3.3) Clima -...

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CONSÓRCIO ENER-REDE COUTO MAGALHÃES REDE COUTO MAGALHÃES ENERGIA S.A. ENERCOUTO S.A. V.II-16 3.3) Clima 3.3.1) Metodologia Devido à homogeneidade do tema em função da localização geográfica espacial, os aspectos climáticos foram abordados de uma única forma referente à AAR (Área de Abrangência Regional) e consequentemente a AII (Área de Influência Indireta). Para isso foram estudados os dados no âmbito da escala regional, ou seja, parte da região Centro-Oeste do país, incluindo os estados de Goiás e Mato Grosso. Foram utilizados dados secundários, considerando os diversos mecanismos e sistemas de circulação atmosférica que atuam numa escala temporal de, no mínimo, algumas semanas, até dados de séries históricas de estações meteorológicas que contemplam maiores intervalos temporais na região de interesse. Foram apresentados e tratados, estatisticamente, os dados obtidos das séries de registros produzidas pela rede de monitoramento do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e da Agência Nacional de Águas (ANA) para a caracterização climatológica da região do empreendimento AHE Couto Magalhães. Embora não incidente nas áreas de influência para o meio físico, a estação de Cuiabá, através do banco de dados do INMET (2009), foi utilizada para o presente estudo. Isto se deve, principalmente, devido à verificação, através dos gráficos das Normais Climatológicas para os parâmetros analisados, de que as características das condições climáticas desta estação são bastante semelhantes às características do clima das áreas de influência do AHE Couto Magalhães, comprovando a homogeneidade do assunto, em função da variação espacial. Destaca-se ainda que tal análise foi realizada também em função de dados considerados secundários, oriundos de estudos ambientais anteriores para este mesmo empreendimento (PROGEA 1998, WALM 2002 e 2007), além de dados adquiridos para o presente EIA/RIMA como, dados de insolação (média mensal – 2002 a 2009), de precipitação (média mensal – 2002 a 2009), de nebulosidade (média mensal – 1971 a 2009) e por fim de radiação (média mensal – 2007 a 2009), todos provenientes da estação meteorológica de Aragarças – GO. Quadro 3.3.1-1 Estações Meteorológicas Utilizadas Estações Meteorológicas Utilizadas Estado Caiaponia Goiás Piranhas Goiás São Ferreira Goiás Goiás Goiás Ponte Branca Mato Grosso Torixoréu Mato Grosso Aragarças Goiás Fazenda Taquari Mato Grosso Santa Rita do Araguaia Mato Grosso Caracterização Regional - AAR Cachoeira Grande Goiás O mapa MF-CTM-03 – “Localização das Estações Meteorológicas Presentes na AAR”, exibe a localização geográfica das estações meteorológicas citadas acima, em escala 1:2.000.000.

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3.3) Clima 3.3.1) Metodologia Devido à homogeneidade do tema em função da localização geográfica espacial, os aspectos climáticos foram abordados de uma única forma referente à AAR (Área de Abrangência Regional) e consequentemente a AII (Área de Influência Indireta). Para isso foram estudados os dados no âmbito da escala regional, ou seja, parte da região Centro-Oeste do país, incluindo os estados de Goiás e Mato Grosso. Foram utilizados dados secundários, considerando os diversos mecanismos e sistemas de circulação atmosférica que atuam numa escala temporal de, no mínimo, algumas semanas, até dados de séries históricas de estações meteorológicas que contemplam maiores intervalos temporais na região de interesse. Foram apresentados e tratados, estatisticamente, os dados obtidos das séries de registros produzidas pela rede de monitoramento do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e da Agência Nacional de Águas (ANA) para a caracterização climatológica da região do empreendimento AHE Couto Magalhães. Embora não incidente nas áreas de influência para o meio físico, a estação de Cuiabá, através do banco de dados do INMET (2009), foi utilizada para o presente estudo. Isto se deve, principalmente, devido à verificação, através dos gráficos das Normais Climatológicas para os parâmetros analisados, de que as características das condições climáticas desta estação são bastante semelhantes às características do clima das áreas de influência do AHE Couto Magalhães, comprovando a homogeneidade do assunto, em função da variação espacial. Destaca-se ainda que tal análise foi realizada também em função de dados considerados secundários, oriundos de estudos ambientais anteriores para este mesmo empreendimento (PROGEA 1998, WALM 2002 e 2007), além de dados adquiridos para o presente EIA/RIMA como, dados de insolação (média mensal – 2002 a 2009), de precipitação (média mensal – 2002 a 2009), de nebulosidade (média mensal – 1971 a 2009) e por fim de radiação (média mensal – 2007 a 2009), todos provenientes da estação meteorológica de Aragarças – GO.

Quadro 3.3.1-1 Estações Meteorológicas Utilizadas

Estações Meteorológicas Utilizadas Estado

Caiaponia Goiás Piranhas Goiás

São Ferreira Goiás Goiás Goiás

Ponte Branca Mato GrossoTorixoréu Mato GrossoAragarças Goiás

Fazenda Taquari Mato GrossoSanta Rita do Araguaia Mato Grosso

Caracterização Regional - AAR

Cachoeira Grande Goiás

O mapa MF-CTM-03 – “Localização das Estações Meteorológicas Presentes na AAR”, exibe a localização geográfica das estações meteorológicas citadas acima, em escala 1:2.000.000.

