131674146 Apostila Zoologia Geral I Completa

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  • INSTITUTO

    CONTROLANDO 7 INSTITUIES DE CREDENCIADA PELO MECCredenciado pelo Decreto Federal n 97.984 de 24/07/1989

    I N E T R O S

    Travessa Sete de Setembro, 102

    Peritor MA CEP 65.418-000

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    Mateus Barroso Silva

    Curso: Biologia

    Disciplina:

    Professor (a):

    Aluno (a): __________________________

    I N E T R O S INSTITUTO EDUCACIONAL TECNLOGICO ROSA DE SAROM

    CNPJ: 04.439.814/0001-88

    Em convnio com GRUPO CONTINENTAL EDUCACIONAL CONTROLANDO 7 INSTITUIES DE CREDENCIADA PELO MEC

    Credenciado pelo Decreto Federal n 97.984 de 24/07/1989

    D. O. U.: 25/07/1989

    Filipinho

    000

    GRUPO CONTINENTAL EDUCACIONAL

    CLSW 504 Bloco A sala 129, Edifcio Paladium Center

    Sudoeste Brasilia DF

    Telefone: (61) 3542

    Dr. Andr

    Curso: Biologia 2 Perodo

    Disciplina: Zoologia Geral

    Professor (a): Arethusa Coelho

    Aluno (a): __________________________

    EDUCACIONAL TECNLOGICO ROSA DE SAROM

    CONTROLANDO 7 INSTITUIES DE CREDENCIADA PELO MEC

    NENTAL EDUCACIONAL

    CLSW 504 Bloco A sala 129, Edifcio Paladium Center

    DF CEP 70.640-000

    Telefone: (61) 3542-0923 / 3543-2807

    ndr Luis

    Perodo

    rethusa Coelho

    Aluno (a): __________________________

  • PEDREIRAS - MA

    2012

    ZOOLOGIA GERAL

  • Introduo

    Considerando a etimologia da palavra Zoologia (do idioma Grego: zoon, animal e logos, estudo), este ramo da Biologia um vasto domnio que pode englobar todos os aspectos da biologia animal, inclusive relaes entre animais e ambiente.

    Mas o que mesmo um animal? Durante muito tempo animais eram todos os organismos eucariontes que utilizam a matria orgnica existente como alimentos, possuem membranas flexveis e permeveis. Contudo, esta definio cabia, no sem certa dificuldade, na classificao tradicional dos organismos vivos em plantas e animais.

    A descoberta de organismos unicelulares, como a Euglena, com caractersticas intermedirias entre os dois reinos, levou Haeckel, em 1866 a criar um terceiro reino - Protista, restrito a organismos unicelulares. As bactrias e as algas cianofceas, seres procariontes, foram includos pelo autor no reino Monera.

    O termo Protista, portanto foi criado exclusivamente para organismos unicelulares, mas acredita-se, na atualidade, que a multicelularidade evoluiu muitas vezes a partir de formas unicelulares. Reinos como Plantae, Fungi e Metazoa demonstram as diversas origens da multicelularidade. Mesmo nos protistas, a exemplo de ciliados, ao menos uma espcie forma esporos com estrutura multicelular e as algas euglenidas e diatomceas tambm tm derivados multicelulares.. Assim, o termo Protoctista foi proposto para acomodar certos organismos multicelulares e os unicelulares (Margulis & Schwartz, 1988).

    Geralmente so considerados protozorios os Protoctista ou Protista heterotrfico, portanto semelhantes neste aspecto aos animais, mas o compartilhamento deste modo de nutrio no suficiente para unir seus representantes em uma categoria taxonmica (Lipscomb, 1996).

    Diante do exposto, animal sinnimo de metazorio e estes so compostos de numerosas clulas, ao menos parte dessas dispostas em camadas. Diferenciadas em muitos tipos, os quais desempenham diferentes funes (diviso de trabalho). Com exceo das esponjas, existe sistema nervoso, o qual centralizado na parte anterior do corpo da grande maioria dos animais bilaterais. Em geral os gametas, que constituem a linhagem germinativa, so produzidos em rgos, assegurando a continuidade da vida de um soma, cujas clulas, exceo das esponjas, no participam da reproduo.

    Neste contexto a incluso de "protozorios" na Zoologia pode estar equivocada, pois estariam melhor posicionados numa disciplina parte Protistologia, por exemplo. Enquanto isto no ocorre no curso de Cincias Biolgicas da UFBA, mantemos o estudo de alguns dos 35 filos de Protoctista ou Protista, pois alm de executarem os mesmos processos bsicos de manuteno da vida animal, seu estudo permite discusso sobre o estabelecimento de padres bsicos da vida no incio da evoluo.

    Neste texto apresentaremos alguns outros tpicos bsicos, que implicam na aquisio de conceitos importantes na compreenso da Zoologia, os quais podem ser agrupados em quatro questes:

    1. O que Zoologia? 2. Por que estudar os animais? 3. Para que estudar os animais? 4. Como estudar os animais?

  • 1. O que Zoologia?

    Podemos definir Zoologia como " um ramo da Biologia que engloba todos os aspectos da biologia animal, inclusive relaes entre animais e ambiente". Com esta definio, to ampla, estudamos no apenas morfologia, sistemtica e ecologia, mas tambm o funcionamento dos animais, constituintes qumicos dos tecidos, formao e desenvolvimento, propriedades e funes celulares. A zoologia experimental, por exemplo, inclui as subdivises relativas s alteraes experimentais dos padres dos animais como gentica, morfologia experimental e embriologia.

    Do exposto acima ficam ressaltados os vrios campos de investigao com animais e a clara inter-relao de outras disciplinas com a zoologia clssica. medida que a especializao aumenta ramos de estudo tornam-se mais e mais restritos: celenterologia - estudo dos cnidrios; entomologia - estudo dos insetos, que se subdivide em sistemtica e entomologia econmica; mastozoologia- estudo dos mamferos e assim por diante.

    Considerando que a diversidade o principal objeto de estudo da Zoologia e que importante termos algumas noes sobre distribuio dos animais nos diversos ambientes e regies do planeta, tais tpicos so abordado a seguir.

    1.1. Diversidade da vida animal

    O contraste entre a unidade qumica essencial dos seres vivos e a fantstica diversidade da vida na Terra um dos grandes paradoxos da natureza. Sobre este tema recomendamos a leitura do hipertexto Unidade e Diversidade em Sistemas Biolgicos, no site Vida: Diversidade e Unidade.

    Aproximadamente 2.000.000 de espcies so conhecidas englobando os vrios grupos de animais, mas especialistas estimam que em certos grupos, conhece-se apenas uma pequena frao de espcies atuais existentes, notadamente de nematdeos, insetos e certos quelicerados, particularmente os caros.

    A compreenso da diversidade animal passa pelo entendimento do que biodiversidade. Um termo, cujo sinnimo mais freqente "variedade da vida", que inclui a variedade de estruturas e funes nos nveis genticos, de espcie, de populao, de comunidade e de ecossistema, uma definio to ampla quanto a prpria Biologia.. Mas, tentativas tem sido feitas para revelar as principais caractersticas da biodiversidade, enquanto conceito, e surgem ento as trs divises mais citadas na atualidade: diversidade gentica, diversidade taxonmica ou de espcies e diversidade de ecossistema.

    O estudo da biodiversidade equivale, portanto, ao estudo da histria da vida que comeou a aproximadamente 4,5 bilhes de anos. Para um melhor entendimento da vida animal, ns precisamos remontar a cerca de 650 milhes de anos, perodo do surgimento da pluricelularidade. J os grandes planos de organizao dos metazorios foram definitivamente estabelecidos h 430 milhes de anos. A Terra inicialmente conquistada pelos vegetais, depois pelos invertebrados e finalmente pelos vertebrados. A conquista do ar realizada pelos insetos h 350 milhes de anos e pelas aves h 130 ma. Dos animais mais primitivos aos milhes de espcies atuais, h nesta histria muitas mudanas, s quais denominamos evoluo.

    Assim, nos inventrios da biodiversidade deve-se buscar padres que se repetem, entender os processos que geraram diversas espcies e adaptaes atravs a histria evolutiva. Neste contexto a reconstruo das filogenias fundamental para que possamos detectar origens da multicelularidade, a organizao celomtica e muitos outros aspectos que distinguem a biodiversidade nos tempos atuais.

  • 1.1.1. Diversidade intra-especfica e diversidade interespecfica

    A diversidade animal revela-se tambm em aspectos como dimorfismo sexual, diferenas no desenvolvimento e diferenas individuais, os quais ocorrem dentro de uma mesma espcie, enquanto variaes em tamanho, morfologia, fisiologia, simetria, habitats colonizados, etc., so maiores entre espcies.

    Diversidade intra-especfica:

    Dimorfismo sexual - as diferenas entre os genitores podem ser claras, como em certos besouros, certas aves e alguns peixes ou no to claras, ao menos externamente nos quais difcil distinguir o macho da fmea, a exemplo do que ocorre nos ourios do mar.

    Diferenas no desenvolvimento - uma forma jovem pode ser completamente diferente da adulta, como por exemplo, girino e sapo, lagarta e borboleta, estdios larvais de muitos animais marinhos adultos.

    Diferenas individuais - devido ao patrimnio gentico de cada indivduo so encontradas diferenas em tamanho, cor, forma, comportamento, particularidades exploradas pelo homem no desenvolvimento de variedades de animais domesticados.

    Diversidade interespecfica:

    Tamanho - a ordem de grandeza notvel entre baleias e animais microscpicos que habitam os espaos entre gros de areia.

    Morfologia - diferenas na organizao so encontradas no apenas na forma externa, mas tambm na forma interna. Nos insetos, por exemplo, a maior parte do sistema nervoso ventral em relao ao tubo digestivo, enquanto que a relao invertida nos vertebrados.

    Fisiologia - as diferenas nas formas exigiram atividades diferentes, por exemplo, nos modos de locomoo e ingesto de alimentos.

    Simetria - a diviso imaginria do corpo de um ser em metades opostas, que devem ser simtricas entre si; basicamente os elementos de simetria so eixos e planos. Eixo uma reta que atravessa o centro do corpo, de tal modo que ao longo desta reta as partes do corpo se repetem. Plano a superfcie que divide o corpo em partes de tal modo que uma a imagem especular da outra.

    A maioria de animais e protozorios possui algum tipo de simetria e a mais simples a simetria esfrica, rara na natureza, existente apenas em certos protozorios. Nela a forma apresentada de uma esfera, com suas partes organizadas concentricamente ao redor de um ponto central. Uma esfera tem um nmero indefinido de planos de simetria que podem passar pelo seu centro e dividir o organismo em metades iguais. Os protozorios com simetria esfrica compartilham um importante atributo funcional com organismos assimtricos: em ambos falta polaridade. Em todos os outros tipos de simetria algum nvel de polaridade foi atingido, a qual vem acompanhada de especializaes nas regies do corpo.

    Um corpo exibindo simetria radial tem a forma de um cilindro, em cuja interseco dos vrios planos de simetria, dispostos radialmente, h um eixo oral-aboral. Modificaes existem neste plano bsico, sendo exemplos as simetrias birradiais, tetra- penta- ou multirradiais. A simetria birradial ocorre em

  • partes especializadas do corpo e apenas dois planos podem dividir o animal em metades similares. As anmonas do mar e os ctenforos a exemplificam. A simetria tetrarradial existe em muitas gua-vivas, enquanto a maioria das estrelas-do-mar tem simetria pentarradial, mas so conhecidas outras com vrios braos, portanto com simetria multirradial.

