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Revista de Imprensa

05-11-2010

1. (PT) - Público - Público Porto, 05-11-2010, S. João quer unidade de cuidados paliativos 1

2. (PT) - Primeiro de Janeiro, 05-11-2010, Unidade é projeto do «São João» 2

3. (PT) - Diário do Minho, 04-11-2010, Barros Brito reclama horas-extra na urgência e indemnização 3

4. (PT) - Público, 05-11-2010, IDT-Porto não está a internar doentes há uma semana 4

5. (PT) - Diário de Notícias, 05-11-2010, Médicos obrigados a justificar os exames que pedem a mais 6

6. (PT) - Jornal de Notícias, 05-11-2010, Mais de um ano à espera de uma vaga 7

7. (PT) - Público, 05-11-2010, Jovens médicos pedem novo modelo de contratação 9

8. (PT) - Correio da Manhã, 05-11-2010, Saúde leva corte de mil milhões 10

9. (PT) - Público, 05-11-2010, Saúde esconde valor do buraco acumulado do SNS 12

10. (PT) - Primeiro de Janeiro, 05-11-2010, Qualidade dos serviços está garantida 14

11. (PT) - Jornal de Notícias, 05-11-2010, Combate à obesidade terá reforço de 12 milhões 16

12. (PT) - Correio da Manhã, 05-11-2010, Estado deve dois mil milhões 17

13. (PT) - i, 05-11-2010, Saúde diz que pagamento da ADSE explica buraco de 500 milhões 20

14. (PT) - Público, 05-11-2010, O investigador Tiago F. Outeiro, do Instituto de Medicina Molecular... 22

15. (PT) - Diário de Notícias, 05-11-2010, Novo remédio para leucemia aprovado 23

16. (PT) - Público, 05-11-2010, Um passo para perceber a resistência natural à sida 24

17. (PT) - i, 05-11-2010, Reformados perdem direito á acumulação da pensão com salário 25

18. (PT) - Jornal de Notícias, 05-11-2010, Portugal está no 40º lugar no ranking do desenvolvimento 26

19. (PT) - Público - P2, 05-11-2010, Há séries de televisão que dão coragem a quem está doente 27

20. (PT) - Sol, 05-11-2010, Médicos estrangeiros chumbados 28

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Tiragem: 50283

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Corte: 1 de 1ID: 32598315 05-11-2010 | Público Porto

S. João quer unidade de cuidados paliativosa O conselho de administração do Hospital de São João, no Porto, quer criar “em breve” uma nova unidade de cuidados paliativos e espera poder lançar, no próximo ano, o projecto de arquitectura para um novo hospi-tal ambulatório. “Vamos avançar em breve para uma nova unidade, pela primeira vez no Hospital de S. João, de cuidados paliativos”, afi rmou em entrevista à agência Lusa o presidente do conselho de administração, Antó-nio Ferreira.

No âmbito do projecto de renova-ção do hospital, que teve início em 2006, o presidente do conselho de administração espera ainda poder “lançar para o ano o projecto de ar-quitectura para o novo hospital am-bulatório, considerado uma neces-sidade emergente para o bem-estar dos doentes e para a saúde dos pro-fi ssionais”.

Actualmente, “mais de dois terços dos internamentos estão renovados” e contam com “quartos individuais, de duas e três camas”. “Todas as uni-dades de cuidados intensivos estão

novas. Toda a urgência, de adultos e pediatria, está totalmente renovada. A urgência de cuidados intensivos pediátricos está completamente no-va, tal como as unidades de cuidados intermédios”, acrescentou.

As obras de renovação do hos-pital, sustentadas pela própria ins-tituição, têm exigido “um grande esforço” no sentido de fazer com que os “exercícios de ano a ano ter-

minem em equilíbrio económico”.“Esse tem sido o grande esforço do

Hospital de São João e tem sido possí-vel. Esperamos este ano voltar a con-seguir”, adiantou António Ferreira. O presidente do conselho de adminis-tração salientou que a gestão feita tem permitido “que o capital social com que o Hospital de São João foi dotado não seja esbanjado a tapar os buracos de orçamentos defi citários”.

