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APOSTASIA

Os homens não podem impunemente rejeitar as advertências que Deus em Sua misericórdia lhes envia. No tempo de Noé, uma mensagem do Céu foi endereçada ao mundo, e a salvação do povo dependia da maneira como a recebesse. Rejeitada a advertência, o Espírito de Deus foi retirado da raça pecadora, e pereceram nas águas do dilúvio. Nos dias de Abraão, a misericórdia cessou de contender com os culposos habitantes de Sodoma, e todos, com exceção de Ló, a esposa e duas filhas, foram consumidos pelo fogo enviado do Céu. Assim foi nos dias de Cristo. O Filho de Deus declarara aos judeus incrédulos daquela geração: "Vossa casa vai ficar-vos deserta." Mat. 23:38. Olhando através dos tempos para os últimos dias, o mesmo Po der infinito declara a respeito dos que "não receberam o amor da verdade para se salvarem": "Por isso Deus lhes enviará a operaçã o do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidad e." II Tess. 2:10-12. Sendo rejeitados os ensinos de Sua Palavra, Deus retira o Seu Espírito e os deixa entregues aos enganos que amam. (Cristo em Seu Santuario, 104) [Sl 14; Mat 24: 37-39; 12: 43-45; 23: 37-39; Jer 8: 5-13; Isa 1: 3-7; Ml 2: 8, 9; Rom 2: 17-24; 11: 5; 9: 27; Isa 1: 9; 10: 20-23]

A Bíblia declara que nos últimos tempos os homens estariam absortos em empresas mundanas, prazeres e enriquecimento. Estariam cegos para as realidades eternas. Cristo diz: "E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porqua nto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, c omiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem." Mat. 22: 1 – 14; 8: 11, 12. (PJ, 228)

A condição da igreja neste tempo é indicada nas pal avras do Salvador, em Apocalipse: "Tens nome de que vives, e estás morto ”. Aos que se recusam despertar de seu descuidoso sentimento de

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segurança, é dirigido aviso solene: Se não vigiares, virei a ti como ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” Apoc 3: 1, 3. (GC, 309) [Amós 3: 10-15; 4: 12; 6: 8; 8: 10-13; 9: 1-10; Oseías 8: 1-12; 3: 1-5; 4: 1-12, 17; Rom 3: 10-12]

A vinda do esposo foi à meia-noite - a hora mais te nebrosa. Assim a vinda de Cristo será no período mais tenebroso da história deste mundo . Os dias de Noé e de Ló ilustram a condição do mundo exatamente antes da vinda do Filho do homem. Apontando para esse tempo, declaram as Escrituras que Satanás trabalhará com todo poder e "sinais, e prodígios de mentira". II Tess. 2:9. Sua obra é revelada claramente pelas trevas que se adensam rapidamente, pela multidão de erros, heresias e enganos destes último s dias. Satanás não só leva cativo o mundo, porém suas ilusões infectam até as professas igrejas de nosso Senhor Jesus Cristo. A grande apostasia se desenvolverá em trevas tão densas como as da meia-noite, impenetráveis como a mais intensa escuridão. Para o povo de Deus será uma noite de prova, noite de lamentação, noite de perseguição por causa da verdade. Mas nessa noite de trevas brilhará a luz de Deus.

Fez que "das trevas resplandecesse a luz". II Cor. 4:6. Quando "a Terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus Se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz. E houve luz". Gên. 1:2 e 3. Também na noite das trevas espirituais a Palavra de Deus diz: "Haja luz." A Seu povo, diz Ele: "Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti." Isa. 60:1.

"Eis", diz a Escritura, "que as trevas cobriram a T erra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti o Senhor virá sur gindo, e a Sua glória se verá sobre ti." Isa. 60:2.

A escuridão do falso conceito acerca de Deus é que está envolvendo o mundo. Os homens estão perdendo o conhecimento de Seu caráter. Este tem sido mal compreendido e mal-interpretado. Neste tempo deve ser proclamada uma mensagem de Deus, uma mensagem de influência iluminante e capacidade salvadora. O caráter de Deus deve tornar-se notório. Deve ser difundida nas trevas do mundo a luz de Sua glória, a luz de Sua benignidade, misericórdia e verdade.

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Esta é a obra esboçada pelo profeta Isaías, nas pal avras: "Tu, anunciador de boas novas a Jerusalém, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus . Eis que o Senhor Jeová virá como o forte, e o Seu braço dominará; eis que o Seu galardão vem com Ele, e o Seu salário, diante da Sua face." Isa. 40:9 e 10.

Os que aguardam a vinda do esposo devem dizer ao povo: "Eis aqui está o vosso Deus." Isa. 40:9. Os últimos raios da luz misericordiosa, a última mensagem de graça a ser dada ao mundo, é uma revelação do caráter do amor divino. Os filhos de Deus devem manifestar Sua glória. Revelarão em sua vida e caráter o que a graça de Deus por eles tem feito.

A luz do Sol da Justiça deve irradiar em boas obras - em palavras de verdade e atos de santidade.

Cristo, o resplendor da glória do Pai, veio ao mundo como sua luz. Veio representar Deus aos homens, e dEle está escrito que foi ungido "com o Espírito Santo e com virtude", e "andou fazendo o bem". Atos 10:38. Na sinagoga de Nazaré, disse: "O Espírito do Senhor é sobre Mim, pois que Me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-Me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos c ativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor." Luc. 4:18 e 19. Esta foi a ob ra de que encarregou os discípulos. "Vós sois a luz do mundo" , disse Ele. "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, p ara que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pa i, que está nos Céus." Mat. 5:14 e 16.

Esta é a obra que o profeta Isaías descreve, dizendo: "Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne? Então, romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda." Isa. 58:7 e 8.

Assim, pois, a glória de Deus deve brilhar mediante Sua igreja na noite de trevas espirituais, soerguendo os oprimidos e confortando os que choram. (PJ, 414 – 417)

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Diz o Apostolo Pedro nos últimos dias virão escarne cedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o pr incípio." II Ped. 3: 3, 4; Jd 18;Isa 5: 19; Luc 18: 8. Não ouvimos estas mesmas palavras repetidas, não simplesmente pelos declaradamente ímpios, mas por muitos que ocupam o púlpito em nosso país? "Não há motivo para alarme", exclamam eles. "Antes que Cristo venha, todo o mundo se converterá, e a justiça reinará durante mil anos. Paz! paz! todas as coisas continuam como eram desde o princípio. Que ninguém se perturbe com a excitante mensagem desses alarmistas." Mas tal doutrina do milênio não se harmoniza com os ensinos de Cristo e Seus apóstolos. Jesus fez a significativa pergunta: "Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na Terra?" Luc. 18:8. E, conforme vimos, Ele declara que o estado do mundo será como nos dias de Noé. Paulo nos adverte que podemos esperar a iniqüidade aumentar ao aproximar-se o fim: "O Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios." I Tim. 4:1. O apóstolo diz que "nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos". II Tim. 3:1; Rom 1: 29-32. E ele dá uma lista surpreendente de pecados que se encontrarão entre os que têm uma forma de piedade. (PP, 103)

O apostolo Paulo tenta levar a firme convicção da volta de Cristo, porém tenta deixar firme no coração dos crentes a não se desviarem dos firmes fundamentos e não serem levados por ventos de doutrinas (Ef 4: 14). Os crentes devem ser firmes em seu modo de pensar.

O apostolo reconhece que o perigo de um engano é real e grave (Mat 24: 4). Os métodos de engano seriam muitos, e Paulo não trata de limitá-los aos três mencionados (II Tes 2: 2). Mas tenta os manter firmes. O inimigo da igreja fará sinais e milagres aparentes para induzir aos incautos a que aceitem o grande engano ou mentira (ver 9-11). O povo de Deus deve, por tanto, estar alerta para não ser desraigado. Sua fé deve fundamentar-se nas claras afirmações da Palavra de Deus.

Deixa claro que Cristo não virá sem que antes seja revelado o homem do pecado – O anticristo. E fala de uma grande apostasia, aponto de escurecer o verdadeiro cristianismo (Atos 21: 21). Paulo deu

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instruções definidas aos cristãos de tessalonicense a cerca desta apostasia que viria. E predisse que essa apostasia seria por causa de homens que se levantariam dentro da igreja, para arrastar atrás de si os discípulos (Atos 20: 30). Ele admoestou a Timóteo acerca do perigo similares, dizendo que chegaria o tempo quando os homens prefeririam as fabulas e fechariam os olhos a verdade (I Tim 4: 1-3; II Tim 4: 3-4). Pedro e Judas falam em tons duro, a cerca dos que tem abandonado o caminho da verdade (II Pe 2: 1, 12-22; Jud 4, 10-13); e João testifica que no tempo, quando escrevia, havia surgido muitos anticristo (I João 2: 18). O Senhor mesmo instou com seus discípulos, que tivessem cuidado com os falsos profetas (Mat 7: 15; 24: 24), e predisse que muitos tropeçariam (Mat 24: 10). Paulo não define bem o tipo de apostasia, apenas deixa claro, que apostasia é religiosa é uma rebelião espiritual e que tem uma relação primordial com a política e essa facção era para o futuro, quando escrevia Paulo. Que seria antes do segundo advento de Cristo, e seria como um sinal da aproximação de Sua volta. (II Tes 2: 2). Por isto não se deveria esperar a vinda de Cristo sem que tivesse uma grande apostasia. A profecia a cerca desta caída espiritual parcialmente se cumpriu nos dias de Paulo e muito mais durante a chamada idade Média. Porém seu cumprimento completo ocorreria nos dias imediatos prévios ao regresso de Jesus. (II Cor 11: 13 – 15)

Se manifestar

Tirar o véu, descobrir, fazer saber. Se revelar. (ver com Apoc 1: 1) este verbo se repete em II Tes 2: 6, 8, e se usa em outras partes do NT para referir-se a revelações sobrenaturais (Mat 16: 17; Luc 10: 22;) e especialmente para referir-se a aparição de Cristo (Luc 17: 30;) revelação, em ( I Cor 1: 7, manifestação, em I Pe 1: 7,13, manifestado, em I Pe 4: 13, revelação. Isto sugere que a manifestação do homem do pecado implicaria elementos sobrenaturais e que sua esfera de ascensão seria claramente de caráter religioso. O fato de que o homem do pecado vai se manifestar significa que estaria oculto até certo momento, e então se manifestaria ao mundo. – do qual ate este tempo se fazia escondido – que se tiraria seu disfarce e aparecia tal como é, ou que tiraria seu disfarce e se daria conhecer sua verdadeira natureza perante os habitantes da terra.