    Na simetria bilateral, presente dos platelmintos aos vertebrados, existe apenas um plano de simetria - sagital ou mediano - que divide o corpo do animal em duas metades, lado direito e lado esquerdo, sendo uma a imagem especular da outra. O plano frontal divide o corpo em duas regies, dorsal e ventral, portanto diferentes entre si. Os eixos so o dorso-ventral e o ntero-posterior. Modificaes desta simetria existem em certos grupos de animais, por exemplo, o enrolamento da concha de alguns moluscos, resultante do deslocamento de certas partes do corpo e em outros grupos de animais devido ao hbito de fixar-se ao substrato, geralmente pela superfcie ventral, ou ainda causada pelo desenvolvimento desigual de certas estruturas pareadas.

    Hbitats - a diversidade animal tambm expressa na variedade de habitats que os animais ocupam; geralmente acredita-se que os animais tenham se originado nos oceanos arqueozicos, bem antes do primeiro registro fssil. Todo filo importante de animais tem pelo menos alguns representantes marinhos e do ambiente marinho ancestral grupos diferentes invadiram a gua doce, enquanto outros moveram-se para a terra. Cada hbitat diferente - floresta, oceano, deserto, lago, contm sua diversidade animal caracterstica.

    1.1.2. Caracterizao dos ambientes e distribuio ecolgica dos animais.

    Um estudo detalhado revela que todo organismo enfrenta as mesmas necessidades fundamentais de sobrevivncia e os mesmos problemas de alimentao para obter energia, ocupao de espao vital e produo de novas geraes. Na soluo destes problemas os organismos se diferenciaram em inmeras formas, adaptadas vida de ambientes particulares.

    A distribuio dos animais limitada pela existncia de ambientes adequados sua vida e estando o ambiente sujeito s alteraes naturais ou artificiais ele buscam novos locais para habitarem. A disponibilidade de alimento fator muito importante na distribuio dos animais, assim como temperatura, gua, competidores naturais, predadores, entre outros.

    Ambientes marinhos, esturios e manguezais:

    Comparando com a gua doce e a terra, o ambiente marinho relativamente uniforme, o oxignio geralmente disponvel e a salinidade do mar aberto relativamente constante.

    A maioria dos animais que vive no oceano estenohialina, isto , no suportam variaes bruscas de salinidade.

    As estratgias de sobrevivncia so variadas e inmeras as adaptaes dos organismos marinhos, particularmente daqueles que vivem na fronteira entre terra e gua e os animais das regies batipelgicas, onde impera a escurido. Os animais que habitam permanentemente esta zona so carnvoros ou consumidores de detritos e os que vivem na zona do entremars suportam longos perodos de exposio dessecao.

    Os ambientes estuarinos incluem fozes de rios, deltas circundantes, pntanos costeiros, pequenas enseadas e so geralmente afetados por mars, de onde se origina a palavra esturio (do latim aestus=mar). J os manguezais so ambientes estuarinos especiais, caracterizados por

  • apresentarem densa vegetao de plantas que vivem em condies salinas, denominados mangues.

    A salinidade flutuante em muitos esturios restringe a fauna estuarina, caracterstica destes ambientes, e apenas invasores marinhos eurihalinos e poucas espcies de gua doce podem tolerar essa condio.

    Para saber mais sobre o assunto utilize os links Ambientes Marinhos e Ambientes Estuarinos e Manguezais no site do Projeto Qualibio (IBUFBA)

    Ambientes dulciaqcolas ou lmnicos:

    Como os ambientes marinhos, o ambiente dulciaqcolas, particularmente lagos e rios, tambm apresentam um zoneamento horizontal e vertical, mas seus menores tamanhos, suas profundidades relativamente mais rasas e o contedo de gua doce os tornam ecologicamente diferentes dos oceanos.

    Ao contrrio da gua salgada que se torna progressivamente mais densa em temperaturas reduzidas, a gua doce alcana a sua maior densidade a 4 C. Ocorre pouca circulao entre os nveis superior e inferior, de forma que a zona do fundo no somente escura, mas tambm relativamente estagnada por falta de oxignio, sustentando uma fauna limitada.

    Os animais que habitam a gua doce apresentam diversas adaptaes, entre as quais destacamos a supresso do estdio larval, a qual realizada de vrias formas. freqente que fmeas produzam grandes ovos de desenvolvimento direto que elas guardam at a ecloso. Em outros casos, os ovos so colocados em casulos, fixos em corpos estranhos ou so meio enterrados no sedimento.

    A gua pode gelar ou desaparecer por evaporao, em conseqncia disto h uma srie de adaptaes que permitem a sobrevivncia da fauna, a exemplo de gmulas de esponjas, cisto ovgero de planrias, ovos de hidras.

    Os diversos ambientes lmnicos diferem entre si pela quantidade de gua e pela movimentao (guas lnticas so paradas e guas lticas so correntes). Entre as diversas facies dos ambientes lmnicos - lagos, rios, fontes, audes, poos, entre outros, h tambm miniaturas de aqurios que se formam nas bromlias, plantas epfitas comuns em nossa regio e abrigam uma fauna especial.

    Complete seu estudo consultando Ambientes Dulciaqucolas no site do Projeto Qualibio.

    Ambientes terrestres:

    Os ambientes terrestres so extremamente variados e suas condies fsicas muito menos estveis do que nos ambientes aquticos. Cada um deles caracterizado por um conjunto de fatores ecolgicos, como solo, clima, geomorfologia e tambm biticos, que permitiu a colonizao por flora e fauna particulares. Os principais tipos de ecossistemas dependem principalmente de fatores climticos, como temperatura, luz e precipitao, alm dos fatores edficos, textura do solo, teor de nutrientes e capacidade de armazenar gua, permitindo que haja uma variao peridica regular: sazonal e diria. (Fonseca & Brazil, 1998).

    O problema mais crtico para os animais terrestres a perda de gua pela evaporao. A soluo para este problema tem sido um fator primrio na evoluo de muitas adaptaes para a vida na terra. Para maiores informaes consulte Ambientes Terrestres no site do Projeto Qualibio.

  • Ambientes biolgicos:

    Os prprios seres vivos servem de meio para outros organismos, constituindo assim um tipo especial de ambiente, conhecido como meio biolgico. Muitos organismos vivem no interior ou na superfcie de outros em associaes ntimas, conjuntamente chamadas de simbiose (sim=juntos; bio=vida). Para alguns simbiontes, a associao com o seu hospedeiro imprescindvel para sua sobrevivncia (associao obrigatria), mas para outros a associao, apesar de melhorar a condio de vida, no obrigatria (associao facultativa). (Madeira, 1998, site do Projeto Qualibio) .

    1.1.3. Distribuio geogrfica

    O estudo dos fatores que influenciam a distribuio, a variedade e a abundncia da vida na Terra constitui a Biogeografia, uma disciplina integradora que une conceitos de biologia evolutiva, ecologia e geologia com as perspectivas e metodologias da geografia.

    A atual distribuio das espcies de gua doce ou terrestres resultado de trs fatores principais: (1) as relaes entre as terras e os mares em antigos tempos geolgicos que permitiram a extenso de um grupo a partir do seu centro de origem, ou ao contrrio o isolamento definitivo de um certo conjunto faunstico; (2) o meio de disseminao, se passivo ou ativo; (3) numerosas mudanas no meio ambiente desde o incio dos povoamentos, que levaram extino de certas espcies e sobrevivncia de outras.

    Ambientes terrestres e lmnicos so divididos em regies que tm fauna distinta. Tais regies so baseadas nas relaes taxonmicas ou filogenticas e no sobre adaptaes dos animais a ambientes especficos.

    A partir de estudos sobre a distribuio de vertebrados recentes, descobertas paleontolgicas, distribuio dos climas e a teoria de tectnica de placas ( que explica a progressiva separao dos continentes, pois a superfcie da Terra construda de placas mveis), ambientes terrestres e dulciaqcolas foram divididos em seis grandes regies zoogeogrficas: Nertica - Amrica do Norte, com exceo da extremidade sul; Palertica - Europa e norte da sia, das Ilhas Britnicas ao Japo, incluindo a frica do Norte ao deserto do Saara; Etipica - frica, incluindo o sul do deserto de Saara, Madagscar e ilhas adjacentes; Oriental - ndia, Malsia, Filipinas e regies prximas; Australiana - Austrlia, Tasmnia, Nova Guin, Nova Zelndia e ilhas ocenicas do Pacfico; Neotropical - Amricas do Sul e Central, Antilhas.

    As regies acima, Nerticas e Palerticas, so prximas e deste modo a fauna contm muitas espcies em comum, da serem freqentemente reunidas em uma regio denominada Holrtica.

    De acordo com o clima e latitude so delimitadas cinco regies para as guas marinhas costeiras: Tropical, Boreal (Atlntico e Pacfico) Antiboreal, rtica, Antrtica, bem como outras menores a exemplo da regio Mediterrnea.

    Ainda que as espcies pelgicas possam apresentar maior disperso, as diferenas entre os povoamentos bentnicos nos oceanos conduzem a diviso das zonas mais profundas em apenas trs regies: Indopacfica, Atlntica e Antrtica (ou Antrtida).

    Costuma-se tambm classificar os padres de distribuio em endmico, aloptrido, simptrido, circumboreal, circumpolar, cosmopolita e pantropical. Endmica refere-se distribuio restrita de um txon, nativo de uma rea particular; por exemplo, o coral Mussismilia braziliensis s ocorre no

  • nordeste brasileiro; aloptrida, cujo significado "outro pas" refere-se s diferentes reas de distribuio de um txon, que no se superpem; simptrida, cujo significado literal "mesmo pas" , refere-se distribuio de diferentes espcies na mesma rea; circumboreal distribuio nas altas latitudes do hemisfrio norte; circumpolar distribuio restrita aos plos norte e sul; cosmopolita uma distribuio por todo o mundo, ou quase; pantropical refere-se rea de distribuio entre os trpicos.

    2. Por que estudar os animais?

    O homem um produto do processo evolutivo, deste modo a aquisio de conhecimentos sobre os animais necessria como parte da incessante busca de compreenso da natureza e da posio que o prprio homem nela ocupa.

    3. Para que estudar os animais?

    Em primeiro lugar para conhecer a estrutura e o funcionamento dos mesmos, buscando entender suas relaes evolutivas. Grande parte do que hoje sabemos sobre os seres humanos conseguiu-se estudando outros animais.

    Compreender as relaes entre animais, destes com as plantas e com o ambiente para possibilitar a deteco do equilbrio e de perturbaes naturais ou provocadas pela cegueira humana.

    Buscar solues para problemas relacionados sade dos humanos e de outros animais pesquisando parasitos, vetores de doenas, inclusive as que causam destruio de frutos e cereais.

    Aplicar conhecimentos adquiridos na produo de alimentos, vesturio e medicamentos. As indstrias que lidam com animais domsticos, a pesca comercial, a apicultura e o comrcio de peles criam um mercado de trabalho para inmeras pessoas.

