2º CONGRESSO BRASILEIRO DE POLÍTICA, PLANEJAMENTO E … · Atenção Integral a Saúde do...
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2º CONGRESSO BRASILEIRO DE POLÍTICA, PLANEJAMENTO E GESTÃO EM
SAÚDE
UNIVERSALIDADE, IGUALDADE E INTEGRALIDADE DA SAÚDE: UM PROJETO
POSSÍVEL
Saúde e Trabalho: uma análise da Política de Saúde do/a Trabalhador/a através da
Atuação Profissional do/a Assistente Social
Autoras
Jaciara dos Santos Silva
Bernadete de Lourdes Figueiredo de Almeida
Ana Paula Barbosa Xavier
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
BELO HORIZONTE
2013
SAÚDE E TRABALHO: UMA ANÁLISE DA POLÍTICA DE SAÚDE DO/A
TRABALHADOR/A ATRAVÉS DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO/A
ASSISTENTE SOCIAL
RESUMO
O presente estudo investigativo é oriundo de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), se
propõe a realizar uma análise da Política de Política de Saúde do/a Trabalhador/a mediante a
atuação profissional do/a Assistente Social no Centro de Referência Regional em Saúde do
Trabalhador em João Pessoa/PB. Expressamos com este trabalho uma tentativa de conhecer
os múltiplos movimentos que atravessam a construção da Política de Saúde do/a
Trabalhador/a inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), realizando um estudo de cunho
analítico-crítico em torno da prática do Serviço Social inserido na Política de Saúde do/a
Trabalhador/a no município de João Pessoa, articuladas às formas e relações de trabalho na
contemporaneidade, apontando alguns elementos que norteiam o debate em torno da relação
intrínseca entre trabalho e saúde. Metodologicamente constitui numa pesquisa social aplicada,
de cunho exploratório de campo, embasada no método qualitativo. A análise dos dados ocorre
em torno dos depoimentos das Assistentes Sociais que atuam no Núcleo de Acolhimento e
Assistência do Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador em João Pessoa/PB,
quanto às configurações da prática profissional do Serviço Social neste espaço sócio-
ocupacional. Em termos conclusivos salientamos que ao Assistente Social emerge a
necessidade de fortalecer o campo político da saúde do/a trabalhador/a, na compreensão dos
conflitos entre o capital e o trabalho neste modo de produção.
PALAVRAS-CHAVE: Saúde do Trabalhador. Atuação Profissional. Serviço Social.
INTRODUÇÃO
Esta abordagem apresenta-se como uma necessária discussão tendo em vista que cada
vez mais na contemporaneidade a classe trabalhadora vem sofrendo com a crescente
desmedida das necessidades impostas pelo capital e que por consequente se rebate
consubstancialmente na qualidade de vida mediante os determinantes que resultam no
processo saúde-doença. A organização de uma rede de Assistência a Saúde do/a trabalhador/a
surge como resposta à preocupação com a universalização do acesso aos serviços de saúde,
determinada jurídica e legalmente pela Constituição Brasileira de 1988 e pela Lei Orgânica da
Saúde, obedecendo à ideia de racionalização da utilização de recursos tecnológicos, de
vigilância em saúde, de diagnóstico e de tratamento para organizar, no SUS, a rede de
Atenção Integral a Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.
Todavia, no exercício profissional do Serviço Social na saúde, assim como nos mais
variados campos profissionais, a prática é perpassada por mediações institucionais e
organizacionais que por vezes geram diversos entraves/barreiras impulsionadoras de uma
atuação limitada e incoerente com o Projeto ético-político da profissão e os ideários da
Reforma Sanitária no país. O campo da saúde do/a trabalhador/a e suas interfaces extrapolam
os limites da saúde ocupacional, e, portanto torna-se resultante de um conjunto de fatores de
ordem política, social e econômica. A saúde no trabalho afirma-se como um processo de
democratização das relações nos ambientes e processos de trabalho, em prol do respeito e
garantias dos direitos individuais e coletivos.
Este trabalho constitui se constitui fruto da atividade acadêmica elaborada para atender
aos requisitos das disciplinas estágio supervisionado I e II do Curso de Graduação em Serviço
Social da Universidade Federal da Paraíba, onde posteriormente deu subsídio para a
realização do Trabalho de Conclusão de Curso.
