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19.AGO.2018

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RASCUNHO DA REDAÇÃO Título: ________________________________________________________________________________________________________________

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1 | P á g i n a Acredite na sua aprovação, pois acreditamos em você!

REDAÇÃO Texto 1

Foro privilegiado é um mecanismo de proteção concedido a determinadas autoridades por haver, segundo o entendimento da lei, a necessidade de resguardar o exercício de determinada função ou mandato. A Constituição Brasileira estabelece que todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país são iguais perante a lei, mas o foro por prerrogativa de função, mais conhecido como foro privilegiado, pode ser considerado uma exceção a essa regra.

A análise de processos envolvendo pessoas que gozam de foro privilegiado é designada a órgãos superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado ou as Câmaras Legislativas. Acredita-se que, com isso, pode-se manter a estabilidade do país mesmo com uma autoridade sendo alvo de investigação, e garantir isenção em seu julgamento. No Brasil, entre as autoridades que têm o foro por prerrogativa de função, estão o presidente da República, os ministros, todos os parlamentares, dentre outras. Atualmente, 22 mil autoridades no país têm o direito ao foro privilegiado, que garante tratamentos diferentes a réus de processos, a depender da importância do cargo da pessoa que é alvo de investigação e do tipo de infração a ser julgada. Ana Elisa Santana, “Entenda o que é foro privilegiado”. http://www.ebc.com.br, 15.03.2016. Adaptado.

Texto 2

Representantes de associações de juízes, promotores e procuradores defenderam o fim do direito ao foro privilegiado, durante audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Para o presidente da Associação dos Juízes Federais, Roberto Carvalho Veloso, o foro acabou virando uma espécie de instrumento para a impunidade, porque os julgamentos acabam demorando, e os crimes terminam por prescrever ao longo do processo. O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, João Ricardo dos Santos Costa, concorda que os processos de pessoas com foro privilegiado acabam levando muito mais tempo para entrar em julgamento e, por isso, defendeu a instrução e o julgamento em primeira instância*: “Esse tempo todo acaba dando a sensação de impunidade, a instrução na primeira instância dá maior agilidade ao processo”.

Norma Reis Cardoso Cavalcanti, presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, acrescentou que há uma preocupação com a quantidade de pessoas que contam com a prerrogativa. Para a deputada Cristiane Brasil, o instrumento acaba sendo usado para favorecer a realização de práticas criminosas. “O maior desejo da sociedade brasileira é

acabar com a impunidade. O que mais faz a sociedade ficar com raiva dos políticos é pensar que eles não são punidos pelos malfeitos cometidos. Então, temos que ter direitos iguais”, disse. Luciano Nascimento, “Juízes e promotores defendem fim do foro privilegiado para autoridades”. http://agenciabrasil.ebc.com.br, 23.08.2016. Adaptado.

*instrução em primeira instância: Instrução é o momento do processo em que o Juiz colhe as provas para formar a sua convicção. A primeira instância é a primeira jurisdição hierárquica, ou seja, o primeiro órgão da Justiça ao qual o cidadão dirige um pedido de solução de conflito. Texto 3

O foro especial por prerrogativa de função não é um privilégio, mas uma garantia, para amparar o responsável e a Justiça e para proteger seu processo e julgamento contra eventuais pressões que os supostos responsáveis possam exercer sobre os órgãos jurisdicionais inferiores. Tal foro não é concedido à pessoa, mas lhe é dispensado em atenção à importância ou relevância do cargo ou função que exerça. Cessada a função, desaparece o ‘privilégio’. Nesse sentido, o foro especial assegura a imparcialidade dos órgãos, impedindo o uso indevido do Poder Judiciário em conflitos político-eleitorais. Não por acaso, a ditadura militar suspendeu o que então se chamou o “privilégio do foro por prerrogativa de função”. Mais recentemente, a controvérsia acerca do programa de privatizações levado a cabo na administração do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso é outro exemplo a ser citado. Como observa o jornal O Globo, “naquele tempo, chegou a existir no Ministério Público, em Brasília, um esquema de procuradores militantes dedicados a encaminhar acusações contra auxiliares de FHC. Depois, foi comprovado que pelo menos um deles era movido por paixões partidárias.” O foro privilegiado serve então para resguardar o processo de pressões naturais, já que é mais provável que um juiz de primeira instância – ou delegado, ou promotor – possa ser influenciado quando julga altas autoridades do que um colegiado de magistrados experientes. Remeter esses casos para autoridades policiais e judiciais mais graduadas reduz o risco de manipulações e perseguições políticas. Newton Tavares Filho, “Foro Privilegiado: pontos positivos e negativos”. http://www2.camara.leg.br/, Julho 2016. Adaptado.