    Disponibilizar meios de contemplao aos homens em reas de lazer, uma excelente forma de descarregar tenses da sociedade. O fiel companheiro de nossa existncia terrestre, o animal e sua imagem habitam nosso ser, mesmo que o mundo da conscincia quotidiana os tenham eliminado.

    4. Como estudar os animais?

    As informaes sobre animais provm de conhecimentos populares, baseados na observao e de conhecimentos tcnico-cientficos baseados em observaes e experimentos controlados.

    Em Biologia costuma-se agrupar as disciplinas em dois campos, Biologia geral e Biologia comparada. A Biologia geral com base em mtodos experimentais estuda os mecanismos e os processos que governam os seres vivos. A Biologia comparada estuda a biodiversidade usando o mtodo comparativo, mais que o experimental, para descobrir padres biticos.

    O conhecimento tcnico-cientfico sobre animais, portanto, adquirido pelos mtodos comparativo e experimental. No primeiro, a finalidade a descrio de padres e no segundo a formulao de conceitos que tenham ampla aplicao no campo de estudo considerado. Bons cientistas formulam hipteses a partir de fatos acumulados, testam suas teorias, repetem seus experimentos e no hesitam em buscar o parecer de outros especialistas. Suas descobertas devem ser divulgadas, pois assim estaro contribuindo para a ampliao do seu campo de investigao.

  • Nomenclatura Zoolgica Quando falamos em nomenclatura, taxonomia, classificao e sistemtica devemos saber que estes so conceitos, que, apesar de terem alguma relao entre si, se referem a matrias distintas, muitas vezes confundidas.

    A sistemtica o estudo das relaes de parentesco entre os organismos. Desta maneira quando comparamos espcies diferentes, por exemplo, e hipotetizamos uma filogenia, que representa as relaes de parentesco entre estas espcies, estamos fazendo um estudo de sistemtica. Podemos comparar tais espcies pelas suas caractersticas morfolgicas, moleculares e etc.

    A taxonomia diz respeito s regras de nomenclatura, tais como: dar nomes s espcies, gneros e famlias. As regras para formar colees taxonmicas, para coletas em campo, rotulagem e publicaes taxonmicas, tambm dizem respeito taxonomia.

    A classificao est no mbito da taxonomia e se refere prtica de se agrupar os txons em categorias hierrquicas como: filo, classe, ordem, famlia, gnero e espcie. A classificao ideal deve refletir a sistemtica de determinado grupo, ou seja, deve representar as relaes de parentesco daquele grupo. Por outro lado classificao , de certa maneira, independente da nomenclatura, j que, um autor, de acordo com certas regras, poder alterar o nome de uma espcie ou gnero, quando ele achar necessrio.

    A importncia da nomenclatura A comunicao entre os diversos campos da cincia biolgica se d principalmente pelo nome cientfico das espcies estudadas. Por exemplo, num estudo interdisciplinar em que existe a cooperao de profissionais de diversas reas da biologia, um eclogo poder fazer o levantamento da fauna de determinada regio, um geneticista far a caracterizao do caritipo daquela fauna, um morfologista descrever as caractersticas morfolgicas, e, assim por diante. Sem um nome cientfico universal, ditado segundo regras aceitas por toda a comunidade cientfica, que caracteriza cada espcie estudada e catalogada, ficaria difcil a comunicao entre os diversos campos da biologia. Quem dita tais regras o cdigo de nomenclatura zoolgica. Tal cdigo universal, ele rejeita nomes que possam causar confuso ou ambigidade, o que garante a universalidade dos nomes cientficos, fazendo com que estes sejam reconhecidos por cientistas de qualquer nacionalidade.

    A importncia prtica da taxonomia, cujas regras de nomenclatura disciplinam a nomeao das vrias categorias taxonmicas, pode ser vista, por exemplo, nos estudos sobre o controle de vetores de doenas que atingem humanos. Se a espcie a qual pertence o vetor estiver mal classificada, a ponto de englobar uma variedade de outras espcies do mesmo gnero, que no hospedam determinado vrus ou protozorio causador da doena, os esforos no combate mesma podem malograr. Este foi o caso do combate ao mosquito transmissor da malria (Anopheles maculipennis). De 1895 at 1934 vrias foram s tentativas para a erradicao do mosquito. A partir desta ltima data o problema comeou a ser solucionado pelos entomlogos da poca, que descobriram que Anopheles maculipennis, na verdade, formava um complexo de pelo menos sete espcies, das quais apenas algumas eram transmissoras da malria.

    Porque devemos nomear as espcies com dois nomes? Desde Aristteles a nomenclatura binomial j

  • era praticada. Foi ele quem sistematizou esta maneira de classificar os organismos, em duas categorias. No entanto foi Linnaeus (1707-1778) quem comeou a usar um sistema binomial de forma mais coerente e organizada. Assim cada espcie animal ou vegetal teria dois nomes: o primeiro, o gnero, deveria refletir as caractersticas mais genricas ou coletivas; o segundo, a espcie, refletiria as caractersticas mais especficas, aquelas mais peculiares. O cdigo de nomenclatura zoolgica que vigora hoje foi publicado em 1964, e de acordo com o mesmo, existem regras para a formao dos nomes dos txons do grupo da famlia, do grupo do gnero e do grupo da espcie.

    Como se nomeiam os txons do grupo famlia? Este grupo inclui quatro categorias, a saber: tribo, subfamlia, famlia e superfamlia. O nome da categoria famlia formado pela adio da desinncia-idae ao radical do gnero tipo da famlia, o gnero que o tipo padro para determinada famlia. Por exemplo, o gnero Felis o tipo padro para toda a sua famlia, o radical deste termo fel; portanto, adicionando-se a desinncia - idae a este radical, o nome da famlia fica felidae. O mesmo para Canis; cujo radical can, portanto canidae. No caso da categoria subfamlia vale o mesmo raciocnio, porm a desinncia -inae. Para as categorias superfamlia e tribo, as desinncias so -oidea e ini, respectivamente

    Como se nomeiam os txons do grupo gnero e espcie? Como j dissemos geralmente o nome da espcie composto por dois termos (binomial). O primeiro designa o gnero, categoria que pode englobar uma ou mais espcies; um termo mais amplo, que diz respeito s caractersticas mais genricas comuns a este txon. O segundo termo designa a espcie, diz respeito s caractersticas prprias de cada espcie pertencente quele mesmo gnero. Por exemplo, Panthera leo (leo), Panthera tigris (tigre), Panthera ona (ona) so trs espcies da famlia Felidae, pertencentes ao mesmo gnero, Panthera. Cada uma delas tem as suas particularidades, da serem classificadas em trs espcies distintas; todas as trs, porm, compartilham certas caractersticas, da pertencerem ao mesmo gnero. De acordo com o cdigo o nome do gnero e da espcie deve ser escritos em latim, ou, ento, numa formas latinizadas, com caracteres itlicos ou grifadas separadamente. Apenas a primeira letra que forma o nome do gnero deve estar em maiscula; o nome da espcie deve estar todo em letras minsculas.

    Segundo o cdigo, quando num artigo, mencionamos o nome de uma espcie pela primeira vez, este deve ser escrito por completo, por exemplo: Drosophila melanogaster. A partir da, durante o desenvolvimento do artigo, o nome pode ser escrito numa forma abreviada, no precisamos escrever o nome do gnero, apenas a sua inicial, em maiscula seguida de ponto, e, depois, o termo que caracteriza a espcie. Assim, no mesmo artigo, se o nome desta espcie fosse mencionado novamente ficaria: D. melanogaster

    Algumas vezes encontramos o nome cientfico de uma espcie escrito com trs termos (nomes de txons ditos trinomiais). Quando encontramos, por exemplo, Glenea (Paraglenea) tigrinata, significa uma espcie do gnero Glenea e do subgnero Paraglenea, termo que se escreve entre parnteses e com a primeira letra em maiscula. O subgnero, como o nome diz, uma categoria abaixo de gnero e acima de espcie. Seriam grupos de espcies de um mesmo gnero, mas que apresentam certas caractersticas que permitem agrup-los numa categoria intermediria entre gnero e espcie, o subgnero. Assim um gnero pode ter vrios subgneros, e cada subgnero, vrias espcies.

  • Se encontrarmos, por exemplo, Homo sapiens neanderthalensis interpretamos como uma subespcie da espcie Homo sapiens. O termo que caracteriza a subespcie vem em seguida ao termo da espcie. Neste exemplo o termo neanderthalensis, tambm escrito em minscula. A subespcie uma categoria abaixo da espcie, definida por caractersticas ainda mais peculiares. Deste modo uma espcie pode ter vrias subespcies. No exemplo dado a espcie H. sapiens apresenta duas subespcies: H. sapiens neanderthalensis (o homem de Neandertal) e H. sapiens (homem moderno).

    Nome dos autores e data da publicao Muitas vezes encontramos um nome prprio, logo aps ao nome da espcie, Tupinambis teguixim Linnaeus. Linnaeus nome do autor que publicou o nome do txon pela primeira vez. Seguido ao nome do autor podemos encontrar uma data, Tupinambis teguixim Linnaeus, 1758. Isto significa que o nome da espcie, T. teguixim foi publicada pela primeira vez por Linnaeus num trabalho datado de 1758. De acordo com o cdigo a data deve vir em seguida ao nome do autor, separada deste por vrgula. Tambm podemos encontrar a seguinte situao: Trichomys apereoides (Lund, 1841). Neste caso, tanto o nome do autor como a data aparecem entre parnteses, separados por vrgula; o que significa que a espcie em questo foi primeiramente descrita num outro gnero que no o atual. No exemplo citado, T. apereoides foi primeiramente includa no gnero Cercomys, pelo prprio Lund em 1841. Posteriormente, outro autor, no caso Peter, cujo nome no aparece, concluiu que todas as formas referidas ao gnero Cercomys deveriam constar como Trichomys. Nota-se da que o nome prprio que vigora sempre o do primeiro autor, e no o do autor que reconheceu aquele txon como outro gnero.

    CATEGORIA TXON Reino Metazoa Filo Chordata Classe Mammalia Ordem Primata Famlia Canidae Gnero Canis Espcie Canis familiaris Regras de Nomenclatura (Cdigo internacional de nomeclatura zoolgica, verso 2000)

    O nome dos animais deve ser escrito em latim ou idioma latinizado. Canis familiaris Todo animal deve ter, pelo menos, dois nomes, o primeiro referente ao gnero e o segundo espcie. o sistema binominal criado por Linnaeu. Musca domestica O nome do gnero deve ser escrito com inicial maiscula e o nome da espcie deve ser escrito com inicial minscula. Geodia papyracea. O nome dos animais deve ser em destaque (itlico ou negrito)

    Em trabalhos cientficos, depois do nome da espcie, coloca-se o nome do autor que o descreveu seguido de vrgula e data; se houve modificao na descrio original de uma espcie, autor e ano aparecem entre parnteses.

    Problema de existncia nos animais Todos os animais devem resolver os mesmos problemas de existncia: - procura de alimento e oxignio, manuteno de equilbrio hdrico e salino, remoo de detritos metablicos e perpetuao da espcie. O designde corpo necessrio para responder a esses

  • problemas est correlacionado em grande parte a quatro fatores: 1. O tipo de ambiente marinho, de gua doce ou terrestre no qual o animal vive; 2. O tamanho do animal; 3. O modo de existncia do animal; e 4. as restries do genoma do animal. O nmero 4 refere-se s limitaes impostas pelo design ancestral controlado pela composio gentica do animal. Por exemplo, ocorre uma diversidade incrvel no design do caramujo, mas o prprio design impe determinadas limitaes nas possibilidades do mesmo; por exemplo, no h caramujos voadores.