JUSTIFICATIVA
Nesta proposta investigativa, buscaremos empreender uma análise da prática
profissional dos/as Assistentes Sociais na Saúde do/a Trabalhador/a, mediada pelo debate
teórico do Serviço Social e da Política de Saúde, bem como, dos processos para a implantação
da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, buscando desvelar os
movimentos contraditórios existentes nas relações entre as demandas institucionais e as postas
pelos/as usuários/as dos serviços de saúde.
Tomar como objeto central a prática profissional do Serviço Social na saúde do/a
Trabalhador/a justifica-se por um lado à significativa escassez de estudos teóricos nesta
direção, como também fomentar o necessário debate acerca das tendências, dos limites e
possibilidades na atuação do/a Assistente Social nesta área.
No processo de redemocratização do País, vem tomando corpo uma série de práticas
no âmbito da Saúde Pública, potencializadas pelo movimento da Reforma Sanitária e criação
do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como em determinados setores do mundo do trabalho
e da saúde.
As políticas públicas desenvolvidas pelo Estado no contexto das reconfigurações do
“mundo do trabalho”, com enorme degeneração dos vínculos; minimização dos direitos
sociais dos/as trabalhadores/as, precarização das condições de trabalho, emerge sobre a
necessidade de potencializar ações que garantam condições dignas, seguras e saudáveis de
trabalho com ênfase aos determinantes do processo saúde-doença da população. Os serviços
da rede SUS devem atuar na perspectiva da integralidade do cuidado, tendo a saúde do/a
trabalhador/a como eixo inerente as condições de vida e de saúde dos indivíduos.
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Analisar as configurações da prática profissional do Serviço Social na Saúde do/a
Trabalhador/a mediante um estudo no Centro de Referência Regional em Saúde do
Trabalhador-CEREST em João Pessoa/PB.
Objetivos Específicos
Compreender o processo de implantação da Política de Saúde do/a Trabalhador/a
através do estabelecimento dos CEREST Regional em João Pessoa/PB;
Identificar o perfil das demandas postas ao Serviço Social;
Realizar uma análise da prática profissional do Serviço Social na Saúde do/a
Trabalhador/a;
Verificar os rebatimentos das conformações institucionais sobre a prática
profissional do Serviço Social na Saúde do/a Trabalhador/a.
REFERENCIAL TEÓRICO
Essa pesquisa embasa-se na teoria crítica marxista por esta permitir a apreensão dos
processos sociais em sua totalidade através do método materialista-histórico e dialético, onde
mediante a mesma analisaremos a categoria trabalho, assim:
Antes de tudo o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza,
processo em que o ser humano com sua própria ação, impulsiona, regula e controla
seu intercâmbio material com a natureza. Põe em movimento as forças naturais de
seu corpo, braços e pernas, cabeça e mãos, a fim de apropriar-se dos recursos da
natureza, imprimindo-lhes forma útil a vida humana. Atuando assim sobre a
natureza externa e modificando-a, ao mesmo tempo modifica sua própria natureza
(MARX, 1984, p. 202).
É através das relações de trabalho que o homem vai transformando a natureza e a si
mesmo. Dessa maneira, o trabalho é fundante do ser social, pois faz o homem criar a si
mesmo, estabelecendo uma ruptura com o ser natural. E mais, o trabalho é sempre a
objetivação (transformação no sentido desejado pelos homens) de uma prévia-ideação e a
resposta a uma necessidade concreta que surge em uma situação determinada. De modo que,
todo ato de trabalho modifica o indivíduo, pois este adquire novos conhecimentos e
habilidades que não possuía antes; produz uma nova situação nas quais novas possibilidades e
novas necessidades irão surgir, e o ser social, num movimento constante, buscará novas
respostas para as mesmas (LESSA; TONET, 2008).
A classe burguesa tem sua origem e sua reprodução baseadas na exploração dos
trabalhadores, cujo objetivo é a produção de mercadorias visando o enriquecimento (TONET,
2005). Segundo Marx (1984):
A riqueza das sociedades em que domina o modo de produção capitalista aparece
como uma „imensa coleção de mercadorias‟, e a mercadoria individual como sua
forma elementar. [...] A mercadoria é, antes de tudo, um objeto externo, uma coisa, a
qual pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie (p.
45).
O exame dos valores de uso pressupõe uma determinação quantitativa, de acordo com
a utilidade de uma coisa. Entretanto, na sociedade burguesa, os valores de uso são os
portadores materiais do valor de troca e este é a expressão ou forma de manifestação do valor.
