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    Benjamin Adiron Ribeiro

    VI W SERRA DO NAVIOComunidade Urbana na Selva AmaznicaProjeto do Eng. Arquiteto Oswaldo A. Bratke

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    VILA SERRA D O N AV IOCO MU NID ADE URBAN A N A SELVA AMAZNICAU M PROJETO D O ARQUITETO OSWALDO A. BRATKE

    O COPYRIGHT EDITORA PINI LTDA.Todos os direitos de reproduo ou traduo reservados pela Editora Pini Ltda.

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao CIP)Cm ara Brasileira do L ivro, SP, Brasil)

    Ribeiro, Benjam in AdironVi la Serra do Navio : comun idade u&@a na selva amaz nica : u mprojeto do arq. Oswaldo Ar thur Bratke / f) ijamin Ad iro n Ribe iro. SoPaulo : Pini, 1992a

    ISBN 85-7266-013-5

    1. Arqui tetura habi taciona l Vi la Serra do Nav io (AP) 2. Planejamen-to Urbano Amap 3. Vi la Serra do Nav io (AP) Planejamento urbano 4.Vi la Serra do Nav io (AP) - Projeto e construo I Bratke, Osw aldo Arthur.11 Ttulo

    ndices para catlogo sistemtico:1. Cidades de comp anhias : Projeto e planejame ntoArqui tetuta 71 1.450981 1622. Projeto residencial : Vi la Serra do N av io :Amap : Arquitetura 71 1.450981 1623. Vi la Serra do Navio :Amap : Projeto residencial :Arauitetura 71 1.450981 162

    Projeto grfico: Arq. M rc io MazzaCoordenao grfica: Carlos Mazett iSecretaria editorial: Mariza PassosReviso: Lcia Fernandes e Ma riza PassosEditorao Eletrnica: Vox Editora Ltda.Servios grficos e industriais: Jos P. Si lva e N i l to n BortolatoImpresso nas oficinas grficas da E ditora Pini Ltda.Rua Anhaia, 96 4 Fone: (011) 221-581 1Telex: 1137 803 P INI BR - Fax: 224-031 40 1 130-900 - So Paulo - SP Brasill+dio, mar193

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    Por nos parecer oportuno e adequado,transcrevemos os dizeres de um a placaexposta em sala especial da VIII B ienalde So Paulo, onde o arquiteto Osw aldoBratkeapresentouprojetosdasVi Ias Am a-zonas e Serra d o Nav io:AO ENGENHEIRO AUGUSTOTRAJANO DE AZEVEDO ANTU -NESQUEREALIZANA AMAZONIA, ON DE EMPREENDIMENTOSESTRANGEIROS FRACASSARAM,UMA OBRA DECISIVA PARA AINTEGRAAODA REGIAO DE tSEU POVO NO DESENVOLVI-

    $$MENTO BRASILEIRO AT ODOSQUE COLABORARAM NESTAOBRA - A HOMENAGEM DOARQUITETO.

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    Evolugo de habitago tSerra do Navio

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    1 O mangans no Amap 92 Informaes bsicas3 Pianejamento projeto e construo 334 Opinies comentrios e controvrsias 795 Concluso

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    bjetivote livro apresenta projeto do arquiteto Oswaldo Arthur Bratke

    para implantao de um ncleo residencial denominado Vila Serra doNavio construdo no Amap em meio selva amaznica.

    Trata-se de um conjunto urbano concebido com finalidade especfica:alojar os empregados da empresa de minerao ICOMI durante a explo-rao de jazidas de man es existentes naquela regio. Em face dosolamento geogrfico e condio de Cidade de Companhia no

    ocorreu na Vila Serra do Navio um processo normal de desenvolvimentourbano; ao longo de uma existncia agora superior a trs dcadas o ncleose mantm estvel quase inalterado em seu aspecto fsico.

    A presente publicao tem objetivos didticos: destina-se a estudantesde arquitetura e a ovens profissionais com atividades ligadas construoe ao urbanismo. Sabemos que de cada projeto de cada plano urbansticosempre possvel extrair-se ensinamentos tanto de acertos quanto deerros.

    No caso de Oswaldo Bratke defrontamo-nos com uma experinciaprofissional rica e variada; assim achamos proveitosa e oportuna adivulgao de seus trabalhos.

    Lembramos que um assentamento urbano como a Vila Serra do Naviouma vez encerrado o ciclo de minerao s poder sobreviver medianteo redirecionamento de sua finalidade. Isso implicar necessariamente acriao de novas atividades econmicas no entorno; caso contrrio nohavendo futuros meios de subsistncia na regio aquele vultoso investi-mento tende a ser abandonado.

    Mesmo considerando suas caractersticas de excepcionalidade aanlise dessa experincia de comunidade urbana planejada pode nosajudar a responder algumas questes relevantes:

    Para as pessoas comuns ricas pobres remediadas h perspectivasde uma vida melhor se habitarem uma comunidade urbana plane-jada?

    quem cabe a responsabilidade e a iniciativa de providenciar oplanejamento das comunidades urbanas?Qual deve ser o papel do arquiteto no processo de planejamentourbano?

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    Um pouco e istE m 934o engenheiro Josalfredo Borges a servio do Departamto Nacional de Produo Mineral assinalou a ocorrncia de minriomangans no vale do rio Amapari na regio do Amap. Sete anos depum caboclo chamado Mario Cruz descendo o rio em sua canoa pernona Serra do Navio junto ao igarap do Baixio. Al i apanhou algumamostras de minrio supostamente de ferro.Em 945 foram descobertas jazidas de minrio de ferro no vale doVila Nova; o Governador do ento Territrio Federal do Amap CapJanary Gentil Nunes decidiu oferecer prmios a quem descobrisse no

    riquezas minerais em sua jurisdio. Mario Cruz lembrou-se de apreseao Governo suas amostras de minrio; analisadasem Macap pelogeloFritz Ackermann constatou-se que era minrio de mangans. Goverdor mandou as amostras para o Rio de Janeiro ali; o gelogo GlyconPaiva confirmou serem elas minrio de mangans de alto teor. GlyconPaiva visitou as jazidas e constatou logo sua enorme importncia ecomica. Em face das suas informaes foram declaradas reserva nacionajazidas descobertas transferindo ao Governo do Territrio FederalAmap as vantagens de sua explorao.Mais tarde a empresa ICOMI que obtev a concesso para exploas jazidas conferiu a Mario Cruz como premo por sua descoberta ucasa em Macap; tendo tambm dado a elzum emprego na Companhat sua aposentadoria.

    Jazida dena regio

    mangans em exploraqoda Serra do Navio.

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    rrendamento das jazidas

    overno do Amap abriu concorrncia internacional visandoo arrendamento das jazidas de mangans; a concorrncia atraiu o interessede vrios grupos inclusive estrangeiros. Foi vencida por uma empresa deminerao sediada em Belo Horizonte a Indstria e Comrcio de Min-rios S.A. ICOMI cujo proprietrio era o engenheiro paulista AugustoTrajano de Azevedo Antunes.Entre o Governo do Amap e a ICOMI foram assinados sucessivoscontratos de concesso. primeiro referia-se concesso mineral e fo iassinado em 1947 sendo revisado mais tarde em 1950. segundoassinado em 1953 foi a concesso de rea para construo de umembarcadouro de minrio no local denominado Porto Macap ou PortoSantana no esturio do rio Amazonas. o terceiro tambm de 1953referia-se construo de umagstrada de ferro destinada ao transporte deminrio desde as jazidas a e o embarcadouro. Cada contrato continhaclusulas rigorosas impond_o obrigaes concessionria e fixandoprazos curtos para seu cumprimento.As exigncias contratuais foram todas atendidas pela ICOMI sendo osprazos tambm cumpridos com antecipao. Essa presteza e exatido nocumprimento a exigncias contratuais com o Governo chegam a sersurpreendentes. Aqui lo que deveria ser aceito como regra corriqueira emnosso pas ainda encarado como exceo.Assim para iniciar o aproveitamento das jazidas de mangans e avenda do minrio a ICOMI comprometeu-se a projetar e construir emprazos reduzidos:

    Escavando o mangans. Mquina empilhadeira-carregadeira movimentandpilhas e minrio.

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    acampamentos provisrios nas frentes de trabalho;um porto fluvial para navios de grande calado, dotado de per fe de per flutuante;uma estrada de ferro com bitola de 1,435 m, na extenso 194 Km, incluindo pontes e pontilhes, sendo que 85 km percurso seriam atravs da selva;instalaes industriais destinadas extrao, movimentaobeneficiamento do minrio;duas vilas residenciais, destinadas aos empregados da Compane respectivas famlias.

    A execuo das obras e a aquisio dos equipamentos exigiriapesados investimentos; boa parte dos desembolsos antecederia o inciovenda do minrio. Em busca de recursos financeiros a I OMI se associem 1949; empresa americana Bethlehem Steel; mas atendendo exigncias estabelecidas no contrato de concesso, a Companhia brasira reteve o controle acionrio do empreendimento. Os recursosfinanceinecessrios foram obtidos mediante emprstimos feitos junto ao BanMundial World Bank) e ao Export-lmport Bank, de Washington. Por fiem 1957 a I OMI fez seu primeiro embarque de minrio de manganno Porto Santana; a partir de ento, tem vendido e embarcado milhestoneladas de minrio. Cabe aqui o registro de mais dois fatos inusitadpara executar seu programa de obras, a eTresa gastou menos queprevisto; liquidou o emprstimo efetivammye utilizado, bem antes prazo de vencimento.

    Instalaes industriais para tratamento do m inrio de O minrio colocado nos vages; daqui segue para omangans na Serra do Nav io. embarcadouro em Porto Santana.

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    Explicao de alguns nomes

    Porto Santana Em seu esturieb-Frio Amazonas se divide emdois grandes braos, tendo & e eles a gigantesca Ilha doMaraj, alm de muitas outras ilhas menores. Dentre asltimas, no brao norte, destaca-se a Ilha de Santana; defron-te a ela, na margem esquerda do rio, junto a um agrupamentode casebres, existia um pequeno porto, que atendia a cidadede Macap. Era usualmente chamado Porto Macap, ou Vila Amazonas Inicialmente a vila residencial da IPorto Santana. Com o passar do tempo, prevaleceu a segunda ser construda junto ao embarcadouro, deveria se dedenominao; ali, a ICOMI construiu seu embarcadouro de Vi la Porto Santana; mas, como estava localizada minrio e um ncleo residencial para seus empregados. do r io Amazonas, optou-se, afinal, pela denominaHoje, Porto Santana uma cidade de porte razovel, sede do Amazonas. A Vila Amazonas hoje um bairro da cMunicp io de mesmo nome. Porto Santana.

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    Vila Serra do Navio No rio Amapari (afluente do rio Araguano Amap), existe uma ilhota comprida, com a forma apximada de um navio; por cau a dessa ilhota, a serra prxipassou a ser conhecida c o m Serra do Navio. o nclresidencial ali construdo T'i ICOMI, junto s jazidas mangans, foi bat izado como V ila Serra do Navio.