O homem do pecado – cuja característica distintiva é o pecado. Ou filho destinado para a perdição, que se encontra só uma vez mais nas

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Escrituras onde se usa esta denominação. O Salvador aplicou á Judas, João 17: 12. Apostolo que uma vez foi companheiro dos discípulos e igual a eles, porem que permitiu de tal maneira que Satanás entrar em seu coração João 13: 2, 27, que traiu o seu Senhor Mat. 26: 47-50. (Comentário Bíblico de II Tes 2: 2-3.).

Antes que os irmãos possam esperar a vinda de Cristo, devia manifestar-se o homem do pecado e fazer sua obra de exaltamento e blasfêmia. Este grande acontecimento devia ser precedido por uma apostasia: se revelaria uma forma de anticristo, e devia atuar a levedura da apostasia até o fim do tempo (RH 31-7 1888)

Ao mesmo tempo que exaltava a "firme palavra dos profetas" como guia seguro em tempos de perigo, o apóstolo solenemente advertia a igreja contra a tocha da falsa profecia, que seria erguida por "falsos doutores", os quais introduziriam encobertamente "heresias de perdição, e negarão o Senhor". II Ped. 2:1. Esses falsos mestres que apareceriam na igreja e seriam considerados verdadeiros por muitos de seus irmãos na fé, são comparados pelo apóstolo a "fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento; para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva". II Ped. 2:17. "Tornou-se-lhes o último estado", declarou ele, "pior do que o primeiro." "Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado." II Ped. 2: 20 – 22; Mat 12: 43 – 45; Prov, 26: 11.

Olhando através dos séculos para o fim do tempo, Pedro foi inspirado a esboçar as condições que prevaleceriam no mundo antes da segunda vinda de Cristo. "Nos últimos dias virão escarnecedores", escreveu, "andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação." II Ped. 3:3 e 4. Mas "quando disserem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina destruição". I Tess. 5:3. Nem todos, porém, seriam enganados pelos ardis do inimigo. Ao aproximar-se o fim de todas as coisas terrestres, haveria fiéis capazes de discernir os sinais dos tempos. Conquanto um grande número de professos crentes negasse a sua fé por suas obras, haveria um remanescente que preservaria até o fim. (Atos dos Apóstolos, 535-536) Rom. 9: 27 -28; Isa 1: 9; 10: 22, 23; Isa 11: 11, 12.

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O apóstolo advertia Timóteo contra os falsos mestres que se introduziriam na igreja. "Sabe, porém, isto", escreveu, "que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos... tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te." II Tim 3:1-5.

"Mas", continuou, "os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que desde da tua meninice sabes as Sagradas Letras, que podem fazer-te sábio para a salvação. ... Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra." II Tim 3:13-17. Deus proveu meios abundantes para o êxito na luta contra o mal que há no mundo. A Bíblia é a armadura com que nos podemos equipar para a luta. Nossos lombos devem estar cingidos com a verdade. Nossa couraça deve ser de justiça.

Na mão devemos ter o escudo da fé, e na cabeça o capacete da salvação; e com a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, devemos abrir caminho por entre as obstruções e embaraços do pecado.

Paulo sabia estar perante a igreja um tempo de grande perigo. Sabia que uma obra fiel e zelosa devia ser feita pelos que tinham a responsabilidade das igrejas; assim escreveu a Timóteo: "Conjuro-te, pois diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na Sua vinda e no Seu reino, que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina." II Tim 4:1- 5; I Tim 4: 1-5; I Tim 1: 9-10.

Esta solene incumbência a alguém tão zeloso e fiel como era Timóteo é um forte testemunho da importância e responsabilidade da obra do ministro evangélico. Chamando Timóteo ao tribunal de Deus, Paulo lhe ordena pregar a Palavra, não fórmulas e ditos humanos; a testemunhar prontamente de Deus onde quer que se lhe apresentasse oportunidade - diante de grandes congregações ou de limitados círculos, junto aos caminhos e nos lares, a amigos e a inimigos, fosse em segurança ou exposto a dificuldades e perigos, injúria e danos.

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Temendo que a disposição branda e condescendente de Timóteo pudesse levá-lo a esquivar-se de uma parte essencial de sua obra, Paulo exorta-o a ser fiel em reprovar o pecado, e a repreender mesmo com firmeza os que fossem culpados de males graves. Contudo devia fazê-lo "com toda a longanimidade e doutrina". II Tim. 4:2. Devia ele revelar a paciência e o amor de Cristo, tornando claras suas reprovações e reforçando-as pelas verdades da Palavra.

Odiar e reprovar o pecado, e ao mesmo tempo mostrar piedade e comiseração pelo pecador é uma difícil tarefa. Quanto mais ardentes nossos próprios esforços para manter a santidade do coração e da vida, tanto mais aguda nossa percepção do pecado, e mais decidida nossa desaprovação de qualquer desvio do direito. Precisamos guardar-nos contra a indevida severidade no trato com os que erram; mas precisamos também ser cuidadosos para não perder de vista a excessiva malignidade do pecado. Há necessidade de mostrar-se paciência e amor semelhantes aos de Cristo pelo que erra, mas há também o perigo de se mostrar tão grande tolerância pelo seu erro que ele se considerará não merecedor de reprovação e a rejeitará como inoportuna e injusta. Os ministros do evangelho às vezes causam grande dano permitindo que sua tolerância pelo que erra degenere em tolerância pelos pecados, e mesmo participação deles. Assim são levados a desculpar e passar por alto o que Deus condena; e depois de certo tempo tornam-se tão cegos que chegam a louvar aqueles a quem Deus manda reprovar. Aquele que tem suas percepções espirituais embotadas pela pecaminosa tolerância por aqueles a quem Deus condena, em breve estarão cometendo maior pecado pela severidade e rudeza no trato para com aqueles aos quais Deus aprova.

Por se orgulharem de humana sabedoria, por menosprezarem a influência do Espírito Santo e por desprazer às verdades da Palavra de Deus, muitos que professam ser cristãos e que se imaginam competentes para ensinar a outros, serão levados a voltar as costas aos requisitos de Deus. Paulo declarou a Timóteo: "Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." II Tim 4:3 e 4. O apóstolo não faz aqui referência a aberta irreligiosidade, mas a professos cristãos que fazem da inclinação guia, tornando-se assim escravos do eu. Tais pessoas estão dispostas a

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atentar apenas às doutrinas que lhes não repreendam os pecados ou condenem a vida de amor ao prazer. Sentem-se ofendidos pelas claras palavras dos fiéis servos de Cristo, e escolhem mestres que os louvem e adulem. E entre os professos ministros há os que pregam as opiniões dos homens em lugar da Palavra de Deus. Infiéis ao dever, desviam os que a eles vão em busca de orientação espiritual. (Atos dos Apóstolos, 502-505)

Cristo predisse que se levantariam enganadores, por cuja influência faria transbordar a iniqüidade e esfriaria o "amor de muitos". Mat. 24:12. Advertiu os discípulos de que a igreja se encontraria em maior perigo por motivo desse mal, do que pela perseguição movida por seus inimigos. Vezes e mais vezes Paulo advertiu os crentes contra esses falsos ensinadores. Contra este perigo, acima de qualquer outro, deviam eles precaver-se; pois que, recebendo falsos ensinadores, abririam a porta aos erros mediante o que o inimigo turbaria as percepções espirituais e abalaria a confiança dos recém-conversos à fé do evangelho. Cristo era a norma pela qual deviam eles testar as doutrinas apresentadas. Tudo o que não estivesse em harmonia com Seus ensinos devia ser rejeitado. Cristo crucificado pelo pecado, Cristo ressurgido dos mortos, Cristo assunto ao Céu - esta era a ciência da salvação que eles deviam aprender e ensinar.

As advertências da Palavra de Deus com respeito aos perigos que rodeiam a igreja cristã pertencem a nós hoje. Como nos dias dos apóstolos os homens procuravam destruir a fé nas Escrituras pelas tradições e filosofias, assim hoje, pelos aprazíveis sentimentos da "alta crítica", evolução, espiritismo, teosofia e panteísmo, o inimigo da justiça está procurando levar as almas para caminhos proibidos. Para muitos a Bíblia é uma lâmpada sem óleo, porque voltaram a mente para canais de crenças especulativas que produzem má compreensão e confusão. A obra da "alta crítica", em dissecar, conjeturar, reconstruir está destruindo a fé na Bíblia como uma revelação divina. Está roubando a Palavra de Deus em seu poder de controlar, erguer e inspirar vidas humanas. Pelo espiritismo, multidões são ensinadas a crer que o desejo é a mais alta lei, que licenciosidade é liberdade, e que o homem deve prestar contas apenas a si mesmo. (Atos dos Apóstolos, 473-474).

Por meio de adulteração e falsificação os emissários de Satanás buscavam suscitar oposição às doutrinas de Cristo; e como

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conseqüência disso, dissensões e heresias estavam pondo em perigo a igreja. Alguns que professavam a Cristo pretendiam que Seu amor os libertara da obediência à lei de Deus. Por outro lado muitos ensinavam que era necessário observar os costumes e cerimônias judaicos; que a mera observância da lei, sem fé no sangue de Cristo, era suficiente para a salvação. Outros mantinham que Cristo fora um homem bom, mas negavam Sua divindade. Alguns que simulavam ser leais à causa de Deus, eram enganadores, e na prática negavam a Cristo e Seu evangelho. Vivendo eles mesmos em transgressão, introduziam heresias na igreja. Muitos eram assim levados a um labirinto de ceticismo e engano. (Atos dos Apóstolos, 553)

João enchia-se de tristeza ao ver surgirem na igreja esses venenosos erros. Viu os perigos a que a igreja seria exposta, e enfrentou a emergência com prontidão e decisão. As epístolas de João respiram o espírito de amor. É assim como se ele escrevesse com a pena molhada no amor. Mas quando entrou em contato com os que estavam a quebrar a lei de Deus, embora declarando estar vivendo sem pecado, não hesitou em adverti-los de seu perigoso engano.

