2009_HUMANAE

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Publicado sob licença da HUMANAE. Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Humanas ESUDA (ISSN 1517-7606). Endereço: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato para referenciar este artigo: VIEIRA, Luciana Alves; BARROS FILHO, Mauro Normando Macêdo. A emergência do conceito de Arquitetura Sustentável e os métodos de avaliação do desempenho ambiental de edificações. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 1 A emergência do conceito de Arquitetura Sustentável e os métodos de avaliação do desempenho ambiental de edificações Luciane Alves Vieira 1 Mauro Normando Macêdo Barros Filho 2 Resumo O presente artigo enfatiza a emergência do conceito de Arquitetura Sustentável, a necessidade de avaliar a sustentabilidade ambiental de Edifícios Verdes e as características de cinco métodos de avaliação do desempenho ambiental desses edifícios: LEED; BREEAM; GBC; NABERS; e Green Globes. Com a análise de tais métodos, é possível verificar que as especificidades regionais nem sempre são levadas em consideração, sendo necessário desenvolver um método mais aderente para lidar com a realidade local. Palavras-Chave: Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Arquitetura Sustentável, Métodos de avaliação do desempenho ambiental de edificações. Abstract The present paper stresses the emergence of the concept of Sustainable Architecture, the need to evaluate the environmental sustainability of Green Buildings, and the characteristics of five methods for evaluation the environmental performance of these buildings: LEED; BREEAM; GBC; NABERS; and Green Globes. Through the analysis of such methods, it is possible to verify that the regional specificities are not always taken into account, being necessary to develop a more adherent method to deal with the local reality. Keywords: Environment, Sustainable Development, Sustainable Architecture, Methods for evaluation of the environmental performance of building. 1 Arquiteta formada pela Faculdade de Ciências Humanas ESUDA em novembro de 2008. 2 Professor da Faculdade de Ciências Humanas ESUDA e doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

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PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 1 A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodos de avaliao do desempenho ambiental de edificaes Luciane Alves Vieira1 Mauro Normando Macdo Barros Filho2 Resumo OpresenteartigoenfatizaaemergnciadoconceitodeArquiteturaSustentvel,a necessidadedeavaliarasustentabilidadeambientaldeEdifciosVerdeseas caractersticasdecincomtodosdeavaliaododesempenhoambientaldesses edifcios:LEED;BREEAM;GBC;NABERS;eGreenGlobes.Comaanlisedetais mtodos,possvelverificarqueasespecificidadesregionaisnemsempresolevadas emconsiderao,sendonecessriodesenvolverummtodomaisaderenteparalidar com a realidade local. Palavras-Chave:MeioAmbiente,DesenvolvimentoSustentvel,Arquitetura Sustentvel, Mtodos de avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Abstract The present paper stresses the emergence of the concept of Sustainable Architecture, the needtoevaluatetheenvironmentalsustainabilityofGreenBuildings,andthe characteristicsoffivemethodsforevaluationtheenvironmentalperformanceofthese buildings: LEED; BREEAM; GBC; NABERS; and Green Globes. Through the analysis ofsuchmethods,itispossibletoverifythattheregionalspecificitiesarenotalways taken into account, being necessary to develop a more adherent method to deal with the local reality. Keywords: Environment, Sustainable Development, Sustainable Architecture, Methods for evaluation of the environmental performance of building. 1 Arquiteta formada pela Faculdade de Cincias Humanas ESUDA em novembro de 2008. 2 Professor da Faculdade de Cincias Humanas ESUDA e doutor pelo Programa de Ps-Graduao em Desenvolvimento Urbano (MDU) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 2 Introduo A partir das ltimas dcadas do sculo XX, a conscincia ambiental vem ampliando de forma considervel em todo o planeta e de maneira expressiva no Brasil. Os modelos de crescimentoeconmicoedeapropriaodosrecursosambientaisentraramnuma profundacrise,ensejandoamudanadeparadigmasnarelaohomem-ambiente. Pressesdasociedadecivilemfacedosgraveseconstantesacidentesambientaise exaustoderecursosnaturaisessenciaissobrevivnciadasfuturasgeraes mobilizaramgovernoseempresasparaadefiniodenormaseprocedimentosque protejamoambientenatural,bemcomorecuperemouproduzamambientesurbanos ambientalmente sustentveis. Comofrutodomovimentoambiental,noinciodosculoXXI,umpequenogrupode arquitetos, que insistia em desenvolver projetos compromissados com o meio ambiente, fez surgir um conceito importante e inovador: o de Arquitetura Sustentvel. Segundo Corbella(2003,p.17),esteconceitopodeserentendidocomo:elaboraoeexecuo de empreendimentos que visem ao aumento da qualidade de vida do ser humano quanto ao ambiente construdo e ao seu entorno, integrado s caractersticas da vida e do clima locais..., alm de um uso mais eficiente dos recursos naturais. medida que a Arquitetura Sustentvel, ou Arquitetura Verde, desenvolveu-se e houve adifusodosempreendimentosecologicamentecorretos,estabeleceram-semtodos paraavaliarodesempenhoeaeficciadestesempreendimentosverdes.Oobjetivo principaldessesmtodosconsistenamedioeclassificaodosedifciosacima citados, por meio de diversas categorias, tais como: o relacionamento com o entorno; o uso eficiente da gua; o uso eficiente de energia; a utilizao de matrias-primas; entre outras. Dentro desse contexto, o presente artigo3 est estruturado em duas sees. Na primeira, realizadaumabreverevisobibliogrficasobreosconceitosdeMeioAmbiente, DesenvolvimentoSustentveleArquiteturaSustentvel.Nasegunda,soanalisados cinco mtodos de avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Com a anlise de taismtodos,possvelconstatarqueasespecificidadesregionaisimportantesnem sempre so levadas em considerao, sendo necessrio desenvolver um mtodo que seja mais aderente realidade local. 