    PROTOCTISTA - Do grego protos, primeiro; Ktistos, estabelecer O reino protoctista compreende os microorganismos eucariticos e seus descendentes imediatos: todas as algas, protozorios e outros organismos aquticos ainda obscuros. Seus membros no so animais (que se desenvolvem de uma blstula), nem plantas (que se desenvolvem de um embrio), nem fungos (que se desenvolvem de esporos). Todos os protoctistas se desenvolveram por simbiose dentre pelo menos dois tipos diferentes de bactrias em alguns casos, dentre muito mais do que dois. medida que os simbiontes se integraram, um novo nvel de individualidade surgiu.

    Ningum sabe o nmero de espcies de protoctistas. Embora somente 40.0 foraminferos extintos estejam documentados na literatura paleontolgica, e mais de 10.0 protoctistas vivos estejam descritos na literatura biolgica, alguns autores estimam que haja mais de 65.0 espcies sobreviventes, e outros, sugerem mais do que 250.0. Mofos-de-gua e parasitas de plantas so descritos na literatura de fungos, de protozorios parasitas na literatura mdica, de algas por botnicos e de protozorios de vida livre por zologos. Prticas contraditrias na descrio e denominao de espcies tm conduzido a confuses sobre este reino. De acordo com alguns livros, existem hoje 30 filos protoctistas, divididos entre mofos-de-gua (conhecidos como fungos), protozorios e algumas algas. Em zoologia estudamos os Protozorios, sabendo que no so mais considerados como pertencentes ao reino animal.

    OS PROTOZORIOS (PROTOZOA) Especializaes celulares Os protozorios so organismos eucariticos unicelulares. Todos os organismos multicelulares, incluindo os animais multicelulares, evoluram a partir de vrios ancestrais de protozorios. Os protozorios permaneceram no nvel de organizao multicelular, mas evoluram ao longo de numerosas linhas atravs da especializao de partes do citoplasma (organelas) ou das estruturas esquelticas. As clulas dos protozorios so mais complexas que as clulas dos metazorios, pois as adaptaes para a sobrevivncia s podem ocorrer no nvel de organizao celular.

    Costuma-se dizer que protozorios incluem organismos amebides, flagelados, ciliados e produtores de esporos que so capazes de nutrio heterotrfica, tenham ou no cloroplastos. O nvel de organizao unicelular a nica caracterstica pela qual os protozorios podem ser descritos como um todo; em muitos outros aspectos, eles exibem uma diversidade extrema. Os Protozoa exibem uma grande variedade de complexidade estrutural e adaptaes para todos os tipos de condies ambientais. Cada espcie vive em determinado habitat mido na gua do mar ou no fundo do oceano; na gua doce, salobra ou poluda, na terra, no solo ou matria orgnica em decomposio.

    Caractersticas Gerais Pequenos, geralmente unicelulares, alguns em colnias de poucos a muitos indivduos semelhantes.

  • Forma da clula geralmente constante, oval, alongada, esfrica ou outras. Ncleo distinto, nico ou mltiplo; outras partes estruturais como organelas; sem rgos ou tecidos.

    Locomoo por flagelos, clios, pseudpodos ou movimentos da prpria clula. Algumas espcies com envoltrios protetores ou teas; muitas espcies produzem cistos ou esporos resistentes para sobreviver a condies desfavorveis e para disperso.

    Modos de vida: livres, comensais, mutualsticos ou parasitos. Nutrio variada: (a) holozica, subsistindo de outros organismos (bactrias, fermentos, algas, vrios protozorios etc); (b) saproftica, vivendo de substncias dissolvidas nos seus arredores; (c) saprozica, subsistindo de matria animal morta; (d) holoftica ou autotrfica, produzindo alimento pela fotossntese como as plantas. Alguns combinam dois mtodos.

    Reproduo assexual por diviso binria, diviso mltipla ou brotamento; alguns com reproduo sexual pela fuso de gametas ou por conjugao.

    Protozorios Amebides (antiga Classe Sarcodina). Hoje podem ser includas no Filo Rhizopoda.

    A amoeba comum (Amoeba proteus), de gua doce limpa, que contenha vegetao verde, serve para uma introduo aos Protozoa. A ameba parece ser a forma de vida mais simples do Reino Protoctista, uma clula independente com ncleo e citoplasma, mas com poucas organelas. A despeito de sua aparente simplicidade ela pode mover-se, capturar, digerir e assimilar alimento complexo, eliminar resduos no digeridos, respirar, produzir secrees e excrees, responder a mudanas (estmulos) de vrios tipos, tanto no ambiente interno como do externo, crescer e reproduzir-se.

    Estrutura. A ameba viva uma massa de protoplasma claro, incolor, gelatinoso, flexvel que passa por vrias mudanas de forma. Consiste de (1) uma membrana celular externa ou plasmalena, elstica e muito fina e abaixo desta (2) uma zona estreita de ectoplasma claro, no granular, circundando (3) a massa principal do corpo de endoplasma granular. Este consiste de (a) um plasmagel externo, mais duro e (b) um plasmassol interno, no qual movimentos de correnteza (ciclose) so visveis. Dentro do endoplasma h (4) um ncleo disciforme, no facilmente visvel no animal vivo; (5) um vacolo contrtil esfrico, preenchido de lquido, o qual periodicamente se move para a superfcie, contrai-se, descarrega seu contedo na gua circundante e ento se refaz; (6) um ou mais vacolos digestivos de vrios tamanhos, contendo pequenas pores de alimento em digesto; e (7) vrios outros vacolos, cristais, glbulos de leo e outras incluses celulares.

    As funes destas partes so as seguintes: (1) a membrana celular retm o protoplasma dentro da clula, mas permite a passagem de gua, oxignio e dixido de carbono; (2) o ectoplasma contm as outras estruturas e serve para a locomoo; (4) o ncleo controla os processos vitais do organismo; (5) o vacolo contrtil regula o contedo de gua; (6) os vacolos digestivos contm alimento em digesto; e (7) as outras incluses celulares so reservas alimentares ou outros materiais essenciais ao metabolismo. Se a ameba for cortada em duas, a membrana celular logo circunda cada pedao e impede a perda de protoplasma. A parte sem ncleo pode ainda se mover e ingerir alimento, mas incapaz de digeri-lo ou assimil-lo e logo morre, enquanto que a parte com o ncleo continuar a

  • crescer e reproduzir-se. Um ncleo isolado, contudo, no pode sobreviver. Assim o ncleo e o citoplasma so interdependentes.

    DOENAS CAUSADAS POR PROTOZORIOS - Doena de Chagas

    A doena de Chagas ou tripanossomase uma infeco generalizada, de natureza endmica e evoluo essencialmente crnica, causada por um protozorio flagelado o Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909), transmitida ao homem e a outros animais habitualmente atravs de triatomneos. Possui ampla distribuio geogrfica por todo o continente americano, desde o Sul dos Estados Unidos at a Argentina. Fora das Amricas nenhum caso de infeco humana pelo T. cruzi foi identificado. Devido a sua grande difuso e pela gravidade das manifestaes que pode acarretar, por no ter tratamento especfico definido, e ainda, pela complexidade de sua profilaxia, a doena de Chagas representa grave e alarmante problema sanitrio. Ocupa lugar primordial entre as endemias rurais, ponderadas sua prevalncia e sua patogenicidade, inutilizando muitas vidas em idade produtiva. Embora eminentemente rural, representa problema tambm para centros urbanos dada a corrente migratria de rurcolas em busca de melhores condies de vida; haja vista a prevalncia das infeces pelo T. cruzi em candidatos doao de sangue, s vezes bastante elevada em vrias cidades, com a conseqente possibilidade de transmisso da doena por transfuso. O transmissor um inseto da ordem Hemiptera, famlia Reduviidae, subfamlia Triatominae. J foram descritas cerca de 100 espcies de triatomneos silvestres e domiciliares (Amrica do Sul: Triatoma infestans, Rhodnius prolixus, Panstrongylus megistus Amrica Central: Triatoma protacta, Triatoma pallidipennis, Triatoma phyllosoma Cosmopolita: Triatoma rubrofasciata) encontrado em todos os pases do continente americano, desde o sul dos Estados Unidos at o sul da Argentina; fora das Amricas foram assinaladas cerca de 10 espcies, porm nenhum triatomneo naturalmente infectado. Vulgarmente so chamados de barbeiro (pelo hbito de sugarem o indivduo no rosto, que a parte mais comumente descoberta durante o sono), chupana, chupo, finco, bicudo e procot no Brasil; vinchuca e chinche nos pases de lngua espanhola; e Kissing bug e cone nosed bug nos Estados Unidos.

    O inseto adquire os tripanossomos ao sugar o sangue de pessoas ou de animais silvestres contaminados, entre os quais se destaca o tatu, em cujas tocas o mosquito costuma se abrigar. Ao picar uma pessoa, geralmente no rosto (por isso o nome de barbeiro), o inseto defeca; se estiver contaminado, ele elimina tripanossomos junto com suas fezes. Ao coar o local da picada, a prpria pessoa se contamina com os protozorios, que penetram atravs do ferimento da picada, e pela corrente sangunea atingem diversos rgos e tecidos. O ciclo do T. cruzi nos triatomneos constitudo de trs fases, as quais sofrem modificaes ao longo do tubo digestivo: estomacal (fase de regresso), intestinal ou duodenal (fase de multiplicao) e intestinal posterior ou retal (fase de evoluo). No perodo inicial da infeco o parasita j foi encontrado em quase todos os rgos e tecido; entretanto a musculatura (cardaca, lisa e estriada) que constitui o tecido preferencial. A presena dos parasitas causa leses que prejudicam o funcionamento do corao, o que leva morte do doente geralmente antes dos 50 anos de idade.

    A profilaxia baseia-se principalmente no combate direto ao inseto transmissor, substituio ou melhora das habitaes, educao sanitria, rejeio do sangue de doadores com sorologia positiva.

  • Tripanossomase Africana ou Doena do sono Os tripanossomas agentes da doena humana so do grupo Salivaria, gnero Trypanosoma, subgnero Trypanosoon, atualmente designados Trypanosoma gambiense e T. rhodesiense (mais virulento para o homem), morfologicamente indistinguveis um do outro e do Trypanosoma brucei, um dos agentes das tripanossomases animais, sendo sugestivo que todos derivam de uma estirpe ancestral comum. Estes so polimrficos, exibindo 3 tipos morfolgicos: curtos e grossos, longos e delgados, e intermdirios. A doena est confinada ao continente africano, sendo transmitida ao homem pela mosca Glossina palpalis, popularmente conhecida como tse-ts.

    A pessoa contaminada por T. gambiensis apresenta febre, fraqueza e anemia, casadas por substncias txicas liberadas pelos protozorios parasitas. No ltimo estgio da doena os tripanossomos atingem o lquido raquidiano, que banha o sistema nervoso, e a pessoa contaminada comea a se tornar sonolenta, at que perde a conscincia e morre.

    Nos ltimos 50 anos a teraputica da tripanossomase humana africana, embora no consiga resolver integralmente todos os casos, teve um progresso substancial que permite obter uma maior capacidade funcional dos doentes a uma sensvel reduo da mortalidade.