Estamos autorizados a ter na mesma consideração indicada pelo discípulo amado os que alegam permanecer em Cristo ao mesmo tempo que vivem em transgressão da lei de Deus. Existem nestes últimos dias males semelhantes àqueles que ameaçavam a prosperidade da igreja primitiva; e os ensinos do apóstolo João sobre estes pontos deveriam ser cuidadosamente considerados. "Necessitais mostrar caridade", é o clamor que se ouve em todos os lugares, principalmente da parte daqueles que professam santificação. Mas a verdadeira caridade é demasiado pura para acobertar um pecado inconfessado. Conquanto devamos amar as almas por quem Cristo morreu, não nos devemos comprometer com o mal. Não nos podemos unir aos rebeldes e chamar a isto caridade. Deus requer de Seu povo nesta fase do mundo que permaneça firme pelo direito tanto quanto João, em oposição aos erros que arruínam a alma. (Atos dos Apóstolos, 554-555)

O apóstolo exortava os gálatas a deixar os falsos guias por quem haviam sido desviados, e a voltar à fé que havia sido acompanhada por inquestionáveis evidências de aprovação divina. Os homens que os haviam procurado desviar de sua fé no evangelho eram hipócritas, de

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coração não santificado e vida corrupta. Sua religião era feita de um acervo de cerimônias, por cujas práticas esperavam ganhar o favor de Deus. Não tinham interesse num evangelho que requeria obediência à palavra: "Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." João 3:3. Sentiam que uma religião baseada em tal doutrina requeria demasiado sacrifício, e assim se apegavam a seus erros, enganando-se a si e aos outros.

Suprir formas externas de religião em lugar de santidade de coração e de vida, é ainda tão agradável à natureza não renovada como o foi nos dias desses ensinadores judeus. Hoje, como então, existem falsos guias espirituais, para cujas doutrinas muitos atentam avidamente. É estudado esforço de Satanás desviar as mentes da esperança da salvação pela fé em Cristo e obediência à lei de Deus. Em cada século o arquiinimigo adapta suas tentações aos preconceitos ou inclinações daqueles a quem está procurando enganar. Nos tempos apostólicos levou os judeus a exaltar a lei cerimonial e rejeitar a Cristo; no presente ele induz muitos cristãos professos, sob a pretensão de honrarem a Cristo, a pôr em controvérsia a lei moral, e a ensinar que seus preceitos podem ser transgredidos impunemente. É dever de cada servo de Deus opor-se firme e decididamente a esses pervertedores da fé, e expor destemidamente seus erros pela Palavra da verdade. (Atos dos Apóstolos, 386-387)

As palavras de advertência do apóstolo à igreja de Corinto, são aplicáveis a todos os tempos, e especialmente adaptadas a nossos dias. Por idolatria entendia ele não apenas a adoração de ídolos, mas o egocentrismo, o amor das comodidades e a condescendência com o apetite e paixão . Uma mera profissão de fé em Cristo, um presumido conhecimento da verdade, não tornam um homem cristão. Uma religião que busca apenas o deleite dos olhos, dos ouvidos, do paladar, ou que sanciona a condescendência própria, não é a religião de Cristo. (Atos dos Apóstolos, 317)

Estamos agora a entrar nesta batalha - batalha entre as leis dos homens e os preceitos de Jeová, entre a religião da Bíblia e a religião das fábulas e da tradição.

A incredulidade prevalece em assustadora proporção, não somente no mundo mas também na igreja. (GC, 582-583).

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Inumeráveis são as doutrinas errôneas e as fantasiosas idéias que estão ganhando terreno entre as igrejas da cristandade. É impossível avaliar os maus resultados de remover um dos marcos que foram fixados pela Palavra de Deus. Pouco dos que se arriscam a fazer isto param com a rejeição de uma única verdade. A maioria continua a pôr de lado, um após outro, os princípios da verdade, até que se tornam efetivamente incrédulos.

Os erros da teologia popular têm arrastado ao ceticismo muitas almas que poderiam de outra maneira ter sido crentes nas Escrituras. Impossível lhes é aceitarem doutrinas que lhes ofendem o senso de justiça, misericórdia e benevolência; e, desde que tais são apresentadas como ensinos da Bíblia, recusam-se a recebê-la como a Palavra de Deus. (GC, 525).

Quando se corrompeu a primitiva igreja, afastando-se da simplicidade do evangelho e aceitando ritos e costumes pagãos, perdeu o Espírito e o poder de Deus; e, para que pudesse governar a consciência do povo, procurou o apoio do poder secular. Disso resultou o papado, uma igreja que dirigia o poder do Estado e o empregava para favorecer aos seus próprios fins, especialmente na punição da "heresia". Foi a apostasia que levou a igreja primitiva a procurar o auxílio do governo civil, e isto preparou o caminho para o desenvolvimento do papado - a besta. Disse Paulo que havia de vir "a apostasia", e manifestar-se "o homem do pecado". II Tess. 2:3.

Assim a apostasia na igreja preparará o caminho par a a imagem à besta.

A Escritura Sagrada declara que antes da vinda do Senhor existirá um estado de decadência religiosa semelhante à dos primeiros séculos. (GC, 443-444)

Satanás há de excitar a indignação contra uma minoria que conscienciosamente se recusa a aceitar costumes e tradições populares. Magistrados perseguidores, ministro e membros de igreja, hão de conspirar contra eles. (II TS, 150).

O último grande engano deve logo patentear-se diante de nós. O anticristo vai operar suas obras maravilhosas à nossa vista. Tão meticulosamente a contrafação se parecerá com o verdadeiro, que será

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impossível distinguir entre ambos sem o auxílio das Escrituras Sagradas. (GC, 593)

Serão introduzidas teorias com as quais não será sábio lidarmos. Satanás é um astuto obreiro, e introduzirá falsidades sutis para obscurecer e confundir a mente e extirpar as doutrinas da salvação. Os que não aceitam a Palavra de Deus tal qual reza, serão apanhados em sua armadilha.

Acho-me instruída a dizer que no futuro será necessária grande vigilância. Importa que não haja nenhuma ignorância espiritual entre o povo de Deus. Espíritos maus acham-se ativamente empenhados em buscar controlar a mente de seres humanos. Os homens estão-se atando em molhos, prontos a serem consumidos no fogo dos últimos dias. Os que rejeitam a Cristo e Sua justiça aceitarão o engano que está inundando o mundo. Os cristãos devem ser sóbrios e vigilantes, resistindo com firmeza ao adversário, o diabo, que anda em derredor bramando como leão, buscando a quem possa tragar. Homens sobre a influência de espíritos maus operarão milagres (II ME, 52-53)

Nova ordem de coisas entrou no ministério.

Há desejo de moldar-se segundo outras igrejas, e simplicidade e humildade são quase desconhecidas. Os ministros jovens procuram ser originais, e introduzir idéias e planos novos para o trabalho. Alguns iniciam reuniões de reavivamento, trazendo assim muitos conversos para a igreja. Passada, porém, a emoção, onde estão os convertidos? Não se vêem arrependimento e confissões de pecados. O pecador é instado a crer em Cristo e aceitá-Lo, sem consideração quanto a sua vida passada de pecado e rebelião. O coração não é quebrantado. Não há contrição de alma. Os supostos conversos não caíram sobre a Rocha, Cristo Jesus.

O Antigo e o Novo Testamentos mostram-nos o único meio por que esta obra deve ser feita. Arrependei-vos, arrependei-vos, arrependei-vos, era a mensagem que João Batista fazia soar no deserto. A mensagem de Cristo ao povo, era: "Se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis." Luc. 13:5. E aos apóstolos foi ordenado pregar em toda parte que os homens se arrependessem. O Senhor deseja que Seus servos hoje preguem a antiga doutrina evangélica - tristeza pelo pecado, arrependimento e confissão. Precisamos sermões à moda antiga,

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costumes à antiga, pais e mães em Israel à antiga. É preciso trabalhar pelo pecador perseverantemente, zelosa e sabiamente, até que ele veja que é transgressor da lei de Deus, e exerça arrependimento para com Deus, e fé no Senhor Jesus Cristo. Manuscrito 111. (II ME, 18-19)

Falsas doutrinas minarão os fundamentos de muitos, porque eles não aprenderam a discernir a verdade do erro. Nossa única salvaguarda contra as astúcia de Satanás é estudar as Escrituras diligentemente, possuir inteligente compreensão da razão de nossa fé, e cumpri fielmente todo dever conhecido. A indulgência com um pecado conhecido causará fraqueza e trevas, e sujeita-nos a ardente tentação. (II ME, 58)

Haverá conversões muitas, segundo uma ordem particular, mas não apresentarão a assinatura divina. Penetrará a imoralidade, e extravagância, e muitos naufragarão na fé. Haverá areias movediças nas quais muitos estão em perigo de submergir-se. (II ME, 59)

Toda variedade de erro será trazida à luz na misteriosa operação de Satanás, a qual, se possível fora, enganaria até os escolhidos, desviando-os da verdade. Haverá sabedoria humana a enfrentar - a sabedoria de homens de saber, os quais, como os fariseus, são mestres da lei de Deus, mas não obedecem eles próprios à lei. Haverá a ignorância e a loucura humana a enfrentar em desconexas teorias aparelhadas em novas e fantásticas roupagens - teorias que será tanto mais difícil enfrentar quanto não há nelas nenhuma razão.

Haverá falsos sonhos e visões, que encerram alguma verdade, mas desviam da fé original. O Senhor deu uma regra pela qual distingui-los: "À lei e ao testemunho: se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não têm iluminação." Isa. 8:20, Versão Trinitariana. Se eles desmerecem a lei de Deus, se não dão atenção a Sua vontade tal como é revelada nos testemunhos de Seu Espírito, são enganadores. Eles são controlados por impulso e impressões, que acreditam serem do Espírito Santo, e consideram mais dignos de confiança que a Palavra Inspirada. Pretendem que todo pensamento e sentimento é uma impressão do Espírito; e quando se raciocina com eles segundo as Escrituras, declaram que possuem alguma coisa mais digna de confiança. Ao passo, porém, que pensam ser guiados pelo Espírito de Deus, estão na verdade seguindo uma imaginação trabalhada por Satanás. (II ME, 98-99).

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Na história e na profecia a Palavra de Deus descreve o longo e continuado conflito entre a verdade e o erro. Esse conflito se acha ainda em processo. As coisas que foram, repetir-se-ão. Velhas controvérsias serão reavivadas, e novas teorias estarão continuamente a surgir. O povo de Deus, porém, que em sua crença e cumprimento de profecia desempenhou uma parte na proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas, sabe onde se encontra. Possuem uma experiência que é mais preciosa que o ouro fino Devem permanecer firmes como a rocha, retendo firmemente o princípio de sua confiança até o fim.

Um poder transformador acompanhou a proclamação das mensagens do primeiro e do segundo anjos, da mesma maneira que apóia a mensagem do terceiro. Perduráveis convicções foram feitas em mentes humanas. O poder do Espírito Santo foi manifestado. Houve diligente estudo das Escrituras, ponto por ponto. Quase noites inteiras foram consagradas ao diligente exame da Palavra. Pesquisávamos em busca da verdade como de tesouros ocultos. O Senhor Se nos revelou. Foi derramada luz sobre as profecias, e conhecemos que recebíamos instrução divina. ...(II ME, 109)

Frio Formalismo ou Fanatismo

Formalidade, sabedoria mundana, certa esperteza e métodos mundanos, parecerão a muitos o próprio poder de Deus, mas quando aceitos, ficam como obstáculo impedindo a luz de Deus em advertências, reprovação e conselho de atingir o mundo.

