18974633 Apostila Ramatis 15 Animismo e Mistificacao

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PREPARANDO-SE PARA O III MILNIO 13. Animismo e mistificao . 1mdulo: Introduo ao estudo das obras de Ramats FRATERNIDADE RAMATÍS DE CURITIBA CURSO "PREPARANDO-SE PARA O TERCEIRO MILÊNIO" 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO 1. ANIMISMO O fenômeno anímico, na esfera das atividades espíritas, significa a intervenção da própria personalidade do médium nas comunicações dos espíritos desencarnados, quando ele impõe nelas algo de si mesmo, à conta de mensagens transmitidas do Alto. Assim, quando se afirma que determinada comunicação mediúnica foi "puro animismo", quer-se explicar que a alma do médium ali interveio com exclusividade, tendo ele manifestado inconscientemente apenas os seus próprios conhecimentos e conceitos pessoais, embora depois os rotulasse com o nome de algum espírito desencarnado. A interferência anímica inconsciente é, por vezes, tão sutil que o médium é incapaz de perceber quando o seu pensamento interferiu ou quando é o espírito comunicante que transmite suas idéias pelo contato perispiritual. Contudo, os espíritos comunicantes, realmente gratos ao Pai pelo ensejo de poderem inspirar médiuns anímicos em favor da ventura, do bem e da alegria dos seres humanos, não desprezam a oportunidade, mesmo que sejam interpretados ao modo pessoal do médium, desde que este conserve a idéia central e autêntica daquilo que lhes foi incutido na alma. A comunicação do médium completamente anímico não pode ser interpretada como mera mistificação inconsciente quando ele não tem o intuito de enganar deliberadamente aqueles que o ouvem. A comunicação anímica é decorrente da falsa suposição íntima do médium julgar-se atuado por espíritos, por cujo motivo transmite equivocadamente suas próprias idéias; já a mistificação é fruto da má intenção. A criatura anímica, quando em transe, pode revelar também o seu temperamento psicológico, as suas alegrias ou aflições, suas manhas ou venturas, seus sonhos ou derrotas. Desde que essa manifestação anímica, à guisa de mediunidade, se manifeste pelo transe conturbado e assinalada por cenas dolorosas, fatos trágicos ou detestáveis, então se trata de médium desajustado ou doente, requerendo mais amparo e orientação espiritual, para

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  • PREPARANDO-SE PARA O III MIL NIO 13. Animismo e mistificao

    . 1 mdulo: Introduo ao estudo das obras de Ramats

    FRATERNIDADE RAMATS DE CURITIBA CURSO "PREPARANDO-SE PARA O TERCEIRO MILNIO" 1 mdulo: Introduo ao estudo das obras de Ramats

    ANIMISMO E MISTIFICAO 1. ANIMISMO O fenmeno anmico, na esfera das atividades espritas, significa a interveno da prpria personalidade do mdium nas comunicaes dos espritos desencarnados, quando ele impe nelas algo de si mesmo, conta de mensagens transmitidas do Alto. Assim, quando se afirma que determinada comunicao medinica foi "puro animismo", quer-se explicar que a alma do mdium ali interveio com exclusividade, tendo ele manifestado inconscientemente apenas os seus prprios conhecimentos e conceitos pessoais, embora depois os rotulasse com o nome de algum esprito desencarnado.

    A interferncia anmica inconsciente , por vezes, to sutil que o mdium incapaz de perceber quando o seu pensamento interferiu ou quando o esprito comunicante que transmite suas idias pelo contato perispiritual.

    Contudo, os espritos comunicantes, realmente gratos ao Pai pelo ensejo de poderem inspirar mdiuns anmicos em favor da ventura, do bem e da alegria dos seres humanos, no desprezam a oportunidade, mesmo que sejam interpretados ao modo pessoal do mdium, desde que este conserve a idia central e autntica daquilo que lhes foi incutido na alma. A comunicao do mdium completamente anmico no pode ser interpretada como mera mistificao inconsciente quando ele no tem o intuito de enganar deliberadamente aqueles que o ouvem.

