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Sexta-feira, 25-07-2014 Edição às 08h30 EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco Editor Raul Santos Balsemão defende revisão profunda da Constituição Tourada, circo e agropecuária escapam à criminalização de maus-tratos a animais Despedida de Deco com casa cheia no Dragão Bispo católico em Jerusalém pede "cessar-fogo imediato" Porta-voz da ONU à Renascença: "Civis voltaram a pagar preço inimaginável" Papa agradece "testemunho de fé" da sudanesa condenada à morte Ricardo Salgado: "A verdade e a justiça acabarão por prevalecer" Morte de estudantes no Meco foi acidente, conclui Ministério Público Pilotos da TAP podem partir para a greve Reitor de Lisboa arrasa processo de avaliação das unidades de investigação

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Sexta-feira, 25-07-2014Edição às 08h30

EDIÇÃO PDF

DirectoraGraça Franco

EditorRaul Santos

Balsemão defenderevisão profundada Constituição

Tourada, circo eagropecuáriaescapam àcriminalização demaus-tratos aanimais

Despedida de Decocom casa cheia noDragão

Bispo católico emJerusalém pede"cessar-fogoimediato"

Porta-voz da ONUà Renascença:"Civis voltaram apagar preçoinimaginável"

Papa agradece"testemunho de fé"da sudanesacondenada àmorte

Ricardo Salgado: "A verdadee a justiça acabarão porprevalecer"

Morte de estudantes no Meco foi acidente,conclui Ministério Público

Pilotos da TAP podem partirpara a greve

Reitor de Lisboa arrasaprocesso de avaliação dasunidades de investigação

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Ricardo Salgado: "Averdade e a justiçaacabarão porprevalecer"Ex-presidente do BES, que foi constituídoarguido no caso "Monte Branco", diz-seempenhado no apuramento da verdade.

José Sena Goulão/Lusa

O ex-presidente executivo do Banco Espírito Santo(BES), Ricardo Salgado, reitera a "total disponibilidadepara colaborar com a justiça no apuramento daverdade", como "já fez" no passado.Ricardo Salgado afirma, em comunicado, "acreditar quea verdade e a justiça acabarão por prevalecer" e que"confia na objectividade da informação públicadivulgada".A disponibilidade para colaborar com a justiça foimanifestada esta quinta-feira ao início da noite, depoisde o banqueiro ter sido constituído arguido no caso“Monte Branco”.Após ser inquirido durante várias horas pelo juiz doTribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), RicardoSalgado ficou em liberdade mediante o pagamento deuma caução de três milhões de euros.A Procuradoria-Geral da Republica (PGR) informou queforam aplicadas ao arguido as medidas de coacção de"sujeição a caução, no montante de três milhões deeuros, proibição de ausência do território nacional eproibição de contactos com determinadas pessoas".Está em causa a "eventual prática de crimes de burla,abuso de confiança, falsificação e branqueamento decapitais", adianta a PGR.No final da audição, Francisco Proença de Carvalho,advogado de Ricardo Salgado, disse aos jornalistas queo antigo presidente do BES "colaborou com a justiça,prestou a sua visão sobre os factos e assim continuará"e que "agora seguirá para casa, normalmente".

Morte de estudantesno Meco foi acidente,conclui MinistérioPúblicoUm grupo de sete estudantes universitáriosfoi arrastado por uma onda quando estavam,de madrugada, na praia. Só um conseguiuvoltar a terra com vida.

O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito à mortede seis jovens na praia do Meco, concluindo ter sidoum acidente. A notícia é avançada na imprensa destasexta-feira.De acordo com o “Diário de Notícias” (DN), o MinistérioPúblico de Almada concluiu que foi um acidente, nãopodendo ser imputada qualquer responsabilidadecriminal ao único sobrevivente da tragédia, JoãoGouveia. O despacho de arquivamento deve serdivulgado nos próximos dias. O DN escreve que, de acordo com a investigação, nãohá indícios de excessos com a praxe académica e queo grupo de estudantes estava apenas em convivio,junto ao mar, quando foi surpreendidos por uma ondade três metros.Um grupo de sete jovens estava a passar o fim-de-semana numa casa alugada na localidade de Aiana deCima, perto da praia do Meco, no âmbito dasactividades da comissão de praxes da UniversidadeLusófona. O grupo foi sido arrastado por uma ondaquando se encontrava na praia do Meco, namadrugada de 15 de Dezembro de 2014, de acordo comversão do sobrevivente. Após a tragédia, João Gouveiadisse à Polícia Marítima que tinha conseguidoregressar a terra firme, mas que os outros seis jovenstinham sido arrastados para o mar.O episódio causou muita polémica e fez regressar odebate em torno das praxes académicas.[notícia actualizada às 8h03]

Balsemão defenderevisão profunda daConstituiçãoFundador do PSD pede também reformasque considera "fundamentais", como o votoelectrónico, e lança a ideia de uma segundacâmara parlamentar.

O antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemãodefende uma revisão da Constituição, que contemple aideia de uma segunda câmara parlamentar, e tambémuma reforma da lei eleitoral."Refiro-me a uma revisão constitucional, que não sejaapenas para limpar, mas para equacionar

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provavelmente questões importante, como a existênciade uma segunda câmara, como por exemplo, a próprianatureza do sistema de governo semipresidencialista",afirmou num jantar com deputados do PSD, estaquinta-feira à noite, na Assembleia da República. O fundador e militante número um do PSD, defendeureformas que considera "fundamentais", como o votoelectrónico e a "lei eleitoral, que já devia estar mais doque revista e adaptada às circunstâncias que não têmnada a ver com as circunstâncias da lei eleitoral notempo em que ela foi apresentada e aprovada". Para Pinto Balsemão, estes são “assuntos de fundo, quedevem ser debatidos e a sede para esse debate é oParlamento".São necessários consensos nas questõesfundamentais, apesar dos tempos conturbados dedisputa interna que o PS vive, refere o fundador do PSD."O Partido Socialista, que todos os dias dá este tristeespectáculo de noites da má língua, é confrangedormas é assim que está a acontecer, tem a mesma visãoda democracia de padrão Ocidental do que nós.Portanto, é possível esse entendimento, bem comocom o CDS.”Com elogios ao desempenho do Governo e doprimeiro-ministro, Balsemão lembra que a legislatura jávai a mais de metade e defende que é preciso olharmais além. É necessário acautelar que os mais velhostêm "um fim de vida tranquilo" e dar aos mais novosalgo em que acreditem.[notícia actualizada às 23h26]

Reitor de Lisboaarrasa processo deavaliação dasunidades deinvestigaçãoÀ Renascença, António Cruz Serra quebra osilêncio que mantinha sobre o assunto por"não aguentar" ter lido determinadasdeclarações do presidente da FCT.

António Cruz Serra pede a intervenção de Passos. Foto: Lusa

O reitor da Universidade de Lisboa diz que o processo

de avaliação das unidades de investigação, levado acabo pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia(FCT), "é lamentável" e vai resultar na "liquidação deuma parte do nosso sistema científico".António Cruz Serra decidiu quebrar, em declarações àRenascença, o silêncio que mantinha sobre o assunto,por "não aguentar" ter lido determinadas declaraçõesdo presidente da FCT."Não aguentei ver escrito, numa entrevista aopresidente da FCT, que havia uma maioria silenciosaque apoiava o resultado da avaliação. Eu fazia partedessa maioria silenciosa, mas não apoio, de maneiranenhuma, o processo que foi conduzido de formapouco profissional, pouco eficiente e baseada numapolítica inaceitável", desabafa o reitor.Para Cruz Serra, este processo vai "virar o sistema depernas para o ar", caindo, assim, o país, "mais uma vez",em algo que "tem constituído uma das bases do nossoinsucesso", porque "desta política não ficará nada,quando mudar o Governo e a direcção da FCT".Classificando o processo de "lamentável" em três frente- na "política definida", na "aplicação da avaliação" e na"seriedade da avaliação - o reitor da Universidade deLisboa sublinha que, "tendo sido especificado nocontrato com a agência de avaliação que metade dasunidades não passava à segunda fase", seria preciso"seriar as unidades", algo que não se verificou, uma vezque cada avaliador "avaliou uma ou duas unidades".Nestas declarações à Renascença, António Cruz Serraacusa ainda que a maioria dos avaliadores não é"especialista da área da avaliação".O reitor da Universidade de Lisboa apela ao primeiro-ministro para que coloque um fim a este processo deavaliação: "Apelo a que o nosso Governo e,nomeadamente, o primeiro-ministro consiga perceberque o resultado desta operação será a liquidação deuma parte do nosso sistema científico".

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Pilotos da TAPpodem partir para agreveSindicato diz que medidas excepcionais paracompensar os trabalhadores chegam tarde.