O projecto de renovação do hospital arrancou em 2006

CARLA CARVALHO TOMÁS

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Tiragem: 20000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 6,60 x 18,35 cm²

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CUidados paLiativos

Unidade é projeto do «são João»O conselho de administração do Hospital de São João quer criar “em breve” uma nova unidade de cuidados palia-tivos e espera poder lançar, no próximo ano, o projecto de arquitetura para um novo hospital ambulatório. “Vamos avançar em breve para uma nova unidade, pela primeira vez no Hospital de São João, de cuidados paliativos”, afir-mou o presidente do conselho de administração, António Ferreira. O diretor espera ainda poder “lançar para o ano o projecto de arquitetura para o novo hospital ambulatório, considerado uma necessidade emergente para o bem estar dos doentes e para a saúde dos profissionais”

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Diário do Minho Tiragem: 9000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

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Cores: Preto e Branco

Área: 27,47 x 36,48 cm²

Corte: 1 de 1ID: 32582298 04-11-2010

O médico queixoso foi admitido para traba-

lhar a “recibo verde” na pediatria do Hospital

de São Marcos em Dezembro de 1994, vendo

a formação do Brasil reconhecida pelo Minis-

tério e pela Ordem dos Médicos em 1996, com

o grau de assistente de pediatria da carreira

hospitalar.

Apesar dos decretos governamentais de

1996 e 1997, pelos quais foi feita a regulari-

zação dos clínicos precários, a administração

hospitalar não integrou os “brasileiros” Barros

Brito e Maurício Milet e forçou-os a assinar um

contrato de “clínico geral” – categoria inexis-

tente no Hospital – continuando a trabalhar

na urgência.

A decisão da administração ignorou a auto-

rização ministerial para que fosse contratado

dentro da sua habilitação profissional, ou

seja como “assistente de pediatria”, como

acabou por ser reconhecido pelo Tribunal

Administrativo do Porto em sentença tran-

sitada em julgado, há ano e meio, mas que

as administrações hospitalares ainda não

executaram, num “ping-pong” tripartido de

responsabilidades entre a Escala Braga, o

S. Marcos e a ARS/Norte.

A nomeação numa categoria inexistente e

num serviço sem quadro de pessoal coarctou ao

autor o direito de progredir na carreira médica,

sem auferir as remunerações compatíveis com

as suas habilitações, mas recebendo cerca de

metade das retribuições devidas aos colegas

pediatras.

Pelo meio, a administração liderada entre-

tanto por Lino Mesquita Machado pretendeu

ainda retirar o médico da urgência de pediatria

e colocá-lo no “serviço domiciliário”, apesar

de não ser geriatra, bem como proceder à

sua transferência para um centro de saúde,

solução que não é legalmente possível, tentar

a integração noutros serviços hospitalares

que não a pediatria e mesmo no “gabinete

de gestão de altas”.

Face à escusa de Barros Brito em não acei-

tar soluções não condizentes com os seus

direitos e competências, o Hospital acabou

por reduzi-lo à inactividade, desde meados

de 2006, altura em que para suprir as ne-

cessidades médicas da urgência contratou os

serviços de uma empresa externa, que custou

centenas de milhar de euros aos cofres do

São Marcos.

O processo frisa que «a situação descrita não

decorreu de qualquer erro de interpretação

legal, consistindo antes num acto doloso de

discriminação do autor». A acção intentada

pelo clínico acrescenta ainda que «os actos em

apreço violaram os direitos laborais do autor,

além de que outros factos ocorreram todos ins-

critos no âmbito persecutório pelo primeiro réu

[S. Marcos], através de Lino Mesquita Ma-

chado».

José Carlos � Lima

O médico José Barros Brito acaba de intentar uma nova acção contra o Hospital de São Marcos e o consórcio Escala Braga, com o objecti-vo de ser «ressarcido dos da-nos morais, científicos e pa-trimoniais em consequên-cia da não integração na es-pecialidade de pediatria» da carreira médica hospitalar, bem como pela «persegui-ção que lhe foi movida» pe-las anteriores administrações hospitalares, então dirigidas por Lino Mesquita Machado e Carlos Valério.

O montante da indemniza-ção ainda não foi fixado – sen-do determinado no decorrer do processo, que deu entra-da em meados de Outubro no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga – mas pode-rá ascender a várias centenas de milhar de euros, um valor

Pediatra processa hospital e continua impedido de trabalhar

Barros Brito reclama horas-extra na urgência e indemnização

a que se soma o valor das “horas-extra” feitas indevida-mente na urgência e os re-

troactivos pela diferença sa-larial decorrente da não inte-gração, os quais representam

ARQUIVO DM

mais de 400 mil euros acresci-dos de juros de mora.