    A comunicao anmica decorrente da falsa suposio ntima do mdium julgar-se atuado por espritos, por cujo motivo transmite equivocadamente suas prprias idias; j a mistificao fruto da m inteno.

    A criatura anmica, quando em transe, pode revelar tambm o seu temperamento psicolgico, as suas alegrias ou aflies, suas manhas ou venturas, seus sonhos ou derrotas. Desde que essa manifestao anmica, guisa de mediunidade, se manifeste pelo transe conturbado e assinalada por cenas dolorosas, fatos trgicos ou detestveis, ento se trata de mdium desajustado ou doente, requerendo mais amparo e orientao espiritual, para

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    dominar as suas impresses mrbidas do subconsciente, do que mesmo de desenvolvimento medinico. Algumas vezes o mdium anmico transmite fatos mrbidos que o impressionaram na infncia, ou mesmo as cenas trgicas vividas em existncia pregressa, como se fossem histrias de espritos infelizes desencarnados. As incurses do inconsciente, estudadas na psicanlise, so tambm responsveis por algumas dessas supostas manifestaes intempestivas e conturbadas, em que os mdiuns excessivamente anmicos e sugestionveis pressupem manifestaes do Alm-tmulo. Certos nefitos enfermos, histricos, exaltados, esquizofrnicos ou neurovegetativos ainda confundem o fenmeno medinico com as suas prprias manifestaes mrbidas, e transferem facilmente para a atividade medinica os fatos ou simpatias que mais o impressionaram na existncia. Sem dvida, h mdiuns de "mesa" ou de "terreiro" que requerem uma drenagem teraputica a fim de melhorarem o seu contato com o mundo psquico e distinguirem a sua interferncia anmica nas comunicaes com os desencarnados, pois h muitos que confundem mediunidade com certos recalques e complexos psicanalticos. Tanto na seara esprita, como nos terreiros de Umbanda, ainda pontificam criaturas neurticas, esquizofrnicas, exaltadas, neurovegetativas e histricas que, em contato empobrecido com o Alm-tmulo, ainda confundem seus prprios recalques, impulsos enfermios, complexos e alucinaes guisa de manifestaes de espritos! No h duvida de que o mdium, em geral, veste as idias dos desencarnados com algo de sua natureza anmica, podendo deformar parte dos pensamentos deles pela sua prpria maneira de sentir e pensar! Evidentemente, uma boa garimpagem psicanaltica talvez pudesse sanear a mente complicada de muitos mdiuns, ajustando-os na sua funo de intrpretes do Alm. Sob tais condies, ento predominam as idias fixas, os falsos messianismos, auto-exaltaes, recalques, fobias e sublimaes enganosas. Embora esses mdiuns sejam vtimas de sua prpria exaltao psquica, agindo sem m inteno, tornam-se improdutivos e at semeiam prejuzos por confundirem o sensato com o ridculo, e o verdadeiro com o falso! Sem dvida, o mtodo de psicanlise freudiano poderia ajudar esses mdiuns quanto drenagem de suas prprias contradies e complexos, levados conta de mediunidade. Algumas criaturas inexperientes e at perturbadas, s vezes se transformam em missionrios, dominados pela preocupao febril de "salvar a humanidade", e assim pontificam na seara esprita como doutrinadores ou mdiuns, expondo coisas ridculas guisa de revelaes de elevada sabedoria espiritual.

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    O mdium anmico inculto, sugestionvel, enfermio ou moralmente falho vtima passiva das suas prprias idias, das emerses da memria pregressa e das sugestes anmicas medocres.