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3.3.2) Área de Abrangência Regional - AAR 3.3.2.1) Caracterização Climatológica e Meteorológica Regional O clima da região Centro-Oeste é do tipo tropical, mas pode-se considerar que a AAR do empreendimento AHE Couto Magalhães seria uma região de clima de transição, já que recebe influência tanto de clima de baixas latitudes como de clima de altas latitudes. Mendonça & Danni-Oliveira (2007) definem cinco macrotipos climáticos do Brasil e, dentro destes, diferentes subtipos. A região de estudo localiza-se, nesta classificação, como “clima tropical úmido-seco ou tropical do Brasil Central”, “com 4 a 5 meses secos”, que apresenta como principal característica a redução dos totais pluviométricos durante a estação de inverno prolongada e, entre maio e setembro, forma-se um período de considerável estiagem. As chuvas são, geralmente, concentradas no verão prolongado (de outubro a abril), destacando-se os meses de dezembro, janeiro e fevereiro como os mais úmidos. As médias térmicas mensais evidenciam a formação de dois períodos bem distintos: primavera e verão quentes e o inverno com uma pequena queda térmica. Já na classificação mais específica, de Köppen, distinguem-se dois tipos de clima: Cwa (temperaturas moderadas com verões quentes e chuvosos);

Aw (temperaturas elevadas, chuva no verão e seca no inverno).

Enquanto o clima do tipo Cwa é observado mais frequentemente nas áreas altas, principalmente no Estado de Goiás, o do tipo Aw é o mais frequente em toda a região de interesse. O índice pluviométrico é caracterizado, no geral, por diferenças marcantes, uma vez que o inverno é bastante seco, com até cinco meses praticamente sem chuvas e o verão muito chuvoso. A média pluviométrica para toda a região considerada situa-se entre 1.500 e 1.800 mm/ano. Regionalmente, a porção Centro-Oeste do Brasil está inserida numa zona onde a circulação geral é comandada pelos anticiclones do Atlântico Sul, também conhecida como Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), e dos Açores, pelo anticiclone migratório polar, pela depressão do Chaco e pela faixa de “doldrums”. Esses centros de ação determinam o jogo dos sistemas atmosféricos, os quais compreendem as massas de ar, as descontinuidades frontais e as correntes perturbadas. Mais restritamente aos limites da região Centro Oeste, incluindo-se a bacia do Alto Araguaia, tem-se uma diversificação térmica ao longo de seu território, somente superada pela que se verifica na região Sudeste do Brasil. Portanto, para análise das condições climáticas dessa região e, por consequência, da Área de Influência Indireta - AII nela inserida, devem ser considerados os diversos sistemas de correntes que também atuam na mesma, como: Sistema de correntes perturbadas de oeste – de linhas de instabilidade tropicais (IT):

provoca tempo instável; Sistema de correntes perturbadas de norte – da convergência intertropical (CIT): provoca

chuvas no outono, verão e inverno no norte da região; Sistema de correntes perturbadas de sul – do anticiclone polar e frente polar (FP):

provoca queda de temperatura e chuvas de um a três dias.

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O sistema de correntes perturbadas de oeste decorre do fato de que, entre o final da primavera e início do outono, a região Centro-Oeste é constantemente invadida por ventos de W a NW trazidos por linhas de instabilidade tropicais (IT). No centro de uma dessas linhas de instabilidade, o ar em convergência acarreta, geralmente, chuvas e trovoadas, especialmente no verão. O sistema de correntes perturbadas de norte acarreta as chuvas de doldrums da convergência intertropical (CIT). Essas correntes perturbadas chegam no verão, no outono e no inverno ao norte de Goiás e de Mato Grosso, com o máximo de penetração no outono. Desse modo, é possível afirmar que, embora o setor setentrional da região Centro-Oeste seja atingido no verão, outono e inverno pelas chuvas de Norte da convergência intertropical (CIT), estas são tão pouco frequentes, que não chegam a ter um papel importante no regime térmico, nem mesmo no regime pluviométrico. A porção sul da região recebe forte influência dos sistemas sinóticos que atingem a região Sul do Brasil como um todo, obviamente com algumas diferenças em relação à intensidade e à sazonalidade. Esses sistemas são representados pela invasão do anticiclone polar, corresponde à penetração do mesmo na região Centro-Oeste, apresentando comportamento bem distinto conforme se trata do verão ou do inverno. No verão, as chuvas frontais ficam praticamente ausentes, do centro ao norte da região Centro-Oeste; já no inverno, o anticiclone polar invade essa região com mais frequência, atingindo o Estado de Mato Grosso com orientação NW-SE, caminhando também para NE-E, provocando chuvas frontais e pós-frontais em toda a região, durante 1 a 3 dias. Após esse período, a região considerada fica sob a ação do anticiclone polar, com céu limpo, pouca umidade específica e forte declínio de temperatura durante, geralmente, dois dias, após os quais retornam os ventos estáveis e relativamente quentes do anticiclone subtropical. 3.3.2.2) Caracterização da Temperatura O comportamento geral da temperatura na região aqui contemplada é variado, decorrente de uma série de fatores geográficos (posição continental, extensão latitudinal e relevo) e dinâmicos (sistemas de circulação atmosférica). A posição continental dessa região, onde também se insere a área da bacia do Alto Araguaia, impede a interferência das influências marítimas possibilitando, então, que a variação da latitude seja responsável pela temperatura de cerca de 26°C no extremo norte e de 22°C no extremo sul da região. Por sua vez, o relevo, através da altitude, faz com que as mais altas chapadas sedimentares e superfícies cristalinas do centro sul da região possuam temperatura média anual entre 22°C e 20°C, descendo abaixo de 20°C em zonas que apresentam altitudes acima de 1.200 metros. Outro aspecto importante é a presença da Alta da Bolívia sobre a América do Sul, um anticlone típico semi-estacionário que ocorre em altos níveis durante os meses do verão, gerado a partir do forte aquecimento convectivo, liberando calor latente e mantendo a temperatura em níveis mais altos. As Figuras 3.3.2.2-1 a 3.3.2.2-3 apresentam os dados do INMET (2009) para o período de 1961 a 1990 (normais climatológicas obtidas através do cálculo das médias de parâmetros

