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FACULDADE SETE DE SETEMBRO- FASETE CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO Janete Araujo da Cruz ANÁLISE DOS FATORES ERGONÔMICOS DO AMBIENTE E SUA RELEVÂNCIA PARA A MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E DO CLIMA ORGANIZACIONAL: um estudo de caso no Fórum da Comarca de Glória - BA. PAULO AFONSO - BA JUNHO - 2010

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FACULDADE SETE DE SETEMBRO- FASETE

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

Janete Araujo da Cruz

ANÁLISE DOS FATORES ERGONÔMICOS DO AMBIENTE E SUA RELEVÂNCIA

PARA A MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E DO CLIMA

ORGANIZACIONAL: um estudo de caso no Fórum da Comarca de Glória - BA.

PAULO AFONSO - BA

JUNHO - 2010

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Janete Araujo da Cruz

ANÁLISE DOS FATORES ERGONÔMICOS DO AMBIENTE E SUA RELEVÂNCIA

PARA A MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E DO CLIMA

ORGANIZACIONAL: um estudo de caso no Fórum da Comarca de Glória - BA.

Monografia apresentada ao curso de

Administração da Faculdade Sete de

Setembro – FASETE, para obtenção

do Título de Bacharela em

Administração.

Orientadora: Professora M. Sc. Renata

Cristine de Sá Pedrosa.

PAULO AFONSO - BA JUNHO - 2010

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Aos meus pais, com quem aprendi, desde cedo, tudo o que sei sobre

respeito, humildade, coragem e dedicação. A eles, eu dedico o

sucesso deste trabalho, resultado de uma vida de amor.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus pela proteção tão sentida por mim

sempre, todos os dias. Obrigado Pai, Tua Presença é o meu rumo nestas estradas

tão desconhecidas de minha vida. És a fortaleza do meu viver, a inspiração plena

que me faz tão feliz!

Aos meus pais, Manoel e Marlene, que sempre torceram pela minha realização

pessoal e profissional. Agradeço os cuidados, o amor, a educação e as orientações

que recebi durante toda a minha vida. Hoje estou sendo motivo de grande orgulho

para eles.

Ao meu esposo Leonidio, que sempre esteve ao meu lado, mesmo quando

precisava se ausentar, me apoiando, orientando e me fazendo acreditar na minha

capacidade diante das dificuldades do caminho. Muito obrigada. O teu ombro e a tua

compreensão sempre foram essenciais para mim.

Às colegas de trabalho Marília e Nábila, pela amizade e, acima de tudo, pelos

momentos de reflexão que me ajudaram a suportar momentos difíceis e pelas vezes

que estiveram disponível a ajudar na execução deste trabalho.

A orientadora Profª Renata Cristine, por acreditar e se entregar, junto comigo, no

aperfeiçoamento e conclusão deste estudo.

Aos colegas de graduação que somaram conhecimento comigo nas atividades

acadêmicas, especialmente aos meus colegas de equipe, por estarem ao meu lado

como verdadeiros amigos nos momentos de angústia e de alegrias tão intensas.

E a todos aqueles amigos e familiares que deixei esperando por um telefonema,

uma visita, um e-mail, sempre priorizando meus estudos: sobrinhos, cunhada, tios...

Obrigado pela compreensão. Hoje estou realizando um sonho e agora teremos mais

tempo para viver muitos momentos juntos.

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Meu Deus, me dê a coragem.

Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites com plenitude. (...) Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. (...) Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar.

Clarice Lispector

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RESUMO

No mundo atual, caracterizado pela alta competição, a otimização do trabalho é um

fator fundamental para o êxito das pessoas e das organizações. Alguns aspectos

como saúde e excelência de desempenho são fundamentais para a eficiência e

eficácia no que concerne ao desenvolvimento das funções de todas as empresas.

Em vista disso, é que cada vez mais está sendo cobrada das organizações, tanto

por seus colaboradores internos quanto por instituições de fiscalização

governamentais, no Brasil e no mundo, a aplicação da Ergonomia para a promoção

da saúde física e psicológica, bem como a segurança dos funcionários no

desempenho de suas funções ocupacionais. Ergonomia consiste no estudo que visa

à adaptação do trabalho ao homem, ou seja, das máquinas, equipamentos e

ambientes de trabalho dos trabalhadores, por meio da identificação dos problemas

que estes enfrentam em suas atividades. O desenvolvimento deste trabalho deu-se

no Fórum da Comarca de Glória - Bahia, uma vez que verificou-se a elevada

demanda de pessoas (advogados e população em geral) que procuram diariamente

os serviços oferecidos pela organização, e teve por objetivo principal fazer uma

análise dos fatores ergonômicos do ambiente e sua relevância para a melhoria das

condições de trabalho e do clima organizacional, verificando-se a realidade

vivenciada pelos funcionários desta empresa em estudo. Seu quadro funcional é

composto por dez pessoas e, proveniente da análise foi possível realizar um

diagnóstico ergonômico na organização e fazer algumas recomendações, visando

proporcionar maior conforto, segurança e bem-estar para os colaboradores. A

pesquisa caracterizou-se como quantitativa, onde, inicialmente realizaram-se

revisões bibliográficas acerca das doenças profissionais. Os funcionários foram

entrevistados em sua totalidade, cujo levantamento das condições de trabalho foi

possível através da aplicação de um questionário com perguntas fechadas e da

observação direta in loco. Os resultados obtidos refletem a insatisfação dos

colabores com o ambiente a partir dos fatores ergonômicos, contudo, avaliaram de

forma positiva o clima organizaciona.

Palavras-chave: ergonomia, saúde, colaboradores.

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ABSTRACT In today's world, characterized by high competition, optimizing the work is a fundamental factor in the success of individuals and organizations. Some aspects such as health and performance excellence are key to the efficiency and effectiveness in relation to the development of the functions of all firms. In view of this, is that increasingly is being charged organizations, both for its internal employees and by government oversight institutions, in Brazil and abroad, the application of ergonomics to promote physical and psychological health and safety officials in performing their occupational duties. Ergonomics is the study which seeks to adapt work to the worker, ie, machinery, equipment and work environments of employees, by identifying the problems they face in their activities. The development of this work took place in the forum County Glória - Bahia, since there was a high demand of people (lawyers and general public) who daily seek the services offered by the organization, and aimed to make a major analysis of ergonomic factors of environment and its relevance to the improvement of working conditions and organizational climate and there is the reality experienced by employees of this company under study. Your team is composed of ten persons, and from the analysis was possible for an ergonomic diagnosis in the organization and make some recommendations in order to provide greater comfort, safety and welfare for employees. The survey characterized as quantitative, which initially took place about literature review of occupational diseases. The officials were interviewed in their entirety whose survey of working conditions was made possible through the application of a questionnaire with closed questions and direct observation in situ. The results reflect the dissatisfaction of those collaborators with the environment from the ergonomic factors, however, assessed in a positive organizational climate. Keywords: ergonomics, health, employees.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................09

1.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA...........................................................................12

1.2 OBJETIVOS.......................................................................................................13

1.2.1 Objetivo Geral................................................................................................13

1.2.2 Objetivos Específicos...................................................................................13

1.3. JUSTIFICATIVA................................................................................................14

2. REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................16

2.1A Ergonomia......................................................................................................16

2.1.1Abordagens sobre Ergonomia......................................................................17

2.1.2Tipos de Ergonomia.......................................................................................20

2.1.3Aplicações da Ergonomia..............................................................................21

2.2A Administração Aplicada à Saúde do Trabalhador.......................................24

2.2.1Equipamentos dos postos de trabalho........................................................26

2.3O ambiente Físico do trabalho.........................................................................29

2.3.1 Layout.............................................................................................................29

2.3.2 Iluminação......................................................................................................30

2.3.3 Ruído...............................................................................................................31

2.3.4 Temperatura...................................................................................................31

2.4 CLIMA ORGANIZACIONAL..............................................................................32

2.5 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO...........................................................33

3 METODOLOGIA....................................................................................................35

3.1 O método. .........................................................................................................35

3.2 Tipos de Pesquisa............................................................................................35

3.2.1Quanto aos fins..............................................................................................35

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3.2.2Quanto aos meios de investigação................................................................37

3.2.3Quanto ao ambiente de pesquisa...................................................................39

3.3 Tipos de Fontes..................................................................................................39

3.4 Instrumento de coleta de dados.......................................................................40

3.4.1Questionário.....................................................................................................41

3.4.2Observação.......................................................................................................41

3.5 Análise dos dados..............................................................................................42

4.Resultados e Análises..........................................................................................43

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................66

6 REFERÊNCIAS ......................................................................................................70

APÊNDICES...............................................................................................................73

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1 INTRODUÇÃO

O trabalho é um importante concorrente para o equilíbrio físico, social e psicológico

do ser humano. Este, por sua vez, pode tanto mobilizar suas capacidades humanas

como desencadear conflitos entre o homem e o trabalho. A coação exercida pelo

mercado globalizado e a omissão por parte de algumas empresas/instituições em

relação às necessidades individuais dos seus colaboradores tem sido fonte

desencadeadora de insatisfação, estresse e enfermidades diversas, acarretando

sérios prejuízos às pessoas e às organizações.

Para levar a efeito suas atividades, o homem necessita dispor de variados recursos

que auxiliem e completem seu trabalho, sejam referentes ao ambiente, aos

equipamentos, aos meios de produção ou da maneira como é executado esse

trabalho, entre outros fatores. Emerge-se, então, a necessidade de se estudar os

princípios da ergonomia e sua importância para a adequação desses recursos

inerentes ao processo de trabalho, primando pela saúde do funcionário, uma vez

que a ergonomia visa a adaptação do trabalho ao indivíduo, assim como define Iida

(1990, p. 01):

A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem, o trabalho aqui tem uma acepção bastante ampla, abrangendo não apenas aquelas máquinas e equipamentos utilizados para transformar os materiais, mas também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e seu trabalho. Isso envolve não somente o ambiente físico, mas também os aspectos organizacionais de como esse trabalho é programado e controlado para produzir os resultados desejados.

Assim, a ergonomia não diz respeito somente aos maquinários e aos equipamentos

que os trabalhadores utilizam para realizar suas funções, mas também se refere a

outros fatores que estão presentes nos ambientes de trabalho, podendo ser aplicada

em qualquer situação e em qualquer lugar onde o ser humano estiver inserido.

Para Barbosa (2001, p. 36) “ergonomia é o termo designativo da aplicação

multidisciplinar de conhecimentos que trata de uma série de cuidados que envolvem

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o homem e as particularidades inerentes a cada tarefa que realiza na condição de

trabalho, observadas as características e limitações individuais”. Nesse sentido, o

trabalho deve ser entendido em sua forma mais ampla, não somente relacionado ao

esforço físico, mas em todas as suas dimensões para que seja possível potencializar

os resultados desse trabalho e minimizar os esforços, os desgastes e os danos à

saúde humana oriundos dessas condições.

Levando em consideração os aspectos referentes ao processo de trabalho, torna-se

imprescindível que haja nas empresas uma prática de análise ergonômica com a

finalidade de adequar o trabalho às características fisiológicas e psicológicas do

trabalhador, o que contribuiria para um melhor desempenho de suas atividades.

O ambiente de trabalho deve proporcionar para as pessoas uma melhor qualidade

de vida, o que resultará em sua satisfação e bem-estar físico e emocional. Nesse

sentido, à medida que o funcionário estiver mais satisfeito com seu trabalho ele

tende a apresentar um maior comprometimento com a empresa da qual faz parte,

caso contrário, terá dificuldades de relacionamento e principalmente de

desempenho, o que também será causador de insatisfação e conflitos.

A ergonomia, então, se preocupa em analisar todas as vertentes envoltas ao

desempenho do trabalhador, ocasionando, assim, a minimização do esforço físico na

realização das tarefas, condições agradáveis de higienização, proporcionando

conforto, bem-estar e qualidade de vida.

