60 anos de história do cooperativismo em Goiás 1 DE ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA OCB/SESCOOP-G0 -...

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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA OCB/SESCOOP-G0 - 1956 /2016DIvINO SIMõES DE OLIvEIRA // MARIA AMéLIA ALvES E SILvA //SAuL LEÃO COuTO // ALIATAR ROCHA BORGES //EDvALDO CORREA FERNANDES //FRANCISCO

GOMES AGuIAR //MAuRíCIO REIS // JOSé DE ASSIS MORAIS //ORLANDO FERREIRA DE OLIvEIRA // JAIME CâMARA // EzEquIEL FERNANDES DANTAS //

MARTINS RIBEIRO quINTANILHA // CARLOS HENRIquE ARRuDA DuARTE // JOÃO DAMASCENO PORTO // ITAMAR FERNANDES DE MELO // ANTONIO DE PáDuA

FREITAS // NELSON MONTEIRO // LuíS HuMBERTO DE OLIvEIRA // MANOEL OLIvEIRA // ANTONIO ISAC NETO // JOSé RODRIGuES PEIXOTO // WALTER CHERuBIN

BuENO // ARy ANTONIO DO ESPíRITO SANTO // JOCIMAR FACHINI // FERNANDO ANTONIO ESMERALDO JuSTO // NEIRIMAR NORBERTO DE SOuSA // MáRCIO

RODRIGuES DE PAuLA // ALvINO ANTONIO ALvES // ANTONIO CHAvAGLIA // SEvERINO MONTEIRO DE CASTRO// ORGE FERNANDES DE ALMEIDA //TADANAO

AkASHI // SEvERINO F. MONTEIRO // MARCONI DE CASTRO // DALMO ANTôNIO DE PáDuA TEIXEIRA// LuíS ALBERTO PEREIRA //DOuRIvAN CRuvINEL DE SOuzA

// AMARILDO MORAES DE OLIvEIRA // ASTROGILDO GONÇALvES PEIXOTO // PEDRO JAIME DE ARAÚJO CALDAS //CLIDENOR GOMES FILHO // zEIR ASCARí //

JOÃO BATISTA PEREIRA MACHADO // EMIvAL vICENTE SANTANA // EDSON GuIMARÃES FARIA // CARLOS RuBENS SOARES // LAJOSE ALvES GODINHO // JOÃO

FERREIRA DA ROCHA FIGuEIRA // HAROLDO MAX DE SOuSA //ANTONIO DE MORAIS // SANDOvAL FLORES // JOSé FRANCISCO NETO // SEBASTIÃO DE OLIvEIRA

// vICENTE BENJAMIN DE ALBuquERquE // JOSé FRAuzINO PEREIRA NETO // JuAREz TávORA DE COIMBRA // JOSé DE SENA MOuRA // DéCIO ALvES DA SILvA

// ORRIS DO RêGO LIMA // ADEAR JONAS BESSA // JOÃO FRANCISCO DA SILvA //LAERTE FERREIRA DE ARAÚJO // ANTONIO CARLOS BORGES // CLEOMAR

BARROS DE LOyOLA // GENARO MALTEz // JOSé TIBÚRCIO PEREIRA PINTO // ADILON ANTONIO DE SOuzA // JAIRO TOMAz CANTuáRIA // EDuARDO GOMES

COTTA MENDONÇA // HERMENEvALDO CROzARA // MILSON SANTANA DE FREITAS // OSvALDO PINTO FIÚzA // ADALCINO FRANCISCO DOS SANTOS // GESMAR

JOÃO AMORIM // ENIO FREITAS DE SENE // JOSé MáRIO PEREIRA LIMA // ARIOMAR REzENDE vILELA // SIzENANDO DA SILvA CAMPOS JÚNIOR // EuCLéCIO

DIONízIO MENDONÇA // JOÃO A. MAIA FILHO // JOÃO MEIRELLES DE OLIvEIRA // CLEONICE G. vALADÃO // GERCINO FERNANDES EvANGELISTA // JOÃO JANIR

BORCHARDT // IDELMAR DE PAIvA NETO // SEROMAR ANTONIO BuENO // HILTON PEREIRA MAIA // DANÚBIO ANTONIO DE OLIvEIRA // HuGO vARGAS BATISTA

MACHADO // PERON ANTONIO BARBOSA// FERNANDO ANTONIO AMORIM vILELA // ENGELL SANTOS // ANADIO ROSA RIBEIRO // CARLOS ALBERTO MENDES

TORGA // AyDES PONCIANO DIAS // PELES FERREIRA MORAIS // LuIz ALBERTO DI LOuRENzzO DO COuTO // JALES RODRIGuES NAvES // ROBERTO EGíDIO

BALESTRA // DEIJAyME AIRES DA SILvA // FLORIANO OLINTO DA SILvA // PAuLO AzEvEDO // JOSé AMORIM FIGuEIREDO // PAuLO ROBERTO CuNHA // ANTONIO

ALvES DE CARvALHO // ALTRAN GOMES DA SILvA // CELSO ORLANDO ROSA // WELBER D’ASSIS MACEDO E SILvA // LuIz vICENTE GHESTI // ARIOvALDO

PEREIRA // SEBASTIÃO R. DE GODOI // SHEILA DE PAIvA ANDRADE // PAuLO CARNEIRO JuNquEIRA // ANTONIO DE OLIvEIRA MENDONÇA // PÚBLIO DE SOuzA//

vIRMONDES CORREA BORGES // DESMOSTHENES MOuRA // ALENCAR BRAGA DE CASTRO //AGuILAR FERREIRA MOTA // IRANy ARAÚJO DE ALMEIDA //AROLDO

DO RASTOLDO //JOSé DO NASCIMENTO JANuáRIO //SEBASTIÃO MARTINS DE OLIvEIRA // ANTONIO OLIvEIRA MENDONÇA // SIzENANDO DA SILvA CAMPOS //

WILLIAN DE MOuRA // OLFEu MENDES // FRANCISCO BARBOSA DE LIMA // ODORICO NERy // ANTONIO FLávIO LIMA // GARIBALDINO FELIPE MACHADO // JOSé

uMBELINO DOS SANTOS // RONALDO DE SOuzA E SILvA // vAISTON ALvES DE CARvALHO // EDuARDO PEREIRA DE ANDRADE // NELSON LORENÇONE // PEDRO

MOREIRA DOS SANTOS // JOSé SALvINO MENEzES // ALMIR FERRAz // JuSTINIANO DIAS DINIz // PROCóPIO BARCELLOS // JOÃO CARLOS AIRES // ADMAR

GOMES PEREIRA // ANTONIO MENDES PRuDENTE // JOÃO GONÇALvES vILELA // LISTER BORGES CRuvINEL // JOAquIM GuILHERME BARBOSA DE SOuzA //

MARCOS MARIAH RANGEL // DIvINO vANDOMAR R. DE JESuS // vICTOR IACOvELO FILHO // REGIS SILvA MANATA // FáBIO BATISTA vELOSO // vANDERLAN

LIMA FERREIRA // DEJAN RODRIGuES NONATO // JOSé ABEL ACANFOR XIMENES // kARLA JORAMA TAvARES BRANDÃO // vANDERvAL JOSé RIBEIRO //

ADILSON FERREIRA DE MORAES // RONALDO PEDRO DE BRITO// ANTONIO RODRIGuES DE MACEDO // JOSé MáRIO DE FREITAS // GERALDO EuSTáquIO RIBEIRO

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Esta é uma publicação do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB-GO).

Conselho editorial

Joaquim Guilherme Barbosa de SouzaPresidente do sistema oCB/sesCooP-Go

Antônio Chavagliaex-presidente do sistema oCB/sesCooP-Go

Haroldo Max de Sousaex-presidente do sistema oCB/sesCooP-Go

Valéria Mendes da Silvasuperintendente

Coordenação, projeto gráfico e diagramaçãoFábio Salazar

levantamento histórico, documental e fotográficoEliane Almeida Dias e Isaura Miranda de Oliveira

Projeto editorialOficina de Comunicação

redação e pesquisaWarlem Sabino

ediçãoSirlene Milhomem

revisãoDóris Vilefort

Fotografia e edição de imagensCristiano Borges e acervo Sistema OCB/SESCOOP-GO

dados internacionais de Catalogação-na-Publicação (CiP)Biblioteca do sistema oCB/sesCooP-Go

Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás.S615u União e transformação : 60 anos de história do cooperativismo em Goiás / Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás. Goiânia: OCB/SESCOOP-GO, 2016.

133p. il. col. 1. Cooperativismo – História 2. Cooperativismo em Goiás 3. Princípios do cooperativismo 4. Ramos do Cooperativismo 5. Sistema OCB/SESCOOP-GO 6. OCB-GO - História I. Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Goiás. II. Título.

CDU: 347.726:9(817.3)

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“Use a sua capacidade para cooperar com o crescimento daquele que busca também a mesma oportunidade”.

helGir Girodo

1956 / 2016

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Preâmbulo Apresentação Perfil do primeiro presidente

11 13 29

CAPÍTULO 1

CAPÍTULO 2

CAPÍTULO 3

42

24

14

28 operários ingleses se organizam e dão início ao movimento de cooperação

Goianos criam entidade para propagar o verdadeiro cooperativismo

Organização e recursos permitem a prestação de serviços aos cooperados

História docooperativismo

Do sonho à realidade

Crescimentoe participação

JOSÉ DE ASSIS MORAES,

primeiro presidente da OCB-GO

ONDE TUDO COMEÇOUA primeira cooperativa no mundo foi criada por 28 operários da cidade de Rochdale, hoje um bairro da cidade

de Manchester (Inglaterra), em 21 de dezembro de 1844

SUMÁRIO

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Galeria de Presidentes

108

72

CAPÍTULO 4

CAPÍTULO 5

CAPÍTULO 6

110

94

Participação política em âmbito nacional fortalece representação da entidade

Criação do SESCOOP garante recursos para a capacitação cooperativista

Sistema OCB/SESCOOP-GO tem o desafio de levar competitividade aos cooperados

Tônica dosindicalismo

Ampliandofronteiras

Pensando o futuro

Especial

JORNAL DAS COOPERATIVAS

Edição nº 1 começou a circular em 1979

Postais com fotos históricas, a evolução da marca da entidade, a ata de constituição

entre outros. todos esses documentos estão replicados, em forma de anexos, neste volume. essa foi a forma encontrada para compartilhar

com você um pouco de nossa história.

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PREÂMBULO

história do cooperativismo em Goiás. Muitos capítulos já vividos, muitas conquistas e um exemplo positivo do que significa cooperação. Mais atacado e menos varejo. Mais senso comum e menos vantagens

apenas individuais. Mas, parte dessa história ficou restrita a documentos, a vivências não contadas, que o Sistema OCB/SESCOOP-GO se empenhou em organizar, registrar e contar em uma publicação especial, em comemoração aos 60 anos da OCB-GO. Assim, chega às mãos dos goianos, e, de maneira geral, a todos os brasileiros o livro comemorativo: 1956 – 2016. UNIÃO E TRANSFORMAÇÃO. 60 anos de história do cooperativismo em Goiás.

Essa experiência, antes de tudo, é uma contribuição para dar ao cooperativismo seu lugar de direito na sociedade: o de desenvolvimento. Para a pesquisa, reunião de documentos, entre eles dezenas de atas de reuniões, e entrevistas, foram demandados 12 meses de trabalho, realizado por profissionais de comunicação e coordenados por uma equipe interna. O resultado, você confere nas próximas páginas, com destaque para a linha do tempo que permeia toda a história captada. Boa leitura!

Sem passadonão há futuro

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12 | 1956 – 2016, União e Transformação

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APRESENTAÇÃO

de outubro de 1956 a outubro de 2016, o Brasil viveu 60 anos de grandes transformações. Profundas em alguns setores, como o econômico, rápidas em outros. Estamos falando de um Brasil que teve no seu governo 12

presidentes, sem contar os interinos, de Juscelino Kubitschek de Oliveira a Michel Temer. Na história do cooperativismo brasileiro também foi assim. Muita coisa mudou nesses 60 anos. Mas por inúmeros fatores, as atividades das cooperativas no Brasil não têm muitos capítulos públicos. E em Goiás? Que organização é a base dessa história, quem são seus personagens, quais são seus atributos?

A oportunidade não poderia ser melhor. Associar aos 60 anos da criação da OCB-GO, o projeto de contar, sem a pretensão de esgotar, os fatos que aceleraram, no Estado, os fundamentos cooperativistas. E para começar, esta publicação é por si só uma grande contribuição para a perpetuação, em Goiás, de uma doutrina que considera as cooperativas como forma ideal de organização da humanidade, baseada na democracia, participação, direitos e deveres iguais para todos, sem discriminação de qualquer natureza, para todos os participantes.

Para essas efuturas gerações

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H28 operários ingleses se

organizam e dão início ao movimento de cooperação

istória docooperativismo

CAPÍTULO 1

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iniciada por volta de 1760, na Inglaterra, a Revolução Industrial transformou o sistema de produção mundial. A mecanização das indústrias, seguida de mudanças nos processos internos das fábricas e maior eficiência no uso de

recursos naturais, impulsionou a economia dos países e permitiu um crescimento mais sustentado das cidades.

No entanto, junto com as máquinas, chegaram salários mais baixos e condições insalubres de trabalho, com longas e exaustivas jornadas. Os operários ingleses se organizaram para defenderem seus direitos. Entre os séculos 18 e 19, nasceram duas entidades que agregam trabalhadores: os sindicatos e as cooperativas.

A primeira cooperativa que se tem notícia no mundo foi criada por 28 operários da cidade de Rochdale, hoje um bairro da cidade de Manchester (Inglaterra), em 21 de dezembro de 1844. Durante o ano anterior, os tecelões acumularam um capital de 28 libras e conseguiram abrir as portas de um pequeno armazém cooperativo.

A Sociedade dos Probos de Rochdale, como ficou conhecida a primeira cooperativa moderna do mundo, tinha como objetivo fornecer produtos a eles mesmos com preços praticados abaixo do mercado. Em 1848, já eram 140 membros e, 12 anos depois, 3.450 sócios, com capital de 152 mil libras.

No Brasil, a primeira cooperativa que se tem notícia surgiu em 1889, denominada Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto (MG). A exemplo da experiência inglesa, a primeira cooperativa brasileira também era do ramo de consumo.

Do século XIX aos dias atuais

DESENvOLviMENTO

O cooperativismo nasceu no Velho

Mundo, onde buscou melhores oportunidades de

compras para seus associados. No

Brasil, a primeira cooperativa

também foi de consumo

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18 | 1956 – 2016, União e Transformação

O Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB-GO) é a entidade que atua na representação, defesa e desenvolvimento do cooperativismo no âmbito do Estado de Goiás

Constituída em outubro de 1956, inicialmente como a União das Cooperativas no Estado de Goiás, teve papel decisivo na organização e no fortalecimento das cooperativas goianas. Surgiu primeiro como associação, com as siglas UCEG, OCEG e OCG, até solidificar-se na representação sindical, política e econômica que é hoje a Casa do Cooperativismo Goiano. No final dos anos 80, o cooperativismo goiano já reunia cerca de 90 cooperativas associadas. Na época, os ramos de crédito e de trabalho médico tiveram um grande impulso.

Nos anos 90, começaram a ser ministrados cursos de formação de gestores cooperativistas, intensificando o incentivo à continuidade da gestão autônoma e democrática das cooperativas. Com o crescimento do movimento e suas demandas, a sede própria da OCB-GO, também, cresceu em tamanho e modernidade, passando em 2011 para o atual endereço, no Jardim Goiás, em Goiânia.

A OCB-GO congrega e defende os interesses políticos e socioeconômicos do cooperativismo no Estado, por meio da mobilização de ações e recursos que promovam o desenvolvimento das sociedades cooperativas e da prestação de serviços de suporte administrativo, técnico e logístico, de natureza sindical e organizacional. A OCB-GO busca ser um elo entre as cooperativas, sem visar para si interesses político-partidários ou econômicos.

MissãoPromover a defesa

política e econômica das cooperativas do Estado de Goiás, oferecendo serviços

que apoiem o pleno e efetivo desenvolvimento

sustentado das cooperativas em todos os ramos de atividade,

mantendo unidade doutrinária, de acordo

com princípios universais do cooperativismo, e a

integração dos diversos ramos do setor.

VisãoSer a referência do

cooperativismo goiano, garantindo ambiente favorável

ao desenvolvimento das cooperativas no

Estado de Goiás.

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O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Goiás(SESCOOP/GO) é a entidade que atua na área de educação e desenvolvimento do cooperativismo no âmbito do Estado de Goiás

É um órgão descentralizado, criado pelo Conselho Nacional e vinculado à OCB-GO, sendo instalado efetivamente em 28 de outubro de 1999. O SESCOOP/GO também está vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego e tem o objetivo de promover a formação profissional, promoção social e o monitoramento das cooperativas.

Com o SESCOOP/GO, o cooperativismo goiano ganhou novo impulso, porque soma à representação política da OCB-GO, a formação de novos líderes e o incremento da qualificação profissional e promoção social dos cooperados, o que representa um incentivo a mais para a autogestão das cooperativas.

O SESCOOP/GO promove a capacitação técnica dos cooperativistas goianos, pela aplicação dos recursos oriundos de contribuições sociais em projetos voltados ao aperfeiçoamento de trabalhadores e cooperados, torna os profissionais e dirigentes mais qualificados em benefício da gestão cooperativista.

MissãoPromover o desenvolvimento do cooperativismo de forma integrada e sustentável, por

meio da formação profissional, da promoção social e do

monitoramento das cooperativas, respeitando sua diversidade,

contribuindo para sua competitividade e melhorando a

qualidade de vida dos cooperados, empregados e familiares.

VisãoSer reconhecido por sua excelência em formação

profissional cooperativista e indutor do processo de

sustentabilidade e autogestão das cooperativas goianas,

promovendo ambiente favorável ao desenvolvimento, melhoria

da qualidade de vida e bem-estar social de cooperados,

empregados e familiares.

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20 | 1956 – 2016, União e Transformação

Princípios do cooperativismo

adesão voluntária e livreCooperativas são organizações voluntárias, abertas à participação de todos, sem discriminação de sexo, raça, classe social, opção política ou religiosa. Para participar, a pessoa deve conhecer os direitos e deveres do associado e decidir se tem condições de cumprir com as normas estabelecidas no estatuto social da cooperativa. Excepcionalmente, a cooperativa poderá não aceitar a associação, nos casos em que os interesses do proponente estejam em conflito com os da cooperativa (atividades paralelas) ou por impossibilidade técnica de prestação de serviço.

Gestão democrática pelos membrosOs cooperados, reunidos em assembleias gerais, democraticamente, participam das decisões, bem como, elegem seus representantes para administrar a cooperativa. Os membros possuem igual direito de voto (cada pessoa = um voto), não importando a quantidade de cotas de cada associado.

Participação econômica dos sóciosTodos os cooperados contribuem igualmente para a formação do capital social da cooperativa, e o controlam democraticamente.

autonomia e independênciaAs cooperativas são empreendimentos controlados pelos seus associados, que são os donos do negócio. O controle democrático dos membros deve ser garantido quando são firmados acordos, com outras organizações, incluindo órgãos de governo, ou quando levantam recursos externos.

educação, formação e informaçãoA cooperativa tem como objetivo permanente destinar ações e recursos para educar, formar e capacitar seus associados, dirigentes, conselheiros e empregados, para a prática do cooperativismo e para o uso de técnicas e equipamentos no processo de produção e comercialização. O bom funcionamento da cooperativa depende da participação consciente e organizada dos associados. Importante também é informar o público em geral, em especial a jovens e líderes de opinião, sobre as vantagens da cooperação.

interesse pela comunidadeAs cooperativas trabalham para o bem-estar de suas comunidades por meio de políticas aprovadas pelos seus associados. A cooperativa não funciona de forma isolada, tem que estar comprometida com a sociedade em que está inserida.

intercooperaçãoO trabalho conjunto das cooperativas com a utilização de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais, fortalece o movimento cooperativista e atende de forma mais eficaz aos seus associados. É importante que haja intercâmbio de informações, produtos e serviços entre cooperativas do mesmo ramo, como também, entre cooperativas de ramos diferentes. Ao negociarem entre si, as cooperativas possibilitam que o capital gire dentro do próprio setor, fortalecendoo e semeando seu crescimento.

o cooperativismo, nos quatro cantos

do planeta, tem linhas orientadoras por meio das quais

as cooperativas levam os seus

valores à prática. os sete princípios

cooperativistas foram aprovados

e utilizados desde a época em que

foi fundada a primeira cooperativa

do mundo, na inglaterra, em 1844.

1

2

34

5

7

6

º

º

º

º

º

º

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Cooperativas registradas

Cooperados

Trabalhadores

Colaboradores do Sistema OCB/SESCOOP-GO

244

157.929

10.063

41

60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 21Fonte: Censo do Cooperativismo Goiano 2016

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22 | 1956 – 2016, União e Transformação

Ramos do Cooperativismo

são baseados em diferentes áreas em

que o movimento cooperativismo atua: 13 diferentes setores

da economia. as atuais denominações

dos ramos foram aprovadas pelo

Conselho diretor da oCB, em 4 de maio de 1993. a divisão também facilita a

organização vertical das cooperativas

em confederações, federações e

centrais.

agropecuárioCooperativas de produtores rurais ou agropastoris e de pesca, cujos meios de produção pertencem ao cooperado. Caracterizam-se pelos serviços prestados aos associados, como recebimento ou comercialização da produção conjunta, armazenamento e industrialização, além de assistência técnica, educacional e social.

infraestruturaCooperativas que atendem direta e prioritariamente o seu quadro social com serviços essenciais, como energia e telefonia. No Brasil, são mais conhecidas as cooperativas de eletrificação e telefonia rural, que têm por objetivo fornecer, para a comunidade, serviços de energia elétrica, seja repassando essa energia de concessionárias, seja gerando sua própria energia. Algumas também abrem seções de consumo para o fornecimento de eletrodomésticos, bem como de outras utilidades.

ConsumoCooperativas dedicadas à compra em comum de artigos de consumo para seus cooperados. Subdividem-se em fechadas e abertas. Fechadas são as que admitem como cooperados somente as pessoas ligadas a uma mesma cooperativa, sindicato ou profissão, que, por sua vez, geralmente oferecem as dependências, instalações e recursos humanos necessários ao funcionamento da cooperativa. Abertas, ou populares, são as que admitem qualquer pessoa que queira a elas se associar.