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    Cronologia do mangans no mapO eng. Josalfredo Borges assinala ocorrncias de minriode mangans, no vale do rio Amapari.Mario Cruz recolhe amostras de minrio na Serra doNavio.criado o Territrio Federal do Amap, por ato doPresidente Getlio Vargas, que nomeia como Governadoro ento Capitg Janary Gentil Nunes.As amostras @Mario Cruz so identificadas como minriode mangans de alto teor; o Governo Federal declarareserva nacional as jazidas descobertas.A I OMI assina contrato de concesso mineral e inicia osservios de prospeco e dimensionamento das jazidas.A I C O M I se associa Bethlehem Steel.A I OMI conclui os estudos geolgicos da rea de conces-so, confirmando a existncia de quantidade superior a 1milhes de toneladas de minrio.So assinados contratos de concesso do embardadouro deminrio e da estrada de ferro, comeando a contar o prazode 50 anos, fixado para a concesso das jazidas.Comeam a ser construdas as instalaes industriais, oembarcadouro e a ferrovia, com prazo de quatro anos parasua concluso.Comeam os projetos de urbanizao e construo de duasvilas residenciais destinadas aos empregados da ICOMI:uma na Serra do Navio e a outra em Porto Santana.Antes do prazo estipulado concluem-se as obras de insta-laes industriais, embarcadouro e ferrovia; comea oembarque de minrio no Porto Santana.Terminam as obras de urbanizao e construo das vilasresidenciais, na Serra do Navio e em Porto Santana.Estar encerrado o prazo de concesso das jazidas.

    Estes fatos e eventos fazem parte da Histria do Mangans no Amap;mas, para os objetivos deste livro, so apenas informaes subsidirias. O Rio Arnapari afluente do rio Aque nos interessa, aqui, so os estudos relativos ao planejamento e Foi a primeira via de circulaconstruo de um dos ncleos residenciais citados, a Vila Serra do Navio. utilizada para acesso s jazidaSobre isso que versaro os prximos captulos. mangans na Serra do Nav io.

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    Os fatores condicionantesPanejamento o processo de transformar informaes em decises.Assim a anlise correta das informaes conduz s decises acerta-das. Em urbanismo como em arquitetura fatores condicionantes sodeterminadas condies impostas ao profissional dentro das quais eledever desenvolver seus planos e projetos. No existe uma listagemgenrica de fatores condicJdnantes a observar nem de informaes alevantar. Em planejamento urbano uma listagem desse tipo seria quaseinterminvel tendo em vista a complexidade e a riqueza dos aspectosenvolvidos. Por isso considerando o tempo e os recursos disponveis emcada caso cabe ao profissional decidir quais so as informaes maisimportantes aquelas que vo delimitar os fatores condicionantes de seutrabalho. Esses fatores a grosso modo dizem respeito ao meio ambienteao meio social e ao meio econmico. Oficina de manuteno da feSempre que um fator condicionante de certa relevncia ignorado oumal analisado o projeto fica prejudicado. Por isso considera-s que estafase inicia l do trabalho eleo e anlise dos fatores condicionantestem influncia decisiva sobre a qualidade final do projeto.

    Primeiro fator condicionante o clienteom profissional no deve perder este fato de vista: o clienteo primeiro fator condicionante de um projeto. Todo trabalho do arquitetoe do urbanista desenvolvido afinal para atender s necessidades docliente. Nos projetos de arquitetura o cliente pode ser um indivduoisolado uma famlia uma empresa um grupo limitado de usurios; masno planejamento urbano o cliente deve ser entendido como toda umapopulao existente ou futura.No caso em estudo da Vila Serra do Navio o cliente era uma empresade minerao a Indstria e Comrcio de Minrios S.A. ICOMI represen-tada por seu presidente o eng. Augusto Trajano de Azevedo Antunes. Cabelembrar porm que os estudos visavam a implantao de um ncleourbano de uma vi la residencial. Assim para os fins do planejamento uma

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    clientela mais ampla estaria, indiretamente, envolvida no trabalho, formda pelos futuros usurios da Vila, os moradores do ncleo urbano aconstrudo.

    Quando um cliente rgo pblico, empresa privada ou at pesfsica-decide contratar qualquer servio, a questo prel iminar : a qucontratar? A resposta envolve sempre algum tipo de concorrncia seleo, aplicando-se critrios de julgamento bastante variados. Pcontratar os servios de planejamento e projeto dos ncleos residencda ICOMI no Amap, o empresrio Antunes solicitou currculos e proptas de trabalho a vrios arquitetos, todos conhecidos e bem conceituadA resposta de um deles, o arq. Oswaldo Bratke, de So Paulo, causou-boa impresso. Em resumo, a resposta de Bratke foi, mais ou menosseguinte:

    No tenho experincia especfica nesse tipo de projeto. Mas, coarquiteto, meu mtodo de trabalho consiste em estudar cuidadosamecada caso que me confiado, levantando todas as informaes pertintes; examinando, tambm, outros empreendimentos similares execudos. Para, s ento, propor alguma coisa .

    A I COM I decidiu confiar a Bratke o servio. Uma lio pode Em sua primeira visita Serra do extrada do episdio: o cliente esclarecido~(que , sempre, o melNavio Bratke subiu de barco 0 s rios cliente) nem sempre se deixa impressionar p? currculos enfeitados; p?Araguari Amapari. ele, um profissional franco e'honesto inspira mais confiana.

    serviCOMI precisava, ento, resolver o problema de alojamento

    seus futuros empregados e respectivas famlias, no Amap. Um grupoempregados trabalharia na Serra do Navio, junto s jazidas, e outro gruno Porto Santana, junto ao embarcadouro de minrio. Seriam duas vresidenciais, separadas entre s i por uma distncia de 200 quilmetrNaquele ano, 1955, a ICOMI j estava tocando a construo das instaes industriais, do embarcadouro de minrio e da estrada de ferro. Hamontado um acampamento provisrio, na Serra do Navio, junto ao Amapari; para chegar l, s de barco. s barcos recebiam cargpassageiros em Porto Platon, no rio Araguari; e da navegavam rio acimnuma viagem de oito horas ou mais.

    Foi assim, de barco, que Bratke chegou Serra do Navio pela primevez, para conhecer o local de uma das futuras Vilas. Encontrou l tcnicestrangeiros, que trabalhavam na construo da estrada de ferro e

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    montagem da planta industrial . Fez amizade com alguns; um delesespecialmente, Peter Woo d, foi de grande ajuda para obteno de in for-maes no exterior e na cond u o das obras. Tornou-se seu amigo, pelavida afora.Visi tando o local da futura Vila, Bratke fez o que todo arquiteto devefazer antes de sentar prancheta e comear a traqar seus projetos:exam inou o terreno, a base f s ica d o trabalho. C om o ele mesmo diz:necessrio con hec era s con di es fsicas, amb ientais e humana s d ohabitat, na regio. Seu sistema de vida na selva e nos aglomerados. Suahabitao, mora dia, m e io d e vida, enfim, seus costumes.Com posio d o solo, vegetao. Adaptao d o hom em s condiescl imticas. Me ios de comun icao. Era certo que, dev ido escassez demo-de-obra locaI viriam contingentes estranhos a procurar trabalhonesse tip o d e empreendime$t$ Sabemo s qu e a m d ia forn ece inform a esque nf luem n o mo do de v ida de moradores das mais afastadas regies. N apoca d o projeto, p o r exeniplo, os caboclos ainda usavam redes paradormir; as dimenses dos cm odo s para redes o u camas, eco nom icam en-te, so difere ntes .Previu-se que as provv eis preferncias futuras seriam pe las camas, eassim fo i feito o projeto, p revis o que, co m o tempo, se con firmo u.Leigos e tcnicos discutem e crit icam assuntos relativos mataamaznica, sem con tud o terem a li vivido, o u visitado a regio, ou, at, semterem l id o a respeito. O hom em da reg io mora na be i ra do r io , em rearoada po r ele prprio, colocando sua moradia un to ao r io e longe da matasuf iciente para evitar acidentes causados pela e ventual queda dervores .

    U m a coisa f icou bem clara para Bratke: na Serra d o Na vio nada exist iaem termos urbanos; tu do teria que ser previsto, plane jado, execu tado. N ose tratava, apenas, de projetar um grande conjunto residencial, mas deplanejar, integralmente, uma pequena cidade.

    contr to de servioN relacionamento entre prof issional e cl iente, o contrato deservio u m dos eventos iniciais. importante, mas no tanto qua ntoalguns supem. T enho visto casos em qu e o ajuste feito fo i apenas verbal,e as duas partes se entend eram b em at o fin al d o trabalho; e outros casosem que; apesar de exist ir um contrato formal bem redigido e detalhado,ocorreram entre as partes desentendimentos insanveis. Em tod o caso, ocontrato a forma usual de ajustar u m servio; ti l, serve para del imitar

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    responsabilidades, quantificar preos, definir produto e estabelecer prazos. O contrato de servio entre o arq. Oswaldo Bratke e a ICOMI, socertos aspectos, original, bastante explicativo. Foi assinado a 24 doutubro de 1 9 5 5

    Transcrevo alguns pargrafos que me pareceram curiosos:I A ICOMI concessionria do arrendamento das jazidas d

    mangans da Serra do Navio, no Territrio Federal do Amap, j tendiniciado a execuo das obras de construo de uma estrada de ferro, dembarcadouro de minrio e de instalaes necessrias explorao dareferidas jazidas.

    I1 Dentre os trabalhos ainda a serem iniciados, destacam-se no s pseu valor econmico, mas, tambm, e principalmente, por seu grandalcance social, os que se relacionam com a elaborao dos projetos durbanizao de determinadas reas de terras, todas selecionadas peICOMI, projetos esses que compreendem o arruamento e loteamento dreas, unidades de habitao e prdios de interesse ou necessidadcoletiva e de todas as instalaes necessrias, tudo de acordo com disposto nas clusulas e condies adiante estabelecidas e as especificae detalhes tcnicos que forem fornecidos pela ICOMI e que ficarfazendo parte integrante deste contrato.

    Tendo em considerao o elevado valor e a magnitude das obrae, bem assim, a necessidade da escolha de um profissional que, alm dreconhecida capacidade tcnica e doneidade moral, bem compreendes$.a excepcional significao social do proj* em apreo, que constitrealmente um trabalho pioneiro, que ir levar os benefcios da civilizaa uma regio despovoada, em plena selva amaznica, no extremo norte dpai's, projeto esse que escapa esfera da rotina dos que visam a simpleurbanizao de reas localizadas nas proximidades de centros urbanos dalta densidade demogrfica ICOMI, por seus diretores, procuroselecionar, entre os profissionais de maior renome no pai's, aquele quatendendo aos requisitos atrs mencionados, melhor se identificasse coos seus objetivos, de sorte a se processar a elaborao do projeto em nvda mais elevada compreenso.