Os valores de uso continuam sendo suportes para o valor de troca. Primeiramente, as
mercadorias se realizam como valor de uso para depois se realizarem como valor de troca.
Para tornar-se mercadoria, é preciso que o produto seja transferido a quem vai servir como
valor de uso por meio da troca. Finalmente, nenhuma coisa pode ser valor, sem ser objeto de
uso. Para o capital, nem tem importância à utilidade, nem quem produz, e, dessa maneira,
todas as relações são mediadas pelo mercado.
As mudanças no mundo do trabalho com o neoliberalismo são evidentes e sentidas
pelos trabalhadores, onde cada vez mais esses exercem várias funções e com sobrecarga de
trabalho. Os efeitos da política neoliberal sobre as condições de vida da classe “que vive do
trabalho” são perversas, o neoliberalismo desde a década de 1990 faz crescer o índice de
desemprego no Brasil, conforme demostram os dados oficiais (IBGE, IPEA e outros), este
cada vez mais de forma estrutural, estando à degradação das condições de trabalho cada vez
mais presente com a expansão do emprego sem carteira assinada e dos contratos precários,
temporários e terceirizados, e na redução dos salários dos trabalhadores.
A atuação de Assistentes Sociais em espaços sócio ocupacionais como o Centro de
Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), revela o compromisso profissional com
os/as usuários/as e com o projeto ético-político que orienta a profissão, pois é no marco de sua
renovação crítica que o Serviço Social passa a dotar princípios baseados na luta da classe
operária pela busca da garantia de seus direitos e melhores condições de vida. A esse respeito,
de acordo com Iamamoto (2001, p. 16), “Os assistentes sociais têm demonstrado um
compromisso efetivo com os interesses públicos, atuando na defesa dos direitos sociais dos
cidadãos e cidadãs brasileiras e na sua viabilização junto aos segmentos majoritários da
população”.
Pensar a origem e especificidade do Serviço Social, nos leva a buscar uma
compreensão de como a profissão que se insere no contexto social, analisando as condições
de origem, a demanda de sua função profissional e social, como também sua expressão e
reprodução a partir das políticas sociais.
A origem da profissão no Brasil se deu em 1936, onde sua evolução e
profissionalização perpassavam a caridade e a filantropia, vinculada e emergente no marco do
sistema capitalista, que se instrumentaliza para cumprir o papel político de intervenção nas
contradições inerentes a relação capital/trabalho, encontrando sua legitimação na divisão
social do trabalho a partir da manutenção da ordem social (IAMAMOTO, 2001).
Segundo Martinelli (2011), o Serviço Social consolida suas bases estruturantes a luz da ordem
conservadora como instrumento necessário à burguesia, aliado ao Estado e a Igreja, buscando
legitimar a ordem social burguesa, ocultando suas contradições e desmobilizando a classe
trabalhadora.
Neste sentido, o Estado burguês no enfrentamento da questão social, lança mão da
elaboração de políticas sociais, requerendo a execução de técnicos especializados. O Serviço
Social passa então a ocupar uma posição subordinada na divisão sociotécnica do trabalho,
sendo vinculado na execução terminal das políticas sociais, ou seja, o/a Assistente Social
passará a ser um/a profissional que atuará junto ao usuário/a do serviço social, cabendo ao
mesmo à posição de mediador entre o Estado/empresa e o/a usuário/a.
Na contemporaneidade, o Serviço Social surge como uma formação profissional delineada
para intervir política, teórica e metodologicamente perante as expressões concretas da
“questão social” mediante implementação de políticas sociais públicas destinadas a este fim.
BREVE TRAJETÓRIA DA POLÍTICA DE SAÚDE DO TRABALHADOR
Ao longo do tempo surgem os marcos legais que subsidiaram os processos de garantia
de direitos dos/a trabalhadores/a, sobretudo da preservação e restabelecimento de sua saúde.
A saúde do/a trabalhador/a possuiu um novo direcionamento a partir da Constituição de 1988
atrelado a criação e implantação do SUS, sendo esta constituição a primeira a tratar a saúde
como responsabilidade e interesse público ao declarar em seu artigo 196 que:
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário as ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação (BRASIL, 1988, p.54).
Cabendo ainda na sua organização “executar ações de vigilância sanitária e
epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador” (BRASIL, 1988, p.55, Art. 200).