    Leishmaniose Visceral (Calazar) uma protozoose (Leishmania donovani) largamente espalhada pelas regies tropicais e subtropicais do globo terrestre. Caracteriza-se clinicamente por febre irregular de longa durao, emagrecimento, queda dos plos, anemia. Epidemiologicamente caracteriza-se por ser uma zoonose de candeos e roedores, transmitindo-se ao homem por intermdio de flebtomos. Geralmente tem cura, se tratada. Se no, evolui para o bito dentro de 1 a 2 anos. Na ndia conhecida como kala-azar (febre negra) ou febre Dum-Dum. No mediterrneo intitula-se leishmaniose visceral ou leishmaniose infantil. No Brasil chamam-se leishmaniose visceral ou calazar. conhecida ainda como esplenomegalia tropical.

    O agente etiolgico um protozorio da famlia Trypanosomatidae, a Leishmania donavani (Laveran e Mesnil, 1903). uma das diversas espcies do gnero Leishmania. As demais espcies (L. brasiliensis, L mexicana, L. tropica) so agentes etiolgicos da leishmaniose tegumentar americana e do boto-do-oriente.

    Leishmaniose Tegumentar Americana (Leishmaniose Cutneo-Mucosa) A leishmaniose tegumentar americana ou cutneo-mucosa, ou lcera de Bauru uma molstia infecciosa crnica, no-contagiosa, caracterizada pelo comprometimento cutneo constante, mucoso em grande proporo dos casos, e ganglionar mais raramente. causada pela Leishmania brasiliensis (Gaspar Vianna, 1911) e por algumas outras espcies e subespcies, e transmitida por insetos da famlia Phlebotominae, o mosquito birigui ou mosquito-palha. No estado de So Paulo tem sido detectado casos isolados, autctones, em regies onde h muitos anos a doena no era assinalada.

    O mosquito se contamina ao sugar o sangue de pessoas doentes. Ao picar uma pessoa sadia, o mosquito injeta sua secreo salivar anticoagulante e, com ela, as leishmnias. Pelo sangue, os protozorios atingem a pele e as mucosas, causando feridas e leses graves.

    Malria A malria ou impaludismo uma doena infecciosa, no contagiosa, de evoluo crnica, com

  • manifestaes episdicas de carter agudo e perodos de latncia que podem simular a cura. a mais antiga, a mais distribuda, e a mais conhecida das doenas produzidas por parasitas animais. Seus agentes etiolgicos so protozorios do gnero Plasmodium, que pertencem a quatro espcies: Plasmodium vivax, P. falciparum, P. malariaea e P. ovale. As infeces do homem e dos mamferos so transmitidas por mosquitos do gnero Anopheles e as das aves, por culicneos.

    Toxoplasmose Infeco, algumas vezes doena, causada pelo Toxoplasma gondii (Nicolle e Manceaux, 1908). O gato o hospedeiro definitivo, enquanto o homem, outros mamferos e as aves so hospedeiros incompletos ou intermedirios. O Toxoplasma gondii o nico membro conhecido do gnero. Existem 3 estgios principais de desenvolvimento: 1. Taquizotos (organismos de rpida multiplicao da infeco aguda, tambm chamados formas proliferativas e trofozotos); 2. Bradizotos (organismos de multiplicao lenta ou de repouso nos cistos do toxoplasma e se desenvolvem durante a infeco crnica no crebro, retina, msculo esqueltico e cardaco e em qualquer outra parte; 3. Esporozotos (desenvolvem-se nos esporocistos, dentro de oocistos que so eliminados pelas fezes dos gatos). A infeco toxoplsmica ocorre em todo o mundo, segundo os resultados dos inquritos sorolgicos. A maior parte das infeces assintomtica, sendo a doena uma exceo no homem. A doena resulta de um grande nmero de clulas destrudas seja pelo microrganismo, seja pela hipersensibilidade, seja por ambos. As recomendaes preventivas podem ser esquematizadas da seguinte maneira:

    1. Alimentar o gato somente com carne seca, cozida ou enlatada. 2. Evitar que o gato se alimente fora de casa. 3. Trocar os panos que servem de cama ao animais; desinfete-os com gua fervente. 4. Durante a gravidez, usar luvas plsticas ou pedir a outra pessoa que cuide do gato. 5. Cobrir os tanques de areia das crianas quando no estiverem em uso. 6. Manter controle sobre os gatos de rua. 7. Manter controle sobre as moscas e baratas. 8. No comer carne crua; cozinhar bem toda carne a pelo menos 66C. 9. Lavar as mos antes das refeies e antes de com elas tocar o rosto.

    Amebase A amebase ou disenteria amebiana causado pelo protozorio amebide Entamoeba histolytica pertence a famlia Entamoebidae, cujos representantes se compem quase s de parasitas. Embora o intestino do homem possa ser parasitado por diferentes espcies de amebas, a palavra amebase reservada apenas para designar o parasitismo por uma dessas espcies, a Entamoeba histolytica, nica, de acordo com o consenso geral dos pesquisadores, capaz de desenvolver atividade patognica. As demais amebas podem ser encontradas no intestino, a Entamoeba hartmanni, a Entamoeba coli, a Endolimax nana, a Entadamoeba btschlii e a Dientamoeba fragilis, so destitudas de atividade patognica. Seu conhecimento, porm, muito importante, pela possibilidade de serem confundidas com a E. histolytica em exames de fezes.

    A maneira mais comum de as pessoas adquirirem amebase atravs da ingesto de gua ou alimentos contaminados por cistos de E. histolytica. A entamoeba invade glndulas da parede intestinal, onde se alimentam de sangue e de clulas dos tecidos. Os locais invadidos formam abscessos que, que ao se romper, liberam sangue, muco e milhares de entamebas, muitas j encistadas. Os cistos so eliminados com as fezes e, se contaminarem gua e alimentos (como verduras, por exemplo), podero ser transmitidos a outras pessoas. A E. histolytica apresenta duas fases no seu ciclo evolutivo: 1. Fase trofozotica ou vegetativa (vive no intestino grosso ou nas ltimas pores do leo, movimentando-se, fagocitando e digerindo seu alimento e multiplicando-se por diviso

  • binria); 2. Fase cstica (ela se imobiliza, deixa de fagocitar, rodeia-se de uma membrana resistente membrana cstica e vive custas de substncias de reserva acumulada durante a fase anterior, sobretudo substncias proticas e hidrocarbonadas). As leses produzidas pela E. histolytica localizam-se na mucosa e submucosa do intestino grosso.

    Os sintomas agudos da amebase so dores abdominais, acompanhadas por fortes diarrias.

    Os abscessos intestinais tm cicatrizao lenta, e mesmo depois de os sintomas melhorarem, a pessoa pode continuar a ser portadora, eliminando cistos que podem propagar a doena. So numerosos os medicamentos atualmente disponveis para o tratamento da amebase. A profilaxia da amebase comporta medidas gerais e individuais. As gerais objetivam o saneamento do meio e incluem providncias como a adequada remoo de dejetos humanos e fornecimento de gua no contaminada populao; uso de instalaes sanitrias para remoo das fezes; proibio de fezes humanas como adubo; educao sanitria da populao; inquritos epidemiolgicos para descoberta das fontes de infeco; tratamento dos indivduos parasitados, doentes ou portadores sos, mormente se forem manipuladores de alimentos. As medidas individuais so representadas pela filtrao ou fervura da gua usada na alimentao; lavagem dos vegetais com gua no contaminada ou gua fervida; no ingesto de vegetais crus, procedentes de focos de infeco; proteo dos alimentos contra moscas e baratas; lavagem cuidadosa das mos aps a defecao e antes das refeies.

    Giardase A Giardia lamblia foi observada pela primeira vez por Leeuwenhoek, em 1681, em suas prprias fezes. Durante muitos anos esse protozorio teve denominaes diversas, at que, em 1915, Stiles criou a designao Giardia lamblia em homenagem ao Prof. A. Giard, de Paris e Dr. Lambl, de Praga. Atualmente, muitos parasitologistas, principalmente os europeus, preferem a denominao Giardia intestinalis. Giardase ou lamblase a infeco causada por Giardia lamblia, cujos sintomas se caracterizam por perturbaes intestinais com a eliminao de fezes pastosas ou diarricas e dores abdominais discretas.

    A disseminao da giardase deve estar condicionada aos seguintes fatores epidemiolgicos: 1. gua de bebida ou de uso domstico. 2. Alimentos vegetais comidos crus, tais como saladas, verduras e frutas, ou alimentos servidos frios, como leite, refrescos, cremes, etc. 3. Contato direto por manipuladores de alimentos. 4. Contato direto de pessoa a pessoa ou como conseqncia de fezes expostas. 5. Contato indireto, atravs de artrpodes domsticos (moscas, baratas). A baixa prevalncia de sintomas atribudos a este protozorio tem sido a causa pela qual muitos autores duvidam da sua patogenicidade. No entanto, a ao patogncia da Giardia lamblia tem sido confirmada por outros pesquisadores, que obtiveram o desaparecimento de sintomas grastrointestinais aps tratamento especfico. Para que os sintomas observados possam ser realmente atribudos a parasitose preciso no s encontrar o parasito, mas tambm que o tratamento adequado faa desaparecer a sintomatologia ao mesmo tampo que erradique a parasitose. Assim, podemos resumir os seguintes itens relacionados com o quadro clnico de giardase: 1. As condies so pouco comprometidas. 2. apetite conservado. 3. sintoma mais freqente uma diarria crnica, persistindo por meses e refratria ao tratamento sintomtico usual. 4. As fezes so amolecidas e, de regra, expelidas sem dor ou clica; geralmente so fezes sem sangue ou muco. Outras vezes existe constipao crnica. So tambm descritas distenso e dores abdominais.

  • A profilaxia da giardase de difcil execuo, uma vez que depende no s do tratamento da matria fecal e do lixo, mas tambm do combate aos insetos responsabilizados pela transmisso. Outro cuidado necessrio, a fim de ser impedida a disseminao da parasitose, diz respeito proteo da gua potvel e dos alimentos, evitando a contaminao dos mesmos com os cistos dos protozorios. Medida profiltica importante tambm a observao dos postulados da educao sanitria e da higiene pessoal.

    Balantidase Denomina-se balantidase a infeco do homem e de animais pelo Balantidium coli (cosmopolita). A infeco humana quase sempre est ligada atividade do indivduo, no contato com porcos, criadores, trabalhadores em matadouros, aougueiros, etc., que tem maior possibilidade de ingerir os cistos do protozorio, em bebidas ou alimentos contaminados. O homem muito resistente infeco e o nmero de casos descritos na literatura alcana umas poucas centenas, se bem que o nmero de portadores assintomticos pode atingir alguns milhares. No homem o Balantidium coli pode viver no intestino grosso sem causar dano algum, mas algumas vezes, o ciliado penetra pela mucosa, coloniza-se na submucosa que se mostra espessada. Ao exame microscpico dos tecidos muito fcil identificar-se o parasita, no s pelo tamanho, mas tambm pela cor escura do macroncleo, em forma de rim.

    A sintomatologia pouco significativa. Comumente, porm, existe diarria, com 5 ou 6 evacuaes dirias, dores abdominais, cefalia,; este quadro clnico superpe-se quela da amebase, devendo o clnico incluir sempre a balantidase no diagnstico diferencial com a amebase.

