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3. A LUZ NATURAL E O EDIFÍCIO -...
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3. A LUZ NATURAL E O EDIFÍCIO
Apresenta-se neste capítulo as bases científicas do cálculo da disponibilidade
do recurso LUZ NATURAL e a abordagem utilizada para a qualificação do seu uso em
termos de conforto visual. São estudados os fenômenos relacionados à luz, o sol e o
céu como fontes de luz natural, o seu comportamento diante das condições
ambiente-edificação e as respostas humanas às sensações visuais. São apresentados,
ainda, um modelo de cálculo para predição da quantidade de luz natural disponível,
um modelo para predição da sensação de desconforto visual dentro de edifícios,
além de um código computacional implementando estes modelos de cálculo.
3.1 – A Luz Natural
O que o ser humano percebe como luz visível é a faixa de radiação que
possui comprimentos de onda entre 3,8x10-7 m a 7,6x10-7 m e que representa cerca
de 1,9% do espectro eletromagnético total existente na natureza, ou ainda 50% de
toda a radiação emitida pelo sol, ou seja, do espectro solar total. No espectro visível,
os comprimentos de onda mais estreitos correspondem ao violeta profundo
enquanto os mais longos, ao vermelho profundo (figura 3.1). O olho humano
possui a sua maior sensibilidade para radiações de comprimento de onda de 555 nm
(5,5x10-7 m), que corresponde à sensação de um amarelo similar à da luz solar.
Figura 3.1 - O espectro eletromagnético Fonte: Adaptado de ROBBINS (1986)
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3.2 - Medidas da Luz
A intensidade de uma fonte luminosa se mede em candelas (cd). Esta é a
unidade básica reconhecida pelo Sistema Internacional, e é definida como a
intensidade de um corpo negro emissor uniforme de 1/60 cm2 na temperatura de
fusão da platina. Todas as demais unidades utilizadas em iluminação dela derivam.
Mede-se a energia radiante visível pelo fluxo luminoso produzido pela fonte
luminosa, o qual é expresso em lúmens (lm), que por sua vez é definido como o
fluxo produzido por uma fonte pontual de 1 cd em um ângulo sólido de valor
unitário. Como a superfície de uma esfera compreende 4π (=12,56) unidades de
ângulo sólido, uma fonte pontual de 1 cd emitirá, portanto, um total de 12,56 lm em
todas as direções. Em se tratando da distribuição de luz sobre uma superfície, ou
seja, de níveis de iluminação ou ILUMINAMENTOS, a medida adotada como unidade
é o lux, definido como o fluxo luminoso de um lúmen incidente numa superfície de
um metro quadrado. Em termos de luz refletida, isto é, para fontes secundárias de
luz que não emitem luz própria, não se utiliza o lux como unidade de grandeza e,
sim, uma unidade de medida que relaciona o poder de reflexão da superfície (a sua
reflectância) e a iluminação que sobre ela incide, com o brilho físico resultante, ou
LUMINÂNCIA. Suas unidades são deduzidas de duas formas distintas: a primeira
parte da consideração de uma fonte luminosa de 1 m2 e intensidade de 1 cd. Desta
forma, a luminância dessa superfície é de 1 cd/m2. A segunda dedução parte do
princípio de uma superfície perfeitamente difusora e de reflectância igual a 1,
submetida a um iluminamento de 1 lux. A luminância desta superfície é de um
Apostilb ou Blondel.
Em termos de luz natural, o sol pode ser considerado como uma fonte
pontual para um observador na superfície terrestre, apesar de seu grande tamanho
físico. O céu, por sua vez, é uma fonte luminosa extensa. As diferenças
fundamentais entre estas duas fontes são as sombras produzidas por elas e o tipo de
fluxo produzido. Uma fonte pontual produz uma única e nítida sombra do objeto
iluminado, na direção do sentido de propagação da luz, e emite raios luminosos
paralelos entre si ou convergentes. Uma fonte extensa tende a produzir sombras
mais suaves e em direções diversas e emitem um fluxo omnidirecional.
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3.3 - Luz e Visão
Os órgãos humanos da visão são constituídos de uma série de componentes
orgânicos, cada qual com sua função específica, entre os quais pode-se citar o olho,
a retina, o nervo ótico, o quiasma visual e o trato ótico. A sensação visual varia
muito do dia para a noite, alterando a nossa acuidade, ou seja, o grau de definição
das imagens. À visão diurna dá-se o nome de VISÃO FOTÓPICA e à visão noturna,
de VISÃO ESCOTÓPICA. O olho humano precisa de um período de adaptação de
aproximadamente 60 minutos, para que da visão diurna passe a trabalhar com toda
eficiência em níveis escotópicos de visão, na escuridão total (ROBBINS, 1986).
Pode-se afirmar porém, que uma adaptação de 70% acontece num período de 90
segundos, quando a diferença de claridade entre o ambiente externo e o interno é da
ordem de 100:1 e de alguns minutos quando esta diferença for de 1000:1.
Figura 3.2 - Sensibilidade ocular (em nanômetros) a- Visão Escotópica, b-Visão Fotópica
Fonte: Adaptado de ROBBINS (1986)
O conhecimento dessas características e limitações do olho humano é de
extrema importância para se projetar ambientes internos que possuam condições de
iluminação não muito diferentes umas das outras, de modo a evitar que os olhos
tenham de se adaptar continuamente a estes diferentes níveis de iluminação.
Tomando-se estes cuidados, evita-se que o usuário sofra de cansaço visual ou até
mesmo inabilidade para executar tarefas visuais durante o período de adaptação.
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3.4 – Conforto Visual
Por definição, o conforto visual consiste em se dispor de vistas agradáveis e
ausência de fontes de luz parasitas e perturbadoras dentro do campo visual humano.
De acordo com esta definição, pode-se perceber que uma parcela do conforto visual
está relacionada com o equilíbrio psicológico do indivíduo e que uma outra parcela
está ligada aos aspectos físicos da visão. Realmente, um dos critérios menos
utilizados ao se pensar na iluminação de ambientes, é o de prover uma vista
suficiente do céu. Porém, essa visão tem uma influência sobre o equilíbrio
psicológico, notadamente em ambientes de trabalho. Quanto ao problema físico da
visão, o conforto visual pode ser descrito em grande parte pelos conceitos de
ofuscamento e contraste ao nível da tarefa.
O ofuscamento é sentido quando existe em dois pontos distantes do campo
de visão uma diferença acentuada de brilho. Uma pequena janela com vista para um
céu encoberto pode ser uma causa de ofuscamento, caso não exista no ambiente
iluminação suplementar suficiente para aproximar a luminância das superfícies
internas à luminância da janela. Classifica-se em dois tipos principais, sendo o
primeiro tipo relacionado à uma sensação que impossibilita o indivíduo a realizar
suas tarefas. Neste caso, o ofuscamento é dito INABILITANTE e se caracteriza pelo
efeito de uma perda de visibilidade instantânea e indolor. O segundo tipo está
relacionado a uma sensação de desconforto e, portanto, este tipo de ofuscamento é
dito DESCONFORTÁVEL, porque a tarefa pode ser realizada, porém às custas de
cansaço visual ao longo de algum tempo. Seu efeito pode ser instantâneo ou a longo
termo e, geralmente, é acompanhado de algum nível de dor.
