4ª Conferência: Portugal Séc. XXI Estratégias Rumo ao ... · Lisboa, Fundação Calouste...
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Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 8 janeiro de 2016
A AGRICULTURA NO HORIZONTE DE 2025
4ª Conferência: Portugal Séc. XXI Estratégias Rumo ao Futuro
Eduardo Diniz – Diretor Geral GPP
2
AGRICULTURA COMO PILAR DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NAAGENDA INTERNACIONAL (alimentação e combate à pobreza);
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O MODELO AGRÍCOLA EUROPEU;2
A AGRICULTURA PORTUGUESA;3
4 CENÁRIOS
3
AGRICULTURA COMO PILAR DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NAAGENDA INTERNACIONAL (alimentação e combate à pobreza);
1
4
NECESSIDADE CRESCENTE DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS NUM AMBIENTE DE ACENTUADA VOLATILIDADE
Reconhecimento que Agricultura e alimentação têm dificuldades de autorregulação a nível regional e global
Necessidade de um equilíbrio entre as políticas soberanistas (com ineficiências elevadas) e a dependência exclusiva dos mercados (com
riscos inflacionistas ou de rutura no abastecimento alimentar)
DESAFIO GLOBAL PARA A AGRICULTURA
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• Demografia - FAO: alimentar 9 biliões de pessoas em 2050 (equivalea mais 30% do que à data de hoje);
• Mundo multipolar – “nova (des)ordem mundial”
• Desigualdade no acesso tecnologia/desenvolvimento económico;(redução de 23% para 13% da pop. subnutrida)
• Recursos escassos em sobre uso;
• Clima - Alterações Climáticas (COP 21 enfatiza vulnerabilidade doagroalimentar)
• Financeirização excessiva (terra e mercados)
PRINCIPAIS PRESSÕES/RISCOS:A agricultura é simultaneamente um fator de vulnerabilidade e de poder
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POLÍTICAS ATIVAS PARA AUMENTO SUSTENTÁVEL DA PRODUÇÃO LOCAL
REGIONAL E GLOBAL (modernização/ investimento) E DE APOIO À
VIABILIDADE ECONÓMICA DOS AGRICULTORES (níveis equitativos de
rendimento).
RESPOSTA:
Principais potências mundiais nos últimos anos apostaram em políticas de
apoio às produções nacionais de alimentos e matérias-primas. (período 2008-
2012 EUA +20% - 153 b$ Brasil + 20% 38 b$ China +92% 103 b$ - Fte Momagr)
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PREÇOS ANUAIS AGRÍCOLAS REAIS, ÁREA E PRODUTIVIDADE
A ÁREA DE TERRAS ARÁVEIS POR HAB ESTÁ A DIMINUIR (0,38 HA/1970; 0,23 HA/2000; 0,15 HA/ 2050 - FAO)
0
50
100
150
200
250
300
350
1961
1963
1965
1967
1969
1971
1973
1975
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
2011
2013
(2005 = 100)
Grain area Agricultural prices Grain prices Yield (Right)
Source: CE a partir de World Bank, USDA, OECD-FAO
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AGRICULTURA
Atividade multifuncional
Visando o desenvolvimento economicamente,
ambientalmente e socialmente sustentável em todo o território
AMBIENTAL E TERRITORIAL:Proteção e gestão de recursos naturais Gestão/Ocupação do territórioMelhoria das condições de vida emmeio rural
SOCIOECONÓMICA:Geração de valor acrescentadoCriação de empregoVocação exportadora
ALIMENTAR:Produção de alimentos e matérias-primas
Dotação PAC para a UE28
408,31 mil milhões €
38% Orçamento UE0,38% PIB UE
Rendimento das populações que dependem do rendimento agrícola = 40%
da restante população
MODELO AGRÍCOLA EUROPEU3 dimensões
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OBJETIVOS PAC:
• Incrementar a produtividade da agricultura, fomentando o progresso técnico, assegurando o desenvolvimento racional da produção agrícola e a utilização ótima dos fatores de produção, designadamente da mão-de-obra;
• Assegurar, deste modo, um nível de vida equitativo à população agrícola, designadamente pelo aumento do rendimento individual dos que trabalham na agricultura;
• Estabilizar os mercados;
• Garantir a segurança dos abastecimentos;
• Assegurar preços razoáveis nos fornecimentos aos consumidores.
TFUE
Política agrícola comum – Um dos pilares da construção da europeia – Agricultura e
Alimentação no centro de um projeto de Paz
Art.º 39º
Outros OBJETIVOS que são aplicados a todas as políticas da UE: emprego; desenvolvimento sustentável; Proteção do Consumidor; bem-estar-animal, Saúde pública; Coesão económica, social e territorial.
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Fragilidades estruturais
Dinâmica socio-económica
Fracas condições naturais (clima, solo e orografia);
Idade elevada dos produtores agrícolas e reduzida proporção de Jovens agricultores
Défice no nível de educação
Reduzido grau de inovação
Agricultura historicamente fator de ajustamento de políticas anti-inflacionistas.