3 Oartigoapresentaoreferencialtericodotrabalho degraduaoMAIS:metodologiaparaavaliao da(in)sustentabilidadeambientaldasedificaesresidenciaisrecifensesdefendidoemnovembrode 2008,pelaex-alunaLucianeAlvesVieira,sobaorientaodoprofessorMauroNormandoMacdo BarrosFilho,nocursodeArquiteturaeUrbanismodaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA.O objetivodotrabalhofoidesenvolverumametodologiaparaavaliaododesempenhoambientaldas edificaes residenciais recifenses. No aspecto terico, fornece importantes contribuies acerca da busca de um novo padro projetual para as edificaes residenciais recifenses, com base em critrios de respeito aos ambientes natural e humano.No aspecto prtico, fornece uma ferramenta auxiliar para os arquitetos desenvolveremosprojetosresidenciaisrecifensessobaticadasustentabilidade,levandoemcontaas especificidadeslocais.Paravalidaraeficciadaferramentaproposta,estudosdecasoforamrealizados com edificaes classificadas como ecologicamente corretas e edificaes sem esta propriedade.. PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 3 1. A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel Existe uma multiplicidade de conceituaes para Meio Ambiente que, por se tratar de umcampomuitoamplo,nofacilmentedefinido.Diantedediversasconceituaes, podemosentenderoMeioAmbiente,emprincpio,comoomeiofsiconatural,que interagecomosseresvivosou,deformamaiscomplexa,comooconjuntodos elementos naturais, que na complexidade de suas relaes, constituem o marco, o meio e as condies de vida do homem (MENEGAT, 2004, p.115). Independentedadefinio,oMeioAmbienteconsideradoumelementopropulsore fundamentalparaodesenvolvimentodassociedadesatuaisesuainflunciasobreo desenvolvimentodasnaesindiscutvel(STEINBERGER,2001).Almde promoverascondiesdevidanoPlaneta,seusrecursossocapazesdefornecer energia,matrias-primaseassimimpulsionaraatividadeeconmica.Contudo,mesmo cientedosinmerosbenefcios,ohomemtemmantidoumtratoirracionalparacomo meio ambiente ao longo do tempo. ComaRevoluoIndustrial,intensificaram-seosefeitosnocivosdaaoantrpica sobreomeioambiente,omesmopassouasercadavezmaisexplorado,vistoquea demanda por recursos naturais tornou-se crescente. Diante docrescimento desenfreado dascidadesedoinsustentvelcenrioformado(aumentopopulacional,geraoe descarte de resduos, extrao de recursos naturais esgotveis e as condies de extrema insalubridadedascidadesindustriaisdosculoXIX),surgeapreocupaocoma preservao da natureza (CIMINO, 2002). Porm,somentenametadedosculoXX,comeouaseperceberqueomundoestava caminhando para um crescimento e uma explorao de recursos descontrolados, e que a urbanizao,nosmoldesqueestavasendodesenvolvida,trariaconsequncias irreversveis(CARVALHO,1997).Apartirdessemomento,tornou-senotriaa necessidadedeaesgovernamentaisurgentesparaoestabelecimentodemetase medidas de um desenvolvimento mais controlado ou sustentvel. Desdeento,pasestmsereunidoembuscademedidasquevenhamacontero processotendencialmenteevolutivodadevastaoambiental,valendo-se,paratal,da cooperao internacional diante do estabelecimento de normatizaes em mbito global que venham a parametrizar as suas atividades (CAVALCANTI, 2001). Assim,em1949,aConfernciaCientficadasNaesUnidassobreConservaoe UtilizaodosRecursosNaturaisreuniu,pelaprimeiravez,cientistasdevariadas nacionalidadesparaanalisaremagestodosrecursosnaturais(CAPRILES,2007). Outro evento de grande importncia foi o Ano Geofsico Internacional, patrocinado pela OrganizaodasNaesUnidasparaaEducao,aCinciaeaCultura(UNESCO) entre1957e1958,quecontoucomaparticipaodeoutrossetoresdocomplexoda OrganizaodasNaesUnidas(ONU),equepromoveuumsistemamundialde observao da atmosfera, coordenando o estudo de zonas remotas, como a Antrtica. O PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 4 ProgramaBiolgicoInternacional,desdobramentodoAnoGeofsicoInternacional, centrouassuasatividadesduranteumdecnio(1964-1974)estudandoaprodutividade biolgica e o bem estar humano. J nos anos de 1960, o generalizado processo de descolonizao determinou o ingresso deumconsidervelnmerodepasesrecentementeemancipados,principalmente africanos,nocenriopolticointernacional(CAPRILES,2007).Comoconsequncia, em1964,foirealizadooprimeirograndefrumdedebates,tendocomotema fundamentalasrelaesentrecomrcioeindustrializao:aConfernciadasNaes UnidassobreComrcioeDesenvolvimentoUNCTAD.Apartirdestaconferncia,a multiplicao das vozes fez sentir que a preocupao ambiental estava disseminada em todo o Planeta, inclusive nos pases considerados em desenvolvimento. Nessefoco,osmovimentosambientaisinternacionaispassaramaproporformas alternativas de organizao social e de comportamento em relao natureza. Questes comoadegradaodosoceanos,riosemares,acontaminaoindustrial,agestode dejetos,odesenfreadoprocessodexodorural,asmudanasclimatolgicaseo desenvolvimento nuclear j no podiam mais ser ignorados (JACOBI, 2006). Debatesacercadatemticaambiental,paulatinamente,ganharamnotoriedade internacional. Medidas disciplinares foram elaboradas e incentivadas a fim de que assim pudessem constituir em polticas fomentadoras do controle ambiental (STENBERGER, 2001).Dessa forma, aes internacionais em torno das questes ambientais ocorreram em todo o mundo: a Declarao de Estocolmo (1972); a publicao, em New York, da EstratgiaMundialparaaConservao(1980);oRelatrioBrundtlandpublicadona Noruega(1982)etc.Dentretaisaes,trsmerecemdestaqueemvirtudedagrande expressividade que obtiveram no mbito nacional: a ECO-92; o Protocolo de Kyoto; e a Conferncia Rio+10. Na dcada de 1990, ocorreu a Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente, aECO-92,comaparticipaode170pases.Nela,aspreocupaescomas transformaesambientais,frutododesenvolvimento,foramdefinitivamente incorporadasaomovimentoambiental,oconceitodedesenvolvimentosustentvelfoi exaustivamente discutido e houve uma ampla conscientizao de que os danos ao meio ambienteerammajoritariamentederesponsabilidadedospasesdesenvolvidos.Como produtofinal,aECO-92produziuumdocumentodenominado"Agenda21"quepode sertraduzidocomosendoumprogramadeaoqueviabilizaopadrode desenvolvimento ambientalmente racional (BRASIL, 2003). No ano de 1997, como consequncia de uma srie de eventos iniciados com aToronto ConferenceontheChangingAtmosphere,noCanad,foielaboradooProtocolode Kyoto.SegundoMarcovitch(2007),oProtocolopodeserentendidocomoumtratado internacional com compromissos mais rgidos para a reduo da emisso dos gases que provocam o efeito estufa, como a elaborao de um calendrio atravs do qual os pases desenvolvidosteriamaobrigaodereduziraemissodegasesdoefeitoestufaato ano de 2012. PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 5 A Conferncia Rio+10, por sua vez, ocorreu em 2002 em Johannesburg, frica do Sul, comaparticipaode190pases.Estacpulaveioreiterarprincpiosjnormatizados no Protocolo de Kyoto e evidenciar princpios de sustentabilidade, publicados no Plano de Implementao, um compndio de objetivos e metas a serem alcanados pelos pases participantescomocolaboraoaodesenvolvimentosustentveleembuscadeaes quefavorecessemumanovaeraglobaldadenominadaecodiplomacia(MAGNLI, 2001). 