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: FORO PRIVILEGIADO: ENTRE A IMPUNIDADE E A GARANTIA DE IMPARCIALIDADE

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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES DE 1 ATÉ 45

Leia a letra da música “Segue o seco” de Carlinhos Brown. A boiada seca Na enxurrada seca A trovoada seca Na enxada seca Segue o seco sem sacar que o caminho é seco sem sacar que o espinho é seco sem sacar que o seco é o Ser Sol Sem sacar que algum espinho seco secará E a água que sacar será um tiro seco E secará o seu destino seca Ô chuva vem me dizer Se posso ir lá em cima prá derramar você Ó chuva preste atenção Se o povo lá de cima vive na solidão Se acabar não acostumando Se acabar parado calado Se acabar baixinho chorando Se acabar meio abandonado Pode ser lágrimas de São Pedro Ou talvez um grande amor chorando Pode ser o desabotoado céu Pode ser coco derramado <https://tinyurl.com/yanhydsb> Acesso em: 02.12.2017.

Um dos importantes aspectos para a interpretação dessa música é a sonoridade de seus versos. A repetição do fonema consonantal /s/ – como em “sacar” e “ser” – colabora para a construção e representação do cenário construído pela canção: a seca. Selecione a alternativa em que a repetição intencional de fonema consonantal também acontece. a) [...] sou um mulato nato

no sentido lato Mulato democrático do litoral [...] Veloso, Caetano.

b) Eu vi quando você me viu Seus olhos pousaram nos meus Num arrepio sutil [...] Lins, Claudio

c) [...] Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas [...] Cruz e Sousa

d) [...] O meu pai era paulista/Meu avô, pernambucano O meu bisavô, mineiro/Meu tataravô, baiano. Buarque, Chico

e) Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua! Bilac, Olavo

Gabarito da segunda aplicação do Enem 2016 é divulgado; uma questão é anulada Enem de dezembro ocorreu devido às ocupações de locais de prova por movimentos estudantis. Inep divulgou respostas oficiais nesta quarta (7); nota final sai em janeiro.

O gabarito oficial da segunda aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi divulgado nesta quarta-feira (7), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Uma das questões da prova de ciências da natureza foi anulada, na prova de sábado, dia 3 de dezembro: é a 52 na prova amarela, 88 na rosa, 60 na azul e 58 na branca.

A pergunta pedia que o candidato analisasse quatro gráficos. De acordo com o Inep, embora não haja incorreções nos dados, "as escalas apresentadas podem ter dificultado a visualização dos pontos relativos à concentração de gases e assim, a partir de um cálculo mais sofisticado, permitido uma segunda interpretação por alguns participantes". Segundo o órgão, a pergunta não será considerada no cálculo das proficiências. "Como a prova do Enem é baseada na Teoria de Resposta ao Item (TRI), a anulação não tem impacto no resultado final", afirma o comunicado do Inep. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/enem/2016/noticia/gabarito-da-segunda-aplicacao-do-enem-2016-e-divulgado.ghtml. Acesso em 10 Dez 2016.

Em português, frequentemente, o mesmo fonema (som) pode ser representado de maneiras diferentes na escrita. Por exemplo, o fonema /z/ pode ser representado pelas letras x, z e s, como ocorre nas palavras “exame”, “natureza” e “rosa”, respectivamente. A possibilidade de se registrar graficamente o mesmo fonema empregando-se diferentes letras ou dígrafos pode gerar dúvidas que, às vezes, resultam em erros de ortografia. Considerando a ortografia, analise as frases a seguir e assinale a alternativa CORRETA. a) A limpesa dos tanques consome dezenas de litros de

detergente. b) Se ela soube-se a data da viajem, poderia antecipar

o envio da bagajem. c) Após duas semanas de paralização, os petroleiros

retomaram o projeto. d) A visualização da trajetória do projétil só seria

possível à noite. e) Não sei por que você não desisti logo e exclue seu

primo da equipe.