CréditoTezzm objetivo de facilitar o acesso dos associados ao mercado financeiro com melhores condições que as instituições bancárias tradicionais, promovendo a poupança, financiando necessidades e empreendimentos, entre outros de seus cooperados. Atua no crédito rural e urbano.

educacionalO objetivo das cooperativas educacionais é unir ensino de boa qualidade e preços justos. Esse ramo é composto por cooperativas de professores, que se organizam como profissionais autônomos para prestarem serviços educacionais; por cooperativas de alunos de escola agrícola que, além de contribuírem para o sustento da própria escola, às vezes produzem excedentes para o mercado, mas tem como objetivo principal a formação cooperativista dos seus membros; por cooperativas de pais de alunos, que têm por objetivo propiciar melhor educação aos filhos, administrando uma escola e contratando professores; e por cooperativas de atividades afins, empreendedores educacionais.

especialCooperativas constituídas por pessoas que precisam ser tuteladas ou que se encontram em situações previstas nos termos da Lei 9.867, de 10 de novembro de 1999, como deficiência física, sensorial e psíquica, ex-condenados ou condenados a penas alternativas, dependentes químicos e adolescentes a partir de 16 anos em situação familiar difícil econômica, social ou afetiva. As cooperativas atuam visando à inserção no mercado de trabalho desses indivíduos, geração de renda e a conquista de sua cidadania.

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Símbolos do Cooperativismoo cooperativismo possui seus símbolos que expressam uma mensagem aos seus participantes. o emblema do movimento é conhecido mundialmente e expresso por dois pinheiros enlaçados por um círculo, para indicar a união do movimento, a imortalidade de seus princípios, a fecundidade de seus ideais e a vitalidade de seus adeptos.

MineralCooperativas com a finalidade de pesquisar, extrair, lavrar, industrializar, comercializar, importar e exportar produtos minerais.

ProduçãoEstimula o empreendedorismo em que um grupo de profissionais com objetivos comuns na exploração de diversas atividades produtivas se reúne para produzir bens e produtos como donos do seu próprio negócio e detém os meios de produção.

saúdeCooperativas que se dedicam à preservação e promoção da saúde humana. Abrangem médicos, psicólogos, odontólogos, fisioterapeutas e afins, bem como os usuários desses serviços. Esse ramo surgiu no Brasil, na cidade de Santos (SP) no dia 18 de dezembro de 1967 e se estendeu a outros países.

trabalhoAs cooperativas de trabalho são construídas por pessoas ligadas a uma determinada ocupação profissional, com a finalidade de melhorar a remuneração e as condições de trabalho, de forma autônoma. Esse é um segmento extremamente abrangente, pois os integrantes de qualquer profissão podem se organizar em cooperativas de trabalho.

transporteCooperativas que atuam na prestação de serviços de transporte de cargas e passageiros. As cooperativas de transporte têm gestões específicas em suas várias modalidades: transporte individual de passageiros (táxi e mototáxi); transporte coletivo de passageiros (vans, ônibus etc.); transporte de cargas (caminhão, motocicletas, furgões etc.) e transporte escolar (vans e ônibus).

turismo e lazerCooperativas que prestam ou atendem direta e prioritariamente o seu quadro social com serviços turísticos, lazer, entretenimento, esportes, artísticos, eventos e de hotelaria. Fonte: oCB/sescoop

habitacionalCooperativas destinadas à construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais para o seu quadro social.

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24 | 1956 – 2016, União e Transformação

DGoianos criam entidade

para propagar o verdadeiro cooperativismo

o sonho à realidade

CAPÍTULO 2

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 27

o governo de Getúlio Vargas (1951-1954) e, posteriormente, o de Juscelino Kubistchek (1956-1961), incentivaram a ocupação do Brasil Central. À época, o Oeste se apresentava para os trabalhadores como possibilidade de

melhores salários; para os agricultores, a vastidão e a fertilidade da terra; e, para os industriais, um mercado incipiente e largamente ampliável.

A chegada de novos migrantes, especialmente oriundos de Minas Gerais, Maranhão e Bahia, obrigou o aumento na produção de alimentos e, consequentemente, sua organização produtiva e comercial. Dessa forma, os trabalhadores se reuniam em cooperativas para adquirirem bens de consumo com preços mais baixos e crédito para o financiamento das lavouras.

O governo federal incentivava a formação de cooperativas, pois entendia que o sistema era um dos meios de fixação do homem no campo. O cooperativismo era considerado um veículo de defesa do produtor e do consumidor.

O presidente Getúlio Vargas, inclusive, defendeu o cooperativismo na Assembleia Constituinte de 1933: “É um serviço especial para promover o povoamento e organizar a exploração racional das faixas do Centro e do Oeste, estabelecendo núcleos novos da expansão das nossas energias produtoras.”

Organização docooperativismo em Goiás

DESENvOLviMENTO

Estado de economia primária

na década de 1950, baseada especialmente

na produção agrícola e extração

mineral, Goiás experimentou um boom de crescimento

populacional com a “Marcha do Oeste”e a construção de

Brasília (DF)

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Foi nesse contexto que grandes expoentes da sociedade goiana tomaram a iniciativa de criarem a União das Cooperativas do Estado de Goiás (UCEG). Em 2 de outubro de 1956, numa sala de 12 metros quadrados no Edifício Rita de Albuquerque, na Rua 8 (Rua do Lazer), no Centro de Goiânia, nasce a UCEG. No pequeno espaço estavam reunidos empreendedores, produtores rurais, juristas,

professores, bancários e políticos.A primeira ata, redigida por Laert Ferreira de

Araújo, presidente da Cooperativa de Consumo dos Bancários de Goiânia, explica os motivos para a criação da UCEG: “a finalidade da assembleia, como do conhecimento dos presentes, era constituir uma associação de Cooperativas do Estado de Goiás, congregando-as numa entidade que pudesse atuar como órgão de classe, na defesa e propagação do verdadeiro cooperativismo.”

UCEG é criada em Goiás

PERSONAGENS HISTÓRICOS

Gravados na história do cooperativismo no estado,

os nomes dos primeiros goianos que acreditaram na força da cooperação.

Presidente: José de Assis Moraes

1º Vice: Orlando Ferreira

2º Vice: Jaime Câmara

1º Secretário: Laert Ferreira

2º Secretário: Clóvis Fleury

1º Tesoureiro: Cleomar Barros de Loyola

2º Tesoureiro: Genaro Maltez

Conselho Fiscal: José Tibúrcio, Ezequiel Fernandes Martinho Ribeiro Quintanilha.

Suplentes:Lady Barnabé, Adolfo Gomes, Maurício Domingos Caldeira Eleitos em: 02/10/1956

ATA HISTÓRICADocumento registra

a criação da UCEG em 2 de outubro de 1956

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Vida Política e Parlamentar:Prefeito de Rio Verde, nomeado por Pedro Ludovico. Secretário de Estado da Fazenda, adm. Coimbra Bueno. Deputado Estadual, UDN, 1951-1955.

Outras Informações:Fiscal de Rendas, nomeado no governo Mauro Borges. Diretor da Receita Estadual e Diretor de Fiscalização do Estado.

Falecimento: 16 de junho de 1963, em Goiânia.

O momento para o surgimento da UCEG era mais do que favorável. O governo federal, além de estimular o cooperativismo, ainda ajudava com o financiamento às entidades. O Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC), criado em 1951, tinha o objetivo de promover assistência e amparo às cooperativas.

O cooperativismo também já não era novidade no Brasil, tampouco em Goiás, onde já existiam aproximadamente 50 cooperativas na década de 1950. No Brasil, em 1955, havia 3.616 cooperativas, a maior parte, de consumo (1.726), seguida pelas de produção mineral, animal e vegetal (1.289). São Paulo era o Estado com o maior número de entidades (683), seguido pelo Rio Grande do Sul (510) e Pernambuco (337). O número era tão expressivo para a época que, em 2012, com a população quatro vezes maior, o número de cooperativas era de 6.587 no Brasil.

No entanto, o começo para a UCEG foi complicado. As cooperativas filiadas raramente contribuíam financeiramente, o que fazia a entidade depender de verbas públicas para se manter em funcionamento. A única funcionária era uma secretária, cedida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Dessa forma, a UCEG encontrou dificuldades para desempenhar o seu principal papel, o de representação.

Momento favorável

PERFIL DO PRIMEIRO PRESIDENTE / José de Assis de Moraes

Formação: Economia, pela FundaçãoEscola de Comércio Álvares Penteado, São Paulo (SP).

Profissão: Economista e produtor rural.

Nascimento: 24 de setembro de 1914, Silvânia (GO).

Filiação: Francisco de Assis Moraes e Nazareth Louza Moraes.

Cônjuge: Helena Carmo Moraes.

Filhos: Carlos Fernando (advogado), Luiz Fernando (engenheiro), Lúcia Aparecida (administradora de empresa), Terezinha (relações públicas), Patrícia Maria (técnica em desenho) e José de Assis Filho (advogado).

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Cooperativas

Registradas em Existentes em 31 de dezembro de 1955

Especificação

Fonte: Serviço de Economia Rural

(1) Inclusive as cooperativas escolares em comum.

(2) Abrange as sociedades construtoras de prédios,

as editoras, as de seguros, as de trabalho e ainda as

entidades que não podem, pelos seus objetivos

especiais, ser classificadas como “Consumo”, “Crédito”

e “Produção”. (3) Cooperativas

centrais e federação de cooperativas, vêm a ser

verdadeiras cooperativas de cooperativas.

PRIMEIROS NÚMEROS DO COOPERATIVISMO GOIANO

1948 1953 1954 1955 Total 224 287 231 220 3.616

seGundo o raMo Consumo (1) 118 133 98 119 1.726Crédito 15 36 31 25 452Produção 81 96 84 67 1.289 Animal 16 18 4 10 277 Mineral _ 1 _ _ 2 Vegetal 65 77 80 57 1.009Diversas (2) 9 19 16 8 1122º Grau (3) 1 3 2 1 37

POR UNIDADES DA FEDERAÇãO Acre _ 2 _ _ 9Alagoas _ 2 1 _ 98Amapá _ _ _ _ 3Amazonas 1 _ 8 6 25Bahia 39 18 6 9 271Ceará 9 7 9 10 102Distrito Federal 19 9 12 14 184Espírito Santo 2 7 _ 2 48Goiás 2 2 8 6 46Maranhão _ 6 10 3 39Mato Grosso 1 2 1 3 35Minas Gerais 22 27 17 26 248Pará 2 7 4 2 80Paraíba 7 8 4 8 174Paraná 9 14 13 11 205Pernambuco 4 30 10 7 337Piauí 2 2 1 1 22Rio Branco _ _ _ _ 1Rio de Janeiro 11 18 11 16 205Rio Grande do Norte _ 5 5 7 88Rio Grande do Sul 42 41 35 35 510Rondônia _ _ _ _ 2Santa Catarina 8 13 4 4 152São Paulo 42 63 69 49 583Sergipe 2 4 3 1 39

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JAIME CâMARA, presidente da Cooperativa de Consumo dos Servidores da Secretaria de Viação e Obras Públicas

JOSÉ DE ASSIS MORAES, presidente da Cooperativa Rural de Goiânia

CLEOMAR BARROS DE LOyOLA, presidente da Cooperativa de Consumo dos Servidores do Instituto de Previdência e Acedência dos Servidores do Estado (Ipase)

ORLANDO FERREIRA DE OLIVEIRA, presidente da Cooperativa de Crédito Rural de Palmeiras de Goiás

EzEqUIEL FERNANDES DANTAS, presidente da Cooperativa Banco de Crédito de Trindade

rôMulo GonçalVes, presidente daCooperativa de Consumo dos Servidores da Prefeitura Municipal de Goiânia

JOSÉ TIBÚRCIO PEREIRA PINTO, presidente da Cooperativa de Trabalhadores da Indústria de Construção Civil do Estado de Goiás

AMÉRICO GONÇALVES FALEIRO, presidente da Cooperativa Escolar da Faculdade de Filosofia

LAERT FERREIRA DE ARAÚJO, presidente da Cooperativa de Consumo dos Bancários de Goiânia

LUIz âNGELO MILAzzO, secretário de Estado de Agricultura, Indústria e Comércio (convidado especial)

CLÓVIS FLEURy, da Caixa de Crédito Rural Cooperativo do Estado (convidado especial)

JOSÉ AUGUSTO CURADO, Caixa de Crédito Rural Cooperativo do Estado (convidado especial)

O primeiro presidente da União das Cooperativas do Estado de Goiás (UCEG), José de Assis Moraes, foi deputado estadual pela UDN (1951-1955), secretário da Fazenda no governo de Jeronymo Coimbra Bueno (18/06/1948 a 31/12/1948), prefeito de Rio Verde e diretor de Fiscalização e Receita do Estado. Durante a assembleia que constituiu a cooperativa, seu nome foi escolhido por unanimidade.

Natural de Silvânia, José de Assis comandava a Cooperativa Rural de Goiânia quando assumiu a UCEG. Economista de renome em Goiás, ele não recusou o convite, agradeceu a confiança dos colegas e prometeu “o maior esforço possível para atingir as finalidades da União”, conforme transcrição da ata da primeira Assembleia.

José de Assis foi assistido por ninguém menos que Jaime Câmara, um dos maiores empreendedores de Goiás, que comandou a assembleia. Considerado um visionário de sua época, Câmara assumiu o cargo de segundo vice-presidente – na época ele já presidia a Cooperativa de Consumo dos Servidores da Secretaria de Viação e Obras Públicas. Câmara foi secretário de Viação e Obras Públicas, deputado federal e prefeito de Paracatu (MG), Anápolis e Goiânia.

As famílias Câmara e Moraes eram amigas de longa data. Os tijolos que levantaram a antiga sede do jornal O Popular, na Avenida Goiás (Centro da capital), vieram da olaria de José de Assis. A primeira televisão da família Moraes foi presente de Rebouças Câmara, irmão de Jaime Câmara. “Eles (José e Jaime) estavam sempre juntos”, recorda Terezinha Moraes, filha de José de Assis.

Eleito primeiro tesoureiro da entidade, Cleomar de Barros Loyola foi advogado conceituado em Goiás e ocupou a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (seccional Goiás). Pai do economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central do Brasil, e irmão do desembargador e ex-presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Clenon de Barros Loyola.

Expoentes da sociedade goianaPERSONAGENS PRESENTE À FUNDAÇãO DA UCEG

JAIME CâMARAPresidia a Cooperativa de Consumo dos Servidores da Secretaria de Viação e Obras Públicas

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Enquanto as cooperativas pipocavam pelo Brasil afora na década de 1950, faltava representação nacional às entidades. O setor carecia de uma entidade que fortalecesse o diálogo com o governo e, principalmente, propusesse políticas públicas para os setores agrícola e de pecuária, que tinham maior força cooperativa naquele momento.

No final de 1956, mesmo ano de fundação da União das Cooperativas do Estado de Goiás (UCEG), surgiu a União Nacional das Associações de Cooperativas (Unasco). Dois goianos tiveram participação ativa na criação da entidade: Geraldo Rodrigues dos Santos e o deputado Cônego José Trindade da Fonseca e Silva, que integraram o Conselho Consultivo da Unasco.

Clóvis Fleury, membro da Caixa de Crédito Rural Cooperativo do Estado, também esteve na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e ajudou na fundação da Unasco. Sua atuação na articulação da nova entidade foi muito elogiada pelos cooperados goianos na época.

A criação da Unasco foi o principal assunto da segunda assembleia da UCEG, em 6 de novembro de 1956. Geraldo contou as novidades que trouxe do Rio. Como Goiás era eminentemente agrícola, ele falou sobre os pedidos de crédito para o Estado, especialmente para financiar a produção de arroz, feijão e batata.

Segundo Geraldo, estabeleceu-se que o crédito se daria por meio de financiamento pelas cooperativas rurais, com subsídios do governo federal. Ele conclamou aos presentes para lançar um movimento no sentido de trazer para Goiás uma agência ou representação do Banco Nacional de Crédito Cooperativo. A reivindicação foi levada pessoalmente ao governador José Ludovico de Almeida (1955-1959).

Também no final de 1956, nasceu a Aliança Brasileira de Cooperativas (Abcoop), com sede em São Paulo (SP). No entanto, a entidade não contou com a influência e nem a participação de goianos.

Influência nacional

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A década de 1960 não começou bem para o cooperativismo no Brasil, especialmente para as que atuavam no ramo de consumo. O País passou por uma profunda reforma fiscal, suprimindo privilégios tributários dessas cooperativas, que conseguiam vender produtos a preços competitivos no mercado. As cidades também ganharam modernos supermercados, o que ajudou a minar as forças das entidades. O período também marcou a modernização e industrialização da agricultura, o que colocou novos desafios aos gestores do cooperativismo agrícola. Houve, na época, uma onda de fusões entre as instituições.

Para piorar, as cooperativas de crédito, que ganhavam força no País, passavam por crise de confiança, devido aos aventureiros do setor. No final da década de 1950, eram 1,2 mil cooperativas de crédito, número que caiu para 511 em 1961, ano em que o então presidente João Goulart (1961-1964) baixou normas que restringiram ainda mais o trabalho dessas entidades.

A reforma bancária (Lei 4595/64) e a institucionalização do crédito rural (Lei 4829/65) aumentaram o rigor do Estado às cooperativas de crédito, ao levar restrições normativas e, consequentemente, perda de competitividade, especialmente as do setor rural. Por força de decisões do governo federal, comandado pelos militares, novas entidades do ramo também não puderam operar.

Em janeiro de 1960, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia 4.353 cooperativas no País; uma década depois, esse número caiu para 2.847. Os anos de chumbo (1964-1985) deixaram sequelas profundas no cooperativismo.

Em Goiás, os efeitos também foram fortemente sentidos. A primeira reunião da UCEG no período da ditadura militar, no salão da Sociedade Goiana de Pecuária, na Avenida Goiás, Centro de Goiânia, marcou a intervenção da entidade. O presidente José de Assis Moraes foi deposto na noite de 16 de março de 1965, e Ezequiel Fernandes Dantas, nomeado interventor.

A interferência aconteceu aos olhos do coronel Rufino de Souza Sobrinho, representante do governador Emílio Rodrigues Ribas Júnior (1965-1966), nomeado pelo regime militar. Sem a presença de José de Assis e demais integrantes da antiga diretoria executiva da UCEG, Rufino de Souza Sobrinho comandou a mesa e fez as “honras da casa”.

Anos de Chumbo

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O então governador Mauro Borges foi deposto pelo regime militar no dia 26 de novembro de 1964.

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Logo que tomaram o poder, em 1º de abril de 1964, os militares desencadearam uma série de perseguições aos principais sindicatos instalados no Brasil. Durante os 20 anos de ditadura, houve desarticulação, coação e domínio dos movimentos, seguidos de intervenção nas entidades. Nem mesmo as entidades que reuniam cooperativas, no caso da União das Cooperativas do Estado de Goiás (UCEG) e a União Nacional das Associações de Cooperativas (Unasco), escaparam das ingerências.

A ideia era desmobilizar qualquer tipo de reunião entre os trabalhadores, independente do seu ramo de atuação. Por isso, de imediato, os militares editaram duas leis que afetaram o cooperativismo: a reforma bancária (Lei 4.595/64) e a institucionalização do crédito rural (Lei 4.829/65), que levaram restrições normativas às entidades e, consequentemente, perda de competitividade para as cooperativas de crédito do setor rural.

A reforma bancária foi realizada sob pressão dos banqueiros. Essa lei equiparou as cooperativas de crédito às demais instituições financeiras, passando a ser fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil – antes, a fiscalização era feita pelo Ministério da Agricultura. Essas legislações, seguidas de decretos-leis, marcaram, até 1971, um novo período de intervenção do Estado nas cooperativas. O Estado assumiu a tutela do cooperativismo, orientando uma nova política nacional para o setor.

Intervenção do Estado

O ex-governador Mauro Borges, seu pai, Pedro Ludovico Teixeira, juntamente com os aliados políticos, foram enquadrados por crimes de espionagem e outros supostos desmandos contra a segurança nacional.

1965

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Quando deixou a reunião na UCEG, o major João Gilberto “acertou” com o interventor Ezequiel Dantas que, no prazo máximo de 30 dias, seria eleita uma nova diretoria para a entidade. Na noite do dia 22 de abril de 1965, Ezequiel iniciou a assembleia no salão da Sociedade Goiana de Pecuária, porém, não conseguiu quórum.

Sem postulantes, o encontro foi encerrado após as três convocações habituais. Segundo a ata, nem mesmo a publicação de convocação para a assembleia nos principais jornais goianos à época – Folha de Goiaz e O Popular – por três dias em março (27, 28 e 30) foi suficiente para mobilizar as cooperativas filiadas. Uma nova assembleia foi marcada para a noite de 27 de abril, quando, enfim, obteve-se o quórum.

Por meio do voto secreto, Antônio de Pádua Freitas, presidente da Cooperativa Agrícola Mista de Brasília, foi eleito presidente, tendo como vice Públio de Souza, presidente da Cooperativa de Laticínios de Goiás. Curioso é que nenhum dos fundadores da UCEG esteve presente nessa assembleia.

Pouco mais de um ano após tomar posse, em 7 de outubro de 1966, na sede da Cooperativa Central Rural de Goiás, às 18 horas, a diretoria executiva da UCEG alegou “afazeres particulares” e renunciou, juntamente com o Conselho Fiscal e os suplentes. No entanto, segundo a ata da reunião, a saída do grupo foi motivada pela falta de apoio à UCEG por parte das autoridades estaduais e federais.

O ex-presidente Antônio de Pádua, fez questão de lembrar que enviou três ofícios a determinadas autoridades pedindo auxílio para a entidade, além de outros expedientes, mas que, segundo ele, permaneceram em vão.

Manoel de Oliveira, diretor-gerente da Cooperativa Goiana de Hortifrutigranjeiros, que secretariou a primeira ata, não perdeu tempo. Aproveitou a presença de 16 dirigentes sindicais para convocar Assembleia Geral Extraordinária, quatro horas depois da renúncia coletiva, com intuito de eleger o novo presidente da UCEG.

No entanto, após consultar os colegas, Manoel descobriu que 16 não era quórum suficiente para eleição de um novo presidente. Ficou acertado que seria eleito um “presidente provisório”, cargo que ficou para Odorico Nery.

Falta de interesse

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Uma nova Assembleia Geral Extraordinária foi marcada para a noite de 9 de dezembro de 1966. Sem consenso e ainda sentindo reflexo da renúncia coletiva, os presidentes de cooperativas discutiram a eleição sem uma chapa prévia. Naquela época, ninguém assumia o comando de uma entidade representativa sem a anuência dos militares. Por isso, era importante que a assembleia iniciasse com as chapas prontas, com os nomes já verificados pelo Regime Militar.

Após mais um pleito secreto, duas horas após ter sido iniciada a sessão (20h30 às 22h30), Odorico Nery foi eleito de maneira definitiva para o comando da UCEG.