    Na profilaxia recomendam-se os mesmos processos em amebases, pois so os mesmos mecanismos de transmisso, lembrando porm que os sunos, como hospedeiro natural, so as principais fontes de infeco da coletividade.

    Os platyhelminthes so representados atualmente por mais de 45.0 espcies de animais terrestres, de gua doce ou marinha, de vida livre ou simbionte. O aspecto do corpo achatado dorsoventralmente deu o nome comum de vermes achatados a este grupo. O grupo foi, at recentemente, subdividido em trs classes: Turbellaria, Trematoda e Cestoda. Entretanto, reconstrues filogenticas sugerem que essa classificao inadequada. Desta forma, o grupo hoje dividido em Turbelria (colocado entre aspas por se acreditar que esse agrupamento artificial) e Neodermata. Os Neodermata so divididos em trs classes: Trematoda, Monogenoidea e Cestoda.

    Os Turbelrios so de vida livre, incluindo as conhecidas planrias de gua doce. Os Trematoda so caracterizados como organismos endoparasitos, na forma adulta encontrados principalmente no trato digestivo de hospedeiros vertebrados. O ciclo vital dos trematdeos , em geral, complexo, envolvendo mais de um hospedeiro. Desse grupo, fazem parte espcies de importncia mdico-veterinrio em todo mundo, incluindo espcies de Schistosoma, Fasciola e Opisthorchis, dentre outros gneros. Os Monogenoidea so principalmente parasitos da superfcie corporal e brnquias de peixes de gua doce e marinhos, caracterizados por apresentar uma estrutura de fixao denominada haptor, localizada na poro posterior do corpo. Os Cestoda so Neodermata que carecem de trato digestivo, apresentando o corpo geralmente estrobilizado (segmentado). Todos os Cestides so endoparasitos, sendo a enorme maioria de suas espcies parasita do trato digestivo de vertebrados. As tnias so pertencentes classe Cestoda.

  • Os Platyhelmintes so animais triploblsticos acelomados. Durante o desenvolvimento embrionrio, a blastocele preenchida por um tecido frouxo de origem mesodrmica, denominado mesnquima ou parnquima. De uma forma geral, os Platyhelmintes so animais que tendem a apresentar uma simetria bilateral acentuada, cefalizao e clara distino entre superfcie ventral e dorsal. O revestimento corporal uma epiderme celular, ciliada ou no. A locomoo das espcies do grupo ocorre por meio de batimento ciliar ou contrao muscular do corpo.

    Platyhelmintes carecem de sistemas diferenciados para respirao e circulao. A osmoregulao realizada por meio de um sistema proto nefridial composto por um conjunto de canais e clulas flama. A clula flama tem a forma de um tubo, cujo interior h uma cavidade. Dentro da cavidade h um grupo de flagelos, cujo movimento lembra a chama de uma vela (da o nome clula flama). As excrees so recolhidas pelas clulas flama e, movidas pelo batimento dos flagelos que existem em seu interior, chegam aos tubos longitudinais de onde so lanadas para o meio exterior. O sistema digestivo, quando presente, composto por um intestino cego, sem nus, uma faringe muscular e uma boca, que pode ou no ser provida de ventosa. A digesto extra e intracelular. A suco faringeana quebra o alimento em pequenos pedaos. Estes, uma vez no intestino, so fagocitados pelas clulas da parede intestinal, em cujo interior ocorre a digesto intracelular. Os produtos da digesto so distribudos as demais clulas atravs do parnquima ou mesnquima. O material no digerido expulso pela prpria boca.

    O sistema nervoso do tipo centralizado. Na regio ceflica existem dois gnglios cerebrides interligados, dos quais partem dois cordes longitudinais. Estes possuem conexes transversais e ramos perifricos. Como estruturas sensoriais existem as manchas ocelares que so sensveis a luz, mas so incapazes de formar imagens. As clulas tcteis possuem prolongamentos que se estendem a superfcie do corpo. Os quimiorreceptores localizam-se nas regies laterais da cabea e dotam o animal de sensibilidade olfativa e gustativa, particularmente teis na procura de alimento. Essas caractersticas so especialmente desenvolvidas nos turbelrios de vida livre.

    As espcies de Platyhelminthes so, na sua maioria, hermafroditas, apresentando cpula cruzada. O sistema reprodutor masculino e feminino bastante varivel. Nos platielmintos chamados de Arcforos (alguns Turbellaria), a gnada feminina representada por um ovrio que produz ovcitos contendo vitelo em seu citoplasma. Ao longo do processo de evoluo do grupo esse ovrio sofreu modificaes estruturais e funcionais, dividindo-se em duas estruturas denominadas germnio e vitelrio nos platielmintos chamados Neforos (o restante dos Turbellaria e os Neodermata) (ento os platielmintos podem ser dividios em Arcforos e Neforos de acordo com suas estruturas reprodutivas). O germrio a poro do antigo ovrio que continua a produzir ovcitos fertilizveis, mas seu citoplasma carece de grnulos de vitelo. A vitelria por sua vez, representa a poro remanescente do antigo ovrio, que no mais produz ovcitos fertilizveis, mas clulas vitelnicas que representam vulos abortivos contendo vitelo em seu citoplasma. Como conseqncia dessas modificaes o sistema reprodutor feminino dos platielmintes neforos apresenta um sistema complexo de ductos, cuja funo unir o zigoto e as clulas vitelnicas que contm o alimento para o seu desenvolvimento, envolvendo-os em uma casca rgida.

    Enquanto os grupos parasitos dos Platyhelminthes apresentam fases larvais bem definidas, muitos turbelrios apresentam desenvolvimento direto. As larvas de Platyhelminthes tm denominaes

  • distintas, mas todas tm clulas ciliadas na sua superfcie para locomoo. As larvas recebem a denominao larva de Muller e larva de Goethe em Turbelrios; miracdio nos Trematoda Digenea; oncomiracdio nos Monogenoidea; e hexacanto, decacanto e coracdio, dentre outras, nos Cestoda. ciliar da epiderme. TURBELLARIA Os turbelrios so tradicionalmente conhecidos como os Platyhelminthes de vida livre, mas muitos so simbiontes de diversos outros grupos de animais, como equinodermos, crustceos e peixes. As espcies de vida livre so principalmente carnvoras e locomovem-se pelo batimento

    Planrias apresentam o corpo com grande achatamento dorso ventral, simetria bilateral acentuada e cefalizao conspcua. A cabea facilmente identificvel pela presena dos olhos e das aurculas. Os olhos, em nmero de dois, so do tipo clice pigmentar. As aurculas so projees laterais na cabea com funo quimiorrecepetora e fornecem ao animal uma morfologia semelhante a uma flecha. O intestino composto por trs ramos principais, um anterior e dois posteriores. Os cecos intestinais, como so denominados esses ramos, so providos de divertculos, que facilitam o transporte de alimento a todas as clulas do corpo. O mesnquima envolve todos os rgos internos desse animal considerados como um tecido frouxo com grandes espaos intercelulares. A epiderme possui rabditos, estruturas cilndricas associadas com a produo do muco para proteo do animal contra a dessecao e predadores. Em algumas espcies, os rabditos aparecem associados liberao de substncias txicas pelo turbelrio.

    A planria apresenta ao mesmo tempo genital masculino e feminino sendo, portanto, monica ou hermafrodita. Na parte posterior da superfcie ventral do corpo h um trio genital comum onde desembocam os genitais masculinos e femininos. O trio comunica-se com o meio externo atravs do poro genital.

    O genital feminino constitudo por dois ovrios, situados na parte anterior do corpo, que se prolongam por dois canais, os ovidutos, os quais se abrem no trio. Os ovrios produzem os vulos, que, ao descerem pelos ovidutos, recebem material nutritivo produzido por glndulas vitelnicas (neforos).

    O genital masculino constitudo por centenas de testculos localizados nas partes laterais do corpo. Estes se ligam a dutos deferentes de grande tamanho, que se estendem ao longo de cada lado do corpo do animal. Os dutos deferentes se unem para formar um pnis muscular situado no trio genital. A fecundao interna e cruzada. Duas planrias justapem seus poros genitais, realizando copulao mtua, ou seja, o pnis de uma entra no poro genital da outra e vice-versa. Aps a troca de espermatozides os animais se separam.

    A planria tambm pode reproduzir-se assexuadamente. Por um processo denominado fisso transversal ou fragmentao espontnea o animal divide-se transversalmente, na regio anterior a faringe, formando duas metades desiguais. Estas se desenvolvem em novas planrias. A planria possui ainda grande poder de regenerao. Um animal cortado em trs pedaos origina trs animais completos.

  • TREMATODA Os trematdeos so todos parasitas. Seu corpo revestido por uma cutcula, estando ausentes a epiderme e os clios. A boca anterior e o intestino bifurca-se em dois ramos. Apresentam ventosas para fixao, localizadas ao redor da boca e da superfcie ventral do corpo. Praticamente todos os trematdeos apresentam alguma fase do seu ciclo vital envolvendo hospedeiros moluscos. So hermafroditas. So exemplos a Fasciola heptica, parasita das vias biliares do carneiro e o Schistosoma mansoni, que causa a esquistossomose ou barriga dgua.

    Esquistossomose O Schistosoma mansoni um verme que possui sexos separados, ou diicos. O macho mede cerca de 12 m de comprimento por 0,4 m de largura. No meio do corpo ele possui um canal denominado genecforo onde se aloja a fmea no momento da reproduo. A fmea um pouco mais comprida que o macho, mas tem o corpo mais fino.

    Para compreender como a esquistossomose adquirida necessrio conhecer o ciclo do S. mansoni. As larvas do verme, chamadas de cercarias, penetram no organismo humano atravs da pele. Essas larvas so encontradas principalmente em guas paradas, de forma que o principal meio de contaminao so os banhos em lagoas infestadas. Aps atravessarem a pele, as cercarias caem na circulao sangnea e so levadas at a veia porta, onde se instalam e se desenvolvem, dando origem aos vermes adultos. Na poca da reproduo, as fmeas grvidas se dirigem at as veias prximas do nus. Nesse local depositam os ovos, que chegam ao interior do intestino e so eliminados em meio s fezes. Se chegarem as guas de lagoas e rios, os ovos defecados se abriro e daro origem a larvas denominadas miracdios. Os miracdios nadam at encontrar caramujos do gnero Biomphalaria. Quando isso acontece, penetram em seu corpo e a se reproduzem assexuadamente, dando origem a larvas chamadas esporocistos. Os esporocistos so sacos muito ramificados, preenchidos por estgios iniciais de desenvolvimento do prximo estgio larval, que geralmente uma rdia. A rdia se diferecia do esporocisto por ser mvel e apresentar boca e um intestino rudimentar. A rdia produz no interior de seu corpo, inmeros indivduos do prximo estgio larval, a cercaria. As cercarias so eliminadas pelo caramujo e ficam na gua, onde infectam quem nela penetrar. Esse processo de reproduo assexuada denominado poliembrionia seqenciada. Essa forma de reproduo permite que, de um nico ovo miracdio, seja potencialmente produzido um grande nmero de adultos. Essa considerada uma estratgia desse grupo de animais parasitos que parece compensar a baixa taxa de sucesso na transmisso das fases larvais de um hospedeiro para outro.