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A LENDA DA MANDIOCA (LENDA DOS ÍNDIOS TUPI)

Nasceu uma indiazinha linda, e a mãe e o pai tupis espantaram-se:

– Como é 7branquinha 1esta criança! E era mesmo. Perto dos outros curumins da taba,

parecia um raiozinho de lua. Chamaram-na Mani. Mani era 2linda, 8silenciosa e 3quieta. Comia 4pouco e pouco bebia. Os pais preocupavam-se.

– Vá brincar, Mani, dizia o pai. – Coma um 5pouco mais, dizia a mãe. Mas a menina continuava quieta, cheia de sonhos na

cabecinha. Mani parecia esconder um mistério. Uma bela manhã, não se levantou da rede. O pajé foi chamado. Deu ervas e bebidas a menina. Mas não atinava com o que tinha Mani. Toda a tribo andava triste. Mas, deitada em sua rede, Mani sorria, sem doença e sem dor.

E sorrindo, Mani morreu. Os pais a enterraram dentro da própria oca. E regavam sua cova todos os dias, como era costume entre os índios Tupis. Regavam com lágrimas de saudade. Um dia perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa.

– Que planta será esta? Perguntaram, admirados. Ninguém a conhecia.

– É melhor deixá-la crescer, resolveram os índios. E continuaram a regar o 9brotinho mimoso. A planta

desconhecida crescia depressa. 6Poucas luas se passaram, e ela estava altinha, com um caule forte, que até fazia a terra se rachar em torno.

– A terra parece fendida, comentou a mãe de Mani. – Vamos cavar? E foi o que fizeram. Cavaram pouco e, à flor da terra,

viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos curumins, nome que dão aos meninos índios. Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa branquinha, quase da cor de Mani. Da oca de terra de Mani surgia uma nova planta!

– Vamos chamá-la 10Mani-oca, resolveram os índios. – E, para não deixar que se perca, vamos transformar

a planta em alimento! Assim fizeram! Depois, fincando outros ramos no

chão, fizeram a primeira plantação de mandioca. Até hoje entre os índios do Norte e Centro do Brasil é este um alimento muito importante.

E, em todo Brasil, quem não gosta da plantinha misteriosa que surgiu na casa de Mani? Fonte: GIACOMO, Maria T. C. de. Lendas brasileiras, n. 7, 2. ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1977. (adaptado)

Considerando princípios ortográficos, fonológicos e morfológicos da língua portuguesa, considere as afirmativas a seguir.

I. Se inserido acento na sílaba final de “esta” (ref. 1), altera-se a tonicidade, mas mantém-se inalterada a classe de palavra.

II. Em “linda” (ref. 2), assim como em “quieta” (ref. 3), verifica-se ocorrência de um fonema representado por duas letras.

III. Diferentemente de “pouco” (refs. 4 e 5), a palavra “Poucas” (ref. 6), flexiona-se para concordar com o nome que a acompanha.

Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas II. c) apenas I e III. d) apenas II e III. e) I, II e III.

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer. Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se a) na fonologia. b) no uso do léxico. c) no grau de formalidade. d) na organização sintática. e) na estruturação morfológica.

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NINGUÉM

A rua estava fria. Era sábado ao anoitecer mas eu estava chegando e não saindo. Passei no bar e comprei um maço de cigarros. Vinte cigarros. Eram os vinte amigos que iam passar a noite comigo.

A porta se fechou como uma despedida para a rua, mas a porta sempre se fechava assim. Ela se fechou com um som abafado e rouco. Mas era sempre assim que ela se fechava. Um som que parecia o adeus de um condenado. Mas a porta simplesmente se fechara e ela sempre se fechava assim. Todos os dias ela se fechava assim.

Acender o fogo,esquentar o arroz, fritar um ovo. A gordura estala e espirra ferindo minhas mãos. A comida estava boa. Estava realmente boa, embora tenha ficado quase a metade no prato. Havia uma casquinha de ovo e pensei em pedir-me desculpas por isso. Sorri com esse pensamento. Acho que sorri. Devo ter sorrido. Era só uma casquinha.