Dois anos depois, aos olhos de um governador eleito pelo povo – Otávio Lage de Siqueira (1966-1968), mas que apoiou o regime militar, Garibaldino Felipe Machado é eleito presidente da UCEG, em 9 de novembro de 1968. A posse foi discreta, com a presença de apenas seis dirigentes de cooperativas goianas. Era momento de discrição. O País estava às vésperas de conhecer o AI5 (Ato Institucional nº 5), publicado em 13 de dezembro daquele ano. Os governantes conseguiram poderes de exceção, produzindo um elenco de ações arbitrárias de efeitos duradouros.

Ditadura militar interviu e enfraqueceu o sistema cooperativista

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O final da década de 1950 era um momento de efervescência em Goiás. Em apenas dez anos (1940/1950), a população do Estado saltou de 660 mil habitantes para 1,2 milhão. No início da década de 1960, a população alcançava 1,7 milhão. Migrantes de Minas Gerais, Bahia e Maranhão, especialmente, eram incentivados pela “Marcha do Oeste”, campanha nacional para ocupação de terras em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e pela construção de Brasília (DF).

Com a expansão da população, o poder público iniciou um processo de transformação no Estado pela melhoria dos serviços públicos. Na década de 1950, foram criados o Banco do Estado de Goiás (BEG) e a Centrais Elétricas de Goiás (Celg).

Na década de 1960, o governo de Mauro Borges Teixeira (1961-1964) promoveu o Plano MB (Mauro Borges): viabilizou a construção, por meio do recém-criado Dergo (Departamento de Estradas e Rodagens de Goiás), de 11 mil km de estradas, fez uma reforma agrária e criou, entre autarquias e fundações, a Caixego (Caixa Econômica de Goiás), o Ipasgo (Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás) e a Iquego (Indústria Química de Goiás), dentre outros.

Goiânia, capital com pouco mais de 20 anos de vida, acompanhava a efervescência do Estado. No início da década de 1950, 53 mil pessoas já residiam na cidade, cujo planejamento previa população máxima de 50 mil habitantes. Em apenas dez anos, a capital ganhou 125 novos bairros e a população alcançou 150 mil pessoas no início de 1960.

A economia do Estado na década de 1950 era praticamente primária, com foco na agricultura (produção de arroz, milho e feijão), pecuária de baixa produtividade (rebanho tinha 9 milhões de cabeças) e extração de minérios. No entanto, o crescimento populacional nas cidades e a abertura de estradas pavimentadas propiciou o surgimento de novas empresas nos setores de comércio e serviços. Se em Goiás a década de 1950 era de efervescência, no Brasil, não era diferente. A vitória da democracia na segunda guerra mundial sobre o nazifascismo levou uma onda de otimismo mundo afora. O período foi chamado de “Anos Dourados”, especialmente pelas revoluções comportamentais e tecnológicas na sociedade brasileira.

Retrato socioeconômico de Goiás

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Os avanços na medicina, biologia e química trouxeram novas perspectivas de curas para diversas doenças, como a vacina contra a pólio, a descoberta do DNA e o medicamento cortisona (anti-inflamatório). Das pesquisas nos campos de batalha surgiram produtos que facilitaram a vida do homem do campo e da cidade, como liquidificador, batedeira, fogão a gás e televisão, além dos produtos industrializados como alimentos, bebidas e artigos de higiene pessoal.

Do ponto de vista de desenvolvimento, os governos de Getúlio Vargas (1951-1954) e Juscelino Kubistchek (1956-1961) fomentaram o processo de industrialização nacional, com a construção de rodovias, hidrelétricas, aeroportos e a promoção da indústria de base e de produção de bens de capital, além da abertura ao capital externo para investimento. Um dos símbolos maiores desse processo de modernização foi a construção de Brasília, nova capital do País inaugurada no início dos anos 60.

Na cultura, o cinema, o teatro, a música e a literatura também sofreram transformações. O crescimento econômico e o aumento da população nas cidades proporcionaram que mais pessoas consumissem esses produtos. O rádio aumentou seu alcance e, aliado ao surgimento da TV, ajudou a criar modismos, especialmente entre os jovens. Era época das jaquetas de couro e calças jeans, rock and roll e topetes caídos na testa. A seleção brasileira de futebol, inclusive, ganhou seu primeiro título mundial, em 1958, na Suécia.

Das pesquisas nos campos de batalha surgiram produtos que facilitaram a vida do homem do campo e da cidade, como liquidificador, batedeira, fogão a gás e televisão, além dos produtos industrializados como alimentos, bebidas e artigos de higiene pessoal.

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02/10 09/11 31/03

Sob o comando do empreendedor e visionário Jaime Câmara, um grupo de

integrantes da alta sociedade goiana funda a União das Cooperativas do

Estado de Goiás (UCEG). A entidade é constituída para atuar como um órgão

de classe, na defesa e propagação do verdadeiro cooperativismo. Presidente da Cooperativa Rural de Goiânia, José

de Assis Moraes é eleito o primeiro presidente da UCEG.

Goiás tem participação ativa na formação da União Nacional das Associações de

Cooperativas (Unasco), com a eleição de dois representantes

goianos para o Conselho Consultivo: Geraldo Rodrigues

dos Santos e o deputado Cônego José Trindade Fonseca

e Silva.

Presidente João Goulart é deposto pelos militares. O marechal Humberto de

Alencar Castello Branco assume o governo. Todos os sindicatos, inclusive as cooperativas, passaram a ser vigiadas pelas Forças

Armadas. O regime militar dura 21 anos, com forte

influência sobre o movimento cooperativista.

Início da construção de Brasília com a visita do presidente Juscelino Kubistchek ao Planalto

Central. A obra traz uma onda de migração para o Centro-Oeste, especialmente para Goiás. O

aumento populacional favorece o surgimento de novas cooperativas no Estado.

1956 1956 1964

Esboços de Oscar NiemeyerCatedral de Brasília

Jaime Câmara foi um dos idealizadores da OCB-GO

LINHA DO TEMPO

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31/12 16/03 02/12

08/06

NA HISTÓRIA

A primeira assembleia realizada pela UCEG durante o Regime Militar conta com

a presença do major João Gilberto Ferreira de Souza,

secretário-executivo da Unasco e conferencista, e

do coronel Rufino de Souza Sobrinho, representante do

governador Emílio Rodrigues Ribas Júnior (1965-1966).

João Gilberto fez questão de ressaltar aos presentes que o crescimento e fortalecimento

das cooperativas no Brasil vão ajudar no combate ao

comunismo.

O primeiro telejornal de grande popularidade da TV brasileira foi o Repórter

Esso, que foi apresentado de 1953 a 1970, quando saiu definitivamente do ar.

Após fusão entre a União Nacional de Cooperativas

(Unasco) e a Associação Brasileira de Cooperativas

(ABCOOP), é criada a Organização das Cooperativas

Brasileiras (OCB).

oCB é registrada no cartório Marcelo

ribas, em Brasília (dF), sob o número

729, do livro a5.

Governo publica a Lei n° 4.595, mais conhecida como

Lei da Reforma Bancária, que estabelece normas da política

financeira e praticamente acaba com as cooperativas de crédito no País – raiffeiseanas, luzzattianas, de crédito urbano

e rural. As entidades recebem o mesmo tratamento dos

bancos, porém, sem condições financeiras de competição.

A lei foi editada por pressão dos banqueiros da época, que queriam minar a concorrência

no setor.

1964 1965 1969

19701970

Sede da OCB,em Brasília

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COrganização e recursos

permitem a prestação de serviços aos cooperados

rescimentoe participação

CAPÍTULO 3

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Novo fôlego para o cooperativismo

MiLAgRE ECONôMiCO

Os anos 70 marcaram a recuperação do

cooperativismo. Mesmo sob rigoroso controle estatal pelo

regime militar, que autorizava e fiscalizava de perto as entidades,

houve aumento na oferta de crédito

para os cooperados, o que propiciou

o fortalecimento das instituições,

especialmente às ligadas ao campo

os anos 70 começaram com o “Milagre Econômico”, época de exponencial crescimento da economia – o Produto Interno Bruto brasileiro aumentava a taxas de 10% ao ano. A seleção brasileira de futebol também faturou, no México, em

1970, o terceiro título mundial, elevando a onda de ufanismo nas cidades e no campo. As cooperativas, especialmente às ligadas ao campo, conseguiram um salto de crescimento nessa época.

Mas o marco mais importante para o cooperativismo aconteceu fora do campo econômico, social ou futebolístico. Em 2 de dezembro de 1969, durante o quarto Congresso Brasileiro de Cooperativismo, em Belo Horizonte (MG), foi anunciada a criação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), junção entre a Associação Brasileira de Cooperativas (ABCOOP) e a União Nacional de Cooperativas (Unasco).

A unificação foi decisão das próprias cooperativas. A intenção era criar uma entidade de cúpula, de âmbito nacional, para representar de fato e defender o cooperativismo brasileiro, substituindo essas duas entidades. Em 8 de junho de 1970, a OCB foi registrada no cartório Marcelo Ribas, em Brasília (DF), sob o número 729, do Livro A5.

As duas entidades (Unasco e ABCOOP), inclusive, assinaram um protocolo inicial de intenção que foi transformado em um projeto, convertido na Lei n° 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Dessa forma, estava institucionalizado o Sistema de Representação do Cooperativismo Brasileiro.

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Os ventos de mudança no cooperativismo brasileiro, que culminaram com a criação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) no final da década de 60, chegaram a Goiás. A União das Cooperativas do Estado de Goiás (UCEG) foi transformada em Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCEG), filiada à OCB.

A mudança foi decidida em Assembleia Geral, no dia 23 de outubro de 1970, no salão nobre da Federação do Comércio de Goiás (Rua 1, Centro de Goiânia). O novo estatuto da OCEG, espelho da entidade-mãe, também foi aprovado, bem como a posse da nova diretoria executiva. A solenidade foi marcada para o ano seguinte.

Tudo caminhava para que a representação do cooperativismo deslanchasse no Estado. As reuniões mensais entre integrantes da diretoria voltaram. Já na primeira reunião, em dezembro, os dirigentes fizeram uma pauta extensa de projetos para o triênio 1971-1973.

Dentre as metas, destaque para visitas às cooperativas do interior, com respectivo apoio técnico e financeiro, criação do Projeto de Desenvolvimento do Cooperativismo do Estado de Goiás (Prodeco Goiás) e financiamento aos cooperados por meio de recursos do Governo do Estado.

Mudanças nas siglas

A nova legislação levou melhoria ao sistema cooperativo, apesar de continuar prevendo ingerência do governo federal nas entidades, com restrição à autonomia dos associados, interferência na criação, funcionamento e fiscalização do empreendimento cooperativo. Situação essa que só mudou com a Constituição de 1988.

Por outro lado, a partir da lei, a recém-criada OCB pôde promover a organização das associações estaduais, uma vez que passou a ser a representante única do cooperativismo em âmbito nacional. Com isso, as filiadas passaram a se enquadrar num modelo empresarial, permitindo sua expansão econômica e sua adequação às exigências do desenvolvimento capitalista agroindustrial adotado pelo Estado.

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Mas o professor Jorge Fernandes de Almeida, eleito primeiro presidente da OCEG na década de 70, abandonou a entidade. Foram apenas duas reuniões durante todo o seu mandato. Na Assembleia Geral Extraordinária, de 26 de janeiro de 1973, ele sequer foi encontrado para explicar a ausência da entidade. Pela inatividade, Goiás perdeu as duas cadeiras de representantes que tinha na OCB.

Um mês depois, em 26 de fevereiro de 1973, em nova Assembleia Geral Extraordinária organizada pela OCB e convocada no mês anterior, foi eleita a diretoria executiva. O comando ficou com Vicente Benjamim de Albuquerque, que, na época, presidia a Cooperativa dos Produtores de Sementes de Goiás. A sigla da entidade também foi abreviada de OCEG para OCG.

Foi a Assembleia Geral da entidade com maior número de representantes até então: 22. Também foi a ata mais extensa nas 11 reuniões já realizadas pela entidade, com sete páginas. Antônio Luiz Coelho, diretor executivo da OCB, fez questão de participar do encontro e deu orientações aos goianos sobre a nova legislação do setor.

A presença de Antônio Coelho nas duas assembleias (janeiro e fevereiro) mostrou a importância da OCG para a OCB. Ele, inclusive, ajudou na formação da chapa (única), na construção do novo estatuto e fez uma espécie de palestra sobre o cooperativismo.

O estatuto da OCG, que tinha como base a legislação da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), foi bastante discutido pelos presentes e aprovado com pequenas ressalvas. Os dois estatutos, inclusive, foram confeccionados respeitando a nova Política Nacional de Cooperativismo, cuja lei específica, a 5.764, foi promulgada em 16 de dezembro de 1971.

Na ata, um lembrete curioso sobre a realidade da época: todos os nomes da diretoria executiva, conselho fiscal e suplentes foram submetidos, antecipadamente, ao crivo da Comissão Geral de Investigação (CGI), que era um órgão vinculado ao Ministério da Justiça. A ideia era se precaver de possíveis baixas.

A UCEG muda, passando a se chamar Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCEG).

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• Organizar uma entidade de cúpula para a representação e a defesa do cooperativismo, de âmbito nacional, em substituição à Abcoop e à Unasco.

• A nova entidade defenderá os seguintes princípios junto às autoridades governamentais competentes para a elaboração da nova lei cooperativista ou para modificações da existente:• possibilidade de as cooperativas operarem com terceiros, mediante limitação percentual a ser estabelecida, creditando os resultados positivos a fundos impartilháveis, destinados a serviços assistenciais aos associados;• conceituação exata do processo de cobertura das despesas operacionais, de forma a constar que tais resultados não produzem renda e, consequentemente, não estão sujeitas ao Imposto de Renda;• liberdade de constituição e funcionamento imediato das sociedades cooperativas, eliminando-se a exigência de autorização prévia para o seu funcionamento, ressalvados os casos em que tal obrigatoriedade exista para as empresas mercantis;• fixação da área de admissão dos associados e de operações, a inteiro critério do estatuto da cooperativa;• participação das cooperativas em empresas não cooperativadas, mediante prévia aprovação governamental;• estabelecimento das atividades creditórias nas cooperativas mistas;• permissão, às cooperativas centrais, de manter associados individuais.

• Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC):• extinção da compulsoriedade de subscrição de ações preferenciais do BNCC pelas cooperativas;• instituição de inventivo fiscal para subscrição, por pessoas físicas, de ações preferenciais do BNCC, à conta do Imposto de Renda.

• Regime fiscal e previdenciário, com previsão das leis fiscais e previdenciárias, de modo que nelas se respeitem as peculiaridades das sociedades cooperativas.

• Serviços Oficiais de Cooperativismo. Sua reestruturação, inclusive

a do Conselho Nacional de Cooperativismo, de maneira que se tirem daqueles quaisquer possibilidades de ingerência e controle das cooperativas, e a esse se dê um caráter de órgão assessor do governo, no planejamento das medidas governamentais em prol da expansão do sistema cooperativista.

• Representação Nacional do Cooperativismo. Constituição de uma nova entidade – a “Organização das Cooperativas Brasileiras”– para substituir as existentes, destinada a representar o pensamento do Movimento Cooperativista, falar em seu nome e representá-lo perante o governo, mantendo, todavia, independência perante ele, mas colaborando franca e lealmente com as autoridades.

• Para esse fim, fica designada uma Diretoria Provisória, com mandado de seis meses. Caberá à sua Diretoria Provisória promover os atos de constituição da nova entidade como sociedade civil, observando-se, no estatuto, obrigatoriamente, os seguintes pontos:• neutralidade política e religiosa;• participação de representação de todos os setores na administração;• quadro social constituído de organizações estaduais a serem criadas nos moldes da OCB;• preenchimento dos cargos da Diretoria e de outros órgãos mediante votação, da qual participarão todos os associados e aos quais poderão se candidatar;• permitida a reeleição, apenas de 2/3, obedecendo-se ao critério de rodízio;• estabelecimento da política da entidade com base nas proposições emanadas dos órgãos técnicos;• divisão dos serviços da organização em setores, conforme o ramo do cooperativismo nela integrado, possuindo, cada um deles, assessoria própria;• sede da entidade em Brasília, podendo, contudo, por motivos relevantes, a critério da Diretoria Provisória, instalar-se em qualquer Estado;• ao final do mandato da Diretoria Provisória, convocação da Assembleia Geral, na qual serão prestadas contas da gestão provisória e se elegerá a diretoria para o primeiro mandato.

O protocolo assinado pela ABCOOP e Unasco, em 1969, continha os seguintes compromissos:

COMPROMISSOS

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O estatuto da OCG, que tinha como base a legislação da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), foi discutido pelos presentes e aprovado com pequenas ressalvas.

De sem teto à sede provisóriaDurante 17 anos (1956-1973), a Organização das Cooperativas do Estado de

Goiás (OCG) peregrinou por diversas entidades de classe parceiras para realizar assembleias, reuniões e receber autoridades. Durante certo tempo, inclusive, utilizou salas da Secretaria de Agricultura de Goiás para trabalhar.

Em janeiro de 1973, a primeira boa mudança. A OCG conseguiu uma sede provisória, na Avenida Marechal Rondon, no bairro de mesmo nome, na região Norte de Goiânia. No dia 6 de junho do mesmo ano, veio uma sede definitiva, ainda que alugada, na Rua 7, nº 354, sala 1.007, no Centro da capital.

O espaço, cedido e mobiliado pelo Montepio Cooperativista do Brasil, foi inaugurado na presença das maiores autoridades do Estado, porém, pelo tamanho, ainda não abrigava as assembleias e reuniões da diretoria, que continuaram nas entidades parceiras. Em 1980, a sede da OCG foi transferida para a Rua 96, no Setor Sul.

O espaço era mais amplo, também alugado, e passou a receber todas as reuniões e assembleias da organização. No entanto, o pouco número de funcionários – entre 3 e 5 – da OCG deixou salas vazias. O Conselho Diretor, inclusive, discutiu, durante reuniões, o aluguel de duas salas para cooperativas parceiras.

Entre 1976 e 1977, dirigentes da OCG também chegaram a visitar dois terrenos para construção de uma sede própria. Um dos lotes era nas proximidades do Ceasa, na BR153, região Leste da Capital, e o outro no Jardim Balneário Meia Ponte, região Norte. A ideia era construir, além da sede, um Centro de Informações, Pesquisas, Estudos e de Prestação de Serviços da OCG. No entanto, sem recursos, a ideia não avançou.

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Considerado um dos mais importantes dirigentes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o jurista José de Campos Melo (foto) mostrou coragem ao criticar publicamente o governo militar durante reunião da Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCG), em Goiânia, no dia 21 de fevereiro de 1974. Na época, o general do Exército Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) estava no poder. Médice foi responsável pelo aumento da repressão contra os opositores.

Visivelmente decepcionado com a proibição do Banco Central em deixar que as cooperativas realizassem operações de crédito de repasse, Campos de Melo, na sede da Cooperativa Central Rural de Goiás, disse que a proibição era um grande entrave para o desenvolvimento cooperativista e agrícola do País.

“Infelizmente, há uma grande diferença entre o que o governo prega e aplica, nesse setor. A maior desilusão que já tive no cooperativismo foi a supressão do crédito de repasse”, afirmou o jurista, que ocupou, por 12 anos, os cargos de superintendente, assessor jurídico, além de membro do extinto Conselho Nacional do Cooperativismo (CNC).

Campos de Melo fez o discurso durante reunião com representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Banco Central, além dos secretários de Agricultura e Educação de Goiás, cujo governador era Leonino di Ramos Caiado, nomeado pelos militares.

Coragem para criticar os militares

Campos de Melo, além de jurista, era integrante do movimento cooperativista goiano

Infelizmente, há uma grande diferença entre o que o governo prega e aplica, nesse setor. A maior desilusão que já tive no cooperativismo foi a supressão do crédito de repasse.

‘‘

Campos de Melo, superintendente do Conselho Nacional do Cooperativismo

‘‘

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Em 1980, após pressão dos dirigentes goianos, o Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC) decidiu ajudar as cooperativas, organizações e federações a adquirirem sede própria, ao criar um fundo de reserva de 10% dos recursos da instituição para tal finalidade. O OCG candidatou-se de imediato ao financiamento especial, conseguindo, no ano seguinte, empréstimo de 5 milhões de cruzeiros, com prazo de pagamento de 12 anos com juros de 3% ao ano.

O dinheiro foi utilizado para aquisição de uma residência no Centro de Goiânia (Rua 3, nº 37), em 30 de março de 1982. Essa articulação com o BNCC também permitiu às cooperativas a compra de computadores, na época um equipamento muito caro. No entanto, o dinheiro do empréstimo não foi suficiente para aquisição do imóvel, e os dirigentes pegaram mais 2,7 milhões de cruzeiros no BNCC, além da ajuda, espontânea, das filiadas.

Como tinha um barracão nos fundos, um casal foi contratado para morar na primeira sede adquirida com recursos do sistema cooperativo. Os dois tinham a função de vigilância do local e limpeza, com direito ao recebimento de um salário mínimo por mês.

Três anos depois, a sede, que era uma casa simples no Centro da capital, ficou pequena para os planos da Organização. Os dirigentes precisavam de um espaço maior, como um prédio. Decidiram pela compra de um terreno, no Jardim Goiás, em setembro de 1986. No ano seguinte, após aprovação do projeto arquitetônico pelo Conselho Diretor, as obras tiveram início.

A construção foi iniciada graças a um empréstimo especial feito pela Caixa Econômica Federal, por meio do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social, com juros de 2% ao ano, três anos de carência e 15 anos para pagamento. Na época, a OCG foi a primeira organização no Brasil a obter um financiamento com características excepcionais junto à CEF.

Empréstimo permite autonomia

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A sede foi concluída e mobiliada em março de 1988, mas a inauguração oficial só ocorreu em 25 de agosto do mesmo ano. A OCG instalou-se na Avenida Jamel Cecílio, no Jardim Goiás, em Goiânia. São 2.322 metros quadrados de área construída.

Demolida em 2015, a antiga sede tinha 1,6 mil metros de área construída espalhadas em três andares e o térreo. Havia salas de trabalho, auditório, biblioteca, alojamentos e apartamentos, nos quais os participantes de cursos ficavam hospedados. Foi considerada a maior e melhor sede de cooperativas do Brasil, na época.

Em conjunto com a obra, a OCG foi reestruturada novamente. Foram criados um Departamento de Treinamento e Educação e um Departamento de Auditoria e Assessoria às Cooperativas, além da ativação do Conselho Consultivo para prestigiar ex-dirigentes cooperativistas. O primeiro Conselho foi formado por Vicente Benjamim de Albuquerque, Adilon Antônio de Souza, José de Sena Moura e Luiz Alberto di Lorenzzo do Couto.

Em conjunto com a obra

da nova sede, a OCG foi

reestruturada novamente.

Foram criados vários

departamentos.