Foto: Lusa

Por Sandra Afonso

Os pilotos da TAP marcaram uma assembleia-geralpara esta sexta-feira. Todos os cenários de luta estãoem cima da mesa, incluindo uma greve.Em causa estão as medidas de austeridade que têmsido impostas aos trabalhadores, às quais se juntamagora os problemas operacionais da empresa, que temregistado sucessivos atrasos e cancelamentos.Esta quinta-feira a administração anunciou “medidasexcepcionais” para compensar as horas extraordináriasque têm sido pedidas, mas já chegam tarde, disse àRenascença Jaime Prieto, presidente do Sindicato dosPilotos da Aviação Civil (SPAC).“Nós vamos ter uma assembleia e todas estas situações,toda a envolvente da TAP neste momento seráanalisada. O que nós consideramos, como sindicatorepresentativo dos pilotos, é que isto são remendospara males maiores”, afirma.“[As medidas] Claramente pecam por tardias.Perguntamos porquê agora, quando já começou adestruturação operacional ao tempo que todos nósassistimos. Há mais de dois anos que nós alertamosque a TAP não está a crescer, está a inchar. Crescer éaumentar de forma sustentada, inchar é tentar crescere aumentar a todo e qualquer custo”, sublinha JaimePrieto.Os pilotos vão discutir esta sexta-feira a situação daempresa e a marcação de greves é uma possibilidade,adverte o presidente do SPAC.“É uma questão de lutarmos pela dignidadeoperacional, para que se apurem responsabilidades, serecuperem os trabalhadores e as condições de trabalhona TAP. Nós temos passageiros a serem voados emcompanhias que eu, que sou profissional da aviação há20 anos, nem sei de onde elas aparecem”, refere JaimePrieto.

REVISTA DA IMPRENSA

Ricardo Salgado é odono de todas asmanchetesO caso Ricardo Salgado marca, também, oseditoriais desta manhã. O Público escreveque o império Espírito Santo está a cair comoum baralho de cartas. O Diário Económicoquestiona se há um justiça para os poderosose outra para os ex-poderosos.

Ricardo Salgado faz o pleno das primeiras páginas dosjornais desta manhã. “A queda”, titula o DiárioEconómico. “Suspeito”, escrevem Jornal de Notícias,Jornal de Negócios e Público. O Jornal “I” diz que ohomem que era conhecido como o “dono disto tudo”,foi “detido por tudo isto”. O Diário de Notícias explicaque a venda da ESCOM à Sonangol levou à detenção deSalgado. Já o semanário Sol conta que o ex-presidentedo BES recebeu 17 milhões por negócio que nãoexistiu.Nos outros temas que marcam as primeiras páginas, oDiário de Notícias diz que o caso das mortes do Mecofoi arquivado por não haver crime. O semanário Solavança que Maria Luís Albuquerque é uma dashipóteses para comissária europeia. O Jornal deNotícias avança que o serviço público está em risco noMetro do Porto e na STCP – o alerta parte do Tribunal deContas.Por último, o Público conta que o Rali de Portugalperdeu apoio de um milhão de euros do Turismo dePortugal.O caso Ricardo Salgado marca, também, os editoriaisdesta manhã. O Público escreve que o império EspíritoSanto está a cair como um baralho de cartas. Caso sevenham a confirmar as suspeitas, esta é mais umamancha na reputação do império da família. No meiode tudo isto, interessa salvar o banco e pouco mais,defende o artigo.Já o Diário Económico questiona se há um justiça paraos fortes e outra para os ex-poderosos. O jornal diz que,tal como Vale e Azevedo, Salgado só foi detido depoisde sair do cargo que detinha. Parece que a justiça sóteve a mão mais pesada quando Salgado já estava forado BES. Conclui o jornal que os tribunais não podemdeixar que este caso seja uma cópia de

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outros processos que envolveram ex-banqueiros e queacabaram em prescrições ou que ainda estão porconcluir.

Salgado paga trêsmilhões pelaliberdadeAntigo banqueiro está proibido de sair dopaís e de contactar com "determinadaspessoas", que a PGR não nomeia.

Um batalhão de jornalistas juntou-se no Campus da Justiça. Foto:Pedro Nunes/Lusa

Ricardo Salgado ficou em liberdade mediante umacaução de três milhões de euros, após ter sidoapresentado esta quinta-feira a primeiro interrogatóriojudicial, no Tribunal Central de Instrução Criminal(TCIC), em Lisboa.O ex-presidente executivo do Banco Espírito Santo(BES) foi interrogado durante a manhã e a tarde, naqualidade de arguido, pelo juiz Carlos Alexandre, depoisde detido esta manhã no âmbito da "Operação MonteBranco", que investiga a maior rede de branqueamentode capitais em Portugal.Francisco Proença de Carvalho, advogado de RicardoSalgado, disse à saída do TCIC que o seu cliente"colaborou com a justiça, prestou a sua visão sobre osfactos e assim continuará", e que "agora seguirá parasua casa, normalmente".Num comunicado entretanto divulgado, aProcuradoria-Geral da República (PGR) informa que, deacordo com a promoção do Ministério Público, foramaplicadas ao arguido as medidas de coacção de"sujeição a caução, no montante de três milhões deeuros, proibição de ausência do território nacional eproibição de contactos com determinadas pessoas".Segundo a PGR, está em causa a "eventual prática decrimes de burla, abuso de confiança, falsificação ebranqueamento de capitais".A nota acrescenta que Ricardo Salgado manifestou o"propósito de prestar declarações e de colaborar com ajustiça para o esclarecimento dos factos".A PGR esclarece ainda que, no âmbito do processo“Monte Branco”, "foram identificados movimentosfinanceiros" que, numa primeira fase, levaram àinquirição como testemunha de Ricardo Salgado.

"Após essa audição prosseguiram diligências deinvestigação com a cooperação da AutoridadeTributária e Aduaneira, designadamente com aobtenção de elementos de prova por via da cooperaçãojudiciária internacional, tendo sido recolhidos novosindícios que justificaram um conjunto de diligênciasde busca que, ontem [quarta-feira], foram levadas acabo", explica o comunicado.A detenção de Ricardo Salgado aconteceu nasequência de buscas efectuadas na quarta-feira, avárias entidades do Grupo Espírito Santo.Ricardo Salgado já tinha sido ouvido pelas autoridadesno âmbito do caso “Monte Branco”, no fim de 2012.

"Eventuaiscomportamentoscriminais" noinvestimento da PTno GESO presidente da Comissão do Mercado deValores Mobiliários acha estranho que osaccionistas não soubessem do paradeiro de900 milhões investidos pela PortugalTelecom no Grupo Espírito Santo.

Foto: António Cotrim/Lusa

O presidente da Comissão do Mercado de ValoresMobiliários (CMVM), Carlos Tavares, admitiu estaquinta-feira avançar com denúncias sobre eventuaiscomportamentos criminais devido ao investimento de900 milhões de euros feito pela Portugal Telecom (PT)no Grupo Espírito Santo (GES)."Os accionistas [da PT] é que têm que tirar as suasconclusões e exercerem os seus direitos perante os quetomaram a decisão ou permitiram que ela fossetomada", afirmou o responsável, realçando, aindaassim, que a CMVM fará "denúncias de eventuaiscomportamentos criminais se for caso disso".O mesmo ocorrerá relativamente à abertura depossíveis processos de contra-ordenação contra aoperadora de telecomunicações portuguesa. "No caso da PT, não funcionaram os mecanismos decontrolo interno da sociedade. Como é que foipossível?", questionou Carlos Tavares, perante as

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questões que lhe foram colocadas sobre esteinvestimento na comissão do Orçamento e Finanças, àqual foi chamado devido à situação que vive o GES. "900 milhões não se escondem em qualquer sítio"O líder do supervisor confessou estar surpreendido quetal posso ter acontecido "numa empresa cotada, commuitos accionistas, sem que os órgãos devidos decontrolo tenham funcionado". E realçou: "Não nos basta aquela afirmação de que nãosabiam. Novecentos milhões de euros não seescondem em qualquer sítio. Alguém, dentro dosauditores, do revisor oficial de contas, alguém tem quepedir informações".Daí, para Tavares, terá que haver responsabilização dosauditores e dos órgãos de fiscalização da PT. Atéporque o mercado tem que saber "se a PT está exposta ariscos que não sejam do seu próprio negócio", como éo caso.Na quarta-feira, a brasileira Oi - que está em processode fusão com a PT - confirmou que não recebeu oreembolso do papel comercial que a Rio Forte devia terpago até terça-feira e garantiu que adoptará "asmedidas cabíveis" para a cobrança, através dassubsidiárias PT Portugal e PT International Finance.A ausência do pagamento dos 847 milhões de eurosrelativos ao principal bloco de papel comercial da RioForte Investments até dia 22 de Julho, faz com que a'holding' do GES tenha entrado em incumprimento.Por pagar estão ainda mais 50 milhões de euros depapel comercial emitido pela Rioforte e subscrito pelaPT, num total de 897 milhões de euros.

Espírito SantoFinancial Grouppede protecçãocontra credoresHolding do Grupo Espírito Santo admite queque não está em "condições de cumprir assuas obrigações".

