497024 Nutrição Animal

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TAMPÕES Trabalho solicitado pelo Prof. Dr. Marcus Vinicius Morais de Oliveira, como parte integrante de avaliação da disciplina de Bovinocultura de Leite. Aquidauana – MS Junho de 2009

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  • TAMPES

    TrabalhosolicitadopeloProf.Dr.MarcusViniciusMoraisdeOliveira,comoparteintegrantede

    avaliaodadisciplinadeBovinoculturadeLeite.

    AquidauanaMS

    Junhode2009

  • Introduo

    Apecuriabovinabrasileirasetemmodificadonasltimasdcadas,apresentandotendncia

    intensificaodeseusistemadeproduo.Hoje,estimasequecercade6milhesdosbovinos

    sejamcriadosemregimedeconfinamentoousemiconfinamento,sendoalimentadoscomdietas

    ricasemenergia.Nessesistema,casonohajaumadequadomanejocomumosurgimentode

    quadrosdeacidoselcticaruminal(ALR)aguda(MARUTAeORTOLANI,2002).

    Aexignciadiriaemnutrienteseenergiapeloanimaldeterminadapeloseunveldeproduo,

    pelo seu peso corporal, seu estdio fisiolgico e pela interao com o ambiente (ambiente

    climtico, instalaes e equipamentos, manejo, tipo de alimento, etc.). Os veculos que

    utilizamosparasuprirasreferidasexignciassoosdiversosrecursosalimentaresdisponveis,

  • normalmenteclassificadossegundosuascaractersticasqualitativas,emalimentosvolumosos,

    concentradosesuplementosvitamnicoseminerais(DAMASCENO).

    Paraquembuscaprodutividadeerentabilidadecompecurialeiteira,inadmissvelodescuido

    nomanejonutricionaldorebanho.Analisesprticascomprovamqueutilizandoestaferramenta

    deformaestratgicaeracionalpossvelobtertimosresultados,melhorandocadavezmaisos

    ndiceszootcnicosdaspropriedadeseassimconseguindoumamelhorprodutividadeporrea

    (POMPEI).

    Vacasleiteirasdealtaproduorequeremconsumodenutrientescapazdeatenderasdemandas

    metablicas da gestao, do ganho de peso, damantena e de uma lactaomuito acima

    daquelanecessriaparamanteraperpetuaodaespcie.Vacasmodernastmexcreode

    energia pela glndula mamria trs a quatro vezes maior que a exigncia energtica de

  • mantena. Maximizar o consumo de dietas de alta fermentabilidade no rmen se tornou

    necessrio.cidosgraxosvolteis(AGV),subprodutosdafermentaoruminal,soaprincipal

    fontedeenergiaparaosruminantes.ProduzireabsorveramaiorquantidadepossveldeAGV

    pordiapassouaserumdesafioparaosistemadigestivo,queanatmicae fisiologicamente,

    pouco difere daquele dos ruminantes selvagens. A ocorrncia cada vez mais freqente de

    acidoseruminalfoiumaconseqncia(PEREIRA).

    ParaMarutaeOrtolani(2002),talenfermidadegeradapelaingestosbitaouexageradade

    carboidratossolveisnoestruturais,osquais,fermentadospelasbactriasruminais,produzem

    grandesquantidadesdecido lctico, levando inicialmenteacidoseruminaleemseguidaa

    umaacidosemetablicasistmicaedesidrataoquecomumentepodelevaroanimalmorte.

    2.0FisiologiadaDigestodeRuminantes

  • "Ruminantes retm a digesta em compartimento prgstrico e a fermenta com

    microorganismos simbiticos". Digesto cida e enzimtica ocorre no abomaso e intestino

    delgado.Apenasprotenas,gordurasecarboidratosnofibrosos(ex:amido, lactose,maltose,

    sacarose)sodigeridosporenzimasproduzidaspeloanimal.Vertebradosnoproduzemenzimas

    paradigerircarboidratos fibrosos,comoahemiceluloseeacelulose,e requeremoprocesso

    fermentativomicrobianoparautilizaodestescompostos.(PEREIRA).

