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Captulo 5 FERTIRRIGAO EM VIVEIROS DE MUDAS DE Eucalyptus e PinusEDSON NAMITA HIGASHI & RONALDO LUIZ VAZ DE ARRUDA SILVEIRA RR Agroflorestal S/C Ltda. Rua Santa Cruz, 1109, CEP 13.416-763, Piracicaba - SP - Brasil e-mail: [email protected]; [email protected] www.rragroflorestal.com.br

ndice

1. 2. 2.1. 2.2. 2.3. 2.4. 3. 3.1. 3.2. 4. 4.1. 4.1.1. 4.1.2. 4.1.3. 4.1.4. 4.2. 4.2.1.

Introduo ................................................................................................................................ Viveiros florestais .................................................................................................................... Condies ambientais .............................................................................................................. Instalaes necessrias............................................................................................................. Recipientes............................................................................................................................... Substrato .................................................................................................................................. Aspecto fisiolgico da cultura ................................................................................................. Eucalyptus................................................................................................................................ Pinus ........................................................................................................................................ Minijardim clonal .................................................................................................................... Eucalyptus................................................................................................................................ Soluo nutritiva e fertirrigao .............................................................................................. Matria seca, concentrao e acmulo de nutrientes ............................................................... Desequilbrios nutricionais e outros sintomas visuais ............................................................. Diagnose foliar......................................................................................................................... Pinus ........................................................................................................................................ Soluo nutritiva e fertirrigao ..............................................................................................

3 8 9 12 15 16 23 23 24 25 25 27 29 32 34 35 351

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4.2.2. 5. 5.1. 5.1.1. 5.1.2. 5.1.3. 5.2. 5.2.1. 5.2.2. 5.2.3. 6. 6.1. 6.2. 6.2.1. 6.2.2. 6.3. 7. 8.

Diagnose foliar......................................................................................................................... Nutrio mineral de mudas ...................................................................................................... Eucalyptus................................................................................................................................ Matria seca, concentrao e acmulo de nutrientes ............................................................... Diagnose foliar......................................................................................................................... Desequilbrios nutricionais ...................................................................................................... Pinus ........................................................................................................................................ Matria seca, concentrao e acmulo de nutrientes ............................................................... Diagnose foliar......................................................................................................................... Desequilbrios nutricionais ...................................................................................................... Proposta bsica de recomendao de adubao para a produo de mudas............................ Adubao de base .................................................................................................................... Adubao de cobertura ............................................................................................................ Eucalyptus................................................................................................................................ Pinus ........................................................................................................................................ Adubao de expedio ........................................................................................................... Formas de controle para produo de mudas de qualidade ..................................................... Referncias bibliogrficas........................................................................................................

36 37 37 37 44 46 51 51 58 59 61 62 65 65 67 68 69 70

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1. Introduo A atividade florestal no Brasil, em 2001, representou 4% do PIB, equivalentes a US$ 21 bilhes, segundo a Sociedade Brasileira de Silvicultura (2003). As exportaes do setor totalizaram US$ 5,4 bilhes em 2001, 8% do total. Analisados separadamente alguns de seus componentes, ocupam posio destacada na pauta brasileira de produtos exportados. Assim, os derivados de papel e celulose so o segundo item entre os produtos industrializados, com gerao de divisas superior a US$ 2,5 bilhes. O Brasil tornou-se exportador de celulose, sendo que as vendas externas desse produto alcanaram US$ 1,2 bilho em 2001. Entre os produtores mundiais de celulose, o Brasil j ocupa o stimo lugar, ao tempo em que se constitui no maior produtor mundial da celulose de eucalipto. O setor participa com US$ 4,6 bilhes anuais na receita tributria da Unio. A Tabela 1 mostra a produo, consumo, exportao e posio dos produtos florestais do Brasil no mercado externo. Segundo CEPEA (2002), existem estimativas de que a produo mundial de celulose alcance 37 milhes de tonelada em 2002. O Brasil produziu em 2002, 8 milhes de tonelada, sendo que cerca de 6 milhes foi de fibra curta. A rea reflorestada de Pinus e Eucalyptus no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Silvicultura (2003) de 4.805.930 ha (Tabela 2). Os estados da regio sul do pas correspondem a 57,6% do total da rea de Pinus plantada. Em relao ao eucalipto, o estado de Minas Gerais tem 51,7% da rea total plantada. No entanto, nos ltimos dois anos tem ocorrido uma forte expanso do plantio de eucalipto no estado do Esprito Santo e na regio sul do estado da Bahia.

Tabela 1. Produo, consumo, exportao e posio no mercado externo de produtos florestais do Brasil em 2000. Produtos Celulose/Papel (t) Carvo vegetal (mdc) Serrados (m ) Compensados (m ) Painis reconstitudos (m ) Mveis3 3 3

Produo (milhes) 7,6 celulose 7,2 papel 26 19,6 1,95 2,7 -

Consumo (milhes) 4,4 celulose 5,9 papel 25,4 18,3 1 2,5 US$ 7,3 mil

Exportao (milhes) 3,2 celulose 1,3 papel 0,015 1,8 1 0,214 US$ 504

Participao mundial 4,2% celulose 2,2% papel 4,3% 2,9% 3,0% -

Fonte: Sociedade Brasileira de Silvicultura (2003).

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Tabela 2. rea reflorestada com Eucalyptus e Pinus em alguns Estados do Brasil at 2000. Pinus Amap 80.360 (4,3%) Bahia 238.390 (13%) Esprito Santo Mato Grosso do Sul 63.700 (3,4%) Minas Gerais 143.410 (8%) Par 14.300 (0,7%) Paran 605.130 (33%) Rio Grande do Sul 136.800 (7,4%) Santa Catarina 318.120 (17,2%) So Paulo 202.010 (11%) Outros 37.830 (2%) Total 1.840.050 Fonte: Sociedade Brasileira de Silvicultura (2003). Estado Eucalyptus 12.500 (0,4%) 213.400 (7,2%) 152.330 (5,1%) 80.000 (2,7%) 1.535.290 (51,7%) 45.700 (1,5%) 67.000 (2,2%) 115.900 (3,9%) 41.550 (1,4%) 574.150 (19,3%) 128.060 (14,5%) 2.965.880 Total 92.860 451.790 152.330 143.700 1.678.700 60.000 672.130 252.700 359.670 776.160 165.890 4.805.930

Entre os produtos da colheita florestal podem ser citados a extrao de leos essenciais (obtido das folhas de Eucalyptus citriodora e E. globulus, usado na indstria farmacutica e em produtos para higiene domiciliar), a resina ou goma-resina, que extrada de diversas espcies do gnero Pinus (matria-prima para obteno de breu e terebentina) e a madeira (Jankowsky & Galvo, 2000). A madeira o principal produto de uma cultura florestal. As principais utilizaes da madeira de reflorestamento so: matria-prima para produo de pasta celulsica e papis; lenha e carvo vegetal; laminados, compensados e painis reconstitudos; postes, cercas e moures; chapas e aglomerados; madeira serrada (mveis, lambris e janelas) e construo civil. Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA/CNPF, Colombo/PR) elaboraram uma lista de espcies de Eucalyptus e Pinus mais utilizadas em reflorestamentos no Brasil, de acordo com o clima e solo do local de plantio (EMBRAPA, 1986). A lista das espcies est descrita nas Tabelas 3 e 4.

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Tabela 3. Espcies dos gneros Eucalyptus mais usadas em reflorestamento no Brasil, de acordo com o clima e solo do local de plantio.Ocorrncia de geada Severas Espcies Eucalyptus viminalis Observaes Principal espcie plantada na regio de ocorrncia de geadas severas no Brasil, devido disponibilidade de sementes. A espcie susceptvel deficincia hdrica e cresce melhor em solos midos e bem drenados. Vem ocorrendo, em muitos locais, uma seca de folhas, cuja causa ainda no foi bem definida. Madeira adequada para celulose, lenha, carvo, poste e moires. A espcie prefere solos midos, frteis e bem drenados. Suporta perodo de dficit hdrico de at 3 meses. Ela est substituindo o E. viminalis na regio de ocorrncia de geadas severas. No entanto, essa substituio s dever ser realizada com o uso de clones selecionados para esta finalidade, o que tem sido o principal fator limitante para a expanso de sua cultura nessa regio. Madeira adequada para lenha, carvo, celulose, moires, postes e madeira serrada. Bom crescimento e resistncia a geadas, mas a qualidade da madeira ainda desconhecida. Ainda persiste a dificuldade de se obter sementes para plantios comerciais. Adequada para a produo de lenha, carvo, estacas, postes, moires, porm no recomendada para fins de serraria. Bom crescimento e resistncia a geadas. Ainda persiste a dificuldade de se obter sementes para plantios comerciais. Os usos da madeira ainda esto sendo estudados. Adapta-se bem a solos pobres com estao seca prolongada (de 4 a 8 meses). Suporta inundao temporrias. Recomenda-se a procedncias Petford (GLD). Madeira adequada para celulose, lenha, carvo, poste e moires. Prefere solos midos, frteis e bem drenados. Suporta dficit hdrico de at 3 meses. Suporta perodo de dficit hdrico de at 3 meses. Madeira adequada para celulose, lenha, carvo, postes e moires. Adapta-se bem a solos pobres com estao seca prolongada (de 4 a 8 meses). Suporta inundaes temporrias. Suporta perodo seco de 5 a 7 meses. Adapta-se bem em solos pobres e pedregosos. Utilizada para produo de leos essenciais, postes, serraria, construes rurais e carvo. Espcie mais plantada no Brasil. Suporta perodo de seca inferior a 3 meses. Espcie melfera. Susceptvel ao cancro do tronco (Criphonectria cubensis) em regies tropicais midas, com perodo de seca prolongado, indicada para postes, moires e carvo. a principal fonte de matria-prima para celulose e papel no Estado de So Paulo. tambm, utilizada para serraria, principalmente, o seu hbrido com o E. urophylla, conhecido como E. urograndis. normalmente confundida com E. grandis, por causa das semelhanas botnicas, silviculturais e at de exigncias ecolgicas. Recomendada para celulose, aglomerados e chapas de fibra, postes, moires e carvo. Cresce em solos arenosos, pobres e sujeitos a dficit hdrico (perodo de 3 a meses). Desenvolve-se melhor em solos profundos, midos e bem drenados. Espcie resistente ao cancro. Utilizada na gerao de hbridos (urograndis), que so usados na formao de florestais clonais na regio tropical do Brasil. Espcie melfera. Indicada para celulose, aglomerados e chapas de fibras, serraria, postes, moires e carvo. Espcie recomendada para produo de madeira serrada. Susceptvel geadas e deficincia hdrica, por mais de 3 a 4 meses. Espcie melfera. Indicada para carvo. Espcie de bom crescimento em solos hidromrficos e tambm em areias quartzosas. Suporta perodos de seca inferior a 4 meses. Madeira adequada para lenha, carvo, celulose, moires, postes e madeira serrada.

E. dunnii

E. benthamii

E. badjensis Leves E. camaldulensis E. dunnii E. deanei Sem geadas E. camaldulensis E. citriodora

E. grandis

E. saligna

E. urophylla

E. pilularis E. robusta

Fonte: EMBRAPA (1986)5

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Tabela 4. Espcies dos gneros Pinus mais usadas em reflorestamento no Brasil, de acordo com o clima e solo do local de plantio.Ocorrncia de geada Severas Espcies Pinus taeda Observaes Tolera perodos de dficit hdrico de at 2 meses. Susceptvel vespa-da-madeira. Madeira pode ser usada para celulose, aglomerados, chapas de fibras, laminao, serraria, construes e fabricao de mveis. Tolera perodo de dficit hbrido de 2 a 4 meses. Suporta solos rasos e alagamentos peridicos curtos. excelente para produo de resina. Madeira pode ser usada para celulose, aglomerados, chapas de fibra, laminao, serraria, construo e fabricao de mveis. Tolera perodos de dficit hdrico de 2 a 6 meses. Tolera solos rasos mas bem drenados. Entre os Pinus tropicais o que representa maior resistncia ao frio. Madeira pode ser usada para celulose, aglomerados, chapas de fibras, laminao, serraria, construo e fabricao de mveis. Pode ser plantado em locais de geadas leves. Tolera perodo de dficit hdrico de 2 a 4 meses. Madeira pode ser usada para celulose, aglomerados, chapas de fibras, laminao, serraria, construes e fabricao de mveis. Crescem melhor que o P. taeda na regio de transio entre o clima Tropical e Subtropical. Ainda h dificuldade de se obter sementes, principalmente de P. maximinoi. Tolera perodo seco de at 6 meses. Cresce bem em solos brem drenados, podendo, ocasionalmente, suportar curtos perodos de alagamento. Madeira pode ser usada para celulose, aglomerados, chapas de fibra, laminao, serraria, construes e fabricao de mveis. Tolera perodo de dficit hdrico de 2 a 5 meses e solos de drenagem lenta. Madeira pode ser usada para celulose, aglomerados, chapas de fibra, laminao, serraria, construes e fabricao de mveis. Tolera perodo de dficit hdrico de 2 a 4 meses. Requer solos bem drenados. Madeira pode ser usada para celulose, aglomerados, chapas de fibra, laminao, serraria, construes e fabricao de mveis. Tolera perodo seco de 2 a 6 meses. Tolera solos rasos mas bem drenados. Madeira pode ser usada para celulose, aglomerados, chapas de fibra, laminao, serraria, construes e fabricao de mveis.