É interessante que os gestores das empresas estejam desenvolvendo a consciência

de se preocuparem com a saúde e segurança dos seus funcionários nos locais de

trabalho, uma vez que o capital humano vem se tornando um dos maiores

patrimônios das organizações.

Existe a necessidade de preservação física e mental dos integrantes das empresas,

pois, assim, aumentarão a produtividade, além de diminuir o absenteísmo e

afastamento de suas atividades decorrentes de doenças, além dos custos para

ambas as partes.

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Alguns aspectos ergonômicos relacionados ao trabalho envolvendo as posturas e as

forças aplicadas durante o trabalho, a carga de trabalho físico e psíquico e os

movimentos repetitivos inerentes à atividade desenvolvida têm influência direta

sobre a saúde do trabalhador e, conseqüentemente, sobre a eficiência do serviço a

ser executado. Uma Análise Ergonômica do Trabalho poderá otimizar a forma de

execução das atividades às características do ser humano, determinando, assim, o

sucesso do serviço prestado, bem como na conservação da saúde dos profissionais

de qualquer instituição.

Diante do exposto, a organização escolhida para a realização da análise ergonômica

foi o Fórum da Comarca de Glória-BA, observando-se todas as circunstâncias às

quais são submetidos os seus funcionários no âmbito da realização de suas tarefas.

Avaliou-se como é tratada ergonomicamente a saúde ocupacional, bem como a

satisfação do profissional com o ambiente de trabalho.

A cidade de Glória-BA, ainda que de pequeno porte de desenvolvimento econômico,

mas com um número considerável de habitantes, implica em grande demanda pelos

serviços do Fórum local pela população, uma vez que este atende também às

pessoas da área rural deste município, sendo, portanto, uma instituição de suma

importância para a população, o que levou à sua escolha para análise do tema em

estudo.

O Fórum de Glória, denominado Arthur Costa Pinto, fica localizado na Praça

Eduardo Campos, s/ nº, no centro da cidade de Glória - Bahia. È um Órgão Público

que oferece os serviços da Justiça e está inscrito no CNPJ/MF sob o n°

13572714/0001-16. Oferece os serviços das Varas Cível e Crime, cada uma

composta de escrivão e escreventes, e também do Tabelionato de Notas e Registro

Civil representado por uma oficiala, compondo um quadro de 10 funcionários. O Juiz

da Comarca é o Dr. Valécius Passos Beserra, que é o superior hierárquico da

empresa, seguido da administradora do Fórum, a senhora Vanda Maria Vieira.

Espera-se, dessa forma, que o estudo venha contribuir para a melhoria dos fatores

ergonômicos encontrados, bem como aumentar o nível de satisfação e bem-estar

dos funcionários da referida organização.

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1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

É perceptível a baixa preocupação nos órgãos públicos com relação à saúde

ocupacional de seus servidores. É senso comum a grande quantidade de servidores

que estão aposentados por invalidez permanente decorrente de doenças

ocupacionais e a inatividade do Governo em implantar algum tipo de política de

prevenção a essas doenças.

Atualmente, praticamente todas as unidades do serviço público são informatizadas e

a informatização que tanto auxilia na agilidade e praticidade dos serviços oferecidos,

especialmente no atendimento e nas informações referentes aos processos judiciais,

pode trazer grandes malefícios aos servidores como, por exemplo, a LER( Lesão por

Esforço Repetitivo), que, em se tratando de uma doença relacionada ao trabalho,

especificamente, deve ser tratada por DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado

ao Trabalho).

“O termo LER/DORT é abrangente e se refere aos distúrbios ou doenças do sistema

músculo-esquelético, principalmente de pescoço e membros superiores,

relacionados ou não, ao trabalho” (ROCHA, 2008 p. 36).

Em muitos ambientes de trabalho é possível ver profissionais serem afetados por

desconfortos ou lesões musculares, dores nas costas e articulações, estresse e

desmotivação entre outros problemas, o que gera desconforto, insatisfação e

improdutividade e, conseqüentemente, no afastamento do funcionário por motivo de

doença, o que implica em prejuízos para a empresa, seja em produtividade ou na

contratação de novos profissionais.

Segundo Rocha, (2008, p. 37), “o quadro clínico das LER/DORT é muito variado e

inclui queixas de dor, formigamento, dormência, choque, peso e fadiga precoce.

O Poder Judiciário, órgão público, neste projeto representado pelo Fórum de Glória-

BA, necessita implantar uma política de ergonomia nas suas unidades,

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manifestando, assim, sua preocupação com a integridade física e psicológica de

seus servidores.

Sendo assim, este estudo visa avaliar o processo descrito, partindo do seguinte

questionamento: Como os fatores ergonômicos podem influenciar no desempenho

funcional e clima organizacional dos funcionários do Fórum de Glória-Bahia?

1.2 OBJETIVOS

Foram demonstrados o objetivo geral e específicos da pesquisa, descrevendo uma

visão macro do que se pretendia atingir com o estudo, através de etapas que foram

cumpridas durante o trabalho.

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar os fatores ergonômicos do ambiente e sua relevância para a melhoria das

condições de trabalho e do clima organizacional necessários ao desempenho

organizacional no Fórum de Glória – BA.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Demonstrar a importância da ergonomia para as organizações;

• Identificar e analisar a atividades desempenhadas pelos funcionários do

Fórum de Glória-BA;

• Avaliar as condições ambientais dos setores analisados;

• Diagnosticar o clima organizacional na instituição em estudo.

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1.3 JUSTIFICATIVA

Faz-se importante o estudo da Ergonomia nas organizações face à sua contribuição

para a promoção da segurança e bem-estar das pessoas em seus locais de trabalho

e, conseqüentemente, a eficácia das atividades nas quais elas se encontram

envolvidas, uma vez que passa-se a maior ou grande parte do dia trabalhando.

Quando se coloca em questão a saúde do trabalhador, torna-se imprescindível que

os colaboradores das organizações sejam cada vez mais cuidadosos e sigam dicas

de ergonomia em seus ambientes funcionais.

O estudo deste tema despertou interesse pelo fato de que se faz necessária a

valorização do capital humano nas organizações, independente do setor ao qual ele

faça parte, se público ou privado. Relativamente no setor público, por oferecer, em

sua essência, serviços, e, geralmente envolver várias pessoas e órgãos

interdependentes, normalmente não havendo um único gestor responsável pela

organização, pode-se perceber a baixa preocupação em relação à saúde e o bem -

estar dos servidores.

As alterações ergonômicas no ambiente de trabalho, além de proporcionarem ao

operário conforto e segurança, beneficiam a empresa com um aumento de

produtividade com qualidade. A Ergonomia torna-se, portanto, de fundamental

importância tanto para o operário como para a empresa. Assim sendo, deve ser

utilizada visando obter o maior proveito possível de ambas as partes.

Para Couto, (1995), a ergonomia diferencia-se das demais áreas do conhecimento

por seu caráter multidisciplinar, amparando-se em diversas áreas científicas,

gerando conhecimentos aplicáveis às necessidades das pessoas, independente do

local e da atividade desempenhada.

O estudo ergonômico do trabalho dirige-se à manutenção de uma saúde física e

mental do trabalhador, além de uma melhor produtividade através de análises

detalhadas, contribuindo para garantir a integridade da saúde dos trabalhadores,

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assim como para a segurança e a produtividade.

Visando contribuir para o planejamento de ambientes e sistemas de modo a torná-

los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas é que a

Ergonomia dispõe de métodos para descrição e avaliação das atividades

desenvolvidas pelos trabalhadores, de modo a produzir recomendações para a sua

transformação.

Este estudo justificou-se pela grande relevância em se conhecer os aspectos

ergonômicos como fator de melhorias das condições de trabalho e do clima

organizacional das organizações. Sendo relevante para a comunidade acadêmica

por ser fonte permanente de consulta sobre o tema, e para a sociedade em geral,

por servir como aporte ao desenvolvimento dos serviços públicos.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1A ERGONOMIA

O termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos

(regras). Na Grécia antiga o trabalho tinha um duplo sentido: ponos que significava o

trabalho escravo de sofrimento e sem nenhuma criatividade e, ergon que significava

o trabalho arte de criação, satisfação e motivação. Tal é o objetivo da ergonomia,

transformar o trabalho ponos em trabalho ergon (DUTRA, 2003).

Uma definição concisa de ergonomia é a seguinte: “Ergonomia é o estudo do

relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e

particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia

na solução dos problemas surgidos desse relacionamento” (IIDA, 1998, p. 67).

A ergonomia se propõe a produzir esse entendimento para que as mudanças

possam ser feitas, os projetos mais bem elaborados e as decisões tecnológicas

melhor assentadas. A saúde das pessoas, a eficiência dos serviços e a segurança

das instalações estarão, a partir daí, sendo efetivamente incorporadas à vida das

organizações.

Para Wisner (1987), a “ergonomia constitui o conjunto de conhecimentos científicos

relativos ao ser humano e necessário para a concepção de ferramentas, máquinas e

dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e

eficácia”.

O dicionário Aurélio (1986, p. 677) traduz o significado de Ergonomia como sendo o

“conjunto de estudos que visam à organização metódica do trabalho em função do

fim proposto e das relações entre o homem e a máquina”.

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A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade

nele existentes às características, habilidades e limitações das pessoas com vistas

ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro (ABERGO, 2000).

A partir dos conteúdos explorados, compreende-se que a Ergonomia engloba todos

os estudos e esforços voltados para a preservação da saúde e satisfação do

trabalhador, envolvendo todas as vertentes às quais as pessoas são acometidas.

2.1.1 Abordagens Sobre Ergonomia

A ergonomia tem sua base centrada no ser humano e esta antropocentricidade pode

recuperar o respeito ao ser humano no trabalho, de forma a se alcançar não apenas

o aumento da produtividade, mas, sobretudo uma melhor qualidade de vida no

trabalho (DUTRA, 2003).

De acordo com Laville (1977), uma das metodologias mais utilizadas na atualidade,

em especial nas escolas de linha francesa, é a de Análise Ergonômica do Trabalho,

que procura estudar o trabalho não só na sua dimensão explícita (tarefa), conforme

definido pela engenharia de métodos, mas, sobretudo, na sua dimensão implícita

(atividades), característica do conhecimento tácito do pessoal de nível operacional.

Em sua evolução conceitual, verifica-se que a ergonomia, hoje, constitui-se numa

ferramenta de gestão empresarial. De nada adianta a certificação de qualidade de

processos e produtos, se não se consegue certificar sentimentos, crenças, hábitos,

costumes, isto é, certificar o ser humano. Uma das formas de compatibilizar os

sistemas técnico e social é, evidentemente, o que preceitua a ergonomia: a visão

antropocêntrica. (WISNER, 1994).

O centro das atenções no ser humano, isto é, a antropocentricidade da ergonomia,

favorece não só mudanças organizacionais, como também alavanca mudanças no

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conceito de produtividade, este sendo visto a partir da qualidade de vida no trabalho,

observando, dentre outros parâmetros: a participação do trabalhador, a liberdade

para a criação e a valorização do saber fazer, isto é, do conhecimento tácito

(DUTRA, 2003).

De acordo com Rocha (2008), a ergonomia, entre outros assuntos, procura estudar:

as características materiais do trabalho, como o peso dos instrumentos, a resistência

dos comandos, a dimensão do posto de trabalho, o meio ambiente físico (o ruído,

iluminação, vibrações e ambiente térmico), a duração da tarefa, os horários e as

pausas no trabalho, modelo de treinamento e aprendizagem, as lideranças e ordens

dadas, análises das atividades físicas e cognitivas de trabalho, análise das

informações e análise do processo de tratamento das informações. Preocupa-se,

portanto, com as condições físicas, a postura e também com as condições

psicológicas no decorrer do desempenho funcional.