O Espírito Santo Financial Group (ESFG) apresentou,esta quinta-feira, um pedido de gestão controlada, ouseja, protecção contra credores, aos tribunais doLuxemburgo onde está sediado. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado deValores Mobiliários (CMVM), a ESFG justifica a decisãocom “o facto de não estar em condições de cumprir assuas obrigações no âmbito do programa do papelcomercial, nem as obrigações relacionadas com assuas dívidas”. A gestão controlada, refere o comunicado, “é possívelem situações em que existem perspectivas para osnegócios da empresa que se encontratemporariamente em dificuldades e seja incapaz decumprir as suas obrigações, de modo a permitir a suarestruturação”.O Espírito Santo Financial Group sublinha que “esteprocedimento deverá facilitar uma alienação faseadados seus activos servindo melhor os interesses de

todos os credores”.Este é o terceiro pedido de protecção contra credoresapresentado por uma holding do Grupo Espírito Santo(GES). A Espírito Santo Internacional (ESI) e a Rio Fortetambém já tinham pedido gestão controlada àsautoridades do Luxemburgo.O Espírito Santo Financial Group, que esta semana foiretirado do índice PSI-20 da Bolsa de Lisboa, tinhaadmitido na quarta-feira que a exposição ao GES podeultrapassar os 2,35 mil milhões de euros.O pedido de protecção contra credores do ESFGacontece no dia em que o antigo presidente do BancoEspírito Santo (BES), Ricardo Salgado, foi detido eouvido na qualidade de arguido no âmbito do caso"Monte Branco". Salgado pagou uma caução de três milhões de eurospara ficar em liberdade. Segundo a Procuradoria-Geralda República, está em causa a "eventual prática decrimes de burla, abuso de confiança, falsificação ebranqueamento de capitais".

PEDRO LEAL

Na hora daderrocada, a justiçabate à portaO que espanta em Portugal é o diminutonúmero de casos desta magnitude que naverdade chegam ao fim, com culpadosidentificados.

Por Pedro Leal

Benfica, BPN, BPP e caso Espírito Santo. Quatrosituações em que a justiça foi mais contundente nahora da queda dos protagonistas. Se justo é bom queaconteça, mesmo já numa fase de descrédito dossujeitos, pois é o garante da primazia da lei; diz o povo:“mais vale tarde do que nunca”.Mas esta rotina de actuação deixa uma dúvida no ar:quantos poderosos sobre os quais recaem suspeitasnão são incomodados pela justiça porque ainda são,precisamente, poderosos?A suspeita pode ser injusta, mas a frequência dos casosalimenta a dúvida. Basta recordamos as inúmerasvezes que Maria José Morgado nos alertou para osníveis de corrupção e tráfico de influências emPortugal ou ainda para os estudos da associação

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Transparência e Integridade. O que espanta em Portugal é o diminuto número decasos desta magnitude que na verdade chegam ao fim,com culpados identificados. O caso mais emblemático talvez seja o da aquisiçãodos submarinos. No processo alemão, o negócio jáprovocou condenações. Em Portugal, só agora seterminou o processo das contrapartidas (semcondenações) e ainda está em fase de investigação opróprio processo de aquisição. Neste caso que envolve Ricardo Salgado está-se aindanum meio-termo que pode fazer história: a suaderrocada parece certa, mas o valor do que está emcausa é tão elevado que o seu poder é ainda muitoforte.E aqui joga-se o que pode constituir um pequenoponto de viragem. A justiça pode ter-se antecipado aoesfumar-se de eventuais provas para se perceber o quese passou, se há culpados ou inocentes. Se assim foi fica a ideia que a justiça, hoje, correu umpouco mais rápido.

AS FRASES DE RICARDO SALGADO

O que disse o "DonoDisto Tudo" sobreisto tudoElogios ao TGV. Críticas aos portugueses que“preferem estar no subsídio de desemprego”.A defesa da inocência no caso Monte Branco,os “erros” e as guerras no interior do BES.

Ricardo Salgado. Foto: Lusa (arquivo)

Por Carolina Rico

Chocou-se por ver a sua declaração de rendimentosnos jornais, estilhaços da operação Monte Branco.Dizia que não queria ver o seu BES nacionalizado denovo. Criticou a "troika", mas também os grevistas.Disse, em 2013, que “os banqueiros vão passar umNatal complicado”. Ricardo Salgado – um dos homens mais poderosos dopaís, ao ponto de ser conhecido como o "Dono DistoTudo" – falou sobre quase todos os temas da vidapública portuguesa dos últimos anos. Foi detido estaquinta-feira no âmbito da "Operação Monte Branco".Sobre a Operação Monte Branco:"Eu não tenho nenhum processo. (...) Não tenho

nenhuma investigação. Nenhuma. Fico banzo."("Jornal de Negócios", 2014"Nunca fugi aos impostos, nem sou suspeito disso oude qualquer outra coisa." ("Jornal de Negócios", 2012)"É extraordinário ver a minha declaração derendimentos nos jornais." ("Jornal de Negócios", 2013)Sobre o BES:"Sabe quantos anos eu vou fazer no dia 25 de Junho?70, exactamente. Portanto, esta casa [BES] vai precisarde uma equipa inteligente, vigorosa, enérgica paraseguir em frente dentro daquilo que é a união bancáriaeuropeia." (Dinheiro Vivo, Maio de 2014)"Já fomos nacionalizados uma vez, em 1975, e nãoqueremos ser outra vez." (apresentação das contas doBES, 2014)

"O Estado a gerir bancos é um desastre". (2011)"Ricardo Abecassis é um excelente banqueiro e está afazer um óptimo trabalho no seu lugar. Este período noBrasil é de férias entre o Natal e o Carnaval e ele estáum bocadinho distraído." (Questionado pelosjornalistas sobre a disponibilidade anunciada porRicardo Abecassis para liderar o BES, 2014)"Todos nós cometemos erros e eu assumo que o grupocometeu erros, mas erros provocados pela nossaestrutura e organização no topo, à qual deveríamos terprestado mais atenção. ("Jornal de Negócios", 2014)"O Zé Maria [Ricciardi, o primo que o desafiou] estásempre razoável, está sempre na sua, no banco deinvestimento. (...) Acho que as pessoas têm o direito ater ambições. É normal que essas ambições semanifestem". (Dinheiro Vivo, 2014)Sobre a crise: "Nunca vi uma crise tão profunda, tão grande, tãodestruidora de empregos e de riqueza. (...) Não háabsolutamente nada garantido." (Dinheiro Vivo, 2013)"É notável a descoordenação existente dentro da'troika'. E surpreendente." (2012)"O Fundo Monetário Internacional não dá nada aninguém, nem ajuda ninguém." (2010)"Há pessoas que querem trabalhar e pessoas que fazemgreve e prejudicam a economia do país." ("DiárioEconómico", 2012)"O Governo deve ser sensível, a situação de muitasfamílias é dolorosa e extrema, sobretudo no caso emque marido e mulher perderam emprego. As pessoastêm direito de se manifestar." (2012)"Por que raio é que as agências de 'rating' dizem queGrécia e Portugal são a mesma coisa?" ("DiárioEconómico", 2010)"A austeridade é violenta e está a chegar ao limite."(Lusa, 2013)"Os banqueiros vão passar um Natal complicado."(congresso da Associação Portuguesa para odesenvolvimento das Comunicações, 2013)"Não sou eu que tenho que dizer se deve haver umarenegociação [das condições do empréstimointernacional a Portugal]. É um problema político e quetêm que ser os políticos a resolver." (apresentação dosresultados do BES, 2012)"Se continuarmos a trabalhar como estamos, acreditoque poderemos ter acesso aos mercadosinternacionais de capitais em 2013." (2012)Sobre outros temas:

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"Se os portugueses não querem trabalhar e preferemestar no subsídio de desemprego, há imigrantes quetrabalham, alegremente, na agricultura e esse é umfactor positivo." (apresentação do Alqueva e das suaspotencialidades a investidores estrangeiros, 2013)"Tudo tem o seu preço, excepto a honra." (Diário deNotícias, 2010)."Temos o ministro das Finanças mais rigoroso dosúltimos anos. E pode pôr muitos anos nisso." (sobreVítor Gaspar, em 2012)"A comunicação social não pode ir nesta evoluçãoapressada das privatizações." (Público, 2012)"É fundamental o novo aeroporto e o TGV" (2009)

RICARDO SALGADO

O "workaholic" quemandava no bancodos regimesAscendeu e caiu. Um novo livro, "O ÚltimoBanqueiro", conta a história de RicardoSalgado, o "Dono Disto Tudo", o banqueiro deque o país mais tem falado nos últimosmeses.

Por Pedro Rios

As hiperligações da Wikipédia para a “nota biográfica”de Ricardo Salgado levam-nos agora para a mensagemdo seu substituto, Vítor Bento, aos clientes. Mas acarreira do ex-homem forte do BES não se apaga: estápresente em múltiplos momentos da vida política eeconómica recente da história do país.

“Há uma diferença entre Ricardo Salgado, CarlosSantos Ferreira, Fernando Ulrich e Fernando Faria deOliveira: um é banqueiro e os outros estão à frente deum banco”, escrevia o “Diário Económico” quando, em2011, Salgado recebeu o sexto prémio nos galardões“CEO em Destaque”.

A história de Ricardo Salgado é alvo de um livroacabado de editar, “O Último Banqueiro – Ascensão eQueda de Ricardo Salgado”, das jornalistas do “Jornalde Negócios” Maria João Babo e Maria João Gago. “Workaholic”, pouco dado a férias, Salgado “nasceupara ser banqueiro”, escrevem as jornalistas. Era“conhecido nos meios financeiros lisboetas por DDT,

abreviatura de Dono Disto Tudo”. “Construiu e cultivoua aura de todo poderoso – o que lhe valeu ainda maispoder”.Leia o artigo na íntegra no site da Renascença.