1.1. O conceito de Desenvolvimento Sustentvel OmodelodecrescimentoedesenvolvimentoeconmicodosculoXXgerouenormes desequilbrios.Se,porumlado,nuncahouveequidadenadistribuioderiquezae abundncianomundo,poroutro,amisria,adegradaoambientaleapoluio aumentaramprogressivamente.Efoidiantedessaconstataoquesurgiu,deacordo comBentes(2006),aidiadoDesenvolvimentoSustentvel.Em1987,aComisso Brundtland,atravsdoRelatrioONossoFuturoComum,tornoupblicoe proeminenteoconceitodedesenvolvimentosustentvel,jnaquelapocaconsiderado como a nica alternativa para o futuro da humanidade. Sustervemdolatimsustinere,segurar,porcima;suportar,porbaixo;fortalecero esprito,deconfirmar.Portanto,DesenvolvimentoSustentvelaquelequeresponde snecessidadesdopresentesemcomprometerapossibilidadedasgeraesfuturasde prover suas prprias necessidades (LEMOS, 2005, p. 23). NaopiniodeAcselrad(2001),foigraasaoRelatriodeBrundtland,quematrizes discursivas,taiscomoadaeficinciaedaauto-suficincia,entreoutras,foram associadasaoconceitodedesenvolvimentosustentveleadiscussoacercadotema tornou-se ainda mais rica. Desde ento, o termo desenvolvimento sustentvel tornou-seobordodasltimasdcadasesuadefinioaindapodeserconsideradabastante condizentecomasnecessidadeseanseiosdomundoatual,levandoemconsiderao uma gama de questes, tais como: econmica, social, cultural, ambiental e tecnolgica. Em1992,segundoBentes(2006),oconceitodedesenvolvimentosustentvelfoi ratificadoeaceitocomooficial,durantearealizaodaECO-92.Apartirdeento,o conceitodesustentabilidadepassouaestardefinitivamenteatreladoaoconceitode desenvolvimento. Costa (1998) um dos autores que vm corroborar essa tendncia, ao afirmarquenoexistedesenvolvimentoseestenoestiverrelacionadoaoconceitode sustentabilidade, sendo a sustentabilidade ambiental tambm incorporada ao conceito e no um tpico parte. Afirma, ainda, que o conceito de desenvolvimento deve ser bem maisabrangente,incluindoumamaiorjustiasocial,umamelhorqualidadedevida, ambientes mais dignos e saudveis, alm de um compromisso com o futuro. Diversas outras conceituaes acerca do desenvolvimento sustentvel surgiram ao longo dotempo.ParaViola(1998),porexemplo,odesenvolvimentosustentvelenvolveo Estado, a comunidade e o mercado, e demonstra a relao de cada um desses atores com aequidadeeaeficincia.Reboratti(2005),porsuavez,defendeaidiadequeo PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 6 desenvolvimentosustentveldeveser,necessariamente,umconceitoqueenglobaas facetas do desenvolvimento e que tenha como resultado prtico a elaborao de sistemas demanejoespecficosemcadasetor.OutroconceitobastantedifundidoodeEkins (1997), que considera que desenvolvimento sustentvel pode ser conceituado atravs de trs dimenses: tica, social e econmica. Devidosdiversasconceituaeseparticularidades,nesteartigo,oconceitoutilizado dedesenvolvimentosustentvelestfundamentadonostrabalhosdeSilva(2003),que levaemconsideraoabuscapelaqualidadedevida,nombitosocial,econmicoe ambiental;consideraobemestardapopulaoatualefutura,nodesperdiandoe tratando, da melhor forma possvel, os recursos naturais existentes, alm de evitar todas as formas de poluio ao meio ambiente. Combasenaalianadesenvolvimentoesustentabilidade,omundoadentraosculo XXIcomumgrandedesafioasersuperado:encontrarumequilbrioentreoque socialmentedesejvel,economicamenteviveleecologicamentesustentvel.Segundo Raulino (2007), a origem da dificuldade no reside no fato do crescimento econmico e dapreservaoambientalseremmximasquesecontrapem,justamenteporque,ao mesmo tempo em que fazem oposio, elas se integram e se completam. A dificuldade simplesmente a obteno do delicado equilbrio entre elas. 1.2. O conceito de Arquitetura Sustentvel ComadifusodoconceitodeDesenvolvimentoSustentvelemedidaquecresciaa conscincia sobre o esgotamento dos recursos naturais, muitos estudos foram realizados com o intuito de mapear os grandes viles da temerosa insustentabilidade ambiental, um dosgrandesresponsveispelageraodeimpactosambientaisnegativos.Deacordo comLemos(2005),nopanoramadeimpactosambientais,aindstriadaconstruo civilaparececomoresponsvelpelaextraodeaproximadamente20%dosrecursos naturais e como um gerador potencial de poluies atmosfrica e residual. MiguelAloysioSattler(2003)classificaosimpactosdeterminadospelaindstriada construocivilemdoistipos:impactosduranteafasedeproduodaconstruo (extrao,processamentoedistribuiodeprodutos),consideradosdemaior interferncianoambiente;eimpactosduranteafasedeutilizaodaconstruo (aplicaesnolocal,desenvolvimentodavidanolocaledisposiodosprodutos correspondentes). Natentativadeequacionartaisimpactos,surgeem2003,oconceitodeConstruo Sustentvel,definidocomo:conjuntodeestratgiasdeutilizaodosolo,projeto arquitetnico e construo em si que reduzem o impacto ambiental e visam a um menor consumodeenergia,proteodosecossistemasemaissadeparaosocupantes (ADAM, 2001, p.24). Inevitavelmente,emassociaocomoconceitodeconstruosustentvel,surgeo conceitodearquiteturasustentvel,pois,comoafirmaCorbella(2003,p.8):o PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 7 arquiteto,semdesprezarobeloeaplasticidadedasformas,[teveque]forosamente reencontraromeioambiente,cujoequilbriodefundamentalimportnciaparaa sobrevivncia da espcie humana na Terra. Apssofreralgumasmudanaseainsero/absorodediversosparmetrosemseu conceito,aArquiteturaSustentvelconsolidadaeganhalugardedestaqueem discusses de todo o mundo. As muitas frentes de discusso sobre o assunto enveredam poraspectoseconmicos,sociaiseambientais.Umaconceituaoatual,abrangentee muitobemrecebidapelosestudiososdaArquiteturaSustentveldadaporMlfarth (2003,p.31):umaformadepromoverabuscapelaigualdadesocial,valorizaodos aspectos culturais, maior eficincia econmica e menor impacto ambiental nas solues adotadas... garantindo a competitividade do homem e das cidades. OutroconceitodearquiteturasustentvelfornecidoporCorbella(2003p.17)quea define como sendo a concepo eo desenvolvimento de edificaes que objetivem o aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construdo e no seu entorno, integradocomascaractersticasdevidaedoclimalocais,almdareduodousode recursosnaturais.JdeacordocomSteele(1997,p.11),aarquiteturasustentvel consistenaproduodeumaedificaoqueseadapteaoclima,iluminao, ventilaoetopografia,tirandoproveitodascondiesnaturaisdolugarreduzindoo desperdcio energtico.Para a Ecoplano (2006), por sua vez, a arquitetura sustentvel aquelaqueconsideraouso,aeconomiaearacionalizao/eficinciaderecursos,o ciclodevidadoempreendimentoeobemestardousurio,reduzindo significativamente,ouateliminando,possveisimpactosnegativoscausadosaomeio ambiente e a seus usurios. Apesardaaparentehomogeneidadedeconceitos,anovatendnciamundialde arquiteturanopodeservistacomohomognea,poisemseuprocessode amadurecimentoedisseminao,surgiramalgumasdiscordnciastericasque induziramaformaodeduasposturas:aecocentrista,quevalorizaessencialmenteo mundo natural e iniciativas individuais de transformao na relao homem/natureza; e atecnocentrista,quedefendeumaarquiteturabaseadanamquina,estasupostamente capaz de solucionar os possveis problemas ambientais (FOLADORI, 2001). Dessasposturas,importantesmovimentossurgiram,sendoaGreenArchitecture,ou ArquiteturaVerde,omaisdifundidoeutilizado,pois,fugindoderadicalismos,visaa conciliaratradiohistricaeaspossibilidadesmodernas,emespecialatravsda aplicao de tecnologias limpas e recursos renovveis (WINES, 2000). Paulatinamente e de forma isolada, uma parcela dos projetos arquitetnicos, tanto novos quantoretrofits(reformas),passaentoaserdesenvolvidasobaticada sustentabilidade,estabelecendopadresdesustentabilidadehumanaeambiental, introduzindonovastecnologiasdemenorimpactoereutilizaodematrias-primas envolvidas (SECOVI, 2001). Surgemento,naprimeiradcadadosculoXXI,asedificaesdenominadasGreen Buildings,ouEdifciosVerdes,empreendimentosnosquaisosimpactosambientais PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 8 geradosnoprojeto,naconstruoenaoperaodoedifciosominimizadossem interferirnoatendimentodasnecessidadesdosusurios(SILVA,2000).Nesses empreendimentos,apreocupaocomasustentabilidadeestpresentedesdeafase