    Afermentaorealizadapormicroorganismosvivendosimbioticamentenotratodigestivodo

    animal. O rmenretculo e o intestino grosso so cmaras de fermentao. Locais de

    fermentaonotratodigestivonormalmentetmbaixataxadepassagemdadigesta,sinnimo

    dealtotempodereteno.Baixavelocidadedepassagemdadigestaviabilizaalentadigesto

    decarboidratosfibrososeevitaaremoocompletadamassamicrobianaporpassagemcoma

  • fasefluda.OcontedodormenretculoemumavacaHolandesacomaltaproduodeleitee

    comaltoconsumodealimentospesacercade75kg,umambienteaquosocomcercade17%

    dematriasecaetemvolumeaoredorde90 litros.OtamponamentoeaabsorodosAGV

    produzidosnormenretculonosimplesemumrgotogrande(PEREIRA).

    Asacidosesmetablicassocausadasprimariamenteporaumentonaproduode++onsHe

    porperdadebicarbonatodoorganismo.Aproduoexcessivade onsHmuitofreqentee

    podesercausadaportrsdiferentessituaes:geraodecido19+lctico,geraodeoutros

    cidos,menorexcreodeonsHdoorganismoeperdadebicarbonato.Vriascondiespodem

    aumentaraproduoexgenaouendgenadecidolctico.Dentreageraoexgenadecido

    lcticocitaseaacidoselcticaruminal,surgindodaintensaerpidafermentaodecarboidratos

    solvel ingeridossubitamenteporanimaisadaptadosouno.Aproduodecido lcticono

    rmenpodeaumentaremmaisde200vezes,ecomoseupKbaixo(3,7)fazcomqueopHdo

  • sucodermencaiade6a7paravalores inferioresa4,0.Umaparterelativamentepequena

    deste cido absorvidaprovocando gravequadrode acidosemetablica,quepode levaro

    animalmorte.Emcondiesexperimentais,opHdosanguevenosopodediminuirde7,35para

    at7,0,exaurindoosteoresdebicarbonatode25paraat10mM.Endogenamente,ocido

    lctico pode surgir de quadros de levem ao desencadeamento de processos fermentativos

    anaerbicos para a produo de energia. No choque hipovolmico, devido a um avanado

    quadrodedesidratao,comoacontecenasdiarriasintensasemespecialemneonatos,enos

    casosdeendotoxemia,oorganismodiminuiacirculaosangneaperifricaparargosno

    vitais,taiscomomusculaturaepele,gerandoaproduoexcessivadecidolcticoORTOLANI

    DeacordocomSantos(0000),ofornecimentodealimentosconcentradosnaformadegrosna

    dietaparaaumentaroconsumodeenergiaedesempenhoanimal,aumentaaquantidadede

    carboidratosaseremfermentadospelamicrofloraruminal,oquepromoveaproduodecidos

  • graxosvolteis.Grosricosemaucaresousubprodutosfibrososricosemaucaresepectinas

    aumentamaquantidadedematriaorgnicasujeitaafermentacoruminal,almdemudanas

    nacomposiodadieta,oconsumodematriaseca,tambminfluenciaaproduodecidos

    normen,jqueanimaisdemaioringestoconsomemmaismatriaorgnicafermentescvelno

    rmen.

    3.0ConcentraodeAGVepHRuminal

    OpH ruminal fisiologicamentemantidoem tornodaneutralidade.Aposioanatmicado

    rmen propicia que tampes salivares tenham fluxo constante para o rgo.Um ambiente

    ruminalneutrofoiimportanteevolutivamenteparapropiciardiversidademicrobiana,dandoao

    ruminante a capacidade de fermentar praticamente todo tipo de substrato ingerido. Um

    ambientemuitocidooumuitobsicoseriamaisseletivo,provavelmenteresultandoemum

  • menor nmero de populaes microbianas anaerbicas capazes de manter populaes

    competitivasnofludoruminal(PEREIRA).

    Amensurao do pH ruminal ummtodo auxiliar no diagnstico da acidose ruminal em

    rebanhos leiteiros (Garretetal.,1999).A justificativaparaestaprticaasabidacorrelao

    negativa entre a concentrao de AGV no fludo e o pH . Baixo pH, per se, um fator na

    patognesedaacidoseruminal.(PEREIRA).

    Baixo pH pode causar distrbio no transporte de eletrlitos podendo causar vesiculao e

    necrose das clulas da parede ruminal. Baixo pH tambm pode aumentar o estmulo aos

    receptores vagais damucosa, capazes de inibir amotilidade do rmen, provavelmente por

    aumentaravelocidadedeabsorodosAGV.(PEREIRA).