P. elliotti var. elliotti

Geadas leves

P. oocarpa

P. caribaea var. caribaea Sem geadas P. tecumunanii e P. maximinoi P. caribaea var. hondurensis

P. caribaea var. bahamensis P. caribaea var. caribaea P. oocarpa

Fonte: EMBRAPA (1986)

No ano de 2002, a estimativa mnima de produo de mudas de Pinus (100% semente) foi de 75,4 milhes e 293,6 milhes de mudas de Eucalyptus (30% semente e 70% semente). A Tabela 3 mostra algumas das maiores empresas florestais e viveiros do Brasil e a sua produo anual de mudas de Eucalyptus e Pinus. Houve um aumento cerca de 10% da produo de mudas florestais em relao a 2001.

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Tabela 5. Estimativa de produo de mudas, em 2002, de Pinus e Eucalyptus de algumas empresas florestais e viveiros do Brasil.Empresas* Aracruz Celulose S.A. Bahia Sul Celulose S/A CAF Santa Brbara Ltda. Cmara* Caxuana Celmar S.A. Ind. De Celulose e Papel Celulose Nipo Brasileira S.A. - Cenibra Cia Suzano de Papel e Celulose Companhia Mineira de Metais Duratex S/A Eucatex Indstria e Comrcio Faber Castell Inpacel Agroflorestal Ltda. Indstrias Klabin de Papel e Celulose International Paper do Brasil Ltda. Jari Celulose S/A Lwarcel Celulose e Papel Ltda. Masisa do Brasil Ltda. Planflora* Plantar S/A Rigesa Celulose, Papel e Embalagens Ltda. Ripasa S.A. Celulose e Papel Veracel Celulose Viveiro du Campo* V & M Florestal Votorantim Celulose e Papel S.A. TOTAL Localidades Esprito Santo e Bahia Bahia Minas Gerais e Bahia So Paulo Minas Gerais Maranho Minas Gerais So Paulo e Maranho Minas Gerais e Gois So Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia So Paulo Minas Gerais Paran Paran, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul So Paulo, Mato Grosso do Sul e Amap Par So Paulo Paran Santa Catarina Minas Gerais Santa Catarina So Paulo Bahia Esprito Santo Minas Gerais So Paulo e Minas Gerais Pinus 5.400.000 4.000.000 3.000.000 9.000.000 20.000.000 8.000.000 4.000.000 2.000.000 20.000.000 75.400,000 Eucalyptus 50.000.000 20.000.000 15.000.000 5.000.000 10.000.000 20.000.000 10.000.000 600.000 4.000.000 8.000.000 5.000.000 25.000.000 10.000.000 9.000.000 4.000.000 15.000.000 8.000.000 20.000.000 20.000.000 15.000.000 20.000.000 293.600,000

* valores obtidos atravs de buscas em sites especializados, visitas tcnicas e comunicao pessoal entre tcnicos das empresas e viveiros florestais.

O custo mdio de implantao florestal (produo de mudas, preparo do solo, adubao de plantio, herbicida, combate formiga e irrigao) no Brasil est em torno de US$ 350,00 - U$ 450,00/ha. A produtividade dos plantios florestais no Brasil para Eucalyptus (1a rotao) est sendo de 30 - 45 m3/ha/ano; para Eucalyptus (2a rotao) est sendo de 25 - 40 m3/ha/ano e para Pinus est sendo de 15 - 25 m3/ha/ano. A Figura 1A mostra uma floresta clonal de hbrido de E. urophylla x E. grandis, na regio sul do estado da Bahia, com 6 anos de idade, onde a produtividade mdia de 48 m3/ha/ano. A Figura 1B mostra uma florestal seminal de P. caribaea var. hondurensis aos 3 anos de idade na regio do tringulo mineiro.

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A

B

Figura 1. A: Plantio clonal de Eucalyptus com 6 anos de idade na regio sul do estado da Bahia. B: Plantio seminal de Pinus caribaea var. hondurensis aos 3 anos na regio de Prata no estado de Minas Gerais. 2. Viveiros florestais Carneiro (1995) denominou o viveiro florestal como sendo a rea em que so concentradas todas as atividades de produo de mudas. Paiva & Gomes (1995) definiram o viveiro florestal como uma superfcie de terreno, com caractersticas prprias, destinada produo, ao manejo e proteo das mudas at que tenham idade e tamanho suficiente para que possa ser levado ao campo, resistir s condies adversas do meio e ter bom crescimento. Consequentemente, os viveiros florestais so destinados produo de mudas para atender o programa de plantio das empresas florestais e venda para proprietrios de terras que queiram plantar espcies de eucalipto e Pinus para prprio interesse. Eles podem ser classificados em viveiros florestais temporrios e viveiros florestais permanentes. Os viveiros temporrios so de menores dimenses, com instalaes provisrias e geralmente muito rsticas, tendo a funo de espera entre a recepo e o plantio das mudas. No entanto, os viveiros florestais permanentes so destinados produo de mudas durante um longo tempo, com instalaes definitivas, mais sofisticadas e onerosas, exigindo um planejamento mais minucioso. So, normalmente, usados para pesquisas, para freqente comercializao de mudas, cuja demanda justifique a sua instalao ou para atender um programa de implantao e reforma de florestas.

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2.1. Condies ambientais Fontes de gua de irrigao A gua utilizada no viveiro pode ter origem em rios, lagos e subterrneos, desde que seja evitada a introduo de algas e ervas daninhas. Aconselha-se tambm que os viveiros tenham uma distncia considervel dos rios e lagos, para no sofrer possveis inundaes nas pocas de chuva.

Qualidade da gua Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, www.lei.adv.br/conama.htm), na resoluo no 020, de 18 de junho de 1986, publicado no D.O.U. de 30/07/1986, estabeleceu que as guas doces destinadas irrigao de culturas arbreas, cerealferas e forrageiras, classificada como Classe 3, que se desenvolvam rentes ao solo e que so consumidas cruas, sem remoo de casca ou pelcula, no devem ser poludas por excrementos humanos, ressaltando-se a necessidade de inspeo sanitria peridicas.

Para as guas de Classe 3 so estabelecidos os limites ou as seguintes condies: a) materiais flutuantes, inclusive espumas no naturais: virtualmente ausentes. b) leos e graxas: virtualmente ausentes. c) substncias que apresentem gosto ou odor: virtualmente ausentes. d) no ser permitida a presena de corantes artificiais que no sejam removveis por processo de coagulao, sedimentao e filtraes convencionais. e) substncias que formem depsitos objetveis: virtualmente ausentes. f) nmero de coliformes fecais at 4.000 por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer ms; no caso de no haver, na regio, meios disponveis para o exame de coliformes fecais, ndice limite ser de at 20.000 coliformes fecais totais por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer ms. g) DBO5 dias a 20oC at 10 mg L-1 de O2. h) OD, em qualquer amostra, no inferior a 4 mg L-1 de O2. i) Turbidez: at 100 UNT. j) Cor: at 75 mg Pt L-1. k) pH: 6,0 a 9,0.

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l) Substncias potencialmente prejudiciais (teores mximos):Substncias Alumnio: Arsnio: Brio: Berlio: Boro: Benzeno: Benzo-a-pireno: Cdmio: Cianetos: Chumbo: Cloretos: Cobalto: Cobre: Cromo trivalente: Cromo Hexavalente: 1,1, dicloroeteno: 1,2 dicloroetano: Estanho: ndice de Fenis: Ferro solvel: Fluoretos: Fosfato total: Ltio: Mangans: Mercrio: Nquel: Nitrato: Nitrito: Nitrognio amoniacal: Prata: Pentaclorofenol: Selnio: Slidos dissolvidos totais: Teores mximos Substncias Teores mximos 0,1 mg L-1 Al Substncias Tenso Ativas que reagem com o 0,5 mg L-1 LAS azul de metileno: 0,05 mg L-1 As Sulfatos: 250 mg L-1 SO4 -1 1,0 mg L Ba Sulfatos (como H2S no dissociado): 0,3 mg L-1 S -1 0,1 mg L Be Tetracloroeteno: 0,01 mg L-1 -1 0,75 mg L B Tricloroeteno: 0,03 mg L-1 -1 0,01 mg L Tetracloreto de Carbono: 0,003 mg L-1 0,00001 mg L-1 2,4,6 triclorofenol: 0,01 mg L-1 -1 0,01 mg L Cd Urnio total: 0,02 mg L-1 U -1 0,2 mg L CN Vandio: 0,1 mg L-1 V -1 0,05 mg L Pb Zinco: 5,0 mg L-1 Zn -1 250 mg L Cl Aldrin: 0,03 g L-1 -1 0,2 mg L Co Clordano: 0,3 g L-1 -1 0,5 mg L Cu DDT: 1,0 g L-1 -1 0,5 mg L Cz Dieldrin: 0,03 g L-1 -1 0,05 mg L Cz Endrin: 0,2 g L-1 -1 0,0003 mg L Endossulfan: 150 g L-1 0,01 mg L-1 Epxido de Heptacloro: 0,1 g L-1 -1 2,0 mg L Sn Heptacloro: 0,1 g L-1 -1 0,3 mg L C6H5OH Lindano (gama-BHC): 3,0 g L-1 -1 5,0 mg L Fe Metoxicloro: 30,0 g L-1 -1 1,4 mg L F Dodecacloro + Nonacloro: 0,001 g L-1 -1 0,025 mg L P Bifenilas Policloradas (PCBs): 0,001 g L-1 -1 2,5 mg L Li Toxafeno: 5,0 g L-1 -1 0,5 mg L Mn Demeton: 14,0 g L-1 -1 0,002 mg L Hg Gution: 0,005 g L-1 -1 0,025 mg L Ni Malation: 100,0 g L-1 -1 10 mg L N Paration: 35,0 g L-1 1,0 mg L-1 N Carbaril: 70,0 g L-1 -1 1,0 mg L N Compostos organofosforados e carbamatos 100,0 g L-1 totais em Paration: 0,05 mg L-1 Ag 2,4-D: 20,0 g L-1 0,01 mg 2,4,5-TP: 10,0 g L-1 0,01 mg L-1 Se 2,4,5-T: 2,0 g L-1 -1 500 mg L

O CONAMA estabeleceu que os efluentes de qualquer fonte poluidora somente podero ser lanados, direta ou indiretamente, nos corpos de gua desde que obedeam s seguintes condies: a) pH entre 5 a 9. b) temperatura: inferior a 40oC, sendo que a elevao de temperatura do corpo receptor no dever exceder a 3oC; c) materiais sedimentveis: at ml L-1 em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o lanamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulao seja praticamente nula, os materiais sedimentveis devero estar virtualmente ausentes.

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d) regime de lanamento com vazo mxima de at 1,5 vez a vazo mdia do perodo de atividade diria do agente poluidor. e) leos e graxas: leos minerais at 20 mg L-1; leos vegetais e gorduras animais at 50 mg L-1. f) ausncia de materiais flutuantes. g) valores mximos admissveis das seguintes substncias:Substncias Amnia: Arsnio total: Brio: Boro: Cdmio: Cianetos: Chumbo: Cobre: Cromo hexavalente: Cromo trivalente: Estanho: ndice de fenis: Ferro solvel: Fluoretos: Mangans solvel: Mercrio: Nquel: Prata: Selnio Sulfetos: Sulfitos: Zinco: Compostos organoclorados e carbomatos totais: Sulfeto de carbono: Tricloroetenos: Clorofrmios: Tetracloreto de Carbono: Dicloroeteno: Dicloroeteno: compostos organoclorados no listados acima (pesticidas, solventes, etc.): Valores mximos admissveis 5,0 mg L-1 N 0,5 mg L-1 As 5,0 mg L-1 Ba 5,0 mg L-1 B 0,2 mg L-1 Cd 0,2 mg L-1 CN 0,5 mg L-1 Pb 1,0 mg L-1 Cu 0,5 mg L-1 Cr 2,0 mg L-1 Cr 4,0 mg L-1 Sn 0,5 mg L-1 C6H5OH 15,0 mg L-1 Fe 10,0 mg L-1 F 1,0 mg L-1 Mn 0,01 mg L-1 Hg 2,0 mg L-1 Ni 0,1 mg L-1 Ag 0,05 mg L-1 Se 1,0 mg L-1 S 1,0 mg L-1 SO3 5,0 mg L-1 Zn -1 1,0 mg L em Paration 1,0 mg L-1 1,0 mg L-1 1,0 mg L-1 1,0 mg L-1 1,0 mg L-1 0,05 mg L-1

h) outras substncias em concentraes que poderiam ser prejudiciais: de acordo com limites a serem fixados pelo CONAMA.