A acção agora intentada solicita que os réus sejam condenados a pagar ao clí-nico, de origem brasileira, «o montante das horas ex-traordinárias efectuadas no Serviço de Urgência Pediá-trica até Julho de 2006, em montante a liquidar em exe-cução de sentença». A recla-mação decorre do clínico ter sido obrigado, desde 1999, a prestar todo o seu horá-rio na urgência pediátrica, quando a lei definia um li-mite de 12 horas semanais naquele serviço.

Administração do S. Marcos remeteu Barros Brito ao “parque de pessoal” apesar da falta de clínicos na urgência

Há quatro anose meio impedido de trabalhar…

Além das horas “extra” de urgência, Barros Brito pede também, na presente acção, «uma indemnização a título de danos morais sofridos em consequência da sua não in-tegração na carreira médica e pela ulterior perseguição que lhe foi movida pelo réu [Hos-pital de São Marcos], incluindo a violação do direito de ocu-pação efectiva desde Julho de 2006», data a partir da qual deixou de ter qualquer ocu-pação clínica directa, passan-do a “picar o ponto” e a mar-

car presença entre a bibliote-ca e o bar.

O médico pediatra está, as-sim, há quatro anos e meio sem desempenhar funções e sem poder progredir profis-sionalmente, numa espécie de “apartheid interno”, que lhe foi imposto a partir do momento em que este recusou esque-cer a injustiça laboral de que foi alvo desde Julho de 1999 e submeter-se a um novo con-curso público para pediatria. É que a sua aptidão e inte-gração na especialidade fora feita pelo decreto 81-A/968, que visava regularizar a situa-ção dos clínicos precários, da qual foram inexplicavelmente excluídos Barros Brito e Mau-rício Milet.

A “acção administrativa co-mum” é dirigida ao Hospital de São Marcos e ao grupo “Escala Braga” – que gere o hospital desde Setembro de 2009 – sendo certo que, in-dependentemente de quem vier, eventualmente, a pas-sar o cheque, as consequên-cias financeiras deste pro-cesso revertem integralmen-te para o bolso dos contri-buintes, via ARS/Ministério da Saúde. Este é, assim, o re-sultado das opções adminis-trativas tomadas ao longo de 11 anos pelos vários adminis-tradores hospitalares, que até à data não foram capazes de uma saída amigável para esta «birra xenófoba», como clas-sifica Barros Brito.

Pediatra e clínico geral à forçasem direito a carreira médica

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Tiragem: 50283

País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

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Área: 11,34 x 33,03 cm²

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IDT-Porto não está a internar doentes há uma semana

a Há novas regras para doentes com síndrome de abuso ou dependência de álcool que são tratados na Unidade de Alcoologia do Porto (UAP), um or-ganismo dependente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT). Ao que o PÚBLICO apurou, desde a se-mana passada que ninguém é interna-do. Mas a falta de internamento não se faz sentir apenas em relação àqueles doentes. Todos os utentes até agora tratados no ex-CAT (Centro de Aten-dimento a Toxicodependentes) de Ce-dofeita e que foram transferidos para a Unidade de Desabituação do Norte (UDN) também não dispõem ainda de resposta a nível do internamento. A UDN ocupa o mesmo edifício que a Unidade de Alcoologia, a funcionar no antigo hospital de Matosinhos, e a decisão de concentrar as duas unida-des, ambas pertencentes ao IDT, obri-gou a uma grande intervenção a nível do espaço que está a comprometer a resposta aos doentes.

Na sequência das novas regras, de-cretadas pela delegação regional do Norte do IDT, dirigida por Adelino Ferreira, com quem o PÚBLICO ten-tou falar ontem, mas sem sucesso, o internamento para os doentes alcooli-zados e toxicodependentes vai passar a ser comum, sendo que a alcoologia perde algumas camas em relação às que tinha. Até agora dispunha de 20 camas e agora vai passar a contar com 15 e a UDN fi ca com sete.

Para além desta situação, que im-plica que os doentes alcoólicos inter-nados deixem de fi car isolados como

acontecia até aqui, as alterações pro-postas pelo responsável regional do IDT têm também refl exos no plano da terapia de família e do acompanha-mento em contínuo do doente.