Ele [Satanás] está trabalhando com todo o seu poder insinuante, enganador, para desviar os homens da mensagem do terceiro anjo, que deve ser proclamada com forte poder. Se Satanás vê que Deus está abençoando Seu povo e preparando-os para discernir-lhe os enganos, trabalha com sua magistral capacidade para introduzir fanatismo de um lado e frio formalismo de outro, para que ele possa ceifar uma colheita de almas. Agora é nosso tempo de vigiar incessantemente. Vigiai, barrai o caminho ao mínimo passo de avanço que Satanás possa fazer entre vós.

Há perigo contra o qual estar acautelados à direita e à esquerda. Haverá pessoas inexperientes, recém-conversas, que necessitam ser fortalecidas, e terem diante de si um exemplo correto. Alguns não farão

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o uso devido da doutrina da justificação pela fé. Apresentá-la-ão de maneira unilateral.

Outros lançarão mão de idéias que não foram devidamente apresentadas, e passam completamente sobre o limite, passando de todo por alto as obras.

Ora, a fé genuína sempre opera por amor. Quando olhais ao Calvário não é para aquietar vossa alma na falta de cumprimento do dever, nem para vos acalmar para dormir, mas para criar fé em Jesus, fé que opere, purificando a alma do lodo do egoísmo. Quando lançamos mão de Cristo pela fé, nossa obra apenas começou. Todo homem tem hábitos corruptos e pecaminosos que precisam ser vencidos por combate vigoroso. Requer-se de toda alma que combata o combate da fé. Se alguém é seguidor de Cristo, não pode ser astuto no negócio, não pode ser duro de coração, falto de compaixão. Não pode ser vulgar na linguagem. Não pode ser cheio de arrogância e presunção. Não pode ser despótico, nem usar palavras ásperas, e censurar e condenar.

O trabalho de amor brota da operação da fé. A religião bíblica significa constante trabalho. "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos Céus." Mat. 5:16. Operai vossa salvação com temor e tremor, pois é Deus que opera em vós tanto o querer como o efetuar segundo a Sua boa vontade. Devemos ser zelosos de boas obras, cuidadosos de manter boas obras. E a Testemunha fiel diz: "Eu sei as tuas obras." Apoc. 2:2. Se bem que seja verdade que nossas atarefadas atividades não nos asseguram, em si mesmas, a salvação, também é verdade que a fé que nos liga a Cristo estimulará a alma à atividade. Os que não têm tempo para dar atenção a sua própria alma, a se examinarem diariamente, se estão no amor de Deus, e colocarem-se no conduto da luz, terão tempo para dar às sugestões de Satanás e à execução de seus planos.

Satanás insinuar-se-á mediante pequenas cunhas, que se ampliam à medida que abrem caminho. As perigosas armadilhas dele serão introduzidas na obra especial de Deus nestes dias. (II ME, 19-21)

Neste século, justamente antes da segunda vinda de Cristo nas nuvens do céu, o Senhor chama homens que sejam fervorosos e preparem um povo que subsista no grande dia do Senhor. Os homens que passaram

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longos períodos em estudos dos livros, não estão manifestando em sua vida aquele zeloso ministério essencial para este último tempo. Não dão um testemunho simples, direto. Há necessidade, entre ministros e alunos, do derramamento do Espírito de Deus. Os fervorosos apelos apoiados de oração que partem do coração de um mensageiro que nisso põe toda a alma, cria convicções. Não são necessários homens letrados para isto fazerem; pois eles dependem mais de sua instrução livresca do que de seu conhecimento de Deus e de Jesus Cristo a quem Ele enviou. Todo aquele que conhece o único Deus vivo e verdadeiro conhecerá a Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, e pregará a Jesus Cristo, e Ele crucificado. ...

Supõe acaso alguém que as mensagens de advertência não vêm àqueles a quem Deus reprova? (II ME, 152).

Os ministros de Deus têm a fazer soleníssima e sagrada obra no mundo. O fim está perto. A mensagem da verdade precisa ir avante.

Como fiéis pastores do rebanho, os servos de Deus devem dar claro e vigoroso testemunho. Não deve haver perversão da verdade. A graça divina nunca desvia da misericórdia e do amor de Deus. É o poder de Satanás que faz isto. Quando Cristo pregava, Sua mensagem era qual espada aguda, de dois gumes, penetrando a consciência dos homens e revelando-lhes os mais íntimos pensamentos. A obra feita por Cristo terão de fazer Seus fiéis mensageiros. Devem pregar a Palavra em simplicidade, pureza, e na mais estrita integridade. Os que trabalham na palavra ou doutrina, devem ser fiéis a seu encargo. Devem velar pelas almas como quem por elas tem de dar contas. Nunca devem revestir um "Assim diz o Senhor" de atraentes palavras de sabedoria humana. Destroem-lhe assim a energia viva, tornando-o fraco e destituído de poder, de modo que ele deixa de convencer do pecado. Toda palavra proferida sob a direção do Espírito Santo será cheia da mais profunda solicitude pela salvação de almas.

A aceitação do ministro por Deus não depende de exibição exterior, mas de seu fiel desempenho do dever. A senda de Cristo para a exaltação foi através da mais profunda humilhação. Os que partilham dos sofrimentos de Cristo, que Lhe seguem fielmente as pegadas, serão participantes de Sua glória. (II ME, 159)

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Excessiva Diplomacia nas Coisas Sagradas

O evangelho sofre agora oposição de todos os lados. A confederação do mal nunca esteve tão forte como atualmente. Os espíritos do mal se estão combinando com agentes humanos para combater os mandamentos de Deus. A tradição e a mentira são exaltados acima das Escrituras; a razão e a ciência acima da revelação; o talento humano acima dos ensinos do Espírito; formas e cerimônias acima do poder vital da piedade. Pecados ofensivos têm separado o povo de Deus. A infidelidade se está rapidamente tornando moda. "Não queremos que Este reine sobre nós", é a linguagem de milhares. Luc. 19:14. Os ministros de Deus devem erguer a voz como uma trombeta, e mostrar ao povo as suas transgressões. Os sermões suaves tão freqüentemente pregados, não fazem impressão duradoura. Os homens não são tocados até ao fundo do coração, porque as claras e penetrantes verdades da Palavra de Deus não lhes são ditas.

Muitos dos que professam crer na verdade, diriam, caso exprimissem seus sentimentos reais: "Que necessidade há de se falar tão positivamente?" Bem poderiam então perguntar: "Por que necessitava João Batista de dizer aos fariseus: 'Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?' Mat. 3:7. Que necessidade tinha ele de provocar a ira de Herodias, dizendo a Herodes que lhe era ilícito viver com a mulher de seu irmão? Perdeu a vida, por falar assim positivamente. Por que não poderia ter agido de maneira a não incorrer na cólera de Herodias?" Assim têm os homens raciocinado, até que a excessiva diplomacia tomou o lugar da fidelidade. Permite-se ao pecado passar sem repreensão. Quando se há de ouvir mais uma vez na igreja a voz da repreensão fiel: "Tu és este homem"? II Sam. 12:7. Não fossem tão raras essas palavras, e veríamos mais do poder de Deus. Os mensageiros do Senhor não se devem queixar de que seus esforços sejam infrutíferos, enquanto não se arrependerem de seu amor pela aprovação, seu desejo de agradar aos homens, o qual os leva a suprimir a verdade, e a clamar: Paz, quando Deus não falou paz. (Obreiros Evangélicos, 149-150)

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FALSOS PROFETAS

Mat 7: 15-17; Cf, Mat 24: 5,11, 24; Mar 13: 22. O verdadeiro profeta é aquele que fala no lugar de Deus. Em conseqüência, o falso profeta é o que pretende falar em lugar de Deus, quando na realidade; só profere os pervertidos pensamentos de seu próprio coração corrupto (Isa 30: 10; Jer 14: 13-15; 23: 16-17, 21, 25, 30-32, 38; 29: 8-9; Ez. 13: 2-3, 10-11). Comparar isto com o período de Jeremias com os falso profetas de seu tempo (Jeremias caps 27-29). Os falsos profetas são os que pretendem que os homens podem entrar pela a porta larga e o caminho espaçoso e poderão chegar de tos os modos ao destino da porta apertada e o caminho estreito. Estas são os ladrões, cujo o único propósito é roubar, matar e destruir (João 10: 7-10; Atos 20: 28-31; II Tes 2: 3, 7; II Pe 2; I João 2: 18-19). As advertências apostólicas contra os falsos profetas.

As semelhanças dos lobos com as ovelhas é só no exterior. Não têm ocorrido uma mudança de coração, mas só o aspecto. Indubitavelmente, o propósito era enganar as ovelhas e criar nelas uma falsa segurança. Com freqüência se descreve o povo e Deus como ovelha e Deus como Seu pastor. (Sl 23: -12; 78: 52; 100: 3; Isa 40: 11; 53: 6; Ez 34: 10-19; João 10: 1-16;)

Os Lobos Cf, Sof 3: 3-4; Mat. 10: 16; João 10: 12. Esses lobos não só são de coração malvados, mas que se opõem a verdade para os que os que desejam seguir-lhes. Têm o propósito de prejudicar a ovelha, para beneficiar a si mesmo. Ansiosos de ganâncias e de poder são mais perigosos que os cães ou os porcos do versículo 6, ver com Miq. 3: 5-12.

Mas as ovelhas não estão totalmente desamparadas, pois tem a habilidade de detectar os lobos. Por seu porte e por sua conduta. As atraentes pretensões destes falsos profetas não demonstra seu verdadeiro caráter. Suas formosas palavras e sua excelsa profissão não são provas validas de que realmente são, nem podem ser consideradas como uma promessa de que as ovelhas que conhecem a voz de Seu pastor (João 10: 4) não serão enganadas pelas as formosas palavras dos lobos.

Quem ama a verdade e ao Senhor e está inteiramente entregue a sua vontade obedecerão á voz de Deus que fala a suas almas por meio de Sua Palavra e mediante os conselhos que Deus tem dado. E na grande hora de prova que se aproxima, só os que conhecem e

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amam a verdade poderão salvar-se dos enganos de Satanás. Oséias 4: 6; Jer 50: 6; II Tes 2: 9-11; Mat 12: 33-35; Luc 6: 43-45.

Segundo a nota adicional do cap 13 de Romanos temos:

Alguns dos escritores do NT. Dão à impressão de referir-se a segunda vinda de Cristo como se fosse algo imediato. Se citam os seguinte textos como mostra tópico destes ensinamentos Rom 13: 11-12; I Cor 7: 29; Fil 4: 5; I Tes 4: 1, 17; Heb 10: 25; Tiag 5: 8-9; I Pe 4: 7; I João 2: 18.