    MONOGENOIDEA Monogenoidea so Platyhelminthes Neodermata exclusivamente parasitos de animais intimamente associados com o ambiente aqutico. Eles so, na maioria, parasitos de peixes sendo encontrada com freqncia sobre os filamentos branquiais, superfcie corporal, cavidades associados ao trato digestivo e narinas. O ciclo vital das espcies monognico, isto , realizado entre os hospedeiros definitivos, sem interveno de outros tipos ou espcies de hospedeiros. Devido a essa caracterstica de seu ciclo os monogenideos so considerados como pragas na aqicultura. O nmero de animais aumenta rapidamente em situao de cativeiro, quando os seus hospedeiros definitivos so cultivados em altas densidades.

    Os monogenoidea apresentam uma enorme diversidade morfolgica, mas a grande maioria de suas espcies pode ser identificada pela presena de uma estrutura de fixao em forma de ganchos, ncoras, grampos ou ventosas, denominadas haptor.

  • CESTODA A grande maioria das espcies de cestides parasita intestinal de animais vertebrados.

    Todas carecem de trato digestivo e sua nutrio, portanto, possvel apenas pela absoro, atravs da superfcie corporal, de molculas nutritivas disponveis no trato digestivo do hospedeiro. A neoderme dos cestides provida de microvilosidades, denominadas microtrquios, que aumentam a superfcie de absoro e parecem envolvidas tambm na inibio das enzimas proteolticas do hospedeiro.

    A cabea dos cestides possui uma esclice, que responsvel pela fixao no hospedeiro.

    A morfologia do esclice bastante varivel, podendo apresentar inmeras estruturas de fixao, tais como ganchos, espinhos, ventosos. O corpo dividido em segmentos denominados proglotes. Em cada proglote h aparelhos reprodutivos hermafroditos completos, msculos, clula flama e nervos. Os vermes desse grupo mais conhecidos so a Taenia solium e a T. saginata.

  • Caractersticas gerais

    1. Sistema digestivo completo (com boca, faringe, intestino e nus) 2. Ausncia de rgos circulatrios e respiratrios 3. Pseudocele 4. Sistema excretor com protonefrdeos 5. Normalmente diicos 6. Ocorrncia de Eutelia 7. Animais microscpicos a vrios centmetros 8. Ocupam todos os tipos de ambientes 9. De vida livre e parasita

    Filos representantes

    Rotifera Gastrotricha

    Kinorhyncha

    NEMATODA Nematomorpha

    Loricifera

    Priapulida

    Acanthocephala

    Entoprocta

  • Filo Nematoda (nematides)

    Cerca de 12.0 sp descritas. Podem ser encontrados no mar ou gua doce, das regies polares aos trpicos, de picos de montanha ao fundo mar. Podem ser de vida livre ou parasita. Praticamente todas as espcies de vertebrados podem ser parasitadas por nematides. Podem causar srios problemas de sade nos humanos e animais domsticos, alm de perdas econmicas em plantaes ou criaes. Os nematides so vermes de corpo cilndrico, trata-se de animais triblsticos, de simetria bilateral, pseudocelomados e no segmentados. Tem o corpo revestido por uma cutcula espessa e contnua e apresentam sistema digestivo completo; sua digesto exclusivamente extracelular. A existncia de uma cavidade do corpo, o pseudoceloma, representa uma vantagem dos pseudocelomados em relao aos platelmintos. Essa cavidade aumenta o espao interno, permitindo maior desenvolvimento dos rgos.

    Forma do corpo

    Corpo cilndrico Cutcula flexvel no-viva

    Ausncia de clios ou flagelos

    Maioria menor que 5 cm

    Parede corporal

    Superfcie externa do corpo espessa com presena de cutcula, secretada por uma hipoderme sincicial

    Msculos da parede do corpo disposto longitudinalmente (sem msculos circulares)

    Pseudocele preenchida por fludo, que funciona como esqueleto hidrosttico

    Sistema nervoso

    Presena de um anel de tecido nervoso e gnglios ao redor da faringe Dos gnglios partem dois cordes nervosos (dorsal e ventral)

    Presena de paplas sensitivas ao redor da cabea

    Presena de anfdeos e fasmdeos

    Sistema digestivo e excretor

    Sistema digestivo composto por boca, faringe muscular, intestino no muscular, reto curto e nus.

  • Intestino da espessura de uma camada celular. Sistema excretor composto por clulas glandulares que se abrem num poro excretor.

    Sistema reprodutivo

    1. Maioria diica. 2. Machos normalmente menores que as fmeas 3. Presena um par de espculas copulatrias no machos 4. Fertilizao interna 5. Dos ovos eclodem vermes juvenis, que podem ser de vida livre ou parasitas

    Apesar de grande diversidade de espcies de nematides, pode-se dizer que todos so estruturalmente semelhantes. Por isso, as caractersticas observadas no estudo do Ascaris lumbricoides daro uma boa idia de todo o grupo.

    O Ascaris lumbricoides, popularmente conhecido como lombriga, um verme parasita. Habita o intestino de porcos e homens, onde se nutre de alimentos j digeridos. D-se o nome de ascaridase a doena causada pela Ascaris lumbricoides. As fmeas da Ascaris eliminam grande quantidade de ovos, que chegam ao meio exterior com as fezes do hospedeiro, contaminando a gua e os alimentos. A ascaridise adquirida pela ingesto desses ovos. Esses ovos chegam at os pulmes, as larvas rompem os alvolos e chegam faringe, onde so deglutidas. Ao chegar ao intestino delgado, transforma-se em vermes adultos.

    Raramente as larvas migratrias causam problemas no fgado e nos pulmes. No intestino delgado, os vermes adultos expoliam o organismo, nutrindo-se de alimentos j digeridos. O doente apresenta sintomas variados, como fome, dores vagas no abdmen, digesto difcil, diarria ou priso de ventre, nuseas e, as vezes, vmitos. Um nmero excessivo de vermes apresenta o perigo de obstruo intestinal.

    O filo Annelida (do latim annellus, anel) rene cerca de 15.0 espcies de animais de corpo delgado e cilndrico, formado por anis dispostos em seqncia. Os aneldeos mais conhecidos so as minhocas (oligoquetos) e as sanguessugas (hirudneos). Os aneldeos so animais vermiformes, caracterizados por apresentarem uma ntida segmentao ou metamerizao externa e interna, incluindo msculos, nervos, rgos circulatrios, excretores e reprodutores.

    A metamerizao tipicamente homnima, apenas os dois primeiros e ltimos segmentos aparecem com estruturas diferenciadas, os restantes so todos iguais. Ocorrem na gua doce, salgada e solo mido; podendo ser de vida livre, habitando galerias ou tubos. Tambm podem ser ectoparasitas de vertebrados. Como estrutura de locomoo apresenta cerdas (eixos quitinosos denominados parapdios). A epiderme constituda por epitlio simples, cilndrico contendo clulas glandulares e sensoriais. Recobrindo-a encontramos uma cutcula permevel e no quitinosa. Logo abaixo da epiderme aparecem duas camadas de clulas musculares: uma externa circular e outra interna longitudinal. Os aneldeos so os primeiros animais a apresentarem celoma.

    O sistema digestivo completo e apresenta forma tubular. Os poliquetos so carnvoros e possuem mandbulas para a captura de alimentos, que muitas vezes so outros poliquetos. As minhocas nutrem-

  • se de vegetais em decomposio no solo. Apresentam tiflossolis (prega intestinal) que tem como funo, aumentar a rea de absoro do intestino. As sanguessugas possuem ventosas por onde sugam o sangue de vertebrados, sendo ainda necrfagas e predadoras de minhocas.

    O sistema circulatrio consiste de uma srie de tubos ou vasos sangneos (sistema circulatrio fechado). O sangue bombeado atravs de vasos sangneos para outros rgos do corpo por cinco pares de arcos articos ou coraes. O sangue constitudo por placas que contm amebcitos livres e hemoglobina dissolvida.

    A respirao pode ser por meio de brnquias em alguns habitantes de tubos, ou pela epiderme onde o oxignio penetra e transportado pelo sangue para outras partes do corpo. de maneira semelhante o dixido de carbono e eliminado atravs da cutcula. O sistema excretor constitudo por unidades denominadas nefrdeos, que removem excreta do celoma e corrente sangnea diretamente para o exterior. Cada segmento ou metmero possui um par de nefrdeos.

    O sistema nervoso do tipo ganglionar e em cada metmero aparece um par de gnglios ligados entre si por uma comissura, e, com os metmeros adjacentes, atravs de conectivos. Os dois gnglios do primeiro metmero so mais desenvolvidos e constituem o crebro; os demais gnglios aparecem dispostos centralmente, formando a cadeia nervosa central. Como elementos sensoriais aparecem clulas e rgos sensitivos para o tato paladar e percepo de luz.

    Apresentam seres diicos com os sexos separados e desenvolvimento indireto na classse polychaeta, ou seres hermafroditos nas classes oligochaeta e hirudina.

    Classificao dos Aneldeos

    Classe OLIGOCHAETA Classe POLYCHAETA

    Classe HIRUDINEA

    A principal caracterstica para esta classificao a presena e quantidade de cerdas, projees corporais curtas e rgidas, constitudas por quitina.

    Caractersticas gerais dos Aneldeos

    Celoma verdadeiro Simetria bilateral

    Aparecimento do metamerismo (segmentao)

    Especializao da regio ceflica

    Sistema nervoso com gnglio cerebride

  • Sistema digestivo completo

    Trocas gasosas pela pele, brnquias ou parapdios

    Sistema circulatrio fechado

    Monicos ou diicos

    Alta capacidade de regenerao

    Cosmopolitas (cerca de dois teros marinhos)

    Organizao geral

    Normalmente um prostmio, corpo segmentado e pigdio Parede do corpo com msculos longitudinais e circulares

    Presena de um peritnio formando mesentrios (dorsal e ventral)

    Peritnios de segmentos adjacentes formam os septos

    Celoma preenchido por lquido (exceto sanguessugas) e funciona como esqueleto hidrosttico

    Metameria

    Corpo formato por metmeros ( tambm chamado segmento ou somito), do grego, meta, que expressa a idia de participao e sucesso, e meros, parte.

    Metmeros so compartimentos contguos, revestidos internamente por mesoderme, e separados uns dos outros por paredes (septos) mesodrmicas.

    Ou seja, o corpo dividido em segmentos, arranjado em srie linear, com repetio de alguns sistemas em cada metmero

    Cada metmero tem sua prpria musculatura, capaz de se contrair independentemente, alm de possuir seu prprio par de gnglios nervosos e um par de estruturas excretoras.

    A metameria tambm confere grande flexibilidade corporal e variedade de movimentos, uma vez que a musculatura de cada segmento pode atuar independentemente

    Celoma

  • A cavidade interna de cada metmero totalmente revestida por um tecido de origem mesodrmica. Ou seja, cada metmero apresenta seu prprio CELOMA.

    O aparecimento do celoma permite que os rgos internos se desenvolvam e se acomodem na cavidade celmica, com melhor aproveitamento do espao interno do corpo.

    Atua como esqueleto hidrosttico. Quando a musculatura da parede do corpo se contrai, exerce presso sobre o fluido celmico que, por ser incompressvel, serve de apoio para ao muscular.