    IV Aps os necessrios entendimentos, deliberou a ICOMI confiar aarq. dr. Oswaldo Arthur Bratke a elaborao do j mencionado projetmediante as seguintes clusulas e condies que as partes reciprocamenoutorgam e estipulam .

    Seguem-se 21 clusulas que no vou transcrever, por serem mais omenos as usuais. De modo geral os pargrafos transcritos permitementrever um fato pouco usual, que a execuo posterior do projeto e prprio funcionamento davi la , nos ltimos3 anos, acabaram confirmando: a preocupao de um empresrio, o eng. Antunes, com os aspectosociais de seu empreendimento.

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    funo social da empresa

    P ssoas mal informadas cometem um engano grosseiro quandocomparam socialismoe capitalismo; entendendo que socialismo o nicosistema que se preocupa com o bem-estar da sociedade, enquanto ocapitalismo se preocupa, apenas, com o bem-estar do capitalista. Pessoasbem informadas sabem que, no sistema capitalista, tambm a empresa temuma funo social bem definida. A mesma funo que, no sistemasocialista, desempenhada pelo Estado: produzir e distribuir riqueza,visando o bem comum.

    A funo social da empresa parece ter sido bem apreendida pelo eng.Antunes, da ICOMI; a meu ver, o conceito foi aplicado com .largueza aolongo dos anos, na explorao das jazidas de mangans do Amap. certoque o contrato de concesso obrigava o empresrio a fazer investimentosno setor social, mas A n t u w foi alm das exigncias contratuais. Odepoimento de Bratke, a es& respeito, esclarecedor. Diz ele:

    Uma das recomendaes do dr. Antunes, quando me contratou, fo iessa: ele queria um ncleo urbano de excelente qualidade; que pudesseservir de modelo, no pas, a futuros empreendimentos do mesmo tipo.

    A ICOMIdaria ao arquiteto ampla liberdade de trabalho, para que talobjetivo fosse atingido. Eis um exemplo do padro rigoroso de suasexigncias: os esgotos domiciliares deveriam ser tratados de tal forma queos efluentes, a serem lanados no ri oAmapari, tivessem caractersticas degua potvel. Sem esquecermos que o r io Amapari caudaloso, e que o.ncleo urbano mais prximo estava situado a centenas de quilmetros daSerra do Navio .

    Primeiras informaesalquer projeto de arquitetura, ou plano urbanstico, deve

    comear pelo levantamento de certas informaes preliminares. Algumasdessas informaes so fornecidas pelo prprio cliente; outras devem sercolhidas aqui e ali, com maior ou menor dificuldade. Em casos maiscomplexos, a coleta de informaes se torna tarefa para especialistas,envolvendo profissionais de variadas disciplinas; outras vezes, apenasum trabalho braal, rotineiro e cansativo, mas necessrio.

    No planejamento da Vila Serra do Navio, no dizer de Bratke, bastariaao cliente fornecer uns poucos dados, especialmente:

    A quantidade de moradores e usuriosprevista para o ncleo urbano,empregados ou no da empresa, com respectivas caractersticase funes.

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    Estao parana Vila Serra

    tratamento de esgotos As limitaes a serem observadas no planejamento do ncleo, em fundo Navio de custos ou por motivos tcnicos ligados s atividades da empresa; ou p

    exigncias outras, como prazos de execuo e prioridades .As demais informaes e os fatores condiciona ntes d o pro jeto seriidentificados levantados e analisados pelo prp rio arquiteto co m o pade suas obrigaes p rofissionais. Coerente co m sua propo sta de trabalhBratke tratou de descobrir onde existiam ncleos urbanos similareinstalados em regies comparveis ao Amap. C on clu iu que os exemprnais acessveis se encontrava m na Vene zuela e n o Caribe construdos p

    empresas mineradoras co m o a United Steel e a Bethlehem Steel. Bravisitou muitas dessas vilas. Pareceram a ele quase todas bastante incopletas. Talvez tenha encontrado nelas pouca coisa a imitar; mas anotocuidadosamente algumas experincias negativas qu e pod eria m ser evidas no pl an o da Serra d o Na vio . Com eou ento a analisar essas e outinforma es bsicas coletadas necessrias para orientar seu trabalh oplaneja men to e os futuros projetos de arquitetura.

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    meio mbiente

    smo neste sculo de espantoso avano tecnolgico, o meioambiente deve ser encarado como importante fator de condicionamento,quando se trata de propor solues urbansticas e arquitetnicas. Pois,tanto a aglomerao urbana e suas estruturas podem agredir o meioambiente, quanto podem ser agredidas por ele.

    As agresses ao meio ambiente resultam, principalmente, na poluioe na degradao, podendo chegar destruio de ecossistemas. Noreverso da medalha, o meio ambiente adverso pode causar aos habitanteshumanos desde o simples desconforto fsico (calor, frio, grau de umidade,variaes de presso) at a reduo da longevidadeou expectativa de vida,pela incidncia de molstias endmicas e epidmicas.

    Alm de atuar sobre as estruturas urbanas, onerando seus custos demanuteno e operao.As jazidas de mangan-%@o Amap esto situadas sob a linha doEquador (ou, mais exatamente, na latitude N 1 e na longitude W 52 ,5),em plena selva amaznica, junto ao rio Amapari. Segue-se que o clima auente e mido; a temperatura mdia, ao longo do ano, de 27 C , sendofrequentes temperaturas de at 35 C. A umidade relativa do ar de 95%.As chuvas so abundantes e, s vezes, torrenciais; o ndice pluviomtricoanual de 2.000 mm. Os ventos predominantes, fracos, sopram de Lestee Nordeste, com velocidade mxima de 22 km/hora. No local das jazidaso terreno acidentado, mas a altitude modesta: da ordem de 120 m.

    Quanto a selva amaznica, suas caractersticas ambientais vo setornando mais conhecidas, na crista da atual onda ecolgica. Todossabem, por exemplo, que a floresta tropical ali densa e luxuriante,perenemente verde, muito rica em espcies vegetais; que quase impene-trvel. Por baixo do emaranhado das copas, mesmo durante o dia,prevalecem a meia-luz, a penumbra, quasea escurido. A rede hidrogrficada regio copiosa, com uma infinidade de rios, afluentes, igaraps, queformam extensas lagoas e igaps, nos baixios inundveis, durante aestao chuvosa; ficando difcil, em algumas reas, dizer onde comea aterra e termina a gua. Ainda assim, ou por isso mesmo, a fauna pobreem mamferos de grande porte, quando comparada com a fauna dassavanas e florestas tropicais africanas. Para compensar, a Amaznia oreino dos anfbios, dos rpteis aquticos em seus rios e alagados deslizamo jacar-de-papo-amarelo, as cobras peqonhentas, a monstruosa sucuri.Pela galharia das rvores deslocam-se bandos de macacos, cuja algazarraprovoca a revoada de pssaros de colorida plumagem. Ao cair da noite, aselva se enche de morcegos; nos igaraps, h abundncia de peixe. Enaturalmente, subindo dos remansos, dos igaps de gua estagnada,enxameiam nuvens de insetos; entre esses, o temvel anfeles, transmissorda malria, e o mosquito transmissor da leishmaniose.

    O solo pobre, latertico, deficiente em fosfatos e carbonatos, comonos informam os gelogos; a camada frtil de espessura reduzida. Por cidade de Macaa;

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    Localizada sob a linha do Equador a cidade de Mac ap era u ma pequena mancha urban a na vastido amaznica.

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    isso muitas rvores de grande porte algumas gigantescas apresentamraizame de sapopema razes tabulares e superficiais; o maior apoio dessearvoredo est no entrelaamento das copas. o caso por exemplo daimponente sumama das mais conhecidas. Quando se derruba algumdesses gigantes outras rvores em volta tendem a cair por si mesmas umavez perdido o apoio das copas.

    meio soci lD fcii falar em meio social tratando-se da serrado avio no anode 1955. Como o resto da Amaznia a regio era quase desabitada; excetopor raras famlias de caboclos alojadas em ranchos de madeira erguidos beira rio apoiados sobre dafitas e cobertos de sap. Ou por garimpeirose ouro aventureiros q se deslocavam de uma regio para outra

    acampando aqui e ali. Nem ndios havia mais por l; tendo desaparecidoos poucos de que Josalfredo Borges nos dera notcia em seu relatriomuitos anos antes.

    J em sua primeira viagem de pesquisa e reconhecimento do AmapBratke percebeu que os caboclos da Serra do Navio no eram diferentesdos que ainda hoje encontramos na regio; levavam vida primitivasubsistindo com a pesca a caa e pequenas roas de feijo e mandioca.Sua nica via de circulao era o rio; seu meio de transporte era o ub amontaria canoa movida a remo. s caboclos no estavam afeitos aotrabalho sistemtico; eram ignorantes se bem que muitos fossem alfabe-tizados. Seu rancho sempre sobre palafitas obedecia a princpios instin-tivos de conforto climtico: era quase tudo aberto gozando das brisassendo apenas fechado com esteiras de palha o ambiente destinado aocasal o qual tambm servia para guardar seus bens; dormiam em redes.Apesar de morar na selva nunca localizavam seu rancho junto mata;sempre distante desta dentro da clareira aberta para a roa receosos daqueda de rvores.

    Seu fogo era uma espcie de torta de barro endurecido apoiada sobreuma tbua. Quase todos sofriam de malria de leishmaniose de doenasparasitrias.

    Assim os futuros trabalhadores das jazidas dificilmente poderiam serrecrutados no entorno imediato mas trazidos de um pouco mais longe: deMacap de Belm do Par; ou de mais longe ainda do Nordeste. O pessoaltcnico os funcionrios de nvel superior viriam certamente do Sul doRio de So Paulo de Belo Horizonte. As caractersticas sociais a analisarse prenunciavam muito heterogneas; no seria fci l a tarefa decompatibilizar parcelas de populao com hbitos e culturas to diversi-ficados.

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    O meio e onmi

    certos fatos que todo mundo conhece, em teoria, mas dos qua maioria das pessoas se esquece, na prtica. Quando planejamosconstruo de uma cidade, ou de uma casa, temos o cuidado de calcupreviamente seu custo, por meio de oramentos detalhados, especificanmodelos, qualidades e quantidades de cada item. Assim, nos asseguramde que os recursos disponveis sero suficientes para levar a obra at sfinal. Esquecemos, s vezes, que a cidade ou a casa sero usadas depoisconstrudas e no nos preocupamos em apurar os custos de uso e manuteo. Para isso, quase nunca h oramentos prvios. A tal respeito, Bratem um comentrio incisivo:

    Apalavra manuteno praticamente desconhecida por nossa genE pior, at por aqueles que comandam .