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2.2. Instalaes necessrias Segundo Moro et al. (1988), Zani Filho et al. (1989) e Sturion & Antunes (2000), um viveiro modelo dividido em 4 setores no caso de produo de mudas seminais e de 5 setores no caso de produo de mudas por estaquia, so eles: Setor de apoio: rea reservada para limpeza e armazenamento de tubetes e bandejas; armazenamento de substrato e insumos; reservatrio de gua; casa de bombas e rea de servios (enchimento de tubetes, semeadura/estaquia e administrao). Este setor muito importante tanto na produo de mudas seminais ou clonais. Setor de jardim clonal: abriga a fase de produo de brotos. A rea pode ser no campo (macro jardim clonal) ou no viveiro, protegido ou no com plstico (mini ou microjardim clonal). Nesta etapa a aplicao dos adubos realizada pelo sistema de fertirrigao por asperso ou por gotejamento. Setor de germinao ou enraizamento: abriga a fase de germinao de sementes ou enraizamento de estacas. A rea pode ser aberta ou fechada em casa-de-vegetao, com cobertura de plstico ou tela de sombra. As mudas podem ser concentradas nas bandejas ou mesas. O sistema de irrigao suave, com partculas finas e de menor vazo. O controle sobre os fatores ambientais, tais como: luz, umidade relativa, temperatura, ventos, chuvas e fitossanidade das plantas so mais rigorosas. Nesta fase a aplicao de adubos por asperso ou aplicao manual atravs de bomba costal ou regador. A densidade de ocupao na bandeja de 100%. Setor de crescimento: esta fase geralmente aberta (plena luz) ou pode ser coberta com tela de sombreamento, no caso de formao de mudas por estaquia, principalmente nos primeiros dias aps a sada da casa de vegetao. O sistema de irrigao intermedirio em tamanho de partculas e vazo. As adubaes so aplicadas por sistema de barras ou asperso. A densidade de ocupao da bandeja de 25 a 75%, conforme o crescimento das mudas. Setor de rustificao: a fase final de formao das mudas. A densidade de ocupao na bandeja de 25 a 75%.

As Figuras 2 e 3 mostram o fluxograma de produo de mudas clonais e de sementes de Pinus e Eucalyptus e os diversos fatores que esto envolvidos na fase de viveiro at o plantio no campo. O tempo mdio para a produo de mudas seminais de eucalipto e Pinus respectivamente de 70 -120 dias e 90 - 150 dias, dependendo do material gentico, a tecnologia empregada e da poca do ano (vero e inverno).

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Espaamento de plantio Condies ambientais Material gentico Pragas e doenas Substrato Pragas e doenas Herbicida Adubao Condio ambiental Stio Programa de melhoramento gentico Taxa e velocidade de germinao Tcnicas de plantio

Produo de sementes Coleta, beneficiamento e armazenamento Fase de germinao

Fase de crescimento e de rustificao das mudas Plantio Povoamentos florestais produtivos

Taxa de crescimento e desenvolvimento

Estado nutricional e fitossanitrio

Adubao

Substrato

Qualidade e quantidade de gua

Condies ambientais

Pragas e doenas

Figura 2. Fluxograma geral de produo de mudas seminais de Eucalyptus e Pinus.

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Programa de melhoramento gentico Seleo do material gentico Pragas e doenas Conduo da poda Adubao Irrigao Rejuvenescimento Jardim clonal Produo de estacas

Condio ambiental Dose de auxina Tamanho da estaca Pragas e doenas Substrato

Espaamento Pragas e doenas Herbicida Adubao Condio ambiental Stio Tcnicas de plantio

Taxa e velocidade de enraizamento

Fase de enraizamento

Casa de sombra

Fase de crescimento e rustificao das mudas

Plantio

Povoamentos florestais produtivos

Estado nutricional e fitossanitrio Condio ambiental Estado nutricional e fitossanitrio Adubao Substrato

Taxa de crescimento e desenvolvimento

Qualidade e quantidade de gua

Condio ambiental

Pragas e doenas

Figura 3. Fluxograma de produo de mudas clonais de Pinus e Eucalyptus.

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2.3. Recipientes Os modelos de recipientes utilizados para produo de mudas de eucaliptos e Pinus, denominados tubetes, so confeccionados em polipropilenos, de cor preta, de formato cnico, de seo circular ou quadrada e de tamanhos variados (Figuras 4A e 4B). Para evitar o enovelamento das razes, os tubetes so de 4 ou 6 frisos (estrias) longitudinais internos, que direcionam as razes laterais para o fundo, onde existe um orifcio para o escoamento da gua e sada das razes. Existem vrias dimenses de tubetes, e os preos variam de acordo com o tamanho e o modelo. A Tabela 6 mostra alguns tamanhos e modelos de tubetes encontrados no mercado.

Tabela 6. Tamanhos e modelos de tubetes encontrados no mercado e utilizados para a produo de mudas de Eucalyptus e Pinus. Dimetro interno (cm) Altura (cm) Volume aproximado (cm3) Tubetes de seo circular 2,7 7,8 30 2,7 12,5 50 2,7 15,0 60 Tubetes de seo quadrada 3,2 12,0 50 2,6 12,2 56 3,8 14,0 60 Os tubetes so alojados em bandejas planas com capacidade de 96 a 228 clulas (Tabela 7). A Figura 4A mostra o modelo de bandeja com 228 tubetes, com peso aproximado de 1,5 kg. So produzidas em polipropilenos, com 20% de fibra de vidro aditivada com antiultravioleta. Estruturada com 3 barras de ferro longitudinais. Acondiciona maior quantidade de mudas por metro quadrado e sua estrutura rgida evita flambagem ou deformaes. Pode ser usada apoiada em estrutura ou sobre 4 ps. Outro modelo de bandeja utilizada com p (Figura 5), de dimenso superior de 584 mm x 385 mm, inferior de 625 mm x 424 mm, altura de 164 mm, capacidade para 96 tubetes e peso de 1,4 kg. Estes modelos de bandeja so produzidos em polipropileno fotoestabilizado. Sua estrutura reforada oferece flexibilidade na organizao e no lay-out do viveiro. Permite o empilhamento, dispensando suporte metlico e minimizando o custo do empreendimento. Tabela 7. Modelos de bandejas utilizados na produo de mudas de Eucalyptus e Pinus. Nmero de clulas 96 108 176 192 228 Comprimento (mm) 597 590 595 595 676 Largura (mm) 395 420 388 419 420 Altura (mm) 30 25 25 25 37 Tubetes/m2 407 435 762 770 80315

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A

B

Figura 4. Tubetes redondos envasados em bandeja plana de 228 clulas (A); Tubetes quadrados envasados em bandeja com p de 96 clulas (B).

Figura 5. Modelo de bandeja de polipropileno fotoestabilizado com p com capacidade para 96 tubetes.

2.4. Substrato Segundo Carneiro (1995), substrato o meio em que as razes proliferam-se, para fornecer suporte estrutural parte area das mudas e tambm as necessras quantidades de gua, oxignio e nutrientes. May (1984) citado por Carneiro (1995) definiu a fertilidade do substrato como a qualidade que permite o feorneceimento dos elementos adequadas para o crescimento das mudas. O mesmo autor definiu produtividade de um substrato, como a capacidade de produzir, sob uma especfica metodologia, toda uma colheita de mudas. Substratos produtivos devem ser frteis, porm um substrato frtil pode no ser necessariamente produtivo, pois h que se considerar as exigncias nutricionais de cada espcie, considerando-se os seguintes aspectos: a) exigncia nutricional da espcie em produo; b) disponibilidade dos nutrientes no substrato; mesmo com a exigncia dos nutrientes, as mudas no os absorvem, por algum motivo, como sua insolubilidade na gua do substrato;16

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c) os nutrientes podem estar sem mobilidade, fixos s fraes argila e/ou orgnica do substrato; d) perdas dos nutrientes por lixiviao. Kmpf (1999) define substrato como um produto usado em substituio ao solo para a produo vegetal. Geralmente, o uso de substratos est relacionado com o cultivo em recipientes (fora do solo). Segundo a mesma autora, est ocorrendo uma melhora considervel na qualidade do substrato, visto que no sistema de produo de mudas est ocorrendo a automao do viveiro. Os substratos esto ficando mais elaborados com a padronizao dos produtos, reduo dos custos, especializao dos produtos e controle fitossanitrio. Entre as caractersticas fsicas do substrato mais importantes para os viveiros florestais esto: textura, estrutura, porosidade (ar e umidade), densidade aparente, composto orgnico e compacidade. O composto orgnico o material resultante da decomposio de restos vegetais ou animais. O processo da compostagem consiste em amontoar esses resduos e, mediante tratamentos qumicos (adio de N), biolgicos (fungos e bactrias) ou no, acelerar a sua decomposio. A decomposio da matria orgnica, ocasionada pelos microorganismos do solo, processa-se mais rapidamente quando estes encontram suficientes quantidades de nitrognio e fsforo prontamente assimilveis. Porm, alguns dos resduos orgnicos so relativamente pobres em nitrognio sendo de difcil decomposio (Tabela 8). Recomenda-se que no sejam utilizados materiais com alta relao C/N, sem que seja realizada a sua compostagem prvia. A relao C/N inicial teoricamente mais favorvel para compostagem de 30/1. Considera-se, na prtica, os valores entre 26/1 e 35/1 como os iniciais mais favorveis para mais rpida e eficiente compostagem (Kiehl, 1998). As caractersticas qumicas modificam as propriedades fsicas e biolgicas do substrato, sendo tambm a recproca verdadeira. A natureza qumica influenciada pela fertilizao, acidez e pela disponibilidade de nutrientes minerais no substrato que, por sua vez, regula o desenvolvimento das mudas. Abaixo esto relacionados alguns itens que devem ser considerados em relao as caractersticas qumicas do substrato: a) CTC: Todo substrato deve apresentar materiais com alta capacidade de troca catinica (CTC), ou seja, tem que adsorver ctions existentes na soluo, podendo depois ced-los s razes. Quanto maior a CTC do material, menor ser a lixiviao de K, Ca e Mg. A Tabela 9 mostra a capacidade de troca catinica de diferentes materiais. Verifica-se que o hmus (matria orgnica decomposta) e a vermiculita so os que apresentam maior CTC. Portanto, na composio do substrato importante que um destes componentes estejam presentes.

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Algumas caractersticas fsicas e qumicas de substratos comumente usados para a produo de mudas florestais, isoladamente ou como componentes esto apresentados na Tabela 10 (Gonalves & Poggiani, 1996). Tabela 8. Composio de alguns materiais empregados no preparo de composto (resultado em material seco, a 110oC).Material Amoreira (folha) Bagao de cana Bagao de laranja Borra de caf (solvel) Capim-colonio Capim-gordura Capim-guin Capim-jaragu Capim-limo (cidreira) Capim-milho-roxo Capim mimoso Capim-p-de-galinha Capim-rhodes-gigante Cpsulas de mamona Casca de sementes de algodo Casca de arroz Couro em p Crislida do bicho-da-seda Crotalaria juncea Dejetos do bicho-da-seda Esterco de carneiro Esterco de cocheira Esterco de gado Esterco de galinha Esterco de porco Feijo-guandu Feijo-de-porco Grama-batatais Grama-seda Mandioca (folhas) Mandioca (ramas) Mucuna-preta Palha-de-caf Palha-de-feijo Palha-de-milho Polpa de sisal Samambaia Serragem Torta de babau Torta de cacau Torta de cco Torta de linhaa Torta de mamona Torta de usina de acar Turfa M.O. 86,0 58,5 22,5 86,7 91,0 92,3 88,7 90,5 91,5 91,6 93,6 86,9 89,4 94,3 95,9 54,4 92,0 91,1 91,4 82,1 56,4 45,8 62,1 54,0 46,2 95,9 88,5 90,8 90,5 91,6 95,2 90,6 93,9 94,6 96,7 67,3 95,6 93,4 95,3 64,9 94,5 94,8 92,2 78,7 39,8 C/N 13/1 22/1 18/1 25/1 27/1 81/1 33/1 64/1 62/1 36/1 79/1 41/1 37/1 44/1 78/1 39/1 5/1 5/1 26/1 17/1 15/1 18/1 18/1 10/1 10/1 29/1 19/1 36/1 31/1 12/1 40/1 22/1 31/1 32/1 112/1 27/1 109/1 864/1 14/1 11/1 12/1 9/1 10/1 20/1 57/1 N% 3,7 1,4 0,7 1,9 1,8 0,6 1,4 0,7 0,8 1,4 0,6 1,1 1,3 1,1 0,6 0,7 8,7 9,4 1,9 2,7 2,3 1,4 1,9 3,0 2,5 1,8 2,5 1,3 1,6 1,3 1,3 2,2 1,6 1,6 0,4 1,3 0,4 0,0 3,7 3,2 4,3 5,6 5,4 2,1 03 P2O5% 1,0 0,2 0,1 0,1 0,5 0,1 0,3 0,2 0,2 0,3 0,2 0,5 0,6 0,2 0,0 0,5 0,2 1,4 0,4 0,6 0,2 0,5 1,0 4,7 4,9 0,5 0,5 0,3 0,6 0,7 0,3 0,5 0,1 0,2 0,3 0,4 0,0 0,0 1,9 2,4 1,8 1,7 1,9 2,3 0,0 K2O% 0,9 0,4 0,0 1,8 1,2 0,4 0,4 0,7 1,8 36 3,6 1,7 1,6 1,8 2,3 1,1 2,4 2,9 1,8 1,9 1,6 0,8 0,1 0,0 1,0 1,4 3,1 1,3 1,5 1,2 0,3

Fonte: Loures (1983)

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Tabela 9. Capacidade de troca catinica do hmus e de outros constituintes do solo. Constituintes Areia xidos hidratados de ferro e alumnio Caulinita (mineral de argila 1:1) Ilita e Clorita (minerais de argila 2:1) Montemorilonita (mineral de argila 2:1) Vermiculita (mineral de argila 2:1) Hmus Fonte: Kiehl (1998). CTC (mmolc/dm3) Menos de 10 30 a 50 30 a 15 100 a 400 800 a 1.200 1.000 a 1.500 2.000 a 4.000

Existe uma relao entre a CTC e a superfcie especfica do material. Quanto maior a CTC maior ser a superfcie especfica. A maior superfcie resulta em maior reteno de gua. Logo, substratos contendo componentes como hmus e vermiculita apresentaram uma maior capacidade de fornecer gua as plantas, necessitando de menores ciclos de irrigaes.

b) pH: O pH adequado situa-se na faixa de 5,0 a 6,0. c) Matria orgnica e relao C/N: Tradicionalmente, a adio de material orgnico ao substrato conduzida com a mistura de vegetais provenientes da adubao verde, turfa, serrapilheira de povoamentos adultos, estercos, cascas de vegetais de diferentes origens, inclusive de rvores e materiais de diversos produtos decompostos. Neste caso, conforme j citado a relao C/N do substrato deve situarse na faixa de 20 a 30 C/1N (Kiehl, 1998). A Figura 6 mostra o crescimento de mudas de Eucalyptus grandis em funo da relao C/N da casca de Pinus. O substrato utilizado foi composto de 60% de casca de Pinus, 30% de casca de arroz carbonizada e 10% de vermiculita.