O ofuscamento é o principal problema encontrado ao se projetar sistemas de
iluminação natural, pois, de uma maneira geral, a iluminação de ambientes através de
aberturas laterais só consegue manter níveis de iluminação próximos aos externos
numa região próxima à própria janela. Se o ocupante se posiciona dentro deste
ambiente de modo que possa enxergar ao mesmo tempo o fundo (mais escuro) do
cômodo e o céu brilhante (através da janela), torna-se muito grande a chance de
sentir o ofuscamento.
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A falta de contraste entre diversas superfícies alinhadas ao campo ótico é a
outra causa de desconforto visual. O contraste, na realidade, é fundamental para que
o cérebro consiga decifrar características importantes do ambiente, como
profundidade e textura. O desconforto causado pela sua ausência pode ser sentido
ao se tentar enxergar um objeto branco diante de um fundo também branco e
brilhante. De uma maneira geral, contudo, problemas com ausência de contraste não
são comuns ao uso de iluminação natural, devido ao fato do sol estar sempre se
movimentando e proporcionando o aparecimento de sombras no ambiente. Em
alguns casos de iluminação zenital com condições de céu encoberto, em que as
sombras são muito suaves ou praticamente inexistentes, pode-se perceber o
problema, mas são ocorrências muito raras devido também ao fato de grande parte
das superfícies internas dos cômodos apresentarem sempre uma diferença de
tonalidade e de cor que favorecem a diferenciação das luminâncias.
3.5 – A Alta Qualidade Ambiental em Relação ao Conforto Visual
Recentemente, Hetzel (2003) apresentou de maneira bastante clara e
abrangente o problema do conforto visual em espaços construídos, relacionando
não apenas as necessidades desses espaços em relação à luz natural, mas também os
princípios a serem seguidos para se conseguir suprir essas necessidades. Seguindo a
sua abordagem, as exigências elementares relacionadas com uma edificação que se
pretende de ALTA QUALIDADE AMBIENTAL, são as seguintes:
• relação visual satisfatória com o exterior;
• iluminação natural ideal em termos de conforto e gastos energéticos;
• iluminação artificial satisfatória de suporte à iluminação natural.
E os princípios para fazer face essas exigências são os seguintes:
• dispor de luz natural nas zonas de ocupação situadas no fundo da peça;
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• buscar um equilíbrio de luminâncias com o ambiente exterior;
• evitar o ofuscamento direto ou indireto;
• permitir vistas desimpedidas e agradáveis a partir das zonas de ocupação dos
locais;
• proteger a intimidade de certos locais;
• utilizar preferencialmente revestimentos claros na decoração dos locais;
• otimizar as superfícies envidraçadas, em termos de conforto visual, tratando
seu posicionamento, dimensionamento e proteção solar.
Claramente, algumas dessas exigências e princípios não estão relacionados
com quaisquer propriedades físicas da edificação ou de seus componentes,
possuindo um caráter subjetivo e dependendo exclusivamente da sensibilidade e da
vontade expressa do arquiteto em provê-los adequadamente. Assim, a exigência de
RELAÇÃO SATISFATÓRIA COM O EXTERIOR, só pode ser solucionada através de um
acordo entre os atores envolvidos no projeto, notadamente, projetista e usuário. Da
mesma forma, os princípios PERMITIR VISTAS DESIMPEDIDAS E AGRADÁVEIS A
PARTIR DAS ZONAS DE OCUPAÇÃO DOS LOCAIS, PROTEGER A INTIMIDADE DE
CERTOS LOCAIS e UTILIZAR PREFERENCIALMENTE REVESTIMENTOS CLAROS NA
DECORAÇÃO DOS LOCAIS, devem ser seguidos, mas independem de fatores físicos
mensuráveis relacionados à luz natural e, portanto, não podem ser quantificados ou
calculados. Por isso, neste trabalho, considera-se apenas as necessidades e princípios
que possam de alguma forma ser levantados conhecendo-se os aspectos
geométricos da edificação e os fenômenos físicos envolvidos com a captação e
utilização da luz natural. Assim, fixou-se o foco no problema da obtenção de
iluminação natural ideal em termos de conforto (controle do ofuscamento) e em
relação aos gastos energéticos (uso adequado da luz natural, considerando-a como
redutor da potência necessária à luz artificial complementar). Para isso, é necessário
estudar como calcular o ofuscamento no interior de cômodos iluminados por
janelas e como calcular a quantidade de luz natural disponível dentro de uma sala
que possa substituir uma parcela da luz artificial.
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Vale ressaltar que o problema sempre presente da luz natural (radiação solar)
como componente ampliador da potência necessária de refrigeração devido ao
aporte térmico, é tratado separadamente nesta pesquisa no estudo das condições de
conforto higrotérmico.
3.6 – O Cálculo do Ofuscamento Devido a Uma Janela
O cálculo do ofuscamento DESCONFORTÁVEL depende principalmente do
brilho da fonte luminosa, do brilho das superfícies no campo visual descontada a
fonte luminosa, e da posição da fonte de luz em relação à linha de visão. Um índice
de desconforto visual devido ao ofuscamentos deve ser baseado nestas três
variáveis. A fórmula adotada para o cálculo desse índice, (CHAUVEL et al, 1982) é
mostrada abaixo. O somatório permite o cálculo dos ofuscamentos considerando
diversas fontes no campo visual.
GI = 10 log10 ∑ 0.4776 [(Ls1.6 Ω0.8) / (Lb + 0.07 ϖ0.5 Ls)] onde: [3-1]
• . Ls é a luminância da fonte (janela), (cd/m2);
• . Lb é a luminância das superfícies do fundo (paredes), (cd/m2);
• . ϖ é o ângulo sólido subentendido pela fonte, em relação ao observador (sr);
• Ω é o ângulo sólido subentendido pela fonte e modificado pelo efeito de
posição no campo visual, (sr)
A determinação de Ls, Lb, ϖ e Ω é descrita detalhadamente nos itens a seguir.
3.6.1 – Cálculo da luminância da fonte
Ls = ⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛85.0gsp T
vE
onde [3-2]
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Esp é o iluminamento (em lux) calculado na posição do observador (usuário), Tg é a
transmitância do vidro da janela e “v ” é o fator de direção-de-visão, descrito como
v = 0.8536 (e 0.0733A) [3-3]
em que “A” é o ângulo entre a direção da linha de visão do usuário e o centro da
janela.