    Facilmente ele h de tomar por manifestao de espritos desencarnados tudo aquilo que se potencializa superfcie de sua mente e sob a influncia de qualquer clima catalisador de animismo. O ambiente de uma sesso medinica nos moldes espritas um clima adequado para favorecer a associao de idias, a emerso do subconsciente ou o ajuste das impresses do dia nas criaturas mais sugestionveis, que assim se confundem a ponto de se crerem mediunizadas pelos espritos; ali tudo converge para impulsionar, acelerar o contedo psicolgico, a bagagem freudiana e os automatismos incontrolveis do mdium excessivamente anmico. 2. O MDIUM ANMICO-PURO OU PSEUDOMDIUM um pseudomdium, que no participa de fenmenos psquicos, mas apenas os imagina, dominado pela auto-sugesto, histeria, automatismo psicolgico ou fantasia da mente deseducada; isto , ele mesmo o autor exclusivo da comunicao, que atribui a um esprito desencarnado. Ele sugestiona-se para o transe anmico j no ingresso atmosfera tradicional do ambiente espiritista e o seu subconsciente excita-se meia-luz, pela abertura dos trabalhados, sob a leitura do Evangelho ou dos temas medinicos. As instrues do doutrinador, o convite para os mdiuns se concentrarem e receberem o guia ou os sofredores, tudo isso funciona guisa de um clima catalisador, que aciona inadvertidamente a maquinaria psquica da criatura ansiosa por ser mdium e desafogar seus dramas e angstias ntimas, que erroneamente a fizeram crer como sendo fruto da influncia de espritos sofredores. Alm das condies que aceleram a mente do mdium anmico, ele pode dar largas sua imaginao desenfreada, at pela presena de algum esprito desencarnado, s vezes seu comparsa do passado, que por isso tambm se ligou s prprias aflies morais e dores que o dominam durante o transe medinico. A aproximao dos espritos junto aos seres encarnados assinala-se por vrias formas de pressentimento, modificao do campo magntico ou sensaes psquicas estranhas, que tambm podem se enlear facilmente com outros fenmenos prprios da vida fsica, confundindo-se a criatura anmica com o mdium.

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    muito difcil distinguir se um esprito est se comunicando ou se o mdium que se pe a interferir animicamente, pois no entrosamento entre ambos se processa acentuada oscilao vibratria, espcie de "focalizao" e "desfocalizao" alternadas, o que s passvel de controle ou observao segura pelos espritos desencarnados e competentes.

    Entretanto o mdium totalmente anmico pode se tornar um mdium de comunicao dos espritos desencarnados, porque o animismo, como manifestao da alma do ser, tambm sensibilidade psquica, que o meio para a comunicao dos espritos desencarnados.

    O mdium anmico tende ecloso do fenmeno medinico, em face de sua hipersensibilizao psquica, cumprindo-lhe estudar e procurar distinguir quando realmente o seu esprito quem comunica e quando se trata de entidade do Alm.

    Alm disso, ele precisa evitar a cristalizao da mente nos quadros familiares que costumava comunicar animicamente, e isso s possvel pelo estudo, pesquisa e consulta aos mais experimentados. O mdium totalmente anmico sempre a vitima passiva do seu prprio esprito, que pensa e expe sua mensagem particular sem qualquer interferncia exterior; j o mdium propriamente dito, mesmo quando obsediado, ainda um medianeiro, um instrumento das intenes ou dos desejos de outrem. O mdium totalmente anmico pode enquadrar-se em duas classificaes:

    CLASSIFICAO DOS MDIUS TOTALMENTE ANMICOS

    CATEGORIA CARACTERSTICA

    ANMICO PASSIVO

    vitima absoluta de suas prprias idias e impresses.

    ANMICO ATIVO capaz de perquirir os acontecimentos e os fenmenos da vida oculta, para depois exp-los em nome de terceiros.

    Entre os fatores mais responsveis pela cristalizao do "animismo puro" de alguns mdiuns, que s transmitem mensagens sugeridas pelos acontecimentos da vida cotidiana, est o automatismo psicolgico, em particular, um dos estados de alma bastante influente nas manifestaes anmicas, em que o subconsciente comanda as idias ou os fatos que afloram ao crebro do mdium, impondo-os conta de manifestao de espritos do Alm.