    No projeto davila Serrado Navio, o arquiteto manteve sempre um olatento ao custo de execuo, e o outro, aos futuros custos de operaomanuteno. O que explica certos detalhes do plano e dos projetos, quprimeira vista podem parecer exagerados para as condies brasileira

    Em urbanismo, alis, o conceito de manuteno mais abrangenteque em arquitetura. Sabemos, por exemplo, que na implantao qualquer ncleo urbano alguns itens da infra-estrutura so muito oneros

    o caso da distribuio da gua potvel e do tratamento de esgotosdaquilo que usualmente chamado o saneamqto bsico. Na Vila SerraNavio, os problemas de saneamento bsic ram estudados com mucuidado, e corretamente resolvidos.No foi esquecido que a falta de saneamento bsico traz, comconseqncia lgica e inexorvel, a poluio ambiental, a contaminade gua, a proliferao de organismos patognicos, ampliando a incidcia de molstias graves, que acabam assolando e dizimando as populamais pobres. Isso obriga o governo a investir cada vez mais em hospitacentros de sade, remdios. A mdio e longo prazos, sempre mais barinvestir em saneamento bsico; economizando, depois, em assistnmdico-hospitalar e, principalmente, em sofrimento humano.

    Outros fatores econmicos so importantes no dimensionamento um ncleo urbano, tais como: tipos e intensidade das atividades econmcas; mercado de trabalho e faixas de renda. Na Vila Serra do Navio, Cidade Companhia, a anlise desses fatores foi limitada, uma vez que a natividadeeconmicade peso era o aproveitamento das jazidas de manganPor isso, o mercado de trabalho se apresentava bem definido, e as faixasrenda correspondiam aos nveis salariais pagos pela empresa minerado

    Todavia, exatamente por se tratar de uma cidade fechada, alm de esgeograficamente isolada, ateno especial foi dedicada listagem e dimensionamento dos equipamentos comerciais, bem como das inmemodalidades de servios que deveriam ser colocados disposio d

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    futuros moradores. Exemplificando, era preciso saber, conhecidos oshbitos e nveis de renda de uma populao estimada em 2 500 pessoas:qual o consumo dirio de po; em conseqncia, quantos padeiros

    deveriam trabalhar em seu preparo?quantos barbeiros? quantas cabeleireiras e manicures? que espaoreservar para cada uma dessas atividades?tendo em vista o nmero de empregados solteiros e a populaoflutuante (hspedes, tcnicos temporrios), que espao reservarpara restaurantes e refeitrios? quantos garons e cozinheirosseriam contratados?na coleta de lixo domstico, qual seria o volume recal hido por dia?quantos empregados deveriam ser destinados a esse servio? quedestino dar ao lixo?qual o consumo mdio de diferentes tipos de alimentos, paradimensionar almoxa &ados e cmaras frigorficas?quantas crianas haver ia em diferentes faixas etrias, paradimensionar equipar;~entos de educao e pessoal docente? quaisos hbitos de lazer de diferentes faixas da populao, paradimensionar clubes e quadras esportivas?

    Porque, no vamos esquecer disso, cada novo empregado, funcionrioou prestador de servios, mesmo aquele que no estivesse ligado direta-mente Companhia, teria que morar na Vila, talvez com sua famlia; ecorresponderia necessidade de mais uma habitao, de mais algunsmetros de via de circulao, de mais vagas na escola, no clube, no hospital.Enfim, como o prprio arquiteto Bratke havia constatado em sua primeiravisita Serra do Navio, a nova Vila estaria situada a 200 km do ncleourbano mais prximo; tudo al i teria que ser previsto, planejado, projetado,construdo.

    Com a terraplanagem comeimplantado o novo ncleo urna Serra do Navio.

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    O stio urbaN Serra do Navio tratando-se de um ncleo residencial a planejado desde seu incio Bratke teve a oportunidade de escolhelocalizao mais favorvel do stio urbano entre vrias alternativas poveis. Uma rea de 2.500 ha era reservada minerao e outra de 2.300para a implantao de infra-estrutura industrial e social. Pelos resultadospr-dimensionamento a vila ocuparia uns 100 ha. Bratke dispunhalevantamento aerofotogramtrico da regio com hidrografia relevocobertura vegetal; contava ainda com o conhecimento visual da rresultado de sua visita local. Dos 2.500 ha da concesso a maior pacorrespondia s jazidas de minrio; e para a construo da Vila npoderiam ser utilizados terrenos alagadios nem reas distantes da estaterminal da estrada de ferro. De incio foi considerada uma rea plana ninundvel situada prxima ao rio Amapari. Logo verificou-se que naqulocal ocorria acumulao de neblina quase diariamente no perodomanh que se dissipava apenas por volta do meio dia; no era portanuma localizao favorvel. Bratke se decidiu por duas elevaes suaafastadas do rio separadas entre s por um pequeno vale. O local prximo estao ferroviria; por ser mais alto que o entorno gozavaboa ventilao e oferecia alguma viso da paisagem. Cumpria agdesenvolver os estudos de ordenao fsica desse espao territorial.

    indicadores padrf

    se trabalho minucioso de apurar padres quantitativos aplicva centenas de indicadores da vida urbana hoje atividade de rotina preparao d Planos Diretores. Existe portanto um volume razoveinformaes mastigadas e disponveis que facilitam o trabalho do urbata. Mas em 1955 quando Bratke comeou a estudar o plano da Vila Sdo Navio pouco existia a respeito. Teve que peneirar informaes obtidaqui e ali sendo auxiliado nesse trabalho por uma dupla de seus colaradores os arqs. Ernesto Bofill e Domingos Mazzei de cuja atuaoSerra do Navio e Porto Santana falaremos mais tarde.

    Como exemplo dos resultados obtidos selecionamos algumas tabepreparadas por Bratke nos estudos urbansticos da Vila Serra do Navrelativas a: previso de frequncia em reas de equipamentos pblicpreviso de funcionrios requeridos para operao e manuteno equipamentos de uso coletivo; e outras previses.

    Com tais tabelas o arquiteto selecionou padres para orientar o pdimensionamento de seu espao urbano. O passo seguinte seria de1 mo permetro territorial do terreno a urbanizar.

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    Para previso e clcu lo de reas volumes e demais espaqos assim como de seusocupantes foram preparadas inmeras tabelas como as que esto aqu i represen-tadas.

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    mentoProjeto e ~onstruqo

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    urbanistaanejamento urbano um processo complexo, porque envolveestudo e compat ibi l iza~~mlt ip losatores que atuam sobre a qualida-

    de de vida das pessoas na Cidade. So fatores pertinentes ordenao doespao territorial, do mei social e das atividades econmicas. Algunsurbanistas acrescentam mais um captulo relativo ordenao do Governoe da administraco do aglomerado urbano que, para outros, pode serincludo como parte da ordenao do meio social.

    Para ser INTEGRAL, o planejamento deve cobrir todos esses fatores.Mas, alm de integral, o planejamento urbano tambm precisa ser INTE-GRADO: todos os fatores devem estar compatibilizados no plano, atribu-indo-se a cada fator um peso adequado; e isto, convenhamos, complexo.

    Tal funo do urbanista: acertar as pecinhas de um grande quebra-cabeas. Teoricamente esse ajustador de peas, o urbanista, tanto pode serum arquiteto quanto um engenheiro, ou mesmo um socilogo, um econo-mista. Mas existe oentendimento que o urbanista completo ser sempre umarquiteto; porque apenas na formao acadmica do arquiteto ocorre amistura, em doses equilibradas, de cincias exatas e humanas.

    Exposio do plano pelo seu autorrq. Oswaldo Bratke, sem dvida, direcionou para a arquitetura

    a maior parte de sua atividade profissional, fazendo menos incurses pelocampo do urbanismo. Em seus estudos para a implantao da Vila Serra doNavio, percebe-se que o arquiteto est sempre presente: na metodologia detrabalho, na forma de analisar e decidir; com frequncia, se sobrepe aourbanista.

    Por esse motivo, para traduzir com fidelidade o modus operandi deBratke, achei melhor no adotar neste livro uma ordenao muito ortodoxa

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    da matria em termos de metodologia urbanstica. Um a palestra profepelo arq. Bratke na Universidade de So Paulo e alguns trechos de relatapresentados por ele I OMI constituem uma exposio clara e compde seu projeto na Vi la Serra do Navio. Passamos a palavra ao arquite

    Na dcada de 50, a Indstria e Comrcio de Minrios, ICOMIinstalou no Territrio Federal do Amap, a fim de explorar em plena samaznica uma jazida de mangans, na Serra do Navio, distanteMacap e do rio Amazonas cerca de 200 km. Para miner-la, necessde uma implantao urbana, para alojar seu pessoal. O mangans sembarcado em porto margem do rio Amazonas, e a tambm se fnecessrio outra comunidade, para pessoal de administrao e do poPequenos povoados intermediriosprovavelmente seriam cogitados, da distncia entre a mina e o porto.

    Vila Serra do Navio, por se situar dentro do permetro de concesreverteria sem nus para a Unio, junto com as instalaes de mineraor causa das a navega- e estrada de ferro. A ICOMI no entanto pretendia apresentar sugestebilidade do rio Amapari seu aproveitamentoe desenvolvimento, transformando-a em cidade abinterrompida em alguns pontos; oque dificultou bastante o acesso a terceiros, quando houvesse alternativas de trabalho na regio. ComSerra do Navio na fase inicial de nhia trabalha hoje ativamente na pesquisa dessas alternativas.aproveitamento das jazidas de Quanto Vila junto ao porto, teria como destino sua abertumangans. comunidade. As casas seriam repassadas a terceiros, chefes, funcion

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    e demais pessoal, que iriam trabalhar em outras atividades produtoras aserem pesquisadas. Era desejo da I OMI que se deveria envidar todos osesforos para que esses conjuntos urbanos principais, mantidos por ela,atingissem as qualidades de uma cidade exemplar: uma sociedade deindivduos, com o fim de proporcionar o bem-estar a todos, representadopela segurana pessoal, sade, cultura, lazer, liberdade, facilidade deaquisio de alimentos e dos bens desejados etc.

    No deveria ser, em hiptese alguma, um aglomerado humanotransitrio, a ser relegado ao abandono, uma vez exaurida aquela mina.

    Os pontos de vista da I OMI eram os mesmos que os meus. Foi-meconfiado o planejamento, com bastante liberdade de ao. No era,porm, simplesmente um contrato de projeto de vilas e casas, e sim,implicitamente, a responsabikidade pelo funcionamento daquilo que sepropunha. Comeamos p atentar para os planos, que deveriam sersimples para se porem em ptica, e bem estudadas as formas de agrupa-mento, com o fim de resultar em economia de infra-estrutura e construodo equipamento. No fazer o que pudesse gravar a manuteno comgastos excessivos, sob pena de deteriorao.

    Uma comunidade como a desejada deve ser, em seus primeirostempos, fechada a terceiros, seja para moradia, comrcio ou prestao deservios, at que se concretizem os hbitos de viver em sociedade. Nadase deve alienar, por venda, concesso ou a que ttulo seja. Conhecamoso homem que ia habit-la e seus hbitos.