Figura 6.

Vista geral das mudas de Eucalyptus grandis em funo da relao C/N do substrato. I: 0 kg de uria m-3 de casca de Pinus (C/N=66,6); II: 4,35 kg de uria m-3 de casca de Pinus (C/N=33,6); III: 6,5 kg de uria m-3 de casca de Pinus (C/N=12,5); IV: 13 kg de uria m-3 de casca de Pinus (C/N=12); V: 26 kg de uria m-3 de casca de Pinus (C/N=10). (Fonte: Bouchardet et al., 1999).19

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Tabela 10. Caractersticas fsicas e qumicas de alguns substratos usados para produo de mudas florestais.Caracterstica Densidade global (g cm-3) Densidade real (g cm-3) Porosidade total (%)(6) Macroporosidade (%)(7) Microporosidade (%)(7) Capac. mx. de ret. de gua (ml/50 cm3)(8) Capac. mx. de ret. de gua (ml g-1) Matria orgnica (g kg-1)(9) Compostvel (g kg-1)(9) Resistente (g kg-1)(9) Resduo mineral total (g kg-1)(9) Insolvel (g kg-1)(9) Solvel (g kg-1)(9) C orgnico total (g kg-1)(9) N total (g kg-1)(9) Relao C total/N total pH em CaCl2 0,01M(10) P total (g kg-1)(9) K total (g kg-1)(9) Ca total (g kg-1)(9) Mg total (g kg-1)(9) P resina (mg dm-3)(10) K trocvel (mmolc dm-3)(10) Ca trocvel (mmolc dm-3)(10) Mg trocvel (mmolc dm-3)(10) Al trocvel (mmolc dm-3)(10) C. T. C. efetiva (mmolc dm-3)(10)(1)

Composto orgnico(1) 0,5 1,9 74 13 61 30,5 1,3 205 164 41 795 734 61 114 11 10 6 4 3 8 4 780 117 144 54 6 321

Hmus de Minhoca(1) 0,45 1,8 75 7 68 34 1,6 194 136 58 806 725 81 108 8,4 13 6,4 4 2 10 4 1216 38 188 183 14 423

Casca de Eucalipto decomposta(2) 0,4 1,3 69 39 30 15 0,8 552 480 11 433 299 133 270 10 27 6,1 0,2 1 26 1 120 22 273 64 3 362

Turfa(3)

Vermiculita (fina)(4) 0,12 1,2 90 44 46 23 3,9 5,9 23 1,8 37 69 1 109

Terra de subsolo 1,2 2,5 52 10 42 21 0,4 5 2,9 0,24 12 4,2 2 0,2 10 2 3 15

773 770 3 428 31 14 4 0,7 3 15 -

Casca de arroz carbonizada 0,25 1,4 82 44 38 19 1,6 510 248 262 490 453 37 284 6,5 44 6,5 1 3 1 1 135 28 28 10 3 69

Cinza da caldeira de biomassa(5) 0,25 1,1 77 35 42 21 3,6 796 296 500 241 44 196 426 3 128 8,8 5 12 49 7 59 27 3 3 0 33

Composto orgnico e hmus de minhoca produzidos a partir de esterco de bovino de corte, proveniente do Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP; (2) Resduo industrial proveniente da RIPASA Celulose e Papel; (3) Dados mdios de turfas de 9 procedncias, adaptados de Kiehl (1985), pp. 198 e 199; (4) Vermiculita comercial fina com dimetro mdio entre 0,7 e 2,0 mm; (5) Proveniente da CHAMPION Papel e Celulose, resultante da queima de madeiras finas com casca de eucaliptos; (6) Porosidade total (%) = [(dr - dg)/dr] x 100; (7) A macro e a microporosidade foram estimadas em tubetes de polipropileno de 50 cm3; macroporosidade (%) = {[(50 ml x porosidade total (%) 100) - capacidade mxima de reteno de gua (ml)] 50 ml} x 100 e a microporosidade (%) = porosidade total (%) - macroposidade (%); mdias de 10 repeties; (8) Capacidade mxima de reteno de gua (ml/50 cm3) = quantidade mxima de gua retida no substrato aps irrigao com 50 ml de gua (realizado em tubetes de 50 cm3; 48 h de equilbrio; secagem a 1050C); (9)Anlises realizadas segundo a metodologia apresentada por Kiehl (1985); valores em termos de base seca a 1050C para facilitar as comparaes; (10) Anlises realizadas segundo a metodologia apresentada por Raij et ali. (1987); amostras secas em estufa a 450C.

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Outra caracterstica muito comum em mudas produzidas em substratos com alta relao C/N o avermelhamento das folhas, alm do crescimento reduzido. A Tabela 11 mostra os teores de nutrientes em mudas de eucalipto com idade de 30 dias aps a semeadura e comparativamente na Tabela 12 esto as caractersticas qumicas dos respectivos substratos utilizados. Os teores de nitrognio nas mudas esto abaixo da faixa considerada adequada para a idade (35 40 mg kg-1). Isto reflete que a adubao de cobertura fornecida s mudas foi insuficiente para o seu desenvolvimento. Provavelmente, boa parte do nitrognio adicionado foi utilizada no processo de decomposio (imobilizao pelos microorganismos) do substrato, pois a relao C/N do substrato encontra-se muito acima da adequada (acima de 45).

Tabela 11. Concentrao de macro e micronutrientes em mudas de eucalipto com idade de 30 dias aps a semeaduraDesenvolvimento das mudas Muito abaixo do normal Abaixo Normal P K Ca Mg S ------------------ g kg-1 -------------21,7 4,6 15,0 8,2 6,3 2,9 18,9 3,4 17,0 8,2 3,7 2,0 28,0 4,4 24,1 8,9 4,7 2,5 N Cu Fe Mn Zn ----------- mg kg-1 ---------17 10 500 200 24 16 6 244 120 28 19 6 184 84 38 B

Tabela 12. Caractersticas qumicas do substrato comercial utilizado na produo de mudas de eucalipto. pH MO C/N P S-SO4 K Ca Mg H+Al CaCl2 g md-3 -- mg kg-1 --------- mmolcdm-3 -------(1) 5,5 458 48,6 580 37 11 130 48 25 (2) 5,6 339 71,4 500 41 7 113 38 22 (3) 5,6 293 50,9 530 29 10 111 33 18 Mudas SB CTC V M B Cu Fe Mn Zn - mmolcdm-3 -- % -------------- mg dm-3 ----------(1) 189 214 88 1 0,4 1,6 104 4,8 5,0 (2) 158 180 88 1 0,4 0,8 72 3,5 2,8 (3) 90 173 90 0 0,4 0,8 28 4,5 1,3 (1) muito abaixo do normal; (2) abaixo do normal; (3) normal. Mudas Al 1 1 0

Uma escala para interpretao de caractersticas fsicas e qumicas de substrato usado na produo de mudas florestais est descrita na Tabela 13. A Tabela 14 mostra as caractersticas qumicas dos substratos comerciais mais utilizados no setor florestal. Na maioria das vezes, no necessrio acrescentar outros nutrientes na adubao de base, visto que, j tem elevados teores de macro e micronutrientes.

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Tabela 13. Escala de valores para interpretao de caractersticas fsicas e qumicas de substratos usados para produo de mudas florestais no sistema de tubetes.Alto ou adequado 1 Densidade global (g cm-3) < 0,25 0,25 - 0,50 > 0,50 Porosidade total (%) < 55 55 - 75 > 75 1 Macroporosidade < 20 20 - 40 > 40 1 Microporosidade < 25 25 - 50 > 50 1 Capacidade mxima. de reteno de gua (mL 50 cm3) < 15 15 - 25 > 25 1 (b) Relao C total/ N total 8 a 12/1 12 a 18/1 > 18/1 1 pH em CaCl2 0,01M(b) < 5,0 5,0 - 6,0 > 6,0 1 Matria orgnica < 20 20-50 > 50 2 N total (g kg-1) < 2,0 1,0 - 2,0 > 2,0 2 P resina (mg dm-3) (b) < 200 20 - 40 > 40 1 K trocvel (mmolc dm-3) (b) < 15 15 - 30 > 30 1 Ca trocvel (mmolc dm-3) (b) < 100 100 - 150 > 150 1 Mg total (mmolc dm-3) (b) < 50 50 - 100 > 100 1 C.T.C efetiva (mmolc dm-3) (b) < 100 100 - 200 > 200 1 B (mg dm-3) < 0,3 0,3 - 0,6 > 0,6 3 Cu (mg dm-3) < 2,0 2,0 - 4,0 > 4,0 3 Fe (mg dm-3) < 20 20 - 60 > 60 3 Mn (mg dm-3) 20 3 -3 Zn (mg dm ) 15 3 (a) Substratos constitudos basicamente de compostos orgnicos, com ou sem outros componentes; (b) Determinado segundo metodologia apresentada por Raij (1987). (c) Fonte: 1 = Gonalves & Poggiani (1996); 2 = Youngberg (1984) citado por Valeri & Corradini (2000); 3 = Silveira & Higashi (2002). Caracterstica Baixo Nvel Mdio Fontec

a

Tabela 14. Caractersticas qumicas dos substratos comerciais mais utilizados no setor florestal.- pH CaCl2 4,9 - 5,2 M.O. g dm-3 100 - 400 P resina mg dm-3 K Ca Mg Al T V % 65 - 90 B Cu Fe Mn Zn ____________ mmolc dm-3 ____________ 50 - 180 5 - 10 0-3 120 - 400 ____________ mg dm-3 ____________ 1,5 3,5 12 10 - 60 15 - 30 5 - 20

400 - 700 5 - 15

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3. Aspecto fisiolgico da cultura 3.1. Eucalyptus A maioria das 600 espcies e variedades de eucaliptos encontra-se na Austrlia continental e Tasmnia, um nmero menor de espcies em Papua-Nova-Guin, Timor e arquiplago indonsico (ilhas de Sonda, Flores e Witar), e tambm mais ao norte nas ilhas Clebes, Molucas e Mindanau, nas Filipinas. A distribuio geogrfica dos eucaliptos estende entre as latitudes de 7oN e 43o39S, portanto, inteiramente no Hemisfrio Sul, e na posio geogrfica semelhante ao Brasil. Desde o incio dos primeiros estudos com bases tcnicas e cientficas, em 1904, pelo engenheiro Edmundo Navarro de Andrade, na Companhia Paulista de Estradas de Ferro, at os dias atuais, as empresas florestais e os institutos de pesquisas (EMBRAPA, ESALQ, Instituto Florestal, IEF, IPEF, UFLA, UFV) tm realizado estudos em melhoramento gentico com finalidade de adaptao de espcies e/ou procedncias para cada regio do Brasil (Ferreira & Santos, 1997). Em 1941, o Instituto Agronmico de Campinas iniciou um programa de melhoramento gentico de eucaliptos atravs da seleo de rvores superiores, seleo de reas de produo de sementes, hibridao interespecfica e seleo de mudas nos viveiros e tendo como os principais objetivos: melhorar a uniformidade das plantaes; reduzir o nmero de falhas e o nmero de rvores dominadas das plantaes; melhorar a forma do tronco, as caractersticas dos ramos, o crescimento em altura e dimetro das rvores; melhorar a capacidade de brotao e; aumentar a produo por unidade de rea (Ferreira & Santos, 1997). Atualmente, alm dos parmetros dendromtricos, os aspectos fsicos e qumicos da madeira so importantes na escolha do material gentico mais apropriado para cada finalidade. Alm do melhoramento gentico, os aspectos silviculturais tiveram um progresso considervel nos ltimos anos no Brasil, como por exemplo: espaamento de plantio, monitoramento nutricional e cultivo mnimo. Vrias publicaes relatam a importncia da cultura do eucalipto, desde a sua introduo no Brasil, as espcies mais cultivadas e seus aspectos silviculturais (Ferreira & Santos, 1997; Marchiori & Sobral, 1997; Mora & Garcia, 2000; Leo, 2000; Galvo, 2000). As espcies de eucalipto, devido ao seu ritmo de crescimento, produtividade, diversidade de espcies, adaptao em vrias condies edafo-climticas e por diversos usos tem sido muito utilizado nos plantios florestais. A Tabela 15 mostra o tempo mdio de produo de mudas e a idade mdia de corte em Eucalyptus, dependendo da finalidade de uso da madeira.