O PÚBLICO contactou a directora da UAP sobre as consequências des-tas e de outras mudanças que estão a ocorrer, mas Laura Lessa não quis falar. Também Georgina Samico, responsável pela Unidade de Desa-bituação do Norte, se remeteu ao silêncio, encaminhando todos os esclarecimentos para o delegado re-gional do IDT.

Mais disponível esteve João Goulão. O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência disse desco-nhecer “qual vai ser o desenho fi nal” para as duas equipas que tratam os doentes que acorrerem às duas uni-dades – “essa informação tem de ser prestada pela delegação regional do IDT” –, mas deixou claro que “não haverá nenhum desinvestimento em relação à resposta que é dada aos utentes tratados na UAP”.

“A Unidade de Alcoologia manter-se-á com toda a sua capacidade”, as-sumiu Goulão, em declarações ao PÚ-BLICO, afi rmando que o facto de as duas unidades estarem concentradas no mesmo espaço não se fará sentir no funcionamento daquela unidade, porque, frisou, “cada uma delas tem a sua própria especifi cidade”.

Ontem, a secção regional do Norte da Ordem do Enfermeiros, presidi-da por Germano Couto, reagiu aos cortes no IDT, que vai dispensar 200 trabalhadores precários. Em comuni-cado, Germano Couto advertiu que “é gravíssimo retirar recursos huma-nos estruturais a qualquer área de in-tervenção (...), onde os enfermeiros são centrais nos cuidados prestados a esta população-alvo”. “É hipocrisia acreditar que estes cortes não afecta-rão a capacidade de resposta e aten-dimento”, acrescenta.

Margarida Gomes

Reorganização de serviços obriga ao encerramento temporário do internamento de doentes alcoólicos e toxicodependentes

Para a deputada do PSD Carla Barros, o acréscimo de 1,4 milhões de euros que o Orçamento para 2011 prevê para o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) não faz sentido “quando este instituto público está a encerrar serviços”. Também a comunista Paula Santos criticou ontem no Parlamento que o Governo não “esclareça as suas prioridades na toxicodependência”, perante as dificuldades financeiras do IDT. O PSD considerou que o IDT “neste momento é apenas e tão-só uma gigantesca estrutura de

redução de riscos”. E acrescentou que, “se tivermos o IDT apenas para distribuir metadona, o melhor é começarmos a recorrer às IPSS [instituições particulares de solidariedade social]”. Em resposta, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu que os resultados portugueses são “internacionalmente conhecidos” e condenou o “discurso retrógrado” do PSD, afirmando que não olham para os toxicodependentes “como doentes” e que o IDT terá “o maior orçamento de sempre”. R.B.S.

IDT recebe mais 1,9 por centoPSD pede explicações sobre aumento de verbas

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Tiragem: 50283

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Âmbito: Informação Geral

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Combate à drogaIDT parou internamentos no Porto Pág. 13

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Âmbito: Informação Geral

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Âmbito: Informação Geral

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Âmbito: Informação Geral

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Jovens médicos pedem novo modelo de contratação

Margarida Gomes

a É preciso um novo modelo de con-tratação, mais rápido e organizado, de clínicos recém-especializados em medicina geral e familiar. Esta vai ser a mensagem que um grupo de médi-cos em medicina geral e familiar vai deixar numa conferência de impren-sa, convocada para hoje, em Lisboa, para denunciar as difi culdades que enfrentam quando terminam a espe-cialidade. Dizem que o actual modelo é “lento e desorganizado” e que “a contratação não é feita atempada-mente, fi cando os recém-especialistas vários meses ou anos a aguardar colo-cação no Serviço Nacional de Saúde”. E não entendem que existam tantos obstáculos na contratação de especia-listas numa área que é actualmente defi citária em Portugal.

A presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Isabel Caixeira, decidiu associar-se às preo-cupações dos jovens médicos e ao seu propósito de denunciar “os problemas que lhes são colocados em prejuízo dos utentes dos centros de saúde”. On-tem, em declarações ao PÚBLICO, Isa-bel Caixeira defendeu nova legislação para ultrapassar as difi culdades colo-cadas pelo Estado na contratação de recém-especialistas em medicina ge-ral e familiar e lembrou que em Julho passado a Assembleia da República

aprovou uma recomendação no sen-tido se corrigir o modelo de colocação de jovens especialistas.