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A construção do antigo prédio no Jardim Goiás foi um marco para a entidade. A ata da Assembleia Geral Ordinária de 14 de março de 1989, um ano depois da mudança para a nova sede, exemplifica bem a importância do imóvel para o cooperativismo: “A nova sede é considerada um marco da independência e autonomia do cooperativismo goiano, realçando sua posição em nível nacional e o projetando como Estado mais organizado e coeso do Brasil.”

Mas por trás dos benefícios, a obra deixou uma dívida considerável para a OCG. No final de 1988, para saldar um pouco dos débitos, a entidade vendeu os dois carros que tinha. E a dívida ainda somava 40 mil cruzados novos. Os dirigentes resolveram organizar uma “vaquinha” para ajudar a Organização durante a Assembleia. Levantaram 8,9 mil cruzados novos.

Como ainda faltaram recursos, decidiram que, durante os próximos quatro meses, a taxa de manutenção das cooperativas seria cobrada em dobro, além da cobrança judicial das associadas inadimplentes.

Também foi preciso recorrer a cooperativas de outros Estados, mas que atuavam em Goiás, para ajudar a saldar parte da dívida – débito só foi quitado totalmente em 2003. É bom lembrar ainda que as “vaquinhas” foram um expediente muito utilizado pelas cooperativas no final da década de 1970 e anos 1980 para ajudar a entidade-mãe.

Como tinha muito espaço e pouco pessoal pra utilizá-lo, no final da década de 1980, a entidade resolveu alugar salas, auditório e o alojamento para obter uma renda extra. Os condôminos não precisavam pagar pela água, energia elétrica, ar condicionado e segurança. O aluguel do auditório dava direito a água e café. Em 2005, por meio de arrendamento, o alojamento foi transformado na Pousada Flamboyant, que existiu até dezembro de 2009.

Detalhe curioso do prédio antigo da OCG

Filiadas ajudam a saldar dívida

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Fachada da antiga sede da Comigo, em Rio verde

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Em 21 de fevereiro de 1974, na primeira reunião do ano, o presidente Vicente Benjamim de Albuquerque convocou órgãos e entidades cooperativistas estaduais e regionais para um projeto de integração, visando o desenvolvimento do setor no Estado.

Participaram representantes do Banco Central do Brasil, Secretaria de Agricultura, Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Universidade Federal de Goiás, Associação de Crédito e Assistência Rural do Estado de Goiás (AcarGoiás) e OCB, dentre outros.

Ficou acertado que as entidades investiriam em treinamento de pessoal, contabilidade, administração, pesquisa e na elaboração de projetos. A OCG elaborou um plano de ação em conjunto para viabilizar o Projeto de Desenvolvimento do Cooperativismo Goiano, que foi apresentado em outubro. Dirigente da OCB, José de Campos Melo lembrou que a iniciativa goiana, na época, era única no País e que serviria de modelo para as outras cooperativas.

Dentre as diversas ações do projeto estava a realização do Encontro de Dirigentes de Cooperativas Rurais, entre 24 e 26 de fevereiro de 1975.

A diretoria da OCG fez convênio com o Centro de Assistência Gerencial de Goiás (CEAG-GO), com o Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (Cebrae, hoje Sebrae) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para capacitação técnica dos dirigentes cooperativos. Técnicos das instituições realizaram os treinamentos. A Acar Goiás também enviou dois contabilistas para prestar assistência contábil às cooperativas.

Outra medida para melhorar a gestão foi a realização de congressos regionais sobre cooperativismo. Os municípios de Inhumas e Rio Verde, por exemplo, receberam palestras, seminários e oficinas de capacitação.

Em 1975, 12 cooperativas estavam registradas na OCG, sendo seis agropecuárias e seis de consumo. O Incra, órgão que regulamentava o sistema cooperativo na época, realizava fiscalização sistemática junto às cooperativas e fechava aquelas que não tinham condições de funcionar.

qualificação das cooperadasEm 1975, 12 cooperativas estavam registradas na OCG, sendo seis agropecuárias e seis de consumo. O Incra, órgão que regulamentava o sistema cooperativo na época, realizava fiscalização sistemática.

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A Secretaria Estadual de Agricultura também fazia o mesmo trabalho. Porém, se de um lado quem não tinha estrutura era obrigado a fechar, o Incra ajudava a implantar o Plano de Padronização Contábil para as Cooperativas Brasileiras (Plancoop). O programa era adaptável a todo tipo de cooperativa e proporcionava crescimento sustentado das entidades.

Em abril de 1980, durante a 19ª Assembleia Geral da OCG, por sugestão do então presidente da Cooperativa Central Rural de Goiás (Gogó),

Paulo Roberto Cunha,vice-presidente da OCg

José Frauzino Pereira Neto, a diretoria da Organização das Cooperativas de Goiás seria remunerada por meio de pró- labore. A ideia foi aprovada por unanimidade, no entanto, só foi colocada em prática dois anos depois. Era a primeira vez que os dirigentes teriam uma espécie de salário para permanecerem nos cargos.

É bom lembrar, no entanto, que a sugestão de José Frauzino não era novidade. Um ano antes, durante a 18ª Assembleia Geral, o então presidente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo) e vice-presidente da OCG, Paulo Roberto Cunha, havia feito essa mesma proposta, mas não teve sucesso junto aos colegas.

“A remuneração do Conselho Diretor vai abrir caminho para autogestão do sistema, para o qual todos devem ir se preparando”, advertiu Paulo Roberto Cunha, em 1981. Foi a primeira vez que se falava em autogestão do sistema cooperativo.

Em janeiro do ano seguinte, o cargo de superintendente, desde que desse expediente de maneira integral, passou a ser remunerado. Ele também tinha direito ao FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Outra conquista foi o ressarcimento das despesas dos diretores não vinculados às cooperativas. Por meio de uma verba de representação, os gastos com viagens para participação em reuniões e eventos da OCG eram reembolsados.

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Outro impulso ao profissionalismo no início dos anos 1980 foi o retorno do Projeto de Desenvolvimento do Cooperativismo Goiano, dessa vez com o nome de Plano Integrado de Desenvolvimento do Cooperativismo Goiano. A ideia era integrar, vertical e horizontalmente, todas as cooperativas em Goiás, de modo a promover a expansão do setor.

“Queremos despertar nas cooperativas o sentimento de solidariedade e integração para fortalecer o sistema, valorizando cada associado”, afirmou o então presidente Jales Rodrigues Naves, que havia assumido o cargo com a renúncia de Luiz Alberto di Lorenzzo do Couto, em abril de 1980. Jales era presidente da Cooperativa dos Jornalistas de Goiás. O plano previa ainda o aparelhamento das cooperativas (singulares e centrais), com o dimensionamento de suas estruturas para melhor prestação de serviços aos cooperados.

A OCG, em parceria com entidades parceiras, voltou a ministrar cursos de formação e treinamento de empregados em nível de direção, gerência e operações. As cooperativas também ganharam assistência técnica nas áreas de agronomia, veterinária, administrativa, gerencial, consultiva e contábil, com a implantação de controles de estoques, cadastros de associados e criação de um banco de dados.

A expansão da agricultura em Goiás, que deixou a subsistência para níveis de produção em escala, também obrigou que a OCG cuidasse dos interesses econômicos dos filiados. A Organização buscou consultores em entidades parceiras para orientar as cooperativas sobre industrialização, comercialização da produção, compra de insumo e participação em sociedades não-cooperativas e a aplicação das poupanças dos cooperados por uma melhor remuneração.

Solidariedade e integração

queremos despertar nas cooperativas o sentimento de solidariedade e integração para fortalecer o sistema, valorizando cada associado.

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Luiz Alberto di Lorenzzo, Presidente da OCG

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Central de comprasA década de 1970 registrou expressivo crescimento da participação dos

supermercados na distribuição de alimentos no Brasil. Segundo dados do instituto de pesquisas Nielsen, os supermercados representavam 26% das vendas de gêneros alimentícios no mercado brasileiro no início da década. Dez anos depois, saltou para 74%. O amplo domínio de mercado gerou denúncias de manipulação de preços, desabastecimento e especulações com produtos de primeira necessidade.

O sistema cooperativo resolveu reagir em defesa dos associados. Em 21 de junho de 1976, a OCG auxiliou um grupo de cooperativas do ramo de consumo na criação da Cooperativa Central de Consumo de Goiás, que tinha como missão comprar produtos alimentícios a preços mais baixos e repassá-los às entidades parceiras, além de tentar frear as especulações dos grandes supermercados.

“Nosso objetivo é proporcionar às cooperativas de consumo e mista, principalmente as de menor porte, a possibilidade de comprar produtos alimentícios, bens de uso pessoal ou doméstico, diretamente das fontes de produção, a preços mais baixos e em condições de distribuir os benefícios aos associados”, afirmou o então presidente da OCG, Adilon Antônio de Souza.

Adilon destacou que, além de comprar produtos a preços mais baixos, a Cooperativa Central conseguiria, junto aos fornecedores, prazos maiores para quitação dos débitos. “O que tem contribuído com a saúde financeira das cooperativas de consumo.”

A Organização conseguiu o direito de que as entidades associadas, mediante a apresentação dos Estatutos Sociais, pudessem realizar compras nas unidades da Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal). A Cobal havia sido criada em 1962, pelo presidente João Goulart (1961-1964), para comercialização de gêneros alimentícios a preços populares para famílias de baixa renda.

A Organização conseguiu o

direito de que as entidades associadas, mediante a

apresentação dos Estatutos

Sociais, pudessem

realizar compras nas unidades

da Companhia Brasileira de

Alimentos (Cobal).

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Desde a fundação, a questão financeira foi preocupação cotidiana dentro da União das Cooperativas do Estado de Goiás (UCEG). Na segunda reunião da recém-criada entidade, em novembro de 1956, o então presidente José de Assis Moraes comemorava os depósitos feitos pelo Governo Federal nos valores de 1,5 bilhão de cruzeiros para ajudar na manutenção da UCEG.

A entidade sobrevivia, basicamente, com repasse de contribuições fixas das filiadas, e da boa vontade de seus dirigentes, o que prejudicava executar sua missão de representação.

A penúria era tamanha que os dirigentes chegaram a cancelar viagens de participação em reuniões e congressos promovidos pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) por falta de recursos para passagens e despesas com alimentação e hospedagem.

Na década de 70, período em que a instituição conseguiu relevante crescimento e respeito, eram raras as reuniões nas quais o assunto dinheiro não era debatido. Em 1974, por exemplo, o então presidente Vicente Benjamin de Albuquerque alertava que a entidade goiana poderia deixar de existir se não houvesse ajuda financeira urgente da OCB, poder público ou de outros órgãos e entidades.

“Das 60 cooperativas existentes em Goiás, apenas 16 estão filiadas à OCG, apesar de nossa correspondência frequente às cooperativas”, afirmou. Além do número baixo, o presidente comentou sobre a inadimplência. “Estamos arrecadando, em média, 230 cruzeiros de cada filiada. É pouco provável que todas paguem sua contribuição.”

A entidade até facilitava o pagamento das contribuições, por meio de parcelamentos. Perdoava dívidas e multas, mas sem muito sucesso. Tentou, inclusive, contribuições voluntárias, que também não deu certo.

Apesar do desânimo, a OCG apertou o cerco às filiadas inadimplentes. Em caso de atraso no pagamento das contribuições por mais de 60 dias, a cooperativa era suspensa; por mais de 180 dias, excluída. Vicente sugeriu ainda conversas com a OCB para diminuir o valor do auxílio financeiro mensal – 2 mil cruzeiros naquele ano. Em 1979, a OCG chegou a ter apenas oito cooperativas associadas.

Saúde financeira na UTI

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Aproximação com as filiadasA partir de 1976, a diretoria executiva da Organização das Cooperativas do Estado de

Goiás passou a fazer reuniões mensais nas sedes da filiadas. O trabalho de aproximação, em conjunto com o cerco às cooperativas clandestinas e inadimplentes, começou a dar resultado a partir de 1980. Exemplo foi a ata da reunião da Diretoria Executiva do início do ano, escrita de maneira muito peculiar.

O então presidente Luiz Alberto di Lorenzzo do Couto, que era juiz de Direito e havia acabado de pedir licença do cargo (foi transferido para Araguaína, hoje Tocantins), fez questão de realizar a prestação de contas do período em que permaneceu na OCG.

Lorenzzo lembrou que quitou uma dívida de 160 mil cruzeiros com a OCB, por meio de parcelamento em 24 vezes, dissuadiu uma ex-funcionária a entrar na Justiça contra a OCG, o que aliviou o caixa da entidade, além da aquisição de material de escritório, um aparelho de água Indaiá e firmou contrato para fornecimento diário de café.

Em 1981, a guinada foi ainda maior. Nos seis primeiros meses daquele ano, a arrecadação da OCG foi maior do que tudo que foi recolhido nos últimos 10 anos, sem financiamento externo ou doação de entidades parceiras ou poder público.

A melhoria no caixa fez com que os dirigentes da OCG criassem uma estrutura mínima de pessoal para suprir as necessidades da entidade. Naquele momento, era apenas um único funcionário contratado pela Organização – outros dois eram emprestados. O Conselho Diretor aprovou a criação dos cargos de secretário executivo, administrativo, secretária e mensageiro.

O dirigente também queria dinheiro da OCB para compra de material de escritório e sugestões dos colegas sobre como obter recursos na iniciativa privada, órgãos públicos e entidades de classe.

No entanto, pouca coisa avançou. As cooperativas continuaram inadimplentes. Em 1979, a OCG ainda não tinha veículo próprio. Vicente, inclusive, enviou expediente para a Emater Goiás, que leiloaria carros usados naquele ano, sugerindo que um desses automóveis fosse emprestado à OCG, o que não foi acatado.

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Mudança no estatutoPor decisão do então presidente da

Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCG), o jornalista Jales Rodrigues Naves, em junho de 1980, os dirigentes e filiados iniciaram uma reforma no estatuto da entidade. As mudanças, segundo Jales, seriam necessárias para dar uma dinâmica maior de trabalho à OCG.

A base do novo estatuto era um documento padrão que circulava pelas cooperativas e já tinha o aval da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Dentre as alterações, destaque para a obrigatoriedade de realização de eleição na OCG no mesmo ano da eleição na OCB, pelo voto secreto e com direito a uma única reeleição.

No entanto, surgiu um problema durante a Assembleia Geral: para unificar as eleições, o mandato da atual diretoria da OCG teria de ser prorrogado por mais dois anos ou reduzido em um ano. Ficou acertado a redução no mandado de Jales e demais integrantes da diretoria. No entanto, Jales candidatou-se novamente e foi reeleito em 1981.

No Capítulo IV, outra alteração profunda. O nome Diretoria Executiva é substituído por Conselho Diretor, que passa a ter sete integrantes, ao invés de cinco, como era antes. O novo estatuto foi aprovado por unanimidade.

Juntamente com as mudanças no estatuto, o então presidente Jales Naves propôs mudanças no financiamento da OCG. As cooperativas filiadas pagariam taxa de manutenção de acordo com seu faturamento no ano anterior, variando entre 0,5% e 3%, além da contribuição cooperativista, prevista na Lei n° 5.764.

A OCg recebeu apoio de várias personalidades políticas. Dentre elas, o ex-governador Mauro Borges, que sempre acompanhou o movimento cooperativista de perto. Ao fundo a diretoria da OCB, com o então presidente Jales Naves (ao centro)

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Participação ativa no cenário nacionalO movimento cooperativista teve início no Brasil em 1889, com a criação da

Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto (MG). A Constituição de 1891 garantia a livre associação de trabalhadores, por isso, o movimento se espalhou rapidamente por Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

No entanto, em 1932, o poder público resolveu tutelar as cooperativas. O Decreto Federal 22.239 obrigou que as entidades, para entrar em atividade, tinham de obter Autorização de Funcionamento (AF) junto ao Governo Federal. Com a chegada do Regime Militar, em 1964, a situação ficou ainda mais complicada, pois, além da AF, o poder público exigia “ficha limpa” dos dirigentes.

Nos “Anos de Chumbo”, as cooperativas, bem como todo tipo de associação e entidades de classe, passaram a ser vigiadas pelo Serviço Nacional de Informação (SNI), dentre outros órgãos de segurança do Governo Federal. Antes de tomar posse, os nomes dos dirigentes precisavam passar pelo crivo dos militares.

Nem mesmo a criação da Lei n° 5.764, em 16 de dezembro de 1971, retirou a tutela do Estado do movimento. A legislação definiu a Política Nacional de Cooperativismo, mas manteve o intervencionismo sobre os cooperados.

Somente em 1988, com a Constituição Federal, três dos sete princípios básicos do cooperativismo voltaram a ser respeitados no Brasil: adesão voluntária e livre, gestão democrática pelos membros e autonomia e independência. A Carta Magna proibiu a interferência do poder público nas associações, dando início ao processo de autogestão.

Goiás, inclusive, teve participação ativa no processo de construção da Constituição. Dois ex-dirigentes da Organização das Cooperativas de Goiás (OCG) foram eleitos deputados federais constituintes. Em 1986, Paulo Roberto Cunha, então presidente da entidade, e Roberto Egídio Balestra, secretário, se afastaram dos cargos para se candidatarem. Os dois foram eleitos e lutaram pelo cooperativismo no Congresso Nacional.

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A OCG também participou de maneira ativa da comissão da Organização das Cooperativas brasileiras (OCB), ao apresentar as reivindicações do cooperativismo nacional junto aos demais parlamentares constituintes. Os goianos discutiram mudanças no cooperativismo nacional, entre 1986 e 1987, a OCG também realizou encontros regionais no Estado para ouvir lideranças locais e ajudar na elaboração de um plano de trabalho para ser entregue ao governador Henrique Santillo. O documento, concluído em fevereiro de 1987, continha as seguintes diretrizes:

PARTICIPAÇãO NAS COMISSÕES DA OCB

1 62 73 84 95 10

Ampliar o nível de representação política do sistema cooperativista;

Fomentar os variadossegmentos do cooperativismo;

Buscar a autogestão do sistema cooperativista;

Intensificar a divulgaçãodo cooperativismo e das cooperativas;

Consolidar o funcionamento dos departamentos da OCG;

Estabelecer um plano de trabalho integrado com o Governo do Estado;

Implantar e consolidar a corretora de seguros;

Concluir a construção da nova sede própria da OCG;

Incrementar o trabalho educativo junto às cooperativas;

Descentralizar a atuação da OCG por meio de delegacias regionais.

60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 63

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Em 1979, durante Assembleia Geral Ordinária para escolha da nova presidência da Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCG), apenas dez cooperativas participaram do pleito. Em virtude da pouca presença de cooperados, formou-se chapa única. Dois anos depois, na próxima eleição, já houve disputa, com a inscrição de duas chapas.

A partir daí, as ações da OCG se multiplicaram. Deixou de ser uma entidade exclusivamente de representação para também assessorar as cooperativas no aspecto administrativo contábil e funcional, investindo não só na formação de recursos humanos para as associadas, especialmente na questão gerencial e técnica, como também na organização do quadro social.

Mais próxima dos cooperadosDesde que foi fundada, em 1956, ainda com o nome de União das Cooperativas

do Estado de Goiás (UCEG), a entidade sempre realizou assembleias e reuniões em Goiânia. Os dirigentes do interior precisavam se deslocar até a Capital por conta própria e, na maior parte das vezes, arcando com os custos do próprio bolso.

Em 30 de agosto de 1983, motivada pela ascensão da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), a OCG realizou a primeira reunião no interior. Presidentes de cooperativas de todas as partes do Estado estiveram em Rio Verde, quando também conheceram as dependências da Comigo.

Na oportunidade, nasceu o embrião do projeto de descentralização da OCG, que foi levado a cabo em 1987 e 1988 – mesmo período em que nasceu o plano de trabalho apresentado ao governador Henrique Santillo. Nesses dois anos, a OCG promoveu 20 reuniões fora de Goiânia, em cidades como Anápolis, Quirinópolis, Mineiros e Bela Vista. As viagens tinham os seguintes propósitos: apresentar a Organização, o cooperativismo, colher ideias e conhecer de perto as associadas.

Assessoria

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De olho no campoApós um boom de crescimento econômico nos anos

1970, a década seguinte começou periclitante. A inflação chegou a bater na casa dos 200%, em 1983, com dívida externa acima dos 90 bilhões de dólares e juros altos. O caos na economia ajudou a colocar fim no Regime Militar, em 1985, mas deixou uma bomba nas mãos do então presidente José Sarney.

Sucessivos planos econômicos implantados pelo governo Sarney (1985-1990) não conseguiram estabilizar a moeda – Cruzado, Cruzado II, Verão e Bresser. A inflação ultrapassou a casa dos 1.800% ao ano e, mesmo com juros nas alturas, o crédito desapareceu da praça.

Líderes da OCg discutem, durante reunião em goiânia, na década de 80, melhorias para o sistema cooperativista

Ainda assim, o PIB brasileiro cresceu, em média, 3,49% no período, graças ao envio de commodities ao exterior. Na época, o Brasil chegou a ter o terceiro saldo exportador internacional, perdendo apenas para Japão e Alemanha.

Goiás foi beneficiado pelas exportações. No final da década de 70, o primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico ajudou a mudar a realidade goiana. A tradicional agricultura de subsistência, alicerçada na pecuária e no plantio de grãos, foi substituída por uma agricultura moderna e mecanizada, com olhar atento ao mercado externo. O Cerrado foi desbravado com auxílio de novas técnicas desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os agricultores aumentaram a produtividade, especialmente da soja e o milho, que passaram a dominar as paisagens da região Sudoeste do Estado. Eram os primeiros sinais do agronegócio no Centro-Oeste, o tempo das “supersafras”.

Essa riqueza não passou despercebida pela Organização das Cooperativas de Goiás (OCG), até porque a maior parte das entidades filiadas estava no campo. Em 1984, a OCG registrava 100 cooperativas associadas, com 32,5 mil cooperados, assim

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distribuídos: 20.360 de cooperativas agropecuárias, 5.460 de eletrificação rural, 2.950 de consumo, 2.730 de crédito, 600 de cooperativas educacionais e 400 de trabalho.

A OCG estabeleceu parcerias com Embrapa e Emgopa (Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária, já extinta), dentre outras entidades de pesquisa, para trabalhar no desenvolvimento de sementes e tecnologia para a agricultura e pecuária. A Organização, inclusive, prestou assistência técnica aos associados para ajudar na exportação de grãos, ao obter cotas para envio da soja ao exterior.

No entanto, se de um lado os produtores rurais expandiam os negócios e exigiam mais da OCG, a entidade-mãe das cooperativas em Goiás ainda sobrevivia com poucos recursos. Nas reuniões e assembleias, um tema continuava constante: como obter mais recursos para financiar os gastos.

Em 1981, surgiu a possibilidade de estabelecer parceria com a indústria de vacina animal Alfa Connaught do Brasil, que tinha sede em Fortaleza (CE). A ideia era instalar uma unidade em Anápolis, ao custo de 400 milhões de cruzeiros, na época. A Organização não precisaria colocar nenhum centavo no projeto, e ainda ficaria com metade da empresa. Todo o projeto tinha o aval da Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás (SIC).