3.6.2 – Cálculo da luminância do fundo
Lb = ⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +
85.0gT
zEREIREπ
[3-4]
onde IRE é a componente refletida interior (parte da iluminação natural num ponto
interior devida à luz recebida das superfícies refletoras interiores), ERE é a
componente refletida exterior (parte da iluminação natural num ponto interior
devida à luz recebida diretamente das superfícies refletoras exteriores), e “z” é um
fator calculado em relação ao iluminamento exterior sobre uma superfície horizontal
Eh, por:
z = (1.9785 ln Eh) – 15.9164 [3-5]
3.6.3 – Cálculo do ângulo sólido e do ângulo sólido modificado
O ângulo sólido ϖ é calculado pela relação:
ϖ = 2
coscosd
A φθ [3-6]
onde “A” é a área envidraçada da janela, θ e φ são os ângulos em altura e azimute
entre a linha de visão e o centro da janela, e “d” a distância dos olhos do observador
ao centro da janela.
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O olho humano não percebe o brilho de uma fonte da mesma maneira ao
longo de todo o campo visual. É possível relacionar, entretanto, o brilho relativo de
uma fonte disposta fora da linha de visão, com o brilho da mesma fonte colocada
exatamente na linha de visão. Este índice de posição (ver figura 3.3), utilizado no
cálculo de Ω (ângulo sólido modificado), é calculado pela fórmula (McHUGH,
1995):
P = exp10-4β [340.6 + 2.102β -α(0.01636α + 1.605)] onde [3-7]
α = ângulo em relação à vertical entre o plano vertical da linha de visão a fonte
luminosa, tomado no plano contendo a fonte luminosa (em graus);
β = ângulo entre a linha de visão e a direção da fonte luminosa em relação ao
observador (em graus);
Figura 3.3 – Componentes do Índice de Posição P
Fonte: Adaptado de Mc HUGH (1995)
Conhecidos ϖ e P, pode-se então calcular o ângulo sólido modificado através da
relação:
Ω = ∫ δϖ/P2 [3-8]
onde δϖ é o ângulo sólido infinitesimal para cada ponto do campo visual contendo
uma fonte luminosa.
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3.6.4 – Cálculo do índice de ofuscamento para fontes de luz natural
No caso da avaliação do ofuscamento devido à janelas, a fonte de luz é
natural, devendo ser modificada em relação àquelas realizadas para fontes artificiais.
Isto porque, aparentemente, há uma tolerância maior para ofuscamentos suaves
devido ao céu visto através de uma janela do que para uma mesma fonte artificial
apresentando o mesmo brilho (ROBBINS, 1986). Essa correção pode ser feita
através de correlação proposta por Chauvel et al (1982):
DGI = 2/3(GI + 14) [3-9]
onde DGI (Daylight Glare Index) é o Índice de Ofuscamento para fontes de luz
natural e GI (Glare Index) é o Índice de Ofuscamento para fontes de luz artificial,
este último calculado pela fórmula [3-1]. Os critérios para a sensação de desconforto
em relação aos valores encontrados para estes dois índices são descritos na tabela
3.1 a seguir.
Tabela 3.1 – Comparação entre GI e DGI para diversas sensações de desconforto Fonte: Adaptado de Mc HUGH (1995)
SENSAÇÃO DE DESCONFORTO GI DGI Imperceptível 10 16
13 18 Aceitável 16 20
19 22 Desconfortável 22 24
25 26 Intolerável 28 28
A questão do controle dos ofuscamentos devido à presença das luminárias
deve ser tratada separadamente daquela relacionada à presença da janela no campo
visual, podendo ser resolvida na escolha adequada das mesmas. Assim, considera-se
neste trabalho como sendo um problema já resolvido e, portanto, fora de questão.
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3.7 – O Cálculo da Iluminação Ideal em Termos de Consumo Energético
O cálculo da iluminação ideal, em termos de consumo de energia elétrica,
está relacionado com a porcentagem de luz necessária para iluminação do cômodo
que pode ser suprida pela luz do sol e do céu. Isso implica em se desenvolver uma
estratégia baseada em iluminar artificialmente o ambiente apenas nos pontos e nos
momentos em que a luz natural for insuficiente para utilização.
Esse cálculo passa inicialmente pelo conhecimento dos índices de iluminação
que são função das tarefas realizadas dentro do ambiente. Para escritórios, esse
índice varia de 200 a 500 lux, segundo a ABNT, ou de 300 a 1500 lux, segundo o
IES. Estabelecido o nível mínimo de iluminação adequado, a etapa seguinte é
proceder ao cálculo da iluminação artificial necessária para suprir aquele nível,
desconsiderando a luz natural disponível. Isso garante uma iluminação adequada
para horários noturnos ou de pouca disponibilidade de luz natural. Sabe-se que os
níveis de iluminação num cômodo iluminado por uma janela formam uma curva de
distribuição que apresenta seu maior valor próximo ao plano da abertura e o menor
valor próximo à parede oposta à abertura. Percebe-se, assim, que uma boa estratégia
para uso eficiente da luz natural consiste em dividir imaginariamente o ambiente
num certo número de faixas paralelas à janela (figura 3.4), fonte de luz natural, e
associar a cada uma destas faixas um circuito elétrico correspondente para as
luminárias situadas dentro da área das mesmas.
Figura 3.4 – Distribuição transversal de luminárias na sala para um esquema de 4 faixas.
Fonte: Autor
Considerando a existência de mecanismos automáticos para ligar/desligar
esses circuitos de acordo com a quantidade de luz natural incidindo em cada faixa (o
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que pode ser realizado com o auxílio de células fotoelétricas, por exemplo), obtém-
se um esquema de iluminação híbrido, em que só haverá dispêndio de energia com
iluminação quando realmente for necessário, ou seja, estar-se-á acoplando os
dispositivos de luz natural (janelas) aos dispositivos de luz artificial. Desta forma,
toda utilização do sistema de luz natural pode ser automaticamente considerada um
ganho em termos de menor consumo de energia com luz artificial.
A economia energética obtida com o esquema descrito acima vai depender
tanto da quantidade de luz natural utilizável como do número de circuitos elétricos
adotado (figura 3.5).
Figura 3.5 – Iluminamentos para um esquema de iluminação híbrido com 4 faixas de luminárias.
Fonte: Autor
A priori, o número desses circuitos deve ser tanto maior quanto mais
profundo for o cômodo a ser iluminado. Isto se deve ao fato de que a profundidade
na qual a luz natural proveniente de uma janela vertical penetra na ambiente é mais
ou menos constante e igual a cerca de duas vezes a altura da própria janela. Para
cômodos pouco profundos, o esquema de iluminação híbrido proposto funcionará,
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desta maneira, quase que com todas as luminárias ligadas ou desligadas ao longo de
um período diário, já que a luz natural, quando disponível, será capaz de atingir
níveis de iluminação adequados em todos os pontos do ambiente. Nesse caso, não
haverá proveito no particionamento dos circuitos elétricos de iluminação. Já para
salas relativamente profundas, apenas a porção mais próxima da janela poderá ser
adequadamente iluminada por ela, enquanto o fundo deverá ser iluminado
artificialmente. Nessa situação, quanto mais estreita for cada faixa de luminárias,
maior o potencial em se obter uma economia, pois melhor aproveitado será o uso
da luz natural.