projetualatautilizaodaedificaopelosusurios.Issodesumaimportnciade acordocomMenegat(2004),poissegundoele,nosepoderestringirabuscade sustentabilidadedasedificaesapenasquiloqueconcerneaoimpactoambientale imediato da edificao no meio ambiente, mas tambm devem ser considerados todos os aspectossociais,econmicos,culturaisepolticosenvolvidosacurto,mdioelongo prazo. Segundo Silva (2000), o conceito dos Green Buildings est em concordncia com as instrues de Menegat econtemplaas vriasesferas da sustentabilidade, ou seja,as dimensessocial,econmicaeambiental,queconstituemotripdodesenvolvimento sustentvel. A expresso Green Building passa a ser adotada de forma a englobar todas as iniciativas dedicadascriaodeconstruesqueutilizassemosrecursosdemaneiraeficiente, promovessemconforto,tivessemvidatilampliadaefossemadaptveissmudanas de necessidades dos usurios. DeacordocomMenegat(2004),osbenefciosdasconstruessustentveispodemser classificados em estratgicos (evitam riscos e danos ambientais, alm de aumentarem o valordoimvel),operacionais(garantemaeconomiadecustoseconsumosdurantea fasedeconstruo)eeconmicos(tornamosempreendimentosmaisatraentes,oque garanteummaiorvaloragregado,almdereduziremoscustosdeoperaoe manuteno). 2. Mtodos de avaliao do desempenho ambiental de edificaes Comadifusodosempreendimentosverdes,amedioeavaliaododesempenho dessesempreendimentospassaramaserimperativasparaosrumosdaarquitetura sustentvel,servindocomoparmetroparaamaximizaodosbenefciosdenovose antigos edifcios. Inicialmente, as edificaes so analisadas por meio de checklists (listas de verificao) e/ousoftwaresespecficosparaaobtenodeinformaesgeraisdaedificao,tais como:projeto,local,orientaoeconfigurao,energiaeatmosfera,materiaise recursos,fachadasdosedifcios,ventilao,gua,iluminao,sistemasmecnicos, qualidadeambientalinterna,dentreoutras.Apsotratamentoesistematizaodos dados, o edifcio obtm uma classificao final. Essasformasprticasdeavaliarereconhecerasconstruessustentveistornam-se cadavezmaispresentesemdiferentespases:BREEAM(BuildingResearch EstablishmentEnvironmentalAssessmentMethod)noReinoUnido;LEEDTM (LeadershipinEnergy&EnvironmentalDesigndoUSGB)nosEstadosUnidosda Amrica;NABERS(NationalAustralianBuildingsEnvironmentalRatingSystem),na Austrlia;GreenGlobesnoCanad;HQE(HauteQualitEnvironnementaleds btiments)naFrana;CASBEE(ComprehensiveAssessmentSystemforBuilding PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 9 Environmental Efficiency) no Japo; o internacional GBC (Green buildings challenge), dentreoutros.Aseguir,serfeitaumabreveanlisedecincodessesmtodos, considerandoadisponibilidadedeliteraturasobreoassunto,oidiomaeas caractersticas intrnsecas de cada sistema.

2.1. Mtodo LEEDTM OsestudosparadesenvolvimentodoLEEDTMforaminiciadosnosEstadosUnidosem 1996pelaUSGBC(U.S.GreenBuildingCouncil).AcriaodoLEEDTM,segundoa prpriaUSGBC(2008),visaafacilitaratransfernciadeconceitosdeconstruo ambientalmenteresponsvelparaosprofissionaiseparaaindstriadaconstruo.A versopiloto,LEEDTM 1.0,foilanadaemjaneirode1999,atravsdaUSGBC.Em Maro de 2000, a verso 2.0 foi lanada (LEED Reference Guide) e, em 2002, surgiu a verso 2.1. Em junho de 2008, foi dado incio ao desenvolvimento de uma nova verso do LEEDTM, com previso para lanamento em 2009. No mtodo LEEDTM, o desempenho ambiental do edifcio avaliado de forma integral, ao longo de todo o seu ciclo de vida, de modo a considerar os princpios fundamentais doqueconstituiriaumgreenbuilding.DeacordocomSilvaetal(2003),existeum critriomnimodenivelamentoexigidoparaaavaliaodoedifcio,umapr-seleo traduzidanocumprimentodeumasriedepr-requisitos.Emseguida,apso atendimento de todos os requisitos pr-estabelecidos, descritos no quadro 1, o edifcio torna-seelegvel,entoinicia-seaetapadeanliseeclassificaodedesempenhodo edifcio, com a atribuio de crditos baseados em uma lista previamente selecionada de objetivos.Alistadeobjetivospodeserresumidaem6categoriasquepossuempesos diferentes.Estespesossotraduzidosemnmerodepontosaseremobtidosacada exigncia atendida (Figura 1). Quadro 1: Critrios de desempenho LEEDTM Fonte: USGBC (2008) Critrios de Desempenho Questes AvaliadasEnergia e atmosfera Garantir instalao e calibrao adequadas dos sistemas do edifcio Eficincia no uso da gua Diminuir consumo, desenvolver sistemas de reaproveitamentoLocalizao sustentvel Controlar erosoreduzir impactos negativos na gua e na qualidade do arQualidade ambiental interna Estabelecer desempenho mnimo da qualidade interna do arMateriais e recursos Promover reduo do desperdcio gerado pelos usuriosInovao e processo de design Estimular o processo criativo dos projetistas e arquitetosPublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 10 Figura 1: Categoria de Objetivos LEEDTM x Percentual de Contribuio Fonte: USGBC (2008) Porfuncionarcomoumaferramentadeauxliotomadadedecises,suaestrutura permitequeapenasosrequisitosparaquesepretendaobteracertificaosejam avaliados.Almdisso,nohumcritrioexplcitodeponderaoentreascategorias, mas a quantidade varivel de itens, dentro das categorias, define implicitamente o peso das mesmas.Aps a atribuio dos crditos, o edifcio pode ser classificado em um dos nveis de certificao de edifcios verdes descritos no quadro 2: Quadro 2: Nveis de Classificao LEEDTM Fonte: USGBC (2008) Acertificaotemvalidadede5anos,aofinaldesteperodo,umanovasolicitaode avaliao deve ser enviada USGBC, que providenciar uma avaliao centralizada na operao e gesto da edificao. AampladisseminaodomtodoLEEDTMnosEUAenoCanadjustificada,no apenasporsetratardeumdocumentoconsensual,comaprovaodaindstriada construo, ou pelo apoio recebido oriundo das associaes e fabricantes de materiais e produtoscomoafirmaSilvaetal(2003).OLEEDTM,acimadetudo,ummtodode estruturasimples,defcilentendimentoeadequao,quefazusodechecklistspara verificao dos requisitos. Essa simplicidade o motivo das crticas feitas ao LEEDTM, uma vez que ele no utiliza a ponderao explcita dos pontos em suas avaliaes, refletindo dessa maneira apenas o desempenhogeraldoedifcio.Apesardisso,osistemabaseia-seemrecomendaese normasdeorganismosdecredibilidadereconhecida,taiscomo:aAmericanSocietyof Heating, Refrigerating and Air-conditioning Engineers ASHRAE, a American Society for Testing and Materials ASTM, a U.S. Environmental Protection Agency EPAe o U.S. Department of Energy DOE. Desde o comeo, em 2000, mais de 1.400 projetos com avaliaoem diferentes etapas foramregistrados.At2007,osedifciosdeescritrio,asescolaseosedifciosde Nveis de Classificao Pontuaes ExigidasCertificado (LEEDTM Certified) 26 a 32 pontos (40-50%)Certificado Prata (Silver) 33 a 38 pontos (51-60%)Certificado Ouro (Gold) 39 a 51 pontos (61-80%)Certificado Platina (Platinum)> 52 pontos (>81%)7% 5 pontos 19%13 pontos22%15 pontos20%14 pontos7% 5 pontos25% 17 pontosEnergia eAtmosferaEficincia no usoda guaLocalizaosustentvelQualidadeambiental internaMateriais erecursosInovao eprocesso dedesignPublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 11 universidadesoosmais,frequentemente,avaliadosporLEEDTM,presenteem41 pases diferentes, inclusive no Canad, no Brasil, no Mxico e na ndia (USGBC, 2008). 