Tourada, circo eagropecuáriaescapam àcriminalização demaus-tratos aanimaisAlteração foi apresentada pelo CDS, queestava preocupado que a lei pudesse aplicar-se a explorações agropecuárias, touradas oucircos.

Touradas a salvo da nova lei. Foto: Lusa (arquivo)

O CDS-PP introduziu esta quinta-feira um artigo aodiploma que criminaliza dos maus-tratos a animais decompanhia que salvaguarda as suas preocupações deque a lei pudesse de alguma forma aplicar-se aexplorações agropecuárias, touradas ou circos. Odiploma deverá ser aprovado sexta-feira, no últimoplenário da actual sessão legislativa.Um texto de substituição, que deu entrada na comissãoparlamentar de Assuntos Constitucionais, acrescentaum artigo que estabelece que a criminalização dosmaus-tratos "não abrange os animais utilizados emexploração agrícola, pecuária ou agroindustrial, assimcomo os utilizados para fins de espectáculo comercialou outros fins legalmente previstos". Nos outros "fins legalmente previstos" inclui-sesobretudo a investigação médica, explicou à agênciaLusa fonte da maioria PSD/CDS-PP. A criminalização dos maus-tratos a animais decompanhia já tinha sido aprovada na especialidade, nasemana passada, numa votação artigo a artigo na quala deputada do CDS-PP Teresa Anjinho tinha votadocontra o artigo de alargamento dos direitos dasassociações zoófilas. Este artigo equipara as associações zoófilas aorganizações não-governamentais ambientais, dando-lhes o direito a constituírem-se assistentes em

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processos e dispensadas do pagamento de custasjudiciais. Fonte do grupo parlamentar do CDS-PP disse na alturaà Lusa que, como aquela parte do articulado se referia àprotecção animal, em geral, e não apenas aos animaisde companhia, tinha dúvidas quanto uma eventualfutura "apresentação de queixas, designadamente aexplorações agropecuárias, com isenção de custas", porparte das associações zoófilas. Os artigos da criminalização dos maus-tratos a animaisde companhia foram aprovados com os votosfavoráveis do PSD, PS, CDS-PP e BE e os votos contrado PCP. O projecto de lei estabelece que "quem, sem motivolegítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outrosmaus-tratos físicos a um animal de companhia épunido com pena de prisão até um ano ou com penade multa até 120 dias". Em caso de abandono, está prevista uma "pena deprisão até seis meses de prisão ou com pena de multaaté 120 dias". Se dos maus-tratos resultar a morte do animal decompanhia, "a privação de importante órgão oumembro ou a afectação grave e permanente da suacapacidade de locomoção, o agente é punido com apena de prisão até dois anos ou com pena de multa até240 dias".

CGTP volta às ruasde Lisboa emprotesto contracortes salariaisA manifestação acontece no mesmo dia emque o Parlamento vai votar a proposta doGoverno de aplicar os cortes nos salários dafunção pública que foram introduzidos porJosé Sócrates.

Dirigentes e activistas sindicais da CGTP manifestam-se esta sexta-feira de manhã junto ao parlamentocontra os novos cortes salariais para o sector público ea aplicação da contribuição de sustentabilidade aosreformados, que vão ser aprovados pelos deputados.Os representantes dos trabalhadores vão concentrar-seno Jardim de S. Pedro de Alcântara, em Lisboa, e depoisdesfilarão até São Bento, onde o secretário-geral daCGTP-IN, Arménio Carlos, fará uma intervenção nofinal do protesto.Enquanto decorre a acção de luta nas ruas, noParlamento vão estar a ser discutidos e votados osdiplomas que repõem os cortes salariais que vigoraramna função pública e sector empresarial do Estado entre2011 e 2013 e a aplicação da contribuição desustentabilidade.O Governo adiantou na quinta-feira que espera poderaplicar no início de Setembro a contribuição desustentabilidade e os novos cortes salariais no sectorpúblico, prevendo para o final de Agosto uma decisãodefinitiva do Tribunal Constitucional sobre estas

medidas substitutivas da Contribuição Extraordináriade Solidariedade (CES) e das reduções salariaisaplicadas ao sector público em Janeiro deste ano, queforam consideradas inconstitucionais.Através do Orçamento do Estado para 2014 o Governoimpôs cortes entre 2,5% e 10% aos salários do sectorpúblico a partir dos 675 euros. Os cortes salariais que oGoverno pretende repor agora, foram aplicados peloGoverno de José Sócrates e, tal como nos últimos trêsanos, aplicam-se aos salários acima dos 1.500 euros evariam entre 3,5% e 10%.O Governo já disse que pretende pedir ao Presidente daRepública que envie estes diplomas para fiscalizaçãopreventiva do Tribunal Constitucional. A Contribuiçãode Sustentabilidade, de 2%, se for aprovada naAssembleia da República e passar no TribunalConstitucional, será aplicada aos pensionistas querecebam entre 1.000 euros e os 2.000 euros.Actualmente, a Contribuição Extraordinária deSolidariedade (CES) prevê uma taxa de 3,5% sobre atotalidade das pensões a partir dos 1.000 euros e até aos1.800 euros. A nova contribuição incidirá de igualforma sobre as pensões do Regime Geral da SegurançaSocial e da Caixa Geral de Aposentações (CGA).

FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

Olhar o futuroÉ curioso Costa classificar como mero“problema para amanhã” a enorme dívidapública portuguesa. Ou o rumo daintegração europeia. São essas questões asque mais fortemente condicionam o futurode Portugal, infelizmente não apenas a curtoprazo.

Por Francisco Sarsfield Cabral

Na Convenção que amanhã António Costa promoveem Aveiro não serão discutidos temas como o déficeorçamental ou a dívida pública, ou ainda a UniãoEuropeia, o seu futuro e o papel de Portugal na Europacomunitária. A. Costa diz que esses temas surgirãodepois, na moção que apresentará mais perto daseleições primárias do PS, na qual será desenvolvido um“programa económico”.A ausência desses problemas em Aveiro deve-se, disseA. Costa, a ele querer colocar o país “a olhar para ofuturo”. “Não podemos viver limitados ao dia deamanhã”, sublinhou, acrescentando que a

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consolidação orçamental e a dívida são “questõesinstrumentais”, que implicam medidas “de curto prazo”.Compreende-se que não convenha a António Costaabordar já tais temas, pois eles obrigam a tomarposições que lhe trariam problemas à esquerda. Mas écurioso Costa classificar como mero “problema paraamanhã” a enorme dívida pública portuguesa. Ou orumo da integração europeia. São essas questões asque mais fortemente condicionam o futuro de Portugal,infelizmente não apenas a curto prazo.

Passos encontrou-secom sobreviventesdo massacre de SantaCruzPortugal vai ajudar Timor-Leste "a construirum Estado de direito", disse o primeiro-ministro.

Passos conversa com um sobrevivente do tiroteio de Santa Cruz. Foto:Paulo Novais/ Lusa

O primeiro-ministro encontrou-se esta quinta-feira, noCemitério de Santa Cruz, em Díli, com sobreviventes domassacre que ali teve lugar a 12 de Novembro de 1991,levado a cabo por forças indonésias sobremanifestantes civis timorenses. "Como chefe de Governo português, quero expressar-lhes o sentimento enorme de fraternidade e deprofunda solidariedade que varreu Portugal nessaépoca", disse Passos Coelho, perante representantes doComité 12 de Novembro, criado para apoiar osfamiliares das vítimas e identificar desaparecidos. Numa intervenção de cerca de cinco minutos, oprimeiro-ministro falou da "resistência que o povo deTimor-Leste teve de organizar e de enfrentar parapoder ver reconhecido o seu direito à independência". Dirigindo-se "àqueles que guardam desse passado tãotrágico as suas memórias vividas", Passos Coelhoreferiu que "hoje têm, felizmente, no futuro que se estáa construir um motivo de ânimo".Timor-Leste vive agora "um tempo muito diferente,felizmente, em que se está realmente a construir umEstado de direito", disse o primeiro-ministro,assumindo em nome de Portugal o "compromisso denão falhar na ajuda" à sua construção. Apesar de não constar do programa oficial, Passos

Coelho deslocou-se ao Cemitério de Santa Cruz noâmbito da visita oficial que iniciou esta quinta-feira àRepública Democrática de Timor-Leste, a primeira deum primeiro-ministro português a este país desde quefoi reconhecida a sua independência, em 2002.

Avião que estavadesaparecido caiu nodeserto do SaaraA bordo estavam, pelo menos, 116 pessoas.Destroços foram localizados no norte doMali.

Imagem de arquivo do avião da Swift Air. Foto: Vitor Hermano Silva

Os destroços de um avião de passageiros, que tinhadesaparecido dos radares com 116 pessoas a bordo,foram encontrados no deserto do Saara, no norte doMali, avança o Presidente daquele país."Acabei de ser informado que os destroços foramencontrados entre Aguelhoc e Kidal", declarou IbrahimBoubacar Keita, sem avançar mais pormenores.As autoridades argelinas tinha avançado,anteriormente, que um avião de passageiros, que tinhadesaparecido dos radares na última madrugada, tinhacaído no deserto do Saara, entre a fronteira do Níger edo Mali, mas até então os destroços ainda não tinhamsido localizados.Acidente ou atentado?O Governo francês não exclui a possibilidade de aqueda de um avião de passageiros, esta quinta-feira,entre o Burkina Faso e a Argélia, ter sido provocada porum atentado. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius,diz que todos os cenários estão em cima da mesa, mastambém indica que o voo AH5017 pode ter sidoapanhado por uma tempestade.Os soldados franceses em missão no Mali vãoparticipar nas operações de busca ao avião, anunciou oPresidente Francois Hollande.“As buscas vão demorar o tempo que for necessário.Tudo tem de ser feito para encontrar o avião. Ainda nãoidentificámos as causas para o que aconteceu”,declarou Francois Hollande.