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    Em tal condio, o mdium assume a personalidade alheia e passa a viver facilmente o temperamento, os sentimentos ou o carter das criaturas que ele conheceu pessoalmente ou pelos relatos histricos, deixando-se empolgar pelo desejo de imit-los.

    Alguns mdiuns, embora no sejam completamente anmicos, deixam-se empolgar em demasia, por exemplo, pela vida dos apstolos ou dos seguidores do Mestre Jesus, vivendo impresses ntimas que, mais tarde, passam a comunicar guisa de manifestaes medinicas daqueles que tanto admiram.

    Os grandes lderes, profetas, santos, escritores, artistas, governadores, ministros e demais personalidades que se destacam no cenrio do mundo material, exercem profunda impresso nos mdiuns muito anmicos, fazendo-os rotular os seus prprios guias com esses nomes to em evidncia na histria religiosa ou literatura profana.

    Outros, devido sua excessiva imaginao, muito ativada na sua mocidade quando se deixavam arrebatar pelos romances de aventuras decalcados da histria, vivem no transe medinico essas impresses excitantes e que se sobrepem, s vezes, identidade e ao assunto dos espritos comunicantes.

    O automatismo psicolgico, ou personalismo, que domina profundamente a subconscincia do ser, estratifica com o tempo as imagens mais simpticas e que produziram maior impresso nas criaturas sugestionveis, fazendo-as emergir por associao de idias ou devido ao clima psquico adequado.

    Ento o mdium anmico, muito indisciplinado em suas emoes e entontecido pelo excesso de fantasia motivado pelas imagens que bailam na sua mente descontrolada, no tarda em transferir para o ambiente espritico as personalidades que mais o impressionam na existncia, dando-lhes vida triste, herica ou desafortunada. Atravs de supostas comunicaes medinicas do Alm, os personagens exaltados nos romances aventurescos e de fundo histrico, ou grandes vultos da cincia, ainda continuam a se manifestar com insistncia em certos trabalhos medinicos, impondo as mesmas caractersticas que h sculos deveriam ter possudo em vida. Assim, aqueles que a histria romanceada os descreveu hericos, benfazejos ou desprendidos, "baixam" nas sesses espritas a cumprir misses elevadas e que condizem perfeitamente com o seu carter e temperamento tradicionais.

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    J os que a pena do escritor os retratou tiranos, cruis, falsos, maquiavlicos ou cpidos, tambm se apresentam nas sesses espritas corrodos pelo remorso ou pelas dores, ou ento jurando vingana e prorrompendo em ameaas contra os que pretendem doutrin-los. Os vultos trgicos de revolues, guerras e episdios histricos j foram doutrinados dezenas de vezes, pois determinado nmero de mdiuns ainda no conseguiu libertar-se completamente da fascinao exercida na sua mente pelas leituras romnticas e histricas, cujos personagens excitam-lhes a memria e interferem animicamente nas comunicaes dos espritos, impondo-se, por vezes, com foros de profunda realidade. Embora esses mdiuns muito anmicos sejam vtimas de sua prpria exaltao psquica, agindo sem m inteno, bvio que nem todas as comunicaes em nome desses personagens histricos so apcrifas, pois alguns espritos, que a histria destacou pela sua turbulncia, crueldade ou maquiavelismo, ainda curtem o remorso de suas aventuras ignbeis ou dos crimes exercidos, comparecendo eventualmente a certos trabalhos espritas sem qualquer modificao espiritual. Entretanto convm advertir quanto aos prejuzos da imaginao indisciplinada dos mdiuns anmicos, que revivem nas sesses medinicas a figura de certos personagens histricos e aventureiros, cuja ndole e temperamento, quase sempre so apenas a suposio daquilo que os autores, que os descreveram em seus romances, imaginaram terem eles sido na realidade. 3. O MDIUM ANMICO-MEDINICO O mdium que ao mesmo tempo anmico e medinico abandona o seu corpo fsico, mas no o cede a ningum; ele mesmo quem toma conhecimento dos fenmenos do mundo astral e depois os relata, convicto de que esteve sob a incorporao ou influncia de um desencarnado.