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meteorológicos, obedecendo a critérios recomendados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Essas médias referem-se a períodos padronizados de 30 anos) para a cidade de Cuiabá, sendo possível constatar que a temperatura média anual registrada fica entre 24ºC e 27ºC. Predominantemente, para o mesmo período, os meses de janeiro a março mantêm temperaturas médias em torno de 25ºC a 27ºC e, nos meses de junho e julho, as médias ficam entre 22ºC e 24ºC, retornando a índices similares à média anual, nos meses de setembro a dezembro.

Fonte: INMET 2009

Figura 3.3.2.2-1: Gráfico das Normais Climatológicas da Temperatura Mínima (ºC) para a Cidade de Cuiabá Entre os Anos de 1961 e 1990

Fonte: INMET 2009

Figura 3.3.2.2-2: Gráfico das Normais Climatológicas da Temperatura Média (ºC) para a Cidade de Cuiabá Entre os Anos de 1961 e 1990

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Fonte: INMET 2009

Figura 3.3.2.2-3: Gráfico das Normais Climatológicas da Temperatura Máxima (ºC) para a Cidade de Cuiabá Entre os Anos de 1961 e 1990

As temperaturas mínimas registradas para os meses de janeiro a abril e outubro a dezembro situam-se entre 18ºC e 23ºC, sendo que os meses de junho e julho registram mínimas entre 16ºC e 18ºC. A média anual de temperatura mínima para os 29 anos ficou entre 18ºC e 21ºC. As temperaturas máximas registradas para os meses de janeiro a abril e de agosto a dezembro situam-se entre 32,5ºC e 34ºC, sendo que os meses de maio a julho registram temperaturas máximas entre 30,5ºC e 32ºC. A média anual da temperatura máxima fica entre 30ºC e 33ºC. Além destas informações acima retiradas diretamente do site do INMET em 2009, pode-se fazer uma análise também dos aspectos climáticos regionais através dos dados oriundos de estudos anteriores (WALM 2007) como os que seguem no Quadro 3.3.2.2-1 e Figura 3.3.2.2-4.

Quadro 3.3.2.2-1 Temperaturas Média, Mínima e Máxima para o Período Entre 1931 e 1990 – Região Centro

Oeste

Meses Temp. (°C) J F M A M J J A S O N D

Média Anual

Lim.Inf. 18 18 18 18 15 12 12 15 15 18 18 18 18Mín. Lim.Sup. 21 21 21 21 18 15 15 18 18 21 21 21 21Lim. Inf. 30 30 30 30 27 27 27 30 30 30 30 30 30

Máx. Lim. Sup. 33 33 33 33 33 30 30 33 33 33 33 33 33Lim.Inf. 24 24 24 24 21 18 18 21 24 24 24 24 24

Méd Lim.Sup. 27 27 27 27 24 21 21 24 27 27 27 27 27

Fonte: INMET 2007 apud WALM 2007

De acordo com o Quadro acima e a Figura adiante se pode notar que as médias anuais praticamente não se alteraram quando comparadas com os dados de 2009 (Figuras 3.3.2.2-1 a 3.3.2.2-3).

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Variações Térmicas Mensais MédiasRegião Centro Oeste (1931-1990)

0

5

10

15

20

25

30

35

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses

Te

mp

era

tura

(°C

)

Mín.Lim.Inf.

Mín.Lim.Sup.

Máx.Lim.Inf.

Máx.Lim.Sup.

MédLim.Inf.

MédLim.Sup.