Franceses são maioria dos passageirosO aparelho, fretado pela Air Argélia à companhia

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espanhola Swift Air, fazia a ligação entre a capital doBurkina Faso e a Argélia, quando desapareceu dosradares 50 minutos depois de ter descolado. O jornal espanhol “El Mundo” lembra que esta é umadas zonas do planeta com maior percentagem deacidentes aéreos, por ter muitas zonas despovoadas,sem aeroportos, nem radares, e também devido àscondições climatéricas. Seguiam a bordo seis tripulantes, todos espanhóis, epelo menos 110 passageiros: 51 eram franceses, 24 doBurkina Faso e há vítimas de outras nacionalidades.A Swift Air ainda não tem explicações para o queaconteceu, mas um piloto argelino e perito em aviação,garantiu ao jornal francês “Le Figaro” que este aparelhoao serviço da Air Algerie já tinha tido várias avarias nomotor, a última na "véspera do acidente”.Entre as curiosidades que vão sendo conhecidas apropósito deste acidente está uma revelada pelo jornaldesportivo espanhol “A Marca”. Entre 2007 e 2009 estemesmo avião foi usado várias vezes pelo Real Madridnas deslocações da equipa de futebol principal. [notícia actualizada às 22h54]

Primeiro-ministroucraniano demite-seDecisão foi anunciada no dia em que doispartidos abandonaram a coligaçãogovernamental.

"A história não nos vai perdoar", disse Yatseniuk aos deputados. Foto:EPA

O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseny Yatseniuk,apresentou esta quinta-feira a demissão, devido aoimpasse na aprovação de leis sobre o sector energéticoe financiamento militar. Arseny Yatseniuk manifestou-se frustrado com ainércia do Parlamento e avisou que os políticosarriscam perder o apoio dos ucranianos queprotestaram durante meses nas ruas do país contra oantigo Presidente Viktor Yanukovich e em defesa daUnião Europeia.“A história não nos vai perdoar. Milhões de pessoasfizeram esta revolução. Nós não assumimos a opçãoeuropeia”, mas os milhares de ucranianos que emanifestaram “fizeram-no”, afirmou o primeiro-ministro demissionário, numa intervenção naassembleia de Kiev. A decisão do primeiro-ministro foi anunciada depois

de dois partidos terem abandonado esta quinta-feira acoligação governamental, forçando eleições.A crise no Governo ucraniano acontece numa alturaem que o exército combate os rebeldes separatistas noLeste do país e no rescaldo a tragédia do voo MH17, queresultou na morte de 298 pessoas.

Bispo católico emJerusalém pede"cessar-fogoimediato"Numa entrevista ao "Vatican Insider", o bispoauxiliar do Patriarcado Latino de Jerusalémpede o "retomar das negociações de paz" noMédio Oriente.

O bispo auxiliar do Patriarcado Latino de Jerusalém, D.William Shomali, pede um "cessar-fogo imediato" emGaza e o "retomar das negociações de paz". O pedido do bispo católico foi expresso numaentrevista publicada esta quinta-feira no "VaticanInsider", do jornal italiano "La Stampa", numa altura emque o número de mortes na região continua aaumentar.Depois de 15 dias de conflito na Faixa de Gaza, quasedois milhões de palestinianos lutam para sobreviver.Estão proibidos de sair ou entrar livremente na região,devido ao bloqueio de sete anos de Israel. É uma "situação violenta", descreve o bispo católico. "É o resultado imediato do falhanço do processo de paziniciado pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry.Ele teve nove meses para delinear um plano. O prazofinal chegou em Abril, sem sucesso. Este falhançocausou muita tensão e frustração no povo da Palestina,a que se seguiram mortes devido ao lançamento de'rockets' sob Gaza". Vozes da pazPara D. William Shomali, as vozes da paz estão dos doislados, palestiniano e israelita. "Mahmoud Abbas [presidente da Autoridade NacionalPalestiniana] é uma delas. Ele é contra uma terceiraintifada. Está a trabalhar num cessar-fogo entre Israel eo Hamas, juntamente com o Presidente do Egipto", diz. No lado de Israel, o bispo auxiliar do Patriarcado Latinode Jerusalém encontra nos líderes religiosos deJerusalém (judeu, muçulmano e cristão) três vozes afavor da paz. "Rezo para um cessar-fogo imediato, mas também parauma negociação [de paz] séria e de acordo com asresoluções internacionais [ONU]", confessa. Papa atentoApenas 200 pessoas compõem a pequena comunidadecatólica de Gaza, liderada pelo padre Jorge. Foi a estepadre que o Papa Francisco enviou um e-mail a dizerque está perto dele e a rezar pela sua comunidade. "Acredito que isto é uma grande mensagem deencorajamento do Papa para com a pequenacomunidade católica de Gaza e o seu pároco", diz D.William Shomali ao "Vatican Insider".

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"Acredito que isto é uma grande mensagem deencorajamento do Papa para com a pequenacomunidade católica de Gaza e o seu pároco", diz D.William Shomali ao "Vatican Insider".Uma "mensagem necessária" uma vez que acomunidade cristã da Terra Santa "se sente frustrada ecom medo". "Não entendem como é que depois da visita do Papa[Francisco] à região a situação se deteriorou tanto. É oregresso do que aconteceu depois da visita de JoãoPaulo II em 2000: seis meses depois, começou asegunda e sangrenta intifada", disse o bispo.O telefonema que o Papa fez no passado dia 18 deJulho aos Presidentes de Israel e da Palestina foi um"bom gesto", diz Shomali. "O Papa, que é um homem depaz, considera-os seus amigos. Sobretudo depois de oster recebido nos Jardins do Vaticano [no início deJunho]"."Acredito no valor das orações, apesar de nestemomento imediato não vejamos nenhum resultadodas mesmas", afirma. Temos de continuar a procurar apaz. As orações por si só não chegam, é necessário umesforço sério para alcançar um acordo de paz".

Porta-voz da ONU àRenascença: "Civisvoltaram a pagarpreço inimaginável"Bombardeamento de abrigo de refugiadosem Gaza resulta em pelo menos 15 mortes.Ban Ki-moon ficou "horrorizado", EstadosUnidos pedem cessar-fogo.

As autoridades palestinianas falam num "massacre"que matou pelo menos 15 pessoas e feriu mais de 200.Uma escola transformada em abrigo para refugiadospalestinianos, em Beit Hanoun, no norte da Gaza, foibombardeada esta quinta-feira."É a quarta vez que uma escola das Nações Unidas éatingida", diz à Renascença Chris Gunness, porta-vozda Agência das Nações Unidas de Assistência aosRefugiados da Palestina no Médio Oriente, ao telefonea partir de Gaza. Na escola estavam "centenas derefugiados"."É verdade que há muitos mortos e feridos, incluindocrianças e mulheres. Também é claro que houve‘rockets’ militares a cair na zona. E mais uma vez oscivis foram apanhados entre as duas partes e pagaramum preço inimaginável", diz.Gunness não atribui já a responsabilidade do ataque àsforças israelitas. "No entanto", ressalva, "em trêsincidentes em duas escolas, os bombardeamentosisraelitas atingiram directamente instalações da ONU"."Numa dessas ocasiões, havia 300 pessoas na escola ehouve feridos. Noutra, havia muitas centenas depessoas na escola e cinco delas ficaram feridas", conta.Ban Ki-moon "horrorizado". EUA pedem cessar-fogoO secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ficou"horrorizado" com o ataque contra a escola dirigida pela

organização na Faixa de Gaza. “As circunstâncias ainda não são claras. Condenoveementemente este acto. Muitas pessoas morreram,incluindo mulheres, crianças e pessoal das NaçõesUnidas”, declarou Ban Ki-moon.As Nações Unidas estão a negociar com israelitas epalestinianos uma trégua humanitária, para que oscivis possam ser evacuados, adiantou o secretário-geral da ONU.Uma porta-voz do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou que o ataque destaquinta-feira contra a escola da ONU na Faixa de Gaza“reforça a necessidade” de um cessar-fogo e de umasolução para acabar com o conflito.“O que aconteceu reforça a necessidade de acabar coma violência e alcançar um cessar-fogo sustentável euma resolução duradoura para a crise em Gaza, o maisdepressa possível”, afirmou Jen Psaki.Cerca de 750 pessoas já morreram desde 8 de Julho,quando teve início a operação de Israel contra omovimento palestiniano Hamas.

A "fotografia maistriste". Gaza é umaferida que se vê doespaçoEstas luzes são mísseis, estas luzes sãobombas. Um astronauta fotografou daEstação Espacial Internacional uma Faixa deGaza a ferro e fogo.