    Sempre acreditei que uma implantao urbana deve ser feita feiode seu morador e no uma imposio qual ele tenha de se adaptar. Issopara que ele se sinta bem e coopere em seu aprimoramento. Mas, vilas depropriedade de organizao privada, e que proporcionam todo o confortoe segurana, no incentivam o esprito de luta, necessrio conquista debens desejados e sua futura independncia. Antes, desencorajam essesindivduos de possurem suas prprias casas, tornando-se mais e maisdependentes. Mantendo-as restritas ao uso da populao de empregadosda empresa, habituados disciplina hierrquica, esses logo se adaptam sobrigaes e aos regulamentos, simplificando a administrao e a manu-teno. Bem dirigidas, tornam-se uma escola de vida gregria, de respon-sabilidade e respeito mtuos. presena de uma Companhia dirigindo eadministrando essas comunidades deve ser discreta, para no ser antiptica.

    A instituio de um Conselho Municipal, formado por moradoresfuncionrios, resolvendo problemas comunitrios em conjunto com seusadministradores, ivra a Companhia de muitos aborrecimentos. Os nus damanuteno e direo, porm, sempre cabero Companhia proprietriado conjuto. Deve paulatinamente ir admitindo comrcio e servios deterceiros, estranhos aos servios da Companhia, no tolhendo esse direito

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    tambm a dependentes de seus empregados; enfim, deve permitir a toaqueles que, obedientes a regulamentos e obrigaes, queiram coopepara o bem-estar comum.

    Com alternativas de trabalho que vo surgindo, a Companhia drepassar, grada tivamente, aos empregados ou a terceiros, ha bitacomrcio, servios, na forma mais adequada, incentivando a procuranovos meios de renda e, conseqentemente, o aparecimento de noempregos. Espera-se que, com ra zes implantadas, a comunidade paulnamente se atualize, beneficiando-se das vantagens que o progreproporciona. Alcanado esse estgio, desenvolve-se a vida coletiva eforma o carter da cidade. O crescimento migratrio de indivduosformao e idias variadas pouco muda sua caracterstica, dada a natadaptao ao meio ambiente, se esse crescimento forpausado e ordenaO crescimento vegetativo age como elemento moderador das possvdistores, de vez que seus componentes so herdeiros dos propsitossua formao.

    Contratados os nossos servios, visitamos casos congneres aqui eexterior, para sentir mais o problema, as vantagens ou inconvenientescertospartidos, as queixas mais comuns, enfim, toda a orientao que fotil na implantao da administrao. A seguir, procuramos conhececondies fsicas da regio, o homem que a+bitava, seus costumes,casa, os meios de comunicao, de transpgde, de tudo, enfim, que fotil consecuo dos planos. Era necessrio saber dos materiais dispoveis na regio e at como se opera uma mina. As caractersticas locais, passamos resumidamente a descrever, se reportam aos anos 50.

    As jazidas situadas em regio de relevo acentuado eram cobertasflorestas tropicais, de difcil penetrao e somente parcialmente nmargens dos rios, que constituam o nico meio de comunicao existebastante precrio, de vez que apresentavam inmeros acidentes em scursos. As jazidas, ento, estavam isoladas e muito distantes de quaisqoutros centros de apoio. Matas de grande variedade de espcies; mdevido ao baixo teor de fosfatos e carbonatos em seu solo, tornavam dia explorao de suas madeiras para construo. Terreno em geral latertcido, de pouca pedra e de areia muito fina. Chuvas abundantes cmdia anual total de 2.000 mm e mxima de 700 mm por hora. Nos mede estio (setembro, outubro e novembro) o mnimo de 60 mm por mTemperatura mdia de28 O C com mxima de 32 OC, Umidade relativacasa dos 90 . Ventos alseos fracos. Enchentes tornavam arriscado o das margens dos rios para implantao urbana. As condies climtieram propcias formao de mofo, de fungos e para reduo da vidade muitos materiais. Enfim, um trabalho muito grande para o arquicontornar esses inconvenientes.

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    Projetar para lugares prximos s zonas produtoras de material deconstruo familiar aos arquitetos que, conhecedores de seus segredos,sabem at que ponto podem remanejar o projeto, mesmo depois deiniciadas as obras, adaptando-o aos caprichos da produo, sem causarprejuzos ao mesmo, alterando ou substituindo partes. bem diverso oprojeto para zonas distantes, sem recursos, sem tradio de construo,desconhecidos os materiais e suas qualidades, at mesmo por seusprprios habitantes. Nesses casos, o projeto deve ser completo, preciso,com a margem necessria a adaptaes locais, econmicas ou estruturais,permitindo versatilidadede tcnicas e prioridades de servios, facilitandoao construtor os meios para cumprimento dos prazos.

    Quanto s casas e zonas de uso, aps pesquisas e consultas, examina-dos os prs e contras de cada sugesto, concluiu-se pela diviso das vilasem dois setores, devendo ainda haver.dentro de cada um unidadesresidenciais com reas difegwtes, para atender aos mais variados casos.Esta medida poderia parec discriminatria, no houvesse razes que alevaram a ser adotada como a melhor das solues, principalmenteconsiderado o longo prazo, como passamos a explicar.O operrio da regio, em geral, tinha condies de moradia bastanteprecrias, com casas desprovidas de boas instalaes sanitrias, de esgo-tos, de entelamento, ou mal protegidas das intempries. Enfim, muitoaqum daquilo que a COMI poderia oferecer, mesmo sendo do tipoeconmico, isto casas salubres, atendendo a todos os requisitos neces-srios ao bem-estar do morador. Tnhamos absoluta certeza de satisfaz-10 com o que pretendamos oferecer. o pessoal categorizado, em geralde outras regies dotadas de mais conforto, com bom ensino profissionalou superior, com maior responsabilidade de direo de servios, contra-tados para determinado tempo de trabalho, dificilmente se radicaria noTerritrio, pois sua promoo seria a de trabalhar em centros maiores, ondea Companhia tambm tivesse interesses, ou ento voltara seus Estados. Umdos atrativos que se poderia oferecer a esse pessoal, que provavelmenteno investiria dinheiro na regio, seria o de oferecer uma casa dotada deconforto e at certo luxo, o que por seus prprios meios, em sua terra,dificilmente poderia conseguir.

    Esses dois setores ou grupos de casas seriam separados pelos equipa-mentos comunitrios de comrcio, servios, escolas, clube etc. Um grupo,composto de casa de hospedagem, refeitrios e casas de chefia, precisariaser mantido pela Companhia por longos anos. O outro, onde se concen-trariam o grosso dos empregados e o centro cvico e comercial, poderia serrepassado antes e poderia se constituir no embrio de uma comunidadeindependente.

    Sendo a regio coberta de espessa mata, faz-se necessrio o seudesbaste para as reas a serem construdas. Esse no deve, porm, serlimitado a essa rea. Antes, devemos encar-lo sob outros fatores, quais

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    sejam o da necessidade de ventilao e o de abrir perspectivas sobpontos de interesse, valorizando a paisagem local.Para evitar futuros desastres com quedas de rvores, as quais na mase apiam umas s outras, a derrubada deve ser total nessas reacuidando-se logo do plantio de espcies de menor porte, de floracolorida, decorativas e mesmo frutferas, nos espaos livres destinadosparques ou ptios de recreio, sombreando e protegendo o terreno, mesmo tempo que proporcionando aspecto esttico e agradvel aconjunto.

    Fazendo-se as vias de distribuio envo1ventes;-limitaramos supequadras, sendo estas as nascentes de outras envoltrias. Vielas convergetes, partindo delas e dando passagem somente a veculos para a coleta lixo, ambulncias, mudanas e servio de incndio, dando maiorseguraa ao pedestre, serviriam de ligao ao centro do conjunto, onde esto edifcios d interesse comum.

    Tendo a orientao como uma constante e fazendoprojees e recuno alinhamento das unidades, poderamos formar espaos ntimosagradveis, como praas de encontros e de brinquedos para as criandos conjuntos dessas unidades, evitando a concentrao delas nos espapblicos, junto aos clubes, centro de compras etc.

    Dentro da vastido e grandiosidade da regio, ao mesmo tempo qsua pequena densidade demogrfica, o sentido espacial toma caracterticas especiais, de importncia predominante,*nto no sentido econmida construo quanto na conservao dos k?vios e espaos pblicoAssim, o adensamento exagerado medida econmica no justificvediante da imensido regional. A separao tambm exagerada traz, comconseqncia, a conservao onerosa e talvez impraticvel. A conform

    fogo uma simples torta d e o do terreno; o clima e a esttica tambm devem ser fatores determinantbarro da proporo entre espao construdo e espao livre.Devemos levar em considerao o advento do automvel, mesm

    para assalariados de menorpadro, assim dimensionando vias, vielas etem funo do mesmo.

    O alinhamento das habitaes, dada a situao geogrfica das ciddes, deve ser leste-oeste, para as construes em geral. No caso de conflentre esta exigncia e condies do solo, a primeira deve prevalecer.

    Para manifestaes cvicas ou religiosas, deve ser estudada uma praligando os diversos edifcios de uso ou interesse pblico, podendomesma conter a populao da vila e mais os visitantes. Os prdios deveser dispostos de maneira a manter o maior tempo possvel vida na praAssim, pela manh teramos o movimento de compras, tarde do clubecompras, noite o clube. Aos domingos, pela manh, servios religiosoA escola deve estar prxima a esse conjunto.

    As camas so redes pendurad as ao O local da feira livre, para abastecimento de verduras, aves, ovorelento fornecidos por pequenas chcaras das vizinhanas (cuja formao de

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    ser incentivada , dever serprximo ao centro de abastecimento, o mesmoacontecendo com a fbrica de gelo. Os servios administrativos, polcia,cartrio, agncia bancria e de correio etc., devem fazer parte do CentroCvico-Comercia I-Social.

    Nenhum edifcio de uso coletivo deve distar mais de 500 metros dasdiversas casas. O hospital, porm, deve estar situado em local isolado, comgrande rea de proteo sua volta, e ainda em local bem ventilado. Alocalizao dos alojamentos de solteiros em relao s residncias defamlias assume importncias de carter moral, em localidades de rotinamontona.

    Rancho caboclo n Amaz

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    Praa Cvica e Centro C omerc ial. 4 Hab itaes ope.rrias.5 Alojamentos de;solteiros.Estdio e quadras esportivas.7 Habitaes do pessoal de n velmdio.8 Habitaes de funcionrios gra-duados.9 Recepo Casa de Hspedes ealojamento de funcionrias solteir

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    Escola e Primeiro Grau

    Centro Comercial

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    Escola de Primeiro Grau

    Centro Comercial

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    Caractersticas do pro jeto

    s bre o projeto e construo das casas e demais edifcios vale apena nos estendermos ut~ -~zpouco ais, acompanhando as explicaes deBratke: nosso ponto h ista que a casa operria geminada, de duasunidades, num sentido geral, prtica no convvio de seus moradores, erelativamente econmica na construo e manuteno, contribuindo paraum equilbrio razovel entre espao verde e espao de construo.

    A variedade de cores externas das casas, bem explorada, como porexemplo em empenas laterais fora do alinhamento retilneo, d a sensaode maior espao, alm de criar notas alegres dentro daquela monotonia deverde e azul.