“A tutela, e muito bem, considera a medicina geral e familiar a base do Sistema Nacional de Saúde e, como tal, tem aberto mais vagas para essa especialidade. O que não está bem é o tempo que depois os médicos têm de esperar entre o fi m da especiali-dade, a realização de concursos e a colocação no SNS”, afi rma a médica, que denuncia uma outra situação. “O que está a acontecer é que no fi nal da especialidade aqueles médicos ganham menos do que ganhavam como internos, porque, ao contrário dos hospitais-empresa [Entidades Pú-blicas Empresariais], nos centros de saúde não existe o modelo de contra-to de trabalho individual”.

Isabel Caixeiro alerta para a ne-cessidade de se resolver a questão da contratação de médicos daquela especialidade, porque, sublinha, ”o Serviço Nacional de Saúde está a fi -car com os serviços vazios”, dada a saída de inúmeros médicos experien-tes que estão a passar à situação de reforma.

A falta de médicos de família tem vindo a agravar--se com a reforma de vários especialistas nos últimos anos

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Tiragem: 166865

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Âmbito: Informação Geral

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Âmbito: Informação Geral

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Âmbito: Informação Geral

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Parlamento Deputados começaram ontem a ouvir ministros sobre o OE 2011

Apesar do saldo negativo em dois anos, ministra prevê lucro em 2011DANIEL ROCHA

Saúde escondevalor do buraco acumuladodo SNSMinistério omite défi ce acumulado no mapa com a execução da Saúde. Buraco deverá ultrapassar já os mil milhões de euros

Romana Borja-Santose João d’Espiney

a Os responsáveis do Ministério da Saúde esconderam o valor do défi ce acumulado (saldo do exercício mais dívidas de anos anteriores) no mapa com a execução orçamental do Servi-ço Nacional de Saúde (SNS). Ao contrá-rio do que acontece todos os anos no Parlamento, no âmbito da discussão na especialidade das propostas do Or-çamento do Estado (OE), o mapa que a ministra Ana Jorge e os secretários de Estado, Óscar Gaspar e Manuel Pizar-ro, entregaram aos deputados e à co-municação social com a execução de 2010 não tem qualquer referência ao valor do saldo (défi ce) acumulado do SNS. Apesar da insistência dos depu-tados da oposição, os responsáveis do ministério não revelaram esse valor.

E percebe-se porquê. É que o bu-raco da Saúde deverá ultrapassar já os mil milhões de euros, tendo em conta que no fi nal de 2009 o défi ce acumulado do SNS atingia quase os 600 milhões de euros e que este ano as contas da Saúde derraparam em mais de 500 milhões de euros. À saída do plenário, o PÚBLICO perguntou ao secretário de Estado Óscar Gaspar se os números são tão negros que mere-cem ser escondidos, mas o governante defendeu-se dizendo que a tabela que excluíram este ano é de “ordem mais técnica” e justifi cou que não foi soli-citada pelos deputados. No entanto, durante a tarde, vários foram os depu-tados que repetiram a mesma pergun-ta: “Qual é a dívida total acumulada do SNS?” “A senhora ministra não escla-rece o que importa saber e também não contabiliza a dívida a fornecedo-res que já é superior a 1500 milhões. Vai fi car para a história como a pessoa que destruiu o SNS”, disse a centrista Teresa Caeiro. Uma preocupação tam-bém manifestada pelo bloquista João Semedo, pelo comunista Bernardino Soares e pela social-democrata Clara Carneiro. Manuel Pizarro limitou-se a responder que “a despesa com a Saú-de está controlada e muito longe dos maus agoiros”.

Em relação ao défi ce do exercício, o mapa facultado revela que este se

situará nos 199,4 milhões de euros, um valor inferior à derrapagem de mais 500 milhões já assumida pelo Gover-no pela voz do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. Óscar Gaspar explicou que a diferença é justifi cada pelas parcelas que são consideradas por cada ministério, explicando que nestes 500 milhões estão os 385 que Ana Jorge teve de avançar aos hospi-tais em nome da ADSE, 100 milhões da derrapagem com a comparticipa-ção dos medicamentos a 100 por cen-to e 50 da despesa com farmácia em ambulatório.

