45-66

22
 ROSSI ,C . G. F. T.  , et al. Rev. U niv. Rural. Sér . Ci. Exatas e da Terra, Seropédic a, RJ, EDUR, vol. 26, n. 1-2, jan-dez, p. 45-66, 20 07. 45 MICROEMULSÕES: UMA ABORDAGEM BÁSICA E PERSPECTIVAS PARA APLICABILIDADE INDUSTRIAL CÁTIA GUARACIAR A FERNANDES TEIXEIRA ROSSI 1 TEREZA NEUMA DE CASTRO DANTAS 1 AFONSO AVELINO DANTAS NETO 2 MARIA APARECIDA MEDEIROS MACIEL 1* 1- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Química, Campus Universitário, 5907 8-970 ,  Natal, RN, Brasil. 2- Universi dade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Engenharia Química, Campus Universitário,  Campus Univers itário, 5907 2-97 0 Natal, RN, Brasil RESUMO: ROSSI ,C. G. F . T . ; DANTAS,T. N. de C.; NETO, A. A.D.; MACIEL, M. A. M . Microemulsões: uma abordagem básica e perspectivas para aplicabilidade indu strial. Revista Universidade Rural: Série Ciências Exatas e da T erra, Seropédica, RJ: EDUR , v. 26, n. 1-2, p. 45-66, jan-dez., 2007. Microemulsões se formam a  partir de u ma aparente solubil ização espontânea de dois líqu idos imiscíveis ( água, óleo) na presença de um tensoati vo e, se necessário, um cotensoativo; sendo caracteristicamente sistemas dispersos (microgotículas dispersas), monofásicos, termodinamicamente estáveis, transparentes ou translúcidos, com baixíssima tensão interfacial e com capacidade de combinar grandes quantidades de dois líquidos imiscíveis em uma única fase homogênea. Tensoativo é um tipo de molécula anfifílica que possui na sua estrutura, duas regiões de polaridades opostas (hidrofílica e hidrofóbica). A  presença destas duas regiões distinta s em uma mesma molécul a possibilit a adsorções nas interfa ces ar-ág ua, óleo- água e sólido-água. Em função da sua composição química, os sistemas microemulsionados (SME) apresentam grande diversidade estrutural, sendo constituídos de microgotículas dispersas, com diâmetro variando entre 5 - 100 nm. Os SME podem ser do tipo óleo em água (O/A; o sistema é rico em água), onde as microgotículas são ditas diretas, ou do tipo água em óleo (A/O; o sistema é rico em óleo), onde as microgotículas são ditas inversas. O objetivo principal deste artigo é discutir conceitos básicos de microemulsão, tais como: formação de SME, tipos de estruturas, propriedades físicas e parâmetros que influenciam no comportamento de SME, bem como enfatiza algumas pesquisas científicas que fo ram desenvolvidas com o uso de microemulsões. Palavras chave: microemulsão; conceitos básicos; aplicabilidade ABSTRACT : ROSSI ,C. G. F. T. ; DANTAS,T. N. de C.; NETO, A. A.D.; MACIE L, M. A. M . Microemulsions: A balic approach and perspectiv es for industrial aplicability.  Revista Universidade Rural: Série Ciências Exatas e da T erra, Seropédica, RJ: EDUR , v . 26, n. 1-2, p. 45-66 , jan-dez., 2007 . Microemulsions are formed from an apparent spontaneous solubilization of two immiscible liquids (water, oil) in the presence of a surfactant and, if necessary, a co-surfactant. They are characteristically dispersed media (dispersed microdroplets), monophasic, thermodynamically stable, transparent or translucent systems, with very low interfacial tension and with the capacity to combine great amounts of two liquids in a single homogeneous phase. Surfactant is an amphiphilic molecule-type that posses in its structure, two opposite polarity areas: a polar group (hydrophilic) and other non-polar (hydrophobic). The presence of these two different areas in the same molecule makes possible its adsorptions in air-water, oil-water, and solid-water interfaces. As a function of its chemical composition, the microemulsion systems (MES) can present a great structural diversity, being formed by dispersed and dynamics microdroplets, with a particle diameter varying in the range of 5 - 100 nm. They present a mononuclear layer of amphiphilic molecules involving the microdloplets as a membrane, being of the type oil-in-water (O/W), where the system is water-rich and the microdroplets are called “direct”, or of the type water-in-oil (W/O), where the system is oil-rich and the microdroplets are said “inverse”. The main objective of this research is to discuss basic concepts about microemulsion, such as: MES formation, micellar aggregates formed in the MES, physical properties, and parameters that have influence in the  behavior of MES, as we ll as to emphasize s ome scientific researches that were developed with the use of microemulsions. Key words: microemulsion; basic concepts; applications

Transcript of 45-66

ROSSI ,C. G. F. T. , et al.Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.45MICROEMULSES: UMA ABORDAGEM BSICA E PERSPECTIVASPARA APLICABILIDADE INDUSTRIALCTIA GUARACIARA FERNANDES TEIXEIRA ROSSI1TEREZA NEUMA DE CASTRO DANTAS1AFONSO AVELINO DANTAS NETO2MARIA APARECIDA MEDEIROS MACIEL1*1-Universidade Federal do Rio Grandedo Norte, Departamentode Qumica,Campus Universitrio,59078-970,Natal,RN, Brasil.2-Universidade Federal doRio Grandedo Norte,DepartamentodeEngenharia Qumica, CampusUniversitrio,Campus Universitrio, 59072-970 Natal,RN, BrasilRESUMO:ROSSI,C. G. F. T. ;DANTAS,T. N. de C.; NETO, A. A.D.; MACIEL,M. A.M.Microemulses:uma abordagem bsica e perspectivas para aplicabilidade industrial. RevistaUniversidade Rural:Srie CinciasExataseda Terra,Seropdica, RJ:EDUR,v.26,n.1-2, p.45-66,jan-dez.,2007.Microemulsesseformamapartir de umaaparentesolubilizao espontneadedois lquidosimiscveis (gua, leo) na presenade um tensoativoe, se necessrio, um cotensoativo; sendo caracteristicamente sistemas dispersos (microgotculas dispersas), monofsicos,termodinamicamenteestveis,transparentesoutranslcidos,combaixssimatensointerfacialecomcapacidadedecombinargrandesquantidadesdedoislquidosimiscveisemumanicafasehomognea.Tensoativoumtipodemolculaanfiflicaquepossuinasuaestrutura,duasregiesdepolaridadesopostas(hidroflicaehidrofbica).Apresenadestasduasregiesdistintasemumamesmamolculapossibilitaadsoresnasinterfacesar-gua,leo-guae slido-gua. Em funo da suacomposio qumica, os sistemas microemulsionados (SME) apresentam grandediversidadeestrutural,sendoconstitudosdemicrogotculasdispersas,comdimetrovariandoentre5-100nm.OsSME podem ser dotipo leo em gua(O/A; o sistema rico em gua), onde as microgotculas so ditasdiretas, oudotipoguaemleo(A/O;osistemaricoemleo),ondeasmicrogotculassoditasinversas.Oobjetivoprincipaldesteartigodiscutirconceitosbsicosdemicroemulso,taiscomo:formaodeSME,tiposdeestruturas,propriedadesfsicaseparmetrosqueinfluenciamnocomportamentodeSME,bemcomoenfatizaalgumaspesquisascientficasqueforamdesenvolvidascomousodemicroemulses.Palavraschave:microemulso;conceitosbsicos;aplicabilidadeABSTRACT : ROSSI ,C. G. F. T. ; DANTAS,T.N.de C.;NETO, A. A.D.; MACIEL, M. A. M. Microemulsions:Abalic approach and perspectivesforindustrialaplicability.RevistaUniversidade Rural:SrieCinciasExataseda Terra,Seropdica, RJ:EDUR,v.26,n.1-2,p. 45-66,jan-dez.,2007.Microemulsionsareformedfromanapparentspontaneoussolubilizationoftwoimmiscible liquids(water,oil)in thepresenceofasurfactant and,ifnecessary,aco-surfactant.Theyarecharacteristicallydispersedmedia(dispersedmicrodroplets),monophasic,thermodynamicallystable,transparentortranslucentsystems,withverylowinterfacialtensionandwiththecapacitytocombinegreatamountsoftwoliquidsinasinglehomogeneousphase.Surfactantisanamphiphilicmolecule-typethatposses in its structure, two opposite polarity areas:a polar group (hydrophilic) and other non-polar(hydrophobic).Thepresenceofthesetwodifferentareasinthesamemoleculemakespossibleitsadsorptionsinair-water,oil-water,andsolid-waterinterfaces. Asafunctionofitschemicalcomposition,themicroemulsionsystems(MES)canpresentagreatstructuraldiversity,beingformedbydispersedanddynamicsmicrodroplets,withaparticlediametervaryingin the range of 5 - 100 nm. They present a mononuclear layer of amphiphilic molecules involvingthe microdlopletsasamembrane,beingofthetypeoil-in-water(O/W),wherethesystemiswater-richandthemicrodropletsarecalleddirect,orofthetypewater-in-oil(W/O),wherethesystemisoil-richandthemicrodropletsaresaidinverse.Themainobjectiveofthisresearchistodiscussbasicconceptsaboutmicroemulsion,suchas:MESformation,micellaraggregatesformedintheMES,physicalproperties,andparametersthathaveinfluenceinthebehavior of MES, as well as to emphasize some scientific researches that were developed with the use of microemulsions.Keywords:microemulsion;basicconcepts;applicationsMicroemulses:umaabordagembsica...Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.46INTRODUOSistemas microemulsionados (SME)foramoriginalmentedescritosporHoareSchulman(1943).Noentanto,otermomicroemulso(ME)sfoiutilizadoporSchulman et al. (1959), no final da dcada de1950.Dentremuitostrabalhosqueforamdivulgados para microemulses, destaca-se apublicaodeumlivropioneiroquefoiintituladoMicroemulsions:TheoryandPractice (PRINCE, 1977). Ao longo dos anos,microemulses foram investigadas por muitosoutros autores que confirmaram a teoria de quefluidosmacroscopicamentehomogneospodem ser formados sem que seja necessrioadicionarenergiaquandosemisturamadequadamenteosseguintescomponentes:tensoativoecotensoativo(componentesanfiflicosespecficos),solventeorgnicohidrofbico (fase leo) e gua. Desta forma,o antigo conceitode que gua eleo no semisturam sofreu modificaes significativas,tendosidocomprovadoqueaadiodeumterceiro componente em um sistema compostopordoislquidosquesejamentresi,parcialmente ou totalmente imiscveis (comoocasodeleoegua)poderesultarnadiminuio(ouaumento)dasolubilidadedestes lquidos. Se o terceiro componente forumtensoativo,haverreduodatensointerfacialentreoslquidosimiscveis,tornando-os capazes de se dispersarem um nooutro (OLLA et al., 1999; PAUL e MOULIK,1997;ATTWOODeFLORENCE,1985;S CHULMANe ROBE RT S , 1 9 8 2 ;SCHULMANetal.,1959;SCHULMANeFRIEND, 1949; SCHULMAN e RILEY, 1948;F R I B E R G, 1 9 7 7 ; F R I B E R G eBURACZEWSKA,1977;SHINODA eFRIBERG,1975;SHINODAeKUNIEDA,1973;MATSUMOTOeSHERMAN,1969;PRINCE,1977,1969;SHINODA,1963).Neste contexto, o aperfeioamento dos estudoscommicroemulsesconduziuaalgumasmodificaesedentreosconceitosmaisrecentes, encontra-se que as microemulsesseformamapartirdeumaaparentesolubilizaoespontneadedoislquidosimiscveis(gua,leo)napresenadeumtensoativo e, se necessrio, um cotensoativo;sendo caracteristicamente sistemas dispersos(microgotculasdispersas),monofsicos,termodinamicamente estveis, transparentesoutranslcidos,combaixssimatensointerfacialecomcapacidadedecombinargrandesquantidadesdedoislquidosimiscveisemumanicafasehomognea.Atualmente, o termo microemulso vem sendoutilizadoparadesignarsistemasdefasesmicroeterogneasquepodemapresentardetrsacincoconstituintes,taiscomo:a-)tensoativo,guaefaseleo;b-)tensoativo,cotensoativo, gua e fase leo; c-) mistura dedois tensoativos, cotensoativo, gua e fase leo(FORMARIZ et al., 2005; OLIVEIRA et al.,2004;TENJARLA, 1999;BOURRELeSCHERCHTER,1998;HUNTER,1992;RUCKENSTEINeKRISHNAN,1979a,1979b; RUCKENSTEIN, 1978; OVERBEEK,1978;FRIBERGeBOTHOREL, 1988;LEVINEeROBINSON,1972;ADAMSON,1969).Estruturas de MicroemulsesAs emulses consistem em dispersesdedoislquidosimiscveisouparcialmentemiscveis(leoemguaouvice-versa)queapresentam gotculas que variam entre 100 -10000 nm. Diferentemente das microemulsesnosotermodinamicamenteestveisenecessitam de fornecimento deenergia parasuaformao(JOHNSeHOLLINGSWORTH,2007;BOUCHEMALet al., 2004; NAKAJIMA, 1997).Sistemas microemulsionados (SME),emfunodasuacomposioqumica,apresentam uma grande diversidade estruturale so constitudos de microgotculas dispersase dinmicas, que possuem dimetro variandoentre5-100nm.Apresentaumacamadamononucleardemolculasanfiflicasqueenvolveasmicrogotculascomoumamembrana.Semelhantesemulses,asmicroemulsespodemserdotipoleoemgua (O/A), onde o sistema rico em gua eROSSI ,C. G. F. T. , et al.Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.47as microgotculas so ditas diretas (Figura 1a)ou do tipo gua em leo (A/O), onde o sistema rico emleo eas microgotculasso ditasinversas(Figura1b).Emcadacaso,asmolculasdostensoativossecomportamdeforma que as cabeas polares estejam voltadaspara a fase aquosa, e suas caudas apolares paraafaseleo.Atualmente,sabe-sequeastransformaesdasmicroestruturassoguiadas por mudanas nas variveis intensivasdo sistema (temperatura, frao volumtricadafasedispersaoupotencialqumico),tambm conhecidas como variveis de campo.Oprocessodetransiodemicroestruturasest correlacionado com mudanas drsticasnaspropriedadesdetransporte,ondeseincluemotransportedecargadeonsedeespciesmoleculares.Portanto,otipodeestruturaqueseformaemumdeterminadoSME depende da natureza dos componentes(tensoativo, cotensoativo, gua e fase leo) edas condies termodinmicas (temperatura,presso e a presena de um campo de foras)(SINTOVeSHAPIRO, 2004;CRUZeUCKUN,2001;PAULeMOULIK,2001,1997;MOetal.,2000;TEXTER,2000;MOULIKePAUL,1998;SCHELLY,1997;ANTALEK et al., 1996; CONSTATINIDES,1995; FELDMAN et al., 1995; JADA et al.,1989;FRIBERGeBOTHOREL,1988;LANGEVIN, 1988; BHARGAVA et al., 1987;LINDMANeSTILBS,1987;LEUNGeSHAH,1986;CHATENAYetal.,1985;BERTHOD, 1983;FRIBERG e VENABLE,1983;DANIELSSONeLINDMAN,1981;BOWCOTT e SCHULMAN, 1955; LAGUESet al., 1978).Figura1a -Estruturadeuma microgotculadireta(O/A)Figura 1b - Estrutura de uma microgotcula inversa (A/O)Processos de formao de sistemas micro-emulsionadosQuandoumSMEseformaoscomponentescombinados(emumadeterminada proporo) produzem um filmemisto adsorvido que torna-seresponsvel pelareduo (para valores minimizados) da tensosuperficial. Vrias teorias foram propostas paraexplicar o processo de formao deste filme,dentre elas, encontra-se que durante a obtenode um SME o papel do cotensoativo reduzira tenso interfacial otimizando a estabilizaotermodinmicadasmicroemulses.Originalmente, GRIFFIN (1954) objetivandoselecionar qual seria o tensoativo ideal de umadeterminada emulso, desenvolveu um estudodenominadodebalanohidroflico-lipoflico(BHL), onde as contribuiesdaspartespolareapolardetensoativosno-inicos foram quantificadas. De acordo comosresultadosobtidosapredominnciadocarter hidroflico ou lipoflico do tensoativo,determina suas caractersticas especficas, bemcomo direciona o tipode sua aplicabilidade.Especificamente,paraquesetenhaaoantiespumante, o valor terico de BHL deveestarentre1,5-3,0;aoemulsionanteparaemulsesdotipoA/OapresentamBHLnafaixa entre 3,0 6,0; ao espumante apresentaBHL entre 7,0 9,0; emulsionante do tipo O/A, BHL 8,0 18,0; detergentes, BHL 13,0 15, 0;solubilizante, BHL15, 020, 0.Atualmente, para todos os tensoativos citadosna literatura os valores tericos de BHL variamMicroemulses:umaabordagembsica...Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.48entre150.Nestecontexto,quantomaishidroflico for um tensoativo maior ser o valorde BHL (geralmente acima de 10) e tensoativoslipoflicos apresentam valores de BHL na faixaentre 1 10 (BOUCHEMAL et al., 2004).Conclusivamente, apossibilidade daformaodeumsistemamicroemulsionadodependedoequilbriohidrfilo-lipfilodotensoativo, que determinado no somente pelasuaestruturaqumica,comotambm,porfatorestaiscomo:temperatura,forainica,presena de cotensoativo, entropia de formaodasmicrogotculasevariaodospotenciaisqumicosdosconstituintesdosistema.Esteequilbrio foi matematicamente avaliado como uso da Equao 1. Os dois primeiros termosdesta equao resultaram em um valor positivopara a energia livre de Gibbs, que compensadopelotermofinal(j),quemedeaentropiadedisperso das gotas (ou esferas rgidas) no meiodisperso. O clculo desta funo est baseadona expresso de Carnahan-Starling para pressoosmtica de um conjunto deesferas rgidas eseu valor, emborano seja grande (-0,1 a -1,0mN/m),suficienteparaestabilizarosistema (FORMARIZ et al., 2005; OLIVEIRAet al., 2004; CUNHA JR. et al., 2003; MITTAL,1999;PAULeMOULIK, 1997;WENNERSTROEMetal . , 1997;OVERBEEK;1978;HANSENeMcDONALD, 1976). ( ) ( )}] + c + c = c 0 sc A G1sendoG c a variao da energia livre; scatensosuperficialdosistemasemcargaeltrica na interface; A a rea interfacial e a frao volumtrica da gota de microemulso[ou esfera rgida, dada por = (td3)/6, com igual densidade do sistema e d, o dimetro daesfera]e0cavariaoeltrica,queuma funo da curvatura da partcula.Demodogeral, aestabilidadedemicroemulses depende da tenso interfacial,da entropia de formao das microgotculas eda variaodos potenciais qumicosdos seuscomponentes.AEquao2representaaproposta de que a energia livre do processo deformaodasmicroemulsesseriacompostadedoistermos: 1G A e 2G A (PAULeeMOULI K, 1 9 9 7 ; RUCKENSTE I NeKRISHNAN, 1979a, 1979b). 