Anterior a este processo constitucional a saúde não era concebida como um direito social,
prevalecendo assim um modelo de saúde dividido em três linhas de atuação: aos que podiam
pagar pelos serviços de saúde privados; os que possuíam direito a saúde pública por serem
segurados pela previdência social (trabalhadores com carteira assinada) e os que não
possuíam direito algum e ficavam a mercê da filantropia.
Com a criação do SUS, este sendo um dos maiores projetos sociais já estabelecidos e
que se materializa por meio das ações de promoção, prevenção e assistência à saúde da
população brasileira, traz um novo campo de práticas relacionadas à garantia de acesso a
serviços e ações de saúde de cunho universal e igualitário.
Através do estabelecimento do Estado Democrático de Direito, foram elaboradas leis
que regulam, fiscalizam e controlam as ações e os serviços de saúde no país, dentre elas temos
a Lei Federal n° 8.080 de 19 de setembro de 1990 que irá inserir a saúde do trabalhador como
campo de atuação do SUS. Segundo esta lei, em seu artigo 6º, parágrafo 3º:
Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades
que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária,
à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e
reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos
das condições de trabalho (BRASIL, 1990, p.3).
Outro aparato legal que fortalece a luta pela garantia da saúde do/a trabalhador/a como
direito vem a ser a Norma Operacional de Saúde do Trabalhador que foi aprovada por meio
da Portaria Federal nº 3.908/GM, de 30/out/1998, estabelecendo procedimentos para orientar
e instrumentalizar as ações e serviços de saúde do/a trabalhador/a no Sistema Único de Saúde.
No Art. 5º desta norma estabelece que:
Esta Norma trata de um conjunto de atividades essenciais para a incorporação das
ações de saúde do trabalhador no contexto das ações de atenção à saúde, devendo os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios que já têm serviços e ações organizados,
ou pelas características de seu parque produtivo e perfil epidemiológico, ampliar seu
espectro de ação para além do que estabelece esta Norma (BRASIL, 1998).
Mediante esta Portaria, compete aos municípios, dentre outras atividades, o
estabelecimento da rotina de sistematização e análise dos dados gerados no atendimento de
agravos á saúde relacionados ao trabalho, de modo a orientar as intervenções de vigilância, a
organização dos serviços e das demais ações de Saúde do/a Trabalhador/a, bem como a
utilização dos dados gerados nas atividades de atenção a Saúde do/a Trabalhador/a, com
vistas a dar subsídios para a programação e avaliação das ações de saúde neste campo, e
alimentar o banco de dados nacional.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA
O Ministério da Saúde por meio da Portaria Nº 1.823 de 23 de Agosto de 2012 institui
a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, onde está política visa à
atenção integral à saúde do trabalhador e da trabalhadora, nos seus componentes de
promoção, vigilância, assistência e reabilitação. Desse modo:
A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora tem como
finalidade definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados
pelas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), para p
desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, com ênfase na
vigilância, visando à promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução
da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos
produtivos (BRASIL, Art. 2º, 2012).
Pela natureza de seu objeto esta política, necessariamente, possui interfaces com
diversas áreas e políticas públicas como Previdência Social; Trabalho e Emprego; Educação;
Meio Ambiente; Agricultura; Indústria; Comércio; Mineração; Ciência e Tecnologia;
Segurança Pública; dentre outras.
A saúde do/a trabalhador/a constitui uma área da saúde pública que busca intervir na
relação intrínseca entre trabalho e saúde, tendo por objetivos a promoção da saúde e proteção
do/a trabalhador/a por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos presentes
nos ambientes e condições de trabalho, da assistência, da vigilância epidemiológica e
sanitária.
Na prática social as ações de saúde do/a trabalhador/a apresentam na sua configuração
dimensões sociais, políticas e técnicas indissociáveis. Sendo necessário compreender que o
conceito de saúde do/a trabalhador/a vai muito além do conceito de saúde ocupacional, sendo,
portanto necessárias ações de governo norteadas por práticas transversais e intersetoriais, com
uma atuação multiprofissional e interdisciplinar, para que deste modo contemple a
complexidade das relações inerentes ao estabelecimento da saúde do/a trabalhador/a.
CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO
TRABALHADOR (CEREST)
Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CERESTs) integram a Rede
Nacional de Atenção Integral a Saúde do Trabalhador – RENAST promovendo ações para
melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida dos/as trabalhadores/as por meio da
prevenção, vigilância, bem como diagnóstico, tratamento e reabilitação em saúde, oferecida
por meio de um suporte técnico especializado inserido na rede do SUS.
De acordo com a Portaria Nº GM/MS 2.728/09 que dispõe sobre a Rede Nacional de
Atenção Integral a Saúde do Trabalhador (RENAST), em seu Art. 7° diz: “O CEREST tem
por função dar subsídios técnicos para o SUS, nas ações de promoção, prevenção, vigilância,
diagnóstico, tratamento e reabilitação em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais”.
O CEREST é dividido em duas modalidades:
Estadual: que tem a função de elaborar e executar a Política Estadual de Saúde do
Trabalhador, acompanhar os planos de ação dos CERESTs Regionais, a participação
da pactuação para definição da rede sentinela e a contribuição para as ações de
vigilância em saúde.
Regional: cabe a este capacitar à rede de serviços de saúde, apoiar as investigações de
maior complexidade, assessorar a realização de convênios de cooperação técnica,
subsidiar a formulação de políticas públicas, apoiar a estruturação da assistência de
média e alta complexidade para atender aos acidentes de trabalho e agravos contidos
na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho e aos agravos de notificação
compulsória citada na Portaria GM/MS nº 777 de 28 de abril de 20041.
A organização de uma rede de Assistência a Saúde do/a Trabalhador/a surge como
resposta à preocupação com a universalização do acesso aos serviços de saúde, determinada
jurídica e legalmente pela Constituição e pela Lei Orgânica da Saúde, obedecendo à ideia de
racionalização da utilização de recursos tecnológicos, de vigilância em saúde, de diagnóstico
e de tratamento para organizar, no SUS, a rede de Atenção Integral a Saúde do Trabalhador e
da Trabalhadora.
Na construção do Sistema Único de Saúde (SUS) empenha-se um grande esforço na
constante afirmação de seus princípios norteadores e na ampliação da rede se serviços
disponíveis para suprir as demandas postas pela sociedade. A saúde do/a trabalhador/a insere-
se dentro do SUS como um desafio a mais, no que tange as cumprimento do estabelecido pelo
1 Dispõe sobre os procedimentos técnicos para a notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador em
rede de serviços sentinela específica, no Sistema Único de Saúde – SUS.
Constituição de 1988, que estabelece a pactuação entre as Secretarias de Saúde de Estados e
Municípios no cumprimento dos princípios fomentadores desta política.
Dias (1994, p.104) assevera que:
Compartilhamos com o Sistema Único de Saúde, de que a atenção a saúde dos
trabalhadores deve ser universal, ou seja acessível a todos os trabalhadores,
independente da sua inserção no processo produtivo ser mais ou menos valorizada
socialmente; com equidade, ou seja, que lhe seja colocado a disposição o que de
melhor a ciência e a técnica, frutos do trabalho humano, conseguirem desenvolver
até o momento, neste campo; integral, ou seja que as ações preventivas e curativas
sejam desenvolvidas de modo integral e que se considere os trabalhadores sujeitos
das ações de saúde (grifos da autora).
O Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (CEREST/JOÃO
PESSOA/PB)2 é um Centro Regional que integra a Rede Nacional de Atenção á saúde do
Trabalhador (RENAST) no Sistema Único de Saúde (SUS), e tem a função de retaguarda
técnica e científica para a implantação da Atenção à Saúde do Trabalhador na Rede de
cuidados em saúde, em sua área de abrangência.
Coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa o CEREST Regional
foi Regulamentado pela portaria SAS nº 614, de 17 de agosto de 2006, abrangendo 65
municípios que compõem a Macrorregião I de Saúde do Estado da Paraíba.
As atividades do CEREST se destinam a todo e qualquer trabalhador/a com problemas de
saúde relacionados pelo trabalho, sendo o mesmo acolhido por uma equipe multiprofissional
que, de acordo com as suas necessidades o encaminha para a solução de sua demanda na rede
de cuidados em saúde. O CEREST tem por objetivo disseminar as ações em Saúde do
Trabalhador/a em todos os níveis de atuação do SUS.
2 Esse item foi elaborado com base nas informações fornecidas do Relatório de Gestão do CEREST em 2012.
No Estado da Paraíba o CEREST se divide em 4 (quatro) Macrorregionais:
João Pessoa;
Campina Grande;
Patos;
Sousa.
