas e as la-sanhas “práticas” que saem deseu forno são irresistíveis.
CURSO DA VIDA – Para Rita Ma-tos dos Santos, ser cozinheiratambém é profissão que prescin-de de escola ou de diploma. “Nãotive estudo. Tomei foi o curso davida mesmo”, sentencia, aos ri-sos, enquanto enumera os pratosque “dizem que são um espetá-culo”. Caldo de sururu, salada debatata alemã, estrogonofe, sala-da de lagosta e bobó de camarãosão algumas das especialidadesque foram sendo incorporadasao seu repertório ao longo de 35anos de profissão, todos dedica-dos ao trabalho na casa de umaúnica família.
Receita? “Quando a gente temprática, não precisa de medida,não”, confidencia. É assim, semse importar com a precisão, queela ensina como fazer um Filé aoMolho Roberto, prato criado porele em homenagem ao filho dapatroa. “Você limpa o filé, pega assobras e bota pra cozinhar comtodas as verduras. O filé, assacom uns pedacinhos de bacon.Depois, você pega aquele caldoque fica na assadeira, misturacom o molho das sobras e botano fogo com farinha de trigo, atéficar bem escuro”, sugere.
SEM MEDO – Mônica Moreirachegou a fazer um curso especia-lizado com duração de seis me-ses, mas para ela, cozinhar vaialém. “Não tenho como profis-são. Costumo dizer que faz partedo DNA da família, está no san-gue”, explica. Filha de família nu-merosa – daquelas que moramem casas com cozinhas enormese convidativas –, ela começoudespretensiosamente, ajudandoa mãe num restaurante montadoem casa mesmo, durante seusfins de semana de folga.
Tempos depois, veio a profis-sionalização tão exigida pelomercado gastronômico, mas na-da que a fizesse desejar vestir do-
DomingoDelícias em dobropara as mamãesAs mães que escolherem o VillaBahia para comemorar seu diaganharão de presente um vo u c h e rde café-da-manhã no charmosohotel do Centro Histórico. O menudo almoço de domingo incluisalada de figo com mel e flores docampo, red-hot de camarão e petitgâteau. Reservas: 3322-4271.
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Bolo Não Tem Terror
WELTON ARAÚJO | AG. A TARDE
A receita está aberta à criatividade de cada cozinheiro
INGREDIENTES1 cenoura grande crua1 xícara de chá de óleo2 colheres de sopa de manteiga ou margarina1 e 1/2 xícara de chá de açúcar granulado ou mascavo2 xícaras de chá de farinha de trigo com fermento1 xícara de chá de aveia em flocos grandes1/2 xícara de chá de linhaça3 ovos inteiros1/2 xícara de chá de leite de côco1 colher de sopa de queijo parmesão ralado1 pitada de sal
P R E PA R OLave bem a cenoura e corte em pedaços, sem tirar a casca.Coloque no liqüidificador, junto com o óleo, os ovos, amanteiga, o leite de côco, o sal e o açúcar (se tiver optadopelo açúcar mascavo, deixe-o separado). Bata os ingredientespor três a cinco minutos, até que a mistura ganhe aconsistência de uma vitamina. Em uma tigela, coloque afarinha de trigo, a aveia, a linhaça, o queijo ralado e o açúcar(se for o mascavo).Aos poucos, vá adicionando a “vitamina“ aos farináceos, atéformar uma massa homogênea. A massa é um pouco pesada,mas não use batedeira, misture à mão mesmo. Depois coloquenuma forma com furo no meio, untada com margarina epovilhada com farinha de trigo (ou com açúcar mascavo, sepreferir). Em forno pré-aquecido por dez minutos, coloque aforma e deixe assar por 40 minutos, até ficar dourado.