  • EmruminantescomaltonveldeconsumodedietasdealtafermentabilidadeopHruminal

    maiscidoqueofisiologicamenteobservadoemanimaiscombaixoaporteenergtico.Reduzir

    aproduodiriadeAGVnoumcaminholgicoparaevitaraquedanopH,poisistocausaria

    quedanofluxodenutrientesparaoanimal.Emruminantesmodernoscomaltodesempenho

    nosepodeexigirqueparmetrosdescrevendoafermentaoruminalsejamsimilaresqueles

    observados em ruminantes com baixa ingesto de energia.Dietas de alta fermentabilidade

    tendemareduzirtantoopHruminalquantoarelaoentrecidoacticoecidopropinico.

    Umaamplitudenormaldevariaoaolongode24horasnopHruminaldevacasleiteirasdealta

    produovaide5,5a7,enquantoarelaoentremolesdeacetatoemolesdepropionatofica

    aoredorde2,5/1.MaiorpHemenorconcentraodeAGVsoobservadosentesdaprimeira

    alimentaodamanh,enquantoomomentodemnimopHemximaconcentraodeAGV

    normalmente ocorre de 10 a 12 horas aps a primeira alimentao. Entretanto, o manejo

    alimentar,principalmenteafreqnciadealimentaoconcentradaemsistemasqueadotemo

  • fornecimentodeconcentradosseparadamentedaforragempodeafetaravariaocircadianana

    concentraodeAGVenopHdormen.(PEREIRA).

    Santos,afirmaquecomaingestodecarboidratos,microorganismosruminaisiroaderirseas

    partculasdealimentoeiniciaroprocessodedigestode(dentroparafora),ouseja,asbacterias

    temqueproduzirenzimasque iraodigeriras ligaesentreospolmerosdehexoses.Quando

    microrganismosceluloliticosdigeremacelulose,hamaiorproduodegraxosvolteis,acetato,

    propionato e butirato, e de aproximadamente 75.15.10.Ja quando o amido e aucares

    predominam na dieta, microganismos amiloliticos digerem esses carboidratos e produzem

    acetato,propionatoebutiratoemdiferentespropores,comumaumentonopropionatoe

    reduonaconcentraomolardeacetatoebutirato65.30.5.Comoosmicrorganismosque

    digerem amido e aucares multiplicamse mais rapidamente que os celuloliticos e

    hemiceluloliticos,eataxadedigestodessescarboidratosemaisrpidadoquandocelulosee

  • hemicelulosesaofermentadas,opHruminalemaisbaixoquandooamidoedigeridocomparada

    com a celulose.Essa alterao no pH ruminal influencia o crescimento microbiano, ja que

    microrganismos celuloliticos e hemiceluloliticos preferem pH acima de 6,5, enquanto os

    amiloliticospreferempHentre5,5e6,5.

    4.0DeslocamentodeAbomaso

    ApassagemexageradadeAGVparaoabomasoemcasosdealtoconsumodedietasdealta

    fermentabilidade pode resultar em hipomotilidade do AGV, possivelmente relacionando a

    incidnciadeacidoseruminal,aocorrnciadedeslocamentodeabomaso.Dietasacidognicas,

    formuladas combaixo teorde forragem, tambmpodem induzirbaixoenchimento ruminal.

    Espao vago na cavidade abdominal pode ser um fator predisponente ao deslocamento de

    abomaso(DAMASCENO).

  • 5.0ConseqnciasdoAumentodaAcidez

    Aacidoseruminalpodeserdefinidacomoaadioeoacmuloexcessivodecidose/oufalta

    de bases no fludo do rmenretculo. Secundariamente ao processo digestivo pode ocorrer

    acidosemetablica,esporadicamenteresultandoemacidemia,capazdeinduzirvaloresdepH

    sangneo abaixo do limite mnimo compatvel com a vida. O distrbio normalmente

    relacionadoauma inadequadaadaptaoda fisiologiadigestivaaaumentona relaoentre

    concentradoseforragensnadieta.Aacidoseruminalpodeafetarnegativamenteodesempenho

    easadeanimalmedianteefeitosdeletriossobreamotilidadedormenafermentaoda

    fibra, o consumo de alimentos a produo microbiana e a morfologia da parede ruminal.

    Compreenderaspectosdemorfologiaefisiologiadosprestmagostemutilidadenapreveno

    emesmocuradestedistrbio(PEREIRA).