Foto: Twitter de Alexander Gerst

"É a fotografia mais triste que jamais tirei", escreveu oastronauta alemão Alexander Gerst, ao publicar noTwitter a foto que tirou a partir da Estação EspacialInternacional quando sobrevoava a Faixa de Gaza.Na imagem é possível ver as luzes provocadas pelasexplosões de mísseis sobre os territórios palestinianose israelita, na noite de 23 para 24 de Julho. A operação israelita contra o Hamas entrou esta quinta-feira no 17º dia, com registo da morte de quase 750palestinianos, 35 israelitas e mais de 4.300 feridos.

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Papa agradece"testemunho de fé"da sudanesacondenada à morteMeriam Ibrahim chegou a Itália esta quinta-feira acompanhada pelos dois filhos.Condenação foi suspensa pelo Sudão apósonda internacional de críticas.

O Papa abençoa Meriam Ibrahim. Foto: EPA/ Osservatore Romano

O Papa encontrou-se esta quinta-feira com a sudanesaMeriam Yahya Ibrahim, condenada à morte no Sudãopor ter abandonado o Islão e se convertido aocristianismo. Francisco abençoou Meriam e agradeceuo seu "testemunho de fé", informou o Vaticano.O encontro ocorreu na Casa Santa Marta em clima de"grande serenidade", informou o porta-voz do vaticano,padre Federico Lombardi. O encontro da sudanesa "por parte do Papa é um sinalde aproximação para todos aqueles que sofrem por suafé e pela prática da fé. É um gesto que vai além doencontro e se torna um símbolo", destacou Lombardi. Meriam agradeceu o "grande apoio e encorajamentodados pelas orações do Papa e de muitos outros crentese pessoas de boa vontade", diz a nota de imprensa daSanta Sé.A sudanesa chegou esta quinta-feira a Roma num voode Estado italiano acompanhada por seu marido e osdois filhos. Foi recebida no aeroporto pelo primeiro-ministro, Matteo Renzi, e sua esposa e ainda pelaministra italiana de Relações Exteriores, FedericaMogherini. Um processo que chocou o mundoMeriam foi condenada à morte por se converter aocristianismo e a 100 chicotadas por adultério, por tercasado com um cristão. O seu marido, Daniel Wani,tem dupla nacionalidade: americana e sul-sudanesa.A condenação da justiça sudanesa por infidelidade aoIslão aconteceu em virtude da interpretação sudanesada "sharia" (lei islâmica) vigente no país desde 1983,que proíbe as conversões para outras religiões.Na época foi presa grávida juntamente com o seu filhode 20 meses, e deu à luz a uma menina na prisão. A sentença gerou críticas internacionais que levaram àlibertação e ao cancelamento da pena em Junhopassado. Depois, voltou a ser detida ao tentar deixar o

Sudão.Sudão terá aprovado a viagem de MeriamNão foram divulgados detalhes sobre a sua viagem aItália, mas um oficial sudanês afirmou que o governoaprovou a viagem. "As autoridades não a impediram de partir já que erasabido e foi aprovado com antecedência", disse a fonteoficial à Reuters.Meriam foi acompanhada no avião pelo vice-ministrode Relações Exteriores da Itália, Lapo Pistelli. Noaeroporto de Ciampino, em Roma, disse que o paísesteve em “constante diálogo” com o Sudão sobre oassunto, não dando no entanto mais detalhes.Antes de deixar o Sudão, Meriam refugiou-se narepresentação diplomática americana depois ter sidodetida após a sua libertação, quando tentava deixar opaís, acusada de usar documentos falsos.

"Comissão tem quevoltar a ser o pilotoda Europa"Pascal Lamy, ex-chefe de gabinete deJacques Delors e antigo director-geral daOrganização Mundial do Comércio (OMC), éo entrevistado desta semana do programa"Fora da Caixa" da Renascença, onde apontacaminhos para a Europa no tempo daglobalização.

Por Francisco Sarsfield Cabral e José Pedro Frazão

Presidente honorário da Fundação Notre Europe,Pascal Lamy fala com a autoridade de quem foi chefede gabinete de Jacques Delors. De passagem porLisboa para uma conferência na Fundação Gulbenkian,o francês que liderou a Organização Mundial doComércio (OMC) aponta caminhos para a Europa notempo da globalização, numa entrevista ao programa“Fora da Caixa” da Renascença.Como relaciona a Europa pós-eleições com os desafiosda Europa na globalização?Penso que o desafio a longo prazo da Europa é “civilizara globalização”. A globalização está aí e aí estará pormuitos anos. É uma enorme transformação que podetrazer coisas muito boas, nomeadamente a redução dapobreza, e muito más, como o aumento muitosignificativo das desigualdades. Essa é a grandequestão do nosso tempo. A Europa é o lugar desteplaneta onde o equilíbrio entre a liberdade individual eo sistema de solidariedade está no melhor caminhopara lidar com a globalização.Este é o melhor caminho para prevenir odesaparecimento da política ou a subordinação dapolítica à economia?Nenhum dos nossos países estará individualmenteneste jogo. Apenas colectivamente poderemos entrarnele e é por isso que continuar a construir a Europa étão importante, o que carece de apoio da opiniãopública. E sabemos que em tempos recentes, bemantes da actual crise económica, tivemos um problema

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de " desafeição" da opinião pública em relação àintegração europeia. Houve uma redução lenta desseapoio, o que é um problema, porque vivemos emdemocracias. A posição da opinião pública é assim um factorimportante nesta discussão?O que aconteceu agora, em que, pela primeira vez, aseleições europeias foram sobre a distribuição do poder- a exemplo do que acontece nas eleições nacionais -pode ter dado origem a uma nova fase ondecomeçámos a construir um novo espaço público. Naspróximas eleições europeias em cinco, dez ou 15 anos,as pessoas saberão que votam e decidem sobre quemserá o próximo presidente da Comissão Europeia. Issoé novo e é bom.A falta de democracia na Europa comunitária é umadas razões principais para este "desafecto" ou há outras,como por exemplo o fim das guerras?Não concordo com a ideia de que existe falta dedemocracia. As instituições e a integração europeiasforam construídas com base num modelodemocrático. Não é uma questão de instituições masda forma como as pessoas se relacionam com esteespaço político. É verdade que até este momento amaioria das pessoas que votou nas eleições europeiasfê-lo de acordo com uma atitude nacional. Temos quejustapor o sistema europeu como se votássemos paraeleições locais, regionais ou nacionais.E nesse sentido há que fazer alguma reformainstitucional na União Europeia?O sistema que temos é muito complexo. Não pensoque será mudado nos tempos mais próximos. É só umaquestão de termos um comportamento diferente dasmesmas instituições. Temos que recriar um cenáriojunto dos cidadãos europeus em que que quem-decide-o-quê fica claro. Precisamos que a Comissãoconduza, que assegure que há uma maioria na "asadireita" (Conselho Europeu) e na "asa esquerda"(Parlamento Europeu) de um "avião" cujo piloto coloca avoar por ter o apoio de ambas as "asas". De uma formagrosseira, é assim que a maioria dos sistemas políticosfunciona na Europa, com excepção do meu país(França).

A questão é que o "piloto" neste momento é o ConselhoEuropeu e, provavelmente, vive em Berlim.Essa é uma percepção. Mais uma vez, é a vez daComissão se voltar a assumir como o "piloto".Mas Delors tinha o apoio de dois grandes líderes,Mitterrand e Kohl. Neste momento, vemos que opresidente da Comissão precisa de apoio do Conselho.É verdade. Em primeiro lugar, liderar é hoje mais difícildo que há 20/30 anos. Em segundo lugar, é verdadeque Delors teve o apoio do Chanceler alemão e doPresidente francês. Mas isso não aconteceu por umdecreto de Deus. Ele trabalhou para isso, criou asituação. Certificou-se que eram próximos emmomentos em que tinham de confiar para ser tomadauma decisão. O equilíbrio franco-alemão não é hoje oque foi há 20/30 anos, porque o comportamento daeconomia francesa deteriorou-se. Não podemoscomparar mas não estou convencido, por convicçãoideológica, de que a Europa não precise de umacomissão que assuma as suas responsabilidades, queaponte o caminho aos lideres nacionais do Conselho e