Fonte: INMET 2007 apud WALM 2007

Figura 3.3.2.2-4: Variações Térmicas Mensais Médias para a Região Centro Oeste (1931-1990)

3.3.2.3) Caracterização Pluviométrica As características da altura e do regime de chuvas verificado na região Centro-Oeste devem-se, quase que exclusivamente, aos sistemas de circulação atmosférica, sobretudo, à influência da ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul), sendo esta uma faixa de nebulosidade praticamente fixa, orientada no sentido NW – SE, caracterizada por transferir calor das altas para as baixas latitudes. Esta faixa, em tempos de maior atividade radiativa e convectiva (geralmente no verão) provoca chuvas estacionárias durante dias seguidos, conhecidas por causar inundações na região. Cerca de 70% das chuvas precipitam nos meses de novembro a março, onde o período com maior índice pluviométrico fica concentrado nos meses de dezembro e janeiro. O inverno é bem mais seco, apresentando vários dias sem precipitação. Para a AAR foram utilizados dados pluviométricos oriundos de 10 estações pertencentes à ANA e ao INMET, inseridas na AAR – Área de Abrangência Regional já definida para o presente EIA/RIMA, e detalhadas no Quadro 3.3.2.3-1 e na Figura 3.3.2.3-1, que contemplam as médias mensais e anuais dos índices pluviométricos (dados brutos). Todas as estações se concentram no estado de Goiás e Mato Grosso. Nota-se que os dados pluviométricos analisados contemplam períodos entre 1963 (Estação Cachoeira Grande) e 2009 (Estação Aragarças).

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Quadro 3.3.2.3-1

Estações Meteorológicas Presentes na AAR – Média da Pluviometria – Índices Totais Mensais

Meses Estação Código

Série (Período) J F M A M J J A S O N D

Total

Caiaponia 1651000 01/1995-03/2002 218,2 264,1 222,7 79,9 36,9 35,7 2,9 7,4 54,4 92,9 212,0 210,4 1437 Piranhas 1651002 01/1995-03/2002 341,9 245,5 240,5 56,8 31,1 38,2 2,9 7,3 64,3 99,7 268,0 279,0 1675 São Ferreira 1651003 01/1995-03/2002 296,6 231,1 202,7 70,3 35,6 21,4 0,6 12,8 59,5 76,2 238,0 361,2 1606 Goiás 1652000 01/1995-03/2002 308,2 284,8 232,0 83,1 43,2 24,5 3,2 7,3 46,3 114,0 237,0 297,4 1681 Ponte Branca 1652001 05/1993-02/1997 308,7 158,5 220,4 111,0 45,4 30,2 2,6 11,0 85,6 85,1 186,0 267,3 1512 Torixoréu 1652002 01/1995-03/2002 179,4 173,6 210,1 95,9 31,1 19,6 7,0 11,9 72,6 98,8 161,0 228,1 1289 Alto Araguaia 1753000 01/1964-03/2002 259,5 251,2 169,4 96,9 60,4 29,5 7,3 4,6 96,0 171,0 197,0 244,2 1587 Aragarças 83368 01/2002-05/2009 360,7 261,4 178,0 107,3 12,0 1,5 6,0 1,8 17,2 98,6 177,6 238,2 1460 Cachoeira Grande

1753001 01/1963-12/1968 383,1 266,3 201,0 117,0 16,1 2,1 12,6 0,0 123,0 127,0 220,0 195,8 1664

Faz. Taquari 1853000 06/1999-03/2002 195,6 237,9 300,8 139,0 42,0 4,9 12,3 14,8 144,0 94,8 195,0 337,1 1718 Fonte: INMET 2009 e ANA 2002 apud WALM 2007

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0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses

Pre

cip

itaç

ão (

mm

)

Caiaponia

Piranhas

São Ferreira

Goiás

Ponte Branca

Torixoréu

Alto Araguaia

Aragarças

Cachoeira Grande

Fazenda Taquari

Fonte: INMET 2009 e ANA 2002 apud WALM 2007

Figura 3.3.2.3-1: Índices Pluviométricos – Séries Históricas A análise desses dados permite concluir que os índices pluviométricos apresentam-se com a mesma “tendência” geral daqueles estabelecidos como índices de pluviometria “médios” para toda a região Centro-Oeste; ou seja, confirmam-se para toda a AAR períodos de elevada precipitação, principalmente nos meses de novembro a janeiro, além de um período mais seco concentrado entre os meses de abril a setembro. Este mesmo padrão para a precipitação na região em estudo pode ser confirmado através das normais climatológicas para precipitação adquirida diretamente do site do INMET (2009) como mostra a Figura 3.3.2.3-2 abaixo. Embora as máximas precipitações das Normais Climatológicas de Cuiabá serem menores quando comparadas com as das dez estações utilizadas para o estudo, percebe-se que a tendência de ambos os gráficos são muito semelhantes ao longo do ano.