  • 6.0DefiniodeTampes

    ValadaresFilhoePina,afirmamqueotampestemafunodeneutralizaroexcessodecidos

    produzidosnormenemsituaesondeossistemastamponantes,principalmentebomfluxo

    salivar,soinsuficientes.Tampessocombinaesdeumacidofracoeseusal,estesporusa

    vezdevemsersolveisemguaeseupKadeveserprximodopHfisiolgicodormen,sendo

    os bicarbonato de sdio considerado um verdadeiro tampo com um pKa de 6,25. Estudos

    indicam que , quando as dietas contemmenos de 40% de forragem (20% FDN), um baixo

    crescimentomicrobianoeobservado.Umamisturadebacteriasruminaisqueforamincubadas

    invitroproduziram50%amenosdeptnamicrobianaempH5,7emrelacaoa6,7.

    7.0AimportnciadaUtilizaoTamponantes

  • Tamponantesneutralizamcidospresentesnadieta,produzidosnafermentaoruminalouno

    metabolismo animal ou secretados durante a digesto. O termo "tamponante" usado

    genericamenteemnutrio.Os"tampesverdadeiros"previnemoaumentonaacidez(reduo

    no pH) mas no aumentam o pH acima de um determinado valor. Exemplos de tampes

    verdadeiros seriam o bicarbonato de sdio (NaHCO3), o sesquicarbonato de sdio

    (Na2CO3NaHCO32H2O)eocalcriocalctico(CaCO3,carbonatodeclcio).Os"alcalinizantes",

    outrotipodeaditivoalimentar,almdeneutralizaremaacideztambmpodemcausaraumento

    grandenopH.Oxidodemagnsio(MgO)umexemplodealcalinizanteusadonaalimentao

    animal.DesdequevacasemlactaoraramentetmproblemascompHruminalexcessivamente

    alto,aindstriadanutriotemutilizadootermo"tamponante"paragenericamentedescrever

    ostampesverdadeiroseosalcalinizantes(Lealetal.2007).

  • 8.0FontesNaturaiseSintticasdeTamponantes

    Asalivaricaemtampesfosfatoebicarbonato.Dentreosoitotiposdeglndulassalivaresdo

    bovino,asprincipaissoasduaspartidaseasduasmandibulares.Aspartidassecretamtanto

    duranteamastigaoquantoduranteorepousoenquantoasmandibularessecretamapenas

    duranteamastigao.Aspartidassecretamcontinuamente,masofluxodesalivamuitomaior

    duranteamastigaodeingestoederuminaodoqueduranteorepouso.Em30minutos

    demastigaoseproduzsalivaequivalenteacercade6a8horasderepouso(PEREIRA).

    Para Santos, os ruminantes de grande porte produzem entre 60 a 180 L/dia, o que pode

    representarate70%detodaaguaquechegaaormen.Asalivaemruminantes,eisotnicaao

    plasma,mascontemmaisNa+,K+,HCO3,eHPO4,emenosCL,istosignificaqueoaumento

    nasecreosalivariraaumentaropHruminalemrazodomaiorfornecimentodetampesHCO

  • 3 e HPO42, alm de influenciar o equilbrio acido bsico do sangue por causa da alta

    concentrao de ctions, os quais aumentam o pH sanguneo.Em conseqncia da alta

    concentraodeHCO3eHPO42,opHsalivaresemprealcalino(pH=8,1a8,3)oquechegaa

    neutralizarate50%doscidosproduzidosnormen.

    De acordo com Santos, a introduo de aditivos alimentares, como agentes tamponantes

    (bicabornatodesdioNaHCO3),soconstantementeutilizadosemdietasdeconfinamento.A

    adiode0,5%a1,0%destenamatriaseca,dadietaajudaaaliviarasflutuaesdepHruminal,

    ouporseuefeitotamponantesouporumaumentonaconcentraodeNa+normen,oque

    afetaataxadepassagemdafaseliquida.Agentesalcalinizantescomoooxidodemagnsio(MgO)

    so incorporadosadieta como fintedeMg,mas tambmpor teralgumefeitonoambiente

    ruminal.ComoaabsorodoMgnaformadeMgOebaixaquandoemaltasconcentraesna

    dieta,ousodeoxidodeMgaumentaaosmolaridadedoliquidoruminal,incrementando,assim,

  • a taxadepassagemda fase liquida,oquepromovea remoodecidosgraxosvolteisdo

    rmen.