A estrutura organizacional do CEREST Regional-João Pessoa/ PB divide-se em cinco
núcleos de trabalho:
Núcleo de Acolhimento e Assistência em Saúde do Trabalhador;
Núcleo de Vigilância e Informação em Saúde do Trabalhador;
Núcleo de Capacitação e Educação Permanente em Saúde do Trabalhador;
Núcleo de Estudos e Pesquisa em Saúde do Trabalhador;
Núcleo de Gestão Técnica-Administrativa em Saúde do Trabalhador.
Estes Núcleos de trabalho devem atuar de maneira integrada e articulada, para que
deste modo às ações de Saúde do/a Trabalhador/a possam eficazmente atingir seu objetivo
maior de inserção dentro das propostas do Sistema Único de Saúde, bem como, o pleno
envolvimento da sociedade neste processo.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
As metodologias da Pesquisa adotadas detêm um procedimento em comum: a
interlocução entre a análise subjetiva (derivada da empiria) e a teoria que:
[...] se concretiza pela articulação entre as impressões captadas pelo pesquisador
através da observação, das anotações no diário de campo, da coleta dos dados
empíricos e de outras formas de captura do real investigado em mediações
constantes com as explicações derivadas das análises teóricas de autores que
trabalham o objeto de estudo pesquisado (ALMEIDA, 2008, p.15).
Constituem-se sujeitos desta pesquisa, as Assistentes Sociais3 que atuam no Núcleo de
Acolhimento e Assistência em Saúde do Trabalhador do Centro de Referência Regional em
Saúde do Trabalhador (CEREST) em João Pessoa/PB, envolvidas diretamente na execução da
Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.
Na pesquisa qualitativa:
Por razões de conveniência, a maior parte dos dados é convertida em texto escrito
(ou digitado). A análise daquilo que muitas vezes é uma grande quantidade de
material reflete duas características. Em primeiro lugar, os dados são volumosos e é
necessário adotar métodos para lidar com isso de forma prática e coerente. Em
segundo, os dados devem ser interpretados (GIBBS, 2009, p. 24).
Utilizamos da técnica da entrevista com abordagem direta aos atores sociais da
pesquisa, adotando como instrumento de coleta de dados o questionário semi-estruturado, em
nossa abordagem. Vale ressaltar que, segundo Gil (2006, p.115),
Qualquer que seja o instrumento utilizado convém lembrar que as técnicas de
interrogação possibilitam a obtenção de dados a partir do ponto de vista dos
pesquisados. Assim, o levantamento apresentará sempre algumas limitações no que
se refere ao estudo das relações sociais mais amplas, sobretudo quando estas
envolvem variáveis de natureza institucional.
Analisaremos adiante algumas das respostas dadas pela Assistente Social do Núcleo
de Acolhimento e Assistência em Saúde do Trabalhador no ato da pesquisa acerca da
3 A coleta de dados realizada através do uso de um Formulário de Pesquisa seria aplicada com as duas
Assistentes Sociais que atuam no Núcleo de Acolhimento e Assistência da Macrorregional I em João Pessoa/PB,
no entanto, devido a questões pessoais de uma das profissionais, a pesquisa só foi possível com uma Assistente
Social.
implantação e implementação da política de saúde do/a trabalhador/a, bem como do seu
exercício profissional nesta política.
No cotidiano da prática profissional do Serviço Social é preciso abandonar o discurso
da dicotomia entre teoria e prática para uma ação profissional de qualidade e afinada ao
Código de Ética e ao Projeto Ético-Político. A teoria que o/a Assistente Social apreende na
sua formação não pode ser abandonada no cotidiano do exercício profissional, pois é através
das dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa que o profissional
desenvolverá seu projeto de intervenção, ou seja, possibilitará alinhar a sua prática
profissional aos interesses da classe trabalhadora.
Salientamos que há um “discurso institucional” que perpassa a prática do/a Assistente
Social inserido em uma determinada instituição. O profissional que busca uma atuação
alinhada com o projeto profissional da categoria não está livre de ter tanto a sua prática
quanto a sua fala perpassada por esse “discurso”, porém, é de sua responsabilidade exercitar
sua criticidade em relação à lógica institucional em que está inserido e, acreditamos que isso é
um exercício contínuo do profissional que procura tornar profícua a sua intervenção.