A única contrapartida que a Alfa Connaught exigia era exclusividade na venda de vacinas contra a febre aftosa aos cooperados da OCG. Naquele ano, a Organização havia comprado 12 milhões de doses para os associados. A indústria teria capacidade de produção de 24 milhões de vacinas em Goiás. “A instalação dessa indústria é propícia, pois a aftosa é um problema muito sério no rebanho bovino de Goiás”, advertiu, durante reunião, Paulo Roberto Cunha, então vice-presidente da OCG.

Dirigentes da entidade chegaram a viajar ao Ceará para conhecer as instalações do laboratório, mas a parceria não foi adiante. Ao contrário do projeto inicial, a Alfa Connaught exigiu contrapartida financeira da Organização, que, na época, mal tinha recursos para bancar sua folha de pagamento.

Naquele mesmo ano, surgiu a possibilidade de a OCG adquirir a Indústria de Sacarias Jutasire Fiação e Tecelagem de Juta, instalada em Anápolis. A compra foi recomendada e intermediada novamente pela SIC. A fábrica estava parada havia quatro anos, devido

Se de um lado os produtores

rurais expandiam os negócios

e exigiam mais da OCG,

a entidade-mãe das

cooperativas em Goiás

ainda sobrevivia

com poucos recursos.

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aos débitos – 20,2 milhões de cruzeiros – com fornecedores e governo. A capacidade de produção era de 90 toneladas e atendia 10% da demanda goiana.

A OCG consultou o Banco do Brasil, que se dispôs a fazer o financiamento para quitação da dívida, mas os dirigentes resolveram não arriscar num negócio que eles não conheciam.

Outra tentativa de obter uma fonte alternativa de recursos para a OCG foi se candidatar à compra dos armazéns da Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem), que iriam a leilão pelo governo federal. Novamente, sem sucesso, da mesma forma que a entidade não conseguiu os armazéns da Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Goiás (Casego).

Em 1984, uma nova tentativa, dessa vez no ramo de seguros. Surgiu a ideia de se montar uma corretora para atender as cooperativas filiadas. Em setembro de 1986, após dois anos de debates, a ideia começou a deixar o papel. A corretagem seria uma fonte permanente de recursos, com redução de custos para as cooperativas associadas.

No entanto, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) não liberou o registro para a OCG. A Organização insistiu e, em 1987, chegou a prestar alguns serviços para as associadas no ramo, mas não foi adiante. Em 1993, nova tentativa de reativar a seguradora, mas a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) indeferiu o pedido. Segundo o Conselho Nacional de Seguros Privados, entidade sem fins lucrativos não pode ser mantenedora de corretora de seguros, baseado na resolução CNSP nº 11/84.

Na década de 1980, a Organização das Coo-perativas do Estado de Goiás (OCG) tinha duas fontes de receitas: a Contribuição Cooperativista, realizada anualmente, e a Taxa de Manutenção, mensal. A contribuição era calculada com base

no patrimônio líquido das cooperativas, sendo que parte do valor era repassado para a Organi-zação das Cooperativas Brasileiras (OCB). A taxa era calculada tendo como base o faturamento da cooperativa no ano anterior.

Manutenção

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LINHA DO TEMPO

21/06 23/10 16/12 26/01

Brasil é tricampeão mundial de futebol

no México. Conquista ajuda aumentar a onda ufanista de “Brasil potência”,

criando um clima de euforia generalizada na economia, tanto

no campo quanto nas cidades. Entre 1968 e 1973, o PIB brasileiro

cresceu a taxas médias de 10%.

A UCEG muda de nome e estatuto,

passando a se chamar Organização

das Cooperativas do Estado de Goiás

(OCEG), filiada à recém-criada OCB.

Por meio da Lei nº 5.764, o governo federal institui

a nova Política Nacional de Cooperativismo. A legislação é fruto

de reivindicação da OCB, mas não

agrada totalmente as entidades, pois

restringe a autonomia dos associados,

interferindo na criação, funcionamento

e fiscalização do empreendimento

cooperativo.

A OCEG fica quase três anos sem

atividade, o que leva Goiás a perder as cadeiras na OCB. Durante assembleia,

os dirigentes cooperativistas reclamam que

o professor Jorge Fernandes

abandonou a entidade.

1970 1970 1971 1973

A Copa do Mundo do México, em 1970, foi

a última Copa que Pelé disputou. Naquela

ocasião, o Brasil ganhou o tricampeonato mundial

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26/02 06/06 21/02

Tendo como base o estatuto social da

Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e

a nova Política Nacional de Cooperativismo, o

estatuto da OCEG é reformulado e a sigla abreviada para OCG.

A OCG consegue a primeira sede

definitiva. A sala, alugada e mobiliada

pelo Montepio Cooperativista do

Brasil, ficava na Rua 7, nº 354, sala

1.007, no Centro de Goiânia.

O presidente da OCG, Vicente Benjamim de Albuquerque,

convoca órgãos e entidades cooperativistas estaduais e regionais para um projeto

de integração, visando o desenvolvimento do setor

no Estado. O “Programa Comum de Desenvolvimento do Cooperativismo Regional”

é considerado modelo para outras cooperativas.

1973 1973 1974

01/12

início da circulação do Jornal das Cooperativas, que mostrava as notícias

da oCG, das cooperativas e de assuntos relevantes

ao cooperativismo.

1979

NA HISTÓRIANA HISTÓRIAA primeira transmissão

de televisão em cores no Brasil foi a Festa da Uva de Caxias do Sul

A primeira transmissão de televisão em cores no Brasil

foi a Festa da Uva de Caxias do Sul

19721972

60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 69

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70 | 1956 – 2016, União e Transformação

04/06 15/10 30/07 25/11

Estatuto da OCG é novamente reformulado. Dessa vez,

o objetivo era estabelecer uma dinâmica melhor de

trabalho da entidade junto aos cooperados e aumentar

a arrecadação. As filiadas passaram a pagar taxa de

manutenção de acordo com o faturamento no ano

anterior, além da contribuição cooperativista.

A sede da OCG é transferida para a

Rua 96, no Setor Sul. O local é mais amplo,

também alugado, e passou a receber todas as reuniões e assembleias da

organização.

Indústria de vacina animal Alfa

Connaught do Brasil, que tinha

sede em Fortaleza (CE), propõe parceria

com a OCG para construção de

um laboratório em Anápolis. O

projeto, que não saiu do papel, previa

a fabricação de vacinas contra febre

aftosa.

Paulo Roberto Cunha, vice-

presidente da OCG, fala sobre autogestão do

sistema cooperativo. Ele torna o tema

uma bandeira, e o leva para a Assembleia Constituinte

(1987-1988).

1980 1980 1981 1981

70 | 1956 – 2016, União e Transformação70 | 1956 – 2016, União e Transformação

LINHA DO TEMPO

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01/01 30/03 30/10 15/03

O cargo de superintendente

passa a ser remunerado. Pela

primeira vez foi instituído salário

formal na OCG, inclusive, com

direito a depósito do Fundo de Garantia

por Tempo de Serviço (FGTS).

Graças a um empréstimo do Banco Nacional

de Crédito Cooperativo,

em condições especiais, a

OCG adquire seu primeiro

imóvel, na Rua 3, nº 37, Centro.

Foi a primeira sede própria da

entidade.

Secretaria Nacional do Cooperativismo

(Senacoop) substitui o Incra nas funções

de controle do cooperativismo.

Fim do regime militar. José

Sarney assume a presidência da

República no lugar do general

João Baptista Figueiredo.

1982 1982 1984 1985

30/08

oCG realiza a primeira reunião no interior, na sede

da Cooperativa agroindustrial dos Produtores rurais do

sudoeste Goiano (Comigo), em rio Verde.

1983

NA HISTÓRIAEm julho de 1980, aconteceu as Olimpíadas

de Moscou (União Soviética). Os Estados Unidos, no entanto, boicotaram os jogos por

motivos políticos

1980

60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 7160 anos de história do cooperativismo em Goiás | 71

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72 | 1956 – 2016, União e Transformação

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 73

TParticipação política em

âmbito nacional fortalece representação da entidade

ônica dosindicalismo

CAPÍTULO 4

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 75

desde o nascimento, em 1956, ainda como União das Cooperativas do Estado de Goiás (UCEG), a Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB-GO) sempre teve relação forte com a política e os políticos. Seu

primeiro presidente, José de Assis Moraes, foi deputado estadual e prefeito de Rio Verde. Mas o ápice dessa relação ocorreu nos anos 1980, quando dois dirigentes da Organização deixaram a entidade para concorrerem a deputado federal.

Paulo Roberto Cunha e Roberto Egídio Balestra trabalharam em conjunto com dirigentes da Organização das Cooperativas brasileiras, na época presidida pelo ex-ministro Roberto Rodrigues e que tinha Paulo Roberto como um dos vice-presidentes. A OCB auxiliou na elaboração do anteprojeto de lei que substituiu a Lei 5.764/71. A então Organização das Cooperativas do Estado de Goiás propôs alterações em 42 dos 109 artigos do anteprojeto.

Durante as discussões na Câmara Federal, Paulo Roberto conseguiu aprovar (total ou parcialmente) 104 emendas diversas, sendo duas específicas para o movimento cooperativista, como a que dá maior autonomia ao processo de criação e funcionamento de cooperativas e a que garante liberdade de associação profissional ou sindical, resguardando as entidades a organização e independência administrativa.

Os princípios da autogestão do sistema, contidos nessas duas emendas, já eram debatidos dentro da OCG ainda em 1981, pelo mesmo Paulo Roberto. “Todos devem

Assembleia Constituinte é novo marco

PARTiCiPAÇÃO POLÍTiCA

Os goianos Paulo Roberto

Cunha e Roberto Egídio Balestra foram eleitos,

em novembro de 1986, deputados

constituintes, e ajudaram a

levar a bandeira cooperativista para

dentro da nova Carta Magna

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ir se preparando para a autogestão do sistema cooperativo”, advertiu o deputado, durante reunião do Conselho Diretor, em janeiro daquele ano.

No total, a Frente Parlamentar Cooperativista no Congresso Nacional, a qual Paulo Roberto era integrante, conseguiu emplacar oito inserções na Constituição Federal, o que garantiu que o sistema cooperativista brasileiro deslanchasse.

Uma vez criada a Constituição Federal, foi a vez de reformar a Constituição Estadual. Novamente a OCG se mostrou participativa e apresentou sete propostas aos parlamentares: ensino cooperativista nas escolas, criação de um fundo de desenvolvimento, reconhecimento do Ato Cooperativo, participação em conselhos e órgãos estaduais, participação na execução da reforma agrária, criação da Frente Parlamentar Cooperativista e criação de um fórum permanente para discutir a agropecuária goiana.

De todas as propostas, apenas o Ato Cooperativo e a participação em conselhos e órgãos estaduais e na execução da reforma agrária foram aprovadas naquela época.

Reunião de lideranças cooperativas com cooperados em Rio verde

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 77

Entidades unidas até na separaçãoEm 1987, quando se discutia a possibilidade de desmembramento de parte da

região Norte de Goiás para criação de outro Estado, o Tocantins, a Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCG) já era apoiadora da ideia. O então presidente da entidade, Eduardo Pereira de Andrade, afirmou, em entrevista ao jornal O Popular, que o cooperativismo ganharia mais força com a separação.

“O Norte, desmembrado, passaria a aproveitar suas receitas tributárias, recolhidas ali, em grande parte da agropecuária. Nesse ponto, o cooperativismo seria também atendido em cheio, e uma força maior seria dada à expansão da fronteira agrícola”, afirmou.

A OCG, inclusive, deu todo apoio à formação da Organização das Cooperativas do Tocantins (OCT). Em janeiro de 1990, Lairson Lopes, eleito primeiro presidente da nova entidade, levou o estatuto da OCG para servir de base para formação de seu código.

Detalhe curioso da criação do Tocantins foi a decisão estratégica de colocar o Estado na região Norte, e não no Centro-Oeste, que ocorreu na sala do deputado Paulo Roberto Cunha, na Câmara Federal.

Paulo Roberto e Siqueira Campos, que levou a ideia de separação para o Congresso Nacional, decidiram formalizar o novo Estado como Amazônia Legal, o que propiciou ao Tocantins ter acesso a recursos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), pois não existiam recursos na Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) para construção da capital Palmas.

A decisão de colocar o Estado do Tocantins na região Norte, e não no Centro-Oeste foi estratégica e decidiram formalizar o novo Estado como Amazônia Legal, o que propiciou ao Tocantins ter acesso a recursos da Sudam, pois não existiam recursos na Sudeco para construção da capital Palmas.

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Cooperativismo no ensino superiorEm 1987, um dos itens do Plano de Trabalho da OCG ao longo do ano era

“Universidade”. A meta era colocar, na grade de parte dos cursos superiores da Universidade Católica de Goiás (hoje PUC Goiás), a disciplina cooperativismo, além da criação de um curso de pós-graduação na área.

A universidade colocou a disciplina como eletiva, aberta a todos os estudantes, no segundo semestre de 1988. Já a Pós-graduação em Administração de Cooperativas, em parceria com a Fundação Freidrich Naumann, de São Paulo (SP), foi efetivada no primeiro semestre de 1989 – 540 horas/aula. A primeira turma tinha 44 participantes. A aula inaugural, em 19 de abril, na sede da OCG, contou com a presença de Roberto Rodrigues, presidente da OCB, e KarlErich Koepf, coordenador da Fundação.

De 1992 para cá, parcerias com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos-RS) e a PUC-GO permitiram a realização de diversos cursos de pós-graduação em Gestão, Controladoria, Finanças e Direito Cooperativo. Em 2001, a Faculdade Anhanguera inseriu em sua grade curricular a disciplina Cooperativismo. Quatro anos depois, a parceria entre a OCB Goiás, CrediGoiás Central e Unicred criou o MBA em Gestão Financeira para Cooperativas de Crédito, ministrado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

PUC Goiás coloca em sua grade a disciplina cooperativismo como eletiva, aberta a todos os estudantes.

1988

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 79

Protesto em BrasíliaCom objetivo de debelar a inflação por meio do controle dos preços de bens e

serviços, o Plano Cruzado, instituído em fevereiro de 1986, gerou uma crise no campo. Combinado com uma queda na safra no mesmo ano, o plano econômico dificultou as exportações, limitou o acesso ao crédito e não estabeleceu preço mínimo para os produtos agrícolas. Resultado: endividamento e maquinário ocioso no campo.

No dia 12 de fevereiro de 1987, aproximadamente 30 mil agricultores tomaram Brasília em protesto. A estimativa da OCG, que ajudou na organização da caravana em Goiás, é de que pelo menos cinco mil goianos estiveram no chamado Dia Nacional de Alerta do Campo à Nação.

Um mês depois, no dia 10 de março, nova mobilização. Chamado de Dia Nacional de Protesto, os produtores rurais paralisaram as atividades nas maiores cidades do País. Em Goiás, a OCG registrou a participação de 100 mil pessoas em 50 municípios. Para envolver a comunidade, os agricultores distribuíram arroz, feijão, leite, açúcar, fubá e milho.

A categoria queria traduzir, naquele gesto, a incerteza quanto ao futuro da agropecuária. Iris Rezende Machado, que havia deixado o cargo de governador de Goiás para assumir o Ministério da Agricultura no governo de José Sarney, chegou a receber uma comissão de agricultores e anunciar diversas medidas para o campo.

Em 1987, o Brasil comemorou a primeira supersafra, saindo de pouco mais de 50 milhões de toneladas de grãos para a colheita de 65 milhões de toneladas. Um ano depois, a produção subiria para 66 milhões. Em 1989, o terceiro recorde sucessivo: 72,2 milhões de toneladas.

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Cooperativismo na imprensaNo início dos anos 1980, eram raras as matérias publicadas em jornais,

rádios e emissoras de televisão que abordavam o tema cooperativismo. O desconhecimento do tema por parte da imprensa dificultava o interesse pelos veículos de comunicação sobre assuntos como cooperação, cooperativas de consumo, de crédito etc.

A falta de divulgação era mais um obstáculo para o crescimento do cooperativismo em Goiás. Por isso, em 1978, durante reunião do Conselho Diretor na sede da OCG, decidiu-se que o antigo jornal O Cooperativo seria reeditado, agora com o nome Jornal das Cooperativas. A nova publicação circulou de 1979 a 1990 e chegou a ter tiragem com dez mil exemplares.

O Jornal das Cooperativas relatava os assuntos do cotidiano da Organização e de suas associadas, além de reportagens sobre a OCB, Incra, Emater, Emgopa e demais entidades parceiras.

Em outra frente, os dirigentes da OCG estreitaram o relacionamento com a imprensa por meio de almoços e confraternizações. Os jornalistas também foram convidados para conhecerem as cooperativas espalhadas pelo interior.

Em 1987, também foi criado, em parceria com a Associação Goiana de Imprensa (AGI Goiás), concurso para premiar os melhores trabalhos jornalísticos com o tema “A importância do cooperativismo no desenvolvimento socioeconômico”. As três melhores reportagens foram premiadas em dinheiro – três cooperativas se associaram para bancar os custos.

No entanto, a comunicação da entidade só deu salto de qualidade quase 20 anos depois. Impulsionado pelo crescimento da internet e popularização de computadores e tablets, o Sistema OCB/SESCOOP-GO implantou, em 2005, o Departamento de Comunicação. Com o novo setor veio a criação de site, informativo eletrônico e jornal, além da elaboração de material de divulgação.

Foi o primeiro passo para acompanhar a globalização da comunicação. Todas

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Novos conteúdos de mídia

as ações do Sistema tiveram ampla divulgação nos meios físico e eletrônico, não apenas para a comunidade em geral, mas bem como para os cooperados e dirigentes cooperativistas.

A partir de novembro de 2011, entrou no ar o programa de rádio jornalístico “Goiás Cooperativo”, de dois minutos, que fica hospedado no site e também é enviado duas vezes por semana a mais de 20 rádios em todo o Estado.

A partir de 2014, o Sistema OCB/SESCOOP-GO elaborou um novo Programa de Comunicação. O projeto sistematizou as ações da área, ao rever os processos e procedimentos utilizados, gerou novos conteúdos adaptados às novas tecnologias móveis e interativas e aumentou a eficiência dos canais de comunicação das duas instituições.

O programa surgiu a partir de um estudo dos pontos de melhorias dos produtos da comunicação da Casa e de uma Diretriz Nacional de Comunicação, desenvolvida pela Unidade Nacional, para tornar mais eficiente a comunicação do Sistema. A ideia era acompanhar o planejamento estratégico do Sistema e os avanços tecnológicos da última década.

Dentre as medidas adotadas, a utilização de um grafismo único (paleta de cor, tipografia e elementos gráficos), nome único para todos os canais de comunicação: Goiás Cooperativo, Boletim Goiás Cooperativo, Portal Goiás Cooperativo, Revista Goiás Cooperativo e Jornal Goiás Cooperativo. Essas adequações deram mais unidade ao conjunto das mensagens da Casa.

A Revista Goiás Cooperativo, por exemplo, abriu espaço para novos conteúdos, entre eles, colunas com foco em questões jurídicas, contábeis, entrevistas, artigos sobre governança cooperativista e produtos cooperativistas, entre outros. Parte desse conteúdo, inclusive, voltará num futuro breve em versão de ebook para serem baixados e lidos em mobiles.

Em 2015, o portal do Sistema foi redesenhado com uma nova linguagem gráfica, com interface mais amigável e tecnologia responsiva, que permite que o site se adapte à tela do aparelho que está sendo acessado.

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Sede própria no Jardim GoiásA década de 80 foi marcada por profundas transformações na Organização das

Cooperativas do Estado de Goiás (OCG). A maior delas, no entanto, foi a inauguração do prédio da sede própria da entidade, na Avenida Jamel Cecílio, no Jardim Goiás, em Goiânia, no dia 25 de agosto de 1988.

A solenidade foi um acontecimento e trouxe a Goiás o então ministro da Agricultura, Iris Rezende Machado, e o presidente da OCB, Roberto Rodrigues, que ajudaram a descerrar a fita simbólica ao lado do presidente da OCG, Eduardo Andrade. Mais de 300 pessoas prestigiaram a inauguração.

Em seu pronunciamento, Iris Rezende disse que “o cooperativismo é a solução dos problemas que afligem o povo brasileiro”.

Autoridades prestigiam a

inauguração da sede da Avenida

Jamel Cecílio, entre elas Íris Rezende,

então ministro da agricultura, e

Roberto Rodrigues, presidente da OCB

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Plano CollorA chegada de Fernando Collor à presidência da República, em 1990, gerou enorme

expectativa de melhoria na vida dos brasileiros. O País vinha de três planos econômicos fracassados durante o governo José Sarney (1985-1990), que mergulharam a economia na hiperinflação e recessão. O setor rural acreditava que, com o novo governo, conseguiriam, enfim, corrigir os preços mínimos dos produtos agrícolas e que os valores acompanhassem o ritmo de subida da inflação ou, ao menos, dos juros dos financiamentos bancários.

No entanto, no dia 16 de março, Collor e equipe confiscaram 80% dos ativos financeiros da população e anunciaram um congelamento de preços. Do dia para a noite, os preços dos produtos agrícolas caíram pela metade, enquanto que as contas subiram 84%.

Para piorar, seis dias depois, o governo extinguiu o Banco Nacional de Crédito Cooperativo. O BNCC apoiava financeiramente o setor e, especialmente, as recém-lançadas cooperativas de crédito, que se viram obrigadas a estabelecer convênio com o Banco do Brasil para compensação dos cheques.

Em Goiás, os dirigentes da Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCG) foram a Brasília (DF) na tentativa de mudar a situação. Naquela época, a entidade já sofria com a falta de recursos. Em fevereiro de 1990, a arrecadação mensal da OCG não deu para quitar a folha de funcionários.

Deputado federal pelo PMDB, Naphtali Alves tinha bom trânsito pelo governo Collor. Por isso, foi procurado pelos dirigentes da OCG para intermediar uma audiência com a então ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello.

Um mês após o plano, a ministra recebeu o presidente da OCG, Antônio Mendes Prudente, e o diretor Antônio Carlos Borges, no ministério, além do parlamentar. Durante uma hora, os dirigentes tentaram convencer Zélia a alterar o plano econômico.

“Ela foi muito solícita, atendeu a gente bem. Ouviu tudo que falamos, disse que iria resolver, mas não fez nada. Chegou a dizer que recebeu um produtor rural em seu gabinete e que, para ele, o plano foi muito bom. Eu falei: ‘ministra, com todo respeito, só pode estar bom se ele vendeu a produção um dia antes do plano, pois, se vendeu depois, o preço caiu pela metade e a conta aumentou 84%’”, recorda Antônio Carlos Borges.