    EmexperimentorealizadoporNUSSIOet.al(2004),avaliandotrintaeduasvacasholandesas

    suplementadas com, Monensina (0,0045% MS); Monensina + Tamponante (0,0024% de

    monenisnanaMSe0,90%debicarbonatodesdionaMS);Probitico(0,61%sorbialnaMS);

    FarinhadeAlgas(2,8%LC300NutrialgasnaMS)observouqueoconsumodeconcentradofoi

    afetado pelos tratamentos (P

  • concentraodegorduradoleite;naproduodeslidostotaisdoleite;narelaoacetato:

    propionato;nasntesedeprotenamicrobiana;nataxadediluio;nasproduesdeleitee

    leitecorrigidoparagordura;noconsumodegua;noconsumoedigestibilidadedaMSeno

    pHruminal.Diminuies:naproduodepropionato;nataxadedesordensmetablicasdo

    rebanho. Segundo algumas revises, este ltimo fator seria o demaior importncia para a

    rentabilidadeeaeficinciadousodostamponantes.

    ParaLealet.Al(2008),acorreodaacidosemetablicasistmicasemdvidaopontovitaldo

    sucessodaterapiaempregadaparaaacidoselcticaruminal.Existetambmumconsensoem

    indicarunicamenteousodebicarbonatonacorreodaacidosesistmicanaALR.Contudo,o

    uso indevidoouexcessivodesse tampopode trazer srios inconvenientesaosanimais, tais

    como: alcalose sistmica iatrognica, edema cerebral e acidose paradoxal do fluido

    cerebroespinhal. Uma alternativa para superar esse problema seria a utilizao de certos

  • tampesmetabolizveis,osquaisquandooxidadosouconvertidosemglicoseconsomemno

    processoonsH+.

    Essestampespodemserinfundidosemaltasquantidadessemgerarproblemascolaterais,pois

    oprprioorganismoregulariasuautilizao,evitandoumasobrecarga.Numestudoanterior,

    empregandosebovinosadultossadios,comparouseoefeitoalcalinizantenosanguepromovido

    pela infuso de igual quantidade de alguns desses tampes {lactatolevgiro (L), acetatoL,

    propionatoL, lactato, Ledextrogiro (D)} comobicarbonato, concluindosequeosmelhores

    resultadosforamobtidosigualmentecomolactatoLeobicarbonato(Lealetal.,2007).

    De acordo comHutjens (1991), a questo principalno uso de tampes est relacionada ao

    retornoeconmicofavorvelemrespostautilizaodestes.Deacordocomoprprioautorso

    listadas algumas situaes onde se teria uma resposta positiva utilizao de substncias

  • tamponantes:dietascomaltapercentagemdesilagemdemilho:Estasapresentamaltaumidade

    (60a70%),acimade30%deCHOfermentveiseumbaixopH(3,9a4,2%).Asilagemdemilho

    temumtamanhopequenodepartculadevidoaocortemaisprecisoepromovemenorsalivao

    devidoasuaumidadenatural;baixafibranarao:Dietascommenosde19%deFDAdeprimem

    aruminaoepodemcausarumaacidoseruminal;baixoconsumodefeno:Ofenoestimulaa

    produodesaliva,aumentandootempodemastigaoeruminao.Umadietacomfenode

    mdiaqualidadepoderresultarem27,1litrosdesaliva/kgdeMSconsumida;altoconsumode

    concentrado:Os concentrados substituem as forragensnadieta, reduzindoonvelde fibra.

    Pesquisascomvacasalimentadascomdietascontendo30%deforragemmostraramqueelas

    produziam199gamenosdebicarbonatodesdio,atravsdasaliva,doquevacasalimentadas

    comdietascontendo70%deforragem;grandesquantidadesdeconcentradoporrefeio(acima

    de3kg/refeio);altaconcentraodecarboidratossolveis:Afetamaquantidadeeataxade

    degradaodeCHOnormen,pHruminal,digestodafibraeaproduodeAGV.

  • Para Romanelli, a elevao dos teores de fibra da dieta, podese elevar a capacidade de

    tamponamentoruminal,devidoaoestmuloaproduosalivar.Entretanto,emsituaesonde

    ocorreanecessidadedetrabalharcomaltosnveisdeconcentrados(animaisdealtaproduo),

    tornasedifcilrealizarestesajustes,tornandosenecessrio,ousodestesaditivos.Ostampes

    podem promovermelhoria na produtividade e evitar problemasmetablicos no animal por

    neutralizar o excesso de cidos produzidos no rmen em situaes onde os sistemas

    tamponantesdoprprioanimal,principalmenteofluxosalivarsoinadequados.