Fonte: INMET 2009

Figura 3.3.2.3-2: Gráfico das Normais Climatológicas da Precipitação (mm) para a Cidade de Cuiabá Entre os Anos de 1961 e 1990

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Segundo os dados, a pluviosidade média anual registrada, é de 1.563 mm. Nos meses de maio a setembro os índices pluviométricos são constantes, entre 0 e 100 mm. Em outubro, o índice pluviométrico fica entre 80 e 170 mm. De novembro a março, a pluviometria é mais intensa, com destaque para os meses de dezembro e janeiro onde atingem até 380 mm. É importante observar que os períodos de observação variam conforme a estação. O Quadro 3.3.2.3-2 e a Figura 3.3.2.3-3, adiante, mostram, respectivamente, o limite superior e inferior das médias mensais e a média anual total de todas as estações analisadas.

Quadro 3.3.2.3-2 Pluviometria – Limites Inferiores e Superiores – Médias Mensais

Meses Pluviometria

(mm) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Limite Inferior

179,4 158,5 169,4 56,8 12,0 1,5 0,6 0,0 17,2 76,2 161,0 195,8

Limite Superior

383,1 284,8 300,8 139,0 60,4 38,2 12,6 14,8 144,0 171,0 268,0 361,2

Médias Pluviométricas Totais Anuais

100011001200130014001500160017001800

Caiapon

ia

Piranh

as

São F

erre

ira

Goiás

Ponte

Bra

nca

Torixo

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Alto A

ragua

ia

Cachoeir

a Gra

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Faz. T

aquar

i

Aragar

ças

Pre

cip

itaç

ão (

mm

)

Fonte: INMET 2009 e ANA 2002 apud WALM 2007

Figura 3.3.2.3-3: Médias Pluviométricas Totais Anuais para as Estações Meteorológicas Utilizadas Incidentes na AAR do AHE Couto Magalhães

As estações que apresentam os maiores índices de médias anuais são: Fazenda Taquari (MT) e Goiás (GO). Os menores índices estão: Ponte Branca (MT) e Torixoréu (MT). Como a distribuição das estações é irregular, não é possível estabelecer um padrão de comportamento, mesmo porque cada estação possui um período de observação diferente uma da outra. Entretanto, as estações situadas no estado de Goiás são as que apresentam menor variabilidade, mantendo-se sempre dentro das médias totais. Vale ressaltar que o maior limite superior (383,1 mm) encontra-se na estação Cachoeira Grande, situada no rio Araguaia, bem próxima à área de estudo. Esta estação apresenta índices totais mensais altos, se comparado com as outras estações.

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Outro ponto importante a ser observado, é que a maioria das estações meteorológicas, como Fazenda Taquari, Cachoeira Grande, Aragarças, Ponte Branca, Goiás, São Ferreira, Piranhas, Caiaponia, Alto Araguaia apresentam índice entre zero e cinco na estação seca – junho, julho e agosto, mostrando períodos de estiagem na região. Alto Araguaia (MT) está situada na área de estudo. 3.3.2.4) Caracterização da Insolação, Nebulosidade e Radiação – Estação de Aragarças (GO)

Insolação A informação de insolação foi obtida da Estação de Aragarças (GO), através da estação meteorológica (superfície automática) do INMET, em junho de 2009. Ressalta-se que os dados para este tema estão compreendidos entre janeiro de 2002 e maio de 2009. A Figura 3.3.2.4-1 a seguir apresenta a variação da insolação ao longo do ano, para um período de 07 anos e 05 meses, janeiro de 2002 a maio de 2009.

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

jan. Fev. Mar. Abril Maio Junho Julho Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Meses

Inso

laçã

o (

ho

ras)

Fonte: INMET 2009

Figura 3.3.2.4-1: Média Mensal da Insolação em Aragarças – GO (2002 – 2009) Conforme esperado, os meses de maio a agosto são os que apresentam maior insolação, acima de 250 horas mensais, devido ao clima seco e com menor nebulosidade dessa época do ano. A insolação média anual, na região contemplada, de acordo com os dados adquiridos, é de aproximadamente 2.500 horas. Além da utilização dos dados primários analisados acima, apresenta-se adiante dados provenientes da mesma estação meteorológica, porém oriundos de estudos anteriores para o empreendimento AHE Couto Magalhães (PROGEA 1998, WALM 2002 e 2007). Nota-se através destes dados secundários o mesmo comportamento médio anual que foi verificado nos dados atuais, onde se tem uma insolação média anual de aproximadamente 2.353 horas, além de médias mensais mínimas abrangendo o trimestre dezembro-janeiro-fevereiro, com aproximadamente 140 horas/mês e médias mensais máximas, abrangendo o

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quadrimestre maio-junho-julho-agosto, com 250 horas/mês, conforme ilustra a Figura 3.3.2.4-2 a seguir.

Fonte: Walm 2002 e 2007

Figura 3.3.2.4-2: Média Mensal da Insolação em Aragarças – Dados Secundários

Nebulosidade As informações referentes à nebulosidade também foram adquiridas junto ao INMET (2009), da estação meteorológica (superfície automática) de Aragarças (GO), abrangendo um período de janeiro de 1971 a maio de 2009. O parâmetro nebulosidade reflete a quantidade de cobertura de nuvens em unidade 1/10 do céu (décimos). A Figura 3.3.2.4-3 a seguir mostra a variação da nebulosidade ao longo do ano para um período de 38 anos e 05 meses, janeiro de 1971 a maio de 2009.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

jan. Fev. Mar. Abril Maio Junho Julho Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Meses

Neb

ulo

sid

ade

(déc

imo

s)

Fonte: INMET 2009

Figura 3.3.2.4-3: Média Mensal da Nebulosidade em Aragarças – GO (1971 – 2009)

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Como esperado os maiores valores de nebulosidade (0,7 e 0,8) estão presentes nos meses de maior precipitação, ou seja, entre outubro e janeiro. Enquanto que os menores valores (0,2 e 0,3) encontram-se nos meses mais secos, junho a agosto.