RESULTADOS E DISCURSÕES
A prática profissional do Serviço Social configura-se através do estabelecimento de
relações complexas, de modo que:
A prática profissional situa-se no âmbito das relações sociais concretas de cada
sociedade, abrigando-se em sua configuração as sínteses do movimento histórico –
expressando certo momento e uma dada conjuntura. Não se confunde com outras
práticas, mas constitui uma dimensão historicamente determinada da prática social
que se manifesta concretamente, em uma situação social específica, e, como tal, é
expressão das relações de classe (BAPTISTA; BATTINI, 2009, p.17).
No Núcleo de Acolhimento e Assistência em Saúde do Trabalhador (NAAST) ocorre
o acolhimento e atenção ao/a trabalhador/a sendo este um dos espaços sócio-ocupacionais do
Serviço Social dentro do Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador-CEREST-
Regional/JP, onde os/as estagiários/as estão sob a supervisão direta das Assistentes Sociais
que atuam no NAAST. Neste núcleo atuam em uma perspectiva multiprofissional e
interdisciplinar o Serviço Social, a Psicologia e a Medicina do Trabalho.
No período da vivência do Estágio no CEREST-Regional/JP participamos e
contribuímos no atendimento individual de trabalhadores/as que buscam o atendimento no
serviço, sendo estes em sua maioria para solicitação de uma Comunicação de Acidente de
Trabalho (CAT), que se dá por meio de uma concessão/ estabelecimento de nexo causal, onde
se correlaciona a patologia à atividade laboral desenvolvida, sendo analisados os
determinantes e condicionantes do processo de adoecimento do/a trabalhador/a.
A CAT constitui um formulário do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que
deverá ser obrigatoriamente preenchida polo empregador nos casos em que ocorrer algum
acidente ou doença relacionada ao trabalho com um dos seus trabalhadores. Este documento
informa ao INSS a ocorrência do acidente e garante ao trabalhador/a o benefício da
Previdência Social quando o/a trabalhador/a fica afastado/a da atividade laboral por mais de
15 (quize) dias. Caso a instituição e/ou empresa não formule o processo de emissão da CAT,
este pode ser feito pelo/a próprio/a trabalhador/a.
A demanda do Núcleo de Acolhimento e Assistência do CEREST-Regional/JP, sendo
este Núcleo o único no serviço que oferece assistência direta ao usuário, não é regulada pela
rede de serviços de saúde do município no que tange a marcação do atendimento via atenção
básica, portanto cabendo ao usuário a busca e o agendamento prévio de seu atendimento
diretamente na recepção do serviço.
Para Antunes (2000), na contemporaneidade, a “classe-que-vive-do-trabalho”,
incorpora todos/as os/as trabalhadores/as que vendem a sua força de trabalho em troca de
salário, nas diversas modalidades emergentes, como os trabalhadores terceirizados,
temporários, precarizados, fabris e de serviços. Envolvendo também o proletariado rural e os
desempregados; estes últimos, submetidos ao desemprego estrutural que contempla o cenário
na atualidade.
Na realização do atendimento o Serviço Social4 realiza a anamnese ocupacional,
levantamento da história social e laboral do/a trabalhador/a, onde para isso se utiliza de:
escuta qualificada por meio da entrevista social, aplicação de questionários, estudo de caso,
recolhendo exames, laudos, fotos, documentos pessoas, etc., para posteriormente analisá-las e
anexá-las ao prontuário do usuário, sendo estes direcionados para a Médica do Trabalho
através de relatório social descritivo, subsidiado por pesquisa teórica, previdenciária e
jurídica; parecer social; articulação intra e intersetorial para viabilização de direitos sociais
através de encaminhamentos e contatos institucionais.