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Tabela 15. Perodo de produo de mudas e da idade de corte de Eucalyptus e Pinus, dependendo da finalidade de uso da madeira. Finalidade silvicultural Eucalyptus* Pinus* Tempo de produo de mudas 75 135 dias 110 165 dias Madeira serrada Mais de 10 anos Mais de 15 anos Celulose 6 7 anos 8 10 anos Chapas e aglomerados 6 7 anos Acima de 8 anos Cercas e moures > 3 anos Madeira para energia > 2 anos leo essencial > 1 ano Resina Acima de 2 anos * Plantio de 1111 a 1666 rvores por hectare.

3.2. Pinus Entre as gimnospermas, que renem cerca de 675 espcies, em 63 gneros, o gnero Pinus tem cerca de 100 espcies, com distribuio natural desde as regies rticas e subrticas da Eursia e sul da Amrica do norte e nas regies tropical e subtropical da Amrica Central e sia (Marchiori, 1996). As espcies mais comuns plantadas no sul do Brasil so originrias dos Estados Unidos (Pinus elliottii, P. taeda) e Europa (Pinus sylvestris, P. pinaster, P. pinea), no centro e norte do pas so cultivadas espcies provenientes da Amrica Central (Pinus caribaea var. caribaea, P. caribaea var. hondurensis, P. oocarpa) ou sudeste asitico (Pinus merkusii, P. kesiya), onde a produtividade variam entre 8 a 30 m3 ha-1/ ano, com rotao de 20 25 anos (Marchiori, 1996; FAO, 2003). A Tabela 15 mostra o tempo mdio de produo de mudas e a idade mdia de corte em Pinus, dependendo da finalidade de uso da madeira.

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4. Minijardim clonal 4.1. Eucalyptus As etapas da produo de mudas clonais de Eucalyptus no Brasil, via estaquia, praticamente a mesma desde o incio da propagao massal. As matrizes so propagadas e plantadas em reas de testes clonais, para determinar a adaptabilidade e a superioridade desejvel em diferentes stios, e para se conhecer a melhor interao entre gentipo e ambiente (Campinhos, 1987). Os melhores clones, aps a avaliao dendromtrica e qualidade da madeira, so selecionados para o uso em programas comerciais de reflorestamento. As matrizes selecionadas so plantadas em jardins clonais num espaamento reduzido para a produo de estacas (Figuras 7A-D). Nos ltimos 20 anos, os jardins clonais, tiveram uma evoluo muito grande na forma, com a reduo da rea, aumento da produtividade (Tabela 15) e reduo do tamanho da estaca. A B

C

D

Figura 7. A: Jardim clonal no campo, plantio de 0,5 x 0,5 m, com sistema de fertirrigao por gotejamento da Siderrgica Barra Mansa, em Capo Bonito/SP. B: Minijardim clonal em canaleto, com substrato areia, plantio de 0,1 x 0,1 m e fertirrigao por gotejamento da Votorantim Celulose e Papel, em Luiz Antnio/SP. C: Jardim clonal em vaso de plstico de 8 L com substrato areia e por fertirrigao na Votorantim Celulose e Papel, em Capo Bonito/SP. D: Minijardim clonal em fibra de vidro, plantio de 0,1 x 0,1 m, substrato espuma fenlica e fertirrigao por inundao na ESALQ/USP, em Piracicaba/SP.

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A forma da minicepa e produtividade de miniestacas diferem de sistemas de minijardim clonal em tubetes ou de canaletes (Figuras 8 A e 8 B). A taxa de enraizamento no difere entre as miniestacas produzidas nos dois sistemas, porm a produtividade por minitoua e o perodo de produo so bastante diferentes. Enquanto que no tubete a produtividade de 4-6 miniestacas/minicepa/ms, no sistema de canaleto a produtividade pode chegar a mais de 20 miniestacas/minicepa/ms. O tempo de produo em tubetes pode chegar a 3 - 6 meses e no canaleto a produo ultrapassa mais de 3 anos. Basicamente, a diferena est na explorao do sistema radicular. Nos tubetes as razes ficam restritas ao volume menor (50 - 55 cm3) e no canaleto o volume de explorao das razes muito maior.

A

B

Figura 8. Aspecto da minicepa em tubete (A) e minicepa em canaleto (B) de Eucalyptus.

Figura 9. Aspecto geral do tamanho das miniestacas de Eucalyptus.

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Tabela 16. Evoluo dos jardins clonais para a produo de estacas de Eucalyptus.Local Campo Campo Campo Viveiro Viveiro Espaamento de plantio 3x3m 1 x 1,5 m 0,5 x 0,5 m Tubete (55 cm3) 0,1 x 0,1 m (Sistema hidropnico) Idade da 1a poda (dias) 540 180 30 40 30 40 20 30 Freqncia de coleta (dias) 30 40 40 60 40 60 15 20 7 15 Tamanho da estaca (cm) 10 15 68 23 57 Produtividade mdia (estacas/m2/ano) 114 121 1752 29200 41480 Perodo

Dcada de 80 Incio de 90 1995 1999 1996 A partir de 1999

Fonte: modificado de Higashi et al. (2000)

Portanto, o minijardim clonal pode ser instalado em recipientes que variam desde tubetes para produo de mudas at em vasos e baldes plsticos e canaletes de fibro-cimento de diversos volumes e dimenses. As Figuras 7 B - D mostram alguns jardins clonais (mini/microjardins clonais) instalados em diferentes tipos de recipientes em comparao com o jardim clonal em campo (Figura 7A).

4.1.1. Soluo nutritiva e fertirrigao Higashi et al. (2000) definiram as faixas adequadas de nutrientes na soluo nutritiva de mini/microjardim clonal de Eucalyptus (Tabela 17). A aplicao da soluo nutritiva deve ser atravs de gotejamento, asperso ou manual com regador no sistema de canaleto. Quando se utiliza recipientes menores, como tubetes ou vasos, a aplicao da soluo nutritiva dever ser atravs de gotejadores individuais (em vasos), por inundao (ebb flow), asperso, sistema de barras ou manualmente com regador. As doses de nutrientes na soluo nutritiva devem ser corrigidas conforme a exigncia nutricional de cada material gentico e poca do ano atravs do monitoramento nutricional, procurando correlacionar o teor foliar com a produtividade e o enraizamento dos propgulos vegetativos. A Tabela 18 mostra alguns parmetros importantes no manejo e no preparo da soluo nutritiva para minijardim clonal de Eucalyptus.

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Tabela 17. Doses mdias de macro e micronutrientes utilizadas na soluo nutritiva em condio de mini/microjardim clonal de Eucalyptus. Nutrientes Doses (mg L-1) N 100 200 P 15 30 K 100 200 Ca 100 200 Mg 25 50 S 35 65 B 0,3 0,6 Cu 0,03 0,06 Fe 37 Mn 0,3 0,8 Mo 0,01 0,02 Si* 40 80 Zn 0,05 0,1 * o uso de silcio pode diminuir a infestao de doenas.

Tabela 18. Parmetros adequados do manejo e para a formulao da soluo nutritiva do minijardim clonal de Eucalyptus. Parmetros Observaes e faixas adequadas Nutrientes Devem conter todos os essenciais ao desenvolvimento das plantas Adubos Alta solubilidade (Tabela 47) pH 5,8 a 6,0 Potencial osmtico 0,5 a 0,8 atm Condutividade eltrica 1,5 a 2,5 mS/cm Renovao da soluo nutritiva em sistema Quando atingir a condutividade eltrica menor que 1,0 hidropnico fechado mS/cm Concentrao dos nutrientes no tanque estoque de At 30 vezes adubos* Quantidade aplicada da soluo nutritiva via 5 8 L m-2 gotejamento** Lavagem do sistema com gua*** Pelo menos uma vez por semana Densidade de plantas 100 120/m2 Tamanho da miniestaca 5 8 cm (Figura 9) Intensidade de coleta De preferncia seletiva e diria * Evitar a mistura dos adubos nitrato de clcio e sulfato de magnsio no mesmo tanque, pois podem precipitar e formar gesso; ** O volume aplicado depende da idade das plantas e da poca do ano; *** necessria a lavagem para evitar a salinizao do sistema.

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4.1.2. Matria seca, concentrao e acmulo de nutrientes Silveira et al. (2000) verificaram que a produo de matria seca (Figura 10), concentraes (Tabela 22) e as quantidades extradas dos nutrientes, em brotao de dois clones de Eucalyptus, no perodo entre 7 a 16 dias de idade, na condio de minijardim clonal hidropnico aberto. Houve diferena na produo de matria seca entre os clones avaliados (Figura 10). A concentrao dos nutrientes nas brotaes obedeceu seguinte ordem decrescente para ambos os clones estudados: N>K>P>Ca>Mg>S. O Mn foi o micronutriente com maior concentrao, seguido do Fe, Zn, B e Cu. Em outro estudo, Higashi et al. (1998) avaliaram a distribuio da quantidade de macronutrientes, micronutrientes e matria seca, nas diferentes partes da minitoua em clone hbrido de Eucalyptus grandis x E. urophylla cultivado em minijardim clonal hidropnico fechado. Os autores verificaram que a produtividade foi de 3,2 g/planta de matria seca na brotao aos 28 dias de idade, ou seja, a produo de 310 g de matria seca por m2 (Tabela 19). Em relao ao contedo de nutrientes, estes mesmos autores verificaram que os elementos N, P, Ca, Mg, S, Zn, Cu, F e Mn tiveram um incremento linear de acmulo na brotao durante os 28 dias de avaliao. O perodo de maior acmulo relativo de nutrientes nas brotaes das minicepas ocorreu no perodo de 7-14 dias de idade (Tabela 20). Ao final de 28 dias de avaliao, os nutrientes que apresentaram maior acmulo relativo, em ordem decrescente foram: Ca>Fe>S>Mg>N>B>P>Mn>K>Zn>Cu. A quantidade de nutrientes contidas nas brotaes do minijardim clonal por m2, em funo da idade est descrita na Tabela 21.600 Peso seco da brotao (mg/minitoua)Clone A y =- 239,69 + 41,807x 2 R = 0,74** Clone B y = - 232,71 + 38,959x 2 R = 0,68** A

500

400

300

200

100

0 7 10 Perodo (dias) 13 16

Figura 10. Peso seco da brotao de dois clones de Eucalyptus, em minijardim clonal hidropnico aberto (Fonte: Silveira et al., 2000).

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Tabela 19. Distribuio da quantidade de macronutrientes, micronutrientes e matria seca nas diferentes partes da minitoua de Eucalyptus grandis x E. Urophylla, cultivados em condio de minijardim clonal hidropnico fechado (Higashi et al., 1998).Quantidades Matria seca (g/planta) N (mg/planta) P (mg/planta) K (mg/planta) Ca (mg/planta) Mg (mg/planta) S (mg/planta) B (g/planta) Cu (g/planta) Fe (g/planta) Mn (g/planta) Zn (g/planta) Partes da minitoua Cepa Brotao Total Cepa Brotao Total Cepa Brotao Total Cepa Brotao Total Cepa Brotao Total Cepa Brotao Total Cepa Brotao Total Cepa Brotao Total Cepa Brotao Total Cepa Brotao Total Cepa Brotao Total Cepa Brotao Total _______________________ Idade (dias) _________________________ 7 14 21 28 1,20 (64,00) 1,10 (49,00) 1,04 (35,00) 1,14 (26,00) 0,67 (36,00) 1,13 (51,00) 1,89 (65,00) 3,31 (74,00) 1,87 2,23 2,93 4,45 5,9 (22,52) 5,6 (11,89) 5,8 (8,63) 7,3 (7,24) 20,3 (69,41) 41,5 (88,11) 61,4 (91,37) 93,5 (92,76) 26,2 47,1 67,2 100,8 0,89 (30,58) 0,74 (15,07) 0,84 (12,56) 1,06 (10,64) 2,02 (69,41) 4,17 (84,93) 5,85 (87,44) 8,9 (89,35) 2,91 4,91 6,69 9,96 8,51 (52,47) 8,71 (31,65) 7,66 (20,35) 7,79 (13,52) 7,71 (47,53) 17,64 (68,35) 29,98 (79,65) 48,56 (86,48) 16,22 25,81 37,64 56,15 2,45 (55,68) 2,47 (33,65) 1,82 (13,68) 2,25 (15,93) 1,95 (44,31) 4,87 (66,35) 11,48 (86,35) 11,87 (84,07) 4,4 7,34 13,3 14,12 1,72 (51,34) 1,40 (32,94) 1,42 (26,15) 1,61 (19,80) 1,63 (48,66) 2,85 (67,06) 4,01 (73,85) 6,52 (80,19) 3,35 4,25 5,43 8,13 0,22 (16,92) 0,19 (6,31) 0,30 (7,19) 0,33 (4,98) 1,08 (83,08) 2,82 (93,69) 3,87 (92,81) 6,3 (95,02) 1,30 3,01 4,17 6,63 21,61 (26,17) 16,46 (10,61) 50,10 (21,23) 32,59 (13,66) 60,97 (73,83) 108,74 (89,39) 185,91 (78,78) 205,99 (86,34) 82,58 115,20 236,01 238,58 19,61 (56,81) 17,83 (44,75) 16,65 (38,59) 18,83 (37,34) 14,91 (43,19) 22,01 (55,25) 26,50 (61,42) 31,60 (62,67) 34,52 39,84 43,15 50,43 72,44 (52,42) 48,20 (26,28) 59,79 (22,08) 96,73 (22,38) 65,76 (47,58) 135,21 (73,72) 211,01 (77,92) 335,50 (77,62) 138,20 183,41 270,80 432,23 103,70 (31,53) 74,76 (15,89) 55,13 (9,40) 64,12 (7,41) 225,15 (68,47) 395,81 (84,11) 530,90 (90,60) 801,08 (92,59) 328,85 470,57 586,03 865,20 45,72 (59,50) 40,28 (43,09) 35,29 (32,89) 36,87 (26,69) 31,12 (40,50) 53,20 (56,91) 72,02 (67,11) 101,28 (73,31) 76,84 93,48 107,31 138,15

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Tabela 20. Acmulo relativo (%) de nutrientes na brotao da minitoua do clone de Eucalyptus grandis x E. urophylla, cultivado em sistema hidropnico fechado, durante 28 dias de avaliao (Higashi et al., 1998). Acmulo relativo Perodo N P K Ca Mg S B Cu Zn Fe Mn Dias --------------------------------------------------- % ------------------------------------------------------7 14 324 300 215 602 346 428 436 202 241 572 296 14 21 169 166 179 183 171 176 148 150 158 182 166 21 28 140 140 158 145 141 143 113 133 136 145 139 7 28 773 700 612 1607 840 1085 741 408 524 1517 690 Tabela 21. Quantidades de nutrientes contidas nas brotaes de minijardim clonal por m2, em funo da idade (Higashi et al., 1998).