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Entidade torna-se sindicato patronal No início de 1993, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) elaborou um

estudo para uniformizar a nomenclatura do sistema no Brasil. A ideia era fortalecer o nome OCB, por isso, as organizações regionais foram orientadas a adotarem o nome OCB e o emblema. No entanto, a modificação em Goiás só ocorreu a partir de setembro de 2003, pois a discussão prioritária, naquele ano, era atribuir as características sindicais à OCG.

Advogado contratado para analisar a proposta de transformar a OCG em sindicato patronal, Lourival Francisco de Almeida deu parecer favorável ao projeto, em agosto de 1993. “A criação do sindicato patronal das cooperativas não só é perfeitamente viável como também necessário, visto que ela ficaria com o mesmo acervo patrimonial e burocrático, porém, com maior representatividade, o que hoje não acontece”, afirmou.

O projeto foi colocado em votação durante Assembleia Geral e aprovado por unanimidade. Dessa forma, em 20 de outubro, foram atribuídas à OCG características e prerrogativas sindicais. A entidade passou a ser chamada de Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Goiás, com a respectiva reforma no estatuto.

Em 11 de março de 1994, a OCG se transforma em sindicato patronal de fato, com a publicação da autorização no Diário Oficial da União. Foi a primeira entidade do sistema a conseguir o título.

A situação ficou ruim para os dois lados: cooperados e cooperativas. Os produtores se viraram como puderam na época: venderam terras, produção, veículos e chegaram a devolver maquinário comprado por meio de financiamento. Já a OCG buscou, mais uma vez, socorro junto às maiores cooperativas de Goiás. A mensalidade foi dobrada ao longo de 1990, para que a Organização conseguisse pagar a folha salarial e o financiamento da construção do prédio. A duras penas, a OCG conseguiu sobreviver, mas precisou fazer cortes no orçamento.

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“A OCB nacional tinha o interesse que fosse criado o sindicato nas organizações. Mas, naquela época, não era fácil ter representação sindical, pois esse era um assunto muito fechado, tinha pouca gente especializada na área. Sem falar nos custos, não tínhamos dinheiro pra nada. Mas sabíamos da força política que as entidades tinham. Por isso, nos esforçamos bastante para concluir o projeto. E força política é muito importante no cooperativismo”, lembra Antonio Carlos Borges, presidente da OCG, na época.

Desde que conseguiu a homologação pelo Ministério do Trabalho e Emprego – recebeu o Código Sindical em junho de 1994, a OCB-GO começou a atuação em defesa das cooperativas, seja por meio de ações contra sindicatos que acionavam as associadas e não tinham representação, ou nas negociações trabalhistas.

Hoje, a OCB-GO negocia convenções e acordos coletivos com quatro representantes laborais, sendo três sindicatos e uma federação.

Nova estrutura para o sistemaEm dezembro de 1998, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) entrou

com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra determinados artigos da Medida Provisória que criou o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP).

A entidade alega – a ação ainda está em curso – que a criação do SESCOOP não foi vinculada a uma estrutura sindical. No entanto, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) correu para estabelecer uma estrutura sindical para o sistema. Goiás, mais uma vez, saiu na frente.

O Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB-GO), com apoio direto e orientação da OCB, articulou a criação da Federação dos Sindicatos das Cooperativas do Distrito Federal e dos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins (FECOOP CO-TO). Foi a primeira entidade sindical de 2º grau, do cooperativismo, a ser criada no País.

Hoje, a OCB-GO negocia convenções e acordos coletivos com quatro representantes laborais, sendo três sindicatos e uma federação.

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Banco de DadosA partir da década de 1980, quando a então Organização das Cooperativas do

Estado de Goiás (OCG) foi reestruturada para melhorar a prestação de serviço às filiadas, houve preocupação em saber quantas cooperativas existiam em Goiás, onde estavam e qual o seu ramo de atuação.

Em 1985, surgiu o primeiro Banco de Dados do Cooperativismo Goiano (base de dados de 1981 a 1983). A publicação foi confeccionada em conjunto pela OCG, Departamento de Assistência ao Cooperativismo da Secretaria de Agricultura de Goiás e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Em 1981, havia cooperativas em sete ramos em Goiás: Produtores Rurais, Eletrificação Rural, Consumo, Trabalho, Habitacionais, Crédito Rural e Escolares. O banco de dados limitava-se a apenas informar nome, endereço das cooperativas e faturamento.

A partir do nascimento da FECOOP CO-TO e de outras duas federações, a OCB nacional instituiu, em 2010, a Confederação Nacional das Cooperativas (CNCOOP), entidade sindical patronal de 3º grau, pessoa jurídica de direito privado.

Hoje, são seis federações filiadas à CNCOOP: Federação dos Sindicatos e Organizações das Cooperativas dos Estados da Região Nordeste (FECOOP-NE), Federação dos Sindicatos das Cooperativas dos Estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina (FECOOP-SULENE), Federação dos Sindicatos de Cooperativas do Estado de São Paulo (FESCOOP-SP), Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (FECOOPAR) e Federação dos Sindicatos e Organizações das Cooperativas da Região Norte (FECOOP-NORTE), além da FECOOP CO-TO.

Em 1985, surgiu o primeiro Banco

de Dados do Cooperativismo

Goiano (base de dados de

1981 a 1983). A publicação foi feita em

conjunto pela OCG, Secretaria de Agricultura

de Goiás e Organização

das Cooperativas Brasileiras (OCB).

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Negócio da ChinaEm 1995, apenas 51% das cooperativas pagavam as taxas à OCG em dia; 10%

pararam de pagar; 18% não pagavam; 19% estavam paralisadas; e 2% atrasadas. O índice de inadimplência estava em um dos patamares mais altos ao longo da história da Organização. Naquele ano, um convite ao então secretário Estadual de Indústria e Comércio, Erivan Bueno, para visitar a China veio a calhar. Uma indústria de tratores chineses ofereceu uma viagem ao Governo do Estado e a OCG para conhecer sua fábrica em Pequim.

O então superintendente da Organização, Benício Donato Nogueira, viajou para conhecer de perto as instalações da montadora. Porém, a proposta não foi boa: os chineses entrariam com a mão-de-obra e a entidade bancaria os custos no Brasil. “Negócio bom apenas para eles”, recorda Antônio Carlos Borges, pre-sidente à época.

Porém, Benício não deu viagem perdida ao outro lado do mundo. Aproveitou para comprar máquinas de costura industriais. Trouxe dezenas e as revendeu a confeccionistas do polo de Jaraguá, na região do Vale do São Patrício, em Goiás. O lucro foi revertido integralmente à OCG.

Cooperativas registradas na OCG em 1981

Produtores Rurais

EletrificaçãoRural

Consumo Trabalho Habitacional CréditoRural

Escolares

37 18 6 4 6 3 2

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Durante a posse da diretoria em 2003, foi instalada oficialmente a 7ªCCA, Corte de Conciliação e Arbitragem, funcionou na OCB-gO até 2009

Câmara de Conciliação e ArbitragemEm junho de 1998, a OCG resolveu buscar recursos em outra frente, ao pe-

dir um estudo de viabilidade para instalação de uma Câmara de Conciliação e Arbitragem (CCA) dentro da entidade. O então juiz Vítor Barboza Lenza visitou as instalações da OCG e autorizou a instalação da 7ª CCA no primeiro andar. O advogado Adalcino Francisco dos Santos foi o primeiro presidente da CCA. A Câmara funcionou até maio de 2009.

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 89

Censo do CooperativismoOnze anos depois da publicação do Banco de Dados do Cooperativismo, o

Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCB-GO) apresentou o primeiro Censo do Cooperativismo Goiano. Em 2006, Goiás contava com 193 cooperativas registradas na OCB-GO, sendo que o ramo agropecuário era o de maior destaque, com 53, seguido pelo crédito (29), trabalho (28), saúde (24), transporte (23), educacional (12), infraestrutura (10), consumo (6), habitacional (4), produção (3) e mineral (1). No total, as cooperativas empregavam 6.336 pessoas e tinham 87.941 associados.

O Censo mostrou ainda que mais de 50% das cooperativas registradas na Juceg não existiam. O número de cooperativas crescia a cada ano, mas a quantidade de cooperados caía. As entidades também alegaram pagar muitos impostos, como acontecia com toda a sociedade.

Em termos de recursos humanos, observou-se melhora na qualificação dos funcionários, fruto da atuação do SESCOOP-GO, segundo o presidente da OCB-GO na época, Antonio Chavaglia. “Temos o compromisso de traduzir esses números em melhores serviços e aprimorar sempre a representação que o cooperativismo goiano merece”, destacou Chavaglia.

O Censo do Cooperativismo é confeccionado por meio do Programa de Visitas, no qual duas equipes da entidade percorrem anualmente o Estado e visitam as cooperativas listadas na Junta Comercial de Goiás (Juceg). A tabulação dos dados conta com a supervisão de um profissional especialista em cooperativismo.

O projeto busca ainda informações sociais e econômicas das cooperativas, apresenta os serviços prestados pela OCB/SESCOOP-GO e obtém feedback sobre a atuação do sistema, entre outros. Entre 2011 e 2015, a equipe responsável pelo programa viajou mais de 35 mil quilômetros, alcançando mais de 85 municípios goianos e visitando mais de 270 cooperativas, entre registradas e não registradas.

O Programa de Visitas completou dez anos, em 2015. A iniciativa pioneira tem permitido à instituição estreitar o relacionamento com as cooperativas registradas e filiadas, e colheendo dados socioeconômicos do cooperativismo goiano.

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90 | 1956 – 2016, União e Transformação

(1) Inclusive as cooperativas escolares em

comum. (2) Abrange

as sociedades construtoras

de prédios, as editoras, as de seguros, as de

trabalho e ainda as entidades que não podem, pelos seus

objetivos especiais, ser classificadas

como “Consumo”, “Crédito” e “Produção”.

(3) Cooperativas centrais e

federação de cooperativas, vêm a ser verdadeiras cooperativas de

cooperativas.

Font

e: S

ervi

ço d

e Ec

onom

ia R

ural

COOPERATIVAS REGISTRADAS NA OCB-GO (2016) Ramos Cooperativas Cooperados Empregados Agropecuário 83 34.373 5.290

Consumo 2 0 0

Crédito 38 102.717 1.946

Educacional 10 4.738 413

Habitacional 5 339 30

Infraestrutura 1 3.294 0

Mineral 1 0 0

Produção 5 68 24

Saúde 30 7.793 2.063

Trabalho 15 206 29

Transporte 53 4.401 268

Total 243 157.929 10.063

COOPERATIVAS REGISTRADAS NA OCB-GO (2006) Ramos Cooperativas Cooperados Empregados Agropecuário 53 4.543 28.084

Consumo 6 39 1.267

Crédito 29 388 18.018

Educacional 12 306 4.572

Habitacional 4 15 865

Infraestrutura 10 93 14.182

Mineral 1 0 28

Produção 3 0 62

Saúde 24 868 6.056

Trabalho 28 61 12.229

Transporte 23 23 2.578

total 193 6.336 87.941

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 91

PRESENÇA COOPERATIVISTA

NO ESTADO DE GOIÁS

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25/04 28/02 12/02 08/03

É lançado o primeiro

Banco de Dados do Cooperativismo

Goiano.

Presidente José Sarney lança o

Plano Cruzado, o primeiro de quatro sucessivos planos

econômicos (Cruzado 2, Verão e Bresser) que naufragaram durante

seu governo.

Aproximadamente 30 mil agricultores tomam Brasília em

protesto contra as dificuldades no

campo. Mobilização da OCG leva 5 mil

pessoas ao Distrito Federal.

Realização do 10º Congresso Brasileiro do Cooperativismo,

em Brasília. No evento, a OCB marca posição

pela autogestão e leva a proposta à

Frente Parlamentar do Cooperativismo,

formada por 217 deputados

constituintes.

1983 1986 1987 1988

NA HISTÓRIAJaneiro de 1983, a empresa Apple,

liderada pelo então desconhecido Steve Jobs, lança o computador Macintosh.

Primeiro computador pessoal.

1983

92 | 1956 – 2016, União e Transformação

LINHA DO TEMPO

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05/1025/08 19/04 16/03

É promulgada Constituição

brasileira. No inciso 18 do artigo 5º, a frase que foi um divisor de águas

na história do cooperativismo

brasileiro: “o Estado está

proibido de intervir na constituição e no funcionamento das

cooperativas”.

Inauguração dasede própria da OCG

na Avenida Jamel Cecílio, no Jardim Goiás. O imóvel

tinha 1,6 mil metros de área construída, espalhadas em três andares e o térreo.

Aula inaugural do curso de

Pós-graduação em Administração

de Cooperativas, em parceria com a Fundação Freidrich

Naumann, de São Paulo (SP).

Foi o primeiro da história

de Goiás.

Plano Collor confisca

poupança da população e

congela preços. Medidas levam

quebradeira ao campo e

dificuldades para as cooperativas

de crédito.

19881988 1989 1990

01/01

estado do tocantins é instalado. Miracema do norte é escolhida

capital provisória. Com ajuda de Goiás, oCB-to, recém-criada, elege

o presidente lairson lopes.

198960 anos de história do cooperativismo em Goiás | 93

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94 | 1956 – 2016, União e Transformação94 | 1956 – 2016, União e Transformação

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 9560 anos de história do cooperativismo em Goiás | 95

ACriação do Sescoop

garante recursos para a capacitação cooperativista

mpliandofronteiras

CAPÍTULO 5

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96 | 1956 – 2016, União e Transformação

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 97

Por meio da Medida Provisória nº 1.715, de 3 setembro de 1998, foi autorizado o início dos trabalhos do SESCOOP. A nova instituição do Sistema “S” é responsável pelo ensino, formação profissional, organização e promoção

social dos trabalhadores, associados e funcionários das cooperativas brasileiras. A entrada do SESCOOP, a partir de outubro de 1999, garantiu recursos para a capacitação cooperativista. Mas o SESCOOP não chegou sozinho. A mesma MP também criou o Programa de Revitalização de Cooperativas de Produção Agropecuária (RECOOP), que estabeleceu crédito com juros mais baratos para salvar as cooperativas da extinção. As entidades pegavam o recurso, executavam o plano de ação e tinham 20 anos para quitar o débito.

Em uma só tacada, o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2003) atendeu duas frentes urgentes para o sistema: dinheiro para salvar e recuperar as cooperativas, afundadas em dívidas especialmente pelas deficiências na gestão, e capacitação para os dirigentes e empregados cooperativistas.

A ideia de constituição do SESCOOP e do RECOOP nasceu dentro do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), em 1996. A ideia partiu do então vice-presidente da entidade, João Paulo Koslovski, que apresentou o projeto ao governo federal – conseguiu audiências com o presidente Fernando

Portas abertas para aprendizagem

DiviSOR DE ágUAS

A Constituição de 1988, que garantiu

a autogestão do sistema cooperativo,

também deu o pontapé para criação do Serviço Nacional

de Aprendizagem do Cooperativismo

(SESCOOP)

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98 | 1956 – 2016, União e Transformação

Da água para o vinhoRoberto Rodrigues, ex-presidente da OCB e ex-ministro da Agricultura (2003-

2006), lembra que o SESCOOP é o braço econômico do cooperativismo, mas, algumas vezes, também as pernas.

Até a chegada do SESCOOP, determinadas organizações estaduais sobreviviam a duras penas, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Os recursos arrecadados junto às filiadas mal davam para manutenção do dia a dia. Investir na promoção de treinamentos aos cooperados, determinadas vezes, parecia um sonho distante. A OCG, por exemplo, dependia, constantemente, de parcerias externas para ofertar cursos.

A mudança, com a chegada do SESCOOP/GO pode ser facilmente vista pelos números da capacitação continuada. De 1999 para cá, foram 5,5 mil atividades e mais de meio milhão de pessoas atendidas.

Henrique Cardoso, e os ministros Pedro Malan (Fazenda), José Kandir (Planejamento) e Arlindo Porto (Agricultura). Em abril de 1997, João Paulo Koslovski e demais integrantes da diretoria da Ocepar apresentaram o projeto para parlamentares da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). Um ano depois o projeto transformouse em Medida Provisória.

Os dirigentes goianos seguiram de perto as mudanças. Em dezembro de 1998, o então presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCG), Antonio Chavaglia, designou o diretor Adalcino Francisco dos Santos para acompanhar a regulamentação da nova entidade, que foi um divisor de águas para o cooperativismo no Brasil. O SESCOOP/GO foi instalado em Goiás efetivamente em 28 de outubro de 1999. Dessa forma, o sistema passou a ser reconhecido como OCB/SESCOOP-GO, a Casa do Cooperativismo Goiano. A partir de 2005, as duas superintendências foram unidas e integradas, com um único presidente e superintendente.

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 99

Talentos retidos dentro do SistemaA entrada do SESCOOP/GO no sistema cooperativo proporcionou não só a

melhoria na qualidade da prestação de serviços às filiadas, como, também, aos próprios funcionários do Sistema OCB/SESCOOP-GO, que receberam um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), elaborado pela Fundação Getulio Vargas, a pedido do Sistema Nacional, para todas as Unidades Estaduais.

O plano, adotado pelo Sistema OCB/SESCOOP-GO em julho de 2013, tem como base a Metodologia de Avaliação de Desempenho por Competências e garantiu, segundo a FGV, “a equidade de oportunidades de desenvolvimento profissional em carreiras, associando-as à evolução funcional por meio de um sistema permanente de qualificação, como forma de melhorar a qualidade da prestação dos serviços da entidade.”

Valéria Mendes da Silva, superintendente do Sistema OCB/SESCOOP-GO na época da implantação (cargo que ocupa até hoje), lembra que a Casa chegou a ter 85% de rotatividade de empregados (turnover), o que fez a Controladoria Geral da União (CGU) recomendar, ao SESCOOP/GO, medidas saneadoras urgentes.

“Desde que implantamos o plano, nenhum colaborador pediu demissão da Casa. O PCCS conseguiu reter os bons talentos dentro do Sistema OCB/SESCOOP-GO”, afirmou Valéria. Outra mudança que chegou junto com o plano de carreira foi a carga horária de trabalho, que reduziu de 44 para 40 horas semanais.

Dados evolutivos do SESCOOP/GO

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Atividades realizadas 2 41 179 253 261 290 297 276 318 344 332 363 391 573 551 562 493 5.526

Beneficiados 95 2.091 9.849 16.320 25.217 42.168 37.804 39.481 43.693 46.625 33.427 37.442 41.450 32.987 34.812 34.745 25.826 504.032

Cooperativas atendidas 2 14 23 52 54 87 94 113 119 143 102 151 108 128 116 136 104 1.546

Horas de atividades realizadas 40 862 2.102 3.737 3.844 3.852 3.058 3.085 3.969 4.844 4.951 4.962 5.195 6.467 7.941 8.197 6.662 73.768

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100 | 1956 – 2016, União e Transformação

Gestão da qualidadeA capacitação continuada das filiadas, grande missão do Sistema OCB/SESCOOP-GO,

também alcançou o público interno. Por meio do Programa 8S de Qualidade e da Certificação ISO 9001:2008, a qualidade do atendimento da Casa do Cooperativismo Goiano atingiu nível de excelência, e hoje serve de modelo para o setor.

“Por meio de pessoas bem preparadas, estaremos mais aptos a difundir conhecimento, a formar profissionais mais engajados e a prestar melhor serviço às nossas cooperativas”, explicou o então presidente do Sistema (2011-2014), Haroldo Max de Sousa.

De origem japonesa, a metodologia 8S contempla oito sensos e visa otimizar a organização, a padronização e a limpeza do ambiente de trabalho. O ISO 9001:2008 (Sistema de Gestão da Qualidade) visa estabelecer critérios para o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) das organizações para um gerenciamento adequado de negócio. Serve para melhorar a eficiência de todos os processos que impactam na satisfação do cliente.

Tanto o 8S quanto o ISO 9001 foram processos iniciados em 2014 e concluídos no ano seguinte. Para garantir que todos os procedimentos continuem com status de excelência após as certificações, o Sistema criou o Manual de Gestão da Qualidade, que norteia as particularidades e/ou instrui os colaboradores sobre como executar determinada atividade.

Shikari yaroSenso de determinação e união

ShidoSenso de treinamento

SeiriSenso de descarte, utilização ou seleção

SeitonSenso de ordenação, arrumação ou organização

SeisoSenso de limpeza ou zelo

SetsuyakuSenso de economia e combate aos desperdícios

SeiketsuSenso de higiene, asseio, bem-estar, padronização ou saúde

ShitsukeSenso de autodisciplina, disciplina ou manutenção da ordem

O programa dos oito sensos (8 s) é utilizado para ajudar na educação e qualificação profissional reduzindo custos, aumentando a produtividade e combatendo o desemprego.

Os Oito Sensos

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 101

Leis do cooperativismo Ex-presidente da então Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCG), Adilon

Antônio de Souza foi deputado estadual pelo PDT entre 1980 e 1983 – 9ª legislatura. Ele foi o primeiro parlamentar diretamente ligado ao cooperativismo a tentar emplacar, na Assembleia Legislativa, uma legislação específica em benefício ao setor. Apesar dos esforços e apoio dos dirigentes da então Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCG), Adilon não alcançou sucesso.

Duas décadas depois, em 2004, o Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB-GO) elaborou um projeto de lei, que foi entregue ao Governo do Estado. O documento, com diversas mudanças, foi enviado à Assembleia Legislativa para aprovação. A relatoria ficou a cargo do ex-deputado estadual Paulo Garcia (PT).

O governador Marconi Perillo sancionou a Política Estadual de Cooperativismo em 2 de fevereiro de 2005. A Lei do Cooperativismo previu a obrigatoriedade de criação do órgão. Em 2005, ele saiu do papel, com a posse dos conselheiros, mas nunca foi efetivo na prática. Havia a esperança de que os conselheiros colocassem o cooperativismo na grade curricular do ensino público estadual. Ficou apenas na esperança.

Em fevereiro de 2005, o governo

de goiás sanciona e cria a Política

Estadual de Cooperativismo

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102 | 1956 – 2016, União e Transformação

Composição do Cecoop3 representantes do Sindicato e

Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB/GO)

1 da Central das Cooperativas de Agricultura Familiar (Cecaf)

1 da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg)

1 da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg)

1 do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Goiás)

7 do Estado de Goiás, assim distribuídos:2 da Secretaria de Estado da Mulher, do

Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e do Trabalho, sendo um deles o titular da Pasta

1 da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento

3 da Secretaria de Desenvolvimento

Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação: 1 ligado à Superintendência Executiva de Agricultura, outro à Superintendência Executiva da Indústria e outro à Superintendência Executiva de Desenvolvimento Regional

1 da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos

Aprendizado no exterior A necessidade em ajudar no desenvolvimento das entidades cooperadas fez com

que a Organização das Cooperativas do Estado de Goiás, na década de 90, investisse em viagens de intercâmbio. Pela primeira vez, dirigentes e funcionários da OCG buscaram aprendizado no exterior, com recursos bancados pela própria entidade.