Quem sabe alguns se apressa a concluir que os escritores bíblicos estavam completamente equivocados, ou que pelo ou menos nada se pode saber quanto ao tempo da volta de Cristo; porem a evidencia não requer uma conclusão tal.

Na repetida discursão das Escrituras quanto ao fim do mundo ou da vinda de Jesus, se destaca claramente certos fatos. E o crente que tem em conta este fato é possível chegar a uma conclusão totalmente consecutiva com a crença da inspiração da Bíblia e o fato solene do segundo advento. Estes fatos são os seguintes:

1. Os escritores sempre falam da certeza do segundo avento. Isto se aplica tanto aos escritores do AT. Com do NT. O leitor da Bíblia, que dá as palavras deste seu significado mais evidente, concluirá que o dia do Senhor virá. (II Pe 3: 10).

2. Ao referir-se a este tema os escritores bíblicos parecem estar tão dominados pela a grandeza da gloria e a natureza apoteósica do acontecimento para cada ser humano e para toda a criação, que com freqüência falam como se fossem os únicos e exclusivos acontecimentos futuro. A luz deslumbradora do dia Deus, parece com freqüência excluir todos os demais da vista e da mente do profeta. O leitor recebe a clara impressão de que o autor inspirado considera todos os demais que possa proceder o advento como de menor importância, como um prólogo do grande clímax para o qual se encaminha toda a criação; com freqüência quem sabe sinta-se como se o grande dia estivesse por sobrevir.

É evidente que esta clara apresentação do advento começou com Enoque, sétimo depois de Adão, que advertiu os ímpios de seus dias. Eis que vem o Senhor com suas dezenas de milhares, para fazer juízo contra todos (Jud 14-15). Não há nada no contexto que sugere que Enoque houvesse explicado que a vinda teria lugar mil anos mais tarde,

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é o mais seguro é que não sabia. Havia-lhe sido revelado que Senhor viria para julgar; nada mais importava.

Os escritores bíblicos destacaram que o dia do Senhor viria de súbito e inesperadamente. As afirmações de Cristo são os melhores respaldos deste ensinamento. Ele disse: “Vede, pois, porque não sabeis a que hora há de vir vosso Senhor (Mat 24: 42)”. “Olhai também por vos mesmos, para que vossos corações não se carreguem de glutonaria e embriaguez e dos afãs desta vida, e venha de repente sobre vos aquele dia”. Porque como um ladrão vem sobre todos os que habitam sobre a face de toda a terra. Vigiai, pois a todo tempo, orando para que sejais tidos por dignos de escapar de todas estas coisas que virão, e de estar em pé diante do Filho do Homem. (Luc 21: 34-36). As palavras de Paulo são um eco das de Nosso Senhor. “O dia do Senhor vira como um ladrão de noite (II Pe 3: 10)”.

Que o dia da predição do segundo advento é uma cálida de iminência pelo menos potencialmente, foi à única segurança que este acontecimento ocorreria e que seria inesperado e repentino.

A hora o Senhor não lhe pareceu conveniente revelar o dia e a hora (Mat 24: 36) de sua vinda, e como instou a seus seguidores que velassem constantemente para que esse dia não lhes surpreendesse como um ladrão. Que outra coisa se poderia esperar, se não que os autores do NT escrevessem sobre a vinda com um tom de eminência?

Isto não projeta nenhuma sombra sobre a inspiração que receberam. Sabiam por revelação e por instruções direta procedente de Cristo, que ele viria outra vez, que sua vinda seria precedida por tempos tumultuosos, que seria súbita e inesperada, e que eles e quem eles pregassem deviam velar continuamente. Porem não lhes foi revelado o dia e a hora. Por tanto, devido a essa limitação a revelação que lhes foi dada, apresentava aos crentes a exortação constante e a advertência acerca do dia do Senhor.

Era evidente no plano de Deus que seus profetas não dispuseram de certo conhecimento acerca da exatidão do momento do advento de Cristo. Precisamente antes de sua ascensão nosso Senhor pô fim nas perguntas dos discípulos quanto a calcular tempo das ações futuras de Deus, quando declarou: “Não vos compete a vós saber o tempo ou a época que o Pai reservou pela a Sua excessiva autoridade”. (Atos 1: 7)

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Os autores bíblicos não escreveram sensivelmente para seus dias ou para determinado grupo a quem dirigiam uma carta. Se assim fosse então a importância das Escrituras havia concluído com a geração que recebeu diretamente as mensagens dos portas-vozes de Deus. Não; escreveram sob a inspiração e sem duvida compreendendo com freqüência só em parte, para todas as gerações ate que voltasse o Senhor. É certo que alguma coisa que escreveram, por exemplo, sobre a circuncisão tinha uma importância particular para as gerações dos autores do NT quanto que outras porções têm tendo e tem uma importância crescente a medida que se aproxima o fim da historia da terra.

O fato de que os autores inspirados da Bíblia escrevessem para exortar, admoestassem e instruíssem a todos os que vivessem até ao segundo advento, clareia mais as declarações do NT, que fala da eminência da segunda vinda de Cristo. É certo que as mensagens, dentro de seu contexto histórico, estão dirigidas a grupos específicos que viviam nesse tempo e não há duvida alguma de que a maioria dos conselhos espirituais das Escrituras se situam dentro de um contexto histórico que corresponde com determinadas pessoas e determinado temo do passado.

Porém ainda que uma declaração se tenha dirigido a certos crentes, pode aplicar-se não tanto a eles como a seus descendentes espirituais. Quando Cristo descreveu a seus discípulos certos acontecimentos chave que precederiam a sua vinda e serviram como sinais dela, abarcou um período de uns dois mil anos; e quando começou a descrever a queda de Jerusalém, disse: “Quando vires no lugar santo a abominação desoladora de que falou o profeta Daniel (Mat 24: 15). Vedes correspondia com os discípulos a quem se estava dirigindo; porem segue falando da grande tribulação da qual havia falado Daniel na profecia que abarcaria ate o século XVIII, e continua com a exortação “então se alguém vos disser (ver 23). Agora bem poderia dizer que Cristo está aqui advertindo outra vez a seus doze discípulos conta enganos ameaçadores. Porem todo o contexto nos obriga a crer que ele esta falando também, e ainda com mais razão a seus seguidores que viveriam no século XVIII e posteriormente.

Este fato bíblico, que o grupo presente nesse momento pode ser o recipiente desta mensagens, não só para eles, mas também, e quem

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sabe mais particularmente, para uma geração posterior, nos protege de não cair em conclusões sem fundamento acerca do tempo histórico de certos acontecimentos vindouros.

Pareceria que imediatamente depois da acessão “os irmãos”, grupos que tal vez incluía aos apóstolos, pensavam que Cristo poderia voltar em seus dias: “Este dito se estendeu então entre os irmão, que aquele discípulo João não morreria (João 21: 23), mais que ficaria vivo para contemplar o regresso de Seu Senhor (Atos 1: 6-7)

Sem duvida, há certa evidência no NT de que Deus deu alguma luz a seus portas- vozes acerca do tempo que transcorreria antes de que Cristo regressassem. Em sua primeira carta aos tessalonicenses, Paulo lhes escreveu do advento e disse: “Nós que vivemos que temos ficado até a vinda do Senhor (I Tes 4: 15); porém queria Paulo que os tessalonicenses chegassem a conclusão de que o dia do Senhor virtualmente estava as portas? É evidente que alguns chegaram a esta conclusão, porque em sua segunda carta o apostolo volta ao tema: “Os rogamos irmão, que não os deixeis mover facilmente de vosso modo de pensar, nem contribuis, nem por espírito, nem por palavra e nem por carta, como se fosse nossa, no sentido de que o dia do Senhor estar perto (I Tes 2: 1-2). Depois procede a descrever acontecimentos que devia acontecer antes da vinda de Cristo (vers 3-12). Processo chave seria determinada “apostasia” (ver 3). Porém Paulo explica em outras passagens que essa “apostasia” ocorreria principalmente depois de sua morte (Atos 20: 28-30; II Tim 4: 6-8). Depois de apresentar-lhes um rascunho de certos acontecimentos precederia a vinda e exorta-os a estar firmes para os dias vindouros. (II Tes 2: 15-17).

Na cela da prisão onde estava para morrer, Paulo escreveu ao seu filho espiritual Timóteo: “O tens ouvido de mim perante muitas testemunhas, isto encarrega a homens fieis que sejam idôneos para ensinar também a outros (II Tim 2: 2). É claro que Paulo esta instruindo a Timóteo que ficava certo período de tempo antes de que Cristo regressasse.

Por tanto é evidente que quando Paulo disse em I Tes 4: 15 “irmãos ficamos’ não estava incluindo ele, mas que estava falando daqueles crentes cristãos que viveriam nos dias finais. O plural da primeira pessoa do verbo indicava sensivelmente que Paulo pertencia ao grupo de fieis que de forma interrompida abarcava os séculos.

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Pedro escreveu. O fim de todas as coisas se aproxima sede, pois sóbrios e vigiai em oração (I Pe 4: 7). Essas palavras se aplicavam necessariamente ao grupo próximo a ele, a quem escrevia? A resposta parecer ser: Lemos em sua segunda epistola escrita não sabemos quanto tempo depois da primeira. Para que tenhais memória das palavras que antes tem sido ditas pelos santos profetas, e do mandamento do Senhor e Salvador dada por vossos apóstolos; sabendo primeiro isto, que nos posteriores dias viriam escarnecedores, andando segundo suas próprias concupiscências e dizendo. Onde está a promessa de seu advento? (II Pe 3: 4). O mais razoável é admitir que estas palavras sugere que Paulo algum processo futuro, em que apareceria certas classe de escarnecedores.

Nota-se especialmente que Paulo, ao ocupar-se do avento vindouro, exorta aos crentes a ter memória das palavras que antes tem sido ditas pelos os santos profetas. Anteriormente nesta mesma epistola, declarou: “tenhamos também a palavra profética mas segura, a qual fazeis bem é estar atentos como um ancora que ilumina em lugar escuro, ate que dia clareia e nasça em vossos corações ( II Pe 1: 19). Segundo estas palavras é evidente que Pedro ensinava que tinha de transcorrer certo lapso antes do advento. Os crente deviam deixar guiar pela a luz profeta ate que o dia clareasse. Respondendo ao mesmo propósito Paulo declarou aos tessalonicenses: Porem a cerca dos tempos e das ocasiões não tem necessidade irmos de que eu os escreva. Porque vos sabeis perfeitamente que o dia do Senhor virá como ladrão de noite e que quando disserem pez e segurança, então vira sobre eles destruição repentina, e não escaparão é como as dores da mulher grávida, e não escaparão, mas vos irmãos não estais em trevas, para que aquele dia os surpreenda como ladrão (I Tes 5: 1-4).