    Classe Polychaeta

    So vermes marinhos distintamente segmentados, apresentando na poro anterior do corpo uma cabea ntida com apndice sensitiva (tentculos), e ao longo dos metmeros numerosa cerdas implantadas em um par de parapdios laterais.

    Os sexos so separados, com fecundao externa fundindo-se vulos e espermatozides na gua do mar. A evoluo indireta com um estgio larval trocforo de natao livre.

    Caractersticas gerais:

    Os poliquetos tm uma cabea diferenciada, onde h vrios apndices (palpos, tentculos e cerdas) sensoriais.

    Diferem dos oligoquetos, que no tem cabea diferenciada.

    O nome da classe, Polychaeta (do grego polys, muito) refere-se presena de numerosas cerdas corporais.

    Cerdas esto implantadas em expanses laterais de cada segmento do corpo, os parpodos ou parapdios (do grego, para, semelhante, e podos, ps, patas). Como o prprio nome indica, os parpodos auxiliam a locomoo do animal, atuando como patas.

    A maioria dos poliquetos vive no mar.

    Algumas espcies so predadoras e rastejam ativamente pelos fundos marinhos procura de animais que lhes sirvam de alimento.

    Outras vivem enterradas, principalmente nas praias, no interior de tubos feitos de gros de areia ou calcrio.

    A alimentao dos poliquetos tubcolas consiste de organismos microscpicos (larvas, microcrustceos), filtrados da gua do mar.

  • Classe Hirudnea

    So vermes de gua doce, mais conhecido como sanguessugas. Vivem principalmente em brejos, sendo ectoparasitas hematfagos ocasionalmente do homem e dos animais domsticos. Na medicina foram antigamente usados para pequenas sangrias, pois contm um anticoagulante nas glndulas salivares, produzindo assim hemorragias de difcil hemstase.

    O animal apresenta o corpo alongado ou oval geralmente achatado dorsoventralmente. Nas duas extremidades do corpo notam-se as ventosas, a posterior maior e arredondada. Locomovem-se por movimentos sinuosos do corpo como uma lagarta mede-palmos, isto , ela fixa-se pela ventosa posterior, distende o corpo no mximo, fixando a ventosa anterior, deslocando a posterior, aproximando-a e fixando-a logo atrs da anterior, repetindo-se seguidamente o processo.

    Caractersticas gerais:

    Os hirudneos no tm cerdas nem parpodos, e seu corpo ligeiramente achatado dorsoventralmente.

    So conhecidos popularmente como sanguessugas, pois a maioria se alimenta de sangue de animais vertebrados.

    Muitas espcies de hirudneos vivem em gua doce, mas h algumas espcies que vivem em ambientes terrestre de alta umidade, como brejos e pntanos.

    As sanguessugas possuem duas ventosas para fixao, uma ao redor da boca e outra na extremidade oposta.

    Ao encontrar um hospedeiro, o animal se fixa com o auxlio das ventosas e perfura a pele sem provocar dor.

    Pela ao da musculatura da faringe, ela chupa sangue, que no coagula em virtude de uma substncia anticoagulante produzida pelas glndulas salivares.

    Um dos representantes mais conhecidos da classe Hirudinea Hirudo medicinalis, uma sanguessuga que parasita animais vertebrados tais como peixes, anfbios, rpteis e mamferos.

    Este verme mede cerca de 10 cm de comprimento, mas pode dobrar de tamanho quando ingere muito sangue

    Classe Oligochaeta

    A maioria dos oligoquetos vive em solos midos ou em ambientes de gua doce. Representantes terrestres mais conhecidos so as minhocas

  • O nome OLIGOCHAETA (do grego oligos, pouco, e chaite, plo cerda), refere-se ao fato do animal possuir poucas cerdas corporais.

    Oligoquetos aquticos vivem nas margens de rios e lagos. Vermes do gnero Tubifex, pequenas minhocas avermelhadas, vivem em tubos construdos junto ao lodo do fundo, em lagos e rios de guas poludas, e alimentam-se de detritos. Sua presena indica poluio da gua por detritos orgnicos.

    Organizao corporal

    Na minhoca adulta, o corpo formado por 85 a 95 segmentos (metmeros), todos aproximadamente do mesmo tamanho.

    Segmentos 14, 15 e 16 so mais dilatados e mais claros que o restante do corpo formando o clitelo.

    Clitelo importante para a formao do casulo para a fecundao dos ovos.

    Musculatura

    A parede de cada metmero apresenta uma camada de musculatura externa, com fibras contrteis dispostas circularmente ao corpo, e uma camada de musculatura interna, com fibras dispostas em sentido longitudinal.

    Cerdas e movimentao

    No segmento distendido as cerdas corporais se retraem, enquanto no segmento contrado elas se eriam.

    As cerdas eriadas se apiam no solo, seja no interior dos tneis, seja na superfcie.

    Graas s ondas coordenadas de contrao e distenso, as minhocas podem rastejar e penetrar em seus tneis com grande rapidez.

    Sistema digestrio

    Boca faringe curta moela intestino anus Moela como moedor digesto mecnica

    Digesto extracelular, os nutrientes so absorvidos pelas clulas da parede intestinal.

    Alimentao: detritos vegetais em decomposio, larvas, microorganismos e pequenos animais, vivos ou mortos.

    O alimento, juntamente com terra, ingerido pela forte suco da faringe.

  • Sistema circulatrio

    Sistema circulatrio fechado o sangue nunca sai dos vasos sanguneos. Grandes vasos sanguneos longitudinais, que percorrem todo o comprimento do corpo.

    Grande vaso dorsal, que conduz o sangue em direo regio anterior do corpo, e dois vasos ventrais, que conduzem o sangue em sentido inverso.

    O sangue impulsionado por contraes rtmicas da parede dos grandes vasos, que dotada de clulas musculares.

    Ao passar pela superfcie do corpo, o sangue dos vasos capilares absorve gs oxignio e libera gs carbnico.

    Ao passar pelos diversos rgos e tecidos internos, libera o oxignio para as clulas e recolhe gs carbnico e excrees.

    Ao passar pelos vasos que recobrem o intestino, o sangue recolhe nutrientes absorvidos pelas clulas intestinais, distribuindo-os, em seguida, para todas as partes do corpo.

    Respirao

    No possuem aparelho respiratrio

    Absoro de oxignio e a eliminao de gs carbnico so efetuadas diretamente pela superfcie corporal.

    Umidade da pele permite difuso dos gases respiratrios.

    Sangue de cor vermelha.

    Presena de hemoglobina, uma protena que apresenta ferro em sua estrutura.

    Hemoglobina tem capacidade de se combinar com o gs oxignio facilitando seu transporte pelo sangue.

    Excreo

    A excreo efetuada pelos nefrdios

    Cada nefrdio um tbulo fino e enovelado, com funil ciliado em uma extremidade, o nefrstoma, o qual se abre na cavidade celomtica.

  • A outra extremidade, o nefridiporo (poro excretor) se abre na superfcie do corpo do animal.

    O nefrstoma remove as excrees que as clulas lanam no fluido celmico, enquanto o tbulo enovelado retira as excrees diretamente do sangue que circula nos capilares ao seu redor.

    Sistema nervoso

    Um par de gnglios cerebrais localizados dorsalmente sobre a faringe (gnglios sufrafarngeos) e dois pares de cordes nervosos ventrais, com um par de gnglios por metmeros.

    Dos gnglios partes nervos, que vo aos msculos e s clulas sensoriais.

    Reproduo

    A maioria dos poliquetas marinhos diica, com fecundao externa e desenvolvimento indireto. Do ovo desenvolve-se uma forma larval denominada trocfora, que mais tarde se transformara no adulto.

    Os oligoquetos e hirudneos so monicos e tem desenvolvimento direto, sem estgio larval.

    A minhoca Pheretima hawayana possui na face ventral dos segmentos 6, 7 e 8, trs pares de orifcios.

    Aparelho reprodutor feminino

    Cada orifcio a abertura de uma bolsa musculosa denominada receptculo seminal.

    Os receptculos seminais armazenam os espermatozides recebidos de uma parceira durante o ato sexual.

    Na regio do clitelo existe um orifcio, o poro genital feminino, que se conectam, internamente, a um tubo atravs de duas estruturas em forma de funil, os ovidutos.

    Os ovidutos captam os vulos produzidos por um par de ovrios e os conduzem at o poro genital feminino.

    Aparelho reprodutor masculino

    Dois pares de testculos, Dois pares de vesculas seminais,

    Um par de tubos seminferos,

    Um par de glndulas prostticas

  • Um par de poros genitais masculinos.

    Junto aos poros genitais, na parte externa do corpo, existem duas ou trs estruturas semelhantes a ventosas, as papilas genitais, cuja funo manter as minhocas durante o acasalamento.

    Fecundao

    Os dois vermes colocam-se ventre a ventre em posio inversa, isto a extremidade anterior de um, oposta a do outro. Cada um dos poros masculinos nos dois animais eleva-se formando uma papila genital temporria muito saliente, que o animal ajusta no orifcio da espermateca do conjugante. Assim os espermatozides de um verme penetram diretamente na espermateca do outro.

    Depois da separao, cada minhoca secreta um tubo mucoso em torno do clitelo Alguns ovos so eliminados nesse tubo, que mais tarde formar um casulo protetor

    Quando o tubo passa pelos receptculos seminais estes esguicham o esperma armazenado sobre os vulos

    Desenvolvimento Direto

    VERTEBRADO Reino Animal (deuterostomados)

    Subfilo Subfilo Subfilo Filo

    Cephalochordata Vertebrata Urochordata Chordata (anfioxo) (peixes, anfbios, rpteis, (e.g., ascdias) aves e mamferos)

    ? Filo Chaetognatha?

    Filo Filo Echinodermata Hemichordata (e.g., estrelas-do-mar, (e.g., Balanoglossus) ourios-do-mar, pepinos-do-mar)

    Ancestral comum a todos os grupos acima (desconhecido)

    Principais caractersticas dos cordados: (1) Presena de uma notocorda; (2) tubo nervoso dorsal (estrutura nervosa oca); (3) presena de fendas branquiais farngeas em alguma fase do ciclo de vida; (4) cauda ps-anal muscular.

    A simetria de um ancestral hipottico dos vertebrados certamente seria bilateral, com extremidades

  • definidas em cabea e cauda. A organizao interna bsica seria a de um tubo dentro de outro tubo, com os rgos principais acomodados dentro da cavidade celomtica. Vrias hipteses tm sido propostas, tentando relacionar diferentes grupos atuais a uma origem comum com os vertebrados. Vrios evolucionistas antigos e alguns atuais acreditam que os vertebrados originaram-se de moluscos ou artrpodes. Estas hipteses no so bem aceitas atualmente. Provavelmente os vertebrados originaram-se em ambientes marinhos e talvez algum animal similar a um tunicado (Urochordata) tenha originado os vertebrados atravs de pedomorfose (o animal teria deixado de se fixar no substrato pela supresso da metamorfose completa, de forma similar ao que se observa hoje nos Larvacea). A fase sssil dependia de ambientes especiais do mar, que so escassos, o que teria levado a uma presso seletiva para a sua supresso.

    Outra hiptese seria a de um ancestral comum com os anfioxos (Cephalochordata) atuais.

    Uma caracterstica sugestiva do parentesco entre Vertebrata e Cephalochordata o fato das larvas de lamprias, vertebrados pertencentes ao grupo considerado primitivo do