    Debatida a questo planta e elevao das casas dos trabalhadores,chegamos concluso de que seria mais prtico, tendo em vista amanuteno, reduzir ao mnimo as variaes de planta, mantendo-sesempre o mesmo bom acabamento. As casas para o pessoal categorizadotambm deveriam ser somente de dois tipos, de reas diferentes, isoladase de acabamento fino.

    As casas em geral deveriam divergir entre si pelo tamanho, maiornmero de peas e acabamento. Ventilao, higiene e as melhorescondies de habitabilidade delas deveriam ser um termo comum.

    1 Casa tipo A habitaogeminada)1 Dormitrio.Sala.Cozinha.4 W C e chuveiro.5 Servio.2. Casa tipo B habitaogeminada)I Dormitrio.2 Sala.Cozinha.4 W C e chuveiro.5 Servio.3 Casa tipo C habita ogeminada)I Dormitrio.2 Sala.Cozinha.4 W C e chuveiro.5 Servio.

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    4 Casa de funcionrio graduadoDormitrioSala de estar

    3 Sala de jantar4 CozinhaLavanderia6 Quarto de empregada7 Sanitrios8 Terraqo9 Ptio10 Abrigo auto

    5 Casa de funcionrio graduadoI Dormitrio2 Sala de estar3 Sala de jantar4 CozinhaLavanderia6 Quarto de empregada7 Sanitrios8 Terraqo9 Ptio

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    Mesmo a casa operriamereceu do arquiteto bem cuidado.

    No muretas nem das casas. Apenas a rno fundo limitada p

    Casas operrias geminduas. Os beirais so aprotegendo o interior contra o excesso de in

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    s casas de funcionrios e tcnicose nvel mdio dispem de terraonafrente.

    s para o pessoal administrativoestas corresponderiam ancias de classemdia e mdia-m centros urbanos maiores.

    adeira e de telas nos vos deaixilhos otimiza a ventilao eontrola a incidncia da luz solar.

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    Alojamentos para empregadossolteiros

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    ateriaisde construoonhecendo o clima e condies da regio, o comportamento e as

    aspiraes de seus habitantes, pesquisamos os materiais, em sua natureza,exequibilidade de obteno econmica, segurana no transporte, versati-lidade no uso, simplicidade no manejo, para seleo do mais indicado epara equacionamento dos sistemas de construo. Dos materiais da regiopoderamos contar com madeiras, e assim mesmo em condies relativa-mente difceis, devido falta de estoques locais e de estufas de secagem.No existia tradio de construo na regio. As propriedades da maioriade suas madeiras eram desconhecidas; assim, foram escolhidas de acordocom conselhos e nformaes locais e do Instituto de Pesquisas Tecnolgicasde So Paulo (IPT). andiroba e o louro, para estruturas protegidas contraa intemprie; sucupira e massaranduba para obras expostas. Para pisos, amais indicada e encontrada com relativa facilidade era a sucupira. Nohavendo na regio fabrica? em escala industrial de folhas de portas emmadeira compensada pr@a d gua, ou de cupim, recorreu-se s inds-trias do sul do pas; o mesmd acontecendo com o escasseamento do cedro,que obrigou a compr-lo nos Estados vizinhos. O cedro, encontrado commais facilidade no Amazonas, foi usado para obras internas.

    As obras de concreto seriam limitadas frao mnima, por falta depedregulho, conglomerado ou pedra para ser britada nas imediaes, emcondies econmicas; e ainda pela areia muito fina, inadequada paraconcreto. Para substituir a pedra, s existia a laterite, com dureza econsistncia inferiores quela, e que somente serviria para obras de poucaresponsabilidade.

    Na impossibilidade de se conseguir, em prazo reduzido, a quantidadenecessria de tijolos de argila, escolhemos em seu lugar o bloco deconcreto. Apesar do bloco de concreto, j inicialmente de custo maiselevado que o ti jo lode argila, ainda com seu preGo agravado dado o tipoinadequado de arei, e tambm ter taxa inferior de proteo ao calorluminoso, seria o nico substituto em condies prticas para as obras. Eleapresentava ainda a vantagem de ser fabricado no local das obras, commquinas de preo reduzido e com essas poderamos fabricar tambmoutros produtos, como elementos vazados, peitoris etc.

    oblia e decoraos futuros habitantes da vila no tinham capacidade financeira

    para, nos primeiros tempos, mobiliarem e equiparem suas casas. Dirigentese funcionrios de maior categoria no se arriscariam a trazer de seus lugaresde origem moblia ou equipamentos enquanto no tivessem a certeza deadaptao de suas famlias naquelas paragens. Tambm o tempo de

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    contrato de servio era relativamente curto, para compensar despesastransporte e avarias. No restava, pois, outra soluo qual a da ICOassumir tambm essa responsabilidade.

    Dada a quantidade vultosa necessria, de moblia e outros equipamtos, ficou resolvido projetar tudo que se relacionasse com o interior casas, atendendo condies e facilidades locais, tendo em vista cureposies e o cuidado de no tornar o conjunto montono.O Territrio do Amap no possua fbrica de mveis, de equipamtos domsticos diversos, nem quem se dedicasse aos mais simples trabalde decorao das casas. Montou-se oficina completa, com seescarpintaria, marcenaria, serralheria, pintura e estofamento. Sua direoentregue a profissional habilitado, com experincia na regio, contrataelementos locais como aprendizes, os quais se tornaram depois excelenprofissionais.

    Resultado interessante foi a criao, em Macap, de uma atividmanufatureira nova, pequena mas ativa. Seus operrios, treinadosICOMI, tornaram-se bons artesos e tiveram a possibilidade de comeseus prprios negcios.

    Nas oficinas artesos treinados pela Lustres foram feitos no Sul, porm com desenho prprio. Os demI OMI trabalham n a fabricao e equipamentos, quando possvel economicamente, foram feitos sob demontagem de mveis. nho dos arquitetos, em diversas praas do pas .

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    onstruo e fiscalizao da o

    Lustres e lu min rias foramfabricados con forme desenhosfornecidos pelo arqu iteto.Mu itos dos mveis desenhados peloarquite to podem ser vistos emfotografias apresentadas em outraspginas deste livro.

    A Construtora Amaral e MeHo Mattos Ltda., de So Paulo, escolhida para construir todas as edificaes das vilas da I C O M I . Essa feescolha veio de enco ntro aos desejos de Bratke, no sentido de uti l iza r umconstrutora de por te mdio, acostumada a lidar co m obras diversificadadesde residncias at hospitais. eng. M e ll o Mattos, diante das dific ulddes encontradas na mo-d e-obra loc al, le vou para o Amap engenheiroseus melhores mestres e oficiais especializados, c om os quais form ou umverdade ira escola das mais variadas especializaes em obras: fabricade tacos, esquadrias, assentamento de blocos, azu lejos e pastilhas, pintureletr icidade, encanamentos hidru licos etc. Formando, com a turm a locque era vida de conhecimentos, um a equipe de. bo m gabarito, qrealizo u acabamentos co mpa rveis aos de construes finas dos grandcentros d o Sul do pas.Notamos que, em alguns trechos de seus relatrios, Bratke se refeaos arqu tetos , no p lura l. Estava ele assim assinalando a colabo raentre outros, dos arqs. Ernesto BofiII e Dom ingo s Mazz ei, qu e trabalhavaco m e le na poca em So P aulo e que foram designados para a dura tarede fiscalizar as obras do Amap, ficand o Bo fill encarregado da V ila Sed o Na vio e Ma zze i da Vil a Amazonas. Eram os chamados arquitetresidentes . Por quatro anos, durante a execuo das obras, ficaramo rand o no Amap. A lm de f iscalizarem a execuo dos projetos, os doarquitetos cuidavam de fazer adaptaes quando exigidas por situaimprevistas. Participaram tam bm na criam$os mve is e equipam ent4domsticos.

    s projetos arquitetnicovisitantes que chegam ho je a Vila Serra d o N av io icam sempagradavelmente impressionados co m as residncias e os edifcios de ucomum que l encontram. N o tenho a inteno de comentar os projetarquitetnicos, pois os esclarecimentos dados aqui pelo prprio arquitem e parecem su ficientemen te claros e objetivos. Bastar, ento, apresenilustraes exemplificativas desses projetos, na forma de plantas-tip

    perspectivas e fotografias. Certamente a arquitetura de O sw ald o B ratkesempre de bo a qualidade, sendo sua caracterstica m arcante a preocupo c om os detalhes. Vam os deixar q ue o arquiteto aborde alguns aspecdos projetos, transc revendo mais alguns trechos d e seus relatrios:Foram feitas viagens, p el o arquiteto, pa ra observar instalacongneres nos pases vizinhos, de cli m a quente-m ido. Fo i dispensaconsiderv el ateno, em todas as fases d o projeto, quanto ao r isco q

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    representariam solues incompatveis com os futuros habitantes. Existemvrios exemplos, no mundo atual, de violao do orgulho nacional, dehbitos e costumes, pelos planejadores encerrados em torres de marfim .O arquiteto foi responsvel principalmente em evitar muitas armadilhasnessa sensvel rea. Dos poucos livros de referncia, tratando de projetossemelhantes, um foi de utilidade: Housing and Building in Hot-DryClima es .

    A preferncia do arquiteto por uma urbanizao informal, noretilnea, encontrou apoio da ICOMI e se adaptou aos terrenos existentes.

    Ruas formavam curvas ou paralelogramos. A localizao das casas,sem alinhamento retilneo, evitava uma simetria desagradvel. Os espaosentre as unidades obedeceram a regulamentaes de segurana, bemcomo a postulados es t t i~s . oi decidido que todas as casas ocupariamespaos livres, sem d ivisks formais como grades ou cercas separando asunidades, s devendo existir muros ou outro tipo de vedao entre umgrupo e outro de casas, ligeiramente afastados, determinando assim a partede manuteno do terreno em frente s casas, a cargo da Companhia. Estadeciso permitir considervel economia para implantao da estruturaurbana, pois foram passadas as redes de eletricidade, esgoto e gua potvel,nos fundos das casas, na separao virtual dos quintais, permitindo umafcil conexo destas no sistema secundrio de distribuio.

    As casas, no setor residencial permanente, foram geminadas e alinha-das pelos fundos, cada quatro unidades, facilitando assim as conexes sredes e permitindo grupamentos informais escalonados.

    Considerando-sea situao equatorial da Vila, a orientao solar dosambientes, com aberturas preferencialmente nas fachadas Norte e Sul,prevaleceram sempre, prioritariamente, sobre condies s vezes desfavo-rveis do terreno; e ainda da direo dos ventos, pois considerou-setransponvel a adaptao da edificao ao terreno e a captao dos ventosdominantes do Leste e Nordeste, para a qual se alinharam as fileiras de casase/ou edifcios dos grupamentos, na direo Leste-oeste.

    O desmatamento e abertura de canais no mato modificaram at adireo dominante dos ventos, permitindo que nos beneficissemos destasventilaes.