Os objetivos práticos da ergonomia são: segurança, satisfação e o bem-estar dos

trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. A eficiência virá

como resultado. Em geral, não se aceita colocar a eficiência como sendo o objetivo

principal da ergonomia, porque ela, isoladamente, poderia significar sacrifício e

sofrimento dos trabalhadores e isso é inaceitável, porque a ergonomia visa, em

primeiro lugar, o bem-estar do trabalhador (IIDA, 1998).

Segundo Vidal (2007), pode-se, então, classificar a ergonomia em algumas

vertentes:

� Quanto à abrangência:

o Ergonomia de posto de trabalho que é a abordagem microergonômica

e Ergonomia de Sistemas de produção que é a abordagem

macroergonômica.

� Quanto à contribuição:

o Ergonomia de Concepção é a aplicação de normas e especificações

ergonômicas em projetos de ferramentas e postos de trabalho, antes

de sua implantação.

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Atua, portanto, como uma medida preventiva, uma vez que tem como foco orientar o

projeto do ambiente físico e o planejamento das atividades que serão desenvolvidas

pelos funcionários nas organizações, de modo que as características, habilidades e

limitações de cada pessoa sejam levadas em conta.

Barbosa Filho (2001) denota que a intervenção de concepção tem menor custo e

apresenta resultados mais eficazes, contudo, exige profundo conhecimento e

experiências por parte do ergonomista responsável.

Entende-se, portanto, que a concepção ocorre quando a contribuição ergonômica se

faz durante a fase inicial do projeto, seja ele relativo a produtos, serviços, máquinas

ou ambientes. Consiste, também, na melhor opção, visto que as alternativas

poderão ser amplamente examinadas.

o Ergonomia de Correção é a modificação de situações de trabalho já

existentes. Portanto, o estudo ergonômico só é feito após a implantação

do posto de trabalho.

É, portanto, aplicada em situações reais, já existentes, para solucionar problemas

que refletem-se na segurança, na fadiga, no surgimento de doenças do trabalhador

ou na quantidade e qualidade do trabalho executado.

De acordo com Vidal (2007) a intervenção de correção comporta à tomada de

providências úteis, prática e aplicadas ao caso.

A medida corretiva, contudo, despenderá tempo, mudança na rotina da organização,

bem como, em custos financeiros posteriores.

o Ergonomia de Conscientização é a capacitação das pessoas nos métodos

e técnicas de análise ergonômica do trabalho.

Iida (1997) relata que é necessário conscientizar o funcionário a trabalhar de forma

mais segura, através de cursos de treinamentos e constantes reciclagens, visto que,

o ambiente de trabalho não é estático e os equipamentos e máquinas tendem a

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desgastar-se com o tempo.

Ouve-se falar, ainda, em Ergonomia de Arranjo Físico que é a melhoria de

seqüências e fluxos de produção, através da mudança de leiaute das plantas

industriais.

2.1.2 Tipos de Ergonomia

Várias têm sido as designações dadas á ergonomia em diversos campos e áreas de

atuação observadas cotidianamente. Sem procurar estabelecer uma patologia

ergonômica, apresentaremos a seguir uma categorização definida a partir das

diferentes designações encontradas na literatura de WISNER (1994):

1. Ergonomia de projeto: é a incorporação de recomendações ergonômicas no

estágio inicial do projeto de postos de trabalho;

2. Ergonomia Industrial: é a correção ergonômica de situações de trabalho

industrial já implantadas;

3. Ergonomia do produto: é a concepção de um determinado objeto, a partir das

normas e especificações ergonômicas, definidas preliminarmente;

4. Ergonomia da produção: é a ergonomia , baseada na análise ergonômica dos

variados postos de trabalho;

5. Ergonomia de laboratório: é a pesquisa em ergonomia, realizada em

condições controladas de laboratório. Alguns autores, como (Montmollin,

1990), afirmam que não se trata verdadeiramente de uma pesquisa

ergonômica, pois ela não é realizada em situação real de trabalho;

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6. Ergonomia de campo: é a pesquisa em ergonomia, realizada em situação

real, utilizando-se como metodologia à análise ergonômica do trabalho.

2.1.3 Aplicações da Ergonomia

A ergonomia pode ser aplicada nos mais diversos setores da atividade produtiva. Em

princípio, sua maior aplicação se deu na agricultura, mineração e, sobretudo, na

indústria. Mais recentemente, a ergonomia tem sido aplicada no emergente setor de

serviços e, também, na vida cotidiana das pessoas, nas atividades domésticas e de

lazer, como enfatiza WISNER, (1994):

� A ergonomia na indústria: melhoria das interfaces dos sistemas ser

humano/tarefa; melhoria das condições ambientais de trabalho; melhoria

das condições organizacionais de trabalho.

� A ergonomia na agricultura e na mineração: melhoria do projeto de

máquinas agrícolas e de mineração; melhoria das tarefas de colheita,

transporte e armazenagem; estudos sobre os efeitos dos agrotóxicos.

� A ergonomia no setor de serviços: melhoria do projeto de sistemas de

informação (ergonomia da informação); melhoria do projeto de sistemas

complexos de controle (sala de controle); desenvolvimento de sistemas

inteligentes de apoio à decisão; estudos diversos sobre: hospitais, bancos,

supermercados,...

� A ergonomia na vida diária: consideração de recomendações ergonômicas

na concepção de objetos e equipamentos eletrodomésticos de uso

cotidiano (DUTRA, 2003).

De acordo com Rocha (2008), o trabalho estático é aquele que exige contração

contínua de alguns músculos, para manter uma determinada posição. Isso ocorre,

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23

por exemplo, com os músculos dorsais e das pernas para manter a posição de pé,

músculos dos ombros e do pescoço para manter a cabeça inclinada para frente,

músculos da mão esquerda segurando a peça para se martelar com a outra mão, e

assim por diante. Em contrapartida, o trabalho dinâmico é aquele que permite

contrações e relaxamentos alternados dos músculos, como tarefa de martelar,

serrar, girar um volante ou caminhar.

O trabalho estático é altamente fatigante e, sempre que possível, deve ser evitado.

Quando isso não for possível, pode ser aliviado, permitindo mudanças de posturas,

melhorando o posicionamento de peças e ferramentas ou providenciando apoios

para as partes do corpo com o objetivo de reduzir as contrações estáticas dos

músculos. Também devem ser concedidas pausas de curta duração, mas com

elevada freqüência, para permitir relaxamento muscular e alívio da fadiga (IIDA,

1998).

Ainda segundo Iida (1998), a carga de trabalho significa o nível de atividade física e

psíquica exigido das pessoas na execução das suas atividades. Ela pode ser

dividida em carga externa e carga interna. A carga externa representa impactos que

vêm do meio externo sobre o indivíduo. Esses impactos são dos agentes

propriamente físicos e dos agentes químicos e biológicos. A carga interna, constitui-

se no efeito da carga externa sobre as características individuais de cada pessoa, ou

seja, as reações internas decorrentes dos fatores externos, ocorrendo, portanto, de

maneira singular.

Em ergonomia, a carga mais passível de ser avaliada é, portanto, a externa. Ela

avalia a carga física, ou seja, a quantidade de exigências sobre o corpo humano, a

carga sensorial (quantidade e qualidade de estímulos visuais, sonoros, táteis, etc.) e

a carga mental, que pode derivar de exigências cognitivas ou emocionais.

Adequar a carga de trabalho às características das pessoas é o ponto fundamental

da ergonomia (PIRES, 2001).

Hoje, a ergonomia difundiu-se em praticamente todos os países do mundo. Existem

muitas instituições de ensino e pesquisa atuando na área e anualmente se realizam

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24

muitos eventos de caráter nacional ou internacional para a apresentação e a

discussão dos resultados das pesquisas (DUTRA, 2003).

Atualmente, diversos estudos vêm afirmando sobre a necessidade de melhorias nos

postos de trabalho informatizados, com o objetivo de evitar alguns dos efeitos

causados pelo uso do computador, como dores nos dedos, antebraços, braços,

ombros, pescoço, bem como na parte inferior das costas.

Segundo Bom Sucesso (2002, p. 25), “a valorização do ser humano, a preocupação

com sentimentos e emoções e com a qualidade de vida são fatores que fazem

diferença”. Desta forma, se o trabalhador percebe que ele é o elemento mais

importante do processo produtivo, essa diferença será percebida pelas empresas

que alcançarão sem dúvida seus objetivos de produtividade e rentabilidade proposto

inicialmente por Taylor.

O trabalho pode ser considerado como castigo, dever, forma de se obter sustento,

ou experiência capaz de associar-se à opção e ao prazer. A possibilidade de prazer

ocorrerá quando houver significado e contribuição naquilo que se faz.

O trabalho pode ser considerado fonte de prazer, porque possibilita ao trabalhador a

construção de uma identidade que o distingue de outras pessoas. É através dele

que o homem interage e transforma o meio ambiente, assegurando a sobrevivência,

e estabelecendo relações interpessoais, que em tese serviriam para reforçar sua

identidade e sentido de contribuição. (BOM SUCESSO, 2002).

Poucos estudos sobre organização abordam a atividade de trabalho, que está

diretamente ligada à organização e ao funcionamento de qualquer sistema.

O estudo da atividade do trabalho pode servir de base nas análises sobre formas de

organização do trabalho, uma vez que ela permite revelar as dificuldades das

pessoas do ponto de vista do trabalho, ao prestarem um serviço, bem como mostrar

como o sistema se organiza.

A ergonomia contribui para a concepção de situações de trabalho que não

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25

decomponham a saúde dos trabalhadores, e nas quais estes possam exercer suas

competências, uma vez que tem como finalidade a transformação do trabalho,

possibilitando a valorização das capacidades funcional, alcançando os objetivos

mútuos.

A recomendação n° 112, da OIT – Organização Internacional do Trabalho faz

menção aos serviços de saúde ocupacional, definido como serviços médicos

instalados em um local de trabalho ou suas proximidades, com as seguintes

finalidades:

■ Proteger o trabalhador contra qualquer risco à saúde e que decorra do trabalho ou

das condições em que ele é cumprido;

■ Concorrer para o ajustamento físico e mental do trabalhador a suas atividades na

empresa, através da adaptação do trabalho ao ser humano e pela colocação deste

em setor que atenda às suas aptidões;

■ Contribuir para o estabelecimento e manutenção do mais alto grau possível de

bem-estar físico e mental dos trabalhadores.

A prevenção é uma palavra muito utilizada nas organizações, porém, poucos

trabalhos ou nenhum são feitos para manter uma prática preventiva, tanto nos

órgãos públicos, quantos nos privados.

2.2 A ADMINISTRAÇÃO APLICADA À SAÚDE DO TRABALHADOR

As empresas vêm sofrendo inúmeros processos de mudança ao longo do tempo. O

fato é que as empresas, devido à complexidade dos processos organizacionais

modernos, não podem prescindir de cuidados essenciais de saúde e segurança, sob

pena de terem sua imagem, produtividade e lucros prejudicados.

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26

Para Tavares (2005, p.5) empresa é todo empreendimento ou associação destinada

a explorar um negócio de forma organizada, com a finalidade de atingir determinado

objetivo, que pode ser o lucro ou o atendimento a uma necessidade da sociedade.

Ainda segundo Tavares (2005), uma empresa pode ser classificada quanto à forma

de propriedade como:

� Pública (propriedade do Estado);

� Privada (propriedade particular);

� Mista (de capital estatal e privado).

Independente do setor ao qual a empresa pertença, ou da natureza do negócio, a

empresa necessita contar com determinados tipos de recursos para funcionar e

alcançar seus objetivos, sejam eles físicos, materiais, mercadológicos, financeiros

ou humanos. Este último tem sido considerado de suma importância para o

desenvolvimento de qualquer organização. Daí a necessidade de preocupação com

o bem-estar total dos colabores internos das empresas.