Busquei no silêncio da copa algum inseto mas eles já haviam todos adormecido para a manhã de domingo. Então eu falei em voz alta. Precisava ouvir alguma coisa e falei em voz alta. Foi só uma frase banal. Se houvesse alguém perto diria que eu estava ficando doido. Eu sorriria. Mas não havia ninguém. Eu podia dizer o que quisesse. Não havia ninguém para me ouvir. Eu podia rolar no chão, ficar nu, arrancar os cabelos, gemer, chorar, soluçar, perder a fala, não havia ninguém para me ver.

Ninguém para me ouvir. Não havia ninguém. Eu podia até morrer.

De manhã o padeiro me perguntou se estava tudo bom. Eu sorri e disse que estava. Na rua o vizinho me perguntou se estava tudo certo. Eu disse que sim e sorri.

Também meu patrão me perguntou e eu sorrindo disse que sim. Veio a tarde e meu primo me perguntou se estava tudo em paz e eu sorri dizendo que estava. Depois uma conhecida me perguntou se estava tudo azul e eu sorri e disse que sim, estava, tudo azul. VILELA, Luiz. Tremor de terra. São Paulo: Ática, 1977. p.93. Assinale a alternativa correta. a) Em “..., arrancar os cabelos, ... a palavra em negrito

é formada por oito letras e oito fonemas. b) Infere-se do texto que o narrador-personagem

sentia um grande prazer em ficar sozinho. c) No texto, 50 parágrafo “.... estava tudo bom” e

“...estava, tudo azul.” expressam significados diferentes.

d) Em “Precisava ouvir alguma coisa ...”, o elemento grifado e em negrito indica variação de gênero e número, portanto trata-se de uma desinência nominal.

e) “Acender o fogo, esquentar o arroz, fritar um ovo.” é um período composto por coordenação.

A ROSA DE HIROSHIMA Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida inválida A rosa com cirrose A antirrosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada Fonte: MORAIS, Vinícius de. Poesia completa e prosa. 2ª ed. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1981, p. 265.

Considerando a linguagem utilizada no texto, assinale a alternativa CORRETA. a) Há, no poema, apenas três verbos que indicam ação:

pensem, alteradas e esqueçam. b) Os vocábulos telepáticas, cálidas, estúpida, inválida e

atômica recebem acento gráfico com base na mesma regra.

c) O vocábulo hereditária possui seis sílabas e pode ser assim dividido: he-re-di-tári-a.

d) A falta de sinais de pontuação ao longo do poema, além de prejudicar a compreensão do texto, revela certo desconhecimento com relação à norma padrão.

e) Nos versos “Pensem nas feridas/como rosas cálidas”, o poeta expressa uma condição para que as rosas não sejam esquecidas.

Num dos festivais da música popular brasileira, a canção “Disparada”, de Geraldo Vandré, obteve grande repercussão e fez história. Entre seus versos estão estes: (...) gado a gente marca, tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente. Se você não concordar não posso me desculpar, não canto pra enganar, vou pegar minha viola, vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar,

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São versos que, nos anos subsequentes a 1964, a) assinalam uma atitude de protesto e de

engajamento político da arte popular. b) propõem a evasão como reação às intransigências

do regime político. c) inauguram uma nova fase da pesquisa folclórica no

cancioneiro popular. d) constituem um chamado ao bucolismo e à

simplicidade da vida rural. e) convocam o ouvinte a trilhar o caminho do

liberalismo econômico.

Examine esta propaganda.

Por ser empregado tanto na linguagem formal quanto na linguagem informal, o termo “legal” pode ser lido, no contexto da propaganda, respectivamente, nos seguintes sentidos: a) lícito e bom. b) aceito e regulado. c) requintado e excepcional. d) viável e interessante. e) jurídico e autorizado.

EXAUSTO Eu quero uma licença de dormir, perdão pra descansar horas a fio, sem ao menos sonhar a leve palha de um pequeno sonho. Quero o que antes da vida foi o sono profundo das espécies, a graça de um estado. Semente. Muito mais que raízes. PRADO, Adélia. Exausto. Disponível em <http://byluleoa-tecendopalavras.blogspot.com.br/>. Acesso em 31/07/17.

O vocábulo raízes (verso 9) se contrapõe a a) semente. b) palha de um pequeno sonho. c) horas a fio. d) licença. e) perdão.