Nutriente

N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn

7 14 21 28 ------------------------------------- idade (dias) --------------------------------------------------------------- macronutrientes (g kg-1) -------------------------------1,33 3,58 5,95 9,10 0,13 0,35 0,55 0,85 0,77 1,76 3,00 4,86 0,06 0,38 1,09 1,11 0,09 0,23 0,37 0,62 -1 ------------------------------- micronutrientes (mg kg ) ----------------------------0,06 0,22 0,33 0,56 2,58 10,50 16,50 18,80 0,63 1,47 2,26 2,78 3,09 10,70 19,60 32,00 12,00 31,70 46,70 76,00 1,81 4,49 6,66 9,58

Tabela 22. Concentrao dos nutrientes em brotao de clones de Eucalyptus em diferentes idades na condio de minijardim clonal. _________CLONE A_________ _________CLONE B_________ Nutrientes 7 10 13 16 7 10 13 16 Dias Macronutrientes (g kg-1) N 43,4 37,8 40,0 39,8 34,5 36,5 32,9 31,2 P 7,6 6,8 5,4 10,5 6,4 6,6 4,9 5,5 K 29,6 29,1 25,3 30,7 19,6 19,3 20,2 27,9 Ca 3,8 3,6 5,2 5,9 2,5 2,6 3,4 4,6 Mg 2,5 2,5 2,6 2,6 2,2 2,2 2,4 2,2 S 2,8 1,7 2,6 2,0 1,9 2,2 2,4 2,2 Micronutrientes (mg kg-1) B 60 55 37 39 48 42 45 37 Cu 21 16 16 14 15 15 15 15 Fe 122 97 109 103 103 78 83 89 Mn 559 575 565 524 516 495 534 554 Zn 74 61 59 53 49 51 45 44 -1 g de nutrientes kg de MS 90,5 82,3 81,9 92,2 67,8 70,0 66,9 74,3 Fonte: Silveira et al. (2000)

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4.1.3. Desequilbrios nutricionais e outros sintomas visuais Como foi j descrito por Higashi et al. (2002), os sintomas normalmente observados em minijardim clonal so de fitotoxicidade e no de deficincia nutricional. No entanto, alguns sintomas de deficincia e/ou toxicidade aparecem quando se aplicam fungicidas e inseticidas em grande quantidade. A Tabela 23 mostra os sintomas mais comumente encontrados em minijardim clonal de Eucalyptus.

A

B

C

D

Figura 11. A: Sintoma de fitotoxicidade de boro em minitouas em minijardim clonal de Eucalyptus. B: Sintoma de deficincia de ferro em minitouas de Eucalyptus. C: Sintomas associados a aplicao intensa de fungicida. D: Sintomas associados a aplicao intensa de inseticidas.

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Tabela 23. Alguns sintomas mais comumente encontrados em condio Eucalyptus. Nutriente ou Sintomas Causa produto Deficincia de Clorose, amarelecimento e/ou Minijardim clonal nitrognio avermelhamento e queda das sem proteo folhas mais velhas associada alta incidncia de chuvas Intensa aplicao Deficincia de Podrido da base das de nitrognio e clcio miniestacas na fase de gua enraizamento, em condio de casa de vegetao. A concentrao de Ca, neste caso, no atinge 4 g kg-1. Toxicidade de boro Pontos necrticos no limbo da Troca de adubos. folha e em casos mais graves Nitrato de potssio morte das plantas (Figura e o cido brico 11A). so semelhantes na aparncia. Leve toxicidade de Sintomas de superbrotao Aplicao micronutrientes, em minicepas semelhante a intensiva da principalmente B, deficincia de zinco. soluo nutritiva. Cu e Zn Deficincia de Fe Clorose internerval das folhas Substrato muito mais novas, reticulado fino. mido Muito semelhante deficincia de mangans, dependendo do estgio (Figura 11B). Toxicidade de Fe Clorose internerval das folhas Elevada dose de mais novas, reticulado fino. Fe na soluo Sintoma semelhante nutritiva ou na deficincia de Fe e Mn. gua de irrigao. Deficincia de Fe e Clorose internerval das folhas Ambiente Mn mais novas. sombreado como a casa de vegetao ou dias nublados. Aplicao de Clorose das nervuras (Figura Intensiva aplicao fungicida com 11C) e diminuio da taxa de do produto princpio ativo enraizamento. Metalaxyl e Mancozeb Aplicao de Clorose das nervuras e Intensiva aplicao inseticida do grupo diminuio da produo de do produto dos piretrides brotao (Figura 11D). sintticos

de minijardim clonal de Recomendao Cobrir o minijardim clonal ou aumentar a dose de N na soluo nutritiva Diminuio da aplicao de N e gua e aumento da dose de Ca na soluo nutritiva.

Dependendo da dose aplicada no tem mais soluo. Lavagem com gua para eliminar o efeito txico do B. Lavagem do sistema com gua pelo menos uma vez por semana. Diminuio de gua e aumento da dose de Fe na soluo nutritiva.

Diminuio ou eliminao da dose de Fe na soluo nutritiva. Colocar em pleno sol

Diminuio ou eliminao da aplicao

Diminuio ou eliminao da aplicao

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4.1.4. Diagnose foliar Os teores de macro e micronutrientes considerados adequados para a produo de miniestacas so apresentados na Tabela 24. Os valores so uma segunda aproximao dos publicados em Higashi et al. (2000).

Tabela 24. Teores de macro e micronutrientes considerados adequados, acima e abaixo dos adequados e deficientes para brotao de Eucalyptus, em condio de minijardim clonal, associado a altas taxas de enraizamento das miniestacas. Nutriente Alto Adequado Baixo Deficiente ------------------------------------ g kg-1 ---------------------------------N > 45 30 45 22 30 < 22 P > 4,5 2,5 4,5 1,5 2,5 < 1,5 K > 30 20 30 15 20 < 15 Ca > 12 6 12 46 3 23 1,5 2 < 1,5 S > 3,5 2 3,5 1,5 2 < 1,5 -1 ------------------------------------ mg kg ---------------------------------B > 40 25 40 20 25 < 20 Cu > 15 8 15 68 150 80 150 60 80 < 60 Mn > 800 300 800 150 300 < 150 Na 1000 2500 Zn > 40 25 40 20 25 < 20

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4.2. Pinus A produo de mudas de Pinus pode ser realizada via semente ou estaquia. Atualmente, a produo de mudas clonais de Pinus utilizando a tcnica da miniestaquia tem sido comumente utilizada por algumas empresas florestais do Brasil. O sistema utilizado o mesmo do eucalipto, onde se utiliza pice caulinar, denominado de miniestacas, retirados das minicepas ou matrizes. Essas minicepas so cultivadas em canaleto ou estruturas similares contendo areia lavada, espuma fenlica, l de rocha ou substratos orgnicos (Figuras 12A-B). A B

Figura 12. Aspecto geral de minijardim clonal de Pinus caribaea var. hondurensis. A. recm implantado; B. em conduo (Fonte: Duraflora, Lenis Paulista, So Paulo). 4.2.1. Soluo nutritiva e fertirrigao Os estudos de minijardim clonal de Pinus so mais recentes quando comparados aos de eucalipto. Com isso, a quantidade de informaes menor. No entanto, Silveira & Higashi (2001) propuseram as faixas consideradas adequadas dos nutrientes na soluo nutritiva de minijardim clonal de Pinus caribaea var. hondurensis (Tabela 25). A forma mais usual de aplicao da soluo nutritiva em minijardins clonais de Pinus atravs de gotejadores. As doses dos nutrientes na soluo devem ser corrigidas conforme a espcies de Pinus cultivada, tipo de substrato e poca do ano. A principal diferena do minijardim clonal de Pinus em relao ao eucalipto, que o substrato orgnico tem apresentado uma superioridade em relao a substratos inertes como areia lavada, cascalhos e l de rocha.

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Tabela 25. Doses mdias de macro e micronutrientes utilizadas em minijardim clonal de Pinus caribaea var. hondurensis. Nutrientes Doses (mg L-1) N 100-200 P 15-30 K 75-150 Ca 80-120 Mg 35-70 S 25-50 B 0,25-0,40 Cu 0,03-0,06 Fe 2,5-5,0 Mn 0,5-1,0 Mo 0,01-0,02 Zn 0,1-0,2 Si 40-80 Fonte: Higashi & Silveira (2001).

4.2.2. Diagnose foliar Os teores de macro e micronutrientes considerados adequados e deficientes para a produo de miniestacas de Pinus caribaea var. hondurensis so apresentados na Tabela 26. Esses resultados tratamse de uma primeira aproximao.

Tabela 26. Interpretao do estado nutricional de minijardim clonal de Pinus caribaea var/ hondurensis. Adequado Baixo Deficiente Macronutrientes --------------------------------------------g kg-1-----------------------------------------N > 27 20-27 16-20 < 16 P > 2,7 1,8-2,7 1,4-1,8 < 1,4 K > 15 10-15 8-10 8 4-8 3,2-4,0 < 3,2 Mg > 3,2 2,0-3,2 1,6-2,0 < 1,6 S > 2,0 1,3-2,0 1,0-1,3 < 1,0 Micronutrientes -------------------------------------------mg kg-1-------------------------------------B > 30 20-30 16-20 < 16 Cu > 10 6-10 4-6 200 100-200 70-100 < 70 Mn > 300 120-300 90-120 < 90 Zn > 40 25-40 20-25 < 20 Fonte: Higashi & Silveira (2001). Nutrientes Alto

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5. Nutrio mineral de mudas As informaes sobre a adubao e nutrio de Eucalyptus e Pinus na fase de produo de mudas so escassas, faltando conhecimentos bsicos como concentrao e contedo de nutrientes nas mudas em diferentes idades, os quais auxiliariam na determinao da poca e quantidade de nutrientes a ser aplicada. O desconhecimento dessas informaes faz com que a maioria dos viveiros florestal padronize a aplicao de fertilizantes independente do estgio de desenvolvimento das mudas. 5.1. Eucalyptus 5.1.1. Matria seca, concentrao e acmulo de nutrientes A quantidade de matria seca de uma muda de sementes de Eucalyptus grandis na fase de expedio, aos 97 dias de idade, varia entre 1,2 e 1,6 g (Silveira et al., 1995a, b). Do total acumulado, as folhas, ramos + caule e razes representam 45-50 %, 30-35 % e 25 a 30 %, respectivamente (Figura 13). Neste estudo, o substrato utilizado foi o produto comercial Plantmax Florestal que constitudo de casca de Pinus decomposta, casca de arroz carbonizada, vermiculita e perlita, apresentando as seguintes caractersticas qumicas: pH-CaCl2 = 5,1; M.O (g dm-3) = 458; Presina (mg dm-3) = 440; K (mmolc dm-3) = 4,7; Ca (mmolc dm-3) = 46; Mg (mmolc dm-3) = 39; H+Al (mmolc dm-3) = 38; Al (mmolc dm-3) = 3; Capacidade de Troca Catinica (mmolc dm-3) = 128; Saturao por Base (%) = 70; B (mg dm-3) = 3,4; Cu (mg dm-3) = 1,9; Fe (mg dm-3) = 58,2; Mn (mg dm-3) = 30,4 e Zn (mg dm-3) = 21,4. As adubaes foram realizadas aos 30, 40 e 50 dias aps a semeadura, atravs de rega manual com aplicao de 1 litro de soluo por bandeja, nas concentraes de 5; 7,5 e 10g de fosfato monoamnio (NH4 H2PO4 - 12% de N e 52% de P2O5 solvel em H2O), respectivamente. Em outro estudo, Higashi et al. (1999) tambm avaliaram a produo de matria seca em mudas de Eucalyptus grandis e constataram que houve um decrscimo significativo na produo de matria seca, a partir de 70 dias, sendo este resultado mais ntido na produo de folhas (Figura 14 A). Tal resultado foi visualizado na curva de crescimento das mudas (Figura 14 B). O substrato utilizado foi o mesmo de Silveira et al. (1995 a, b), no entanto, as adubaes de cobertura foram conforme descritas na Tabela 49, para fertirrigao diria. Com os valores obtidos, concluiu-se que no justificava a permanncia das mudas durante 86 dias em condies de viveiro. Houve um aumento da relao custo/benefcio na produo das mudas, acarretando um aumento significativo no consumo, principalmente de gua e fertilizantes, alm do desperdcio na utilizao da mo-de-obra.