Isso pode ser verificado simulando uma sala de 4 metros de largura por 8
metros de profundidade, iluminada por uma janela de 2 metros de largura e 1 de
altura e centralizada na parede da fachada. As simulações foram realizadas
considerando-se condições de céu claro e a fachada voltada para nordeste (45 graus
em relação ao norte geográfico). Os resultados são mostrados na tabela 3.2.
Percebe-se pelos resultados das simulações que quanto maior o número de faixas de
luminárias, maior a economia de energia, variando esta de 24,0% para um esquema
de 2 faixas até 30,4% para um esquema de 5 faixas.
Tabela 3.2 – Economia de luz artificial para diversos números de faixas de luminárias
Fonte: Autor
FAIXAS DE LUMINÁRIAS ECONOMIA OBTIDA 2 24.0 % 3 25.3 % 4 27.0 % 5 30.4 %
A quantidade de luz natural utilizável vai depender não só da profundidade
do cômodo, mas, também, da posição da janela na parede. Uma sala pouco
profunda tem o potencial para ser totalmente iluminada pela luz natural, mas isso só
ocorre se a janela possui um tamanho suficiente e está bem localizada em relação
aos pontos interiores a serem por ela iluminados. Se a janela estiver muito deslocada
em relação ao centro da sala, boa parte desses pontos poderão não apresentar os
níveis de iluminação mínimos desejados (ver figura 3.10). A economia de energia
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obtida com o uso de uma janela posicionada dessa maneira e com faixas de
luminárias dispostas paralelamente à parede da abertura seria nula, pois as luminárias
teriam que permanecer acesas durante todo o tempo para iluminar o lado mais
escuro da sala.
Figura 3.6 – Iluminamentos em um cômodo pouco profundo e com uma janela deslocada do centro
da parede (planta baixa). Fonte: Autor
Por tudo isso, pode-se inferir que um parâmetro de projeto mais adequado
para previsão do potencial de utilização de luz natural nas edificações, é a relação
entre a área da janela e a área do piso do cômodo por ele iluminado (aqui
denominada POROSIDADE RELATIVA). Um índice baseado nessa relação fornece
uma melhor descrição do possível aproveitamento da luz natural que a proporção
entre a área de janelas e a área da fachada. Um valor pequeno para a POROSIDADE
RELATIVA implica em cômodos profundos com janelas baixas (pequena área,
pequena penetração de luz) ou janelas deslocadas do centro da parede de uma sala
pouco profunda. Em outros termos, pequeno potencial para uso da luz natural. Ao
contrário, um valor grande implica na existência de janelas altas (grande área, grande
penetração de luz) para cômodos profundos ou janelas largas ocupando toda a
parede de uma sala pouco profunda, indicando um grande potencial para uso da luz
natural. Infelizmente, na fase de anteprojeto raramente são conhecidas as dimensões
dos cômodos internos do prédio, o que será definido apenas numa etapa mais
avançada da concepção. Por esse motivo, não se utilizou neste trabalho a
POROSIDADE RELATIVA como parâmetro da edificação.
A metodologia para o cálculo da quantidade de luz artificial necessária ao
longo de um certo período é baseada, então, nas distribuições horárias de
iluminamentos sobre a superfície do plano de estudo. Para a determinação destas
distribuições, a superfície do cômodo é dividida imaginariamente em 100 pequenas
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áreas, numa configuração em matriz de dimensão 10x10 (figura 3.11). Calcula-se em
seguida para cada hora do dia, os iluminamentos no centróide de cada uma dessas
áreas obtendo-se, desta maneira, distribuições dos níveis de iluminação. Para
verificação das necessidades de luz artificial, considera-se então os elementos da
matriz 10x10 que estão contidos na área compreendida para cada uma das faixas
(circuitos) de luz artificial, em cada passo de tempo. O critério utilizado para que as
luminárias sejam desligadas é que TODOS os elementos de área da faixa considerada
apresentem níveis de iluminação superiores ao nível mínimo estipulado para a tarefa
(figura 3.12). Obviamente, o número de elementos considerados vai depender do
número de faixas em que foi dividido o esquema de luz artificial.
Figura 3.7 – Elementos de área utilizados no cálculo da distribuição de iluminamentos da sala
Fonte: Autor
Figura 3.8 – Exemplo dos elementos de área a serem verificados dentro da faixa 1, para uma
configuração de iluminação artificial com 3 circuitos Fonte: Autor
3.8 - Sol e Céu Como Fontes de Luz Natural
Foi apresentado que tanto para o cálculo dos ofuscamentos quanto para a
otimização do uso da luz artificial em espaços interiores, é necessário calcular,
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respectivamente, os iluminamentos devido à luz natural ao nível do plano da
abertura e em pontos interiores do cômodo. Para isso, é preciso compreender as
fontes de luz natural e estabelecer um modelo que permita a simulação de seus
comportamentos.
As fontes de luz natural são o sol e o céu. O sol proporciona uma luz
direcionada, um feixe de raios paralelos (para efeitos práticos de projeto), e de
grande intensidade. Os iluminamentos por ele proporcionados, são sempre
superiores aos necessários à execução de tarefas corriqueiras e nem sempre ela é
desejada dentro dos ambientes, devido à sua direcionalidade e aos efeitos térmicos
envolvidos. Já o céu proporciona uma luz difusa, com intensidades médias não
superiores a 20.000 lux e, normalmente, mais agradável dentro de um ambiente do
que a luz direta do sol, se for provida em quantidade suficiente. Pode ser emitida
pelo céu claro, pelo céu encoberto e parte do tempo para o céu médio (também
chamado céu variável ou céu parcialmente encoberto). O estudo destas três
condições de céu é o primeiro passo para a determinação da disponibilidade de luz
natural num dado local.