A implantação das boas práticas de gestão de saúde e segurança no trabalho no

âmbito das empresas contribui para a proteção contra os riscos presentes no

ambiente de trabalho, prevenindo e reduzindo acidentes e doenças e diminuindo

consideravelmente os custos. Além de diminuir os custos e prejuízos, torna a

empresa mais competitiva, auxiliando na sensibilização de todos para o

desenvolvimento de uma consciência coletiva de respeito à integridade física dos

trabalhadores e melhoria contínua dos ambientes de trabalho.

Oferecendo condições para a redução do número de acidentes e doenças

decorrentes do trabalho, ocasionará numa maior competitividade, redução de custos

e melhoria dos locais de trabalho e das condições que eles são realizados.

De acordo com o SEBRAE (2004) “sob todos os aspectos em que possam ser

analisados, os acidentes e doenças decorrentes do trabalho apresentam fatores

extremamente negativos para a empresa, para o trabalhador acidentado e para a

sociedade”.

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27

As empresas precisam simplesmente exercer a função preventiva para com seus

funcionários, a fim de se evitar danos, gastos e aborrecimentos futuros para todos os

envolvidos na organização.

De acordo com Tavares (2005, p.12), o objetivo da prevenção consiste na

informação, no aconselhamento, na motivação e na coordenação, tendo para a

hierarquia a direção e execução das soluções que esta propõe.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) através de seu web site, disponibiliza as

Normas Regulamentadoras (NRs) que reportam-se ao fornecimento por parte da

empresa de atitudes e comportamentos que garantam a saúde e segurança de seu

funcionário. Normas estas que devem ser conhecidas e aplicadas tanto pela

empresa quanto por seus colaboradores, a fim de tornar o trabalho tanto mais

seguro quanto produtivo (BRASIL, 2002).

A LEGISLAÇÃO NR4 – Reporta-se aos Serviços Especializados em Engenharia de

Segurança e em Medicina do Trabalho: Estabelece a obrigatoriedade das empresas

públicas e privadas, que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e

manterem em funcionamento, Serviços Especializados em Engenharia de

Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a

saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

2.2.1 Equipamentos dos Postos de Trabalho

Ergonomizar é adaptar as condições de trabalho (máquinas, locais, ferramentas) às

características do ser humano (PIRES, 2001).

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em seu web site, a NR-17 é

uma norma que especifica quais são as condições mínimas de conforto físico e

mental que uma empresa deve oferecer para não prejudicar a saúde do seu

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28

funcionário. Podem-se verificar essas exigências nos subitens a seguir:

O art.17.1.1. mostra que as condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao

levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e

às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do trabalho.

O art.17.3.1. Diz que sempre que o trabalho puder ser executado na posição

sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.

O art.17. 3.2. Diz que para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé,

as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador

condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes

requisitos mínimos:

a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de

atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura

do assento;

b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;

c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação

adequados dos segmentos corporais.

O art.17.3.2.1. Mostra que para trabalho que necessite também da utilização dos

pés, além dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais

comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que

possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do

corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a

ser executado.

O art.17.3.3. Fala que os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender

aos seguintes requisitos mínimos de conforto:

a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;

(117.011-2 / I1).

b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;

c) borda frontal arredondada;

d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.

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29

O art.17.3.4. Diz que para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados

sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte

para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.

O art.17.3.5. Denota que para as atividades em que os trabalhos devam ser

realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que

possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.

O art.17.4. Refere-se aos equipamentos dos postos de trabalho.

O art.17.4.1. Trata que todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho

devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à

natureza do trabalho a ser executado.

O art.17.4.2. Que nas atividades que envolvam leitura de documentos para

digitação, datilografia ou mecanografia deve:

a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado

proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação

freqüente do pescoço e fadiga visual;

b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a

utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.

O art.17.4.3. Que os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados

com terminais de vídeo devem observar o seguinte:

a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento

à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos

ângulos de visibilidade ao trabalhador;

b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador

ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;

c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira

que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente

iguais;

d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

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30

2.3 O AMBIENTE FÍSICO DO TRABALHO

O local onde será desenvolvida qualquer atividade deve oferecer condições

favoráveis ao desempenho da função, desde sua estrutura física, bem como

elementos afins, como iluminação, ruído, temperatura para que o trabalho flua

positivamente para a organização, como, também, para os seus colaboradores.

2.3.1 Layout

Ao arranjo dos postos de trabalho nos seus respectivos espaços dentro da

organização, denomina-se layout.

Segundo Cury (2005), a principal função do layout é adaptar as pessoas ao

ambiente de trabalho de acordo com as atividades desempenhadas, bem como

dispor a arrumação dos móveis, equipamentos e matérias-primas de forma a

propiciar condições ideais de trabalho, racionalizar os fluxos de fabricação,

processos e aproveitamento de espaço, e também minimizar a movimentação de

pessoas, produtos, materiais e documentos.

Layout (ou leiaute) é, portanto, um esboço mostrando a distribuição física, tamanhos

e pesos de elementos ou figuras num determinado espaço. É a disposição ou

arranjo físico (montagem ou configuração), de determinado local, ambiente, a fim de

proporcionar um resultado.

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31

2.3.2 Iluminação

Uma iluminação adequada é uma condição imprescindível para a obtenção de um

bom ambiente de trabalho (LAVILLE, 1997).

Ainda segundo Laville (1997), uma iluminação correta num local de trabalho contribui

para que as condições do mesmo sejam de modo a não provocar tensões psíquicas

e fisiológicas aos trabalhadores, proporcionando dessa forma um aumento da

produtividade, motivação e melhoria no desempenho geral.

Quando não existe iluminação com intensidade adequada à tarefa a realizar, além

de provocar atrasos na sua execução, poderá induzir stress, dores de cabeça, fadiga

física e nervosa, etc., tendo como uma das conseqüências finais o absentismo.

Todos os locais de trabalho devem ser concebidos de modo a privilegiar uma boa

visibilidade. Desse modo, um posto de trabalho deverá ser implantado de modo a

que o trabalhador não sofra influências negativas dos reflexos e dos

encandeamentos.

O MTE em seu web site, através da NR 17 faz relatos sobre a importância de boa

iluminação nos postos de trabalho, conforme subitens a seguir:

O art.17. 5.1. Diz que as condições ambientais de trabalho devem estar adequadas

às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser

executado.

O art.17.5.3. Que em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada,

natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.

O art.17.5.3.1. Que a iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

O art. 17.5.3.2. Que a iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e

instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes

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32

excessivos.

2.3.3 Ruído

São inquantificáveis os prejuízos causados à saúde, à produção, bem como o

desconforto de se realizar qualquer atividade profissional sob o som de ruídos e

barulhos desconfortáveis (ROCHA, 2008).

A NR 15, disponível no web site do Ministério do Trabalho e Emprego, reporta-se ao

Limite de Tolerância como à concentração ou intensidade máxima ou mínima,

relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará

dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.

2.3.4 Temperatura

Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação

intelectual e atenção constantes são recomendadas índice de temperatura efetiva

entre 20°C (vinte) e 23°C (vinte e três graus centígrados), de acordo com a NR 17,

conforme web site do MTE.

O desconforto térmico contribui significativamente para o aumento de riscos de erros

e até mesmo acidentes (LAVILLE, 1997).

Observa-se que os fatores físico-ambientes estão intimamente ligados ao conforto e

segurança, dos quais os trabalhadores necessitam para a conservação de sua

saúde em seus postos de trabalho, que uma vez conservados, ocasionarão na

motivação dos funcionários e os resultados se traduziram em relações de

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33

colaboração, interesse e satisfação, proporcionando um clima organizacional

favorável a todos os integrantes da organização.

2.4 CLIMA ORGANIZACIONAL

Para CHIAVENATO (2006 p. 103) “o clima organizacional representa o ambiente

interno existente entre os membros da organização e está intimamente relacionado

com o grau de motivação”.

Percebe-se, então, que Clima Organizacional é o indicador de satisfação dos

membros de uma empresa, em relação a diferentes aspectos da cultura ou realidade

aparente da organização, tais como: políticas de RH, modelo de gestão, processo de

comunicação, valorização profissional e identificação com a empresa.

O clima organizacional é uma variável que influi diretamente na produtividade, pois o

grau de salubridade de uma organização depende de sua atmosfera psicológica.

Esta atmosfera é fruto do conjunto de percepções das pessoas que compartilham

seu dia-a-dia com a organização.

Os gestores necessitam deixar de ver o trabalhador sob uma visão microscópica e

passarem a enxergá-lo como um ser social e humano inserido numa organização.

A organização industrial é composta de uma organização técnica (prédios, máquinas,equipamentos, instalações, produtos ou serviços produzidos, matérias-primas, etc) e de uma organização humana (pessoas que constituem a organização social). A organização humana tem por base as pessoas. Cada pessoa avalia o ambiente onde vive e as circunstâncias que a cercam de acordo com sua vivência anterior e com as interações humanas de que participou durante toda a sua vida. A organização humana é mais do que a soma dos indivíduos, devidoà interação social diária e constante (CHIAVENATO, 2000, p. 118).

Se a qualidade do trabalho for boa, conduzirá a um clima de confiança e respeito

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34

mútuo, no qual o indivíduo tenderá a aumentar suas contribuições e elevar suas

oportunidades de êxito psicológico e a administração tenderá a reduzir mecanismos

rígidos de controle social.

Uma organização não modifica-se estrategicamente apenas adquirindo novos

equipamentos. É necessário um gerenciamento que realize as conexões

necessárias entre os interesses da empresa e de seus colaboradores.

Frente a um mundo tão cheio de transformações, em meio à globalização, fusões e

aquisições, as empresas devem cada vez mais melhorar seus índices de

competitividade e para isso ela depende quase que única e exclusivamente de seus

seres humanos – motivados, felizes e orgulhosos dos valores compartilhados com a

organização.

2.5 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

A sociedade vem percebendo que a Qualidade de Vida e a Saúde são ativos

importantes para as situações diárias. Práticas inadequadas no ambiente de trabalho

geram impacto negativo na saúde física e emocional dos empregados e na saúde

financeira das empresas.

Todos os seres humanos, independentes das suas origens étnicas, possuem certas

necessidades, cuja satisfação ou não são determinantes para a sua realização

pessoal e profissional.

A Gestão do Fator Humano precisa acompanhar o avanço tecnológico, as mudanças de mercado, as políticas econômicas, como também participar das decisões maiores da organização quando do planejamento orçamentário anual... conhecer as metas e objetivos da Instituição, para melhor se adequar e se encaixar nas políticas gerais da organização trazendo resultados positivos e satisfação não só ao fator humano, mas a todos os envolvidos direta e indiretamente (CARVALHO, 1998, p. 149).

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35

Algumas empresas inovadoras e conscientes, estão se adequando a esse novo

cenário ao qual faz parte da realidade atual.

O cidadão de hoje, em qualquer país desenvolvido do mundo, é tipicamente conhecido pelo termo empregado. Trabalha para uma instituição. Depende dela para sua subsistência. Busca nela oportunidades. É nas instituições que busca acesso a uma posição e função na sociedade, como também é nelas que procura sua satisfação e realização social. Nossa sociedade tornou-se uma sociedade de empregados. Mas nós, os empregados, somos gente. Gente que pensa, aprende, sorri, chora, emociona, descobre, ama, odeia, produz. Somos mais do que imaginamos, por isso, não somos apenas “empregados” ou recursos; somos Fator Humano dentro das organizações, somos diferentes, porque somos pessoas (DRUCKER, 1991, p. 13).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2003), Qualidade de Vida é um conjunto

de percepções individuais de vida no contexto dos sistemas de cultura e de valores

em que vivem, e em relação a suas metas, expectativas, padrões e preocupações.

Feigenbaum (1994) entende que QVT é baseada no princípio de que o

comprometimento com a qualidade ocorre de forma mais natural nos ambientes em

que os funcionários se encontram intrinsecamente envolvidos nas tomadas de

decisões das empresas.