Estes 199,4 milhões são ainda bem diferentes (para pior) dos 24 milhões de euros de saldo positivo que o minis-tério estimava alcançar no fi nal deste ano, aquando da discussão da propos-ta de OE2010.

Estes dados confi rmam que as me-didas anunciadas em Maio pela minis-tra da Saúde para conter a despesa e o desperdício no sector – que segundo Ana Jorge iriam ter efeitos ao longo do segundo semestre – afi nal não tiveram grande impacto.

Os dados agora revelados indicam ainda que o défi ce do exercício de 2009 ainda foi pior do que o inscrito no mapa do ano passado. O ministério previa ter um saldo negativo de 331,1. Agora fi cou a saber-se que foi de 394,8 milhões de euros.

Apesar deste cenário, para 2011 a tutela faz uma previsão ainda mais positiva do que aquela que em 2009 fez para 2010: para o ano Ana Jorge estima que o SNS venha mesmo a dar um lucro de 31,9 milhões de euros.

PSD fala em três milhões só com assessores. Ministra desmente

Ordenados dos gabinetes geram polémicaa Quanto ganham os membros do Governo na área da saúde? A ques-tão foi ontem levada ao Parlamento pela deputada do PSD Maria Teresa Fernandes. As contas da parlamentar mostram que a despesa em ordenados dos gabinetes da ministra da Saúde e dos dois secretários de Estado totaliza cerca de três milhões de euros. Um va-lor que foi prontamente desmentido por Ana Jorge.

A deputada Maria Teresa Fernandes salientou que a despesa global prevista para 2011 será de 2,9 milhões (abaixo dos 3,2 milhões de 2010), mas conside-rou que “a credibilidade destes cortes fi ca posta em causa quando se cons-tata que, em plena crise, os gabinetes ministeriais da saúde têm 19 adjuntos e assessores, quando não deveriam ter

mais do que 11”. A deputada do PSD criticou ainda o aumento dos gastos com pessoal não vinculado à função pública e defendeu ser uma “total falta de transparência que a remuneração da principal assessora de imprensa do Ministério da Saúde não conste do despacho de nomeação publicado em Diário da República”. E acrescentou: “Era importante que o ministério aproveitasse a oportunidade para de-fender a probidade dessa contratação,

desmentindo que a referida assessora aufere uma remuneração na ordem dos 10 a 14 mil euros mensais.”

A ministra Ana Jorge não referiu o caso concreto da assessora, mas ga-rantiu que o total dos ordenados com assessores e adjuntos não ultrapassará os 804 mil euros, um valor até inferior aos 893 mil euros de 2010.

Em resposta escrita enviada ao PÚ-BLICO, a tutela também desmentiu as notícias veiculadas e insistiu que o valor que será pago para o ano “já re-presenta um decréscimo de nove por cento face ao Orçamento de 2010”, relembrando que no presente ano “o Ministério da Saúde voluntariamente cortou cinco por cento em despesas de funcionamento”. Romana Borja-Santos

500milhões de euros é o valor da derrapagem das contas da Saúde só este ano. No final de 2009, o défice acumulado do SNS era de 592 milhões de euros

Derrapagem

804mil

euros é o montante que o ministério prevê gastar em 2011 com assessores e adjuntos, menos 90 mil do que este ano

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Governo escondeu défi ce acumulado do Serviço Nacional de Saúde nas contas de 2010Mapa entregue por Ana Jorge aos deputados não refere saldos atrasados, como é prática habitual a Buraco do SNS deverá ultrapassar já os mil milhões de euros Pág. 12

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A ministra da Saúde assegura que a redução da transferência de verbas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de 6,4 por cento, pro-posta no OE2011, “não coloca em causa a qualidade dos cuidados a prestar”.

“A redução da transferência para o SNS de 6,4 por cento, pro-posta no Orçamento do Estado para 2011 (...), não coloca em causa nem a quantidade nem a qualidade dos cuidados a pres-tar”, afirmou Ana Jorge na audição das Comissões Parlamentares do Orçamento e Finanças e da Saúde de discussão na especialidade do OE2011.

Ana Jorge admitiu que é um “orçamento difícil, mas que de-fende o Serviço Nacional de Saú-de”, sublinhando que a redução do défice é “condição fundamental para garantir as políticas públi-cas, de que o SNS não é exceção”. A ministra da Saúde adiantou que as medidas tomadas permitem en-frentar “o cenário de restrições que se impõem com a proposta do OE e que se traduz na dimi-nuição de 6,4 por cento na do-tação inicial das transferências para o SNS”.