Conforme assevera Vasconcelos,
[...] Os assistentes sociais têm um papel na democratização de informações aos
trabalhadores sobre as condições de trabalho, as doenças mais comuns e sobre o
controle de riscos de cada setor de trabalho, esclarecendo o/a trabalhador/a sobre os
determinantes sociais, ambientais ou profissionais de sua doença, para além dos
diagnósticos de doenças e prescrições. [...] (VASCONCELOS, 2007, p 24)
Dentre os benefícios relacionados ao acidente de trabalho que podem ser solicitados a
Previdência Social destacamos: o B315 – Auxílio Doença Previdenciário, é o benefício
devido pela previdência, em substituição ao salário, a partir do 16° dia de afastamento do
trabalho em decorrência de lesão ou doença que não sejam decorrentes de acidente de
4 Informações fornecidas pelas Assistentes Sociais do Núcleo de Acolhimento e Assistência do CEREST-
Regional/JP, em maio de 2012. 5 Código utilizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
trabalho; o B91 – Auxílio Doença Acidentário, é o benefício devido pela previdência, em
substituição ao salário, a partir do 16° dia de afastamento do trabalho em decorrência de lesão
ou doença caracterizado como um acidente de trabalho, este auxílio só é possível mediante a
comprovação perante estabelecimento de nexo causal que resulta na emissão de uma CAT.
Ocorre também a solicitação do usuário junto ao CEREST-Regional/JP de um novo
estudo e avaliação da sua condição laboral e de saúde para uma possível conversão de auxílio
doença previdenciário para auxílio doença acidentário, quando o mesmo não concorda com o
laudo estabelecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Atualmente é realizado apenas 1 (um) atendimento por turno, devido aos
procedimentos exigidos, mediante a extensa entrevista e escuta qualificada que é realizada, o
que inviabiliza a realização de mais atendimentos em um turno, uma vez que ainda será
necessário um período considerável de trabalho para análises do processo de trabalho
realizado e posterior relatório social.
Ademais o Núcleo de Acolhimento e Assistência em Saúde do Trabalhador realiza
notificação do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação); participação em
reuniões com os demais Núcleos do CEREST-Regional/JP; participação no Fórum
Estadual/PB de Erradicação e Prevenção do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador
Adolescente; participação em Comissão de Elaboração de Planos Municipal e Estadual de
Enfrentamento ao Trabalho Infantil; participação e realização de eventos.
No cotidiano de trabalho as Assistentes Sociais do NAAST preparam relatórios
semestrais, visando apontar e registrar de modo sistemático as ações, intervenções e principais
demandas postas ao núcleo pelos usuários; realizam o levantamento de dados, a
sistematização das informações e análise qualitativa dos mesmos, referente às atividades;
participação na Oficina de Protocolo de Acidentes de Trabalho desenvolvido pelo Núcleo de
Vigilância e Informação em Saúde do Trabalhador; realização de visitas institucionais;
elaboração e apresentação de trabalhos científicos; reuniões técnicas intra e intersetoriais;
participação em oficinas e cursos de capacitação; dinamizam redes de instituições e serviços
no campo da Proteção Social; realizam interface entre os dados empíricos e a política
executada; percebem as expressões da questão social em sua dimensão micro e macro política
e a sua relação com a rotina profissional e supervisionam Estágio Obrigatório em Serviço
Social.
Assim, o Núcleo de Acolhimento e Assistência realiza dentro desta lógica a
articulação e encaminhamentos dentro da rede de serviços de saúde – Atenção Básica e
Serviços especializados do Sistema Único de Saúde (SUS), visto que O CEREST-Regional/JP
se propõe a atuar dentro de uma perspectiva de articulação intrasetorial (demais componentes
da vigilância em saúde) e intersetorial (transversalidade entre outras políticas setoriais).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não se podem negar os avanços do SUS, mas persistem problemas a serem
enfrentados para consolidá-lo como um sistema público universal que possa prestar serviços
de qualidade a toda a população brasileira. Esses problemas podem ser agrupados em torno de
grandes desafios a superar, entre estes desafios esta a Saúde do/a Trabalhador/a.
A saúde no trabalho afirma-se como um processo de democratização das relações nos
ambientes e processos de trabalho, em prol do respeito e garantias dos direitos individuais e
coletivos. Os serviços da rede SUS devem atuar na perspectiva da integralidade do cuidado,
tendo a saúde do/a trabalhador/a como eixo inerente as condições de vida e de saúde dos
indivíduos.
Para o Serviço Social emerge a necessidade de fortalecer o campo político da saúde
do/a trabalhador/a, na compreensão dos conflitos entre o capital e o trabalho neste modo de
produção, é indispensável para os enfrentamentos das ofensivas postas à classe trabalhadora,
no que pese também que ao Estado cabe dar respostas aos agravos decorrentes do modelo de
produção ao mesmo tempo em que estimula as relações de precarização do trabalho. Assim,
consideramos a luta da classe trabalhadora como imperativa nesse processo.
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