Alterações técnicas e culturais
Aumento da produtividade agrícola
Crescimento das exportações
Alicerce das zonas rurais
Fator de resiliência económica : pluriatividade e plurirrendimento
Mundo Rural e Complexo Agro Florestal em Portugal
Socio economia
5,8% PIB (2,1% agricultura)
14,8% emprego (656 mil postos de trabalho)
13,9% valor exportações
240 mil Explorações Agrícolas
Assimetria: 4,3% expl. têm 68% da área (+50 ha); 71% das expl. 10% da área. (-5ha) 70% exp. e trabalho no Norte
A agricultura e floresta ocupam 70% do território
3.5milhões ha de SAU (14,6 ha/expl Alentejo: 66 ha/expl.)
54% da SAU - sistemas de Alto Valor Natural;
58% do território c/ risco de desertificação
Produção garante 75% do consumo alimentar (em valor)
Balança Alimentar consumo médio 3.579 kcal / hab.,(valor diário
médio aconselhado para um adulto 2 000 a 2 500 kcal).
tendência a partir de 2009 de decréscimo do consumo de carne e pescado
Alimentação Ambiente e Território
Complexo Agro Florestal em Portugal
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Agricultura portuguesa é muito diversa mas podemos apontar para três grandes conjuntos que não são estanques:
i. Agricultura com vocação de mercado / exportadoraExplorações de grande dimensão económica, usualmente com acesso aágua com gestão profissionalizada e acesso a capitais externos;
ii. Agricultura com vocação ambiental;Explorações geralmente de grande dimensão física associadas a valoresambientais frequentemente em áreas de proteção pública
iii. Agricultura com vocação de suporte socialAgricultura assente em unidades de produção, comumente de pequenadimensão económica e física associada a mecanismos de rendimento oupluriatividade, produções artesanais/periurbana.
15
79.6
51.9
17.7
73.4
37.7
19.9
75.7
16.3
13.1 32.2
37.4
24.6
30.2
11.6
30.5
10.7
23.8
18.7
45.8
18.8
32.5
28.9
33.5
7.7
5.5
5.1
17.2
22.6
0 Km 40 Km 80 Km
Escala
Peso SAU na superfície regional –
2009
Fonte: GPP, a partir de INE RGA99 (reclassificado: detalhe sub-regional e actividades)
Padrões de OTE mais relevante na freguesia, em número de explorações, SAU e MBT (Clusters):
Fonte: GPP, a partir de INE.
Es p . B o v in o s L e ite ( 3 2 4 )
Es p . O u tr a s V in h a s ( 1 2 7 )
Es p . B o v in o s C a r n e ( 8 4 )
Es p . O v in o s / C a p r in o s ( 1 4 9 )
Es p . V in h a Q u a lid a d e ( 2 8 0 )
Po lip e c u á r ia ( 5 4 5 )
Es p . H o r t ic u ltu r a In te n s iv a ( 8 5 )
n o r te _ e _ c e n tr o b y o te _ 1 5 _ c lu s te r s
Q u e r y 1
Pe r m . d o m . V in h a ( TM e B I) ( 7 7 )
Pe r m . d o m . O liv a l ( TM e B I) ( 2 4 3 )
Pe r m . d o m . C a s ta n h e ir o ( TM e B I) ( 7 5 )
Pe r m . d o m . A m e n d o a l ( TM e B I) ( 2 3 )
F r e g u e s ia s b y f r u t_ s e c o s
n o r te _ e _ c e n tr o
c o n c e lh o s
r e g io e s
L a b e ls o f f r e g u e s ia s
L a b e ls o f n o r te _ e _ c e n tr o
Q u e r y 7
R e g ia o _ a g r a r ia ( 1 8 )
16
16.5
22.3
9.1
17.1
12.5
33.9
6.4
23.9
28.3
27.7
13.2
50.0
15.4
15.1
38.3
12.8
13.7
12.0
43.1
9.5
16.7
1.5
6.7
0 Km 40 Km 80 Km
Escala
Peso Emprego setor primário na
região – 2013Peso do VAB setor primário na
região– 2014
Fonte: GPP, a partir de INE.
Primário2%
Primário11%
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Produção de alimentos - grau de autoaprovisionamento
Fonte: GPP, a partir de INE
(%)
1999 2009 2014P
Complexo Alimentar 83,2 83,7 87,0
Vinho 143,0 106,8 134,3
Azeite 75,3 103,7
Carnes 77,4 72,4 72,2
Cereais 33,8 21,4 25,5
Leites e produtos lácteos 103,3 90,2 94,3
Frutos 71,6 67,8 76,8
18
Capitação diária de quilocalorias disponívelpara abastecimento (kcal/ hab.)