2.2. Mtodo BREEAM BREEAMoprimeiroemaisconhecidomtododeavaliaodedesempenho ambiental.Comeouaserdesenvolvidoem1988,noReinoUnido,porpesquisadores doBRE(BuildingResearchEstablishment),daStanhopePropertiesplc.edaECD EnergyandEnvironmentquedesejavamummtododeavaliaoparanovos empreendimentos. Em 1993, o BREEAM foi revisado e, em 1998, foi lanada a terceira emaisrecentereviso,oBREEAM98(BCO,2008).,atualmente,ummtodo amplamenteaceitoerespeitado,adaptadoparapasescomoCanad,ChinaeNova Zelndia, de modo a priorizar aspectos de relevncia regional na avaliao. O BREEAM faz uso de benchmarks para o desempenho ambiental e fornece uma gama de benefcios, comoacertificaodedesempenhodirecionadaaomarketingdeedifciose, indiretamente,paraprojetistaseempreendedores.Paracadatipodeedificao,existe uma verso especfica do BREEAM, conforme apresentado no quadro 3: Quadro 3: Verses do BREEAM Fonte: BCO (2008) Segundo Silva (2003), o BREEAM fornece um processo formal de avaliao embasado emumaauditoriaexterna.OBritishCouncilforOffices-BCO(2008)explicaqueo edifcioavaliadoindependentementeporavaliadoresdevidamentecapacitadose escolhidospeloBRE,quetambmtmafunodeespecificartodososindicadores, procedimentos e mtodos utilizados na avaliao ambiental do edifcio. No BREEAM, as avaliaes ocorrem de formas distintas. Edifcios existentes e em uso, segundoSilva(2003),tmsuaavaliaopautadaemumconjuntode9categoriasou critrios de desempenho e, dentro destes, h diversos requisitos que refletem as opes disponveisparaprojetistasegestoresdeedifcios(quadro4).Aquantidadedeitense pontosemumadeterminadacategoria,porm,norefleteaimportnciarelativaentre elas,massimaabrangnciaouograudeprofundidadeconsideradonaavaliao.A contribuio de cada categoria na avaliao pode ser conferida na figura 2. Verses BREEAM Tipo de edifcio aplicvelBREEAM: Offices Edifcios de escritrios, novos ou em usoBREEAM: Courts Tribunais ou edificaes similaresBREEAM: Prisons Prises ou edificaes similaresBREEAM: Industrial Novas unidades industriaisBREEAM: Ecohomes Residncias novas ou reformadasBREEAM: Retails Novos e grandes magazinesBREEAM: School Instituies de ensinoBREEAM: Multi-residential Residncias multi-familiaresBREEAM: BespokeTipos no-usuais de edificaes que no estejam contempladas em outros gruposPublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 12 Quadro 4: Critrios de desempenho BREEAM Fonte: BCO (2008) Figura 2: Categorias de objetivos BREEAM x percentual de contribuio Fonte: BCO (2008) Osedifciosnovosouemuso,almdosrequisitosdescritosacima,tmincludo,nas suas avaliaes, questes referentes, respectivamente, a Projeto e Execuo e Operao e Gesto (O&G). OmtodoBREEAMutilizachecklists,baseadosemquestionrios,paraverificaro atendimento a requisitos mnimos e avaliar os impactos de explorao do ambienteem nveisglobal,regional,localeinterno.Aofinal,crditosambientaissoatribudos, ponderados e um ndice final obtido. O chamado ndice de Desempenho Ambiental, oEPI(EnvironmentalPerformanceIndex),quehabilitaoedifciocertificaoe determinaotipodeseloaseremitidopeloBREEAM.Ouseja,ovalordoEPI(que variadezeroadez)indicaonveldeclassificaoobtidopelaedificao.Oquadro5 mostraaprovvelclassificaodoedifcio,apartirdenmerodepontosobtidosem uma lista de verificao simplificada fornecida pelo BREEAM. Quadro 5: Nveis de Classificao BREEAM Fonte: BCO (2008) Critrios de Desempenho Questes AvaliadasGerenciamento Aspectos globais de poltica e procedimentos ambientaisSade e bem-estar Ambiente interno e externo ao edifcioOperao e energia Energia Operacional e emisso de CO2Transporte Localizao do edifcio e emisso de CO2 relacionada a transportegua Consumo e vazamentosMateriaisImplicaes ambientais da seleo de materiaisUso de terra Direcionamento do cresimento urbanoLocais ecolgicos Valor ecolgico do stioPoluioPoluio de gua e ar, excluindo CO215%154 pontos9%96 pontos3%32 pontos9,8%104 pontos4,5%48 pontos 11,3%120 pontos19,6%208 pontos14,1%150 pontos14,1%150 pontosGerenciamentoSade e bem-estarOperao eenergiaTransporteguaMateriaisUso de terraLocais ecolgicosPoluioClassificao Projeto e Execuo Gesto e OperaoAprovado > 200 pontos (25%) > 160 pontos (21,1%)Bom > 300 pontos (37,5%) > 28 pontos (36,9%)Muito Bom > 380 pontos (47,5%) > 400 pontos (52,8%)Excelente> 490 pontos (61,3%) > 520 pontos (68,6%)PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 13 OesquemasimplificadodeobtenodondicedeDesempenhoAmbientalpodeser conferido na figura 3: Figura 3: Esquema simplificado da certificao BREEAM Fonte: BCO (2008) DeacordocomSilva(2003,p.09),oBREEAMfortementebaseadoemanlise documental,almdeserumdosnicosesquemasqueincluemaspectosdegesto ambientalnaconcessodecrditos.Pontospositivosdessemtodosoaponderao dos resultados obtidos no clculo do EPI e as regulares atualizaes diante dos avanos tecnolgicos e das alteraes nas prioridades de regulamentaes e de mercado. Atoanode2007,aproximadamente65.000edifciosforamcertificadossegundoo BREEAM e 270.000 (duzentos e setenta mil) foram registrados (BCO, 2008). 2.3. Mtodo GBC OGBC(GreenBuildingChallenge)ummtodovoltadoparapesquisa,monitorado porumconsrciointernacional,etemcomoobjetivoodesenvolvimentodeumnovo mtodoparaavaliarodesempenhoambientaldeedifcios,demodoque,semmuitas inovaesemrelaoaosdemaismtodos,respeiteasdiferentesprioridades, tecnologias, tradies construtivas e valores culturais de diferentes pases ou regies em um mesmo pas e reflita sobre elas (COLE; LARSSON, 2002). O GBC caracteriza-se por ciclos sucessivos de pesquisa e difuso de resultados. O ciclo dedesenvolvimentoinicialteveduraode24meses,envolveu15paseseculminou comaGBC98,umaConferenciaInternacionalocorridanoCanad.Osegundociclo, porsuavez,teveduraode18meses,envolveu19pasesetevepartedosresultados publicadosnoSustainableBuildings2000,ocorridonaHolanda.Apartirdeento,a coordenaodoGBC,assimcomoaorganizaoSustainableBuildings(SB)passoua PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 14 serderesponsabilidadedaiiSBE(InternatonalInitiativeforSustainableBuilt Environment).Jnoterceirociclo,quedurou24meses,equeenvolveu24pases, dentreelesoestreanteBrasil,osresultadosforamdivulgadosnaConferncia Internacional(SB02/GBC02),naNoruega.Oquartocicloiniciou-seem2003eteve seusresultadosapresentadosemTquio,naSB05,eoquintocicloteveosseus resultados apresentados em 2008. OGBCconsiste,segundoColeeLarsson(2002),emumsistemahierrquicode critriosdeavaliaoambientaldeedifcios,buscandoumcomparativointernacional entre as edificaes, fornecendo resultados confiveis e subsidiados com embasamento cientfico,querefletemdemaneirafielasparticularidadeslocais.Seupontofortea possibilidade de aplicabilidade a diversos tipos de edifcios, estados de desenvolvimento eregies.Oscritriosdedesempenhoestodescritosnoquadro6eopercentualde contribuio de cada um deles na avaliao est descrito na figura 4. Quadro 6: Critrios de desempenho GBC Fonte: Cole e Larsson (2002) Figura 4: Categorias de objetivos GBC x percentual de contribuio Fonte: Cole e Larsson (2002) No sistema de pontuao que visa adaptao de critrios qualitativos e quantitativos, a