2 1G G G A + A = A2 sendoG A a variao de energia livre deformao da microemulso; 1G A a variaodaenergialivrequeestcorrelacionadaadsorodostensoativosnainterface,bemcomo da disperso das gotculas no meio con-tnuo, 2G A a variao de energia livre quedepende dos seguintes fatores: tenso interfaciale rea das microgotculas (2G A = A; sendo a tenso interfacial e A a variao da reainterfacial). Neste modelo, extremamentepequeno) 0 ( e positivo, com 2G A > 0 e|2G A | < |1G A |, sendo 1G A < 0, fornece a va-riao de energia livre negativa.Propriedades fsicas de microemulsesAtravsdedadosfsico-qumicospossvelconfirmaraformaodemicroemulses, bemcomoefetuarmodificaes no seu comportamento para finsespecficos.Dentreaspropriedadesmaiscomuns utilizadas destacam-se:a)reologia(DJORDJEVICetal.,2005;WOOD, 2001; SCHERLUND et al., 2000;MOULIK e PAUL, 1998; TOKUMOTO,1996);b)condutividadeeltrica(KRAUELetal.,2005;DJORDJEVICetal.,2005;LVetal.,2005;SINTOVeSHAPIRO,2004;LAWRENCEeREES,2000;MOetal.,2000;MOULIKePAUL, 1998;CHATENAY et al., 1985);ROSSI ,C. G. F. T. , et al.Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.49c)viscosidade(KRAUELetal. ,2005;SINTOVeSHAPIRO,2004;MOULIKePAUL, 1998;SANTOS, 1994;BENNETT et al., 1985);d)difusodaluz(SILVA, 2001;ABOOFAZELIetal.,2000;SANTOS,1994; BASSETT et al., 1981);e)birrefringnciaeltrica(HYDE,2001;BRINON et al., 1999; CAZABAT et al.,1980;PRINCE, 1977;WILTONeFRIBERG, 1971);f) sedimentao (PRINCE, 1977).Dentre as tcnicas mais sofisticadas destacam-se:a)difraoderaios-X(CHENetal.,2007;PANG e BAO, 2002);b) difrao de nutrons (HYDE, 2001);c)microscopiaeletrnicadetransmissoTEM (CHEN et al., 2007; KANG et al.,2004; PANGe BAO,2002; CELEBIetal., 2002);d) cromatografia lquida de alta eficincia HPLC(LVetal., 2005;SINTOVeSHAPIRO, 2004; TROTTA et al., 2003;KREILGAARD et al., 2000);e)ressonnciamagnticanuclear-RMN(KRAUEL et al., 2005; LV et al., 2005;KREILGAARD et al., 2000; MOULIK ePAUL, 1998).Nositensaseguirencontram-sealgumasconsideraes sobre as tcnicas mais usuais.Difuso da luzO meio disperso de um SME apresentaapropriedadedeespalhamentodeondaseletromagnticas (semelhante aoque ocorrecomaluz). Adispersodaluzfunodotamanhodaspartculasquecompemosistemadisperso e docomprimento de ondautilizado. A Tabela 1 destaca como exemplo,o dimetro das partculas de alguns agregadosmicelares,bemcomoaparnciadosistema(SILVA, 2001; SANTOS, 1994; BASSETT etal.,1981).Ofenmenodadispersodaluzpelasmicroemulsespodesereficazmenteavaliadopelatcnicadenominadadeespalhamentodinmicodeluz(DynamicLightScattering),queforneceinformaesdiretas sobre o movimento translacional dasgotculasdemicroemulso,quepermiteatravsderelaesempricasadequadas,calcular o tamanho da gotcula micelar, bemcomoespalhamentoestticodeluz,queforneceamassamolarcomoprincipalresultado, (ABOOFAZELI et al., 2000).Microemulses:umaabordagembsica...Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.50AgregadosDimetro das partculas ()Aparncia Molculas de gua Micelas Solues micelares Microemulses Emulses Unidade de resoluo/visual 2,7 35-75 50-150 100-2000 2000-100000 500000 Transparentes Transparentes Transparentes/translcidas Translcidas Opaca/branca Discretos agregados Tabela 1 Propriedades de agregados micelaresBirrefringnciaA birrefringncia ou dupla refrao um fenmeno caracterizado pela variao dondice de refrao de um meio, em funo dadireo da propagao da luz, ou do seu estadode polarizao (PRINCE, 1977). C o m oexemplo, destacam-se as micelas cilndricas elamelares que exibem birrefringncia colorida(pleiocrosmo),so dispersesanisotrpicasqueapresentamumadassuasdimensessuperiores a outras. Os agregados isotrpicosesfricosporsuavez, noapresentambirrefringncia (no so capazes de desviar oplanodeluzincidente)(HYDE,2001;BRINON et al., 1999; WILTON e FRIBERG,1971).No processo de inverso de fases, umamicroemulsodotipoO/A(leoemgua)podetransformar-seemumsistemadotipoA/O(guaemleo),ouvice-versa,semqualquer descontinuidade aparentenas suaspropriedades fsicas (CAZABAT et al., 1980).Duranteoprocessodeinversodefasesosagregadostornam-seanisotrpicos,caracterizadopelaapariodeumgelviscoelsticodeaparnciaopalescente,voltando a ser opticamente isotrpico, aps ainverso (PRINCE, 1977). A Figura 2 mostraum exemplo representativo de um processo deinversodefasesdeumamicroemulsooriginalmente O/A para uma microemulso A/O.Figura2 Processodeinversode fasedeumamicroemulsodotipoO/Aparaumamicroemulsodotipo A/OROSSI ,C. G. F. T. , et al.Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.51Condutividade eltricaDe maneira abrangente, propriedadesmacroscpicasdemicroemulsescomocondutividadeeltricaestcorrelacionadacom os tipos de microestruturas presentes nofluido(MOULIKePAUL, 1998). Acondutividadeeltricaumaferramentasensvelefrequentementeutilizadanainvestigaodemudanasestruturaisemmacroemicroemulses(MOetal.,2000).Medidasdecondutividadeapresentam-secomo um importante meio na determinaode domnios contnuos aquosos ou oleosos emum sistema microemulsionado (LAWRENCEe REES, 2000).SedimentaoUmadasprincipaisdiferenasentreuma emulso e uma microemulso a elevadaestabilidadedamicroemulso, comconsequenteresistnciasedimentao.Normalmente, uma emulso quebra sob a aodeumaforafsica(gravidadeouforacentrfuga),oquenoocorrecomumamicroemulso. A velocidade de sedimentaogeralmenteavaliadasubmetendo-seadispersoaumacentrifugaodurante5minutos, se neste tempo no ocorrer processodesedimentao,muitoprovavelmente,setem uma microemulso (PRINCE, 1977).Reologia e viscosidadeDefine-sereologiacomosendoacinciade deformaoe fluidez de lquidos(WOOD, 2001;TOKUMOTO, 1996).Especificamente,estrelacionadacomadescriodepropriedadesmecnicassobvriascondiesdedeformao.Soluesdiludas de tensoativos (inico ou no-inico)que na maioria das vezes, comportam-se comolquidos newtonianos. As viscosidades dessassolues podem ser utilizadas para obtenodeinformaesquecaracterizamotipo,tamanho,formaehidrataodemicelas(MOULIK e PAUL, 1998).Soluesdetensoativosemconcentraeselevadasapresentamumcomportamento reolgico mais complexo, jquesoelsticasesuaviscosidadedependedotempodecisalhamento,bemcomodavelocidadedecisalhamento.Geralmente,aviscosidadeseelevaemfunodaconcentraodetensoativos.Entretanto,hsistemas que apresentam baixas viscosidadescomaltasconcentraesdetensoativos(WOOD, 2001).A viscosidade de solues diludas detensoativosinicosenoinicospodeserutilizadaparaseobterinformaessobreaforma, o tamanho e o graude hidratao demicelas(MOULIKePAUL,1998).Emumsistema disperso, a viscosidade aumenta comoaumentodafraovolumtricadafasedispersa. Como na inverso de fase ocorre umatransiomicroestrutural,omecanismodetransferncia de fase deve variar. Por exemplo,no domnio de estruturas bicontnuas (que soao mesmo tempo O/A e A/O) o cisalhamentodeve envolver a quebra e a reestruturao dasmicroestruturasesfricas,sendonecessrioapenasarotaoouadeformaodasmicroestruturas,queforneceumamenorviscosidade (BENNETT, 1985). Geralmente,ocisalhamentodeumamicroemulsoespecfica (O/A ou A/O) envolve a quebra ouadeformaodemicroestruturaslocais,originando variaes de viscosidade que sofunes da distribuio leo/gua ou gua/leona disperso (MOULIK e PAUL, 1998). Nasmicroemulsescontendoagregadosno-esfricos, a viscosidade pode ser controlada edependedaproporocotensoativo/tensoativo,namonocamadadofilmemisto(SANTOS, 1994).Diagramas de Fases de MicroemulsesComoditoanteriormente, asmicroemulsessosistemasinterfaciaissofisticados produzidos espontaneamente pelaauto-organizao de molculas tensoativas nasinterfacesleo-gua,formandomicroestru-turasdispersasemummeiocontnuoconstitudoportrsoumaisconstituintes( t ensoat i vo, fasel eoefasegua)(ATTWOOD e FLORENCE, 1985).Microemulses:umaabordagembsica...Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.52Microemulsesformadasportensoativosinicos e no-inicosSistemasmicroemulsionadosqueseformamcomousodetensoativosinicos(fortemente hidroflicos, no sendo capazes desolubilizar a fase oleosa) podem ou no conterum cotensoativo hidrofbico (como exemplo,lcoois). No caso da incluso do cotensoativono SME, a natureza qumica deste componenteserdecarterno-inico,ocorrendoaassociaodocotensoativoaotensoativoinico,diminuindodesta forma, arepulsoentre as cabeas polares dos tensoativos, sendoesteumfatoradicionalparaaformaoeestabilidade da microemulso (OLIVEIRA etal., 2004; CUNHA JR. et al., 2003; MEHTA eBALA,2000;KREUTER,1994).Namaiorparte dos sistemas utiliza-se um lcool comocotensoativo,noentanto,aminasoucidoscarboxlicos podem ser utilizados com a mesmafinalidade(CUNHAJR. etal. , 2003;KREUTER,1994).Ocotensoativoidealaquelequeapresentapoucasolubilidadenasfases leo e gua e dissolve apenaspequenasquantidadesdotensoativo(LEITE,1995).Comoexemplosdetensoativosinicos,destacam-se os sistemas contendo micelas desabes(tensoativosgraxos)quesoalvodeinteressedeestudosvoltadosparaaplicabilidade industrial (DANTAS NETO etal., 2003; DANTAS et al., 2003; 2002a; 2002b;2001; FRIBERGeVENABLE1983;PODZIMEK e FRIBERG, 1980; FRIBERG eBURACZEWSKA, 1977;SHINODAeFRIBERG 1975).Nasmicroemulsesformadasportensoativosno-inicossedestacacomocaractersticaprincipal,anecessidadedemenoresquantidadesdetensoativoparaaformao damicroemulso (MYERS, 1999).Ousodestetipodetensoativobastantedifundidonaliteratura(CHENetal.,2007;ZHANGetal. , 2005;KLYACHKOeLEVASHOV,2003;CELEBIetal.,2002;PANGeBAO,2002;DANTASetal.,2001;MEHTAeBALA, 2000;SHINODAeKUNIEDA, 1973).Microemulses livres de tensoativosPequenasregiesdemicroemulsestm sido identificadas em sistemas contendoapenasgua,solventeorgnico(comoporexemplo, hexano) e um lcool de cadeia curta(comoporexemplo,propan-2-oloulcoolisoproplico).Nestessistemas,aregiointerfacialcontmsomentemolculasdelcool.Noentanto,comprovou-sequeaestrutura do hidrocarboneto de fundamentalimportnciaparaaformaodosistemamicroemulsionado (KHMELNITSKY et al.,1989;KEISERetal.,1979;BORYSetal.,1979; SMITH et al., 1977).Representao de Diagramas de Fases deMicroemulsesA representao de qualquer tipo desistema microemulsionado feita atravs dediagramasdefasesqueseclassificamemternrios, quaternrios e pseudoternrios, quevariam de acordo com anatureza qumica ecomaquantidadedeconstituintesdecadaSME.Sistemas ternriosO diagrama ternrio (constitudo detensoativo, fasesoleosaeaquosa)representadoporumdiagramatriangularequiltero,ondearegiodemicroemulsopode variar em funo do tipo de tensoativo edoleo(PAULeMOULIK, 2001;KREUTER,1994;KAHLWEITeSTREY,1987). AFigura3mostraumexemplorepresentativo.Figura3RepresentaodeumdiagramaternrioROSSI ,C. G. F. T. , et al.Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.53Sistemas quaternriosOd i a g r a ma q u a t e r n r i o(caracteristicamente 3D; Figura 4) consiste emuma extenso de diagramas de fases ternrios(2D),sendoformadosapartirdequatroconstituintes:tensoativo,cotensoativo,faseleo e fase aquosa (PAUL e MOULIK, 2001;TENJARLA, 1999). Este tipo de sistema podeser representado atravs de um tetraedro, ondecada vrticedo tetraedrorepresenta umdoscomponentespuros(BELLOCQeROUX,1987).Figura4RepresentaodeumdiagramaquaternrioSistemas pseudoternriosDenominou-se que um sistema pseu-doternrioaquelequepossuiaspectodediagramas ternrio apesar de ser formado porquatroconstituintes,ondeagrupam-sedoisconstituintesdemodoquearelaogua/tensoativoouarelaocotensoativo/tensoativosejamconstantes(FRIBERG,1977). Este sistema caracteristicamente 2D,j que h ocorrncia de agrupamentos (gua/tensoativooucotensoativo/tensoativo). AsFiguras5e6mostramexemplosrepresen-tativos. Geralmente, a relao gua/tensoativo utilizadaem estudos de difuso da luze arelao tensoativo/cotensoativo, no estudo docomportamento de fases da microemulso quese forma.

Figura 5Representaode diagramaspseudoternrioscontendogua/tensoativoemumarazoconstante Figura 6Representaode diagramaspseudoternrioscontendo cotensoativo/tensoativo na razo C/T constanteMicroemulses:umaabordagembsica...Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.54Classificao de WinsorEmfunodosdiferentestiposdefasesexistentesemsistemasmicroemulsionados foi possvel postular umaclassificaoqueestabelecequatrotiposdesistemas(descritosnaFigura7),quefoidenominadadeWINSOR(WINSOR,1950,1948).a)WinsorI(WI):quandoafasemicroemulsionada est em equilbrio comuma fase leo em excesso.b)WinsorII(WII):quandoafasemicroemulsionada est em equilbrio comuma fase aquosa em excesso.c) Winsor III (WIII): caracterizado por serumsistematrifsico, ondeamicroemulso est em equilbrio com asfases aquosa e oleosa ao mesmo tempo.d)WinsorIV(WIV):umsistemamonofsico,emescalamacroscpica,constitudoporumanicafasedemicroemulso.Figura7Classificaodefasesde WinsorTipos de Estruturas de SistemasMicroemulsionadosDependendodasconcentraesrelativas dos constituintes de uma determinadamicroemulso, pode-se identificar uma grandediversidade de estruturas entre a fase contnuae a fase dispersa (TENJARLA, 1999; KHAN,1996). A Figura 8 representa aleatoriamenteos diferentes tipos de estruturas encontradasemumsistemamicroemulsionado;ondeaRegio Acorrespondeaumamicroemulsoque rica em gua com micelas do tipo leoem gua (O/A); Regio B: microemulso ricaemleocommicelasdotipoguaemleo(A/O); Regio C: microemulso apresentandoestrutura bicontnua (O/A e A/O); Regio D:microemulsoricaemtensoativo,possivelmenteapresentandoestruturaslamelares (SCHULMAN e ROBERTS, 1982). Figura8-Representaodediferentesestruturasdemicroemulso Parmetros que influenciam ocomportamento das microemulsesGeralmente,paraseformarumamicroemulsotrsconstituintessonecessrios:umsolventepolarestruturado(gua),umsolventeapolar(leo)eumtensoativo. Como as microemulses somenteocorremsobcertascondies,necessrioentenderainflunciaquealgunsfatoresexercem sobre suaspropriedades. Aescolhadotensoativoadequadoaumsistemamicroemulsionado pode ser feita pelo carterhidroflico deste tensoativo. Quando se desejauma microemulso do tipo A/O por exemplo,deve-seutilizarumtensoativomaishidrofbico; consequentemente, um tensoativode carter hidroflico deve ser utilizado paraobteno de microemulses do tipo O/A (ricoem gua) (CAPEK, 2004).Com relao aos sistemas quaternrioepseudoternrio,aestruturamoleculardocotensoativo influencia significativamente aforma e a extenso da regio de microemulso.No caso do cotensoativo ser um lcool, quantomaior for a sua cadeia hidrocarbnica, menorser a regio de microemulso, como pode serobservadonaFigura9(BARROSNETO,1996; LEITE, 1995).ROSSI ,C. G. F. T. , et al.Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.55Figura9Influnciadocotensoativonaformaodemicroemulses(a)butanol(b)hexanole(c)octanolUmoutroexemplorepresentativopodeserdadoporumsistemamicroemulsionado constitudo de gua salina,um constituinte apolar (leo), um tensoativoinicoeumcotensoativoalcolico,ondeoaumento da salinidade ocasiona a inverso dasfases. Nestecaso, emumdiagramapseudoternrio, se a quantidade de sal aumentada esquerda para a direita, a baixos teores desalinidade,acamadamicroemulsoumasoluo contnua em gua que se encontra emequilbriocomafaseoleosa(WinsorII)oaumento do teor salinopromove a formaodeWinsorIII, ouseja, afasemicroemulsionada contnua em leo e estemequilbrio com a fase aquosa (Figura7).Esta transio ocorre em funo da adio dosal, que diminui a hidrofilia do tensoativo, aomesmo tempo em que aumenta sua afinidadepeloleo. Avaloresintermediriosdemeiosalino, a microemulso torna-se bicontnua, ouseja, possui quantidades iguais de leo e gua,formandoumsistematrifsico(WinsorIII)(WATARAI, 1997). Noentanto,microemulsescontendotensoativosno-inicossopoucosensveisavariaesdesalinidade(BARROSNETO, 1996;KAHLWEIT e STREY, 1987). Por outro lado,atemperaturamodificaaspropriedadesdofilme de tensoativo, resultando em mudanasestruturais.Paratensoativosno-inicos,abaixastemperaturas,gotculasdeleonamicroemulsoso formadas (Winsor I). Umaumentodetemperaturaconduzaumaformaogradualdeumafasebicontnua(Winsor III) que, a temperaturas mais elevadas,transforma-seemumamicroemulsocomgotculas de gua (Winsor II). Portanto, ocorreuma transio do tipo: WI! WIII! WII. Paratensoativos inicos o aumento da temperaturaocasionaumamaiorsolubilidadedotensoativo,elevandoasolubilidadedaguana microemulso, conduzindo a uma transiodotipo:WII!WIII!WI(Figura10)(WENNERSTROEM et al., 1997; BARROSNETO, 1996). Figura10Evoluodossistemas WinsoremfunodavariaodatemperaturaA estrutura da fase leo em funo do ta-manho da cadeia hidrocarbnica pode influ-enciar nas propriedades da interface. As mo-lculasdeleocompequenovolumemolecular (hidrocarboneto de cadeia curta) oualtapolaridade(aumentodaaromaticidade,porexemplo),conduzafortesefeitosdesolvatao tensoativo-leo sobre a interface.Por outro lado, o aumento no comprimento dacadeiadoleoconduzaumareduodasinteraes entre as microgotculas diminuin-do a solubilizao da microemulso. A razocotensoativo/tensoativo um fator fundamen-tal para o aumento da solubilizao do siste-ma. Odomniodaexistnciadasmicroemulses em diagramas pseudoternriosaumenta com a razo cotensoativo/tensoativo(LEUNGeSHAH,1986;SCHULMANeROBERTS, 1982).Microemulses:umaabordagembsica...Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.56Aplicabilidade de MicroemulsesCom relao ao nmero crescente depesquisas aplicadas com o uso de tensoativos,Rossi et al. (2006), divulgaram recentemente(em umartigo intitulado Tensoativos:umaabordagembsicaeperspectivasparaaplicabilidadeindustrial)aspectostericosbsicosparaestaclassedecompostos,bemcomo avanos (nas ltimas duas dcadas) naaplicabilidadetecnolgica,comenfoqueespecficoparaousodetensoativosnaindstriadepetrleo.Comparativamente,ouso de sistemas microemulsionados tambmsofre sistematicamente avanos tecnolgicos,como pode ser evidenciado a seguir.Rossietal.(2007),investigaramaeficincia de inibio a corroso em ao AISI1020 do tensoativo leo de coco saponificado(OCS), pelo mtodo eletroqumico de curvasdepolarizaolinear.Estetensoativofoiavaliadotambmemumsistemamicroemulsionado(OCS-ME)dotipoO/Acom regio de trabalho Winsor IV [OCS-ME:15% de OCS, 15% de butanol (30% de C/T),10% de faseleo (querosene) e 60%de faseaquosa(guabidestilada)].Estesistemamostrou-seeficaznasolubilizaodadifenilcarbazida (DC), que foi disponibilizadaneste sistema, para a avaliao do seu potencialanticorrosivo. O resultado obtido para o OCSem meio salino, mostrou inibio significativadacorrosodeaocarbono.Noentanto,ovalor observado para o sistema OCS-ME foisuperior(63%OCS livree77%OCS-ME).Deacordocomoesperado,aeficinciadeinibioacorrosodasubstnciaDCsolubilizadanosistemamicroemulsionado(DC-OCS-ME;emmeiosalino),ampliouopoder anticorrosivo do sistema. A eficinciamxima observada atingiu 14% de acrscimo(92%deinibioparaDC-OCS-ME).Deacordocomosautoresdestetrabalho,estefenmeno pode ser justificado pela adsorodo tensoativo OCS na interface lquido slidoformandoumacamadaprotetoramaishomogneasobreometal,possibilitandomaiorcontatointerfacialdevidoareaapresentadapelasmicroestruturasformadascontendo a difenilcarbazida. Zhang et al. (2005), investigaram ainfluncia de aditivos como salicilato de sdioe cloreto de sdio em gua na capacidade des ol ubi l i z a odebi s ( 2- et i l - h exi l )sulfosuccinato de sdio (AOT) em pentanol.AcapacidadedesolubilizaoemguadoAOTaumentadaatravsdesalicilatodesdio e diminuda atravs de cloreto de sdio.Os comportamentos de filtrao dos sistemasforam estudados modificando a concentraodeguaeatemperatura.ComparandoossistemasdemicroemulsodotipoA/O(sistema pentanol e hexano) opentanoltemuma capacidade de solubilizao de AOT emgua muito menor. A adio de aditivos comoo cloreto de sdio (NaCl) e salicilato de sdio(NaSal) tem efeitos opostos na capacidade desolubilizao de AOT em gua.SegundoHolmberg(2003), asmicroemulsesfrequentementesuperamaincompatibilidadedereagentesemsnteseorgnica. Asmicroemulsespodemserconsideradascomoumaalternativaaossistemasbifsicoscomoagentedetransfernciadefase.Deacordocomestetrabalho o uso da microemulso e a adio deum agente de transferncia da fase podem sercombinadas,conduzindoaumaelevadareatividade.Demonstrou-setambm,queaacelerao de uma reao pode ser obtida pelaescolhaapropriadadotensoativonaformulao. A relao de leo em gua de umamicroemulsopodeserusadacomoummodelo de regioseletividade.Dantasetal.(2002b),estudaramatravs de tcnicas de medida de polarizao,o efeito inibidor de tensoativo na corroso doaocarbono(AISI1010)emmeiocidoclordricoa0, 1M(HCl). Brometodedodecilamnio (DDAB) foi usado como umasoluo micelar em 0,1M da soluo de HCl ecomocomponenteativodeumsistemamicroemulsionadodotipoO/A,contendobutanol,hexanoe0,1MdeumasoluoaquosadeHCl.AadsorodeDDABseajustouequaodaisoterma deLangmuirROSSI ,C. G. F. T. , et al.Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.57paraambasasinterfacesestudadas,eainclinao de Tafel (bc) foi observado na escalacatdica, quando a concentrao do inibidorfoiaumentada.Osresultadosobtidosdasmedidaseletroqumicasforamdiscutidos,eobservou-sequeamicroemulsoteveumefeitomelhordainibiodoqueasoluomicelardotensoativo,cujaeficinciadeinibio corroso foi de 99,9%.Forte(1992)estudouoprocessoderemoodocromo,cobre,ferro,mangans,nquelechumboutilizandoosistemamicroemulsionado composto por: leo de cocosaponificado(tensoativo), butanol(cotensoativo),querosene(faseleo)efaseaquosa constituda de gua salina (2% NaCl)contendoo metalemestudo. Atemperaturafoimantidaconstanteparatodososensaios(271C)earazoC/Tfoiiguala4.Aextrao foi realizada na regio de Winsor IInodiagramapseudoternrioeforneceupercentuais de extrao superiores a 98% paratodososmetais.AreextraofoirealizadautilizandoHCl(8M)comoagentedereextrao (DANTAS et al., 2003).Ossistemasmicroemulsionadostambmvmsendoamplamenteutilizadoscomosistemasdeliberaodefrmacosdevidoainmerasvantagens,podendo-sedestacar:oaumentodacapacidadedesolubilizao de frmacos e a diminuio deefeitosadversos. Oaumentodabiodisponibilidadedefrmacosestcorrelacionadocomasolubilizaodesubstncias pouco solveis, bem como com adiminuio da dose administrada, garantindoalm de vantagens econmicas, a diminuiodeefeitosadversos.Comoexemplos,aveiculao da camptotecina (com comprovadoefeito toxicolgico) e do metotrexato que vmsendoencapsuladosemsistemasmicroemulsionados e so administrados paraotratamentodecncer(FORMARIZetal.,2005;OLIVEIRAetal.,2004;ALVAREZ-FIGUEROAeBLANCO-MNDEZ,2001;LAWRENCE e REES, 2000; CORTESI et al.,1997). As microemulses podem atuar ainda,como reservatrios para o frmaco, garantindoa sua liberao lenta e a prolongao do seuefeito farmacolgico, bem como atuar comosistemasprotetorescontraahidrliseenzimtica. Comprovou-se que microemulsesem colesterol tendem a se concentrar em certostumores slidos, garantindo, assim, a liberaodeagentesantineoplsticosnoseustiofarmacolgico(AZEVEDOetal.,2005;DALMORA et al., 2001; LYONS et al., 2000).Recentemente, estes sistemas passaram a serconsideradoscomosendonanosistemasencapsuladoreseficazes(ALIABADIetal.,2007;REDDYetal.,2006;FLORENCEetal.,2005;PRICHANONTetal.,2000a,2000b; CORTESI et al., 1997) que vm sendoamplamenteutilizadoscomosistemasdeliberaodefrmacospelocomprovadoaumentodacapacidadedesolubilizaodesubstnciashidroflicaselipoflicas,bemcomopelareduodeefeitosadversos(MACIEL et al., 2006; GOMES et al., 2006;FORMARIZ etal., 2005; OLIVEIRA et al.,2004; SHABOURI, 2002; KAWAKAMI et al.,2002;LAWRENCEeREES, 2000).Recentemente, Reddy et al. (2006) otimizaramo uso do agente anticncer etoposida pelo seuencapsulamentoemumsistemamicelar(microemulsocontendootensoativopolisorbato 20).Valenta e Schultz (2004) prepararamtrs microemulses diferentes (A, B, C) e umasemislidaDqueforaminvestigadaspelaspropriedades viscoelstica e permeabilizaoda fluorescncia do sdio atravs da pele. Asmicroemulsesforamobtidas(A-D)easmisturascomcarragenina(A-D)foramcaracterizadasatravsdareologia(medidasoscilatrias). Consequentemente, asformulaes apresentadas como misturas comcarrageninapuderamsertomadascomosistemas alternativos portadores de droga parausotpicofarmacuticocomotambmcosmticas. A composiodamicroemulsoAera aseguinte:2,5gdeBrij97,7,2 gdegua e 0,34 g de tributirina; da microemulsoB: 1,87 g de Brij 97, 5,17 g de gua e 0,47 gde migliol; da microemulso C: 2,5 g de Brij97, 6,62 g de gua e 0,78 g do leo de soja; eMicroemulses:umaabordagembsica...Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.58da microemulso D: 0,75 g de eumulgin O5,0,75 g de eumulgin O10, 2,75 g de gua e 0,8g de leo de parafina. Todos os sistemas foramestudadosaumatemperaturaentrede70-80C.Chenetal. (2004)estudaramatriptolida, quepossuiatividadeanti-depressiva,anti-fertilidadeeanti-cncer.Afinalidade deste estudo foi investigar o uso dasmicroemulsesparaaadministraotransdrmica da triptolida. Os diagramas defasepseudoternriosforamdesenvolvidoseas vrias formulaes de microemulso forampreparadas usando o cido olico como leo,oTween80comotensoativoeopropilenoglicol como cotensoativo. O tamanho da gotadas microemulses foi caracterizado por DLS.Ahabilidadetransdermaldotriptolidanasmicroemulsesfoiavaliadainvitrousandocelas de difuso de Franz providas compelesde rato e a triptolida foi analisada atravs deHPLC.Amicroemulsocomatriptolidamostrou uma permeao in vitro por peles derato comparvel a de uma soluo aquosa depropileno glicol a 20%, contendo 0,025% detriptolida.NenhumairritaodepelefoiobservadaparaamicroemulsoME6estudada.Noentanto,asoluoaquosadopropileno glicol a 20%, que contm 0,025%detriptolida, revelouumairritaosignificativa na pele. Os resultados indicaramque os sistemas estudados em microemulso,especialmenteosistemaME6,podemserveculospromissoresparaaadministraotransdermal da triptolida.Oliveiraetal.(2004),estudaramaestrutura das microemulses e suas aplicaescomo sistemas de liberao de frmacos, nosquaisasmicroemulsespodemserusadascomo veculo para a administrao da droga.Nestetrabalho,osprincipaisparmetrosusadosnodesenvolvimentodasmicroemul-ses (ME) farmacuticas foram analisados. Adescrio conceitual do sistema, os parmetrostericosrelacionadosformaodefasesinternas e alguns aspectos da estabilidade deMEforamdescritos.Odiagramadefasepseudoternriofoiusadoparacaracterizarlimitesedescreverestruturasdiferentesemdiversasregiesdodiagrama.Conclusi-vamente, os autores afirmaram que a vantagemdouso de sistemaME o favorecimento daabsorodadroga,podendoouemalgunscasosmaiseficientesqueoutrosmtodos,utilizando a mesma quantidade da droga.Hu et al. (2000) conseguiram incor-porar AZT (3-azido-3-deoxitimidina) e seuspr-frmacosemAcLDL(lipoprotenasdebaixa densidade acetiladas) com o uso de sis-temas microemulsionados, tendo obtido bonsresultados.Estaformadeincorporaosemostrou mais eficaz que o mtodo do contato,tambm avaliadono trabalho. A quantidadede molcula de AZT por partcula de AcLDLencontradafoimaiorquandooAZTfoiincorporado na microemulso, mostrando-semais eficaz em combater os macrfagos queestivesseminfectadoscomoHIV.Estesresultados indicamque a AcLDLumbomcarreador no aumento da liberao do frmacoAZT.REFERNCIAS BIBLIOGRFICASABOOFAZELI, R.;BARLOW, D. J. ;LAWRENCE,M.J.Particlesizeanalysisofconcentrated phospholipids microemulsions:I. Total intensity light scattering. AmericanAssociationofPharmaceuticalScientists,v.2, n.2, p.1-13, 2000.ADAMSON,A.W.Amodelformicellaremulsions. Journal of Colloid and InterfaceScience, v.29, n.2, p.261-267, 1969.ANTALEK,B.; WILLIAMS, A.;GARCA,E.; WALL, D.H.; SONG, S.; TEXTER, J.; In:PILLAI, V.; SHAH, D.O. Dynamic propertiesofinterfacesandassociationstructures.Champaign: AOCS Press, 1996.ALIABADI, H.M.; ELHASI, S.; MAHMUD,A.;GULAMHUSEIN,R.Encapsulationofhydrophobicdrugsinpolymericmicellesthrough co-solvent evaporation: the effect ofsolvent composition on micellar properties andROSSI ,C. G. F. T. , et al.Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.59drugloading.InternationalJournalofPharmaceutics,v.329,n.1/2,p.158-165,2007.ALVAREZ-FIGUEROA,M.J.;BLANCO-MNDEZ, J. Transdermaldeliveryofmethotrexate:iontophoreticdeliveryfromhydrogelsandpassivedeliveryfrommicroemulsions.InternationalJournalofPharmaceutics, v.215, n.1/2, p.57-65, 2001.ATTWOOD, D. ;FLORENCE, A. T.SurfactantsSystems:TheirChemistry,PharmacyandBiology.London:Chapmanand Hall, 1985.AZEVEDO,C.H.M.;CARVALHO,J.P.;VALDUGA, C. J. ;MARANHO,R. C.Plasmakineticsanduptakebytumorofacholesterol-richmicroemulsion(LDE)associated to etoposide oleate in patients withovarian carcinoma. Gynecologic Oncology,v.97, n.1, p.178-182, 2005.BARROSNETO,E.L.Extraodecobreutilizandomicroemulses:otimizaoemodelagem, Natal. Dissertao (Mestrado) -DepartamentodeEngenhariaQumica,UniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte, 1996.BASSETT,J.;DENNEY,R.C.;JEFFERY,G.H.;MENDHAM,J.AnliseinorgnicaquantitativeVOGEL. RiodeJaneiro:Guanabara Dois, 1981.BELLOCQ, A.M.; ROUX, D. Phase diagramandcriticalbehaviorofaquaternarymicroemulsionsystems.Microemulsion:structureanddynamics.BocaRaton:CRCPress, 1987.BENNETT, K.E.; HATFIELD, J.C.; DAVIS,H.T.; MACOSKO, C.W.; SCRIVEN, L.E. In:ROBB, I.D. Microemulsions. New York andLondon: Plenum Press, 1985.BERTHOD, A. Physicochemical structures ofliquid disperse systems, micelles, emulsions,andmicroemulsions.JournaldeChimiePhysique et de Physico-Chimie Biologique,v.80, n.5, p.407-424, 1983.BHARGAVA, H.N.; NARURKAR, A.; LIEB,L.M. Using microemulsions for drug delivery.Pharmaceutical Technology, v.11, n.3, p.46-54, 1987.BORYS,N.F.; HOLT,S.L.;BARDEN, R.E.Detergentless water/oil microemulsions. III.Effect of KOH on phase diagram and effect ofsolventcompositiononbasehydrolysisofesters.JournalofColloidandInterfaceScience, v.71, n.3, p.526-532, 1979.BOUCHEMAL, K;BRIANON, S. ;PERRIER,E.;FESSI,H.Nano-emulsionformulation using spontaneous emulsification:solvent,iolandsurfactantoptimization.InternationalJournalofPharmaceutics,v.280, n.1-2, 241-251.BOURREL, M. ;SCHECHTER, R. S.Microemulsions and Related Systems, NewYork: Marcel Dekker, 1998.BOWCOTT, J. E. ;SCHULMAN, J. H.Emulsion, controlof droplet sizeand phasecontinuity in transparent oil-water dispersionsstabilized with soap and alcohol. ZeitschriftfuerElektrochemieundAngewandtePhysikalische Chemie, v.59, n.2, p.283-288,1955.BRINON,L.;GEIGER,S.;ALARD,V.;DOUCET, J. ;TRANCHANT, J. F. ;COUARRAZE, G. Percutaneous absorption ofsunscreensfromliquidcrystallinephases.JournalofControlledRelease,v.60,n.1,p.67-76, 1999.CAPEK, I. Preparation of metal nanoparticlesinwater-in-oil(w/o)microemulsions.Advances in Colloid and Interface Science,v.110, n.1/2, p.49-74, 2004.Microemulses:umaabordagembsica...Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.60CAZABAT, A. M. ;LANGEVIN, D. ;POUCHELON, A. Light-scatteringstudyofwater-oil microemulsions. Journal of ColloidandInterfaceScience,v.73,n.1,p.1-12,1980.CELEBI, N.; TRKYILMAZ, A.; GNUL,B.; ZOGUL, C. Effects of epidermal growthfactormicroemulsionformulationonthehealing of stress-induced gastric ulcers in rats.JournalofControlledRelease,v.83,n.2,p.197-210, 2002.CHATENAY, D.; URBACH, W.; CAZABAT,A.M.;LANGEVIN,D.Onsetofdropletaggregation from self-diffusion measurementsin microemulsions. Physical Review Letters,v.54, n.20, p.2253-2256, 1985.CHEN, Q.; SHEN, X.; GAO, H. Formation ofnanoparticles in water-in-oil microemulsionscontrolled by the yield ofhydrated electron:the controlled reduction ofCu2+. Journal ofColloidandInterfaceScience,v.308,n.2,p.491-499, 2007.CHEN, H.; CHANG, X.; WENG, T.; ZHAO,X.; GAO, Z.; YANG, Y.; XU, H.; YANG, X. Astudyofmicroemulsionsystemsfortransdermal delivery of triptolide. Journal ofControlled Release, v.98, p.427-436, 2004.CONSTANTINIDES, P. P. Lipidmicroemulsionsforimprovingdrugdissolution and oral absorption: physical andbiopharmaceutical aspects. PharmaceuticalResearch, v.12, n.11, p.1561-1572, 1995.CORTESI, R.; ESPOSITO, E.; MAIETTI, A.;MENEGATTI, E. ;NASTRUZZI, C.Formulationstudyfortheantitumordrugcamptothecin: liposomes, micellar solutionsand a microemulsion. International Journalof Pharmaceutics, v.159, n.1, p.95-103, 1997.CRUZ, O. J. D. ;UCKUN, E. M. Gel-microemulsionsasvaginalspermicidesandintravaginaldrugdeliveryvehicles.Contraception, v.64, n.2, p.113-123, 2001.CUNHAJR. , A. S.;FIALHO, S. L. ;CARNEIRO, L. B. , ORFICE, F.Microemulses como veculo de drogas paraadministraooculartpica. ArquivosBrasileiros de Oftalmologia, v.66, n.3, p.385-391, 2003.DANIELSSON,I.;LINDMAN, B.Thedefinitionofmicroemulsion.ColloidsandSurfaces A: Physicochemical and EngineeringAspects, v.3, n.4, p.391-392, 1981.DANTASNETO,A.A.;DANTAS,T.N.C.;MOURA, M.C.P.A.; BARROS NETO, E.L.;DUARTE,L.J.N.StudyofMicroemulsionsSystemsAppliedtoMineralFlotation.Industrial&EngineeringChemicalResearch, v.42, n.9, p.1994-1997, 2003.DANTAS,T.N.C.;DANTASNETO,A.A.;MOURA, M.C.P.A.; BARROS NETO, E.L.;FORTE,K.R.LEITE,R.H.L.Heavymetalsextractionbymicroemultions. WaterResearch, v.37, p.2709-2717, 2003.DANTAS, T. N. C.; FERREIRA MOURA, E.;SCATENAJR.,E.;DANTASNETO,A.Micellization and adsorption thermodynamicsof novel ionic surfactants at fluid interfaces.ColloidsandSurfacesA:Physicochemicaland Engineering Aspect, v.207, p.243-252,2002a.DANTAS, T. N. C.; FERREIRA MOURA, E.;SCATENA, E. ;DANTASNETO, A.Microemulsionsystemasasteelcorrosioninhibitor. Corrosion, v.58, p.723-727, 2002b.DANTAS,T.N.C.;SILVA,A.C.;DANTASNETO,A.A.Newmicroemulsionsystemsusing diesel and vegetable oils. Fuel, v.80, n.1,p.75-81, 2001.DALMORA, M. E. ;DALMORA, S. L. ;OLIVEIRA,A.G.Inclusioncomplexofpiroxicamwith-cyclodextrinandROSSI ,C. G. F. T. , et al.Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.61incorporation incationicmicroemulsion. Invitrodrugreleaseandinvivotopicalanti-inflammatoryeffect.InternationalJournalof Pharmaceutics, v.222, n.1, p.45-55, 2001.DJORDJEVIC, L.;PRIMORAC, M. ;STUPAR,M.Invitroreleaseofdiclofenacdiethylaminefromcaprylocaproylmacrogolglyceridesbasedmicroemulsions.InternationalJournalofPharmaceutics,v.296, n.1/2, p.73-79, 2005.FELDMAN, Y.;KOZLOVICH, N.;NIR,I.;GARTI,N.Dielectricrelaxationinsodiumbis(2-ethylhexyl)sulfosuccinate-water-decanemicroemulsionsnearthepercolationtemperaturethreshold.PhysicalReviewE,v.51, n.1, p.478-491, 1995.FLORENCE, T. P.; URBAN, M. C. C.; SILVAJR., A. A.; GREMIO, M.P.D.; OLIVEIRA,A. G. Microemulsesefaseslquidascristalinascomosistemasdeliberaodefrmacos.RevistaBrasileiradeCinciasFarmacuticas, v.41, p.301-313, 2005.FORMARIZ, T.P.; URBAN, M.C.C.; SILVAJR., A.A.; GREMIO, M.P.D.; OLIVEIRA,A.G. Microemulses e fases lquidas cristalinascomosistemasdeliberaodefrmacos.RevistaBrasileiradeCinciasFarmacuticas, v.41, n.3, p.301-313, 2005.FORTE,K.R.Extraodemetaispesadosutilizandomicroemulso. Dissertao(Mestrado),UniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte,DepartamentodeEngenharia Qumica/PPGEQ, Natal, 1992.FRIBERG, S. E.;BOTHOREL, P.Microemulsions:structure anddynamics.Boca Raton: CRC Press, 1988.FRIBERG, S. E. ;VENABLE, R. L.Encyclopedia of emulsion technology. NewYork: Marcel Dekker, 1983.FRIBERG, S. E. ;BURACZEWSKA, I.Micellization, solubilizationandmicroemulsions.v.2,NewYork:PlenumPress, 1977.FRIBERG, S.E. Microemulsions and micelarsolutions. Microemulsions teory and practice.New York: Academic Press, 1977.GOMES,F.E.S;ANJOS,G.C.;DANTAS,T.N.C.;MACIEL,M.A.M.;ESTEVES,A.;ECHEVARRIA, A. ObtenodenanoformulaesdotipomicroemulsoobjetivandoabiodisponibilizaodeAnacardium occidentale e sua eficincia comoagente antioxidante. Revista Fitos,v.2, n.3,p.82-88, 2006.GRIFFIN, W. C. J. Calculation of HLB valuesofnon-ionicsurfactants.JournaloftheSociety Cosmetic Chemists, v.5,n.4, p.249-256, 1954.HANSEN, J.P.; McDONALD, I.R. Theory ofsimple liquids. New York: Academic Press,1976.HOAR, T.P.; SCHULMAN, J.H. Transparentwater-in-oildispersions:theoleopathichydromicelle.Nature,v.152,p.102-105,1943.HOLMBERG, K. Organicreactionsinmicroemulsions. Current Opinion in Colloidand InterfaceScience, v.8, n.2, p.187-196,2003.HU, J.; LIU, H.; WANG, L. Enhanced deliveryof AZT to macrophages via acetylated LDL.Journal of Controlled Release, v.69, p.327-335, 2000.HUNTER,R.J.IntroductiontoModernColloidScience. NewYork:OxfordUniversity Press, 1992.Microemulses:umaabordagembsica...Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.62HYDE, S. T. Identificationoflyotropiccrystalline mesophases. In: HOLMBERG, K.Handbook of Applied Surface and ColloidChemistry. New York: JohnWiley & Sons,2001.JADA,A.;LANG,J.;ZANA,R.Relationbetweenelectricalpercolationandrateconstantforexchangeofmaterialbetweendropletsinwaterinoilmicroemulsions.JournalofPhysicalChemistry,v.93,n.1,p.10-12, 1989.JOHNS,M.L.;HOLLINGSWORTH,K.G.CharacterisationofemulsionsystemsusingNMRandMRI, ProgressinNuclearMagneticResonanceSpectroscopy,v.50,p.51-70, 2007.KAHLWEIT,M.;STREY,R.ThephasebehaviorofH2O-oil-noionicamphiphileternarysystems.In:ROSANO,H.L.,CLAUSE, M. Microemulsions systems. NewYork: Marcel Dekker, 1987.KANG,B.K.;CHON,S.K.;KIM,S.H.;JEONG, S.Y.; KIM, M.S.; CHO, S.H.; LEE,H.B.;KHANG,G.ControlledreleaseofpaclitaxelfrommicroemulsioncontainingPLGA and evaluation of anti-tumor activityinvitro andinvivo. InternationalJournalofPharmaceutics,v.286,n.1/2,p.147-156,2004.KAWAKAMI, K. ;YOSHIKAWA, T. ;MOROTO, Y. ;KANAOKA, E. ;TAKAHASHI, K. ;NISHIHARA, Y. ;MASUDA, K. Microemulsion formulation forenhanced absorption of poorly soluble drugs.I. Prescription design, Journal of ControlledRelease, v.81, n.1/2, p.65-74, 2002.KEISER, B.A.; VARIE, D.; BARDEN, R.E.;HOLT, S. L. Detergentlesswater/oilmicroemulsions composed of hexane, water,and2-propanol. 2. Nuclearmagneticresonancestudies,effectofaddedNaCl.Journal of Physical Chemistry, v.83, n.10,p.1276-1280, 1979.KHAN,A.Phasescienceofsurfactants.Current Opinion in Colloidand InterfaceScience, v.1, p.614-623, 1996.KHMELNITSKY, Y.L. ;HOEK, A. V. ;VEEGER, C. ;VISSER, A. J. W. G.Detergentlessmicroemulsionsasmediaforenzymaticreactions.Spectroscopicandultracentrifugationstudies. JournalofPhysicalChemistry,v.93,n.2,p.872-878,1989.KLYACHKO, N. L. ;LEVASHOV,A. V.Bioorganic synthesis in reverse micelles andrelated systems. Current Opinion in ColloidsInterface Science, v.8, n.2, p.179-186, 2003.KRAUEL,K.;DAVIES,N.M.;HOOK,S.;RADES, T. Using different structure types ofmicroemulsionsforthepreparationofpoly(alkylcyanoacrylate)nanoparticlesbyinterfacialpolymerization.JournalofControlledRelease,v.106,n.1/2,p.76-87,2005.KREILGAARD,M. ;PEDERSEN, E.J.;JAROSZEWSKI, J.W. NMR characterizationandtransdermaldrugdeliverypotentialofmicroemulsion systems. Journal of ControlledRelease, v.69, n.3, p.421-433, 2000.KREUTER,J.Colloidaldrugdeliverysystems. New York: Marcel Dekker, 1994.LAGUES, M.; OBER, R.; TAUPIN, C. Studyofstructureandelectricalconductivityinmicroemulsions:evidenceforpercolationmechanism and phase inversion. Journal dePhysical, Lettres, v.39,n.24, p.L487-L491,1978.LANGEVIN, D. Microemulsion. Accounts ofChemicalResearch,v.21,n.7,p.255-260,1988.ROSSI ,C. G. F. T. , et al.Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.63LAWRENCE, M. J. ;REES, G. D.Microemulsion-basedmediaasnoveldrugdelivery systems. Advanced DrugDeliveryReviews, v.45, n.1, p.89-121, 2000.LEITE,R.H.L.Extraodecromodeefluentesdecurtumesutilizandomicroemulses, Natal. Dissertao(Mestrado),DepartamentodeEngenhariaQumica, Universidade Federal do Rio Grandedo Norte, 1995.LEVINE,S.;ROBINSON,K.Roleofthediffuse layer in water-in-oil-microemulsions.JournalofPhysicalChemistry,v.76,n.6,p.876-886, 1972.LEUNG, R.; SHAH, D.O. Solubilization andphaseequilibriaofwater-in-oilmicroemulsions.JournalofColloidandInterfaceScience,v.120,n.2,p.330-344,1986.LINDMAN, B.; STILBS, P. Microemulsions:structureanddynamics.BocaRaton:CRCPress, 1987.LV,F.F.;ZHENG,L.Q.;TUNG,C.H.Phasebehaviorofthemicroemulsionsandthestabilityofthechloramphenicolinthemicroemulsion-basedoculardrugdeliverysystem. InternationalJournalofPharmaceutics,v.301,n.1/2,p.237-246,2005.LYONS, K.C.; CHARMAN, W.N.; MILLER,R.; PORTER, C.J.H. Factors limiting the oralbioavailabilityofN-acetylglucosaminyl-N-acetylmuramyldipeptide(GMDP)andenhancement of absorption in rats by deliveryin a water-in-oil microemulsion, InternationalJournal of Pharmaceutics, v.199, n.1, p.17-28, 2000.MACIEL, M.A.M.; GOMES, E.S.; MORAIS,E.K.L.;ANJOS,G.C.;DANTAS,T.N.C.Obtenodenanoformulaesdotipomicroemulsoobjetivandoabiodisponibilizaodeextratos,fraeseprottiposdefrmacosdeCrotoncajucara.XIX Simpsio de Plantas Medicinais do Brasil,2006.MATSUMOTO,S. ;SHERMAN,P.Theviscosityofmicroemulsions.JournalofColloidandInterfaceScience,v.30,n.4,p.525-536, 1969.MEHTA,S. K.;BALA,K.Tween-basedmicroemulsions:apercolationview.FluidPhase Equilibria, v.172, n.2, p.197-209, 2000.MITTAL, L.K. Handbook of microemulsionscience and technology. New York: PromodKumar, 1999.MO, C. ;ZHONG,M. ;ZHONG, Q.Investigationofstructureandstructuraltransition in microemulsion systems of sodiumdodecylsulfonate + n-heptane + n-butanol +waterbycyclicvoltammetricandelectricalconductivitymeasurements.JournalofElectroanalyticalChemistry,v.493,n.1/2,p.100-107, 2000.MOULIK, S. P. ;PAUL,B.K.Structure,dynamicsandtransportpropertiesofmicroemulsions.AdvancesinColloidandInterfaces Science, v.78, n.2, p.99-195, 1998.MYERS, D. Surfaces, Interfaces & Colloids.PrinciplesandApplications.NewYork:Wiley-VCH, 2.ed., 1999.NAKAJIMA, H. Industrial Applications ofMicroemulsions. In:SOLANS, C. ,KONIEDA,H.