A forma em que os apostos recorrem ao que escreveram os profetas é um eco das palavras de Cristo, a cerca do que o profeta Daniel havia escrito quanto aos acontecimentos futuros. O que ler entenda (Mat 24: 15).

Neste quadro a exortação dirigida aos crentes para guiar seus passos com a luz profética logicamente reconhecemos que a Bíblia contém alguma profecia especifica acerca da vinda do Senhor, as quais abarcam grandes períodos e que nos ajuda saber o que advento de Cristo está próximo, as portas (Mat 24: 33). Referimo-nos especialmente aos livros de Daniel e Apocalipse. Dentro da sabedoria de Deus esses

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livros ainda no melhor dos casos, só foram palidamente entendidos nos primeiros séculos da era cristã. Algumas das profecias de Daniel ficaram sem duvida fachadas e seladas até o tempo do fim (Dan 12: 9), pois a maior parte era para o tempo do fim.

Atualmente dispomos de um caudal de luz adicional que irradia das paginas de Daniel e Apocalipse. Suas profecias nos capacitam pra conhecer, os tempos e as ocasiões (I Tes 5: 1). As profecias destes dois livros nos permitem dizer com segurança profética que o fim de todas as coisas, certamente esta próximo.

Comentário de I Cor 7: 29. diz: Tempo.

Um momento ou período determinado, “tempo oportuno” (ver com Rom 13:11). O Senhor mesmo instava aos crentes que vivessem na expectativa de sua segunda vinda e do fim do mundo (Mat 24: 42; 25: 13; Mar 13: 32-37). Os ensinamentos de Jesus e se Seus apóstolos demonstram que a principal tarefa da vida é prepara-se para um lugar no reino de Deus, de gloria eterna (ver Mat 6: 19-21, 33; 10: 38-39; Mar 10:21). O tempo no qual pode fazer esta preparação sempre tem sido apresentado como curto (ver com Rom 13: 11). Para nós o juizo investigativo está encerrado rapidamente e sua terminação é quando terminar será demasiado tarde para alcançar a idoneidade para o céu. Por tanto, todos devem assegurar sua aceitação como candidato para o reino de gloria (ver Isa 55: 6-7; Dan 8: 14; 9: 24-27; Ron 9: 28; II Cor 6: 2; Heb 3: 13; II Pe 1: 10; Apoc 22: 10-12). Todos têm que viver em tão intima comunhão com o céu, que quando chegar o momento de deixar as fadigas desta vida, nada possa surpreendê-los desprevenidos (ver Mat 13: 35-37; Luc 18: 1;21: 34-36; I Tes 5: 1-6, 17, 22-23). O cristão que está atento a este importante fato – que sempre deve estar pronto para encontrar-se com Deus – não põe seus afetos nas coisas terrenas, mas que sempre tem em conta a incerteza da vida e da natureza fugaz e transitória deste mundo, e vive em um estado de continua preparação para a vinda do Senhor. (Col 3: 1-2). Em vista da brevidade do tempo disponível para que os homens se preparem para eternidade – o melhor dos casos neste período não é maior que o curto lapso de vida – os cristãos não se ligarão indevidamente nos vínculos e possessões terrenas. Não permitirão que nada, nem ainda as relações familiares, interfiram com sua determinação de estar prontos para o céu.

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O argumento prévio leva a conclusão de que não fica outra opção para os que têm esposa, exceto não permitir que o estado matrimonial induza o olvidar sua obrigação de estar sempre em harmonia com o céu. Em outras palavras, que as responsabilidades, as satisfações e os cuidados matrimoniais devem ser postos em segundo lugar perante o grande propósito da vida que é uma constante comunhão com o Senhor e uma fervente preparação para a sua vinda. Este versículo destaca a mandatos devem ocupar o primeiro lugar na vida do crente (ver Deut 6: 5; 10: 12; Ed 12: 13; Mat 22: 37-38). Não se deve entender que este versículo ensina que deve haver falta de afeto ou de bondade na relação matrimonial, ou que contradiz aos ensinamentos específicos de Paulo nos primeiros versículos deste capitulo.

O cristianismo como religião ilícita

Os judeus estavam ressentidos com o cristianismo por muitas razões. Tinham temor de que o cristianismo poderia atrair a ira dos romanos sobre os judeus. Odiavam o Cristo dos cristãos como um rival de seu esperado Messias. Odiavam ainda mais os cristãos porque aceitavam os gentios em sua comunhão. Portanto, os judeus criavam dificuldades aos cristãos em toda oportunidade que tinham, perseguindo-os até onde lhes era possível, na Palestina e em outras partes ajuntando turba para se levantar contra os cristãos. Há vários exemplos disto no livro de Atos. Um documento, o matrimonio de Policarpo , narra coisas semelhantes, sucedidas na cidade de Esmirna no século II. No século III Tertuliano chamou as sinagogas judia. Manancial de Perseguição.

Estando as relações em tal situação, não se necessita buscar na lei romana para achar algum decreto contra os cristãos. Não se necessitava nenhum decreto, pois os cristão não tinha lei que lhes protegesse. No ano anterior foram promulgadas disposições legais contra os cristãos. E esta se fez cada vez mais severa. Os primeiros ataques da magistradura romana contra os cristãos foram esporádicas. Não foi decretada legalmente, mas que devido a caprichos, ou rancor dos imperadores. Tais foram as perseguições de Nero (64 d.C), e de Dominciano (95 d.C) contra os cristão.

Disposições legais romanas. Perseguição provocada por capricho. – O historiador romano Tácito, narra corretamente, pois culpa a Nero de ter incendiado a Roma. Para tirar de si mesmo a acusação, e colocou a

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culpa nos cristãos. Uma quantidade de seguidores de Jesus foram usado como tochas para iluminar as orgias noturnas no Jardim de Nero. A perseguição sem duvida se estendeu algumas pelas as províncias, ainda que poucas se foram registradas. Como já se tem dito. Tanto Pedro como Paulo pereceram na cidade de Roma devido a perseguição de Nero. (pp 32, 36).

As seguintes perseguições dos cristãos na mão dos romanos, quem sabe surgiu do rancor do imperador Domiciano, homem instável e caprichoso. Quem sabe descobriu que havia cristão em sua própria casa, e por estas e outras razões, perseguiu a seita. João foi exilado na ilha de Patmo durante o governo deste imperador. A perseguição destacada por Domiciano, quem sabe não se estendeu tanto e nem foi tão destruidora, porém foi uma dificuldade para a igreja e representou sofrimentos para os que a suportaram diretamente.

Exemplo de disposição legal

A primeira disposição claramente legal contra os cristãos decretada por um imperador romano, foi expedida por Trajano (98 – 117 d, C ) Plínio o jovem, amigo e protegido de Trajano, era governador do Porto, na costa Sul do Mar Negro. Plínio estava muito preocupado pela a propagação do cristianismo em sua província. Os templos pagãos descuidavam dos que comerciavam com animais para os sacrifícios e com materiais para o culto, os templos se queixavam de seus negócios sofriam muitíssimo; por isso Plínio começou a ocupar-se dos cristãos. Fazia dar morte aos que estavam dispostos a admitir que pertenciam a essa fé. Para assegurar-se de sua conduta, escreveu a seu amigo imperador e lhe pediu que aprovasse o que estava fazendo. A carta de Plínio se fala na coleção de seus escritos. Nesta carta apresenta uma interessante descrição do culto cristão, ele se referia ao que já estava feito e depois conta como havia estado tratando aos cristãos. O supplicium , a pena capital romana, havia caído sobre eles.

Trajano escreveu em resposta a Plínio, para aprovar o que seu representante havia feito no Porto. Porém o imperador, que em geral era bom e justo estipulou que ninguém devia ser morto por ser cristãos a menos que reconhecia sem duvida que o era, ou a menos que houvesse suficientes testemunhas que provasse que era. Não devia ser condenado por meros rumores, mas que devia ter quem testificasse

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contra ele para que o testemunho fosse valido. Esta disposição legal não era outra coisa, se não a aplicação dos poderes ordinários da política comum a um problema da sociedade. Trajano não se propunha destacar esta perseguição; porem como os cristãos não tinham lugar na sociedade e por isso deviam ser eliminados. Se não, para eles se poderia se tornar um verdadeiro perigo. Plínio informou que seu método para tratar os cristãos havia tido êxito e que havia recomeçado o culto nos templos pagãos.

Esta disposição policial ordenada por Trajano continuou como uma norma do Império Romano durante uns 150 anos seguintes. Foi o mais desdenhoso em seu modo de atuar, porque o governo romano todavia não havia chegado ao ponto de tomar a serio o cristianismo como um movimento. Por isso, os cristãos foram perseguidos durante o reinados dos imperadores Antonio Pio (138-161 d. C) e Marco Aurélio (161-180 d.C) que, em outros sentidos, foram benévolos. Esta freqüência, por instigação dos judeus e em parte devido ao zelo pagão de governantes locais, porém com o conhecimento e o consentimento dos imperadores.

Política de extermínio

Ao meado do século III imperou a política romana em sua relação com os cristãos. Os governantes já se haviam dado conta de que devia tomar a serio a propagação do movimento cristão. Diz-se, que o imperador Filip (chamado “o árabe”), foi cristão. No final de seu curto reinado foi celebrado o milésimo aniversario da fundação da cidade de Roma e houve um grande ressurgimento do sentimento patriótico romano. Décio o rival político de Filipe e seu sucessor quando, essa onda de patriotismo no seu apogeu, se criam que os cristãos tinham favorecido a Filipe, e por isso no ano 220 começou uma política de extermínio contra eles. Sua sangrenta perseguição dos cristãos foi repetida pelo o imperador Valeriano uns sete anos mais tarde.

A perseguição final

Por este tempo os cristãos tinham crescido em popularidade e aumentado extraordinariamente em numero. Este aumento continuou nus anos de relativa paz que seguiram a perseguição de Valeriano, paz que terminou com severa perseguição destacada por Diocleciano e Galerio, que começou no ano 303 d.C e continuou durante dez anos.

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Esta perseguição assinalou uma troca de política, no sentido de que representou um intento de completo extermínio. Foi um caso de guerra entre acerbos inimigos. E nessa guerra perdeu o império pagão.