pontuaoatribudadeacordocomumaescaladegraduaodedesempenho,que varia de -2 a +5. Aps a atribuio das pontuaes a cada categoria avaliada, feita uma ponderaodefault(apartirdedadoscanadenses)paraaobtenodoresultadofinal. Valesalientarqueavalorrelativoatribudosdiferentescategoriasdeimpactos Critrios de desempenho Questes avaliadasUso de recursos Energia, gua, solo e materiaisCargas ambientais Emisses, efluentes e resduos slidosQualidade do ambiente internoQualidade do ar, ventilao, conforto e poluio eletromagnticaQualidade dos serviosFlexibilidade, adaptabilidade, controlabilidade pelo usurio, espaos externos e impactos nas propriedades adjacentesAspectos econmicos -Gesto pr-ocupaoPlanejamentodo processo de construo, verificao, pr-entrega e planejamento da operaoTransporte Ainda no-opeacional18%18%26%15%6%13%4%Uso de recursosCargas ambientaisQualidade doambiente internoQualidade dosserviosAspectoseconmicosGesto pr-ocupaoTransportePublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 15 levadoemconsideraoduranteoprocessodeavaliaoeajustadopelosavaliadores, demodoagarantiraadernciadosresultadosobtidosacadacontextodeavaliao especfico (COLE; LARSSON, 2002). Durante a avaliao, o edifcio em questo comparado com o edifcio de referncia e o seudesempenhopodeserentoclassificadocomo:insatisfeito,intermedirioou excelente.OesquemasimplificadodeobtenodondicedeDesempenhoAmbiental pode ser conferido na figura 5: Figura 5: Esquema simplificado da certificao GBC Fonte: Cole e Larsson (2002) possvelperceberqueoGBC,diferentementedosmtodosBREEAMeLEEDTM, organizado em funo de impactos ambientais associados a elementos ou caractersticas doedifcio.AlgunsautoresconsideramoGBCeasuaferramentadeavaliao,o GBTools,comoomtodoquemaisseaproximadoperfilidealdeumesquemade avaliao, uma vez que foi, desde o incio, desenvolvido para superar as limitaes dos mtodos que o precederam (SILVA, 2003). Paraa superao dessas limitaes,grupos de trabalho do GBC continuam trabalhando na busca de fundamentos consistentes para definiodosbenchmarks,emnovosmtodosdeponderaoentreasdiversas categorias,nabuscadenovosindicadoresdesustentabilidade,entreoutras oportunidades de melhoria. 2.4. Mtodo NABERS ONABERSummtodoutilizadoparaaavaliaodeescritrioseresidnciasj existentes. Foi originalmente desenvolvido pelo Australian Department of Environment and Heritage (DEH). Em seguida, o DEH selecionou o Department of Environment and Climate(DECC)pararealizaracomercializaodoNABERS,comocontratoda comercializaoNABERSassinadoemMarode2005.oDECCquemgerenciaas PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 16 operaeseodesenvolvimentodoNABERS,creditandoasavaliaesdesistemasem toda a Austrlia sob a superviso do Comit de Direo Nacional NABERS (NABERS, 2008). Comdestaqueparaapossibilidadedeautoavaliaoonline,atravsdequestionrio eletrnicodisponvelnositeoficial,eparaaspossibilidadesdeclassificao(globale porrea),omtodoumprojetoaustraliano,desenvolvidopeloAuckandServices Limited, pela University of Tasmania e Energy Australia Pty Ltda. (RAIA, 2003) e que temoobjetivodeapontareclassificarostatusatualdoedifcio,almdeestimulare promover a melhoria prtica (NABERS, 2008). Voltadoparaavaliaodeedificaesjexistentes,oNABERStemsuaavaliao divididaem2etapasqueestabelecemumciclodefeedbackvaliosoparadesenhistas, construtores,locatrioseproprietrios.Umadasetapasconsistenaavaliaodo desempenhodoedifcioquequantificaosimpactosoperacionaisdaedificaoem3requisitos:quantificaodoimpactoambiental,evoluododesempenhoambientale reduo/eliminaodosefeitosnegativossobreosambientesnaturaleconstrudo.A outraetapadeavaliao,porsuavez,focalizaocomportamentodousurio(ou ocupante). Para a avaliao, o usurio preenche uma planilha eletrnica com uma lista de perguntas relacionadasatodasascategoriasqueimpactamnasuasatisfaoeconforto.Nesta lista,disponvelnaInternet,cadarespostaassociadaaumnmerodeestrelas,que traduzidas em pontos e ponderadas, refletem a satisfao do usurio. Oscritriosdedesempenhoavaliadosestodescritosnoquadro7eopercentualde contribuio de cada um deles na avaliao est descrito na figura 6. Quadro 7: Critrios de desempenho NABERS Fonte: NABERS (2008) Critrios de desempenho Questes avaliadasSoloAvalia questes relacionadas ao uso correto e a biodiversidadeMateriaisAvalia o impacto ambiental dos materiais utilizados na edificaoEnergiaAvalia o consumo energtico durante a construo e operao da edificaoguaAvlia o consumo, a poulio das guas e o reaproveitamento de gua pluvialInteriorAvalia a qualidade do ar interno, associa ainda a escolha correta de materiais e sistemasRecursosAvalia o uso eficiente dos recursosTransporteAvalia a facilidade de acesso ao transporte coletivo, visando a reduo da poluio atmosfricaResduosAvalia as emisses para o meio ambientePublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 17 Figura 6: Categorias de objetivos NABERS x percentual de contribuio Fonte: NABERS (2008) Apsaavaliao,cadacritriodedesempenho(categoria)recebeumnmerode estrelasquerefletemototaldepontosobtidos.Dessemodo,aedificaopodeser classificadaem:NABERSBsico(senoobtiverpelomenosumaestrelaemcada categoria),NABERSMedalhaVerde(mnimodeumaestrelaemtodasascategorias), NABERS Medalha Bronze (mnimo de duas estrelas em todas as categorias), NABERS MedalhaPrata(mnimodequatroestrelasemtodasascategorias)ouNABERS Medalha Ouro (cinco ou mais estrelas em todas as categorias). 2.5. Mtodo Green Globes O mtodo Green Globes surgiu, em 1996, como uma derivao do mtodo BREEAM, e apsexaustivostrabalhosde35pesquisadoresdoECD(EnergyandEnvironment Canada) e da University of Toronto. Em 2000, o sistema sofreu umagrande mudana, transformando-seemummtodoon-linedeavaliaodedesempenhoambientaldas edificaes.Em2002,osistemaaindasofreualgumasalteraessobaorientaode peritosdaUniversityofArizona,AthenaInstitute,BOMA(TheBuildingOwnersand Managers Association) e vrios departamentos federais (GREEN GLOBES, 2008). O mtodo pode ser comparado a um consultor virtual, fornecendo um feedback imediato paraousurio,apsopagamentodetaxasqueatualmentevariamdetrsacincomil dlares. O Green Globes pode ser aplicado a qualquer tipo de edificao, independente detamanho,tempo(novosoujexistentes)ouuso(residencial,comercial,mista, educacional,etc.).Suaavaliaosebaseiaemcritriosdedesempenhosimilaresao sistemaBREEAM,conformedemonstradonoquadro8,sendoqueospesosdas categorias so variveis (Figura 7). 