Um conto de palavras que valessem mais por sua modulação que por seu significado. Um conto abstrato e concreto como uma composição tocada por um grupo instrumental; límpido e obscuro, espiral azul num campo de narcisos defronte a uma torre a descortinar um lago assombrado em que o atirar uma pedra espraia a água em lentos círculos sob os quais nada um peixe turvo que é visto por ninguém e no entanto existe como algas do oceano. Um conto-rastro de uma lesma também evento do universo qual a luz de um quasar a bilhões de anos-luz; um conto em que os vocábulos são como notas indeterminadas numa pauta; que é como bater suave e espaçado de um sino propagando-se nos corredores de um mosteiro [...]. Um conto noturno com a fulguração de um sonho que, quanto mais se quer, mais se perde; é preciso resistir à tentação das proparoxítonas e do sentido, a vida é uma peça pregada cujo maior mistério é o nada. SANT’ANNA, S. Um conto abstrato. In: O voo da madrugada. São Paulo: Cia. das Letras, 2003.

Utilizando o recurso da metalinguagem, o narrador busca definir o gênero conto pelo procedimento estético que estabelece uma a) confluência de cores, destacando a importância do

espaço. b) composição de sons, valorizando a construção

musical do texto.

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c) percepção de sombras, endossando o caráter obscuro da escrita.

d) cadeia de imagens, enfatizando a ideia de sobreposição de sentidos.

e) hierarquia de palavras, fortalecendo o valor unívoco dos significados.

O comportamento do público, em geral, parece indicar o seguinte: o texto da peça de teatro não basta em si mesmo, não é uma obra de arte completa, pois ele só se realiza plenamente quando levado ao palco. Para quem pensa assim, ler um texto dramático equivale a comer a massa do bolo antes de ele ir para o forno. Mas ele só fica pronto mesmo depois que os atores deram vida àquelas emoções; que cenógrafos compuseram os espações, refletindo externamente os conflitos internos dos envolvidos; que os figurinistas vestiram os corpos sofredores em movimento. LACERDA, R. Leitores. Metáfora, n. 7, abr. 2012.

Em um texto argumentativo, podem-se encontrar diferentes estratégias para guiar o leitor por um raciocínio e chegar a determinada conclusão. Para defender sua ideia a favor da incompletude do texto dramático fora do palco, o autor usa como estratégia argumentativa a a) comoção. b) analogia. c) identificação. d) contextualização. e) enumeração.

Entre as afirmativas abaixo, atribuídas a jogadores de futebol de diversas épocas, apenas uma apresenta deslize da norma padrão diferente da inadequação vocabular comum às demais. Identifique-a. a) Na Bahia, é todo mundo muito simpático. É um povo

muito hospitalar. b) Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe. c) Tanto na minha vida futebolística quanto com a

minha vida de ser humano. d) O meu clube estava à beira do precipício, mas tomou

a decisão correta, deu um passo à frente. e) O Sócrates é invendável, inegociável e imprestável.

Leia: I. “As derrotas e as frustrações são amargas”. II. “O rio tinha entrado em agonia, após tantos meses

sem chuva”. III. “As crianças cresceram, no devagar depressa do

tempo”. IV. “Maria Joaquina completava quinze primaveras”.

As figuras de linguagem encontradas nos textos acima são, respectivamente,

a) metáfora, metonímia, paradoxo e prosopopeia. b) antítese, prosopopeia, metáfora e metonímia. c) metonímia, metáfora, prosopopeia e antítese. d) metáfora, prosopopeia, paradoxo e metonímia.

A onda a onda anda aonde anda a onda? a onda ainda ainda onda ainda anda aonde? aonde? a onda a onda

BANDEIRA, Manoel. A onda. A Estrela da Tarde, 1960. Disponível em: <https://pensador.uol.com.br>. Acesso em: 16 ago. 2016.

Objetivando imitar o movimento da onda, por meio de uma fluidez sonora, Manoel Bandeira utiliza-se de um recurso estilístico denominado

a) pleonasmo poético, enfatizando, a partir da

redundância, a potência do fluxo fluvial ou marinho que se move no ambiente aquático.

b) assonância, valendo-se da repetição da mesma vogal tônica com a intenção de provocar um efeito de estilo associado à força das ondas.

c) eco, por meio da seleção de termos com terminação idêntica, para sugerir um percurso impreciso do volume de água que segue seu destino.

d) onomatopeia, mediante o uso de vocábulos, procurando imitar o rumor produzido pelo deslocamento da massa líquida de inestimável valor para a continuidade da vida na Terra.

e) paronomásia, na medida em que, buscando sugerir o movimento recorrente da vaga, traz um jogo de palavras que se assemelham na pronúncia, mas são diferentes do ponto de vista semântico, em função de um efeito poético.