Comportamento da igreja frente ao Estado

Ao examinar o comportamento da igreja frente ao Estado durante os séculos quando o cristianismo era uma religião ilícita, sem reconhecimento oficial na sociedade. Deve recordar-se, que nestes anos a igreja não buscava seu estabelecimento material no mundo, como ensinou depois Santo Agostinho, um lugar no reino do céu com Jesus Cristo como governante. Portanto, o comportamento dos cristãos era de uma paciente resignação até que Cristo os resgatasse.

É certo que a significativa declarou de Cristo: “Daí, pois a Cezar o que é de Cezar, e a Deus o que é de Deus”(Mat 22: 21) raras vezes se encontra nos escritos dos cristãos dos primeiros séculos; sem duvida aplicavam esta admoestação a sua relação com o império. Paulo exortou a igreja no mesmo sentido quando escreveu: “Submetam-se toda pessoa as autoridades superiores; por que não há autoridade si não da parte de Deus, e as que há por Deus tem sido estabelecida. De modo que quem se opõe a autoridade, estabelecida por Deus resiste; e os que resistem, traz condenação para si mesmo. Por que os magistrados não estão para infundir temor ao que faz bem, sim ao mau. Pelo o qual é necessário estar- lhes sujeitos não somente por razão do castigo, mas também por causa da consciência. Pois por isto pagais também os tributos, por quer são servidores de Deus (Rom 13: 1-6). Pedro disse: Honrai ao rei (I Pedro 2: 17). Por tanto inda quando sua religião era ilegal, os cristãos procuravam viver como bons cidadãos em um ambiente hostil, aplicando todos os dias a ética manifestada na vida de Jesus e contida nos exemplos dos ensinamentos dos apóstolos. Ganharam boa reputação pela a pureza de sua vida e por sua bondade para com o próximo. O governo odiava e finalmente chegou a temer mais e mais o cristianismo, porém o povo apreciava cada vez mais a classe de vida manifestada pelos os cristãos. Quando eram arrastados pelos os tribunais, ao responder a perguntas dos juízes, com freqüência os cristãos sensivelmente contestavam: “Sou cristão e iam a morte sorrindo no meio de seu sofrimento, admoestando a outros cristão para que fossem fieis e exortando os pagãos que presenciavam a sena para seguissem a Jesus Cristo Seu Senhor e Mestre. Os cristãos que

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presenciavam a morte de tais mártires admiravelmente fieis. E Tertuliano pode dizer: “O sangue dos cristão é semente”.

Uma inumerável quantidade de mártires cristãos morreu porque Cristo havia dito: “Daí a Deus o que é de Deus”. Pedro tinha afirmado: “é necessário obedecer a Deus antes que os homens” (Atos 5: 29), “Se alguma coisa padeceis por causa deles, não os conturbeis” (I Pedro 3: 14). Não vós surpreendeis do fogo de prova, que vos de sobrevir como uma coisa estranha os acontecessem, se não gozo por ser participantes do padecimento de Cristo. Se alguém padece como cristão não se sinta envergonhado, mas glorifique a Deus por ele (I Pedro : 12-16). Paulo sabia por experiência própria o que era viver uma vida conseqüente para Cristo. Tem deixado uma lista para a posteridade de seus primeiros sofrimentos por causa de seu Senhor (II Cor 11: 23-27).

Por principio os cristãos eram cidadãos cumpridores da lei, sempre que as autoridades lhe indicavam o que era se dever fazer. Porem quando se lhes exigia negar á Cristo, participando de um culto falso e viver uma classe de vida que houvesse significar a separar dos princípios cristão, na maioria dos casos se mantinham firmes do lado do correto. Escolhiam obedecer a Deus antes que os homens e como resultado, sofriam açoites encarceramento ou morte. A separação era muito clara e as conseqüências seguras: morte aqui, porém vida eterna com Cristo.

Separação da igreja e do Estado

Esta filosofia da separação da Igreja e o Estado resultava necessária com o pensamento de que devia manifestar-se certo grau de cooperação com o ambiente pagão devido a necessidade do momento, até que Cristo os transportara a um novo ambiente. Tertuliano, no século III e Lactancio no século IV, insistiam que a Igreja cristã devia manter-se separada do Estado pagão.

Porém como a segunda vinda de Cristo não aconteceu de imediato, no século III foi formando uma nova filosofia. O cristianismo se ia popularizando e continuamente aumentava seu numero de membros, os mestres cristãos eram aceitos com mais e mais respeito, e surgiu a esperança de que perante muito, o cristianismo poderia manejar o mundo. Por tanto, cada vez que era possível, se incorporava costumes mundanos que eram “batizados”, dando se lhes um nome de cristão e também uma aparência exterior cristã. Tinha-se cuidado de ofender o

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mínimo possível ao Estado. E quando que a situação ficou clara. Os dirigentes da igreja e aqueles a quem eles dirigiam procuravam manter se firmes. Com freqüência sem duvida resultava em momento de lutas e separação, e mais de uma ocasião as decisões foram rebaixar as normas, e aceitação do paganismo. Bem poderia supor que durante o século III os governantes romanos houvessem sido mais complacentes. O cristianismo houve por bem seguir um programa tal que foi levado ao ponto de viver satisfeito em um ambiente pagão, e quem sabe finalmente houvesse sido modificado por esse ambiente e absorvido por ele. Felizmente para a igreja, o governo continuou sendo um acerbo inimigo do cristianismo e este se viu obrigado a permanecer separado do Estado até que Constantino fez que o governo romano tomara as formas externas do cristianismo.

Diz o Espírito de Profecia:

Qual foi a origem desta grande apostasia? Como, a princípio, se afastou a igreja da simplicidade do evangelho? Conformando-se com as práticas do paganismo, a fim de facilitar a aceitação da doutrina cristã pelos pagãos. O apóstolo Paulo, em seus dias declarou: "Já o mistério da injustiça opera." II Tess. 2:7. Durante a vida dos apóstolos a Igreja permaneceu relativamente pura. Mas, "pelo fim do século II, a maioria das igrejas tomou nova forma; desapareceu a primitiva simplicidade, e, insensivelmente, ao baixarem ao túmulo os velhos discípulos, seus filhos, juntamente com os novos conversos, ... puseram-se à frente da causa e lhe deram novo molde". - Pesquisas Eclesiásticas, Roberto Robinson. Para conseguir conversos, aviltou-se o elevado estandarte da fé cristã, e, como resultado, "uma inundação pagã, invadindo a igreja, trouxe consigo seus costumes, práticas e ídolos. - Conferências de Gavazzi. Como o cristianismo conseguisse o favor e apoio dos príncipes seculares, foi nominalmente aceito pelas multidões; mas, conquanto muitos se intitulassem cristãos, "na realidade permaneciam no paganismo, e, especialmente em segredo, adoravam os ídolos". - Não se tem repetido o mesmo caso em quase todas as igrejas que se intitulam protestantes? Com o desaparecimento dos fundadores, dos que possuíam o verdadeiro espírito de reforma, seus descendentes põem-se na dianteira e "dão novo molde à causa". Embora se apeguem cegamente ao credo dos pais, e se recusem a aceitar qualquer verdade além da que lhes foi dada conhecer, os filhos dos reformadores se

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afastam grandemente do exemplo paterno de humildade, abnegação e renúncia do mundo. Assim, "a primitiva simplicidade desaparece". Um dilúvio de mundanismo invade a igreja e "leva consigo seus costumes, práticas e ídolos".

Ai! até que ponto terrível a amizade do mundo, que é "inimizade contra Deus", é hoje acalentada entre os professos seguidores de Cristo! Quão largamente se têm as igrejas populares de toda a cristandade afastado da norma bíblica da humildade, abnegação, simplicidade e piedade! (GC, 384-385).

O impacto da tradição sobre a igreja.

A palavra “tradição” paradosis em si mesma não tem um mal significado. Parádosis significa transmissão, entrega. Paulo aconselhava aos crentes de Tessalônica a reter a doutrina que tinham aprendido (II Tes 2: 15) e advertia que não tivessem comunhão com qualquer que não fosse segundo os ensinamentos que receberam deles.(cap 3: 6). Paulo expressou este conceito, porque é evidente que alguns já haviam apresentado aos Tessalonicenses com uma carta, que diziam que era de Paulo, acerca da eminente volta de Cristo (cap 2:2). As tradições que Paulo mantinha como dignas de confiança eram seus próprios ensinamentos orais pelas as quais os Tessalônicos deviam provar qualquer suposta mensagem sua, usando também as cartas que verdadeiramente eram dele.

Porém Paulo advertiu os crentes de Colossenses que não se deixaram enganar por meio de filosofias e vãs sutilezas segundo as tradições dos homens, conforme os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo. (Col 2: 8). Pedro fez lembrar aos que se haviam convertido á Cristo mediante seu ministério, que estavam salvos pelo o poder de Cristo, da vã maneira de viver, “a qual recebeste de vossos pais”.

Mais clara é ainda a condenação que Cristo fez da tradição. Quando lhe perguntaram, porque Ele permitia que Seus discípulos quebrassem a tradição dos anciões (Mat 15: 2), Ele colocou a autoridade de lei da Deus por cima da tradição e mostrou que a tradição dos judeus os havia levado a quebrar a os mandamentos de Deus (ver 3-6). Citou Isaias (29: 13, tal como se conserva até a LXX) como se falava em nome de Deus: “Em vão me honram, ensinando como doutrinas, mandamentos de homens”(Mat 15: 9); e pronunciou esta sentencia: “Toda planta que não

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plantou o Meu Pai celestial, será desarraigada” (Mat 15: 13). Estabeleceu claramente que as Escrituras “dão testemunho” dEle (João 5: 39) e usou os escritos do AT para confirmar seu messianismo, quando falou com seus discípulos depois de sua ressurreição (Luc 24: 27, 44). Paulo entendia que as Escrituras são suficientes para a salvação e para a edificação do cristão (II Tim 3: 15-17). João admoesta duramente a qualquer que intenta suprimir as palavras do livro de Apoc, que lhe foi dado por inspiração (Apoc 22: 18-19).

As Escrituras foram subordinadas

Não há duvida de que o mau uso dos Judeus deram as Escrituras quando se opuseram ao cristianismo, e o que lhe deram os falsos profetas dentro da igreja, os hereges e especialmente os gnósticos, debilitou um pouco a fé dos cristãos na autoridade das Escrituras. Tertuliano escreveu ao começo do século III que as Escrituras não são suficiente para fazer frente aos ataques dos hereges, porque os mesmos hereges usam as Escrituras, como fundamento de suas opiniões. Irineu bispo das Galias, escreveu sua notável obra Contra heresias próximo do ano 185 d. C ele faz frente ao mesmo problema que Tertuliano enfrentou uns poucos anos depois. Como já se destacou, Irineu estabeleceu o princípio de que a verdade do cristianismo se de e encontrar nas igrejas fundadas pelos os apóstolos os quais transmitiram a verdade aos bispos, os sucessores dos apóstolos segundo a opinião de Irineu. Para ele essa verdade transmitida era a tradição e insistia que esta devia ser uma norma de verdade posto que os hereges usavam as Escrituras. Tartuliano apresenta a máxima defesa possível em favor da tradição de sua obra. De Corona3, 4.