Fonte: INE
3100
3200
3300
3400
3500
3600
3700
3800• No período 1990-2012, a Balança Alimentar
Portuguesa revelou um aporte calórico diário médio disponível por habitante de 3579 kcal, considerando o total de produtos alimentares disponíveis para consumo.
• Ao longo deste período, verificou-se um crescimento médio anual de 0,4%.
• Em 2012 este indicador foi de 3643 kcal, valor superior ao aporte calórico diário médio aconselhado para um adulto (2 000 a 2 500 kcal).
• Alteração de tendência a partir de 2009: decréscimo do consumo de carne e pescado (exceção das aves e bacalhau), acréscimo do consumo de hortícolas).
19
Saldo comercial agro-florestal e pescas e economia (milhões de euros)
Fonte: GPP, a partir de INE
-20 000
-15 000
-10 000
-5 000
0
5 000
10 000
15 000
20 000
Alimentar Florestal CAFP Economia - total
20
EVOLUÇÃO DOS CONSUMOS INTERMÉDIOS AGRÍCOLAS DE ENERGIA E LUBRIFICANTES E ALIMENTOS PARA
ANIMAIS EM VOLUME, VALOR E PREÇO IMPLÍCITO (1990=100)
Fonte: GPP, a partir de CEA, INE.
0
50
100
150
200
250
volume preço valor
ENERGIA E LUBRIFICANTES
0
50
100
150
200
250
volume preço valor
ALIMENTOS PARA ANIMAIS
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Cenário: estabilização do consumo alimentar e manutenção do crescimento ocorrido no período2010-2014 das exportações e produção
Resultados esperados:• aumento do grau de autoaprovisionamento alimentar • melhoria do saldo comercial.
Nota: Corresponde ao agregado Agricultura, Pescas e Indústrias Alimentares e Bebidas.
Fonte: GPP.
Hipóteses 2014 2025
Taxa de variação
período
2014-2025
Taxa de crescimento
médio anual
2014-2025
% % %
Produção 1,1 21 815 24 650 13,0 1,1
Exportações 7,6 5 518 12 414 125,0 7,6
Importações 8 768 12 829 46,3 3,5
Consumo 0,0 25 065 25 065 0,0 0,0
Grau de auto-aprovisionamento 87,0 98,3 13,0
Saldo comercial -3 250 -415 -87,2
mio euros
23
Volume de trabalho agrícola(mil UTA)
Fonte: GPP a partir de CEA, INE.
• Diminuição acentuada do volume de trabalho agrícola (-52%) entre 1990 e 2015.
• Mantendo da tendência dos últimos 10 anos, em 2025 preveem-se 187 mil UTA’s o que corresponde a uma perda de 29% do volume de trabalho face a 2015.
0
100
200
300
400
500
600
24
Produção pb, a preços constantes 2011 (milhões de euros)
Fonte: GPP, a partir CEA, INE.
• A Produção agrícola, em volume, cresceu 6,8% no período 1990-2015.
• Mantendo a tendência dos últimos 10 anos, em 2025 preveem-se perto de 7.873 milhões de euros o que corresponde a um crescimento de 11% face a 2015.
0
1 000
2 000
3 000
4 000
5 000
6 000
7 000
8 000
9 000
25
VABpb, a preços constantes 2011 (milhões de euros)
Fonte: GPP, a partir de CEA, INE.
• 30% de decréscimo do VAB agrícola, em volume, no período 1990-2015.
• Mantendo a tendência dos últimos 10 anos, em 2025 preveem-se perto de 3.099 milhões de euros o que corresponde a um crescimento de 17% face a 2015.
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
4 000
4 500
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Água;
I&D
Organização da produção
Mercados / Cadeia de valor;
Relação produção/ consumo
Ordenamento território /ocuparão humana
Políticas Públicas
FATORES CHAVE PARA A EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA NACIONAL:
27
ESTRATÉGIA• Aprofundamento da integração nos mercados mundiais da economia UE mas com
necessidade de maior regulação (novo impulso Doha, TTIP?);• Afirmação dos apoios aos Bens Públicos Ambientais e Clima / Ordenamento do
território – produções locais ;• “Plasticidade” da PAC continuará a responder de forma autónoma aos vários
desafios? (segurança alimentar, competitividade, volatilidade, sustentabilidade);• Instabilidade institucional UE e/ou alargamento vs. renacionalização de algumas
áreas de política pública? Qual a margem de manobra de PT?• Agricultura em todo o território – um valor a defender em PT nos fora internacionais
INSTRUMENTOS• Superfície como medida de atuação de referência a nível de todo o território UE e
síntese dos valores produtivos e ambientais;• Maior integração entre apoios ao rendimento e ao desenvolvimento rural;• Maior necessidade de fundamentação dos apoios. Competitividade (falhas de
mercado), Ambiente e Clima (bens públicos), Coesão (pequena agricultura e zonas desfavorecidas);
PERSPETIVAS FUTURAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A AGRICULTURA