Notadamente o investimento na qualidade de vida dos colaboradores pode ser um

fator decisivo na motivação e retenção dos talentos dos quais a organização

dependem e devem conservar. Felicidade é o que mais almejamos na vida, uma

busca antiga do homem. Todavia, para tanto, é necessário ter saúde, satisfação

consigo próprio e com seu trabalho, e tudo isso compreende qualidade de vida.

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36

3. METODOLOGIA

3.1 O MÉTODO

O método relaciona-se ao modo como os dados serão coletados e analisados,

objetivando a compreensão e/ou resolução de um determinado problema. “Método é

um caminho, uma forma, uma lógica de pensamento” (VERGARA, 2004, p. 12).

Refere-se à maneira como serão recolhidos os elementos necessários à resolução

do problema.

Para este estudo, foi preciso utilizar alguns métodos para busca de informações.

Para isso foi feito um planejamento a ser seguido no estudo, ou seja, adequar os

problemas e objetivos de estudo ao método científico mais adequado.

Fachin (2002) afirma que método representa o plano de ação, onde é formado por

um conjunto de etapas ordenadas dispostas. Nessa mesma linha de raciocínio,

Barros e Lehfeld (2002) comentam que é nessa ocasião que o pesquisador fará todo

o caminho sistematizado a seguir.

3.2 TIPOS DE PESQUISA

3.2.1 Quanto aos fins

O tipo de pesquisa realizada foi a exploratória. Segundo Vieira (2002), esse tipo de

pesquisa visa identificar e compreender melhor um problema, desenvolver hipóteses

e identificar cursos alternativos de ação. Podem-se empregar os seguintes métodos:

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37

pesquisar e fazer o levantamento em fontes chamadas secundárias como livros e

documentos; fazer o levantamento de estudos de casos ou experiências por

observação direta ou indireta.

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa exploratória pode ser usada para qualquer das

finalidades seguintes: formular ou definir um problema com maior precisão;

identificar alternativas de ação; desenvolver hipóteses; isolar variáveis para estudos

posteriores; abordar o problema através de critérios pré-estabelecidos; e priorizar

assuntos para pesquisas posteriores.

De acordo com Lakatos e Marconi (2001, p. 188) o tipo de pesquisa exploratória

[...] são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos.

Tornou-se necessário que fosse feito o tipo de pesquisa descrito acima a fim de

analisar as reais condições de trabalho, a partir de fatores ambientais como um todo,

ou seja, estruturais, clima organizacional e tecnológicos (softwares e hardwares) aos

quais os funcionários do Fórum da Comarca de Glória – Bahia, são submetidos no

momento da realização de suas tarefas, bem como, à demanda da organização,

visto que essa modalidade buscou compreender melhor um problema, bem como

sua causa e maneira de solucioná-lo.

A pesquisa descritiva foi utilizada no levantamento de algumas informações sobre a

população. As atitudes dos inquiridos foram usadas como base para analisar a sua

satisfação com o ambiente de trabalho da organização em estudo, e foi preciso, para

tanto, investigar a população como um todo.

Segundo Silva & Menezes (2001, p. 32), “População (ou universo da pesquisa) é a

totalidade de indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um

determinado estudo. Amostra é a parte da população ou do universo, selecionada de

acordo com uma regra ou plano”.

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Para a concretização deste trabalho foi feito um estudo de caso no Fórum da

Comarca de Glória - BA, com seus funcionários, cujo quadro funcional é composto

de 10 servidores da Justiça, sendo estes todos observados, inquiridos e analisados,

ou seja, o universo de funcionários, que permitirá a obtenção de um amplo e

detalhado conhecimento a respeito do tema proposto. Não utilizou-se, portanto,

nenhuma amostragem, uma vez que os colabores internos foram entrevistados em

sua totalidade.

3.2.2 Quanto aos Meios de Investigação

Foi realizada pesquisa de campo, pesquisa bibliográfica e pesquisa documental.

“Pesquisa de campo é a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou

ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Pode incluir

entrevistas, aplicação de questionários, testes e observações participantes ou não”

(VERGARA, 2004, p. 47). O campo pesquisado foi o ambiente do próprio Fórum.

Para Lakatos e Marconi (2001, p. 189) uma das vantagens da pesquisa de campo é

o acúmulo de informações sobre determinado fenômeno, que também pode ser

analisado por outros pesquisadores com objetivos diferentes.

Posteriormente à pesquisa de campo, a metodologia também envolveu questionários

que foram respondidos pelos funcionários da referida organização.

Os questionários podem ser de perguntas não estruturadas ou estruturadas

(MALHOTRA, 2001).

Malhotra (2001, p. 282) diz ainda que:

As não estruturadas são compostas por perguntas abertas onde o entrevistado responde com suas próprias palavras, permitindo a

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39

liberdade para expressar qualquer ponto de vista. As perguntas estruturadas especificam o conjunto de respostas alternativas e o formato da resposta. Pode ser de múltipla escolha, dicotômica ou escalonada.

Lakatos e Marconi (2001) classificam o questionário quanto às perguntas, da

seguinte forma:

5. Perguntas abertas – também chamadas livres ou

não limitadas, são as que permitem ao informante responder livremente,

usando linguagem própria, e emitir opiniões;

6. Perguntas fechadas ou dicotômicas – também

denominadas limitadas ou de alternativas fixas, são aquelas que o

informante escolhe sua resposta entre duas opções: sim ou não;

7. Perguntas de múltipla escolha – são perguntas

fechadas, mas que apresentam uma série de possíveis respostas,

abrangendo várias facetas do mesmo assunto.

Foi feito ainda uma análise da documentação do Fórum e uma análise na pesquisa,

além da utilização da observação sistemática e não sistemática das atividades do

dia-a-dia da empresa, com a finalidade de identificar as falhas que pudessem ser

deixadas pelas entrevistas.

O desdobramento de qualquer trabalho acadêmico requer uma pesquisa minuciosa

e sistemática. Para isso, faz-se necessário a leitura e estudo de trabalhos científicos

já esboçados, com objetivo de dar base e credibilidade à investigação.

Pesquisas na web foram de fundamental importância em virtude da infinidade de

informação que esta proporciona aos usuários, que de outra forma talvez não fosse

possível ter acesso. É evidente que tais informações precisaram ser filtradas,

analisadas, selecionadas e utilizadas de forma que contribuíssem para um maior

entendimento do assunto. Coube ao pesquisador ter a capacidade de selecionar e

julgar o que pôde ser mais proveitoso para o estudo.

A pesquisa documental refere-se à busca de informações, através de documentos,

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40

que podem estar ou não, em poder da empresa estudada. Mattar (1999) chama

esses dados de secundários internos, e destaca a sua importância, além de outras

coisas, em virtude do baixo custo para se ter acesso.

3.2.3 Quanto ao Ambiente de Pesquisa

O campo pesquisado foi o ambiente do Fórum da Comarca de Glória – BA, onde foi

realizada inicialmente, a observação direta dos fenômenos nele existentes, a fim de

uma melhor familiarização, para então, aprofundar o estudo in loco.

“Pesquisa de campo é a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou

ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Pode incluir

entrevistas, aplicação de questionários, testes e observações participantes ou não”

(VERGARA, 2004, p. 47).

Posteriormente à pesquisa de campo, a metodologia também envolveu questionários

que foram respondidos pelos colabores internos da organização em sua totalidade,

independente do cargo que estes ocupem, para melhor coletar os dados.

3.3 TIPOS DE FONTES

Na busca de dados, o pesquisador pode consultar os tipos de fontes que forem

necessárias, ou seja, local onde as informações podem ser encontradas, onde

estariam armazenadas ou disponíveis.

Existem dois tipos de fontes, que podem ser formadas por dados primários, aqueles

que nunca foram coletados tabulados e analisados, e que podem referir-se a

consumidores, telespectadores, leitores, etc.; e dados secundários, informações já

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41

coletadas, tabuladas e analisadas (MATTAR, 1999).

Os dados primários foram obtidos mediante questionário e observação direta com os

principais objetos de estudo. Os dados secundários foram obtidos por pesquisa

bibliográfica, onde foram analisados livros, periódicos científicos, textos, documentos

eletrônicos, etc., e pesquisa documental.

Na visão de com Lakatos e Marconi (1991) a pesquisa bibliográfica consiste na

compilação das informações recolhidas das fontes para levantamento e análise do

que já se produziu sobre determinados assuntos que assumimos como objeto de

estudo. Dessa forma será possível adquirir um maior conhecimento sobre a

problemática estudada.

3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Mattar (1999) classifica como instrumento de coleta de dados a todos os possíveis

formulários utilizados para relacionar ou registrar dados a serem coletados.

A coleta de dados é descrita por Lakatos e Marconi (2001, p. 165) como “a etapa da

pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas

selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos”.

Para a coleta de dados foram utilizadas, inicialmente, técnicas de observação com o

intuito de possibilitar um contato pessoal e estreito do pesquisador com o fenômeno

pesquisado. Fato este que deu-se a partir de uma observação direta in loco.

Page 42: 5091[1]

42

3.4.1 Questionário

Normalmente os pesquisadores utilizam um questionário, ou outro tipo de

instrumento, como entrevistas, que possam orientá-los na condução de suas

perguntas, e que ainda contenham instruções e espaços para o registro das

informações e respostas.

Para Lakatos e Marconi (2001, p.201), “o questionário é uma ferramenta utilizada na

coleta de dados, constituindo-se por uma série ordenada de perguntas, que devem

ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.

No questionário respondido pelos funcionários havia 20 perguntas (dicotômica e de

múltipla escolha), cujas respostas foram de grande relevância para auxiliar o

pesquisador no alcance dos objetivos da pesquisa. O método utilizado para contato

foi o questionário pessoal, planejado e estruturado. Para isso, utilizou-se uma

linguagem simples e direta onde o respondente possa compreender com clareza o

que está sendo perguntado.

3.4.2 Observação

Para MATTAR (1999, p. 181) “O método da observação consiste no registro de

comportamentos, fatos e ações relacionados com o objetivo da pesquisa, sem que

haja comunicação com os pesquisados, e não houve questionamentos e respostas,

verbais ou escritas”.

Segundo Araújo (2001), as vantagens da observação pessoal são: comparar as

informações de entrevistas e questionários com a realidade; o estudo passa a ter

maior credibilidade; as sugestões dadas são geralmente bem aceitas; o pesquisador

passa a ter conhecimento técnico e prático do assunto intensificando, portanto, a

Page 43: 5091[1]

43

apresentação do resultado final.

A pesquisadora teve a oportunidade de averiguar se algumas das informações

colhidas pelos questionários eram realmente compatíveis com a realidade da

organização. Um julgamento pessoal foi feito com base nos conhecimentos teóricos

e do que foi visto na prática. Além disso, a pesquisadora conviveu com as atividades

diárias e isso foi determinante para os seus julgamentos, credibilizando o seu

diagnóstico e suas propostas.

A observação realização serviu de subsídio aos instrumentos utilizados.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados foram tratados de maneira quantitativa, como mencionado

anteriormente.

As respostas reunidas através da aplicação do questionário foram dispostas através

da utilização do software Microsoft Excel 2003, que possibilitou a transcrição dos

dados, bem como a formatação em gráficos.

A análise de conteúdo permitiu, portanto, avaliar de forma mais profunda e concreta

as informações que contribuíram relevantemente para a pesquisa. Todas as

informações colhidas foram avaliadas, estudadas e comparadas, estabelecendo-se

um diagnóstico da situação e elaborando-se propostas de melhorias para a

organização, visando a melhoria nas condições de trabalho e, consequentemente, a

satisfação geral de seus colaboradores.

Esses instrumentos de coleta servirão para guiar o pesquisador, uma vez que cada

um contribui de maneira peculiar para coletar os referidos dados característicos da

pesquisa, ou seja, documentar todas as informações adquiridas por meio dos

instrumentos selecionados para serem usados na obtenção de informações acerca

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44

do tema em estudo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados analisados demonstram os resultados obtidos através da aplicação do

questionário direcionado aos funcionários do Fórum da Comarca de Glória-Bahia, a

seguir.