“Esta redução é acompanhada das correspondentes medidas de racionalização da despesa”, fri-

sou, lembrando medidas tomadas este ano como o novo pacote de medicamentos, com um impacto anual direto superior a 200 milhões de euros nas despesas do SNS.

Já o deputado Luís Gonelha (PS) afirmou que “é um orçamento ex-tremamente difícil para o país”, mas lembrou que o Ministério da Saúde é o segundo em termos de peso do orçamento, o que conside-rou significativo.

“O peso de 15 por cento mos-tra que o PS aposta nas políticas de saúde, mas tem a noção de que tem de haver reduções signicati-vas” devido às dificuldades que o país atravessa.

Redução de verbas para a Saúde

Qualidade dos serviços está garantida

ana Jorge. Ministra da Saúde foi ontem ouvida no Parlamento

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Ministériosda Educaçãoe da Saúdegarantemcontinuidadede serviçosgratuitos

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O investigador Tiago F. Outeiro, do Instituto de Medicina Molecular, ganhou pela segunda vez uma bolsa da fundação norte-americana Michael J. Fox. A bolsa destina-se a financiar projectos de investigação inovadores na área do tratamento da doença de Parkinson.

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Um passo para perceber a resistência natural à sida

Ana Gerschenfeld

a Quase todas as pessoas infectadas pelo VIH desenvolvem sida, se não forem tratadas. Mas em cerca de um caso em 300, isso não acontece. Mes-mo sem tratamento, o sistema imuni-tário desses “controladores do VIH” (HIV controllers) consegue vencer o vírus, impedindo espontaneamente a sua replicação descontrolada nas células do corpo. O que os distingue da generealidade dos outros – dos HIV progressors, cuja infecção pelo VIH leva inexoravelmente, na ausência de medicamentos, à sida declarada? Um artigo hoje publicado na revista Scien-ce levanta uma ponta do véu, forne-cendo talvez um elemento essencial para se conseguir um dia imunizar os seres humanos contra a sida.

Liderados por Florencia Pereyra, do Instituto Ragon, nos EUA, os mais de 300 cientistas do International HIV Controller Study, a trabalhar em mais de 200 instituições no mundo (entre elas, o Hospital de Santa Maria em Lisboa e o Hospital de São João no Porto), compararam os genomas de quase 1000 “controladores” com os de 2600 pessoas sem resistência na-

tural face ao VIH. Estavam à procura de pequenas variações genéticas sus-ceptíveis de explicar a desigualdade dos dois grupos perante a sida.

Analisaram um milhão de pontos no genoma de cada um e descobriram 300 locais cujas diferenças pareciam estar estatisticamente relacionadas com a capacidade de controlo do VIH pelo organismo. Todas as variações se encontram no cromossoma humano 6, em regiões responsáveis pelo fa-brico de proteínas do sistema HLA, fundamental para a luta do organis-mo contra as doenças.

A seguir, um processo desenvol-vido por dois dos autores permitiu concluir que as variações em causa afectam cinco componentes de base (ou aminoácidos) de uma proteína chamada HLA-B, essencial à elimi-nação pelo sistema imunitário das células infectadas por vírus. Mais precisamente, a HLA-B agarra-se aos fragmentos de proteínas virais pre-sentes nas células infectadas, leva-os até a membrana celular, e deixa-os ali “espetados”, bem visíveis do exterior da célula, como pequenas bandeiras. Assim marcadas, as células infectadas serão reconhecidas e atacadas pelas células “assassinas” do sistema imu-nitário. De facto, todas as variações identifi cadas infl uem sobre a efi cácia com que a HLA-B se liga ao VIH.

Em cada mil pessoas infectadas pelo VIH, entre três e quatro nunca vão ter sida, mesmo sem tratamento

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As séries que relatam a história de alguém com uma doença grave multiplicam-se. E podem ser inspiradoras, apesar do risco de nem sempre darem um retrato fi el da realidade. A alta-comissária para a Saúde acha que até deviam ser mais

a Os portugueses mantêm uma relação forte com a televisão. Dentro das suas casas a atenção vira-se para a televisão como se de uma pessoa se tratasse. Ela dá informação, entretém, é tema de conversa e consegue até infl uenciar atitudes. Mas quando o tema é saúde dará a televisão uma representação fi el da realidade? E pode ajudar quem está doente?