Radiação Os dados de radiação contemplam um período de agosto de 2007 a junho de 2009, obtidos da estação meteorológica de Aragarças – GO. Os mesmos estão expressos em KJ/m2/hora e a Figura 3.3.2.4-4 apresenta a distribuição deste parâmetro para o período em análise.

1300

1350

1400

1450

1500

1550

1600

1650

1700

Jane

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Agosto

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J/m

2 /ho

ra)

Fonte: INMET 2009

Figura 3.3.2.4-4: Média Mensal da Radiação em Aragarças – GO (2007 – 2009) Do mesmo modo que ocorre para insolação, os dados de radiação apresentam um pico entre agosto e setembro, devido, principalmente a menor cobertura de nuvens nesta época do ano e consequentemente a baixa precipitação no mesmo período. 3.3.2.5) Caracterização da Umidade Relativa, Evaporação e Ventos

Umidade Relativa Com base nos dados disponíveis da estação de Santa Rita do Araguaia, no período de 1923 a 1930, observa-se que a média anual do parâmetro umidade relativa é de, aproximadamente 80%. No período que vai de setembro até março, os valores de umidade relativa média mostram-se crescentes, atingindo até 84,4%, voltando a declinar, em seguida, entre abril e agosto, atingindo valores de 67,2%. Além daquela estação meteorológica, as estações Aragarças e Meruri, situadas na Área de Abrangência Regional - AAR do empreendimento, registraram os índices médios de umidade relativa do ar, consolidados respectivamente nas Figuras 3.3.2.5-1 e 3.3.2.5-2.

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Fonte: Walm 2002 e 2007

Figura 3.3.2.5-1: Umidade Relativa do Ar – Valores Médios – Estação Aragarças

Fonte: Walm 2002 e 2007

Figura 3.3.2.5-2: Umidade Relativa do Ar – Valores Médios – Estação Meruri Destaca-se que a estação meteorológica de Meruri não se encontra mais em operação, portanto não faz parte das estações oficiais do INMET. Devido a isso ela não foi citada no Quadro 3.3.1-1, sendo que os dados oriundos da mesma foram retirados dos estudos ambientais anteriores como PROGEA 1998 e WALM 2002 e 2007. Assim, com base nos dados registrados nas estações Aragarças e Meruri, é possível estabelecer-se que: A média anual do parâmetro umidade relativa variou de, aproximadamente, 71%, na

estação Aragarças até 90%, na estação Meruri; Em ambas as estações, obtiveram-se os maiores registros médios do parâmetro

umidade relativa no quadrimestre dezembro-janeiro-fevereiro-março, sempre superiores

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a 80% na estação Aragarças e 90% na estação Meruri; a partir daí, os valores médios começam a decrescer até atingirem valores mínimos no mês de agosto, voltando a crescer a partir de setembro;

De uma maneira geral, pode-se afirmar que os índices médios de umidade relativa do ar,

registrados nas estações climatológicas Aragarças e Meruri, mostram uma mesma tendência geral na variação de valores, ao longo do tempo, quando comparados aos registros da estação de Santa Rita do Araguaia.

A Figura 3.3.2.5-3 adiante apresenta as normais climatológicas obtidas diretamente do site do INMET 2009 para o parâmetro umidade relativa para a cidade de Cuiabá (MT). Observa-se que o comportamento da umidade relativa, de acordo com a figura abaixo, é praticamente o mesmo quando comparado com os dados das estações Aragarças e Meruri, apresentando valores mais elevados, por volta de 80% entre os meses de dezembro a março e valor mínimo (56%) no mês de agosto.

Fonte: INMET 2009 Figura 3.3.2.5-3: Gráfico das Normais Climatológicas da Umidade Relativa (%) para a

Cidade de Cuiabá Entre os Anos de 1961 e 1990

Evaporação As informações relativas a evaporação são provenientes dos estudos anteriores para o AHE Couto Magalhães, os quais utilizaram como fonte de dados a estação meteorológica de Aragarças e dados de evaporação de tanque Classe “A”, registrados na estação climatológica de Brasília – DF, operada pela EMBRAPA. Além da utilização destes dados supracitados foram levantados, junto ao INMET, os gráficos das Normais Climatológicas de evaporação na cidade de Cuiabá para o período entre 1961 e 1990. Os dados oriundos da estação climatológica de Brasília, que abrangeram o período de 1973 a 1987, permitem estimar um total anual médio de evaporação da ordem de 1.986 mm, variando de um mínimo médio mensal, no mês de maio, de 146 mm, até um máximo médio mensal, no mês de agosto, de 213 mm.