ao Parlamento Europeu para que seja ou não seguido,concorde-se ou não.O que é preciso fazer na zona euro? Que reformas?Penso que é já corriqueiro dizer que devemos integrarmais a zona euro do que calendarizámos emMaastricht. Esta crise ensinou-nos que temos umaintegração monetária muito forte mas temos um ladofraco relacionado com a convergência fiscal eeconómica. Por isso, provavelmente, temos que mantera integração, como fizemos no pacto orçamental e naunião bancária. Teremos de providenciar maisdisciplina e solidariedade dentro da zona euro. Nãopodemos ter a segunda sem a primeira e vice-versa. Éum pouco o que Delors fez quando anunciou omercado interno a par do aumento de transferênciasinternas pelos fundos estruturais.É preciso dar mais poder ao Banco Central Europeu?O BCE já é uma instituição federal a quem já se decidiudar autoridade prudencial no sistema bancário. É maisuma questão de implementação do que de criação.Falando de comércio internacional, face à sua enormeexperiência, receia alguma forma de proteccionismonos próximos anos?Não. Em primeiro lugar, temos regras fortes ao nível daOrganização Mundial do Comércio que estãorazoavelmente em vigor. Em segundo lugar, essa é umaquestão estrutural. Num momento em que a produçãode bens e serviços se começa a "multilocalizar" -exemplo, o seu carro é feito já em 15 países diferentes -o proteccionismo deixa de fazer qualquer sentido. Aincorporação de importações no que se exportaaumenta tanto que disparar contra as importações nãofaz sentido. E há algo ainda mais importante que adisciplina: o bom-senso. A tecnologia está a matar oproteccionismo e o mercantilismo em simultâneo.Pensa que a parceria entre os Estados Unidos e aEuropa vai mesmo para a frente e com eficiência?Vamos ver. Penso que faz sentido tentar removerobstáculos ao comércio, mas temos que ter em contaque eles já não são o que eram. Antigamente, e eu soudesse tempo, esses obstáculos serviam para proteger oprodutor da concorrência estrangeira. Isso está adesaparecer e o que faz agora sentido não é aprotecção, mas a precaução. São os padrões deregulamentos que protegem os consumidores, osanimais, as plantas, o ambiente. A administração destaprecaução difere de país para país. Se eu produzocarros gostaria que os testes de colisão na América e naEuropa fossem similares. Neste momento tenho queproduzir automóveis que sirvam para os testes de umlado e do outro. Isto não é eficiente. Faz sentido estaparceria, mas é uma negociação comercial diferente daclássica como a faziam Creta e o Egipto.Esta parceria pode abrir caminho a um novo acordocomercial global?Sim, é possível. Não estou certo que venha a acontecerporque estamos ainda no início de uma negociaçãomuito complexa. Mas já nos mostra que esta é umaforma de remover obstáculos ao comércio, incluindo arenovação do mandato da OMC. É preferível fazer istono plano multilateral do que no bilateral.Disse que temos que voltar a ganhar a opinião públicaeuropeia. Nesta batalha pela razão e pelo coração doscidadãos europeus, quais devem ser as prioridades?Travar o desemprego? Garantir a segurança energética?

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Temos que ir mais a montante. Temos que dar umanarrativa aos europeus que não está à vista: o que é queeles fazem melhor juntos do que em separado? Porqueé que temos que integrar a Europa? Depois de seestabelecer o que pode estar em causa no modo devida europeu, no modelo social europeu, temos que vercomo aumentar o potencial de crescimento para láchegar, manter o sistema, aproveitando o mercadointerno da forma mais apropriada. Na energia temosnaturalmente um problema quando nos comparamoscom os Estados Unidos. Não há nada como umaabordagem comunitária da transição energética naEuropa. Em todos estes grandes factores para o futuroda Europa, sabemos o que fazer. Basta termos tambémo equilíbrio político mais apropriado para o cumprirnão só ao nível comunitário, mas também nacional, deque dependem muito estas decisões. Se tiver quequantificar, diria que dois terços disto dependem donível nacional e apenas um terço fica para ocomunitário. A questão é que os dois terços não vão láestar sem a presença do outro terço.Para isso precisamos de mais liderança?Sim.Mas não a temos?Não temos de forma suficiente. Reconheço tambémque a liderança nos dias de hoje é mais complicadaque no passado, inclusive por boas razões. As pessoastêm mais educação, são mais críticas, seguem menosos partidos, as igrejas e os sindicatos que no passado. Etudo isso nem sempre por más razões. Por isso temosque nos ajustar a esta nova realidade e ao mais que vier- incluindo no resto do mundo onde a classe médiaestá rapidamente a aumentar. Tudo isto não são másnotícias.O programa "Fora da Caixa", que pode ouvir à sexta-feira a partir das 23h00, na Edição da Noite, é umacolaboração da Renascença com a EURANET PLUS,rede europeia de rádios.

Escritor OrhanPamuk premiadopela defesa dopatrimónio e ideaiseuropeusTurco conquista Prémio Europeu HelenaVaz da Silva.

Foto: DR

O escritor turco Orhan Pamuk é o vencedor do PrémioEuropeu Helena Vaz da Silva para a divulgação dopatrimónio cultural. Depois do escritor italiano ClaudioMagris, a edição deste ano do galardão vai para o autorde "Istambul".O prémio, instituído pelo Centro Nacional de Cultura(CNC) em colaboração com a Europa Nostra, destaca otrabalho criativo de Orhan Pamuk em defesa dopatrimónio e dos ideais europeus.“É um dos grandes escritores contemporâneos e temuma iniciativa de um grande interesse, em Istambul,que é o Museu da Inocência. Trata-se de pensar opatrimónio numa ligação directa à defesa dos direitosfundamentais das pessoas, à salvaguarda dadiversidade cultural, do respeito mutuo e da causa dapaz”, disse à Renascença Guilherme D'Oliveira Martins,presidente do júri e do CNC.Numa reacção à conquista do Prémio Europeu HelenaVaz da Silva, Orhan Pamuk disse: “Sinto-me muitohonrado e lisonjeado com a decisão do Júri. Acreditoprofundamente nos princípios e motivações desteprémio”.A cidade de Istambul tem uma grande influência naobra do escritor turco, de 62 anos, e serve de inpiraçãoe pano de fundo para romances como “O Livro Negro”,“Istambul: Memórias de Uma Cidade” e “O Museu daInocência”. Este último livro levou Pamuk a criar ummuseu com o mesmo nome em Istambul. Inauguradoem 2012, recebeu o Prémio Museu Europeu do Ano de2014.Com formação em jornalismo e arquitectura, o escritorassumiu, a partir da segunda metade da década de 90,uma posição crítica em relação ao Governo do seu país,expressa em escritos sobre direitos humanos eliberdade de pensamento.O júri do prémio europeu Helena Vaz da Silva também

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atribuiu um prémio especial ao historiador de arte JoséAugusto França, pelo seu trabalho “no campo dadifusão da cultura e da arte europeias”. O jornalista holandês Pieter Steinz recebeu umamenção especial, “por ter criado uma originalenciclopédia de ícones culturais que fazem parte doADN da Europa”.O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva foi criado emmemória da jornalista portuguesa, escritora, activistacultural e política, falecida em 2002, que se destacou nadivulgação do património cultural e dos ideaiseuropeus.

Ministro anuncia milmilhões para aciênciaAcordo com Bruxelas "traduz a aposta doGoverno na investigação e inovação comomotor de desenvolvimento social eeconómico", sublinha a tutela.

Portugal acordou com a Comissão Europeia a aplicaçãona ciência de fundos estruturais no valor de milmilhões de euros, até 2020, anunciou esta quinta-feirao ministro da Educação e Ciência. Nuno Crato falava na comissão parlamentar deEducação, Ciência e Cultura, onde foi chamado paradebater a polémica prova de avaliação de professorescontratados, realizada na terça-feira. O Ministério da Educação e Ciência (MEC) adianta, emcomunicado, que os mil milhões de euros de fundosacertados com Bruxelas são "quase o dobro donegociado inicialmente em 2007 para o período de2007-2013".A tutela refere que o Estado português partiu para asnegociações com a Comissão Europeia com oobjectivo de, pelo menos, manter o financiamento parao próximo quadro comunitário de apoios. "Portugal não só cumpriu esse desígnio como osuperou, o que traduz a aposta do Governo nainvestigação e inovação como motor dedesenvolvimento social e económico", sublinha o MEC.

Bloco pededemissões dasecretária de Estadoda Ciência e dadirecção da FCTA avaliação aos centros de investigação nãoé clara, logo não têm condições para semanter no lugar.

A deputada Catarina Martins, do Bloco de Esquerda,

acusou esta o ministro da Educação de querer"implodir" a investigação científica em Portugal,avançando que a secretária de Estado da Ciência,Leonor Parreira, e a direcção da Fundação para aCiência e a Tecnologia (FCT) não têm condições paracontinuar no lugar.Em declarações à agência Lusa após uma audiçãopública sobre os centros de investigação em Portugal,Catarina Martins avançou que Leonor Parreira e adirecção da FCT não têm condições para se manter nolugar depois de a comunidade científica ter dadovariados exemplos de que a avaliação que se encontraem curso aos centros de investigação não está a serclara.Catarina Martins acusa Crato de não estar a perceberque se trata de um processo de avaliação que está a serrealizado "sem uma visita aos próprios centros" e "semo conhecimento do contexto, dizendo que áreascientíficas não se podem investigar em Portugal, nempor investigadores portugueses"."É uma avaliação que não tem pés nem cabeça e éinaceitável. Por isso, ou está disponível para voltar atráscom o processo ou ficamos a saber que é o próprioministro que tem de sair e de se afastar para que possaexistir investigação científica em Portugal", sublinhou. Já esta quinta-feira, em declarações à Renascença, oreitor da Universidade de Lisboa não poupou críticasao processo de avaliação das unidades de investigaçãoque condenou cerca de metade dos centros afinanciamento zero ou financiamento residual.

RIBEIRO CRISTÓVÃO

Memória futuraO estádio de Manaus, no Brasil, custou cercade 700 milhões de euros, com lotação para42.374 espectadores. Terminado ocampeonato, a manutenção do recinto custa200 mil euros mensais, o que torna inviável asua utilização pelos poucos clubes aliexistentes, todos eles de importância residualno contexto do futebol brasileiro.