    Aadoodeprodutostamponantesnaraovlidaparaaprevenodoproblemaemanimais

    confinadosquerecebemgrandesquantidadesdegros.Asubstnciatamponantemaisusada

    obicarbonatodesdio,naproporode1,02,0%doconcentrado.Obicarbonatodesdiopode

    ser substitudo pelo bicarbonato de potssio ou carbonato de potssio. Outra substncia

  • tamponanteoxidodemagnsioquepodeserusadonaproporode0,2a0,3%darao

    secatotal.Ousodeionforos(monensinasdicaoulasalocida)tambmindicadoparadiminuir

    aincidnciadeacidose.(PIRES2004)

    9.0ConseqnciasdaAcidoseLctica

    umprocessoinflamatrioagudodasestruturassensveisdaparededocascoqueresultaem

    claudicao e deformidade permanente do casco. O mecanismo de desencadeamento do

    processo que leva ao quadro de laminite ainda no est totalmente esclarecido. Alguns

    acreditam que a laminite ocorra em funo do excesso de histamina, que causa um

    ingurgitamento do leito vascular do casco. Por outro lado, o estudo da doena produzida

    experimentalmentetemdemonstradoqueosuprimentosangneoarterialdalminadocasco

    bastantereduzidoaoinvsdeseraumentado.Quandohingestoexcessivadegros,ocorre

  • umaumentonaproduodecidolcticonotratodigestivo,comdestruiodegrandenmero

    debactriaseliberaodesuastoxinas.Aacidoseruminalprovocaumalesonamucosaruminal

    com aumento de sua permeabilidade, levando a uma endotoxemia (intoxicao) e acidose

    sistmica,queresultaemvasoconstrioperifrica,comreduodofluxosangneoslminas

    docasco(CARVALHO,2008).

    Omelhormtodoparaprevenoaadoodemedidasqueevitemaacidoselctica,quepode

    ser feitoatravsdeumadequadoesquemadeadaptaoparaanimaisquereceberodietas

    altamenteconcentradaseousodeprodutosalcalinizantes(bicarbonatooucarbonatodeclcio)

    narao.Evitaroconfinamentodeanimaismuitonovostambmpodeserindicadoparadiminuir

    aincidnciadadoena.Umamedidaalongoprazoparareduodaincidnciadadoenaseriaa

    seleocontramachoscujasprogniesapresentemestacondio(PIRES2004).

  • ParaPires(2004),aacidoselcticaeumadoenametablicaaguda,causadapelaingestosbita

    de gros ou outros alimentos altamente fermentveis em grandes quantidades, que

    caracterizada por perda do apetite, depresso emorte, tambm conhecida por sobrecarga

    ruminal,indigestoaguda,impactaoagudadormenouindigestoporcarboidratos.

    Pires (2004), afirma que quando os gros ou outros produtos facilmente fermentveis so

    consumidosrapidamenteeemgrandesquantidades,halteraodamicrofloraruminalcom

    predominnciadebactriasgrampositivas,principalmenteoStreptococcusbovis,eproduo

    degrandesquantidadesdecido lctico.Agrandeconcentraodecido lctico levaauma

    quedanopH.Ocorreumaumentodapressoosmticadormenresultandoemdesidrataoe

    diarria.O animal apresentapolipniaedepresso.Amanifestaode rumenitee laminite,

    assimcomoodesenvolvimentodeabcessoshepticos,soseqelascomunsdeumquadrode

    sobrecarga ruminal.A rumeniteocorredevidoaltaacidezdocontedo ruminal,quecausa

  • lesesmucosa,possibilitandoa invasodebactrias,quepelacirculaoatingemo fgado,

    ondeformamabcessos.Asmedidasmaiseficazesparaestefimsoaquelasquebuscamevitaro

    acessoacidentaldeanimaisagrandesquantidadesdegroseaadoodeumbomesquemade

    adaptao,commudanalentaegradualaoconcentrado.

    10.0RefernciasBibliograficas

    POMPEI,J.P.AImportnciadeumaBoaSuplementaoMineral.ArtigoTcnicoDepartamento

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