    O mdium anmico-medinico aquele cujo esprito se afasta do seu organismo material e, em liberdade, entra em relao com os espritos desencarnados, e mesmo com os encarnados.

    Trata-se de um mdium cujo esprito e perisprito se afastam realmente do corpo carnal durante o sono hipntico ou por qualquer acontecimento emocional incomum, ficando preso unicamente pelo cordo fludico ou ectoplsmico, tambm conhecido por "cordo prateado".

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    Esse tipo de mdium, enquanto dorme, pode ausentar-se facilmente do seu organismo fsico e at manifestar-se longa distancia, em cuja liberdade astral s vezes emerge a sua memria etrica do passado, e ele passa a descrever cenas e fatos de suas vidas precedentes, embora os confunda por vezes com acontecimentos prprios de sua atual existncia. Atuado pela influncia regressiva da memria sideral, pode reassumir nas sesses espritas a sua prpria personalidade, vivida em existncia anterior, crente de que agora um esprito desencarnado em comunicao. Em geral, criatura facilmente hipnotizvel; cede tambm s sugestes alheias e s vontades mais fortes, entrando rapidamente no transe sonamblico natural, durante o qual revela sonhos premonitrios, descreve paisagens distantes e reflete com clareza os acontecimentos submersos ou estratificados na sua memria sideral etrica. Quando hipnotizado, divulga os mnimos detalhes de suas existncias passadas e impregna os seus relatos de fortes emoes que impressionam pelo aspecto comovente. A sensibilidade e, ao mesmo tempo, a destreza com que opera fora do seu corpo, faz do mdium anmico-medinico um tipo eletivo hipnose, porque os seus relatos so vivos, ntidos e impressionantes.

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    Embora o indivduo seja anmico, pois v e capta no astral os fatos e as idias que depois reproduz e relata como sendo transmitidos por espritos desencarnados, tambm um tipo medinico, uma vez que ele "comunica" pelo seu prprio organismo em "transe".

    Situa-se na categoria dos mdiuns de desdobramento ou de bilocao, que podem exteriorizar o seu "duplo-etrico" a considerveis distncias e que, em certos casos oportunos, chegam a ser vistos e ouvidos como se estivessem no seu prprio corpo fsico. 3. O APROVEITAMENTO ANMICO NAS COMUNICAES MEDINICAS No se pode endossar os abusos de imaginao, os exotismos e as excentricidades dos mdiuns avessos ao estudo, presunosos, interesseiros ou exibicionistas, mas deve-se reconhecer, no entanto, a interferncia ou associao de idias no caso do mdium consciente porque, no seu esforo para lograr a passividade no transe, ele toma o contedo de sua alma como sendo manifestao alheia. Nem todos abusam do animismo sob propsitos condenveis ou para fins vaidosos, por cujo motivo no se deve acolher a desistncia do desenvolvimento medinico, s porque a interferncia do mdium perturba a transparncia cristalina das comunicaes dos espritos desencarnados.

    O xito medinico se apia, sem dvida, inicialmente nos percalos do animismo.

    Sabe-se de muitos mdiuns experiente e com vrios anos de servio medinico que ainda alimentam dvidas a respeito de suas prprias comunicaes medinicas, certos de que tudo aquilo que transmitem provm apenas de sua prpria alma. Os mais escrupulosos chegam a alimentar desejos de abandonar a tarefa medinica, a fim de no iludirem o pblico com pseudocomunicaes, que nada tm a haver com espritos desencarnados! Entretanto, o mdium no um boneco vivo, insensvel e de manejo mecnico, mas sim uma organizao ativa, com vocabulrio prprio e conhecimentos pessoais adquiridos pela sua experincia e cultura humanas. Alm de tudo, alma guardando em sua memria, forjada nas experincias pregressas, a sntese dos seus esforos para a ascese espiritual. Quando se trata de mdium consciente ou semiconsciente, s lhes resta a tarefa de vestir e ajustar honesta e sinceramente as idias e as frases que melhor correspondem ao pensamento que lhes manifesto pelos espritos desencarnados atravs do seu contato perispiritual.