4.1 FAIXA ETÁRIA

Gráfico 1: faixa etária

Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010 Sabe-se que a competição por uma vaga de emprego, em todo o mundo, está cada

vez mais acirrada, bem como a aprovação em concursos públicos.

10%

40%

20%

30%

15 a 25 anos26 a 35 anos36 a 45 anosacima de 46

Page 45: 5091[1]

45

O Gráfico 1 apresenta a faixa etária dos colaboradores entrevistados que compõem

o quadro de funcionários do Fórum da Comarca de Glória-Bahia. Observa-se que o

maior percentual concentra-se entre a faixa etária de 26 a 35 anos, com percentual

de 40%, seguido da faixa etária acima de 46 anos, com 30%. Esse fato pode ser

explicado por algumas razões, como: pelo fato dos funcionários serem concursados

do Tribunal de Justiça da Bahia, quando faz-se necessários seguir alguns quesitos

para tal, como a maior idade, além de exigir muito estudo, dedicação e formação

escolar de 2º ou 3º grau, a depender do cargo ocupado, o que leva algum tempo,

muitas vezes, para se alcançar face à concorrência, ao nível de dificuldade das

provas, e ao número de vagas que, geralmente, é pequeno, e, ainda, há um tempo

de intervalo entre a realização de um concurso para outro, que pode ser demorado;

pelo fato de a Comarca ser relativamente nova com relação ao tempo de existência

do município de Glória ( mais de 100 anos ), tendo, esta, apenas sido criada em 29

de janeiro de 1992, com 18 anos de existência, sendo, portanto, os 30%

equivalentes àqueles que fazem parte do número de funcionários que ingressaram

no fórum desde a inicialização de suas atividades, e os 40% que compõem a

maioria, bem como aos demais percentuais, fazem parte do corpo de funcionários da

referida organização que foram admitidos posteriormente, caracterizando-se, assim,

com um quadro de funcionários jovens.

Page 46: 5091[1]

46

4.2 SEXO

Gráfico 2: sexo dos funcionários do Fórum Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

Conforme observa-se no Gráfico 2, o maior percentual, composto por 70% dos

funcionários do Fórum de Glória, são do sexo feminino. Esse fato justifica-se pela

disseminação da participação da mulher no mercado de trabalho no Brasil, o que

passou a acontecer principalmente depois dos avanços da Constituição de 1988,

apesar de ainda se defrontarem com o preconceito, principalmente de

assalariamento, em algumas funções.

Em busca de uma realização profissional, as mulheres estão cada vez mais

expressando seu desempenho e dedicação no trabalho, além de buscar

especializações e qualificações educacionais, intelectuais e profissionais. Elas estão

deixando a submissão de lado e buscando seus ideais normalmente, em um ciclo

normal da vida. As mulheres têm maior e melhor facilidade em exercer funções em

que se faz necessária uma boa e constante comunicação, como no atendimento ao

público, ou em algumas atividades, como serviços comunitários, serviços de

educação, serviços de saúde e serviços domésticos.

30%

70%

MasculinoFeminino

Page 47: 5091[1]

47

4.3 TEMPO DE TRABALHO NA ORGANIZAÇÃO

Gráfico 3: tempo de trabalho na organização Fonte: Pesquisa realizada 14.04.2010

Com relação ao tempo de desenvolvimento das suas funções na empresa, o Gráfico

3 nos mostra que os percentuais são bem divididos. A predominância, contudo, dá-

se aos funcionários que atuam de 4 a 7 anos, com 40%, o que ocorreu devido á

aprovação deste no último concurso público do tribunal de Justiça da Bahia, com as

devidas vagas para a Comarca de Glória, realizado em 2004, devido ao aumento de

processos ingressos nesta, especialmente após interesse e atuação da CHESF

(Companhia hidrelétrica do São francisco) nas áreas principalmente rurais deste

município, além das demandas nos serviços oferecidos no Fórum pela população.

Os 30% correspondentes ao percentual que engloba os funcionários de 0 a 3 anos

também fizeram parte desse último processo seletivo do TJBA, contudo, estes foram

admitidos posteriormente, devido à necessidade de pessoal para continuidade dos

serviços ofertados por esta organização.

Já os demais 30% correspondentes ao percentual que atua na empresa acima de 10

anos, são aqueles servidores que ingressaram na instituição desde a sua fundação.

30%

40%

30%

0 a 3 anos

4 a 7 anos

7 a 10 anos

acima de 10 anos

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48

4.4 SEU CONHECIMENTO SOBRE ERGONOMIA

Gráfico 4: seu conhecimento sobre ergonomia Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

Conforme o Gráfico 4, pode-se observar que a maioria dos funcionários,

correspondente à 50% dos funcionários não têm conhecimento sobre o tema em

estudo (40% ruim e 10% péssimo). Um percentual de 30% tem um conhecimento

razoável e apenas a minoria, equivalente a 20% dos entrevistados têm o

conhecimento do que é Ergonomia, seu significado e importância para a saúde

ocupacional. Uma vez que a ergonomia é de grande importância para a melhoria das

condições de trabalho, faz-se necessário que todos os funcionários adquiram as

informações necessárias sobre o tema em questão, para que, assim, sejam

adotadas práticas e procedimentos adequados no ambiente de trabalho, de modo

que sua segurança e bem-estar possam ser preservados.

De acordo com Iida (1997), a Ergonomia não apenas engloba os estudos da

adaptação do trabalho ao homem relativos aos equipamentos utilizados na

produção, e sim, toda situação que corresponde ao relacionamento do homem com

o seu trabalho, abrangendo também outros aspectos organizacionais.

10%10%

30%

40%

10%

ótimo

bomregularruimpéssimo

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49

4.5 O NÍVEL DE SATISFAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

Gráfico 5: o nível de satisfação no ambiente de trabalho

Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

Analisando o Gráfico 5, observa-se que a maioria dos entrevistados, que compõem

um percentual de 80% manifestaram sua opinião favorável à empresa com relação

ao nível de satisfação de seus funcionários no ambiente de trabalho, tendo 50%

considerado bom e 30% regular, ou seja, tolerável, mediano. A menor parte dos

entrevistados, composta por 20%, atribuiu o conceito ruim para este quesito.

Os funcionários atribuíram a este questionamento os aspectos físicos da

organização como, conforto, estrutura física, segurança, entre outros. Também os

aspectos relacionados à tarefa, tais como, nível de responsabilidade e sobrecarga,

exigências, remuneração, benefícios, etc. E, ainda, aspectos psicológicos como

reconhecimento, compreensão, presteza, educação, etc. Enfim, fatores que

determinam a valorização motivação e realização pessoal e profissional dos

servidores da Comarca.

De acordo com Maximiano (2000), os motivos humanos são oriundos tanto de

fatores internos ( de ordem fisiológica e psicológica ), quanto de elementos externos,

como estrutura ambiental e condições de trabalho.

50%

30%

20%

ótimobomregularruimpéssimo

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50

4.6 A SEGURANÇA E O CONFORTO EM RELAÇÃO AO TRABALHO QUE REALIZA

Gráfico 6: a segurança e o conforto em relação ao trabalho que realiza

Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

O Gráfico 6 demonstra que os inquiridos acerca da segurança e o conforto em

relação ao trabalho que realizam responderam negativamente, pois, 50% deles

responderam ruim ou péssimo (40% e 10% respectivamente), 30% considera a

situação regular, e apenas 20% deles consideram a situação boa.

Esses percentuais podem ser explicados por alguns motivos, como:

• Os 50% que responderam desfavoravelmente corresponde aos entrevistados

que têm conhecimento do que é necessário para a saúde, segurança,

conforto e bem-estar no ambiente de trabalho e que, infelizmente, não são

favorecidos com tais fatores;

• Os demais entrevistados que responderam que a situação é moderada ou

boa são aqueles que, devido ao cargo mais elevado que ocupam, bem como

ao maior tempo de serviço na organização, desfrutam de algumas regalias e

privilégios.

20%

30%

40%

10%

ótimobomregularruimpéssimo

Page 51: 5091[1]

51

4.7 A INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NO DESEMPENHO DOS

FUNCIONÁRIOS

Esta questão revela que, por unanimidade (100%) que os respondentes consideram

que sim, as condições de trabalho podem influenciar no desempenho dos

funcionários. Isso porque os servidores, de modo geral, têm um grau de instrução

satisfatório e têm a percepção dos fatores e mecanismos necessários à satisfatória

realização das tarefas, principalmente pela responsabilidade e compromisso no que

diz respeito ao cumprimento de suas responsabilidades, uma vez que fazem parte

de um órgão muito sério e exigente, o Tribunal de Justiça da Bahia, e na

preocupação em satisfazer também às pessoas que solicitam seus serviços.

Page 52: 5091[1]

52

4.8 SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DOS MÓVEIS E EQUIPAMENTOS, BEM COMO OS

UTENSÍLIOS APROPRIADOS À REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DA EMPRESA.

Gráfico 7: sobre a distribuição dos móveis e equipamentos, bem como os utensílios apropriados a realização das atividades da empresa

Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

O gráfico 7 revela a opinião dos entrevistados com relação à distribuição dos móveis

e equipamentos, bem como os utensílios apropriados à realização de suas

atividades na empresa. Os percentuais apresentam valores desfavoráveis à

empresa neste quesito, pois, 70% dos entrevistados deles expressaram-se

negativamente, considerando-os ruim ou péssimo. Os funcionários revelam sua

insatisfação com relação aos móveis e equipamentos velhos, insuficientes e

inadequados. Falta ponto de rede para internet em algumas salas. Facilitaria a

implantação de um leitor de código de barras para identificação dos processos, o

que tornaria mais ágil sua movimentação e alimentação do sistema de

acompanhamento do andamento dos mesmos, além do fornecimento de

informações aos seus interessados.

30%

60%

10%

ótimobomregularruimpéssimo

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53

4.9 A CONTRIBUIÇÃO DA INFORMATIZAÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DAS

ATIVIDADES DA EMPRESA

Gráfico 8: a contribuição da informatização para a empresa Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

O Gráfico 8 revela a importância a que é dada à contribuição da Informatização para

a realização das atividades da organização. É elevado o número de pessoas que

consideram importante e necessário o uso dessa ferramenta modernizada para a

realização das tarefas e nos serviços oferecidos pelo Fórum, caracterizando um

percentual de 80% dos entrevistados que consideram ótimo ou bom esse

mecanismo de informatização. Esse elevado percentual justifica-se, principalmente,

pela necessidade da informatização para o uso dos juízes e dos servidores das

Varas Cível acrescida do Juizado Especial Cível e Vara Crime que atuam na

Comarca. Esses setores contêm um número elevado de denúncias, processos em

andamento e uma forte demanda pelos serviços fornecidos como certidões, alvarás,

etc., com o uso desse mecanismo, torna-se mais fácil a acesso, às modificações a

serem feitas, pesquisas e o fornecimento de informações que são específicas e

individuais a cada caso. Ainda 10% considera esse item regular ou moderado,

enquanto apenas 10% o considera ruim. Essa designação dá-se devido àqueles

servidores que não frequentemente fazem uso da informatização ou não se

adaptaram a ela, uma vez que esta caracteriza-se, ainda, em uma jovem realidade

incorporada ao Fórum, com aproximadamente 1 ano de implantação da mesma na

Comarca.