Definido como o tipo de céu que apresenta menos de 30% de encobrimento
por núvens, o céu claro foi estudado em diversas partes do mundo através de
medições da sua distribuição de luminâncias e foi constatado que, em dias sem
núvens, esta distribuição pode ser calculada com razoável exatidão através da
fórmula deduzida por Pokrowski (HOPKINSON, 1966):
Bθ = Bz (1-e-P/senθ)((1+cos2α/1- cos2α)+K) onde [3-10]
• Bθ = a luminância do céu, num dado ponto, a um ângulo de altura θ acima do
horizonte, em cd/m2 ;
• Bz = luminância no zênite;
• α = distância angular do ponto em relação ao sol;
• P = coeficiente de dispersão primária da luz devido a pequenas partículas da
atmosfera, normalmente assumindo o valor 0,32;
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• K = coeficiente de dispersão secundária da luz devido a grandes partículas da
atmosfera, assumindo valores que vão de 0 a 5;
O grau de difusão da luz solar na atmosfera varia com a quantidade de
poeira, umidade e outras partículas em suspensão no ar e essa variação reflete-se, na
fórmula, através das variáveis P e K que estabelecem o tamanho das partículas. Em
termos visuais, essa distribuição de luminâncias representa uma maior luminosidade
em regiões mais próximas do horizonte que no zênite da abóbada celeste. Constata-
se também que a luminosidade do céu tem seu menor valor na região do mesmo
situada num angulo de 90 graus da posição onde se encontra o sol. A região
circundante ao disco solar apresenta luminâncias extremamente altas e nas outras
regiões a luminância varia relativamente pouco. Devido a esse fato, na prática, para
efeito de cálculo teórico da quantidade de luz proveniente do céu claro, pode-se
considerar que o trecho de céu limpo do lado oposto ao da posição do Sol e ao
meio dia, apresenta sempre uma distribuição de luminância uniforme. Resta ainda ao
pesquisador a opção de considerar ou não a alta luminância do céu próximo à região
do sol e, consequentemente, a própria luz solar direta nos cálculos de iluminação
natural. O modelo teórico de Dogniaux (1985) utilizado neste trabalho, considera
que a luz do sol direta constitui uma parte essencial da quantidade de luz natural e
não deve ser excluída.
Definido como aquele que apresenta mais de 30% de encobrimento por
núvens, o céu encoberto é o céu típico do norte europeu e foi exaustivamente
estudado em várias partes do mundo. Quando o céu está totalmente coberto, de
modo que não é possível determinar a localização do sol na abóbada, fica
caracterizado o CÉU ENCOBERTO PADRÃO CIE - Commission Internationale de
L’Eclairage - (ROBBINS, 1986), que provê um nível de iluminação de 5000 lux para
superfícies horizontais exteriores. Neste caso, sua distribuição de luminâncias é
padronizada e é dada pela fórmula (CIE, 1955):
Bθ = Bz (1+2senθ/3) onde [3-11]
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• Bθ = a luminância do céu, num dado ponto, a um ângulo de altura θ acima do
horizonte, em cd/m2;
• Bz = luminância no zênite;
Na prática, o valor de 5000 lux estabelecido pela CIE não se verifica com
freqüência, apresentando na maioria das regiões um valor muito mais alto,
principalmente em países tropicais como o Brasil, permanecendo, entretanto, a
distribuição relativa de luminâncias. Assim, a luminosidade é praticamente constante
para uma mesma faixa horizontal da abóbada celeste (mesmo ângulo em relação ao
horizonte). O problema com este modelo é que um céu totalmente encoberto
apresentando exatamente essas condições dificilmente ocorre na realidade.
O céu variável, também denominado céu médio, é o mais comum em regiões
subtropicais. Como o próprio nome diz, seu aspecto varia constantemente,
alternando períodos em que predomina a insolação direta do sol, com períodos de
leve enevoamento ou mesmo céu encoberto. A presença de núvens espessas de
grande luminância, ou de núvens ralas através das quais a luz solar direta atravessa
em grande quantidade, faz com que este tipo de céu produza iluminamentos
intermediários entre os do céu claro com presença de sol e os do céu encoberto.
Em termos de rendimento luminoso, ou seja, quanto da radiação solar
atravessando a atmosfera terrestre transforma-se efetivamente em luz natural, os
valores dependem do tipo de céu, da turbidez atmosférica, da altitude e latitude do
local. Os fatores de correlação entre a intensidade de radiação solar e os níveis de
iluminação resultantes só podem ser obtidos com precisão, através da medição
simultânea de ambos para as diversas condições possíveis de ocorrência. Estudos
deste tipo realizados por Pleijel, BlackWell, Dogniaux e Moon (HOPKINSON,
1966), demonstraram que, tanto para o céu limpo quanto para o céu encoberto, o
rendimento luminoso da radiação solar varia entre 90 lm/W e 130 lm/W,
dependendo apenas do tipo de céu existente. Neste trabalho adotou-se os seguintes
valores, calculados por Dogniaux (1985), para o rendimento luminoso da radiação
solar incidente, conforme cada um dos tipos de céu analisados:
• Céu Claro = 106,97 lm/W;
75
• Céu Médio ou Variável = 126,08 - 51.38 σh + 32,27 σh2 lm/W;
• Céu encoberto = 126,08 lm/W;
onde σh é a insolação horária média, ou a fração do tempo em que há
incidência direta de sol sobre a superfície horizontal considerada.
Conhecidas a distribuição de luminâncias do céu e o rendimento luminoso da
radiação do sol, pode-se desenvolver um MODELO GENÉRICO DE ILUMINAÇÃO
capaz de prever os iluminamentos provenientes das duas fontes de luz natural. Para
realizar tal modelo é necessário tomar algumas condições de céu como condições
padrão pré-determinadas e estudar em diversas regiões muitos dias em que haja a
ocorrência de condições semelhantes às estabelecidas teoricamente. Então, pode-se
determinar um modelo teórico que represente, em termos médios, a realidade, desde
que se conheçam algumas variáveis principais e determinantes daquele modelo. As
variáveis ou parâmetros que determinam as condições locais específicas, de modo a
adequar o modelo genérico ao local em estudo, em geral são a turbidez atmosférica,
a altitude do local, as coordenadas geográficas do mesmo e o tipo de região em
estudo, urbano ou rural.
O Modelo de Dogniaux foi desenvolvido para a CIE em 1967. Permite o
cálculo das componentes direta, difusa, e refletida externa da radiação (W/m2) e
iluminamentos solares (lux), sobre superfícies com inclinação e orientação
quaisquer. Apesar de não ter sido formalmente aceito pela CIE, foi aprovado pela
maioria do Comitê Técnico para Iluminação Natural (TC4.2) daquela instituição.
Baseia-se nas seguintes formulações para o CÉU CLARO, CÉU VARIÁVEL e CÉU
ENCOBERTO, para o cálculo das COMPONENTES DIRETAS DA RADIAÇÃO SOLAR,
COMPONENTES DIFUSAS DA RADIAÇÃO SOLAR e COMPONENTES REFLETIDAS
EXTERNAS DA RADIAÇÃO SOLAR:
1) Componente Direta da Radiação Solar para Céus Claros:
Ic (β.α) = Io . kd . e-mz.δr.TL . cos ν (β,α) onde [3-12]
76
• Ic (β.α) é a radiação direta sobre uma superfície com inclinação β e orientação
α;
• ν(β,α) é o ângulo de incidência, em graus, entre a direção do sol e a normal à
superfície receptora, dado pela expressão:
• ν(β,α) = arccos[cosβ . senγ + senβ . cosγ . cos(α-αs)] onde:
• γ = arcsen[senΦ . senδ + cosΦ . cosδ . cosω] é a altura solar acima do
horizonte, em graus;
• Φ = latitude do ponto geográfico, em graus e décimos;
• δ = 0,33281 - 22,984 cos(J . 0,9856) - 0,3499 cos(2J . 0,9856) - 0,1398 cos(3J .