INAUGURAÇÃO ❚
Dois atalhos parachegar à boa mesa
TARSO FIGUEIRA | DIVULGAÇÃO
Entrada independente permite que o Pátio Itália funcione além da 0h
ma. “Tenho até vontade de co-nhecer a França, que é a grandeescola dos cozinheiros, mas nãopara virarchef, isso não me ba-lança. Aquele chef que casa man-ga com massa eu não quero ser,não”, brinca Mônica.
Em seu cardápio, a intuiçãocontinua sendo o ingredientemais importante. “O que me dáprazer é justamente poder modi-ficar a receita, colocar o que euacho que vai dar certo. Gosto dolaboratório da cozinha”, explica acozinheira, que trocou os menusbem-planejados dos restauran-tes pelo improviso com as pane-las de casas de família. Tudo emnome da liberdade de experi-
mentar o que desse na telha.Ela tem dificuldade de lem-
brar de todas as receitas quecriou ou modificou ao seu belprazer. “Se faço um arroz hoje,amanhã ele já vira outro”, sugere.Mas uma delas vale como provade que não há nada que sirva deobstáculo a uma cozinheira cria-tiva. “A receita original era B olode Cenoura com Cereais mas, nodia que resolvi fazer, não tinhaquase nenhum ingrediente emcasa”, conta. Preocupação? Ne-nhuma.
“Coloquei linhaça no lugar dealgo que tinha faltado e fui subs-tituindo pelo que eu tinha na ho-ra, adaptando as quantidades, eficou ótimo. Aí batizei de B oloNão Tem Terror”, diverte-se, semconstrangimento em dizer quequem experimentou as duas ver-sões da guloseima prefere a sua.Comes & Bebes traz a receita dobolo, mas a dona avisa que aindacabem adaptações, já que elamesma é capaz de mudar tudo acada vez que bota a mão na mas-sa. Quem tiver coragem de ousarque se habilite.
Vários restaurantes em um só. Éessa a proposta do Pátio Itália,que pretende fisgar os clientesque procuram almoço ou jantarno Iguatemi – ou mesmo foradele, já que o empreendimento,que começa a funcionar no es-quema soft openning a partir dehoje, terá entrada e horários defuncionamento independen-tes dos do shopping. “Tambémteremos estacionamento pró-prio”, acrescenta Antônio Por-tela, proprietário da Compa-nhia de Pizza e um dos sóciosda casa.
“A proposta é funcionar co-mo um restaurante durante odia, com buffet livre de massas,filés, grelhados e saladas. E, ànoite, será como uma outraCompanhia de Pizza”, descrevePortela, que responde pelo car-dápio de pizzas e panzones. Eledivide a cozinha (que tem fornoa lenha) com as chefs Guta Do-menech (Tokai, Quanto Prima,Maotai e Radish) e Márcia Fu-kelmann (Restaurante Flor deSal - SP), que cuidam do menude massas e carnes.
Fruto da associação dos gru-pos Quanto Prima e Compa-nhia da Pizza, o restaurante ficana na saída L2 (antiga A France-sa), com fachada voltada para oestacionamento E. O projetoarquitetônico é de David Bas-tos, que projetou um espaço de350 m², com capacidade parareceber 150 pessoas, com direi-to a Espaço Kids. “O projetoequivale ao de grandes restau-rantes do Sul do País, inclusiveos de referência internacional”,aposta Portela.
Os sócios contam com refor-ços preciosos, a começar porDerivan Ferreira, eleito Barmando Ano pelas revistas Veja(2004) e Gula (2005 e 2007). Já acarta de vinhos foi pensada porVevé Bragança, que escolheurótulos do Brasil, Portugal, Ar-gentina, Chile e Itália para re-chear a adega de 400 garrafas.No cardápio, cada prato vemcom uma sugestão do somme-l i e r. O Pátio Itália funcionarádas 11 às 16 horas e das 18 horasà 0 hora. Sextas e sábados, vaiaté 1 hora.(DC)
❛“O que me dá prazer é justamentepoder modificar a receita, colocar oque eu acho que vai dar certo.Gosto do laboratório da cozinha”
Mônica Moreira, cozinheira ❚