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Parágrafo do Editorial “Nossas crianças, hoje”. “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos na pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da infância mais pobre. Nosso Estado e nossa região padece de índices vergonhosos no tocante à mortalidade infantil, à educação básica e tantos outros indicadores terríveis.” (Gazeta de Alagoas, seção Opinião, 12.10.2010)

Em que alternativa a seguir, a conjunção “enquanto” apresenta o mesmo sentido expresso no parágrafo? a) “Enquanto era jovem, viveu intensamente.” b) “Dorme enquanto eu velo...” (Fernando Pessoa) c) “João enriquece, enquanto o irmão cai na miséria.” d) “A gramática é o estudo da língua enquanto

sistema...” (Sílvio Elia) e) “Eu trabalhava enquanto ele dormia a sono solto.”

COMO PREVENIR A VIOLÊNCIA DOS ADOLESCENTES

“(...) Quando deparo com as notícias sobre crimes hediondos envolvendo adolescentes, como o ocorrido com Felipe Silva Caffé e Liana Friedenbach, fico profundamente triste e constrangida. Esse caso é consequência da baixa valorização da prevenção primária da violência por meio das estratégias cientificamente comprovadas, facilmente replicáveis e definitivamente muito mais baratas do que a recuperação de crianças e adolescentes que comentem atos infracionais graves contra a vida.

Talvez seja porque a maioria da população não se deu conta e os que estão no poder nos três níveis não estejam conscientes de seu papel histórico e de sua responsabilidade legal de cuidar do que tem de mais importante à nação: as crianças e os adolescentes, que são o futuro do país e do mundo.

A construção da paz e a prevenção da violência dependem de como promovemos o desenvolvimento físico, social, mental, espiritual e cognitivo das nossas crianças e adolescentes, dentro do seu contexto familiar e comunitário. Trata-se, portanto, de uma ação intersetorial, realizada de maneira sincronizada em cada comunidade, com a participação das famílias, mesmo que estejam incompletas ou desestruturadas (...)”

“(...) Em relação às crianças e adolescentes que cometeram infrações leves ou moderadas – que deveriam ser mais bem expressas – seu tratamento para a cidadania deveria ser feito com instrumentos bem elaborados e colocados em prática, na família ou

próxima dela, com acompanhamento multiprofissional, desobstruindo as penitenciárias, verdadeiras universidades do crime. (...)”

“(...) A prevenção primária da violência inicia-se com a construção de um tecido social saudável e promissor, que começa antes do nascer, com um bom pré-natal, parto de qualidade, aleitamento materno exclusivo até seis meses e o complemento até mais de um ano, vacinação, vigilância nutricional, educação infantil, principalmente propiciando o desenvolvimento e o respeito à fala da criança, o canto, a oração, o brincar, o andar, o jogar; uma educação para a paz e a nãoviolência.

A pastoral da criança, que em 2003 completa 20 anos, forma redes de ação para multiplicar o saber e a solidariedade junto às famílias pobres do país, por meio de mais de 230 mil voluntários, e acompanhou no terceiro trimestre deste ano cerca de 1,7 milhão de crianças menores de seis anos e 80 mil gestantes, de mais de 1,2 milhão de famílias, que moram em 34.784 comunidades de 3.696 municípios do país.

O Brasil é o país que mais reduziu a mortalidade infantil nos últimos dez anos; isso, sem dúvida, é resultado da organização e universalização dos serviços de saúde pública, da melhoria da atenção primária, com todas as limitações que o SUS possa ainda possuir, da descentralização e municipalização dos recursos e dos serviços de saúde. A intensa luta contra a mortalidade infantil, a desnutrição e a violência intrafamiliar contou com a contribuição dessa enorme rede de solidariedade da Pastoral da Criança. (...)”

“(...) A segunda área da maior importância nessa prevenção primária da violência envolvendo crianças e adolescentes é a educação, a começar pelas creches, escolas infantis e de educação fundamental e de nível médio, que devem valorizar o desenvolvimento do raciocínio e a matemática, a música, a arte, o esporte e a prática da solidariedade humana.