0.9856) + 3,7872 sen(J . 0,9856) + 0,03205 sen (2J . 0.9856) + 0,07187 sen(3J .
0.9856) é a inclinação solar, em graus, e J é o dia sequencial do ano;
• ω = t - 12 + fuso horário + ET - ε - λ;
• ET = 0,0072 cos(J . 0,9856) - 0,0528 cos(2J . 0,9856) - 0,0012 cos(3J . 0,9856) -
0,1229 sen(J . 0,9856) - 0,1565 sen(2J . 0,9856) - 0,0041 sen(3J . 0,9856);
• ε = correção eventual da hora (horário de verão);
• λ = longitude do ponto geográfico, em graus e décimos;
• α = azimute da superfície receptora, ou seja, o ângulo entre a projeção sobre o
plano horizontal da normal à superfície receptora e a direção sul, computado
positivamente no sentido anti-horário (por convenção);
• αs = azimute do sol, ou seja, o ângulo entre a projeção horizontal da direção
do sol e a direção sul, computado positivamente no sentido anti-horário (por
convenção), em graus, dado pela expressão:
• αs = arccos[(senΦ . senγ - senδ) / (cosΦ . cosγ)];
• Io é a radiação solar extraterrestre perpendicular ao fluxo solar incidente no dia
J, igual a 1367 W/m2;
• kd é o fator representativo da variação da distância Terra-Sol conforme o dia
do ano e dado pela expressão:
• kd = 1+0,03344 . cos(0,9856 . J - 2,8);
77
• mz é a massa de ar relativa, ou seja, a massa de ar ótica corrigida pelo efeito da
altitude e da pressão atmosférica. É dada pela expressão:
• mz = (1-0,1 . z) / (senγ + 0,15 . (γ +3,885)-1,253) onde z a altitude do local em
quilômetros;
• δr é a densidade ótica de Rayleigh por unidade de massa, ou seja, o fator total
de extinção da radiosidade através de uma atmosfera pura e seca por uma
unidade de ar unitária, dada pela expressão:
• mz = 1 / (0,9 . mz . 9,4)
• TL é o fator de perturbação atmosférica, ou fator de turvamento de Linke, que
é função da altura solar γ, da quantidade w de vapor d’água da atmosfera e do
coeficiente de perturbação de Angstron. Sua expressão é:
• TL = ((γ + 85) / (39,5 e-w + 47,4)) + 0,1 + βa(16 + 0,22w); os parâmetros w e
βa assumem os valores iguais a 5,0 e 0,10 respecrtivamente, para um clima
tropical e região urbana.
2) Componente Direta da Radiação Solar para Céus Encobertos:
Ic (β.α) = 0 pois, para céus encobertos, não há incidência direta do sol. [3-13]
3) Componente Direta da Radiação Solar para Céus Variáveis:
Neste caso, o cálculo da componente direta é feito através da utilização de frações
de insolação horária ou diária médias, em relação ao céu claro. Assim:
Iσd (β.α) = (ζ . σd)n . Ic (β.α) onde [3-14]
• Iσd (β.α) é a radiação direta sobre uma superfície com inclinação β e orientação α;
• σd é a insolação solar diária média;
• n = 1 + 0,36 σd;
• ζ = 0,5 + 1,023 (1-e-0,0956 γ) . (1 - σd) é a distância zenital do sol;
78
• γ = é a altura solar acima do horizonte, em graus; 4) Componente Difusa da Radiação Solar para Céus Claros:
Dc(β.α) = Kd . ∫αidαi . ∫γiLc . (γi . αi) . cosχi cosγi dγi onde [3-15]
• Dc(β.α) é a radiação difusa sobre uma superfície com inclinação β e
orientação α;
• cosχi = cosβ senγi + senβ cosγi cos(αs - αi) com cosχi = 0 para χi > π/2;
• kd exatamente igual ao anteriormente descrito;
• Lc é um fator de correção, função da altura solar γ (em graus) e do coeficiente
de perturbação atmosférica TL, e dado pela expressão:
• Lc = 0,8785 γ - 0,01322 γ2 + 0,0003434 γ3 + 0,44347 + 0,03644 TL;
5) Componente Difusa da Radiação Solar para Céus Encobertos:
2π 2π
Db = Kd ∫0 ∫
0 Lb (γi) . senγi . cosγi dγi dαi onde [3-16]
• Lb = [(1 + 2 sen γi) / 3] . fi . Lbπ/2
• Lbπ/2 = 81,23 senγ (1 + 0,36 senγ)
• Kd exatamente iguais ao anteriormente descrito para cálculo da radiação
difusa;
• fi = termo1 / termo2, onde
• termo1 = (0,910+10e-3ε + 0,45 cos2ε)(1 - e-0,32 cossec γi) e
• termo2 = 0,27385 (0,910+10e-3ζ + 0,45 sen2γ);
• ε = arccos [senγi senγ + cosγi cosγ cos(αs - αi)];
• ξ = π/2 - γ;
79
6) Componente Difusa da Radiação Solar para Céus Variáveis:
Dσ(β.α) = Db(β) (1 - σh) + Dc(β.α) [B σh + (1 - B) σh2] onde [3-17]
• Dσ(β.α) é a radiação difusa sobre uma superfície com inclinação β e orientação
α;
• Db é a radiação difusa incidente sobre uma superfície horizontal, devido ao céu
encoberto;
• σh = ζ . σd
• ζ = 0,5 + 1,023 (1 - e-0,0956γ )(1 - σd )
• B = 1,37 + 0,71 senγ
7) Componente Refletida Externa da Radiação Solar para Céus Claros:
Rc(β) = 0,5 A (Ic senγ + Dc) (1 - cosβ) onde [3-18]
• A = é o albedo da superfície do solo ou, mais genericamente, a refletividade
média das superfícies exteriores à edificação, variando de 0 a 1.
• β = é a inclinação da superfície receptora, em graus;
• γ = é a altura solar acima do horizonte, em graus;
• Ic e Dc são respectivamente, a radiação direta e difusa incidentes sobre uma
superfície horizontal, devido ao céu claro;
8) Componente Refletida Externa da Radiação Solar para Céus Encobertos:
Rb(β) = 0,5 A Db(1 - cosβ) onde [3-19]
• A e β são o albedo e a inclinação da superfície, respectivamente;
• Db é a radiação difusa incidente sobre uma superfície horizontal, devido ao
céu encoberto;
80
9) Componente Refletida Externa da Radiação Solar para Céus Variáveis:
Rσ(β) = 0,5 A (Iσ senγ + Dσ) (1 - cosβ) onde [3-20]
• A e β são o albedo e a inclinação da superfície, respectivamente;
• Iσ e Dσ são a radiação direta e difusa incidentes sobre uma superfície
horizontal, devido ao céu variável;
Para cada condição de céu, os valores das três componentes são adicionadas,
obtendo-se o nível de radiação incidente sobre a superfície estudada (no caso de
janelas verticais, a superfície da fachada). O nível de iluminação sobre esta superfície
é então obtido multiplicando-se o valor da radiação pelo respectivo rendimento
luminoso da radiação solar. Este último valor é então utilizado para o cálculo dos
ofuscamentos e dos iluminamentos dentro do cômodo.