30%

50%

10%10%

ótimobomregularruimpéssimo

Page 54: 5091[1]

54

4.10 A CONTRIBUIÇÃO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS (TEMPERATURA,

ILUMINAÇÃO, VENTILAÇÃO, RUÍDO, ETC.) PARA A REALIZAÇÃO DAS

ATIVIDADES DA ORGANIZAÇÃO

Gráfico 9: a contribuição das condições ambientais (temperatura, iluminação, ventilação,

ruído, etc.) para a realização das atividades da organização Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

Observa-se no Gráfico 9 que a situação da empresa no que diz respeito às

condições ambientais (estruturais) encontra-se negativa, o que evidencia-se através

dos percentuais de 60% dos entrevistados responderem regular, seguido de 20%

ruim e 10% péssimo, somando 90%. Apenas 10% deles consideram como bom esse

item. Esse fator justifica-se pela estrutura física que não é adequada a um órgão

como o Fórum e sim a adaptação de um prédio cedido pela Prefeitura local para tal

fim. Ainda vizinho a essa organização localiza-se uma agência dos correios e

também um mercado municipal, e bem próximo, a feira livre, o que acarreta em

bastante movimentação e barulho visto que alguns setores da empresa não são

completamente fechados. As lâmpadas são fluorescentes e inadequadas à posição

dos computadores. E ainda nem todos os setores têm ar-condicionado ou

ventiladores suficientes para que o servidor se sinta confortável.

10%

60%

20%

10%

ótimobomregularruimpéssimo

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55

4.11 SOBRE AS CONDIÇÕES DE HIGIENIZAÇÃO (LIMPEZA GERAL, RETIRADA DE POEIRA, BACTÉRIAS, DEDETIZAÇÃO) DO LOCAL DE TRABALHO

Gráfico 10: sobre as condições de higienização (limpeza geral, retirada de poeira, bactérias, dedetização) do local de trabalho

Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

Através do Gráfico 10 observa-se que os respondentes consideram desfavorável as

condições de higienização da organização. Fato esse caracterizado através do

percentual de 70% deles que a classificaram como péssima ou ruim. Ainda 20%

responderam regular e apenas 10% considera bom esse quesito. Esse percentual é

resultado do fato de apenas haver na organização uma (01) pessoa responsável

pela manutenção da limpeza em todos os setores (móveis, máquinas,

equipamentos, chão, banheiro, copa, etc.). Ainda, raramente é feita no Fórum uma

dedetização, o que contribui para a proliferação de ratos, baratas e formigas, etc),

além do fato de haver aberturas em algumas paredes (combogós) da empresa e

quebraduras nos forros.

10%

20%

20%

50%

ótimobomregularruimpéssimo

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56

4.12 SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TEMPO (JORNADA DE

TRABALHO, PERÍODOS DE DESCANSO), PARA A REALIZAÇÃO DAS

ATIVIDADES NA EMPRESA

Gráfico 11: sobre a contribuição das condições de tempo (jornada de trabalho, períodos de

descanso), para a realização das atividades na empresa Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

Observa-se no gráfico 11 que com relação à contribuição das condições de tempo

(jornada de trabalho, períodos de descanso), para a realização de suas atividades

na empresa, os respondentes consideram razoavelmente bom ou suportável, pois

somam em 90% o percentual daqueles que assim consideram o ambiente em que

trabalham, enquanto a minoria, composta por apenas 10% o classifica como ruim. A

jornada de trabalho para os funcionários do Fórum é de 6 horas diárias ininterruptas.

A referida empresa funciona das 08:00 às 18:00 horas, onde, portanto, alguns

servidores iniciam sua jornada de trabalho pela manhã e outros ao meio dia.

Contudo, a todos é concedido a parada para o almoço, que, geralmente, é de uns 30

minutos.

No decorrer do desenvolvimento das atividades, no entanto, torna-se dificultoso

certificar o tempo de pausa, pois a movimentação oscila em alguns dias, a depender

de momentos em que há a realização de audiências, metas a cumprir estabelecidas

pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) ou pelo Conselho Nacional de Justiça

40%

50%

10%

ótimobomregularruimpéssimo

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57

(CNJ), dos dias em que é maior o fluxo de pessoas da área rural, principalmente no

turno matutino. Ainda, alguns funcionários podem se sentir com maior autonomia

para estabelecer seus horários. Alguns serviços somente são desempenhados por

uma determinada pessoa, o que a torna sobrecarregada e, muitas vezes,

impossibilitada de pausar para descansar.

4.13 SOBRE AS MEDIDAS ADOTADAS PELA DIREÇÃO DA EMPRESA EM

RELAÇÃO À SAÚDE OCUPACIONAL DO TRABALHADOR COM INTUITO DE

CONTRIBUIR PARA A MELHORIA DAS CONDIÇÕES FÍSICAS DA INSTITUIÇÃO

Gráfico 12: sobre as medidas adotadas pela direção da empresa em relação à saúde ocupacional do trabalhador com intuito de contribuir para a melhoria das condições físicas

da instituição Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

O Gráfico 12 denota uma situação negativa para os gestores da organização no que

diz respeito às medidas adotadas em relação à saúde ocupacional do trabalhador

com intuito de contribuir para a melhoria das condições físicas da instituição, fato

50% 50%ótimobomregularruimpéssimo

Page 58: 5091[1]

58

esse, caracterizado num percentual de 100% dos entrevistados que consideram ruim

ou péssimo essa falta de iniciativa e preocupação com a saúde de seus

colaboradores e com os fatores estruturais e até mesmo estéticos do ambiente.

Essa atitude dos gestores (juiz e administradora) justifica-se, segundo eles, pela sua

falta de autonomia financeira, pois, a organização não dispões diretamente dos

recursos, e sim, é necessário comunicar-se com o TJBA e solicitar alguns pedidos.

Outro fator de grande relevância que dificulta essas ações desejadas pelos

funcionários é o fato de que o Fórum está instalado em prédio pertencente à

Prefeitura Municipal de Glória, que segundo o TJBA, não pode realizar reformas em

algum outro órgão que de fato não seja de sua criação. Contudo, a maioria dos

funcionários acreditam que seus superiores poderiam dispensar maiores esforços

em obter melhores condições físicas e ambientais que favorecer para sua saúde.

4.14 SOBRE A DIVISÃO DAS TAREFAS E DAS RESPONSABILIDADES NA

ORGANIZAÇÃO

Gráfico 13: sobre a divisão das tarefas e das responsabilidades na organização

Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

30%

50%

20%

ótimobomregularruimpéssimo

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59

No que diz respeito à divisão das tarefas e das responsabilidades na empresa, o

Gráfico 13 demonstra, através da entrevista com os colaboradores internos da

organização, um resultado moderado, onde 50% dos responderam consideram esse

aspecto regular. Um percentual correspondente a 30% deles respondeu bom e 20%

optaram pelo conceito ruim.

Esse fato pode ser explicado por algumas razões como, por exemplo, o fato de o

Fórum não dispor de um funcionário do quadro que tenha sido admitido para o cargo

de Administradora (que exige nível superior completo em qualquer área), motivo pelo

qual quem o ocupa é uma escrevente de cartório (que exige para sua atuação o

nível médio completo) lotada na Vara Crime dessa Comarca, exercendo, esta, então,

as duas funções.

Outro fato bastante considerável é que como na referida organização há uma (01)

Vara Crime e uma (01) Vara dos Feitos Cíveis, cada uma delas tendo um Escrivão

(Bacharel em Direito), os quais, na ausência ou impedimento de um deles, o outro é

automaticamente seu substituto legal, o que vem ocorrendo no momento, em virtude

da Licença Maternidade da Escrivã da Vara Cível. Isso obviamente acarreta em

sobrecarga de serviços e responsabilidades.

Também a Oficiala do Registro Civil e Tabelionato desempenha suas funções

sozinha e apenas no turno matutino, motivo pelo qual gera acúmulo de pessoal e de

serviços a serem realizados.

Há apenas um (01) oficial de Justiça que realiza diligências em cumprimento de

mandados tanto na área urbana quanto na rural.

E, ainda, escreventes que realizam os mais variados serviços, inclusive alguns

competentes aos escrivães, como, por exemplo, digitação de audiências, certidões,

entre outros. Contudo, não há treinamento ou especialização oferecido pelo órgão

da Justiça.

Page 60: 5091[1]

60

4.15 SOBRE AO QUADRO DE FUNCIONÁRIOS SER SUFICIENTE PARA

ATENDER A DEMANDA DA ORGANIZAÇÃO

Gráfico 14: sobre ao quadro de funcionários suficiente para atender a demanda da

organização Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

Observa-se no Gráfico 14 que a situação da organização é desfavorável no que diz

respeito ao quadro de funcionários suficiente para atender a sua demanda, pois,

70% dos respondentes consideram esse item como ruim ou péssimo. Ao tempo em

que 20% deles respondeu regular e apenas 10% classificaram como bom.

Esse fato justifica-se pelo pequeno número de funcionários, pela necessidade de

realização de novos concursos, pelo acúmulo de funções e, conseqüentemente, dos

serviços a serem realizados.

10%

20%

60%

10% ótimobomregularruimpéssimo

Page 61: 5091[1]

61

4.16 SOBRE O RELACIONAMENTO ENTRE OS COLABORADORES INTERNOS

Gráfico 15: sobre o relacionamento entre os colaboradores internos

Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

O Gráfico 15 faz menção ao relacionamento entre os colaboradores internos da

organização. Verifica-se que é bastante satisfatório o percentual registrado, onde

80% dos inquiridos atribuíram o conceito bom e os 20 restantes consideram regular

esse fator na empresa.

Os funcionários do Fórum, de modo geral, relacionam-se bem, de maneira cordial,

respeitosa e em situações que vão além do cotidiano de trabalho. Valorizam a vida

humana, bem como sabem da importância e necessidade das pessoas em ter um

convívio harmonioso para se viver melhor dentro e fora do ambiente de trabalho.

80%

20%

ótimobomregularruimpéssimo

Page 62: 5091[1]

62

4.17 SOBRE A COMUNICAÇÃO COM O SUPERIOR HIERÁRQUICO DA

ORGANIZAÇÃO

Gráfico 16: sobre a comunicação com o superior hierárquico da organização

Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

Observa-se no Gráfico 16 que o superior hierárquico da empresa é uma pessoa

consideravelmente aberta à comunicação e ao diálogo, fato esse constatado a partir

dos percentuais de 50% dos respondentes que responderam bom ou ótimo e os

demais 50% que responderam regular para esse quesito. O superior do Fórum, o

Juiz de Direito é considerado pela maioria dos funcionários, uma pessoa educada e

compreensiva, o que pôde ser observado através de conversas com os servidores.

10%

40%

50%ótimobomregularruimpéssimo

Page 63: 5091[1]

63

4.18 SOBRE À ACEITAÇÃO DE SUGESTÕES DE MELHORIAS DOS

SUBORDINADOS AOS SUPERIORES

60%

30%

10%

ótimobom

regularruimpéssimo

Gráfico 17: sobre à aceitação de sugestões de melhorias dos subordinados aos superiores Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

O Gráfico 17 revela uma condição desfavorável para a empresa no que diz respeito

à aceitação de sugestões de melhorias dos subordinados aos superiores, face ao

percentual de 40% dos entrevistados que responderam ruim ou péssimo, seguido de

60% que considera essa ação regular.

Esses percentuais são justificados pelos superiores devido à falta de total autonomia

no que diz respeito à tomada de decisões e mudanças, uma vez que o órgão

superior, o TJBA, segundo os mesmos, deve ser indicador e responsável pelas

mudanças a ocorrer na organização.

Page 64: 5091[1]

64

4.19 INFORMAÇÕES SOBRE COMO AS ATIVIDADES, MUDANÇAS, METAS E

OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO SÃO TRANSMITIDAS PELOS LÍDERES

Gráfico 18: informações sobre como as atividades, mudanças, metas e objetivos da organização são transmitidas pelos líderes Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

O Gráfico 18 revela através do percentual de 90% que as informações sobre as

atividades, mudanças, metas e objetivos são, normalmente, transmitidas pelos

líderes da organização, fator esse de suma importância para o crescimento e bom

funcionamento da organização.