16%7%17%7%13%10%17%13%SoloMateriaisEnergiaguaInteriorRecursosTransporteResduosPublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 18 Quadro 8: Critrios de desempenho Green Globes Fonte: Green Globes (2008) Figura 7: Categorias de objetivos Green Globesx percentual de contribuio Fonte: Green Globes (2008) O resultado da avaliao fornecido automaticamente atravs de um relatrio, fruto do questionrio que o usurio, ou responsvel pelo projeto, preenche de maneira sigilosa. O relatrio bastante detalhado, incluindo desde os dados fornecidos, recomendaes e o panoramadedesempenhodoedifcioataopodeumaanlisecomparativaentrea edificaoavaliadaeoutrosedifciossimilareseconsideradosbenchmarks(SILVA, 2003). Os pontos positivos desse mtodo so: sistemtica on-line, as categorias avaliadas (que estimulam o monitoramento e a gesto ambiental) e a possibilidade de alterar os dados de entrada do relatrio por at um ano. 2.6. Anlise comparativa Apesar de cada um dos sistemas ter especificidades relacionadas ao seu pas de origem, elespodemserseparadosemdiferentescategorias.Umadascategoriasreneos sistemasorientadosparaomercado,comestruturassimples,defcilcompreensoe absoro,queutilizamchecklistsdeverificaoe,geralmente,estovinculadosa certificaesdedesempenho.Umacaractersticaimportantedessacategoriaquefoi implementadaparaumnicopas,sendo,porisso,apenasaplicvelaessascondies Critrios de desempenho Questes avaliadasEmisses, efluentes e outros impactosEmisses no ar, destruio da camada de Oznio, efluentes lquidos, materiais venenososQualidade ambiental interna Qualidade do ar, iluminao, rudoLocalizao Impactos no entornoGerenciamento de projetos Elaborao de projeto sustentvelRecursos Reduo e re-uso da gua, localizaoguaEficincia no consumoEnergiaConsumo de energia, aspectos de energia,gerenciamento de energia, transporte18%8%20%8%15%11%20%Emisses, efluentese outros impactosQualidade ambientalinternaLocalizaoGerenciamento deprojetosRecursosguaEnergiaPublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 19 locais(CEPINHAeRODRIGUEZ,2003).Nessacategoria,podemosenquadraros sistemas BREEAM e LEEDTM. Asegundacategoria,porsuavez,reneossistemasdeavaliaovoltadosparaa pesquisa, como por exemplo, o GBC, cujo objetivo o desenvolvimento de um mtodo abrangenteecomfundamentaocientficaquepossaorientarodesenvolvimentode novos sistemas. Apresenta uma estrutura que inclui, mesmo que de forma superficial, as diferenas entre os vrios pases, permitindo, a valorizao das peculiaridades e fatores tpicos, numa dada regio, alm do ajuste dos pesos em vrios parmetros (CEPINHA e RODRIGUES, 2003). Porfim,aterceiracategoriademtodosrefere-seasquepossuemacessoon-linee constituem-se como ferramentas de autoavaliao, possibilitando que o prprio usurio daedificaoavalieoedifcio.Nessacategoria,podemosenquadrarosmtodos NABERS e a Green Globes. Apesar das diferenas naturais entre os diversos mtodos analisados, possvel perceber que elas foram elaboradas sobre uma base comum. As diferenas refletem expectativas demercado,prticasconstrutivas,especificidadeslocaise,principalmente,agendas ambientais diferentes para cada pas (SILVA, 2003). A maior parte dos mtodos analisados adequa-se melhor avaliao de edifcios novos oudeprojetos.DeacordocomSilva(2003),poucossistemasdistinguemclaramente entreodesempenhoambientalcombaseempropriedadesinerentesaoedifcio (desempenho potencial) e o desempenho real do edifcio em operao. A abrangncia dos mtodos, bem como o grau de profundidade dos mesmos em relao acadacategoriaavaliada,podeserconstatadanoquadro9,inspiradanomodelo propostoporCrawleyeAho(1999).Ograudeprofundidadeestrelacionadoao nmerodemarcas(=itemtratadosuperficialmente,=itemtratadocompouca superficialidade,=itemtratadocomrelativaprofundidade,=item tratado em profundidade). Quadro 09: Escopo sinttico dos mtodos analisados Fonte: Autora, modificado a partir de Crawley e Aho (2008) Vale salientar que os fatores contextuais referem-se s especificidades locais. Critrios de desempenho GBC NABERS Green Globes BREEAM LEEDTMConsumo de recursos Emisses Qualidade do ambiente interno Longevidade (Ciclo de vida) Processo Fatores Contextuais PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 20 Deformageral,todososmtodosdeavaliaofuncionamembasedepontuaode acordocomcritriospreviamenteestabelecidos,ondeospontossoganhosdeacordo comodesempenhodaedificaoemrelaoacadacritriosolicitado.Amaior quantidade de pontos dada ao desempenho ambiental, mas levando-se em conta que a sustentabilidadedeveestardefinidadentrodoseucontextoambiental,sociale econmico,algunsmtodoslevamemconsideraoalgunscritrioscorrespondentesa estes dois ltimos contextos. Aoconsiderarosmtodosdeavaliaodeedifcios,sabidoqueodesenvolvimento idealdessesmtodosmigrarparacritriosdedesempenho,nosquaisopapeldos benchmarkspassaaserfundamental.Contudo,dosmtodosavaliados,onicoque pautadoporessaabordagemoGBC.Nele,cadaitemavaliadoassociadoauma escala para graduar o desempenho do edifcio em relao ao desempenho de referncia. Osdemaismtodossoorientadosadispositivos(feature-based),ouseja,trabalham comchecklistsqueconcedemcrditosemfunodaaplicaodedeterminadas estratgiasouespecificaesdedeterminadosequipamentos.Opontonegativodesse tipo de avaliao que o resultado corre o risco de favorecer a qualificao de edifcios quecontenhamequipamentosemdetrimentodoseudesempenhoambientalglobal, motivo que suscitam fortes crticas a tais listas device-oriented. O resumo dos sistemas de pontuao pode ser conferido no quadro 10. Quadro 10: Sistemas de pontuao dos mtodos avaliados Fonte: Autora (2008) Emsetratandodaanlisedoscritriosdepontuaodosmtodosestudados anteriormente,possvelperceberque,excetoomtodoLEEDTM,todososdemais fazem uso da ponderao de pesos, ou seja, aplicao de pesos diferenciados para cada categoria avaliada, conforme descrito no quadro 11. Cabeaindaobservar,segundoSilva(2003),queaoavaliaracategoriadesempenho econmico,apenasoGBCprocuraestimarovalorenvolvidonacertificaode determinadonvelambiental,umavezquetemintenodeestimularacertificaoe desmistificaraidiadacertificaoenvolverdispendiososcustos.Oquadro12 apresenta um resumo das principais caractersticas dos mtodos estudados. Critrios de desempenho GBC NABERS Green Globes BREEAM LEEDTMComparao com benchmarks SIM SIM OPCIONAL SIM SIMUso de checklistsque concedem crditosNO NO SIM NO NOPublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 21 Quadro 11: Critrios de pontuao dos mtodos avaliados Fonte: Autora (2008) Consideraes finais A indstria da construo civil um setor que tem grande responsabilidade quanto aos impactos ambientais e aos danos ao meio ambiente, em virtude da elevada extrao de recursos naturais no-renovveis e dos descartes dos resduos, dentre outras atividades. Contudo,naltimadcada,essaindstria,sobretudopelosarquitetos,estsendo paulatinamenteestimuladaabuscarreformulaesemsuasatividadesdeconcepoe desenvolvimentoprojetual.Essasreformulaesestodiretamenterelacionadasao mododeconceber,construireutilizarasedificaesdemaneirasustentvel,fazendo uso do estabelecimento de padres de qualidade ambiental e humana e da introduo de novastecnologiasdemenorimpactoequepossamserdesmontadasparaaumentara vida til dos componentes. Nessecontexto,noqualosarquitetosbuscamumamaiorcompatibilidadeentreos ambientesnaturaleartificial,semcomprometer,noentanto,osrequisitosfuncionaise estticosdasedificaes,bemcomoaviabilidadeeconmicadosempreendimentos; surgiu a necessidade de mensurar a sustentabilidade ambiental das edificaes. Critrios de desempenho Critrios de pontuaoGBC* Pesos diferentes por categoia;* Ponderao default (a partir de dados canadenses) dos resultados por categoria.NABERS*Peso diferenciado para cada categoria;* O resultado a ponderao final de todos os resultados obtidos.GREEN GLOBES* Pesos diferenciados para cada categoria;* Ponderao dos