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Ainda relativamente ao parâmetro evaporação, os registros obtidos das estações Aragarças, consolidados na Figura 3.3.2.5-4, apresenta os seguintes valores.

Fonte: Walm 2002 e 2007

Figura 3.3.2.5-4: Evaporação – Valores Médios – Estação Aragarças A Figura 3.3.2.5-5 apresentada abaixo mostra os dados de evaporação para a cidade de Cuiabá provenientes do site do INMET (2009).

Fonte: INMET 2009

Figura 3.3.2.5-5: Gráfico das Normais Climatológicas da Evaporação (mm) para a Cidade de Cuiabá Entre os Anos de 1961 e 1990

O comportamento da variação da evaporação ao longo do ano para a região do estudo mostra-se muito semelhante tanto para os dados do INMET da estação de Cuiabá, como para os dados da estação de Aragarças, ou seja, aumento da evaporação entre os meses de junho e outubro e queda do mesmo entre novembro e abril.

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O valor total anual “médio” do parâmetro evaporação, registrado na estação Aragarças, foi de 1669,50 mm e, ainda para a mesma estação, foi registrado o valor mínimo médio mensal, no mês de fevereiro, com 82,8 mm e um máximo médio mensal, no mês de agosto, com 239,9 mm.

Ventos Para a análise da circulação dos ventos na área de interesse, foram utilizados os dados da estação de Santa Rita do Araguaia no período de 1923 a 1930. Observa-se a elevada ocorrência de calmarias durante todo o ano e ausência de ventos fortes, com frequências variando de aproximadamente 45% a 60%, de janeiro a agosto, diminuindo progressivamente a partir de setembro, até atingir um mínimo de 38%, em dezembro. Esse aspecto pode ser explicado pela homogeneidade climática associada à geomorfologia da região. Como segunda predominância, destacam-se os ventos de direção norte, com frequências variando de 10% a 15% no período de novembro a março, além de intensidades médias de 2,0 a 4,0 m/s. Já no período de abril a outubro, as frequências variam de 7% a 10%, porém com aumento de intensidade, sobretudo a partir de maio, quando as médias não caem abaixo dos 3 m/s. Uma outra direção que, ao longo do ano, também possui participação destacada na circulação local é a nordeste, apresentando frequências em torno de 10%, no período de dezembro a abril e caindo para frequências de 5% a 8% nos meses de maio a novembro. As intensidades médias para esta direção variam, normalmente, de 2 a 3 m/s. Ainda são significativas, embora restritas a certas épocas do ano, as ocorrências de ventos de sul, sudeste, oeste e noroeste. Nota-se que as direções sul e sudeste têm um considerável aumento de participação no período de maio a outubro, com valores variando de 7% a 10%, predominando sobre as frequências de nordeste e igualando-se, em alguns meses, às participações de norte. Suas intensidades médias variaram também de 2 a 3 m/s. As maiores ocorrências de oeste a noroeste são verificadas nos meses de novembro a fevereiro, destacando-se como terceira predominância, sendo superadas somente pelas direções de norte e nordeste. Suas frequências variaram neste período de 7% a 9%, com intensidades médias de 2 a 4 m/s. A Figura 3.3.2.5-6 ilustra o regime dos ventos colhido pela estação de Santa Rita do Araguaia, durante o período de 1923 - 1930.

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Fonte: WALM 2007

Figura 3.3.2.5-5: Regime dos Ventos Estação de Santa Rita do Araguaia (1923 – 1930) 3.3.3) Síntese dos Aspectos Relevantes Com relação aos principais aspectos relativos ao clima da região onde se insere o AHE Couto Magalhães, conforme cada parâmetro analisado, pode-se concluir que: Índices Pluviométricos: O número de estações meteorológicas é pequeno e restrito a diferentes períodos

históricos de observações e medições. A maioria das estações regionais concentra-se no estado de Goiás (seis) e 04 (quatro) estão no estado do Mato Grosso. A análise dos dados permite concluir que os índices pluviométricos apresentam a mesma tendência geral dos estabelecidos como índices de pluviometria “médios” para toda a região Centro-Oeste. A pluviosidade média anual registrada é de 1.563 mm. Nos meses de maio a setembro os índices pluviométricos são constantes, entre 0 e 100 mm. Em outubro, o índice pluviométrico fica entre 80 e 170 mm. De novembro a março, a pluviometria é mais intensa, com destaque para os meses de dezembro e janeiro onde atingem até 380 mm.

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O regime das chuvas na área do AHE Couto Magalhães apresenta período chuvoso compreendido entre os meses de outubro a março, com ápices em dezembro e janeiro, correspondendo, praticamente, aos meses de verão. O trimestre mais chuvoso é o de novembro-dezembro-janeiro, com quase 50% do total anual das chuvas. O trimestre mais seco ocorre nos meses de junho-julho-agosto, com valores da ordem de 3% do total anual.