3.9 – Validação do Modelo de Dogniaux
3.9.1 – Validação da radiação total sobre plano horizontal ao longo do ano
Para a verificação da confiabilidade do modelo de Dogniaux, procurou-se
inicialmente estabelecer uma comparação entre resultados previstos e calculados
com o modelo e dados baseados em medições reais da radiação solar global para um
plano horizontal, no Rio de Janeiro. Os dados experimentais foram analisados por
Corbella (1995) e Cavalcanti (1991), e são apresentados na forma de Radiação solar
global diária média, para todo o ano.
Corbella apresenta médias mensais consolidadas para o período de 1978 a
1989 (doze anos). Desses, 70% são provenientes de dados oficiais disponíveis e
30% reconstruídos por simulação, devido à inexistência ou erros nas medições.
81
Cavalcanti, por sua vez, apresenta dados de medições realizadas durante o período
compreendido entre junho de 1979 a agosto de 1983, na Ilha do Fundão.
No programa NATLITE, que é descrito no item 3.9, a seguir, as simulações
foram executadas para cada mês, considerando as três condições de céu: claro,
médio e variável. Os parâmetros do local utilizados foram CLIMA TROPICAL e
AMBIENTE URBANO.
Após a tabulação adequada de todos os resultados disponíveis, foi possível
comparar as os valores encontrados pelos dois pesquisadores e os valores obtidos
por simulação (gráfico 3.1). Verifica-se, claramente, que apenas o céu variável
apresenta valores compatíveis com os dados baseados em medições, o que
corrobora a afirmação feita anteriormente que este é o tipo de céu predominante nas
regiões subtropicais. Por este motivo, neste trabalho os resultados encontrados para
o céu médio são utilizados em todas as simulações e análises da edificação em
estudo.
Radiação Solar Diária sobre Plano Horizontal
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
9.00
10.00
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
meses
kWh/
m2.
dia
Dados ExperimentaisSimulação (Céu Médio)Simulação (Céu Claro)Simulação (Céu Encoberto)
Gráfico 3.1 - Comparação entre dados experimentais (CAVALCANTI, 1991) e valores obtidos por
simulação para a cidade do Rio de Janeiro (Radiação Solar Total)
Em relação à discrepância entre os valores baseados em medições e os
simulados para o céu variável, observa-se que ela varia mensalmente, sendo próxima
de zero para o mês de abril, até um máximo de aproximadamente 13% para o mês
de setembro. A média das variações é de 7,8%. Entretanto, baseando-se no total
82
anual acumulado de radiação incidente, a diferença apresenta-se muito menos
significativa, sendo apenas de 1,35%. Considerando-se que, normalmente, num
projeto arquitetônico, o comportamento médio da edificação durante o período de
um ano é mais significativo que situações pontuais passíveis de ocorrência neste
mesmo período, considera-se aceitável a variação encontrada.
3.9.2 – Validação da radiação visível sobre plano horizontal ao longo do dia
Uma segunda etapa de validação procurou verificar a confiabilidade do
modelo adotado para o cálculo da radiação luminosa (faixa visível do espectro
solar). Estabeleceu-se uma comparação entre resultados previstos pelo modelo e os
dados das medições reais realizadas por Guimarães (2003), na Ilha do Fundão,
dentro do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nessas medições
foram utilizados dois piranômetros Eppley, um dotado de filtro para obtenção da
irradiação solar na faixa espectral+infra-vermelho próximo e outro dotado de filtro
para medição na somente na faixa do infra-vermelho próximo. Por diferença de
sinal, obteve-se a irradiação solar na faixa do visível (W/m2), com um erro avaliado
de 4%. Guimarães apresenta resultados tabulados para o dia 7 de novembro de
2001. Este dia foi considerado claro, porém apresentando nebulosidade até às 8
horas da manhã.
Utilizando o software NATLITE, simulou-se o mesmo dia 7 de novembro,
considerando um albedo de 0.2 e um clima tropical em região industrial. Os valores
simulados para a irradiação total solar para céu claro e céu médio foram então
multiplicados por 0.424, que é a fração da radiação solar correspondente à faixa
visível (BERNARD et al, 1979). Comparou-se, finalmente, esses resultados com os
dados experimentais, tomando até às 8 horas os valores obtidos da simulação de céu
médio e a partir desta hora os valores obtidos da simulação de céu claro. A
comparação pode ser vista no gráfico 3.2. Verifica-se, claramente, a boa
concordância entre os dados experimentais e os dados simulados. O erro relativo
médio para o período entre 8 e 16 horas foi de 3,79%. Os maiores erros
83
encontrados foram para o período da manhã, até às 8 horas, e no final da tarde,
após as 16 horas, apresentando um erro relativo médio de 15,95%. De uma maneira
geral, os valores calculados superaram os valores medidos experimentalmente, em
média, apenas 9.26 W/m2 (erro absoluto médio, obtido pela diferença horária entre
os valores medidos e os simulados), valor este menor do que o erro do instrumento
de medida, que é de 12 W/m2.
Radiação Solar Visível sobre Plano HorizontalPerfil Horário para o dia 07/Novembro
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
6:00 7:00 8:00 9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00hora
W/m
2
SimulaçãoDados Experimentais
Gráfico 3.2 - Comparação entre dados experimentais (GUIMARÃES, 2003) e valores obtidos por
simulação para a cidade do Rio de Janeiro (Radiação Solar Visível)
3.10 – O Software de Simulação de Luz Natural
Para proceder aos cálculos relacionados à luz natural em ambientes
interiores, um software foi desenvolvido em Object Pascal/Delphi 3.0, baseando-se
no modelo teórico de Dogniaux (1985) exposto no item 3.8 para cálculo dos
iluminamentos e nas fórmulas apresentadas no item 3.6 para o cálculo dos índices
de ofuscamento (DGI). O código final foi compilado em um único arquivo de 780
Kb, executável numa plataforma PC/Windows desde que configurada para uma
resolução de tela de no mínimo 800X600 pontos. O programa é na realidade uma
versão ampliada e melhorada do software RADLITE, desenvolvido como parte da
tese de mestrado do autor (CASTRO, 1996), que possuía as seguintes capacidades
84
de simulação para um cômodo iluminado por uma janela vertical voltada para o
exterior e orientada em qualquer direção:
• Cálculo da Radiação Solar Total e Radiação Luminosa incidente sobre a
superfície externa da fachada, com resultados numéricos e gráficos horários
diários, para qualquer mês;
• Cálculo da Radiação Luminosa Incidente em qualquer ponto interior do
cômodo, com resultados numéricos e gráficos horários diários, para qualquer
mês;
Além destas capacidades, foi reestruturada toda a parte de interface com o
usuário e foram acrescentados ao programa, as seguintes características:
• Cálculo dos Índices de Ofuscamentos de Luz Natural em qualquer ponto
interior do cômodo, com resultados numéricos e gráficos horários diários,
para qualquer mês;
• Cálculo da Porcentagem de Luz Artificial Complementar necessária no
cômodo para obter níveis de iluminação compatíveis com a tarefa
determinada, levando-se em conta circuitos elétricos para as luminárias
dispostos paralelamente ao plano da janela em 2, 3, 4 ou 5 faixas
independentes.