(Eds.).NewYork:MarcelDekker, 1997.OLIVEIRA, A.G.; SCARPA, M.V.; CORREA,M.A.;CERA,L.F.R.;FORMARIZ,T.P.Microemulses: Estrutura e aplicaes comosistemadeliberaodefrmacos.QumicaNova, v.27, n.1, p.131-138, 2004.Microemulses:umaabordagembsica...Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.64OLLA, M. ;MONDUZZI, M. ;AMBROSONE,L.Microemulsionsandemulsions in DDAB/W/oil systems. ColloidsandSurfacesA:PhysicochemicalandEngineeringAspects,v.160,n.1,p.23-36,1999.OVERBEEK, J.Th.G. Microemulsions, a fieldat the border between lyophobic and lyophiliccolloids. FaradayDiscussionsoftheChemical Society, v.65, p.7-19, 1978.PANG,Y.X.;BAO,X.Aluminiumoxidenanoparticlespreparedbywater-in-oilmicroemulsions. JournalofMaterialsChemistry, v.12, n.12, p.3699-3704, 2002.PAUL, B. K.;MOULIK, S.P. Usesandapplicationsofmicroemulsions.Currentscience, v.80, n.8, p.990-1001, 2001.PAUL, B.K.; MOULIK, S.P. Microemulsions:An overview. Journal of Dispersion Scienceand Technology, v.18, n.4, p.301-367, 1997.PODZIMEK, M. ;FRIBERG, S.E. O/Wmicroemulsions.JournalofDispersionScience and Technology, v.1, n.3, p.341-359,1980.PRICHANONT, S., LEAK, D.J.; STUCKEY,D. C. Chiralepoxideproductionusingmycrobacterium solubilized in a water-in-oilmicroemulsion.EnzymeandMicrobialTechnology, v.27, n.1/2, p.134-142, 2000a.PRICHANONT, S., LEAK, D.J.; STUCKEY,D.C. The solubilization of mycrobacterium inawaterinoilmicroemulsionforbiotransformations:systemselectionandcharacterisation.ColloidsandSurfacesA:PhysicochemicalandEngineeringAspects,v.166, n.1, p.177-186, 2000b.PRINCE, L.M. Microemulsions: Theory andPractice, New York: Academic Press, 1977.PRINCE, L.M. A theory of aqueous emulsions.Mechanism of film curvature at the oil/waterinterface. Journal of Colloid and InterfaceScience, v.29, n.2, p.216-221, 1969.REDDY, L.H.; SHARMA,R.K.; MURTHY,R.R.Enhanceddeliveryofetoposidetodaltonslymphomainmicethroughpolysorbate20micelles. ActaPharmaceutica, v.56, n.2, p.143-155, 2006.ROSSI, C. G. F. T. ;SCATENAJr. , H. ;DANTAS, T.N.C.; MACIEL, M.A.M. Estudocomparativo da eficincia da difenilcarbazidaedoleodecocosaponificadomicroemulsionadosnainibiodeaocarbono.Qumica Nova, v.30, n.5, p.1128-1132, 2007.ROSSI, C. G. F. T. ;DANTAS, T. N. C. ;DANTASNETO, A.A.;MACIEL,M.A.M.Tensoativos:umaabordagembsicaeperspectivasparaaplicabilidadeindustrial.Revista da Universidade Rural, Srie CinciasExatas e da Terra, v.25, n.1/2, p.59-71, 2006.RUCKENSTEIN,E.;KRISHNAN,R.Theequilibrium radius and the domain of existenceof microemulsions. Journal Colloid InterfaceScience, v.76, n.1, p.188-200, 1979a.RUCKENSTEIN, E.; KRISHNAN, R. Effectof electrolytes and mixtures of surfactants onthe oil-water interfacial tension and their roleinformationofmicroemulsions.JournalColloid Interface Science, v.76, n.1, p.201-211, 1979b.RUCKENSTEIN, E. On the thermodynamicstabilityofmicroemulsions.JournalofColloidandInterfaceScience,v.66,n.2,p.369-371, 1978.SANTOS, C.T. Preparao e propriedadesdemicroemulsesdaceradecarnaba,Natal. Dissertao (Mestrado) - Departamentode Engenharia Qumica Universidade, Federaldo Rio Grande do Norte, 1994.ROSSI ,C. G. F. T. , et al.Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.65SCHELLY,Z.A.Organizedassembliesofsurfactantsin solution, and the dynamics ofW/O microemulsions. Journal of MolecularLiquids, v.72, n.1/3, p.3-13, 1997.SCHERLUND, M. ;MALMSTEN, M. ;HOLMQVIST, P. ;BRODIN, A.Thermosettingmicroemulsionsandmixedmicellar solutions as drug delivery systems forperiodontal anesthesia. International JournalofPharmaceutics,v.194,n.1,p.103-116,2000.SCHULMAN, J. H.;ROBERTS, T. S.TransactionsoftheFaradaySociety,42b,p. 165, 1976. In:ROBB, I. D. :Microemulsions.New York:PlenumPress,1982.SCHULMAN,J.H.;STOECKENIUS,W.;PRINCE, L.M. Mechanism of formation andstructureofmicroemulsionsbyelectronmicroscopy. TheJournalofPhysicalChemistry, v.63, n.10, p.1677-1680, 1959.SCHULMAN, J.H.; FRIEND, J.A. Penetrationand complex formation in unimolecular layers.Kolloid-Zeitschrift, v.115, p.67-75, 1949.SCHULMAN, J. H.;RILEY,D. P.X-rayinvestigation of the structure of transparent oil-water disperse systems I. Journal of ColloidScience, v.3, n.4, p.383-405, 1948.SHABOURI,M.H.E.Positivelychargednanoparticlesforimprovingtheoralbioavailabilityofcyclosporing-A.InternationalJournalofPharmaceutics,v.249, n.1/2, p.101-108, 2002.SHINODA, K. ;FRIBERG, S.Microemulsions: Colloids aspects. AdvancesinColloidand InterfaceScience,v.4,n.4,p.281-300, 1975.SHINODA, K.; KUNIEDA, H. Conditions toproduce so-called microemulsions. Factors toincrease the mutual solubility of oil and waterbysolubilizer.JournalColloidInterfaceScience, v.42, n.2, p.381-387, 1973.SHINODA, K. Colloidal surfactants: somephysiochemicalproperties. NewYork:Academic Press, 1963.SILVA, C. R. S. H. Estudodesistemasmicroemulsionados para aplicao na extraoe formulaes de prpolis, Natal. Dissertao(Mestrado)-DepartamentodeQumica,Universidade Federal do Rio Grande do Norte,2001.SINTOV, A. C. ;SHAPIRO, L. Newmicroemulsion vehicle facilitates percutaneouspenetrationinvitroandcutaneousdrugbioavailability in vivo. Journal of ControlledRelease, v.95, n.2, p.173-183, 2004.SMITH, G.D.; DONELAN, C.E.; BARDEN,R. E. Oil-continuousmicroemulsionscomposed of hexane, water, and 2-propanol.JournalofColloidandInterfaceScience,v.60, n.3, p.488-496, 1977.TENJARLA,S.Microemulsions:overviewandpharmaceuticalapplications.CriticalReviews Therapeutic Drug Carrier Systems,v.16, n.5, p.461-521, 1999.TEXTER,J.Supramolecularequilibriainmicroemulsions.ColloidsandSurfacesA:PhysicochemicalandEngineeringAspects,v.167, n.1/2, p.115-122, 2000.TOKUMOTO,N.S.Evoluoestruturalduranteatransiosol-gelemsuspensescoloidais aquosas de SnO2: abordagem reolgica,Araraquara.Dissertao(Mestrado)-Departamentodefsico-qumica,UniversidadeEstadual Paulista Jlio de Mesquita Filho, 1996.TROTTA,M.;UGAZIO,E.;PEIRA,E.;PULITANO, C. Influence of ion pairing on topicaldeliveryofretinoicacidfrommicroemulsions.Journal of Controlled Release, v.86, n.2/3, p.315-321, 2003.Microemulses:umaabordagembsica...Rev. Univ.Rural. Sr.Ci. Exatase da Terra, Seropdica,RJ, EDUR,vol. 26,n. 1-2, jan-dez,p. 45-66,2007.66VALENTA,C.,SCHULTZ,K.Influenceofcarrageenanontherheologyandskinpermeationofmicroemulsionformulations.JournalofControlledRelease,v.95,n.2,p.257-265, 2004.WATARAI, H.Microemulsion in separationsciences.JournalofChromatographyA,v.780, n.1/2, p.93-102, 1997.WENNERSTROEM, H.; SOEDERMAN, O.;OLSSON, U.; LINDMAN, B. Macroemulsionsversusmicroemulsions. ColloidsandSurfaces A: Physicochemical and EngineeringAspects, v.123-124, p.13-26, 1997.WILTON,I.;FRIBERG,S.Influenceoftemperature-induced phase transitions on fatemulsions.JournaloftheAmericanOilChemistsSociety,v.48,n.12,p.771-774,1971.WINSOR,P.A.Hydrotropy,solubilization,andrelatedemulsificationprocesses.IX.Electricalconductivityandthewaterdispersibilityofsomesolubilizedsystems.Transactions of the Faraday Society, v.46,p.762-772, 1950.WINSOR,P.A.Hydrotropy,solubilization,andrelatedemulsificationprocesses.VIII.Effectofconstitutiononamphiphilicproperties.TransactionsoftheFaradaySociety, v.44, p.463-471, 1948.WOOD,J.H.Reologiafarmacutica.In:LANCHMAN,L.,LIEBERMAN,M.A.,KANIG, J.L. Teoria e prtica na indstriafarmacutica.Lisboa:FundaoCalousteGulkenkian, 2001.ZHANG, X.; DONG, J.; ZHANG, G.; HONG,X.; LI, X. The effect of additives on the watersolubilization capacity and conductivity in n-pentanol microemulsions. Journal of Colloidand Interface Science, v.285, n.1, p.336-341,2005.