Esse percentual justifica-se devido ao compromisso e responsabilidade que todos os

membros que fazem parte do Fórum dispensam na realização de suas tarefas e no

anseio em favorecer à população que faz uso de seus serviços, seja ela do

município de Glória ou circunvizinhos.

90%

10%

simnão

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65

4.20 VALORES SÃO MAIS PRATICADOS NA ORGANIZAÇÃO

Gráfico 19: valores são mais praticados na organização

Fonte: Pesquisa realizada em 14.04.2010

Observa-se no Gráfico 19 que dentre os valores mencionados no questionário

aplicado aos colabores internos da organização, tais como, transparência, confiança

nas pessoas e cooperação entre as pessoas e entre os departamentos, a

característica de maior percentual verificado foi esta última, com 70%, seguido de

20% que optaram pela transparência.

De fato, observando a atuação e o dia-a-dia dos servidores da organização em

estudo, verifica-se o compromisso em ver o serviço concretizado e de modo que a

empresa, os funcionários e a população estejam em efetivo desenvolvimento e

satisfação.

20%

10%

70%

transparênciaconfiança nas pessoascooperação entre as pessoas e entre os departamentos

Page 66: 5091[1]

66

4.21 CONCLUSÕES DO CASO

A organização encontra-se em uma situação negativa com relação às condições

ambientais e técnicas existentes, fazendo-se necessários alguns ajustes na estrutura

do prédio com reformas e maior espaço, na climatização, na higiene e em alguns

móveis e equipamentos.

Diagnosticou-se ainda, que o conhecimento sobre ergonomia, bem como sua

aplicação é pouco conhecida pelos colaboradores, e assim, pouco aproveitada e

vivenciada.

Através de observação in loco e aplicação de questionário, observou-seque a carga

horária de trabalho não ultrapassam as seis horas diárias, o que é visto

positivamente por seus colaboradores. Com relação ao período de descanso, oscila

dia-a-dia, a depender da necessidade e demanda pelos serviços.

O clima organizacional foi avaliado de forma positiva, uma vez que as pessoas

respeitam-se e ajudam-se mutuamente e que o tratamento é cordial entre todos

mantidos numa relação que vai além do ambiente de trabalho.

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67

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A qualidade, sem dúvidas têm sido a base do sucesso de toda e qualquer instituição,

sendo um dos principais fatores que determinam a competitividade e a credibilidade

das mesmas, tornando-se, conseqüentemente, a melhor ferramenta para o alcance

do diferencial que irá destacá-las frente à concorrência, que se torna cada vez mais

acirrada. No setor de serviços não é diferente, uma vez que a população exige

respeito, e esse, acontece, no caso da organização em estudo, decorrente da

prestação de serviços de forma eficiente, que por sua vez só serão alcançados

mediante ao aumento da produtividade e da qualidade institucional.

Para tornar-se competitiva através da prestação de serviços eficientes, as empresas

passam e precisam investir em tecnologias, novas técnicas e ferramentas que

aperfeiçoem as formas de trabalho, de modo a adequá-las às necessidades

ambientais, proporcionando aos funcionários melhores condições, maior qualidade

de vida e segurança no trabalho. Ao investir em capacitação, desenvolvimento

profissional, conforto, segurança e saúde de seus colaboradores as instituições

estrategicamente otimizam seus sistemas de produção tornando-os mais eficientes e

eficazes já que atendem às necessidades e eliminam as dificuldades decorrentes do

trabalho, deixando um ambiente agradável, seguro e produtivo.

O objetivo principal deste estudo realizado foi analisar os fatores ergonômicos e sua

relevância para a melhoria das condições de trabalho e do clima organizacional do

Fórum da Comarca de Glória-Bahia. O estudo ergonômico e suas aplicações dentro

de qualquer organização que pretende alcançar a qualidade na prestação de

serviços e aumentar a produtividade de maneira a tornar-se mais competitiva ou

destacar-se na área em que atua, torna-se inevitável e indispensável, pois, é no

ambiente de trabalho, onde na maioria dos casos, o colaborador interno passa maior

parte do seu dia. Para tanto, faz-se extremamente necessários todos os cuidados

para a preservação de sua saúde física, psicológica e cognitiva.

Demonstrou-se aos colaboradores da organização, através da exibição de material

bibliográfico, bem como dos dados coletados através de questionário a importância

da ergonomia para a empresa, pois, somente num ambiente ergonomicamente

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68

adequado às suas necessidades o colaborador poderá trazer o máximo do resultado

esperado pela instituição, o que terá reflexo tanto na conservação da saúde,

valorização e motivação dos funcionários, bem como o absenteísmo destes

decorrentes de doenças ocupacionais, que implica em prejuízos financeiros e de

produtividade para a organização, como também no nível de satisfação do público

externo quando vendo suas expectativas superadas. E a organização, então, verá

otimizados os serviços oferecidos.

As atividades diárias desenvolvidas pelos funcionários da organização em estudo

não implicam na exigência de esforço físico excessivo, como pegar peso, com

exceção nos momentos em que há a real necessidade. Contudo, carecem de muita

atenção, esforço visual, escrita e digitação, que quando realizados ininterruptamente

ocasionam desconforto.

Os fatores físico-ambientais não apresentam características favoráveis aos

colaboradores. Analisando-se as condições de trabalho no Fórum da Comarca de

Glória – BA é notória a necessidade de mudanças, principalmente aquelas

referentes ao espaço físico, estrutural e de patrimônio já que o prédio onde funciona

a instituição trata-se de um antigo galpão adaptado de maneira precária, cedido pela

Prefeitura do Município de Glória –BA, motivo pelo qual qualquer tipo de reforma se

torna algo dificultoso, pois, é preciso a aprovação, bem como, o investimento por

parte desse órgão cedente. Outros pontos que contribuem de forma negativa para o

desempenho dos servidores na prestação dos serviços cartoriais são os móveis, os

equipamentos, as instalações elétricas, a iluminação, o arquivo e o depósito, que

foram projetados e funcionam de maneira inadequada e insuficiente tanto para a

saúde dos colaboradores, quanto para tornar o trabalho mais agradável e eficiente.

Apesar da urgência por mudanças, a burocracia é um dos grandes problemas

encontrados no Fórum. Por tratar-se de um poder do Governo do Estado da Bahia,

ou seja, órgão público, as questões que envolvem patrimônio ficam condicionadas e

centralizadas no Tribunal de Justiça da Bahia e fica a critério do setor de patrimônio

julgar se há a necessidade da substituição ou do investimento em tecnologias afins.

Ocorre que o setor responsável pouco conhece a realidade e as necessidades do

Fórum da cidade de Glória e por ser um órgão público, a compra de matérias e

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qualquer tipo de investimento fica dependente de licitação na modalidade menor

preço e, no que se concerne à questão patrimônio quase nunca os órgãos públicos

podem contar com a estrutura necessária e adequada à realidade e necessidade do

ambiente de trabalho.

Durante o processo de desenvolvimento desse trabalho foram sugeridas pela autora

algumas adaptações para melhoria, as quais foram colocadas em prática no que diz

respeito à mudanças no layout dos móveis nas salas onde funcionam os Cartórios e

as Varas. Devido às salas disporem de pequeno espaço físico, as mudanças de

posição dos moveis com a finalidade de conseguir mais espaço e fazendo com que

os trabalhos fossem desenvolvidos com eficiência, ocasionou, portanto, um

representativo conforto e facilidade, melhorando também o atendimento ao público,

o que tornou-se indispensável, e assim, sua implantação trouxe resultados bastantes

satisfatórios.

Outras sugestões estão em fase de apreciação, como a instalação de uma central

de ar na sala que é uma extensão da Vara Cível, e também antecede ao gabinete do

juiz e ao salão do júri, funcionando, assim, como sala de espera para advogados e a

população em geral, pois trata-se de um ambiente insalubre causando desconforto

a todos que a utilizam. O sistema de iluminação é um ponto bastante crítico e que

poderá prejudicar de forma significativa a visão dos colaboradores, já que todos

utilizam com freqüência os computadores e a baixa iluminação demanda um esforço

maior da visão. E, ainda, a inevitável aquisição de móveis corretos e adaptados ao

uso dos computadores (mesas e cadeiras).

Outros pontos sugeridos, ambos de fácil aplicação e sem custos, foram a correção

da postura, principalmente diante do uso do computador, e a forma da organização

dos materiais sobre a mesa, que apesar de ser sugestões simples, funcionam na

prevenção de doenças e na rapidez na execução do trabalho.

O clima organizacional revelado na organização expressa-se positivamente, uma

vez que diagnosticou-se a cooperação e satisfação dos colaboradores com o

ambiente psicológico ao qual estão submetidos, o que influencia diretamente às

pessoas que fazem parte da organização.

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70

6 REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO LTDA

FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE

Credenciada pela Portaria/MEC nº 206/2002 – D.O.U. 29/01/2002 Av. Vereador José Moreira, 1000 – Centro, 48601-180

CNPJ: 03.866.544/0001-29 e Inscrição Municipal nº 005.312-3 Paulo Afonso – Bahia

ANÁLISE DOS FATORES ERGONÔMICOS DO AMBIENTE E SUA RELEVÂNCIA PARA A MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E DO CLIMA ORGANIZACIONAL: um estudo de caso no Fórum da Comarca de Glória - BA.

O presente questionário tem finalidade acadêmica, com intuito de elaboração do trabalho de conclusão de curso, onde será analisada a interferência ergonômica, bem como as condições ambientais e de clima organizacional, analisadas no ambiente de trabalho. Agradeço sua compreensão e colaboração.

Questionário direcionado aos funcionários do Fórum da Comarca de Glória

- Bahia 01- Faixa etária: ( ) 15 a 25 anos ( ) 26 a 35 anos ( ) 36 a 45 anos ( ) acima de 46 02- Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino 03- Tempo de trabalho no setor: ( ) 0 a 3 anos ( ) 4 a 7 anos ( ) 7 a 10 anos ( ) acima de 10 anos

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04-Seu conhecimento sobre Ergonomia? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo 05-Seu nível de satisfação no ambiente de trabalho? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo 06-A segurança e o conforto em relação ao trabalho que realiza? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo 07-As condições de trabalho podem influenciar no desempenho dos funcionários? ( ) sim ( ) não 08-Quanto à distribuição dos móveis e equipamentos, bem como os utensílios apropriados à realização das atividades da empresa? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo 09-Qual a contribuição da Informatização para a realização das atividades da empresa? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo

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10-Qual a contribuição das condições ambientais (temperatura, iluminação, ventilação, ruído, etc.) necessárias para a realização das atividades da empresa? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo 11- Quanto às condições de higienização (limpeza geral, retirada de poeira, bactérias, detetização) do local de trabalho? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo

12-Qual a contribuição das condições de tempo (jornada de trabalho, períodos de descanso), para a realização das atividades na empresa? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo 13-Quanto às medidas adotadas pela direção da empresa em relação à saúde ocupacional do trabalhador com intuito de contribuir para a melhoria das condições físicas da instituição? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo 14-Quanto à divisão das tarefas e as responsabilidades na empresa? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo

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15-Quanto ao quadro de funcionários suficiente para atender a demanda da empresa? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo 16-O relacionamento entre os colaboradores internos? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo 17-Quanto à comunicação com o superior da empresa? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo 18- Quanto à aceitação de sugestões de melhorias dos subordinados aos superiores? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo 19- As informações sobre as atividades, mudanças, metas e objetivos da empresa/setor são transmitidas pelos líderes? ( ) sim ( ) não 20- Quais valores são mais praticados na empresa? ( ) transparência ( ) confiança nas pessoas ( ) cooperação entre as pessoas e entre os departamentos

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FOTOS DE ALGUNS AMBIENTES DO FÓRUM

Fig. 01- Fachada do Fórum

Fig. 03- Teto quebrado Fig. 04- Piso quebrado

Fig. 02- Cozinha em precárias condições

Fig. 05- Passagem de acesso Fig. 06- Vara Cível

Fig. 07- Armários Fig. 08- Depósito