    As reas de expanso a serem includas no planejamento, de acordocom pedido da /COMI, foram providenciadas em quadras adicionais,previstas dentro do traado virio, no setor do bairro residencial permanen-te. No bairro residencial destinado aos funcionrios de permannciatemporria, a expanso foi prevista dentro dos lotes, omitindo a construoda edificao, para sua posterior ocupao.

    Embora a temperatura na Serra do Navio no seja to alta como emoutras regies quentes, a elevada umidade produz condies de vida muito

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    M h o naltico, evidenciandoas condiaes naturaise ilumina*, insolao e ventilao. Neste seror resiaenciai esrau as iiabitaes operriasdestinadas a pessoal de nvel mdio.

    L

    - - b .ul e WHIw tt 4~*~ e W d 2b* N1@-v-- * z2= , . w b . v & i c H L * w- L do c 0 U Y e - i- ] d ; r w b ~ m u l < d c-OMema de ventilao cruzada, adotado nas habitaes; complementado com beirais largos, que controlam a incidnd a r e asseguram ptote@io contra g chuvas.

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    desconfortveis, especialmente quando se soma a umidade natural da pele;porm, a mais suave brisa sobre a pele reduz esse desconforto, na medidaem que a pele vai secando. Assim, todo esforo foi feito para tirar partidodos ventos que prevalecem no local, particularmente noite. Aberturas deventilao foram feitas nos topos das paredes exteriores, longitudinalmentee at nas empenas laterais das casas. Instalaram-se portas t ipo veneziana noacesso e nos cmodos das casas; anelas e venezianas, abertas desde o tetoat o cho nas fachadas, possibilitando a ventilao e passagem do ar,beneficiando as pessoas tanto sentadas quanto at deitadas.

    Tambm foram utilizados painis decorativos de elementos vazados,em substituio de venezianas, que permitiam gozar da ventilao na tura .Todas as aberturas foram enteladas com tela mosquiteiro fixa, comoproteo contra insetos e outros animais.

    As estruturas de telhado, na maioria das edificaes, foram projetadasde maneira a garantir se* uma camada de ar em movimento, comoisolamento entre a cobertura de fibrocimento e o forro de madeira.

    Ainda o forro, diretamgnte sob a estrutura, mantinha a inclinao deduas guas, favorecendo com sua inclinao a extrao da camada de arquente acumulada atravs das aberturas de ventilao deixadas nasempenas das casas. Era de tbuas macho-e-fmea, de 2 cm de espessura,especificao muito polemizada pelos fornecedores por ser fora de padro,mas que prevaleceu como uma boa opo de isolao natural prpria daregio.

    Beirais largos e painis de elvazados protegem os corredexternos de circulao.

    Casas oper rias geminadas dormitrios. Telas venezianmveis de m adeira e elemenvazados recursos adequadoclima tropical da regio forbastante utilizados pe lo arqu

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    Residncias de funcionrios graduados

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    Os telhados em geral eram de duas guas sem guas-furtadas nemcalhas. Estruturas com vigas mestras longitudinais de 8 x 20 a 8 x 25 cmcaibros transversais de 5 x 15 cm balanceados nos extremos e ripes de7 cm por cima destes para emparafusar as telhas de fibrocimento.

    Largos beirais geralmente de 1 20 m foram adotados como proteoao mesmo tempo do sol excessivo e da chuva na maioria das casas sendoprolongados para mais de 1 50 m nos alojamentos para solteiros e nosprdios pblicos onde serviam como cobertura de circulaqo pblicaexterna e de terraos.

    Foi difcil estabelecer um equilbrio entre as variaes de planta efachada. Algumas variaes eram indispensveis para no criar monoto-nia. Mas variaes custam dinheiro. As solues finais foram as seguintesnenhuma modificao foi feita nem na planta nem na fachada das casasdo staff tanto jnior quanto snior. As cores das pinturas so ao mesmotempo vivas e variadas. As casas operrias sendo mais juntas e em maiornmero requeriam outra soluo. No houve mudanas nas plantas nemnas fachadas laterais ou posteriores; somente as fachadas da frente foram

    Residnciasdestinadasa pesso le modificadas. Todas as empenas laterais foram desprovidas de janelasnvel mdio especialmente tcnicos que Provou ser de grande economia.e chefes de servio. Todas as casas do staff foram providas com ptios internos de servio.

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    Dedicou-se especial ateno ao planejamento para os solteiros, parcularmente em seu tempo livre. Todas as construes para os solteiros tamplos terraos cobertos para circulao, alm de salas de estar. Clubforam organizados a fim de que os solteiros dispusessem de locais paradivertirem por sua conta, sem invadir ou serem inibidos pelas atividadgerais.

    Nas casas do staff, as salas de estar e de jantar ocupam uma mesmrea. No mobilirio esto includas divises mveis, permitindo ao ocpante possveis variaes em plantas. Todos os armrios de cozinhabanheiro so elevados do cho, para facilitar a limpeza.

    Todos os quartos das casas operrias tm tbuas' de I 6 de seinstaladas pelo menos numa parede, na altura do'ombro, pintados mesma forma que as guarnies e portas. Os ocupantes usam essas placpara pendurar roupas, quadros, armas e congneres, sem danificarpintura das paredes.

    Devido qualidade inferior da areia e dos blocos de concreresultantes, cintas de amarrao foram feitas sobre o topo das paredeComo no foram planejadas calhas, isto e mais a intensidade das chuvlocais provocariam respingos nas paredes. Para evitar isso, as paredforam ressaltadas sobre o embasamento, o qual foi pintado da mesma cdo solo.

    Na construo, foi usada uma tcnica pojco usual: as obras comeram, pode-se dizer, pela cobertura. Na regio amaznica so muelevados os ndices pluviomtricos; temo &li cerca de nove meses chuva para trs meses de estio. Assim, para no atrasar o andamento d

    Ambientes de estar amplos bemabertos para o exterior.Na arquitetura de Bratkepredominam as linhas horizontais.

    Os alojamentos para operriossolteiros incluem refeitrioshospedagem ambientes pararepouso e lazer.

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    __ scola

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    ii6rioe Cinema

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    obras e obter espao para estocagem dos materiais de construo, procu-rou-se executar as coberturas logo no incio, partindo depois para aalvenaria, as instalaes e os revestimentos .

    Cabe comentar como curiosidade que as famosas venezianas mveisde madeira para proteger os vos entelados hoje amplamente utilizadasna regio tiveram sua origem logo no incio nos primeros acampamentosde obra. Pelo que Bratke me contou ele montou o primeiro prottipocaseiro de veneziana para atender solicitao de um engenheiro ameri-cano que l trabalhava. A coisa fez sucesso e acabou sendo utilizada emtodos os acampamentos e at em algumas casas de Macap. Fosteriormen-te j na fase do projeto introduziram-se ferragens de alumnio pretpriaspara esse fim importadas dos EUA que caracterizam at hoje as constru- Nasf mos s venezianasSes das vilas da ICOMI. Essas ferragens passaram a ser fabricadas por uma madeira o proj to origiindstria montada em Belem do Par por um ex-funcionrio da empresa pr gos comuns e grampque abastece o mercado de esquadrias de venezianas mveis em todos osEstados do Norte.

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    Vias de pedestres com am plas reaslivres e seguras para o lazer dascrianas.Abaixo resoluo de maneiraeconm ica e eficiente da drenagemdas guas pluviais

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    centro de compras re ne lojas Deve ser estabelecido um mximo para consumo gratuito de energiescritrios administrao prestao eltrica e de gua, aplicando taxas fortemente progressivas para consumode servios e lanchonetes. em excesso, disciplinando assim o seu uso.Para evitar a formao de uma gerao marginal ou parasitria nas

    vilas, com o correr dos anos, deve ser introduzido o ensino artesanaprofissional, preparando a mocidade para uma vida til, de maioreconhecimentos, favorecendo o estabelecimento de novas atividades noTerritrio e criando novas riquezas e empregos, alm de propiciar um meiode distrao para as horas de cio.

    Quase como complementao da escola artesanal, um clube dsenhoras extremamente ti l para a populaa local, com a finalidade decongregar as donas de casa, levando o benefci4dos conhecimentos das depadro mais elevado, s outras de condiesenos favorecidas, transmitindo ensinamentos de costura, manejo de cozinha, boas maneiras etc.Deve-se incentivar o aproveitamento dos espaos entre os fundos dacasas para hortas, pomares e criao de aves.

    importante embrar que, quando foi elaborado o projeto da Vila Serrdo Navio, h mais de 30 anos, os costumes sociais da populao eramdiferentes dos de hoje. Havia mais convvio entre as pessoas, as famlias sereuniam e se visitavam com mais frequncia.

    Hoje, com a disseminao dos equipamentos eletrnicos de comunicao, especialmente da TV as informaes e o lazer so trazidos paradentro de cada casa; h uma acomodao, as pessoas preferem ficasentadas na sala, assistindo aos programas. O convvio social ficouempobrecido. Em face das caractersticas da poca, no plano da Vila Serrado Navio, foi dada muita importncia Praa, ao Centro Cvico. Este seriao ponto de encontro da populao, onde as pessoas se conheciamformavam amizades. Era onde, normalmente, comeavam os namorospreparavam-se casamentos, formas caractersticas de convvio social daspequenas cidades do interior de nosso pas.

    Sem dvida nos primeiros tempos a Prac;a desempenhou com sucessoessa relevante funo. Hoje, com a introduo de novos hbitos, suaimportncia no contexto urbano local deve estar diminuda.

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    Refeitrio na casa de hspedes. Dentro do supermercado podemos at esqueceestamos no meio da selva amaznica.

    Equipamentos sociais e servios pblicos

    mensionamento e localizao dos equipamentos sociais desade, educao e lazer so tarefas importantes no planejamento urbano,implicam adequado conhecimento e anlise das informaes pertinentesa nveis culturais e econmicos, costumes, faixas etrias e de rendas,condies do meio ambiente etc. Exigem participao de consultoresespecializados em cada setor. E naturalmente, dependem dos padres deatendimento que se pretenda adotar em cada caso. Na Vila Serra do Navioesses padres seriam altos, por recomendao expressa do prprio cliente,a ICOMI, na palavra de seu presidente eng. Augusto Antunes.

    Em face dessa recomendao, Oswaldo Bratke contou com a colabo-rao de alguns consultores de reconhecida competncia. Na rea deeducao, os programas obtiveram a superviso e aprovao da prof.Carolina Rodrigues, notvel educadora paulista. Na rea de sade, otrabalho foi desenvolvido pelo eminente mdico dr. Paulo Cesar deAzevedo Antunes I ) , secundado pelo mdico dr. Hermelino Gusmo ', quemais tarde publicou um livro em que detalhou a atuao do setor sade nasvilas da ICOMI no Amap, sob o ttulo: Programa de Sade integradoaocomplexo da infra-estrutura social .