As precipitações variam de aproximadamente 160 mm até pouco mais de 380 mm ao

mês, entre novembro e janeiro, diminuindo progressivamente nos meses seguintes, até atingir em julho, final do período de estiagem, valores entre 0,6 e 12,6 mm ao mês. A partir de outubro, ocorre um acréscimo considerável nos totais mensais, com valores superiores a 110 mm, havendo, a partir daí, um aumento progressivo dos totais mensais até a ocorrência do trimestre mais chuvoso.

Temperatura: Na classificação de Köppen para a região Centro-Oeste, distinguem-se dois tipos de

clima: Cwa (temperaturas moderadas com verões quentes e chuvosos) e Aw (temperaturas elevadas, chuva no verão e seca no inverno). O clima do tipo Cwa é observado mais frequentemente nas áreas altas, principalmente no Estado de Goiás e o do tipo Aw é o mais frequente em toda a região de interesse. O índice pluviométrico é caracterizado, no geral, por diferenças marcantes, uma vez que o inverno é bastante seco, com até cinco meses praticamente sem chuvas e o verão muito chuvoso.

As temperaturas mínimas regionais registradas para os meses de janeiro a abril e

outubro a dezembro situam-se entre 18ºC e 23ºC, sendo que os meses de junho e julho registram mínimas entre 16ºC e 18ºC. A média anual de temperatura mínima ficou entre 18ºC e 21ºC. As temperaturas máximas registradas para os meses de janeiro a abril e de agosto a dezembro situam-se entre 32,5ºC e 34ºC, sendo que os meses de maio a julho registram temperaturas máximas entre 30,5ºC e 32ºC. A média anual da temperatura máxima fica entre 30ºC e 33ºC.

Em termos espaciais, a bacia possui relativa homogeneidade térmica, onde as pequenas

diferenciações decorrem das variações altimétricas. Já a distribuição temporal, caracteriza-se por consideráveis amplitudes térmicas anual, mensal e diária, sobretudo as duas últimas, que são acentuadas durante os meses de inverno.

Umidade Relativa: A média anual do parâmetro umidade relativa é de, aproximadamente 80%. No período

que vai de setembro até março, os valores de umidade relativa média mostram-se crescentes, atingindo até 84,4%, voltando a declinar, em seguida, entre abril e agosto, atingindo valores de 67,2%.

Os maiores registros médios do parâmetro umidade relativa foram obtidos no

quadrimestre dezembro-janeiro-fevereiro-março; a partir daí, os valores médios começam a decrescer até atingirem valores mínimos no mês de agosto, voltando a crescer a partir de setembro.

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Evaporação: Com relação à evapotranspiração potencial, os maiores valores mensais estão

concentrados nos meses de maior precipitação, ou seja, outubro a março e os menores, nos meses de estiagem, entre abril e setembro. O valor total anual “médio” do parâmetro evaporação, registrado na estação Aragarças, foi de 1669,50 mm e, ainda para a mesma estação, foi registrado o valor mínimo médio mensal, no mês de fevereiro, com 82,8 mm e um máximo médio mensal, no mês de agosto, com 239,9 mm.

Insolação: A insolação média anual, na região contemplada, é de aproximadamente 2.500 horas; as

médias mensais mínimas abrangem o trimestre dezembro-janeiro-fevereiro e apresentam aproximadamente 140 horas/mês; as médias mensais máximas abrangem o quadrimestre maio-junho-julho-agosto, com aproximadamente 250 horas/mês.

Nebulosidade: Os maiores valores de nebulosidade (0,7 e 0,8) estão presentes nos meses de maior

precipitação, ou seja, entre outubro e janeiro. Enquanto que os menores valores (0,2 e 0,3) encontram-se nos meses mais secos, junho a agosto.

Radiação: Os dados de radiação apresentam um pico entre agosto e setembro, devido,

principalmente a menor cobertura de nuvens nesta época do ano e consequentemente a baixa precipitação no mesmo período.

Ventos: Em relação aos ventos, observa-se a elevada ocorrência de calmarias durante todo o

ano e ausência de ventos fortes, com frequências variando de aproximadamente 45% a 60%, de janeiro a agosto, diminuindo progressivamente a partir de setembro, até atingir um mínimo de 38%, em dezembro. Este aspecto pode ser explicado pela homogeneidade climática associada à geomorfologia da região.

Como segunda predominância, destacam-se os ventos de direção norte, com

frequências variando de 10% a 15% no período de novembro a março, além de intensidades médias de 2,0 a 4,0 m/s. Já no período de abril a outubro, as frequências variam de 7% a 10%, porém com aumento de intensidade, sobretudo a partir de maio, quando as médias não caem abaixo dos 3 m/s.

Uma outra direção que, ao longo do ano, também possui participação destacada na

circulação local é a nordeste, apresentando frequências em torno de 10%, no período de dezembro a abril e caindo para frequências de 5% a 8% nos meses de maio a novembro. As intensidades médias para esta direção variam, normalmente, de 2 a 3 m/s.

As ocorrências de ventos de sul, sudeste, oeste e noroeste estão restritas a certas

épocas do ano.

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3.3.4) Mapas

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Inserir Mapa de Localização das Estações Meteorológicas Presentes na AAR – MF-CTM-03 – Escala 1:2.000.000