391,4

1,2 Matria seca (g/muda)

1

0,8

0,6

0,4

0,2 Folhas Ramos+Caule Razes Total Partes da planta

Figura 13. Matria seca de diferentes partes da muda de Eucalyptus grandis aos 97 dias de idade (Fonte: Silveira et al., 1995a, b).A40mstotal msfolha mscaule msraiz y = -0,022x + 2,969x - 68,723 R = 0,57*2 2

B250 Matria seca 35

200y = -0,012x + 1,522x - 32,621

30 g/tubete

25 MS (g/tubete)

altura (mm)

2

R = 0,47*

2

150 Altura 100 5 15

20y = -0,006x + 0,788x - 17,9932

10

R = 0,77*

2

50y = -0,004x + 0,658x - 18,1082 2

0 23 30 37 44 51 58 65 72 Idade das mudas (dias)

R = 0,56*

0

-5 23 30 37 44 51 58 65 72 79 86 93 Idade das plantas (dias)

79

86

Figura 14. (A) Produo de matria seca em funo da idade das mudas de Eucalyptus grandis; (B) Relao entre a altura da muda e a produo de matria seca em Eucalyptus grandis (Fonte: Higashi et al., 1999). Silveira et al. (1995a) avaliaram o contedo total de macronutrientes (parte area + raiz) na muda na poca de expedio (85 a 95 dias) e apresentaram a seguinte ordem: K Ca N > Mg > P > S (Figura 15). Em relao aos micronutrientes a seqncia foi a seguinte (Silveira et al., 1995b): Mn > Fe> Zn > B > Cu (Figura 16).

4016 14 12 mg/muda 10 8 6 4 2 0 N P K Ca Mg S

Figura 15. Contedo de macronutrientes em mudas de Eucalyptus grandis, aos 97 dias de idade.600

500

micrograma/ muda

400

300

200

100

0 B Cu Fe Mn Zn

Figura 16. Contedo de micronutrientes em mudas de Eucalyptus grandis , aos 97 dias de idade. A matria seca e o contedo dos macronutrientes nas partes da muda de Eucalyptus, nas diferentes fases de desenvolvimento, so apresentados nas Tabelas 27 - 28. Nota-se variaes nas quantidades dos nutrientes em funo da idade da muda e das condies de manejo. As mudas de E. grandis Bofete foram

41

rustificadas para o plantio no campo, com isso apresentaram menor quantidade de N em relao a K e Ca. As mudas de outros materiais genticos que no passaram pelo processo de rustificao ou que receberam uma rustificao menos intensa apresentaram contedo de N maior ou igual ao de K e de Ca. Nota-se ainda que o enxofre foi o macronutriente de menor acmulo. A rustificao tem como objetivo aumentar a resistncia das mudas s condies adversas de plantio. Para que se consiga isto, a muda deve receber fertirrigaes com baixa relao N/K , na faixa de 1/3 a 1/5, na fase final do ciclo de produo (70-90 dias) ou quando as mudas atingirem uma altura mdia de 20-25cm. As quantidades de micronutrientes, Al e Na contidas em mudas de Eucalyptus grandis, na fase de rustificao, encontram-se nas Tabelas 29 - 30. Verifica-se que a maior percentual de Cu, Fe, Mo, Na e Al encontra-se nas razes, enquanto que o de B e Mn, nas folhas. O Mn e o Fe foram os micronutrientes que mais se acumularam, seguido pelo B, Zn, Cu e Mo.

1

1

Rustificao o processo que a muda passa antes de ser plantada no campo. Nesta fase, ocorre reduo ou corte das adubaes, principalmente nitrogenada, juntamente com o aumento do intervalo de irrigao. O objetivo engrossamento do caule e o aumento da resistncia da muda ao estresse do plantio.

42

Tabela 27. Quantidades de matria seca, N, P e K em mudas de Eucalyptus grandis na fase de viveiro, em funo da idade.Parmetros Matria seca Material gentico semente (Prognie 1) semente (Prognie 2) semente Bofete semente Capo Bonito Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 semente (Prognie 1) semente (Prognie 2) semente Bofete semente Capo Bonito Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 semente (Prognie 1) semente (Prognie 2) semente Bofete semente Capo Bonito Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 semente (Prognie 1) semente (Prognie 2) semente Bofete semente Capo Bonito Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 Idade (dias) 110 110 97 79 90 90 75 75 60 60 110 110 97 79 90 90 75 75 60 60 110 110 97 79 90 90 75 75 60 60 110 110 97 79 90 90 75 75 60 60Referncias*

Folhas 1 1 2 3 4 4 4 4 4 4 1 1 2 3 4 4 4 4 4 4 1 1 2 3 4 4 4 4 4 4 1 1 2 3 4 4 4 4 4 4 726 (37)** 507 (41) 589 (47) 580 (60) 310 (36) 312 (36) 365 (37) 345 (37)145,5 (28,5)

N

P

K

120 (24) 9,2 (59) 8,6 (66) 5,1 (65) 11,9 (65) 6,04 (65) 6,48 (59) 7,78 (65) 5,53 (59) 2,96 (54) 2,93 (43) 1,3 (28) 0,9 (29) 0,9 (29) 1,2 (48) 0,59 (46) 0,80 (53) 0,69 (46) 0,58 (46) 0,41 (33) 0,33 (28) 6,6 (42) 5,3 (46) 7,0 (47) 3,5 (56) 3,45 (45) 4,12 (42) 4,12 (47) 4,31 (43) 1,78 (33) 1,56 (28)

Partes da planta Caule+Ramos Razes mg muda-1 795 (41) 442 (22) 454 (37) 279 (22) 410 (33) 245 (20) 209 (22) 175 (18) 437,5 (51) 115 (13) 407 (47) 145 (17) 492,5 (51) 109,7 (12) 467,5 (50) 122,7 (13) 320 (63) 43,5 (8,5) 330 (67) 41,5 (9) 2,7 (17) 3,8 (24) 2,1 (16) 2,3 (18) 1,5 (19) 1,3 (16) 3,4 (18) 3,1 (17) 2,23 (24) 1,0 (11) 2,95 (26) 1,75 (15) 2,79 (23) 1,30 (12) 2,58 (28) 1,13 (13) 2,07 (38) 0,44 (8) 3,32 (48) 0,59 (9) 2,6 (57) 0,7 (15) 1,7 (55) 0,5 (16) 1,3 (42) 0,9 (29) 0,6 (24) 0,7 (28) 0,55 (46) 0,12 (8) 0,60 (40) 0,12 (7) 0,65 (43) 0,16 (11) 0,58 (46) 0,10 (8) 0,76 (61) 0,07 (6) 0,78 (66) 0,06 (6) 6,9 (44) 2,2 (14) 4,8 (42) 1,4 (12) 5,1 (34) 2,9 (19) 1,6 (25) 1,2 (19) 2,88 (39) 1,25 (16) 4,15 (42) 1,62 (16) 3,33 (38) 1,32 (15) 4,25 (43) 1,32 (14) 2,93 (55) 0,57 (12) 3,61 (64) 0,45 (8)

Total 1963 1240 1244 964 862,5 865 967,2 940 508,5 490 15,7 13,0 7,9 18,4 9,27 11,17 11,87 9,25 5,47 6,84 4,6 3,1 3,1 2,5 1,26 1,52 1,50 1,26 1,24 1,17 15,7 11,5 15,0 6,3 7,58 9,89 8,77 9,88 5,28 5,62

* 1= Silveira (2000); 2 = Silveira et al. (2000); 3 = Higashi et al. (1999) e 4 = Camargo (1997); ** valores entre parnteses so percentuais em relao ao total.

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Tabela 28. Quantidades de matria seca, Ca, Mg e S em mudas de Eucalyptus grandis na fase de viveiro.Parmetros Ca Material gentico semente (Prognie 1) semente (Prognie 2) Semente Bofete semente Capo Bonito Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 semente - Prognie 1 semente - Prognie 2 Semente Bofete semente - Capo Bonito Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 semente (Prognie 1) semente (Prognie 2) Semente Bofete semente Capo Bonito Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 Clone A7 Clone D19 Idade (dias) 110 110 97 79 90 90 75 75 60 60 110 110 97 79 90 90 75 75 60 60 110 110 97 79 90 90 75 75 60 60Referncias*

Folhas 1 1 2 3 4 4 4 4 4 4 1 1 2 3 4 4 4 4 4 4 1 1 2 3 4 4 4 4 4 4 3,2 (44) 2,5 (48) 5,2 (42) 1,8 (49) 2,15 (50) 2,12 (45) 2,01 (49) 2,04 (45) 1,07 (35) 0,59 (21) 3,3 (49) 2,6 (41) 1,5 (48) 1,2 (54) 2,07 (60) 2,04 (38) 2,11 (51) 1,99 (39) 1,14 (41) 0,63 (25) 1,0 (42) 0,9 (47) 0,6 (33) 0,91 (64) 0,44 (66) 0,44 (60) 0,62 (53) 0,33 (61) 0,27 (42) 0,21 (35)

Mg

S

Partes da planta Caule+Ramos Razes mg muda-1 2,3 (32) 1,7 (24) 1,6 (31) 1,1 (21) 4,7 (38) 2,4 (20) 1,1 (30) 0,8 (21) 1,69 (40) 0,45 (10) 2,09 (45) 0,48 (10) 1,73 (42,5) 0,33 (8,5) 2,13 (47) 0,36 (8) 1,78 (59) 0,18 (6) 2,05 (74) 0,13 (5) 0,7 (10) 2,8 (41) 0,7 (11) 3,0 (48) 0,3 (10) 1,3 (42) 0,3 (14) 0,7 (32) 0,74 (20) 0,74 (20) 1,07 (19) 2,34 (43) 1,01 (24) 1,01 (25) 1,11 (22) 1,93 (39) 0,71 (26) 0,89 (33) 1,18 (47) 0,67 (28) 0,6 (25) 0,8 (33) 0,4 (21) 0,6 (32) 0,3 (17) 0,9(50) 0,16 (11) 0,35 (25) 0,11 (17) 0,11 (17) 0,15 (21) 0,14 (19) 0,35 (30) 0,2 (17) 0,11 (20) 0,10 (19) 0,28 (44) 0,09 (14) 0,32 (54) 0,06 (11)

Total 7,2 5,2 12,3 3,7 4,29 4,69 4,07 4,53 3,03 2,77 6,8 6,3 3,1 2,2 3,55 5,45 4,13 5,03 2,74 2,48 2,4 1,9 1,8 1,42 0,66 0,73 1,17 0,54 0,64 0,59

* 1= Silveira (2000); 2 = Silveira et al. (2000); 3 = Higashi et al. (1999) e 4 = Camargo (1997); ** valores entre parnteses so percentuais em relao ao total. Tabela 29. Quantidades de boro, cobre e ferro em mudas de Eucalyptus grandis na fase de viveiro. Material gentico Idade Referncias Partes da planta (dias) * Folhas Caule+Ramos Razes Total g muda-1 22,7 (35)** B semente (Prognie 1) 110 1 22,2 (34) 20,0 (31) 64,9 Semente (Prognie 2) 110 1 23,5 (45) 14,9 (28) 14,5 (27) 52,9 semente Bofete 97 2 11,0 (42) 7,0 (27) 8,0(31) 26,0 semente Capo Bonito 79 3 8,5 (51) 5,4 (33) 2,7 (16) 16,6 Cu semente (Prognie 1) 110 1 2,9 (26) 2,4 (22) 5,7 (52) 11,0 Semente (Prognie 2) 110 1 1,8 (22) 1,8 (22) 4,6 (56) 8,2 semente Bofete 97 2 5,0 (12) 4,0 (9) 33,0 (79) 42,0 semente Capo Bonito 79 3 2,6 (22) 3,1 (26) 6,1 (52) 11,8 1603 (77) Fe semente (Prognie 1) 110 1 321 (15) 156 (8) 2080 1427 (77) Semente (Prognie 2) 110 1 309 (17) 103 (6) 1839 semente Bofete 97 2 55 (14) 58 (14) 292 (72) 405 semente Capo Bonito 79 3 79 (23) 45 (13) 223 (64) 347 * 1= Silveira (2000); 2 = Silveira et al. (2000); 3 = Higashi et al. (1999); ** valores entre parnteses so percentuais em relao ao total.Micronutrientes

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Quantidades de mangans, molibdnio, zinco, alumnio e sdio em mudas de Eucalyptus grandis na fase de viveiro. Micronutrientes Material gentico Idade Referncias Partes da planta (dias) * Folhas Caule+Ramos Razes Total -1 g muda Mn semente (Prognie 1) 110 1 213 (55) 82 (21) 90 (24) 385 semente (Prognie 2) 110 1 177 (56) 51 (16) 89 (28) 317 178 (28) semente Bofete 97 2 336 (53) 122 (19) 636 semente Capo Bonito 79 3 18 (47) 9 (24) 11 (29) 38 0,82 (57) semente Capo Bonito 0,34 (24) 79 3 0,28 (19) 1,44 Mo Zn semente (Prognie 1) 110 1 21 (17) 22 (18) 80 (65) 123 semente (Prognie 2) 110 1 14 (15) 12 (13) 68 (72) 94 semente Bofete 97 2 15 (22) 10 (15) 43 (63) 68 semente Capo Bonito 79 3 13 (12) 16 (15) 81 (73) 110 semente Capo Bonito 633 (59) Al 79 3 225 (21) 211 (20) 1069 semente Capo Bonito 167 (45) Na 79 3 127 (34) 80 (21) 374* 1= Silveira (2000); 2 = Silveira et al. (2000); 3 = Higashi et al. (1999); ** valores entre parnteses so percentuais em relao ao total.