Nos Estados Unidos, junto com uma comissão da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), a missão foi conhecer as produções de soja em diversos Estados. Na Argentina e Uruguai, aprenderam sobre criação de gado de corte. Na Nova Zelândia, subsídios para a produção de leite.

Em 1995, a OCG participou da Conferência Regional – Alianças Estratégicas, em Miami (EUA), que debateu negócios cooperativistas no mundo todo. Dois anos depois, a entidade enviou representante para visitar o Salão de Agricultura, na França.

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 103

Capacitação de alto nívelA visão do Sistema OCB/SESCOOP-GO é fazer com que o cooperativismo seja

reconhecido pela sociedade por sua competitividade, integridade e capacidade de promover a felicidade de seus cooperados. E um dos caminhos para disseminar a informação cooperativista e promover sua capacitação é por meio de grandes encontros.

Desde a fundação do braço educativo do sistema, em outubro de 1999, o Sistema OCB/SESCOOP-GO realizou grandes eventos como os Fóruns de Dirigentes Estaduais, Seminários Estaduais, Encontro de Jovens e Mulheres Cooperativistas, Encontro de Mulheres Cooperativistas, Programa Cooperjovem, Dia Internacional do Cooperativismo, Dia C, Projeto Sorriso, Projeto de Lazer das Cooperativas Goianas e Jogos Intercooperativos de Goiás, dentre outros.

Palestrantes de renome nacional já ministram capacitações em Goiás, como Roberto Shiniashiky, escritor de livros de autoajuda, Mario Sergio Cortella, filósofo e educador, Márcio Fernandes, presidente da Elektro, Mara Luquet, jornalista, escritora e comentarista econômica, Roberto Carlos Ramos, pedagogo e contador de histórias, Jose Luiz Tejon Megido, jornalista e escritor, Clovis de Barros Filho, escritor e filósofo, e Roberto Rodrigues, ex-ministro.

Na década seguinte, os programas de intercâmbio se intensificaram no Sistema OCB/SESCOOP-GO. Entre 2011 e 2015, por exemplo, foram realizadas dez viagens internacionais, que permitiram aos mais de 200 gestores conhecerem diferentes realidades e experiências do cooperativismo mundial.

Exemplo de sucesso foi o resultado da visita de cooperados goianos à Universidade de Missouri (EUA) e ao Sistema Desjardins, no Canadá. Após voltarem da viagem, em 2012, eles criaram, no ano seguinte, uma cooperativa. A união fortaleceu o volume de negócios das associadas e aumentou seu poder de compra, tornando-as mais competitivas.

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21/03 29/12 20/10 11/03 27/06

Banco Nacional de Crédito

Cooperativo (BNCC) é

dissolvido por meio do

decreto 99.192. O órgão entra

em processo de liquidação.

Presidente Fernando Collor de Mello renuncia ao cargo após início

do processo de impeachment.

OCG obtém as características

e prerrogativas sindicais. Foi a

primeira entidade do sistema a

transformar-se em sindicato.

Diário Oficial da União publica

registro sindical da OCG.

OCB recebe a Carta Sindical do Ministério do Trabalho e

Emprego (MTE).

1990 1992 1993 1994 1994

16/10

o brasileiro roberto rodrigues assume a presidência

da aliança Cooperativa internacional (aCi). o primeiro não europeu a assumir o cargo

principal em 103 anos de existência da organização.

1997

104 | 1956 – 2016, União e Transformação

LINHA DO TEMPO

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31/08 25/09 28/1028/08 03/09

Conselho Monetário

Nacional autoriza, pela primeira

vez na história, a constituição

de bancos cooperativos

privados, tendo como acionistas, exclusivamente,

as cooperativas de crédito.

É constituída a Federação

Nacional das Cooperativas

(Fenacoop), em Brasília.

É criado o Serviço Nacional de

Aprendizagem do Cooperativismo

em Goiás (SESCOOP/GO).

OCG recebe a 7ª Câmara de Conciliação e

Arbitragem (CCA).

Medida Provisória cria o Serviço Nacional de Aprendizagem

do Cooperativismo (SESCOOP) e o

Programa de Revitalização

das Cooperativas Agropecuárias

(Recoop).

1995 1996 19991998 1998

NA HISTÓRIAEm 15 de outubro de 1993,

Nelson Mandela (foto) e Frederik de Klerk ganham o

prêmio Nobel da Paz.

1993

60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 105

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18/11 10/04 02/09 22/11 29/12 01/02

Goiânia sedia o primeiro Congresso Goiano de

Cooperativismo. Pelo menos 1,7

mil pessoas participaram do

evento.

A Organização das Cooperativas do Estado de Goiás

(OCG) reformula o estatuto e passa a

se chamar Sindicato e Organização

das Cooperativas Brasileiras no Estado

de Goiás (OCB-GO). A reforma estatutária

foi aprovada por unanimidade pelos filiados. Em 2012 a

marca é revitalizada.

Assembleia em Goiânia constitui a Federação dos

Sindicatos das Cooperativas do Distrito Federal

e dos Estados de Goiás, Mato

Grosso, Mato Grosso do Sul e

Tocantins. Antonio Chavaglia é eleito o primeiro presidente da FECOOP CO-TO.

FECOOP CO-TO tem o registro

concedido.

Lei 11.051 estabelece que

as cooperativas de crédito estão definitivamente

excluídas da base de cálculo

para o PIS e Cofins, no que

se refere ao ato cooperativo.

Programa de Visitas às cooperativas passa a ter uma

sistemática, e busca informações sociais

e econômicas das cooperativas,

apresenta os serviços prestados

pela OCB/SESCOOP-GO e obtém

feedback sobre a atuação do sistema,

entre outros.

2001 2002 2002 2004 2004 2006

106 | 1956 – 2016, União e Transformação

29/04

inagurada novo prédio do sistema oCB/sesCooP-Go na avbenida h

2011

LINHA DO TEMPO

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17/10 18/12 26/06 10/12 2/10

O Sindicato e Organização das Cooperativas do

Estado de Minas Gerais (Ocemg) lança o Dia de Cooperar – Dia C.

Na oportunidade, 139 cooperativas mineiras

reuniram-se para potencializar as ações

sociais voluntárias. Sistema OCB/SESCOOP-

GO passa a realizar o projeto a partir de 2014

ONU aprova a resolução

sobre “As Cooperativas e o Desenvolvimento

Social”, que declara 2012

como Ano Internacional das

Cooperativas (IYC, sigla em inglês).

Elaborado pela Fundação

Getulio Vargas, Plano

de Cargos, Carreiras e

Salários (PCCS) é implantado

no sistema.

Começa demolição do prédio antigo

da OCB-GO. Local abrigará

um novo prédio, de 11 pavimentos.

Para celebrar os 60 anos da entidade, foram programadas diversas atividades.

A primeira ação aconteceu no

dia 2 de outubro, aniversário da entidade, com

a publicação de um caderno

especial sobre o cooperativismoque

circulou no jornal O Popular.

2009 2009 2011 2014 2016

16/10

oCB-Go e sesCooP-Go recebem Certificação iso 9001.

2015

NA HISTÓRIAOrganização das Nações Unidas declara

o ano de 2012, como sendo o Ano Internacional das Cooperativas. Sistema

OCB/SESCOOP-GO realiza feira com a participação de cooperativas e show com

Almir Sater para comemorar a data.

2012

60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 107

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108 | 1956 – 2016, União e Transformação

GALERIA DE PRESIDENTES

PRESIDENTE:JOSÉ DE ASSIS MORAESVICE-PRESIDENTE:Orlando Ferreira de OliveiraEleitos em: 02/10/1956

PRESIDENTE:EzEqUIEL FERNANDES DANTAS (INTERVENTOR)Indicado em: 16/03/1965

PRESIDENTE:ANTONIO DE PÁDUA FREITASVICE-PRESIDENTE:Públio de SouzaEleitos em: 22/04/1965

PRESIDENTE:ODORICO NERy (PROVISÓRIO)Indicado: 07/10/1966

PRESIDENTE:ODORICO NERyVICE-PRESIDENTE:Virmondes Correia BorgesEleitos em: 09/12/1966

PRESIDENTE:GARIBALDINO FELIPE MACHADOVICE-PRESIDENTE:Virmondes Correia BorgesEleitos em: 09/11/1968

PRESIDENTE:JORGE FERNANDES ALMEIDAVICE-PRESIDENTE:Dalmo Antonio Eleitos em: 23/10/1970

PRESIDENTE:VICENTE BENJAMIN DE ALBUqUERqUE VICE-PRESIDENTE:José Frauzino Pereira Eleitos em: 26/02/1973

PRESIDENTE:ADILON ANTONIODE SOUzAVICE-PRESIDENTE:José de Sena Moura Eleitos em: 30/04/1976

PRESIDENTE:LUIz ALBERTO DI LORENzzO DO COUTOVICE-PRESIDENTE:Jales Rodrigues NavesEleitos em: 22/04/1979

PRESIDENTE:JALES RODRIGUES NAVESVICE-PRESIDENTE:Paulo Roberto CunhaEleitos em: 02/04/1981

PRESIDENTE:PAULO ROBERTO CUNHAVICE-PRESIDENTE:Antonio Rodrigues de MacedoEleitos em: 08/05/1984

1 4 7 10

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9

5

6

2

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PRESIDENTE:ANTONIO RODRIGUES DE MACEDOVICE-PRESIDENTE:José Mário de FreitasCom o afastamento de Paulo Roberto, Antonio Rodrigues assume a presidência em 11 de junho de 1986.

PRESIDENTE:EDUARDO PEREIRA DE ANDRADEVICE-PRESIDENTE:Jales Rodrigues NavesEleitos em: 10/02/1987

PRESIDENTE:ADMAR GOMES PEREIRA*VICE-PRESIDENTE:Antonio Mendes PrudenteEleitos em: 14/02/1990*Pediu licença do cargo 90 dias depois de tomar posse. Nova eleição foi convocada.

PRESIDENTE:ANTONIO CHAVAGLIAVICE- PRESIDENTE:Antonio Mendes Prudente Eleitos em: 19/06/1990

PRESIDENTE:ANTONIO CARLOS BORGESVICE-PRESIDENTE:Milson Santana de FreitasEleitos em: 17/02/1993

PRESIDENTE:ANTONIO CHAVAGLIAVICE-PRESIDENTE:Antonio Carlos BorgesEleitos em: 09/01/1996 08/02/200020/03/2003 30/03/2007

PRESIDENTE:HAROLDO MAX DE SOUSAVICE-PRESIDENTE:Vanderval José Ribeiro Eleitos em: 30/03/2011

PRESIDENTE:JOAqUIM GUILHERME BARBOSA DE SOUzAVICE-PRESIDENTE:Luís Alberto PereiraEleitos em: 25/03/2015

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PSistema OCB/SESCOOP-GO

tem o desafio de levar competitividade as cooperativas

ensando o futuro

CAPÍTULO 6

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ANEXO 8

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o Sistema OCB/SESCOOP-GO conta com um Mapa Estratégico que representa a visão do setor sobre a agenda de seu desenvolvimento para os próximos 10 anos (2015-2025).

O documento, elaborado pela OCB Nacional em conjunto com as entidades estaduais, prevê que um dos pilares futuros do cooperativismo será a competitividade. Só assim as entidades conseguirão concorrer em pé de igualdade com as empresas da iniciativa privada. Aliás, o texto explicita não apenas a questão da competitividade, mas também a capacidade de as entidades promoverem a felicidade de seus cooperados.

“Trata-se de um esforço conjunto entre as unidades nacional e as estaduais para a concretização de melhores resultados para o setor, com o desafio de impulsionar a atuação do sistema em prol do apoio ao desenvolvimento das cooperativas e de seus cooperados”, explica o presidente do sistema OCB/SESCOOP-GO, Joaquim Guilherme Barbosa de Souza.

O Mapa Estratégico 2015-2025 é o segundo elaborado pelo sistema OCB/SESCOOP-GO, o primeiro vigorou entre 2011-2015 e havia sido confeccionado a partir de dois planejamentos realizados pela OCB.

Desenvolvimento paraos próximos 10 anos

ESTRATégiA

O futuro do Sistema OCB/SESCOOP-GO não passa apenas pela melhoria na

arrecadação de recursos financeiros

ou qualificação de seu pessoal. Será

preciso estratégia para alicerçar o crescimento

do sistema cooperativista em

Goiás

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Acervo documentalSe hoje é possível contar a história dos 60 anos do sistema OCB/SESCOOP-

GO, a Assessoria de Tecnologia de Informação e Comunicação (ASTIC) da Casa do Cooperativismo Goiano tem papel fundamental nesse trabalho. O departamento é responsável pela guarda e manutenção de todas as informações, documentos e processos do sistema, digitalizados.

A nova sede da OCB/SESCOOP-GO, inclusive, foi projetada com espaço exclusivo para abrigar os documentos, no terceiro andar. O arquivo foi construído dentro dos padrões recomendados pela literatura da área, em se tratando de preservação e segurança documental.

O mobiliário é adequado e todo documento, ao ser processado, é higienizado (retirada de clipes e grampos), acondicionado em caixas box, na qual são colocadas etiquetas-espelho com identificação numérica dos documentos e arquivados em armários deslizantes, que possuem sistema de fechamento e trava, garantindo assim maior proteção aos documentos.

Conta também com monitoramento por câmeras, acesso restrito, permitida apenas entrada de pessoas autorizadas, a temperatura e umidade são controladas e a limpeza do ambiente é monitorada pela equipe da ASTIC.

Em 2015, foi implantada a Política de Gestão Documental, que tem a finalidade de sintetizar todo tratamento aplicado à documentação resultante das atividades desenvolvidas pelo sistema OCB/SESCOOP-GO. A Política de Gestão Documental apresenta todos os procedimentos de gestão de documentos a serem observadas desde a sua produção até a destinação final e traz orientações acerca da preservação e segurança do acervo.

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 115

Transferência de informaçãoDe modo a democratizar a informação e possibilitar à sociedade acesso fácil ao

conhecimento sobre cooperativismo, o Sistema OCB/SESCOOP-GO conta com uma ampla biblioteca em sua sede, com mais de quatro mil títulos catalogados em sua base de dados. Formada em 1984, o acervo engloba, preferencialmente, a literatura cooperativista, tratando assuntos como aspectos jurídicos, administrativos, contábeis, gestão, princípios e legislação.

São livros, jornais, revistas, monografias, folhetos, fotografias, CDs, DVDs e obras raras, dentre outras, que promovem o acesso e a transferência de informação para a comunidade cooperativista de forma atualizada, ágil e qualificada.

A biblioteca atende a comunidade cooperativista, funcionários do Sistema OCB/SESCOOP-GO e o público em geral. Oferece espaço físico para estudo e pesquisa e o empréstimo domiciliar é facultado aos colaboradores do Sistema, funcionários e cooperados de cooperativas filiadas, alunos e professores de cursos de pós-graduação realizados pela OCB/SESCOOP-GO.

A consulta ao acervo pode ser realizada por meio do catálogo on-line disponível no portal www.goiascooperativo.coop.br.

Formada em 1984, o acervo engloba, preferencialmente, a literatura cooperativista, tratando assuntos como aspectos jurídicos, administrativos, contábeis, gestão, princípios e legislação.

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116 | 1956 – 2016, União e TransformaçãoAlmoxarifado Sala de treinamento

Recepção do Sistema OCB/SESCOOP-gO

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 117Auditório com capacidade para até 300 pessoasArquivo físico do Sistema OCB/SESCOOP-gOSala de treinamento

Sala de vídeoconferência

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118 | 1956 – 2016, União e Transformação

área técnica da OCB-gO, localizada no segundo andar

Sala de reunião principal

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Entidade dispões de sala exclusiva para colsutorias às cooperativas

Biblioteca com amplo acervo sobre o cooperativismo

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Durante o 1 Fórum goiano de Presidentes e Dirigentes Cooperativistas, Franklin Martins foi um dos palestrantes

Márcio Fernandes abriu os trabalhos durante 0 7º Seminário Estadual de Cooperativismo

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Roberto Shiniashiky foi um dos palestrantes durante o 6º Seminário Estadual de Cooperativismo

Professor José Horta fala sobre planejamento estratégico durante 6º Fórum goiano de Presidentes e Dirigentes Cooperativistas

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122 | 1956 – 2016, União e Transformação

Roberto Rodrigues, Roberto Shiniashiky e Mário Sérgio Cortela, 6º Seminário goiano de CooperativismoRoberto Rodrigues, Roberto Shiniashiky e Mário Sérgio Cortela, 6º Seminário goiano de Cooperativismo

Professor e filósofo Clóves de Barros Jornalista Mara Luqet Professor Roberto Carlos

Branca Barão e José Luiz Tejon, no 6º e 7º Encontro goiano de Mulheres Cooperativistas, respectivamente

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Show com Renato Teixeira no Teatro Rio vermelho Universo Casuo: atração do Cooperativismo goiano em Ação

Almir Sater faz show em comemoração ao Dia internacional do Cooperativismo. Noite teve ainda apresentação de Nilton Pinto e Tom Carvalho

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124 | 1956 – 2016, União e Transformação

Mapa estratégico da OCB-GO 2015-2020

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60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 125

Mapa estratégico da SESCOOP/GO2015-2020

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O futuro do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB-GO) está em construção, literalmente. Ao lado da atual sede, no Jardim Goiás, em Goiânia, está sendo levantado um novo prédio que poderá abrigar os empregados da entidade.

O edifício de 11 pavimentos, sendo dois subsolos de garagens e nove andares, deve garantir não apenas um espaço moderno e confortável para a OCB-GO, mas também uma fonte de renda que poderá fazer frente às novas demandas da entidade-mãe das cooperativas em Goiás. A previsão de conclusão é para 2017.

A ideia é utilizar, para a OCB-GO, apenas dois andares do novo prédio, além do auditório. Os outros seis seriam alugados, com a renda totalmente revertida para a Organização. Lembrando que o Jardim Goiás, nas proximidades com o Flamboyant Shopping Center, é um dos endereços mais valorizados da capital.

Desde a sua fundação, em 1956, a entidade sempre sofreu com a falta de recursos, especialmente nos momentos de crise das cooperativas. Sem dinheiro, ao longo das décadas, a OCB-GO teve enormes dificuldades para cumprir sua função de representação sindical, política e econômica do sistema cooperativo em Goiás, além da educação cooperativista.

O recurso extra será um instrumento que garantirá à OCB-GO ofertar novos serviços às cooperativas. “Precisamos nos fazer necessários às cooperativas. Ofertar o que elas não têm condições de obter sozinhas. Prestar um bom serviço, de qualidade, mesmo que seja preciso cobrar por ele, mas que as cooperativas vejam sua importância e necessidade”, comenta a superintendente Valéria Mendes da Silva.

Conforto e fonte de renda

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O edifício de 11 pavimentos, sendo dois subsolos de garagens e nove andares, deve garantir não apenas um espaço moderno e confortável para a OCB-GO, mas também uma fonte de renda que poderá fazer frente às novas demandas das cooperativas em Goiás

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128 | 1956 – 2016, União e Transformação

Os próximos 60 anos começam agora

MENSAgEM FiNAL

O sistema cooperativista desembarcou em Goiás na década de 1930, impulsionado pelo então presidente da República, Getulio Vargas. Naquele momento, incentivados pela Marcha do Oeste, milhares de trabalhadores, agricultores e industriais, das mais diversas partes do País, chegavam ao Estado em busca de melhores salários, terras para o cultivo e exploração de um mercado incipiente. Vargas acreditava que o cooperativismo tinha a capacidade de “promover o povoamento e organizar a exploração racional de terras no Centro-Oeste”.

Sábias palavras do ex-presidente Vargas. Hoje, mais de 80 anos depois, basta observar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios onde há uma cooperativa funcionando. Ele é sempre mais alto. Significa que o cooperativismo, além de promover o crescimento econômico, também promove o desenvolvimento. Essa é a sua essência, pois desenvolvimento é repartir o crescimento.

Em virtude desse alcance social e econômico, tem crescido o número de cooperados em Goiás, em todos os ramos. São pelo menos 250 mil associados. Por isso, é necessário que o sistema OCB/SESCOOP-GO continue se fortalecendo, de modo a ser um ator cada vez mais participativo nas decisões econômicas e na vida política e social do Estado.

A efetivação de uma cadeira na Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), por exemplo, será muito importante para a OCB-GO, pois permitirá acompanhar o surgimento de novas cooperativas. Essa é uma luta que já dura mais de duas décadas. A partir do momento em que a instituição for registrada na Juceg, o sistema OCB/SESCOOP-GO poderia dar informações, consultoria e treinamento.

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Profissionalização desde o início. Essa capacitação permitirá que, no futuro, os dirigentes estejam preparados para dar continuidade ao trabalho de crescimento e desenvolvimento do cooperativismo goiano. Afinal de contas, em um mundo cada vez mais globalizado, conhecimento será um diferencial para a comunidade cooperativista.

Os próximos 60 anos começam agora. Será preciso muito trabalho e dedicação para manter a curva ascendente do cooperativismo. É bem verdade que o período, hoje, é complicado. O colapso político e econômico paralisa o País. No entanto, nada que o sistema não esteja acostumado. Ao longo dos 60 anos de funcionamento da OCB-GO, foram diversas crises, todas superadas. E mais: de cada tormenta, a entidade emergia mais forte, mais robusta, pois são nos momentos de dificuldades que aparecem as oportunidades.

Aconteça o que acontecer nos próximos 60 anos, se o sistema OCB/SESCOOP-GO se mantiver unido e prestando serviços de qualidade, como acontece hoje, o cooperativismo não deixará de crescer e se desenvolver. Somos como os pinheiros, símbolo do cooperativismo: crescemos em terras áridas e multiplicamos com facilidade, sempre coesos.