Por Ribeiro Cristóvão

Nos próximos quatro anos vamos ter dois eventos degrande dimensão internacional no que ao futebol dizrespeito: em 2016, o Campeonato da Europa, a disputarem território francês e, dois anos mais tarde, de novo o

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Mundial, a realizar na Rússia. Ainda não são totalmente conhecidos os cadernos deencargos nos dois casos, mas é fácil prever que asverbas a despender com estádios e afluentes naquelesdois países não serão tão elevadas como aconteceunas edições anteriores.Os maus exemplos têm fatalmente de frutificar. Alémdisso, as economias já não são capazes de suportarcustos que mais tarde acabam por se revelarincomportáveis, lançando sobre os Estadoscompromissos que só a muito longo prazo serãosanados, com toda a espécie de encargos que arrastamconsigo ao longo de muitos anos.Nós, portugueses, temos uma grande experiência nestamatéria. Os estádios construídos de raiz ouremodelados para acolher o Euro-2004 ainda hoje, emboa parte, são e serão, durante muito tempo, cancrosque não vai ser fácil extirpar. A loucura levada então acabo por um governo sem projecto, apenas movido poreleitoralismo levando por diante a construção de dezestádios, de há muito faz sentir as suas consequências. E assim é que se mantém de pé a possibilidade deavançar para algumas demolições, resolvendo-se destemodo o problema da manutenção de alguns deles que,à míngua de verbas, autarquias e clubes se mostramincapazes de enfrentar.O Brasil, que copiou e até ampliou o nossoaventureirismo, começa agora a sentir problemasidênticos que, de resto, continuam a levantar múltiplosproblemas sociais. E a primeira notícia, como de restose esperava, chega de Manaus, cujo estádio custoucerca de 700 milhões de euros, com lotação para 42.374espectadores, e onde se realizaram quatro partidas doMundial: Inglaterra-Itália, Camarões-Croácia, Portugal-EUA e Honduras-Suiça.Terminado o campeonato, só a manutenção do estádioArena Amazónia custa agora 200 mil euros mensais, oque torna inviável a sua utilização pelos poucos clubesali existentes, todos eles de importância residual nocontexto do futebol brasileiro.Começam, por isso, a ser estudadas fórmulas queajudem a resolver este problema que é, por enquanto,apenas o primeiro a ser notícia.Porque outros se lhe seguirão. Inevitavelmente.

BRUNO DE CARVALHO

"Estamos a trilhar onosso caminho parasermos campeões"O presidente do Sporting desvaloriza os bonsresultados da pré-época e quer a equipapreparada para o início do campeonato.

O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, falousobre a pré-época dos "leões" à chegada do local deestágio da equipa, na Holanda. O presidentedesvalorizou os resultados dos jogos, preferindopreocupar-se com o trabalho desenvolvido."O mais importante é perceber que estamos a trabalharbem. Os resultados não são muito importantes. Ésempre bom vencer, mas não há ilações a tirar nestesprimeiros jogos, mas é bom verificar que o grupo estácontente e unido e com vontade de fazer coisasmelhores esta época", disse.Bruno de Carvalho quer uma equipa a lutar pelo título,mas assume que o mais importante agora é preparar osjogadores para os jogos oficiais.

"Se estamos na rota do título? É esse o nosso objectivo,mas se sentisse isso agora seria um pouco estranho. Oque sinto é que estamos na rota de os jogadoresficarem em boa forma. Assustar-me-ia se jáestivessem, pois não é a melhor altura", afirmou."Estamos calmos e a trilhar o nosso caminho para lutarpelo título e sermos campeões."

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Despedida de Decocom casa cheia noDragãoConfira a lista de jogadores que vão passarpelo Estádio do FC Porto, na noite destasexta-feira.

Esta sexta-feira há um Porto 2004 – Barcelona 2006,jogo que marca o adeus de Deco aos relvados, comojogador.O FC Porto já anunciou, através do site oficial do clube,que a lotação do estádio do dragão está esgotada; omesmo é dizer que já não há bilhetes à venda para apartida que coloca frente a frente os campeõeseuropeus de 2004 e de 2006.No Dragão vão estar muitas estrelas do futebol europeue mundial.A lista é extensa. Do FC Porto 2004 de José Mourinho,campeão europeu em Gelsenkirchen, estarão VítorBaía, Pedro Emanuel, Secretário, Paulo Ferreira, MárioSilva, Sérgio Conceição, Costinha, Maniche,Jankauskas, Derlei, Benni McCarthy, Jorge Costa,Pedro Mendes, Alenichev, Nuno Valente, RicardoCosta, Jorge Andrade, Ricardo Fernandes, Bruno Vale,Rubens Júnior e Bruno Moraes.Do lado do Barcelona 2006 os espectadores vão poderver em acção Juliano Belletti, Carles Puyol, Edmílson,Sylvinho, Oleguer, Xavi Hernández, Giovanni vanBronckhorst, Mark van Bommel, Samuel Eto’o, LionelMessi, Santi Ezquerro, Eidur Gudjohnsen, LudovicGiuly, Albert Jorquera, Gabri, Sonny Anderson, Gerard eRonaldinho Gaúcho.

BENFICA

Empresário garanteque Javi García nãovai para a LuzManuel Garcia Quillón assegura que oBenfica não é o destino do médio espanhol.

Javi García não vai regressar ao Benfica. Aconfirmação é dada a Bola Branca pelo representantedo jogador, Manuel Garcia Quillón."Não, isso não está certo. Para o Benfica não vai", disseo empresário.Apesar da saída de Javi García do Manchester City serquase uma certeza (devido à concorrência de Fernandoe Fernandinho), Quillón garante que o futuro dojogador não passa mesmo pela Luz.

Sporting naapresentação doBoavista aos sóciosAxadrezados estão de regresso ao principalescalão do futebol português.

O Sporting será o adversário do Boavista naapresentação da equipa axadrezada aos sócios. O jogoestá agendado para sábado, 2 de agosto, às 18h30, noEstádio do Bessa, na cidade do Porto.O Boavista, campeão nacional na época de 2000/2001,está de regresso à primeira liga depois de seis anos nosescalões secundários do futebol português, para ondefoi remetido em 2008, na sequência do processo "ApitoFinal".

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TOUR

Nibali não dáhipóteses no últimodia de PirinéusO italiano venceu a 18º etapa e é cada vezmais líder da geral.

Vicenzo Nibali, ciclista da Astana, venceu esta quinta-feira a 18º etapa da Volta a França, por uma margemconfortável, com mais de um minuto de vantagem parao segundo classificado.Thibaut Pinot, da FDJ, e Rafal Majka, da Saxo Tinkoff,ficaram no segundo e terceiro lugares,respectivamente.Nibali é cada vez mais líder da geral e pedalatranquilamente para a vitória na Volta a França desteano. Neste momento, já leva sete minutos e dezsegundos de vantagem para o segundo da geral,precisamente Thibaut Pinot.

"Medalha foitrabalhada ao longodos anos"Ivo Oliveira, campeão europeu deperseguição, na categoria de juniores, dizque o "imenso apoio do público" e doscolegas foram fundamentais para a vitória.

Por Rui Viegas

Ivo Oliveira, o primeiro medalhado de ouro do ciclismode pista português, considera que foi "muitoimportante" para o seu sucesso o facto de o Europeu sedisputar em Portugal.O jovem atleta de Rechousa (Vila Nova de Gaia) sagrou-se, quarta-feira, campeão europeu de perseguição, nacategoria de juniores, nos campeonatos que decorremno Velódromo de Sangalhos.Ivo Oliveira dominou a final, perante o francêsCorentin Ermenault, rodando na frente em 11 das 12voltas à pista. Terminando a prova com um registo de03.17,704 minutos, menos 2,028 segundos do que oadversário. "Foi uma vitória do trabalho feito ao longo de anos coma ajuda da minha equipa. Senti um imenso apoio dopúblico e dos meus colegas", disse Ivo Oliveira, paraquem foi "muito importante" a prova se ter disputadono nosso país. "A logística está toda cá", explicou o ciclista, emdeclarações a Bola Branca, esta quinta-feira.Ivo Oliveira é irmão gémeo de Rui Oliveira, que foiquinto classificado na prova de um quilómetro decontrarrelógio. Outro irmão do jovem campeãoeuropeu é Hélder Oliveira, corredor da OFM, um nomehabitual do pelotão nacional que se tem destacado emvárias edições da Volta a Portugal

REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Bebé impõe-se"como gente grande"nas manchetesA imprensa desportiva de Lisboa destaca acontratação pelo Benfica da promessaportuguesa vinculada ao Manchester United.

"Bebé já cá está", no Record. "Bebé está em Lisboa paraassinar", em A Bola. A imprensa desportiva de Lisboadestaca a contratação pelo Benfica da promessaportuguesa vinculada ao Manchester United.A informação está também na primeira página de OJogo, mas o destaque na edição Sul deste jornal é outro"Gaitán e Enzo rendem 70 milhões". O título traduz asexpectativas de encaixe financeiro que há na Luz.Na edição Norte do diário da Controlinveste, odestaque vai para o FC Porto e é Jackson que fala"Chego e vou trabalhar". O colombiano não querenvolver-se pessoalmente nas negociações de uma

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possível transferência. Sobre o Sporting, O jogo escreve "João Mário ameaçaAndré Martins", enquanto o Record destaca "RyanGauld impressiona no estágio". A Bola, por sua vez,titula "Leão já negoceia com Jonathan".

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