resultados obtidos por categoria.BREEAM* Crdito obtidos, aps avaliao das categorias, so ponderados para obteno do EPI.LEEDTM* Peso idntico para cada categoria;* O resultado baseado no total de crditos obtidos. No h ponderao de resultados.PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 22 Quadro 12: Resumo das principais caractersticas dos mtodos avaliados Fonte: Autora (2008) Pas Sistema Comentrio reas abordadas Mtodos de AvaliaoNveis de ClassificaoReino UnidoBREEAM (BRE Environmental Assessment Method)Sistema com base em critrios e benchmarks para vrias tipologias de edifcios. Um tero dos itens avaliados so parte de um bloco opcional de avaliao de gesto e operao para edifcios em uso. Os crditos so ponderados para gerar um ndice de desempenho ambiental do edifcio. O sistema atualizado regularmente (3-5 anos)Gerenciamento do edifcio; sade e conforto; energia; transporte; gua; materiais; uso do solo; ecologia; local; poluioA metodologia utiliza um check list, baseado em questionrios, e so concedidos crditos ambientais, considerando seus devidos pesos, para cada rea de acordo com o desempenho. A ponderao desses crditos produz um nico resultado final.Certificado bom, muito bom e excelenteEstados UnidosLEED (Leadership in energy and environmental design)Inspirado no BREEAM. Sistema com base em critrios e benchmarks. O sistema atualizado regularmente (3-5 anos) e verses para outras tipologias estao em estio piloto. Na verso para edifcios existentes, a linguagem ou as normas de referncia foram modificados para refletir a etapa de operao do edifcio.Locais sustenveis; energia e atmosfera; uso eficiente de gua; materiais e recursos; inovao e processo de designO sistema certifica os edifcios a partir de uma lista de pr-requisitos (check list) e ento so atribudos crditos baseados em uma lista de objetivos pr-selecionada. A classificao final obtida pela soma dos pontos atingidos nas categorias.Certificado prata, ouro e platina.InternacionalGreen building challengeSistema com base em critrios e benchmarks hierrquicos. Ponderao ajustvel ao contexto de avliao. (mas no leva em conta as especificidades regionais)Utilizao de recursos; cargas ambientais; qualidade ambiental interna; qualidade dos servios; aspectos econmicos; gesto; transporteO mtodo compara um edifcio com outro edifcio considerado referncia quanto as prticasambientais locais. A avaliao estruturada em quatro nveis hierrquicos: questes de desempenho, categorias de desempenho, critrios de desempenho e sub-critrios de desempenhoInsatisfatrio, mnimo, aceitvel, intermedirio, excelenteCanadGREEN GLOBESFerramenta de avaliao de desempenho ambiental de edifcios on lne. E um complemento do BEEAM/Green leaf suitepoluio; energia; gua; qualidade ambiental interna; gerenciamento do meio ambiene; utilizao de recursos-AustrliaNABERS (National australian building environment rating scheme)Sistema com base em critrios e benchmarks. Para edifcios novos e existentes. Atribui uma classificao nica, a partir de critrios diferentes para proprietrios e usurios. Os nveis de classificao o revisados anualmente e encontra-se em estgio-piloto.Solo; materiais; energia; gua; ambiente interno; recursos; transportes; resduosOs critrios avaliados no projeto concentram-se em cinco categorias. O sistema define um mnimo de nveis ecolgicos para os edifcios e estima que nveis devem ser alcanados.no h classificao especficaRESUMO DAS METODOLOGIAS DE AVALIO AMBIENTAL DE EDIFICAES ESTUDADASPublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 23 Comaanlisedetaismtodos,possvelconstatarqueasespecificidadesregionais importantesnemsempresolevadasemconsiderao.Dessemodo,oscritrios utilizadosnaclassificaodosedifciosnosoosmaisadequadosparaavaliaro impacto ambiental de edificaes residenciais brasileiras e particularmente, recifenses. Aanlisedosmtodosdeavaliaodedesempenhoambientaldasedificaes demonstrou que elas so naturalmente diferentes em virtude dos diferentes contextos em que surgiram,caracterizados por diferentes agendas ambientais, tcnicas construtivas e caractersticasbioclimticas.Ficouclaro,portanto,queasimplesimportaoe aplicabilidade de tais mtodos realidade brasileira no a melhor opo. O Brasil ainda no possui um mtodo prprio, em contraposio quase totalidade dos paseseuropeus,almdosEstadosUnidos,doCanad,daChina,doJapoeda Austrlia.Ascircunstnciascontextuaisquelevaramcriaodosdiversosmtodos variam,assimcomoasaplicaespretendidasparaestessistemas,quevodesde ferramentasdeapoioaoprojetoatferramentaseavaliaops-ocupao. imprescindvel,portanto,preencheressalacuna,soboriscodaquestodaconstruo sustentvelnoBrasilnoalcanarobinmioessencial:desenvolvimento-sustentabilidade. Diante de tantas especificidades, o desenvolvimento de um mtodo brasileiro tornou-se essencial. Algumas iniciativas foram, e esto sendo, desenvolvidas em todo o territrio nacional,pormaindanopossvelencontrarumaprticaconsensualnacional,uma vezque,almdecadamtodofocarasespecificidadesdoslocaisemqueestosendo desenvolvidos,nohumasensibilizaoaprofundadadetodosossetoresenvolvidos na concepo e construo de edificaes. As tentativas pontuais que existiram (e existem) para desenvolver um mtodo brasileiro emgeraldesconsideramqueoBrasilumpasdedimensescontinentais,que apresenta grande diversidade bioclimtica, e que, mesmo em nvel regional, no h uma homogeneidade de caractersticas bioclimticas e sociais. Sendo assim, tais mtodos so voltadosparaocontextoemqueforamdesenvolvidos,enosoosmaisadequados para o contexto recifense. Portanto,apesardenosernecessriocomearodesenvolvimentodeummtodo brasileiro,totalmentedozero,faz-senecessriaarevisocriteriosadositense benchmarksaseremconsideradosnasavaliaes,paraqueosresultadosobtidosem avaliaes ambientais das residncias recifenses sejam aderentes ao contexto local. Referncias ACSELRAD,Henri.SentidosdaSustentabilidadeUrbana.1.ed.RiodeJaneiro:DP&A, 2001. ADAM, Roberto Sabatela. Princpios do Ecoedifcio:Interao entre Ecologia, Conscincia e Edifcio. 1.ed. So Paulo: Aquariana, 2001. PublicadosoblicenadaHUMANAE.RevistaEletrnicadaFaculdadedeCinciasHumanasESUDA (ISSN 1517-7606). Endereo: http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. Utilize o seguinte formato parareferenciaresteartigo:VIEIRA,LucianaAlves;BARROSFILHO,MauroNormandoMacdo.A emergncia do conceito de Arquitetura Sustentvel e os mtodosde avaliao do desempenho ambiental de edificaes. Humanae, v.1, n.3, p. 1-26, Dez. 2009. 24 ASSEMBLIAGERALDASNAESUNIDAS.Agenda21Global.AnaisdaConferncia dasNaesUnidassobreoMeioAmbienteeDesenvolvimentoSustentvel.ECO92.Riode Janeiro, 1992. BENTES,JlioCludiodaGama.Desenvolvimentosustentvelurbanoconceitose instrumentos de gesto para as cidades sustentveis. 1.ed. Rio de Janeiro: UFRJ / COPPE, 2006. BRASIL,Ambiente.ConfernciadasNaesUnidassobreMeioAmbientee Desenvolvimento-ECO-92.2003.Disponvelem:< .Acesso em: 06.03.08. BREEAM:BREEnvironmentalAssessmentMethod.HomePage.Disponvelem: . Acesso em: 03.04.08. BRITISHCOUNCILFOROFFICES(BCO).HomePage.2008.Disponvelem: . Acesso em: 02.04.2008. 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