JOAqUiM gUiLHERME BARBOSA DE SOUzA,

Presidente do SistemaOCB/SESCOOP-GO (2015-2019)

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COOPERATIvAS GOIANAS quE FIzERAM E AINDA FAzEM PARTE DA HISTóRIA DO SISTEMA OCB/SESCOOP-GO - 1956 / 2016GOGO // COPRIL //CERv //COOPERvEC // COOPERRIO // CENTROCOOP // COOPEATRA // TRANSCOPE // PROLEITE // MuLTICOOP // COOPERMOTOS //

COOPERALGO // COOPERTEG // COMPAF // COOPERvALE // COOPERTRANSGO // CONSuMO IPORá // COMIvA // COOPCELG // CONSDERGO // COSERPGO

// CAMBEL // vALE PARANA // CEGERAL // COCRISA // CACTA // MOTORISTA DE GOIâNIA // COPERMISTA // COAPIL // COOPERBELGO // SOCCRED //

CERvAP // CORuMIBA // COMIGO // GOIáS CARNE // COvALE // COOPEG // AGROvALE // CODRHIL // HAB ANHANGuERA // COOPERAFISCO // COOPER-LC

// RESIDENCIAL GRAN ESPANHA // COOPERCAP // FEDERAL INCORPORADORA // COOPERTRALTO // COOPERATIvA GOIáS ORGâNICO // COPSTRAN

// COOTAMI // COOPROL // COOPERGO // COOPERTRAGO TRANSPORTES GTBA // BIOBRASIL // COOMAP // COOPvITóRIA // COOPMIC // COOPERTEI

// HAB ANáPOLIS // FECOETERGO // HAB CACHOEIRA DOuRADA // COOPERALvA // CERBAC // CAGEL // CERGEO // COOPANEST-GO // COPAL // HAB

ALvORADA // HAB uNIvERSITáRIA // HAB BANDEIRANTES // PROJORNAL // CARPOL // HAB CIDADE OCIDENTAL // COOPERFORMOSO // CERMO

// HAB RIO vERDE // COOPERNORTE // uNIMED GOIâNIA //COOPERAGRO // CAPAL // CAPPOL // RuRAL BANC // CETERMAGG // COOPERNAPOLIS

// CETERvS // CERLuz // COMPLEM // CETERSuGO // COMPSGOL // COACAL // COOPERJAvA // HAB SuL GOIANA // COETAGRI / RIO vERDE //

COOPERALCOOL // COONORTE // CANAvIEIRA // CETERTRINGO // COMIRSED // COAvE // COOPERGRAN // COOPERvAL // CAMJA // CAPA // CAJu //

CHASP // COOPERvALE // COOPERGARIMPO // COETAGRI / uRuTAí // COOPERSOL // COOPACI // COASF // COOLMEIA // COOPERAGO // COOPER-uFG //

CONSuMO PIRACANJuBA // uNIODONTO GOIâNIA //COGRESGO // COOPERCENTRO // SICOOB COOPERCRED // CANACOOPER // SICOOB CREDI COMIGO

// COAGRu // COOPERCRIS // uNIMED CATALÃO // COOPERBRAS // COPOCOMO // COOPAGO // COOPERCANA // COMIPA //COOPERAN // CERvAC //

CERPA // CANTRIN // COMESGO // CERSuGO // COOPERSERvE // SICREDI vALE GO // COOPERAGRO // COMIPRA //CENTRAL NORTE DO TOCANTINS

// COMBIPA // COOPER-RuBI // COOPREquI // COTAI // GOIáS COELHO //COOPERCAIXA // COOMATAL // COOPOMIL // CAPRIL // COOPERMODA //

COMAICO // COMEGO // HAB RIO vERMELHO // SICOOB MINEIROS // CREDISuL // COTROL // HAB BRASILEIRA // CEq // COOPIR // CEP // COOPEN //

COOPER-RIO // SICOOB CREDI-RuRAL // HAB SERRA DOuRADA- // COOPECIGO // CEI // COENA // COPCRED COPRIL // SICOOB AGRORuRAL // HAB

SANTA LuzIA // CONORGO // COOPERTRIL // CONSEG // SICOOB BELA vISTA // COOSPuC // COOPERBOM // COORMINIA // CEDEL // COHASP //

COOPERCAL // COOPA // CREDICERNE // COOPENIquE // SICOOB GOIáS CENTRAL // COOPCABELEREIROS // uNIMED ITuMBIARA // uNIMED ANáPOLIS

// COPERSANTA // COOPERFAINA // SICOOB CREDICAPA // COMIL // COOPERALFA // COOPERGARIM // HAB MORADA NOvA // HAB SERRA NEGRA //

COENJA // CAvIC // COOCuLTuRA // uNIODONTO SuL GOIANO // SICOOB CENTRO-SuL // COOPENSINO // COPERCuLTuRA // CIP // uNIMED RIO vERDE

// COOPERSINTRAM // COPACEN // COOPERvAL // SICOOB CREDIGOIáS // COOPHER // SICOOB uNICENTRO BRASILEIRA // COOPERCOM // COMTIGO

// SICOOB PALMEIRAS // COCARI // uNIMED MINEIROS // SICOOB DO vALE // COOSMEGO // uNIMED CALDAS NOvAS // COMETA // COOTRANSP //

CREDIGOIáS SuDESTE // COACER // COOPERSuINOS // COPACIGO // COOPERvEN // SICOOB CREDIFORTE // COOPERCARGAS // DERMACOOP // COAPRO

// MuND-COOP // COACRIS // COPRESGO // CREDIAGRO // COOPERAL // COPERPAMPLONA // COOPERTRAMO // COOPERTRAN // COMMENEuRO //

COOPEL // COOPROvE // uNIMED CERRADO // COOPERBOI // uNICAMPO - CENTRO OESTE // COOPERAGRO // COOPASA // GOIâNIA CLíNICA //

CENTROLEITE // uNIODONTO ANáPOLIS // COOPERBARRAS // COOPERLAB // COOPASSGO // COOPES // COOBGIN //COOPERAD // COOTRAuGO //

uNIODONTO SuDOESTE GOIANO // COOPERSERvIÇOS // COOPER ECONOMIA // COOPER-TuR // MuLTCOOPER // CATEG // COOPERSANA // uNIODONTO

JATAí // PARTNERSCOOPER // MuLTICOOPER/Luz // uSIMED GOIâNIA // COOTRANRIDE // ALLCOTTON // COvAL // COOPERTRAN // COOPERTRIM //

130 | 1956 – 2016, União e Transformação

Page 131: 60 anos de história do cooperativismo em Goiás 1 DE ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA OCB/SESCOOP-G0 - 1956 /2016 DIvINO SIMõES DE OLIvEIRA // MARIA AMéLIA ALvES E SILvA //SAuL LEÃO

SISCOOPE // FEDERAÇÃO DAS uNIODONTOS // uNITRAN // BRASCOOPER // COOPERSuL // SICOOB CREDI-SGPA // SICOOB CREDSEGuRO // COOPERSOL

// COOPERE // FARMACOOP // COOPERBAC // SICOOB CREDIFFIS // COOPLIN // APARECIDA COOPER // MuLTIFORTE // uNIMED vALE DO CORuMBá

// COOPSIME // COOTRAGO // CTuR // COOPERuNIDOS // COOPERCANEDO // COOPERMIT // COOPROGRESSO // uNIvENDAS GO E TO // CONECTAR

// SICOOB CREDIJuR // COOPMEGO // COOPERSIL // COOPERTRAM // COOPERuNIÃO // SICOOB uNICENTRO NORTE GOIANO // SICOOB uNISAÚDE

GOIáS // COOPERAF // COOPSIFONO // COOPERLAG // PRO DESENvOLvIMENTO // COOAvESTRuz // COHATA // COTAER // COMPOR-C// FETRABALHO

//NIquELCOOP // COOPERATH //COOP-RECICLA // COOPERATIvA uNIÃO // COAPRA // SICOOB EMPRECRED // COHABFOR // COOPEROESTE // CFC

CONquISTA // MuLTCARE // uNIMED MORRINHOS// COOPERTRAz// COOPERTRANS//COOPERTRAMSAD // PONTO ALL INFORMáTICA //COOPERMAN

// COOPERFOM // SICOOB CERRADO // COOPERGRAFICOS // COOPERvENDAS SuL // CLASSE A // COPERAuTO // COOPERTRANSP // COOPINFO //

COTRACER // COOPERJOv // COOPERLAquI // CEDuC // COOPAC //COOPERvI //CTBA // COESGO // ALGOvALE // COPCOTTON // SICOOB ENGECRED-GO //

COOPASGO // uNIMEv-GO // COOPACEu // COOTASG // COP SAÚDE // COOPERSAÚDE // COHASMIC // COOPISCIS // SICOOB LOJICRED // COPROCER //

COOPERTEXTIL // COOPERTRACCI // COMCARv // MASTERCOOP // C.G.A.M.v // COOTPLAN-GO // COMFIBRA // CTAEGO // COOPERABS // COPALRIO //

COOPERCAB // COOPER-REDE // COOPEMICRO // TRANSCOOP // COOTRALAR // COOPERADR // AGROCOOP// MEDICALCOOP // COOPERSTREITO // SICOOB

SERvCRED/GO // WEST COTTON // COOPERCARNES // COOPERCOTON // COOPERTáXI // COOPERTRANSIvO// COOPERvEL // COOPERGyN // FISIOATIvA

// CAPRuS // COTRAv // COOPERALTO // COOPEC // COOPERquALITy // COMISAM // COOPERFORT // COOPGOIáS // COOPERCAMPI // COOTRAME //

COOPOMOvAL // COOPERvESTE // COOPERARTE // COOTEGO // CAMPO // COOPERGAPES // COASPRI // COOPERPASTO // COABA // GEOLOG COOP

// CTR // COOPERMODEL // RáDIO TáXI ARAGuAIA // COOPERTEC // COOTTEJAT // RODOTáXI // SICOOB SECOvICRED // SICREDI SuDOESTE GO //

COOTTuR-ORG // PROCOOP // COOTRANE // COOPERTAG // uNICOOP - CRISTALINA // COOPERTRAS // COHASPEGO // COMvAPI // COOTFOR // SICOOB

EMPRESARIAL // COOPERAÇÃO // COOPERPLAST // COAAR // COPRAM // COOPER uRuANA // COOPEMIN // CTND // COOPESTuR // COOEDuCARTE //

COOPERMAX // COOPERAÇAFRÃO // SICOOB JuRISCREDCELG // uNIMED PLANALTO // COOGAAC // COOPESM // uESTERCOOP // uNITRANS // SICREDI

CENTRO OESTE GO // SICOOB EDuCAÇÃO // SICOOB CREDICER // SICOOB COOPREM // COOPEAGRO // uNITRAN // COOPvEEGO // COPACCARDIO-GO

// COOPCORSEG // SICOOB DO vALE RIO CRIXáS // SICREDI PLANALTO CENTRAL // COOP HAB RENASCER // COOPERARTIÇu // COOTEJ // COEGO //

COOTRAGO // COOPERLOC // SICOOB CREDIADAG // COSERvI // COOPERAFI // COMAFAP // COOP-SAFRA // COOMAFAGO // COOPAFHE // COOTRANSGO

// COOMAFAB // COTRANSNORTE // CENTRALREDE // COOPERECEITA-GO // COMFIBRA COTTON // COTRAC // uNIENSINO // COOTRANSPI // COOP

LINE // CPLP // CTA // COHACASB-GO // COOMITA // COOPERHuRB // COOPERCARNE // MEDICCARE // COPERPAN // COPAvIR // COOPERSAG // COOPERMEL //

COMHAMP // COOPERJARDIM // COPAI // COOAG // BORDANA // COOPAvIB // COAPRI // COOvETEC // CTNIquEL // COOPERTRANSE // COOPERNORTEGOIANO //

COTRAPAL // CTC // CALDAS vANS // SICREDI INTEGRAÇÃO // COOPERTAC-GO // COOTRuR // COOPERTRALE // COOPTRANSI // COOPERBELOS // FEDERAÇÃO

GOIANA // COOTREG // CENTRAL SICREDI BRASIL CENTRAL // MyJOB // SICOOB uNI // FEDERALCRED-GOIáS // SICOOB GOIâNIA // COOPERTRAGO //

BARu // COPSTRAN // COOPREC // uNIMED vALE DO SÃO PATRíCIO // uNIMED JATAí // SICOOB CREDISAÚDE // COMAI // COOPERBuS // COOPERTRAL

// COOTEL // COOTRANSPA // COOMPAR // HABITACIONAL 78 // COOPERNAv // BSCOOP // COOTRAMP // COOPER uNIÃO // ARBO // COOTRANIq //

AuTOBEM BRASIL // CAGI // COCARI // COOCENTRAL // COMBRASIL // COOPERCuNHÃS // COOADI // CAvACOL // COPLEJA // CAMAL // CRAS // CANAL

// CEDRAL // ITACER // CAMPAL // CERvAR // CERIA // CERNE // CERGOL // CERITA // CAPEL // COTERGO // COAPEMAGO // CERGAN // COOPERSAH //

60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 131

Page 132: 60 anos de história do cooperativismo em Goiás 1 DE ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA OCB/SESCOOP-G0 - 1956 /2016 DIvINO SIMõES DE OLIvEIRA // MARIA AMéLIA ALvES E SILvA //SAuL LEÃO

COLABORADORES DO SISTEMA OCB/SESCOOP-G0 - 1956 /2016JANETE MARIA //MAGDA ALvES // FABRIzIA DE LIMA // vERA NILzA // GILSON DE SOuzA // ELEuSA MIRANDA // vALéRIA LONDE // LINDALvA MONTEL

// EuLâNIA DE FáTIMA // REGINALDO FRANCISCO // PATRICIA NEIvA // LORENA MARquES // ALESSANDRA EDNA // MARCIO LuIz // ADRIANA BATISTA //

FABRICIO NuNES // EvANILDO PAuLO // ANDRé SOuSA // MARIA ROSANGELA // AMANDA FLORES FILARDI BOMFIM // ANA CRISTINA DO CARMO OLIvEIRA

// ELAINE CRISTINA ASSuMPÇÃO MELO // ELIANE APARECIDA DE OLIvEIRA // MARIA SILvéRIO // ALAOR BEzERRA // JAquELINE CRuvINEL // ANTôNIO

BATISTA // MARLEIDES CARRIJO // ADMA APARECIDA // MôNICA SAAB //MARILDA ROSA // vINíCIuS GABRIEL ALvES // vINíCIuS SEBASTIÃO BORGES

DA SILvEIRA // WELLINGTON MARÇAL DE SOuSA // WEvERTON DE SOuSA SANTOS // WILDE FONSECAB // LINCOLN ALvES // MARCéLIA FERNANDES //

TEREzINHA DE JESuS // MIGuEL FERREIRA // NÚBIA SOARES // vALERIA MENDES //vALADES ANTôNIO // TAíSSE DIAS GuIMARÃES SOuzA //TAyS ALMEIDA

DE SOuzA // vALDENICE NASCIMENTO DE MOuRA // vICTOR FERNANDES ARAuJO // vILMA ASSIS DA COSTA // zENAIDE DO CARMO RIBEIRO // REGINALDO

DE PADuA // LOuRIvAL FRANCISCO // SEBASTIANA RODRIGuES // FRANCISCO DA SILvA // ELIANE PEREIRA // CAMILLA BERNARDES // ELAINE PEREIRA

// vALDIR ALvES // JORCELINA DA CRuz // MARIzA PEREIRA // ALCIDES ANTôNIO // MARIA DO CARMO // ELIANE ALMEIDA // RAFAEL SôFFA // DIOGO

CABECEIRA // CARLOS EDuARDO // kARINE RODRIGuES // LíDIA CANDIDA // EDSON FRANCISCO // ISABEL MARIA // CéLIA CRISTINA // FLávIA GONÇALvES //

DARLEN DE CARvALHO // DóRIA PEREIRA // MARIA DE LOuDES // MAuRO DIvINO // ELIzABETH TAvARES // PAuLO EDuARDO // NILvA PEREIRA // JOSé LuIz

// MARIA GASPARINA // ELISâNGELA SILvA // MARA SILvIA // RICARDO DE SOuzA // LIBIA FRANCO // BENíCIO DONATO // LuBERvAL AquINO // HELOíSA

HELENA // MARIA MARGARIDA // LANEyDE BORGES // ELENICE GOMES // WALTER CARDOSO // SOLANGE ETERNA // LuCIANA ALvES // IRENE FRANCISCA

// MARIA CRISóSTOMO // ASSIS DE LIMA // LAyCER vâNIA // JOANA DARCk // CECíLIA DE ARAuJO // OzINEIDE RIBEIRO // CINTHIA MARquES// uLISSES

ALvES // AuGuSTO CESAR MACHADO SANTOS // AuRELIO MENDANHA SILvA // CARIACy DOS SANTOS DOMINGuES // CLAuDEMIR DA SILvA // DAIANE

GARCIA MESquITA // DANIELA DE OLIvEIRA BARBOSA // DéCIO LAuRI SIEB// LuzIMAR XAvIER // ADRIANA ALEIXO // MARIA GLORIA // MARIA GORETE //

yARA MARA // DéCIO LAuRI // JuLIANA ALvES // IvAN CARLOS // vILMA ASSIS // JOSé RuI // CRISTINA DOS SANTOS // RAquEL FERNANDES // CARMEM

ELIANE // ERNANE PEREIRA MARquES JuNIOR // FERNANDA ALvES MIO // FERNANDO ALEX G DE O TAvARES PINTO FILHO // FLAvIA MONTALvÃO MARTINS

// FLORIzANIA RODRIGuES DE SOuzA // GISLAINE APARECIDA LELIS // GuSTAvO NOGuEIRA SANTOS // MATIAS RIBEIRO // SEBASTIÃO PEDRO // ANGELA

MARIA // JOÃO JOSé // ELBA GOMES // ANGELICA CRISTINA // DANIELA SILvA // BRuNO DE OLIvEIRA // FERNANDO JOSé // ADINAIR DE CASSIA // RICARDO

LuIz // MARIA DE JESuS // DIOGO DE LIMA // JEAN CLEITON // EvERTON DELAzERI // MARy IvONE // SARA DE LIMA // // SILvANA BARIANI // ALINE DA CRuz //

ADvALDO ALvES // FáBIO SALAzAR // yLNEy ALMEIDA // FLávIO BARROS // ELISANGELA NEvES // // THIAGO HENRIquE // NEuCIMAR PEREIRA // FRANCISCA

SILvANIA // THIAGO NOvATO // MARIA AuGuSTA// PABLO HERNANDEz // MILITINO LEITE // HELIO vIEIRA //HuMBERTO CRISTODIO // NILzA RODRIGuES //

ROBERTO RAIMuNDO // ROGéRIO GuIMARÃES // NEuTON DE FREITAS // CRISPIM BATISTA // zENAIDE MARTINS // MARIA DAS GRAÇAS // FáTIMA ROSA

// MARIA HELENA // SIDNEy ALEX // NERIvAL DE OLIvEIRA // vALDIR GONÇALvES // TâNIA REGINA // OLGA MARIA // JOSEvAN PREIRA // LuCILENE GOMES

// MILTON SOARES // JALES ALvES // MARTHA LuzIA // JALES RODRIGuES // AFONSO MIILLER // ERENI SCHEuRICH // ANTôNIA vENâNCIA // FRANkLIN

ALEX // EDER CLOvIS // FAuSTO ALvES // ELIzABETH LEMES // LuIz ANTôNIO // ADÃO SOARES // JOSé SALISMAR // MARIA CELI // SELMA BEzERRA //

vALTER DE MESquITA // MARIA DO PEPéRTuO SOCORRO // MáRCIO ANTONIO // JOANA DA SILvA // ALENIR FERRAz // EDNA MARIA // MARIA BARROS //

JOSé CARLOS // EDNA RODRIGuES // ANA IzIDORA // ADRIANO JOSé LAzzAROTTO // ADRIELLy PEIXOTO DA SILvA // MAyRA TOLENTINO // BRAuLIO SILvA//

DANIEL HENRIquE // JOSé HENRIquE // NÚBIA CRISTINA // ISAuRA MIRANDA DE OLIvEIRA // AGuINALDO DE MORAIS // ALEXANDRE DE CARvALHO PEREIRA

// HELTON FERREIRA DE SOuzA // JâNIO DIvINO COSTA // JORLENE AMARAL ROSA // JESMAR BENEDITO MIRANDA DE PAuLA // JOÃO GABRIEL TAvEIRA

SILvA // JuBRAIR GOMES CAIADO JuNIOR // JÚLIO CéSAR FRAzÃO DE LIMA // kARLA SIBELLE CRuz MELO // LARA RuByA SILvA BORGES DE PAuLA //

LuCIANA PEREIRA MARTINS DOS SANTOS // MARIA APARECIDA ALvES DOS PASSOS // MARIANNE BEzERRA COLICCHIO // MARLON PEREIRA FERNANDES

// MARSAL DAAMECHE ROCHA // NILvA MARIA DOS SANTOS // quézIA DOS SANTOS ARAÚJO // ROBERCy ALvES DE OLIvEIRA // ROSANGELA BARBOSA

DA SILvA // ROzE DA SILvA LOPES AGuIAR // SuELMAR RODRIGuES DA COSTA

132 | 1956 – 2016, União e Transformação

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SINDICATO E ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS NO ESTADO DE GOIÁS

SISTEMA OCB/SESCOOP-GO

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DE GOIÁS

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente:

Joaquim Guilherme Barbosa de Souza (Complem)

Vice-Presidente: Luís Alberto Pereira (Sicoob EngecredGO)

Secretário: Dourivan Cruvinel de Souza (Comigo)

Membros Efetivos: Astrogildo Gonçalves Peixoto (Coapil)

Vanderval José Ribeiro (Sicoob do Vale) Jocimar Fachini (Coperpamplona)

Clidenor Gomes Filho (Sicoob Unicentro Brasileira) Zeir Ascari (Sicredi Sudoeste GO)

João Batista Pereira Machado (Uniodonto Sul Goiano)

CONSELHO FISCAL Membros Efetivos:

Peron Antônio Barbosa (Cooperjov)Emival Vicente Santana (Coomap)

Carlos Henrique Arruda Duarte (Coacal)

Membros Suplentes: Rubens Dias dos Santos (Coopmego)

Nanci Terezinha Alfonso Cavalcante (CohacasbGO)Marco Antônio Oliveira Campos (Comiva)

Superintendente: Valéria Mendes da Silva

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOPresidente:

Joaquim Guilherme Barbosa de Souza (Complem)

Membros efetivos: Antonio Chavaglia (Comigo)

João Damasceno Porto (Unimed Goiânia) Haroldo Max de Sousa (Coapro)

Itamar Fernandes de Melo (Complem)

Membros suplentes: João Gonçalves Vilela (Cagel)

José Lourenço de Castro Filho (Coapil) Renato Nobile (SESCOOP Nacional)

Antonio Moraes Resende (Centroleite)

CONSELHO FISCAL Membros Efetivos:

Lister Borges Cruvinel (Sicoob CentroSul)José Rodrigues Peixoto (Sicoob CrediSGPAWalter Cherubin Bueno (Unimed Cerrado)

Membros Suplentes: João Batista da Paixão Junior (Cooperbelgo)

Antonio Carlos Borges (Agrovale) Nilton Carlos da Silva (Coopersil)

Superintendente: Valéria Mendes da Silva

60 anos de história do cooperativismo em Goiás | 133

Av. H, com Rua 14, nº 550, Jardim Goiás, Goiânia (GO), CEP 74.810-070.

Telefone: (62) 3240-2600

www.goiascooperativo.coop.br

email: [email protected]

email: [email protected]

APOIO:

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