Tabela 30.

Tabela 31. Peso seco e contedo total dos macronutrientes em mudas de clone de Eucalyptus urophylla x E. grandis propagadas por macro e miniestacas. Peso seco N P K Ca Mg S Idade macro mini macro mini macro mini macro Mini macro mini macro mini macro mini (dias) ---------------------------------------------------mg/muda -------------------------------------------------0 235 85 5,4 3,0 0,50 0,36 3,7 2,2 1,8 1,2 0,55 0,14 0,16 0,09 (24)* (7) (35) (27) (11) (6) (31) (15) (18) (9) (20) (4) (14) (12) 40 742 451 12,0 8,4 3,03 2,43 10,2 7,9 6,4 5,0 2,10 1,30 1,13 0,70 (75) (38) (77) (77) (69) (39) (86) (54) (64) (38) (77) (40) (100) (92) 55 761 555 15,5 7,9 2,90 2,63 11,0 8,6 7,2 6,3 1,60 1,53 0,94 0,56 (77) (46) (100) (72) (66) (42) (92) (59) (72) (48) (59) (47) (83) (74) 70 786 1033 8,0 10,6 3,03 3,50 9,5 12,6 7,9 10,9 2,00 2,43 0,46 0,76 (80) (86) (52) (97) (69) (56) (80) (87) (79) (82) (73) (75) (41) (100) 85 983 1197 8,7 10,9 4,36 6,30 11,9 14,5 10,0 13,2 2,73 3,23 0,58 0,61 (100) (100) (56) (100) (100) (100) (100) (100) (100) (100) (100) (100) (51) (80) * Valores percentuais em relao a idade para o mesmo tipo de estaca. Fonte: Silveira & Higashi (2002b). A Tabela 32 so apresentadas as quantidades de sdio e micronutrientes em mudas de eucalipto com diferentes idades, propagadas via macro e miniestacas. No fase de estaqueamento, as miniestacas apresentaram menores quantidades de sdio e micronutrientes quando comparadas as macroestacas. O mesmo comportamento foi verificado para as mudas com idades de 40 e 55 dias, exceo feita a quantidade de mangans na idade de 40 dias, cujas as diferenas entre mudas de macro e miniestacas foram mnimas. A quantidade de ferro e zinco na macro e miniestaca foi extremamente pequena em relao ao acmulo total desses nutrientes na idade de 85 dias.

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Tabela 32. Contedo total de sdio e dos micronutrientes em mudas de clone de E. urophylla x E. grandis propagadas por macro e miniestacas. Idade Na B Cu Fe Mn Zn (dias) macro mini macro mini macro mini macro mini macro mini macro mini ----mg/muda------------------------------------------g/muda ---------------------------------0 1,19 0,16 10,1 7,0 1,8 1,1 12 6 18 43 5,0 3,0 (38) (6) (37) (18) (14) (7) (3) (2) (7) (12) (1) (4) 40 3,14 1,53 20,7 17,4 12,2 7,9 260 242 78 77 56,9 37,0 (100) (59) (75) (46) (92) (47) (74) (83) (29) (21) (16) (44) 55 2,21 1,37 22,2 16,0 13,2 11,5 274 207 135 108 47,1 38,7 (70) (52) (81) (42) (100) (69) (78) (71) (51) (30) (13) (47) 70 2,30 2,25 20,8 30,8 9,4 15,2 209 238 136 290 54,3 75,0 (73) (86) (76) (81) (71) (91) (60) (81) (51) (81) (15) (90) 85 2,14 2,61 27,5 38,2 12,8 16,7 349 292 265 359 67,7 83,1 (68) (100) (100) (100) (97) (100) (100) (100) (100) (100) (100) (100) * Valores percentuais em relao a idade para o mesmo tipo de estaca. Fonte: Silveira & Higashi (2002). As miniestacas apresentam menor reserva de nutrientes e com isso tem maior acmulo percentual com o aumento da idade das mudas. Em termos prticos, as adubaes de cobertura devem ser mais freqentes nas mudas originrias de miniestacas quando comparadas as mudas de macroestacas.

5.1.2. Diagnose foliar Um dos poucos trabalhos que avaliaram os teores de macro e micronutrientes nas vrias partes das mudas de Eucalyptus grandis, em funo da idade, foram realizados por Higashi et al. (1999). Os teores mdios encontrados pelos autores esto descritos nas Tabelas 33 37. Os resultados mostraram que houve um decrscimo significativo dos teores de Mg, S e Zn em funo da idade das mudas. Com exceo do Mn, os demais teores estavam prximos ou um pouco acima da faixa considerada adequada para mudas de eucalipto cultivadas em condio de viveiro. Tabela 33. Teor mdio de N, P e K, em g kg-1, nas vrias partes das mudas em funo da idade.Idade das Mudas 30 37 44 51 58 65 72 79 86 Folha 25,3 29,6 31,5 29,7 27,8 25,7 25,7 25,4 26,1 19,2 18,9 20,0 17,7 17,9 17,5 N Caule Raiz 18,6 19,1 18,8 18,3 18,6 17,3 19,8 17,5 19,0 Folha 4,7 4,5 4,2 4,2 3,8 2,9 2,2 2,1 2,3 4,5 5,0 4,6 3,7 3,4 3,8 P Caule Raiz 3,9 3,8 2,9 3,3 2,9 3,2 2,6 2,3 2,2 Folha 10,5 10,0 11,0 10,8 11,7 8,6 7,0 7,2 8,0 12,8 16,0 9,8 10,6 7,5 9,8 K Caule Raiz 9,8 10,8 11,3 9,5 6,1 5,5 5,1 7,0 6,6

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Tabela 34. Teor mdio de Ca, Mg e S, em g kg , nas vrias partes das mudas em funo da idade.Idade das mudas Folha 30 37 44 51 58 65 72 79 86 5,4 5,8 5,3 5,0 4,9 3,3 2,9 3,7 4,9 9,9 10,1 7,8 6,6 5,7 5,8 Ca Caule Raiz 3,6 4,0 5,1 5,1 4,7 4,1 5,2 4,2 3,8 Folha 3,7 3,6 3,2 3,3 3,3 2,6 2,4 2,6 2,4 3,1 3,1 2,7 2,0 1,8 1,8 Mg Caule Raiz 4,3 4,3 4,3 4,4 4,0 4,0 3,9 3,2 3,6 Folha 3,7 3,6 3,5 3,0 3,2 2,4 1,9 1,6 1,8 2,3 2,1 1,6 1,0 1,0 1,0 S Caule Raiz 3,5 3,8 3,2 3,3 2,5 2,3 1,9 1,5 1,6

-1

Tabela 35. Teor mdio de B, Co e Cu em mg kg-1, nas vrias partes das mudas em funo da idade.Dias de coleta Folha 30 37 44 51 58 65 72 79 86 21,0 20,4 19,2 30,8 22,8 19,8 20,0 17,2 20,8 16,0 15,6 11,8 13,2 10,8 10,8 B Caule Raiz 29,2 16,2 21,6 27,4 17,8 14,2 35,2 14,4 16,2 Folha 0,58 1,14 0,96 0,80 0,40 0,92 1,06 0,84 0,66 0,70 1,06 0,60 0,39 0,68 0,27 Co Caule Raiz 0,60 0,64 1,94 1,26 2,12 1,90 1,60 0,94 0,66 Folha 9,4 7,6 8,2 8,8 7,0 6,4 5,2 5,4 6,0 9,0 14,0 7,0 7,6 6,0 5,4 Cu Caule Raiz 28,0 20,6 21,0 22,2 12,8 15,2 14,8 11,2 14,6

Tabela 36. Teor mdio de Fe, Mn e Mo, em mg kg-1, nas vrias partes das mudas em funo da idade.Dias de coleta 30 37 44 51 58 65 72 79 86 Fe Folha Caule 294,0 240,2 144,2 156,2 132,0 138,4 150,0 101,6 112,0 104,6 98,2 158,0 90,6 285,8 93,2 Raiz 448,0 360,0 668,0 590,0 650,0 679,0 602,0 324,0 542,0 Folha 43,8 44,8 42,4 43,0 41,2 31,8 29,8 40,2 52,4 21,0 23,0 19,4 20,2 23,4 27,4 Mn Caule Raiz 46,0 29,0 32,0 34,0 20,0 18,4 21,2 22,2 20,2 Folha 1,82 1,22 1,17 0,84 0,56 1,34 1,18 0,74 0,49 1,09 0,43 2,24 1,04 0,31 0,94 Mo Caule Raiz 4,62 3,42 2,42 3,16 1,86 0,47 1,14 1,68 0,70

Tabela 37. Teor mdio de Na, Zn e Al, em mg kg-1, nas vrias partes das mudas em funo da idade.Dias de coleta Folha 30 37 44 51 58 65 72 79 86 326 336 280 282 338 294 326 222 308 228 260 178 194 160 162 Na Caule Raiz 498 512 274 338 388 418 458 348 300 Folha 67,8 70,0 58,8 49,4 41,8 31,2 24,8 28,4 31,4 60,2 53,8 47,0 35,8 33,2 30,2 Zn Caule Raiz 434,0 439,6 377,4 337,4 209,4 216,6 240,8 152,2 148,2 Folha 766 705 502 521 486 392 394 475 645 509 514 409 475 485 424 Al Caule Raiz 1405 1196 1560 1605 1435 1806 1950 1193 1302

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A diagnose foliar, na fase de viveiro, deve levar em considerao o estgio de desenvolvimento das mudas, uma vez que as concentraes dos nutrientes nas folhas diminuem com a idade das mudas. A relao N/K adequada na fase inicial do crescimento est na faixa de 1,4 a 2,0, enquanto que na fase de rustificao, de 0,6 a 1,0. De uma maneira geral, as concentraes dos macro e micronutrientes diminuem com a idade das mudas (Tabela 38). Os teores adequados para o desenvolvimento das mudas variam em funo da idade.

Tabela 38. Teores dos macro e micronutrientes considerados adequados nas folhas de Eucalyptus grandis em funo da idade da muda. Nutrientes Idade (dias) 30-45 45-60 60-80 80-100 ________________________________________ g kg-1 _______________________________________ N 35-40 30-35 20-30 13-15 P 3,5-4,0 3,0-3,5 2,5-3,0 1,5-2,0 K 20-25 18-20 15-20 15-20 Ca 8-10 8-10 8-12 8-12 Mg 4,0-4,5 3,5-4,0 3,5-4,0 3,0-3,5 S 2,5-3,0 2,0-2,5 2,0-2,5 1,3-1,5 ___________________________________________ -1 ___________________________________ mg kg B 40-60 40-60 30-50 30-40 Cu 15-20 15-20 10-15 10-15 Fe 130-150 130-150 100-130 80-130 Mn 300-500 300-500 300-500 300-500 Zn 50-70 40-60 40-60 30-40 Nutrientes em relao 5a7 4a6 3a4 3-3,5matria seca (%) Fonte: Silveira et al. (1995a, b)

5.1.3. Desequilbrios nutricionais A ocorrncia de deficincias nutricionais em mudas de eucalipto na fase de viveiro rara. Os principais problemas so referentes a toxicidade e aos desequilbrios nutricionais. As toxicidades nutricionais mais comuns so as de boro (Figura 17A), mangans, zinco (Figura 17B) e queima de adubo (Figura 17C). A fitotoxicidade de boro e zinco tem sido encontrada na produo de mudas de Eucalyptus quando ocorrem aplicaes sucessivas de doses de boro e zinco acima de 3 e 10 mg L-1, respectivamente. A Figura 17 mostra o efeito das concentraes de boro e zinco nas folhas sobre o desenvolvimento radicular e da parte area das mudas de Eucalyptus grandis. Observa-se que o aumento na concentrao de B e Zn para valores acima de 100 e 80 mg kg-1, respectivamente, reduziu a formao de razes e a parte area das mudas (Silveira et al., 2001b).

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A950 850 Peso seco (mg/muda) 750 650 550 450 350 250 150 30 60 90 120 150-1

BRazes y = 299,13 - 0,5753x 2 R = 0,78**

Parte area y = 931,88 - 1,9011x R2 = 0,93**

950 850 Peso