Averigüemos, por tanto se a tradição não deve ser aceita a menos que esteja escrita. Certamente diremos que não deve ser aceita se não há casos de outras praticas registradas anteriormente que, sem nenhuma instrumento escrito, mantenhamos só sobre a base da tradição, e adiante o apoio do costume nos proporcione algum precedente. Para tratar este assunto brevemente começarei com o batismo. Um pouco antes de entremos na água, na presença da congregação e sobre a mão do presidente, solenemente afirmamos que renunciamos ao diabo, a sua pompa e a seus anjos. Depois somos submergidos três vezes fazendo uma promessa algo mais amplia ao que o Senhor tem estabelecido no Evangelho, logo somos levantados (como meninos

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nascidos de novo) degustamos em primeiro lugar de uma mistura de leite com mel, e depois deste dia nos abstemos do banho diário durante toda uma semana. Também tomamos congregados antes da alva e unicamente da mão dos presidentes, o sacramento da eucaristia que o Senhor ordenou que fosse comido somente na hora de comer e é desfrutado por todos sem exceção. Cada vez que chega o aniversario fazemos ofertas pelos os mortos como homenagem de companheirismo. Consideramos que é contra lei ajudar o arrodilar-se no culto no dia do Senhor. Nós regozijamos no mesmo privilegio também, desde a páscoa de ressurreição até o domingo de Pentecoste. Sentimos tristeza se algo do vinho e do pão ainda que seja nosso, é jogado no chão, em cada passo em cada movimento que damos, em cada entrar e sair, quando nos vestimos e nos calçamos, quando nos banhamos, quando nos sentamos a mesa, quando acendemos as lâmpadas, em pé ou assentado, em todos atos e costumes da vida diária fazemos na frente o sinal da cruz.

Se para estas e outras regras parecidas insistis em ter uma ordem positiva das Escrituras, não as encontrareis. A tradição lhes apresentará como a originadora da razão sustenta a tradição e os costumes e a fé o percebereis por vos mesmo ou aprendereis de alguém que o tem recebido. Quando tanto creia que tem alguma razão da qual se deve aceitar.

Ensinamento da tradição

O seguinte é um argumento sumamente interessante. Afirma-se que a tradição teve que ser aceita como autoridade para certas pratica na igreja. Ao começar o século III, para as quais se reconhece não há autoridade bíblica. Depois se diz que estas práticas são autenticas porque a igreja as segue. Logo se afirma a autoridade da tradição porque a segue baseada em uma autoridade tradicional. A atrevida lista de Tertuliano das coisas que a igreja de seus dias fazia baseando na tradição, nos da uma idéia até a onde havia chegado a igreja no século III apartando da base das Escrituras.

De ali em diante se fez muito mais se baseando na tradição. Quando a igreja aceitou esta autoridade não bíblica, se abriram as comportas para que entrasse uma inundação quase interminável de rituais sem base bíblica e de ensinamentos errôneos. Estes se posicionaram na igreja

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não só na Idade Media, mas que tem chegado aos tempos modernos; e não só nas mais antigas igrejas ritualistas, mas também em certa medida nas igrejas mais evangélicas. Ainda que segue em pé esta verdade: “Em vão me honram, ensinando como doutrinas, mandamentos de homens”. (Mat 15: 9).

Veneração dos santos

A doutrina do estado consciente dos mortos e o castigo eterno dos ímpios no inferno, aparece desde muito antigo na historia cristã. Os serviços comemorativos ante a tumba dos mártires logo foram seguidos por orações em favor dos mártires, que se pensava que estavam em uma espécie de purgatória. Logo como se cria que os santos profetas haviam ido a uma eterna bem aventurança, se ofereciam orações aos santos para que intercedesse pelos os que estavam na terra. A veneração dos santos e mais tarde o culto a Virgem Maria foram á conseqüência lógica de uma má interpretação da doutrina da natureza do homem.

A expiação

A expiação também foi mal compreendida. Foi envolvida em uma atmosfera de magia. O povo chegou a pensar que os emblemas da Ceia do Senhor estavam investidos de uma espécie de poder mágico. Logo se criou que a presença de Cristo nos emblemas, repartia poder literal de Cristo nos participantes. Apareceu depois o ensinamento da “presença real” – que Cristo estava pessoalmente no pão e no vinho – assim surgiu facilmente á doutrina da transubstanciação: que o pão e vinho se transformam literalmente no corpo e o sangue de Cristo, não só em aparência exterior, mas em sua natureza intrínseca. Como já se havia dito, os emblemas se haviam transformado em um sacrifício e Cristo novamente era oferecido como oferta pelo o pecado. Os anciões se transformaram em sacerdotes, necessários para cumpri a função sacerdotal de oferece novamente a Cristo. (ver pp 46-47).

O batismo chegou a ser um ritual que salva os meninos, que segundo se cria, haviam herdado a culpa de seus pais. Para administrar este rito com propriedade salvadora, era necessário outra vez de um sacerdote. A compreensão errada da expiação e dos rituais que os representavam fizeram possível o estabelecimento de um sacerdócio humano que de

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uma maneira blasfema ocupou o lugar na crença do povo, do sacerdócio de Jesus Cristo no santuário celestial.

Um novo legalismo e ascetismo

Com a propagação do anti-judaismo na igreja sobreveio uma onde de anti-legalismo, devido em parte a uma tergiversação de certas declarações de Paulo (II Pedro 3: 15-16). Isto fez com que a igreja especialmente no Ocidente estivesse pronta para por de lada o sábado semanal e para descuidar de outros ensinamentos das Escrituras. Isto durou na igreja o tempo necessário para fazer dano. Veio depois uma espécie de neo-legalismo que fez que a igreja observasse de novo as festividades que ocupavam o lugar dos dias de repouso anual do AT, e a observar o domingo o primeiro dia da semana em memória da ressurreição. Detalhes e rituais foram aderidos as cerimônias que se introduziram na igreja, como pode ver pelas as passagens de Tertuliano já citadas, devido em parte a pressão de crenças tomadas do paganismo. A igreja tergiversou o que Paulo disse em I Cor 7, e chegou a considerar o celibato como demonstração de consagração. Diversas praticas ascéticas proporcionaram aos cristãos sinceros uma novo norma para expressar seu zelo. O jejum se tornou em algo necessário para a salvação. Finalmente alguns entusiastas, insatisfeitos com a igreja, desceram para o deserto e se converteram em eremitas que praticavam o celibato e outras formas de ascetismo. Chegaram a ser finalmente tão numerosos, que foi necessário organizá-los em comunidades. Desta forma o monasticismo, com todos seus males inerentes, se converteu em uma instituição da igreja.

Devido á pressão do anti-judaismo o sábado semanal gradualmente perdeu sua importância. Ainda mais rapidamente, se abandonou por completo á distinção ente alimentos limpos e imundos. Ao converterem-se os anciões em sacerdotes e incorporarem-se muitas crenças do paganismo se produziu uma nova estrutura, e o cristianismo perdeu de tal maneira sua natureza original e seu caráter, que se os apóstolos tivessem ressuscitado, dificilmente havia podido reconhecer o sistema que ajudaram a fundar. Em sua estrutura oficial e em sua natureza geral, o cristianismo chegou a ser próximo do ano 400 pouco mais que um culto de mistério pagão. No que aconteceu a igreja primitiva com o Estado e com sociedade, há lições de advertência para a igreja remanescente.

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A igreja como uma empresa missionária

E quanto os alcance da pregação do Evangelho no fim do século I, já tinha apresentado um panorama ao tratar a obra dos discípulos. Os registros do século II nos são claros. No ultimo terço do século II havia uma prospera congregação cristã no vale do Ródano, da França atual, e ao mesmo tempo prosperava o cristianismo no Oriente. Ao começo do século III havia progressos visíveis do cristianismo no Norte da África e havia estendido para Espanha e Inglaterra. Ao começo do século IV se havia estabelecido igrejas ao longo do rio Rín. Informes incidentais que se falam dos escritos dos cristãos primitivos mostram uma propagação gradual do cristianismo, que significou o estabelecimento de igrejas e às vezes sua extinção devido a perseguição. Ao mesmo tempo se descreve uma sociedade que lentamente começava a cristianizar-se. Quando foi legalizado o cristianismo, os cristãos sem duvida podiam contar-se por milhes e se usaram edifícios de igrejas desde o século III em diante. É evidente que as igrejas não eram estabelecidas com a pureza do cristianismo apostólico, mas com a natureza e a complexidade das apostasias em que havia caído a igreja. A água não pode alcançar um nível mais alto que o de sua fonte. As novas igrejas seguiram naturalmente as que lhes haviam dado existência e as haviam nutrido.

A extensão da mensagem evangélica

Há uma declaração impressionante nos escritos do apostolo Paulo. Ele fala da esperança do evangelho que haveis ouvido, o qual se pregava a toda a criatura, que esta debaixo do céu (Col 1: 23). Este é um indicio bastante claro de que o progresso da obra missionária da igreja não se media nos primeiros anos pelas as igrejas estabelecidas que se conheça historicamente. Há suficiente base para crer que com o poder do Espírito do Pentecoste e com o zelo e o valor dos apóstolos, a mensagem do Evangelho foi levado rapidamente a todo o mundo conhecido. Ainda que não desse como resultado em todas as partes do estabelecimento das comunidades cristãs permanente cumpriu com o propósito de admoestar aos homens para que cressem no Messias que havia sido crucificado, e havia ressuscitado e subido ao céu onde estava cumprindo sua obra de mediação para todos os que cressem nEle. Sim foi assim, deve pensar que é algo paralelo com a mensagem de admoestação que deve ser pregada ao mundo inteiro antes da segunda

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vinda de Cristo (Mat 24: 14; Apoc 14: 6-12), e agora esta em marcha. (Comentário Bíblico vol. 6, pp 63-69).

Primeira estância:

GC. 338, 464; TM,265; PJ, 315-316; IV. TI, 210; II ME, 378; TM,

277; V TI, 75-76; III TS, 252,253,254; I ME, 204; II ME,388, 389,

390,391; II TS, 419-423; GC,382-383; GC, 383-384;

Segunda estância:

II ME, 380; reforma a ter lugar hoje. PR,677-678; I ME, 386-

387,388; 5 TI, 66, 11; I ME, 122;