    E i s a lista dos principais equipamentos sociais includos no p l ~ o2Vila Serra do Navio, quase todos localizados no setor residencial&-c:

    (1) prof. Paulo Cesar deAntunes, sanitarista, pesqucientista de prestgio naciointernacional, professor emFaculdade de Sade PblicUniversidade de So Paulofoi diretor, orientou e coorPrograma Integrado de Saaplicado com sucesso na Vdo Navio e na Vila Amazon(2) prof. Hermelino HerGusmo fo i professor da Fde Sade Pblica da UniveSo Paulo e diretor da ICOpart icipou com o dr. Pauloda orientaco e coordenaProq-ama Integrado de Sa\?Ia Serra do Navio e da VAmazonas, tendo publicadassunto, em 1991, um excIh-rosob o ttulo ProgramSade Integrado ao ComplInfra-Estrutura Social .

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    Conjunto de solteiros, hspedesestaff club. No sistema virio, nota-sea separao entre circulao deveculos e circulao de pedestres.Juntoao estacionamentoficam aRecepo e a Casa Central deHspedes.

    Centro Cvico e Comercial

    Uma escola de 1 grau modelar, dispondo de parque infantil,Um conjunto maico-hospitalar, com centro de sade e unidadeenfermagem de 3 leitos.Um clube social com cineteatro, destinado a todos-os moradoda Vila.m clube esportivo idem, com equipamentos e quadras esportiv

    destinados prtica de esportes individuais e coletivos. A fundesse clube era tambm a de canfraternizao de todos os habitates da Vila.Uma igreja, inicialmente prevista para ter carter ecumnico.

    Outros servios pblicos foram dimensionados e projetados:Instalaes para administrao espcie de Prefeitura) e sala conselho espcie de cmara de vereadores).Agncia de correio; juizado de paz, cartrio; delegacia e cadebanco, cemitrio e velrio,

    Foi ainda dimensionado e projetado o centro comercial, incluindoSupermercado e centro de compras, com lojas, barbeiros, cabereiras, lavanderia, .tinturaria e outros servios; feira livre; fbricagelo; cmaras frigorficas e armazns reguladores,

    Nosetor de abastecimentodegnerosalimentciosfoi necessriofazpesquisas exaustivas sobre.tipologia e volume de demanda dos diversprodutos, visando ao dimensionamento de almoxarifados, depsitosfrigorficos, levando em conta as temperaturasdiferenciadas exigidas pasua conservao.

    A experincia adquirida sobre isso, j na fase de acampamenprovisrio, contribuiu para avaliar corretamente esses equipamentos.

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    As rvores plantadas na fase dimplantao do ncleo urbanoapresentam aqui bem desenvol

    Detalhe de zona de lazer.

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    No conjunto que inclui Recepo eCasa de Hspedes os edifcios e aspassagens externas cobertas criamptios sombreados e agradveis.

    Vista de ptio ajardinado na CasaCentral de Hspedes.

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    idasocialErecomendvel para o convvio amistoso e duradouro em vilas

    como essa do Amap a contratao de especialista em Relaes Sociais epromotor de atividades esportivas sociais para tornar mais cheios osmomentos de cio evitando-se assim uma apatia nociva vida emsociedade. Criar o esprito de competio em favor da manuteno da coisapblica e da prpria casa. Estabelecer para esse fim concursos semestraisou anuais de conservao das casas de manuteno do verde pblico deeficincia no aproveitamento dos quintais de conservao de rvores etc.Premiando com vantagens que incentivassem esse propsito formandouma conscincia de cooperao e responsabilidade. Formar entre osmoradores da vila sociedade de proteo aos parques e demais benspblicos pagando cada um uma pequena taxa ainda que simblica paraa manuteno levando o contribuinte a exigir seu cumprimento.a

    A Praa Cvica o ponto deconvergncia da populaolocalizada junto ao setor dehabitaes operriasAdministraqoSnack bar3 ComrcioClube operrio5 Igreja6 Feira livre7 Fbrica de gelo8 Expanso lojas

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    Conjunto mdico hospital

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    Ala 1 Administrao1 2 Vestbulo entrada principal; 34 secretaria; 5 bibliotecareunies; 6 7 sanitrios; 8limpeza; 9 assistente mdico; 10engenheiro sanitarista; 11 sala deestar dos mdicos; 12 13sanitrios; 14 mdico-chefe; 15secretria mdico-chefe; 16nutricionista; 17 enfermeira-chefe;18 enfermeira de sade pblica; 19

    estatstica e epidemiologia.

    Ala 4: Centro cirrgico-obsttrico52 Emergncia e fraturas; 53higienizao; 54 sanitrios; 55trabalho de parto; 56 limpeza; 57posto de enfermagem; 58recuperao; 59 vestirio demdicos; 60 vestirio deenfermeiras; 61 depsito dematerial de anestesia; 62 ar-condicionado; 63 sala de parto; 64

    cirurgia; 65 escovao; 66cirurgia auxiliar; 67 expurgo; 68centros de material hospitalar; 69autoclave; 70 lactrio; 71 berriode suspeitbs; 72 ante-sala doberrio; 73 berrio.

    Ala : Centro de Sade20 Dentista; 21 laboratrio; 22cmara escura; 23 consultrio deotorrinolaringologia e oftalmologia;24 25 sanitrios; 26 limpeza; 27consultrio de clnica de adultos; 28

    injeo e imunizao; 29consultrio de higiene infanti l epediatria; 30 atendente; 31consultrio de higiene pr-natal eobstetrcia; 32 sanitrios; 33 salade demonstraes; 34 sala deespera; 5 fichrio central.

    Ala 5: Unidades de enfermagem74 Purperas; 75 sanitrios; 76purperas; 77 quarto de 2 leitos; 78

    sanitrio; 79 quarto de 2 leitos; 80isolamento; 81 lavabo; 82

    sanitrios; 83 isolamento; 84quarto de 4 leitos; 85 sanitrios; 86quarto de 4 leitos; 87 solrio; 88quarto de 4 leitos; 89 sanitrios; 90

    solrio; 91 quarto de 4 leitos; 92refeitrio; 93 limpeza; 94 copa;95 quarto de pediatria; 96sanitrio; 97 quarto de pediatria;98 utilidades; 99 sanitrio; 100roupeiro; 101 vo para guardarmaca; 102 posto de enfermagem.

    Ala 3: Servios auxiliares36 Lavagem e esterilizao; 37armrio; 38 laboratrio; 39 salade coleta; 40 sanitrio; 41 ar-condicionado; 42 curativos; 43depsito; 44 farmcia; 45fisioterapia; 46 sala de espera; 47vestirios; 48 sala de exames; 49cmara escura; 50 raios X; 51sanitrio.

    Ala 6: Servios gerais103 Sala de estar de enfermeiras;104 vestirio de auxiliares deenfermagem; 105 vestirio demulher-1 06 vestirio de homens;107 dgtsito; 108 refeitrio; 109

    cozinha; despensa; 111almoxarifado; 1 12 sanitrio; 113lavanderia; 114 costura; 1 15garagem; 116 depsito; 117 casade caldeiras; 118 incinerador; 119deposito.

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    Hospital:vist externa

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    iospital: Centro cirrgico~bsttrico

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    Hospital: Laboratrio e e

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    Opinies Coi~~entri Controvrsias

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    DepoimentosVi la Serra d a a v i o , por suas caractersticas inusitadas deconjunto residencial mod-erno, plantada no meio da selva amaznica, temsuscitado ao longo dos anos muita curiosidade a leigos e estudiosos. Tenhoem mos alguns recortes e publicaes da imprensa, bem como relatriosimpressos ou datilografados, que tratam daquele projeto. Normalmente, asopinies e comentrios tm sido elogiosos. Muitos incluem anlises feitaspor profissionais competentes, outros so apenas impresses colhidas porleigos que estiveram visitando o local. Vamos a eles:

    Eng. Luiz Alberto Palhano Pedroso, vice-diretor do Departamento deAtividades Tcnicas do Clube de Engenharia, Rj. Separata do n 5 daRevista do Clube de Engenharia, 1965A conscincia da necessidade de estimular, simultaneamente, ocrescimento econmico e o bem-estar social hoje reconhecida mundial-mente. ~nt ret ant oireciso que no se perca de vista o propsito essencialque deve ter esse desenvolvimento: dar ao Homem condies que lhepermitam vida condigna e possibilitem crescente elevao espiritual aolado do progresso material.Sobre a aplicaqo dos conceitos acima expostos ao caso do Empres-rio brasileiro pode-se citar como exemplo a Indstria e o Comrcio deMinrios S A . ICOMI, a qual veio demonstrar o que pode fazer, em matriade planejamento e realizao, uma empresa de carter privado decidida adar o mximo de assistncia social e sanitria a seus empregados, ao ladodo emprego dos mais modernos processos industriais.

    Rachel de Queiroz, revista O Cruzeiro ; 08/05/65. o que a /COMI? A ICOMI um milagre dentro da regio Muitas variedades de madeamaznica. Duas pequenas cidades que parecem o sonho de um urbanista puderam ser aprovelrico. Duzentos quilmetros de estrada de ferro. Um porto onde encostam construqes tanto em pegatransatlnticos. Nas cidades h escolas, hospital moderno, supermercado, estruturais quanto em reve

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    O s jardins qu e contornam a sresidncias s o plantados e cu idadospelos prprios moradores.

    clube, piscina e cinema. As casas de operrio so to boas e bonitas qua gente fica pensando com melancolia naqueles arruados tipo vila dconferncia vicentina que se constroem no Rio para abrigar faveladogua, esgotos, telefones e o mais que preciso para garantir o conformoderno naquelas duas ilhas abertas no meio da mata. Voc anda mequilmetro para l da Serra do Navio e est dentro da floresta onde, 1anos atrs, s tinham ona e algum bugre. doena braba na gua parad

    ~ dos igaps.Dr. Leandro Tocantins, renomado especialista na.ecologia e assuntoamaznicos. Conferncia pronunciada em elm do'Par, 965Penso que est em andamento uma experincia vitoriosa de casecolgica na Vila Amazonas e em Serra do Navio, comunidades n

    veneziana m vel de madeira Territrio do Amap. A foram construdas habitaes verdadeiramenentreaberta perm ite-nos vislumbrar tropicais, assimilando bem os fatores de terra, vento, vegetao, luz.o interior de uma residncia. empresa de minerao I OMI entregou a tarefa de projet-las ao arOswaldo Bra tke.O profissional contratado passou dias a medir, a sentir, a observarlocal; oprimeiro beira de um brao do rio Amazonas, segundo em plenfloresta, zona do planalto guianense.Foi muito feliz o arq. Oswaldo Bratke. Seu trabalho volveu-se numformulao ecolgica muito clara. Reflete as diversas etapas da evolusocial da regio, desde a simplicidade da ar itetura primitiva do ndioQincorporando a seguir valores regionais, eurcgr@us extra-europeus.uminteligente mesclagem de formas e estilos adaptveis ao meio amaznico

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    ornal e Macap artigo escrito por um padre italiano cujo nome noaparece no recorte que tenho em mos Provavelmente do ano de 1980

    O que me impressionou foi a simplicidade, a limpeza, a higi