Longe do sucesso de ER (Serviço de Urgência) ou Dr House, que têm o hospital como cenário principal, a abordagem da doença em séries televisivas é cada vez mais frequente. O Sexo e a Cidade, Donas de Casa Desesperadas, Irmãos e Irmãs, A Letra L, Anatomia de Grey e, mais recentemente, The Big C são séries distintas, umas de humor e outras

mais dramáticas, mas em comum têm o facto de representarem a luta de alguém contra uma doença grave.

O tabu da doença como algo terrível e da qual as pessoas têm vergonha e medo de falar está a desaparecer. Mas o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, vê o fenómeno com cautela. “É preciso perceber que estas séries servem para entreter e por isso tendem a ver a realidade de uma forma positiva, esquecendo muitas vezes as verdadeiras consequências.”

O mais recente caso de sucesso é a série norte-americana, que se estreou em Agosto deste ano e ainda sem emissão em Portugal, The Big C. Aqui, conta-se a história de uma mulher que muda a sua vida quando descobre que tem cancro em fase terminal. Ao saber

que tem os dias contados, Cathy Jamison, protagonizada pela actriz Laura Linney, decide aproveitar a vida ao máximo e enfrentar a situação com humor.

As mensagens de apoio multiplicaram-se na página ofi cial de The Big C e muitos doentes fi zeram mesmo questão de deixar o seu testemunho. “Tenho cancro, estágio IV, e esta série é inspiradora. Ajudou-me a ver a vida e a doença com outros olhos. Obrigada”, escreveu uma telespectadora.

Mas Pedro Nunes alerta: “Não se pode esquecer a diferença cultural entre a realidade americana e a portuguesa. Nem tudo o que se passa lá [EUA] se pode aplicar à nossa realidade.”

Desmistifi cação da doençaJá para Maria do Céu Machado, alta-comissária para a Saúde, “tudo isto são formas de informar e um cidadão informado lida melhor com a sua doença”.

Defensora de uma educação para a saúde, Maria do Céu Machado entende que todas as séries, novelas e programas de televisão deviam dar atenção ao tema. “Há uns anos era tudo muito diferente, o doente não sabia nada, nem tinha noção do que se passava consigo. Hoje, com a Internet e com a televisão, até costumamos brincar e dizer que o doente quando vem ao médico é para ouvir

uma segunda opinião.”E o risco de banalização da

doença? A alta-comissária acha que não existe. “É uma mais-valia”, afi rma. Ideia igualmente partilhada por António Vaz Carneiro, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa: “Estas séries dão força e coragem e isso é muito bom.”

Apesar de levantarem algumas questões em relação ao rigor médico, a abordagem positiva da forma como se pode lidar com a doença, que geralmente estas séries retratam, pode ajudar o doente a enfrentar o seu problema, continua Vaz Carneiro. “Há uma desmistifi cação da doença. Ao verem estas séries os doentes partilham os medos e as ânsias dos personagens e isso vai ajudá-los a encarar o problema, deixando de ter medo.”

“Expectativa elevada”Agostinho Marques, director da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, defende que “tudo depende da qualidade” dos programas. “Há séries muito bem feitas e que, defi nitivamente, podem ajudar o doente a lidar com a doença”, diz o médico. Porém, “é preciso ter muito cuidado, porque quando se mostra uma doença na televisão, particulariza-se e cada caso é um caso”.

Há um outro risco. As pessoas têm tendência para se identifi carem com as situações que vêem representadas na televisão, o que muitas vezes pode “acabar em desilusão”. “Expectativa elevada”, chama-lhe António Vaz Carneiro.

Em Portugal, os autores começam agora a mostrar esta preocupação. Cancro e esclerose múltipla já tiveram

a sua representação em telenovelas portuguesas, trazendo assim o tema para discussão pública e alertando as pessoas para o problema. A alta-

comissária para a Saúde acredita que “devia haver

muito mais”. “As novelas

brasileiras têm por hábito introduzir motivos de saúde e chamar a atenção para os problemas e ainda falta um pouco disso nas novelas portuguesas”,

conclui Maria do Céu Machado. “É preciso

despertar o cidadão.”

Cláudia Carvalho

The Big C

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Há séries de televisão que dão coragem a quem está doente

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