3.11 - Descrição Detalhada do Software NatLite
Os dados de entrada para simulação são inseridos através de 5 telas
conforme discriminado a seguir.
Na tela de PARÂMETROS DO SÍTIO, entra-se com dados relacionados ao local
e características do envelope da edificação. Pode-se escolher o MÊS DA SIMULAÇÃO
(para os quais o dia é pré-estabelecido, correspondendo ao dia de cada mês do ano
em que a declinação solar apresenta um valor médio), a ORIENTAÇÃO da edificação
85
(a qual estabelece a orientação da fachada que contêm a janela a simular, em relação
aos pontos cardeais. O valor 0 (zero) determina que a superfície estará voltada para
o sul, 180 para o norte, -90 (menos noventa graus) para oeste e +90 para leste, o
ALBEDO (refletividade global do ambiente em torno da edificação em estudo), a
ESTAÇÃO METEOROLÓGICA (a localidade em termos de suas latitude, longitude,
altitude, e fuso horário) e o MÉTODO para simulação das condições de céu, a saber:
• Método DOGNIAUX: possibilidade de simular céus em regiões de clima
polar, desértico, temperado ou tropical, em ambientes rurais, urbanos ou
industriais;
• Método L’Omm: possibilidade de simular céus em regiões de clima polar,
desértico, temperado ou tropical, com a abóbada celeste apresentando aspecto
azul escuro, médio, claro, pálido, esbranquiçado ou leitoso;
Na tela de PARÂMETROS DA SALA, entra-se com as dimensões do cômodo
(largura, altura, comprimento) e com as refletâncias das superfícies interiores (teto,
piso e paredes).
Figura 3.9 – Tela de entrada de dados do sítio (NATLITE)
Fonte: Autor
Na tela de PARÂMETROS DA JANELA, entra-se com os dados englobando as
dimensões da janela (altura e largura) inserida na superfície exposta à radiação e sua
86
posição em relação ao piso (altura do parapeito) e à parede esquerda (coordenada-x),
além das características do fechamento desta abertura, como tipo de vidro
(transparente, texturizado, Especial e Plástico) e espessura dos perfis da esquadria
(Caixilho Fino, que reduz em 10% a área efetiva da janela, Caixilho Médio, que
reduz de 25% e Caixilho Grosso com redução de 40%).
Figura 3.10 – Tela de entrada de dados da sala (NATLITE)
Fonte: Autor
Figura 3.11 – Tela de entrada de dados da janela (NATLITE)
Fonte: Autor
Por sua vez, na tela de PARÂMETROS DA ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL, pode-se
entrar com o número de circuitos elétricos (“faixas”) relacionados às luminárias e
87
paralelos à parede da janela, o ÍNDICE DE OFUSCAMENTO PARA LUZ NATURAL que
se quer considerar como limite aceitável e o ILUMINAMENTO MÍNIMO que
estabelecido como limite para acionamento da luz artificial. Em relação a esse nível
mínimo de iluminação, existe uma rotina implementada no código que permite seu
cálculo automatizado, segundo valores prescritos pelo IES, baseado nas
CATEGORIAS DE AMBIENTE, MÉDIA DE IDADE DOS OCUPANTES e REFLECTÂNCIA
MÉDIA DA SALA.
Figura 3.12 – Tela de entrada de dados da iluminação artificial (NATLITE)
Fonte: Autor
Figura 3.13 – Tela de entrada de dados da simulação (NATLITE)
Fonte: Autor
88
Finalmente, na tela de PARÂMETROS DA SIMULAÇÃO, entra-se com a posição
do ponto interior que se deseja estudar em relação à parede da janela (DISTANCIA
PONTO-JANELA, tomada perpendicularmente em relação à superfície da parede), a
ALTURA PONTO-CHÃO, o DESLOCAMENTO AO CENTRO, que são, respectivamente,
a distância entre os planos verticais que passam pelo ponto de estudo e pelo centro
geométrico da janela, ambos os planos perpendiculares ao plano da janela. Essa
distância assume valores negativos se o ponto em estudo se situar à esquerda do
centro da janela, para um observador dentro da sala. Nessa tela, entra-se ainda com
os valores do RENDIMENTO LUMINOSO DA RADIAÇÃO SOLAR para condições de céu
claro e céu encoberto.
Após os cálculos da simulação, praticamente instantâneos, as telas de
resultados se tornam acessíveis ao usuário. Concomitantemente, é gravado um
arquivo-texto no disco em forma de relatório contendo todos os resultados em
termos numéricos. Cinco telas estão disponíveis para verificação:
1) tela de resultados horários da radiação solar total e radiação luminosa total
incidentes na fachada da edificação (na qual está inserida a janela), para as três
condições de céu;
2) tela de resultados horários dos iluminamentos no ponto em estudo (interior do
cômodo), para as três condições de céu (figura 3.18);
3) tela de resultados horários da distribuição de iluminamentos no plano de
estudo, para as três condições de céu (figura 3.19);
4) tela de resultados horários da utilização de iluminação artificial complementar,
para as três condições de céu (figura 3.20);
5) tela de resultados horários da distribuição dos Índices de Ofuscamanto devido
à Luz Natural (DGI), para as três condições de céu (figura 3.21);
89
Figura 3.14 – Tela de resultados dos iluminamentos num ponto (NATLITE)
Fonte: Autor Para este estudo, o mais importante são os resultados da utilização de
iluminação artificial complementar e dos Índices de Ofuscamento, porque estes
resultados são utilizados como critérios de QUANTIDADE DE LUZ NATURAL
DISPONÍVEL e CONFORTO VISUAL, respectivamente, no processo decisório de
ordenação das alternativas de projeto. Além disso, a quantidade de luz artificial
calculada serve como dado de entrada considerado no cálculo da performance
energética da edificação e, portanto, está relacionada ao critério CONSUMO
ENERGÉTICO DA EDIFICAÇÃO.
Figura 3.15 – Tela de resultados da distribuição de iluminamentos na sala (NATLITE)
Fonte: Autor