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    Deste modo, os comunicantes ficam circunscritos quase que totalmente vontade e s diretrizes intelectuais e emotivas do seu intrprete encarnado, que fiscaliza, observa e at modifica conscientemente aquilo que foi incumbido de dizer. Lembra o mensageiro terrestre que ouve o recado para transmitir verbalmente a outrem, mas na hora de cumprir sua tarefa, tem de usar de suas prprias palavras para comunic-lo. No caso, tanto o mensageiro como o mdium so intrpretes do pensamento alheio e, por isso, influem com o seu temperamento, engenho e cultura nas mensagens que traduzem, resultando disso textos lacnicos ou prolixos, precisos ou truncados. S o mdium com propsitos condenveis que poderia ter remorsos de sua interferncia anmica, pois nesse caso tratar-se-ia realmente de uma burla conta de animismo. Entretanto, no passvel de censura aquele que impregna as mensagens dos espritos com forte dose de sua personalidade, mas o faz sem poder dominar o fenmeno, ou mesmo distingui-lo da realidade medinica.

    to sutil a linha divisria entre o mundo espiritual e a matria, que a maioria dos mdiuns conscientes e bisonhos dificilmente logra perceber quando predomina o pensamento do desencarnado ou quando se trata de sua prpria interferncia anmica.

    S depois de:

    alguns anos de trabalho assduo na seara medinica,

    estudos profcuos,

    afinada sensibilidade medinica,

    muita capacidade de autocrtica e introspeco freudiana,

    ... que o mdium logra dominar e distinguir com xito o fenmeno anmico, recepcionando mensagens sem destruir a autenticidade do pensamento do esprito comunicante. No aconselhvel que se procure eliminar deliberadamente o fenmeno anmico nas comunicaes medinicas, pois isso ainda dificultaria mais o desenvolvimento medinico e as comunicaes doutrinrias aos prprios mdiuns, uma vez que os guias no objetivam a criao de autmatos medinicos, espcie de robs acionveis distncia. O que os bons guias preferem em seus mdiuns ainda o servio cristo incondicional, aliado ao estudo sincero da espiritualidade; satisfazem-nos a revelao da ternura, a prtica da benevolncia e da tolerncia, a cultura da honestidade e a manifestao da humildade, pois, malgrado possam ser anmicos para as mensagens dos desencarnados, ser-lhe-o os mais louvveis intrpretes, em incessante comunicao benfeitora luz do dia.

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    No se deve exaltar o mdium sonamblico e absolutamente inconsciente do que transmite, que incapaz at mesmo de interferir animicamente, se ele profundamente desperto para a prtica dos vcios degradantes e para o trato das paixes perigosas, pois, se quando dorme em transe sonamblico servidor inconsciente, uma vez acordado pode ser a manifestao anmica do mal. Os espritos no se preocupam em eliminar radicalmente o animismo nas comunicaes medinicas, porque o seu escopo principal o de orientar os mdiuns aos poucos, para as maiores aquisies espirituais, morais e intelectivas, a ponto de poderem endossar-lhes depois as comunicaes anmicas como se fossem de autoria dos desencarnados. Fontes bibliogrficas:

    1. Mediunismo - Maes, Herclio. Obra medinica ditada pelo esprito Ramats. 5 ed. Rio

    de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p. 2. Elucidaes do Alm - Maes, Herclio. Obra medinica ditada pelo esprito Ramats. 6 ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.