As escolas nas comunidades mais pobres deveriam ter dois turnos, para darem conta da educação integral das crianças e dos adolescentes; deveriam dispor de equipes multiprofissionais atualizadas e capacitadas a avaliar periodicamente os alunos. Urgente é incorporar os ministérios do Esporte e da Cultura às iniciativas da educação, com atividades em larga escala e simples, baratas, facilmente replicáveis e adaptáveis em todo o território nacional. (...)”

“(...) Com relação à idade mínima para a maioridade penal, deve permanecer em 18 anos, prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e conforme orientações da ONU. Mas o tempo máximo de três anos de reclusão em regime fechado, quando a criança ou o adolescente comete crime hediondo, mesmo em locais apropriados e com tratamento multiprofissional, que urgentemente precisam ser disponibilizados, deve ser revisto. Três anos, em muitos casos, podem ser absolutamente insuficientes para tratar e preparar os adolescentes com graves distúrbios para a convivência cidadã. (...)”

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8 | P á g i n a Acredite na sua aprovação, pois acreditamos em você!

Zilda Arns Neumann, 69, médica pediatra e sanitarista; foi fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança. (Folha de S Paulo, 26/11/2003.)

Na frase: “A intensa luta contra a mortalidade infantil...” (7º parágrafo), em relação às palavras que a constituem, temos presente, respectivamente, as seguintes classes ou categorias gramaticais: a) artigo, substantivo, substantivo, verbo, artigo,

substantivo, adjetivo. b) artigo, adjetivo, substantivo, preposição, artigo,

substantivo, adjetivo. c) pronome, adjetivo, substantivo, verbo, artigo,

substantivo, adjetivo. d) artigo, substantivo, verbo, preposição, artigo,

substantivo, adjetivo. e) pronome pessoal oblíquo, adjetivo, substantivo.

6Viajam de bonde silenciosamente. Devia ser quase

uma hora, 1pois o veículo já se enchia do público especial dos domingos.

2Eram meninas do povo envolvidas nos seus vestidos empoados com suas fitinhas cor-de-rosa ao cabelo e o leque indispensável; eram as baratas casemiras claras dos ternos, [...] eram as velhas mães, prematuramente envelhecidas com a maternidade frequente, 7a acompanhar a escadinha dos filhos, ao lado dos maiores, ainda moços, que fumavam os mais compactos charutos do mercado — era dessa gente que se enchia o bonde e se via pelas calçadas em direção aos jardins, aos teatros em matiné, aos arrabaldes e às praias.

3Era enfim o povo, o povo variegado da minha terra. 4As napolitanas baixas com seus vestidos de roda e suas africanas, as portuguesas coradas e fortes, caboclas, mulatas e pretas — era tudo sim preto, às vezes todos exemplares em bando, às vezes separados, 8que a viagem de bonde me deu a ver.

E muito me fez meditar o seu semblante alegre, a sua força prolífica, atestada pela cauda de filhos que arrastavam, a sua despreocupação nas anemias que havia, em nada significando a preocupação de seu verdadeiro estado — 5e tudo isso muito me obrigou a pensar sobre o destino daquela gente. BARRETO, Lima. O domingo. Contos completos de Lima Barreto. Organização e introdução de Lília Moritz Schwarcz. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 589.

No texto, faz-se presente a adjetivação, que é um traço avaliativo do narrador, mas que está ausente no fragmento transcrito em

a) “pois o veículo já se enchia do público especial dos domingos.” (ref.1).

b) “Eram meninas do povo envolvidas nos seus vestidos empoados com suas fitinhas cor-de-rosa ao cabelo” (ref.2).

c) “Era enfim o povo, o povo variegado da minha terra.” (ref.3).

d) “As napolitanas baixas com seus vestidos de roda e suas africanas” (ref.4).

e) “e tudo isso muito me obrigou a pensar sobre o destino daquela gente.” (ref.5).

O AMERICAN IDOL ISLÂMICO

Quem não gosta do Big Brother diz que os reality shows são programas vazios, sem cultura. No mundo árabe, esse problema já foi resolvido: em The Millions’ Poet (“O Poeta dos Milhões”), líder de audiência no golfo pérsico, o prêmio vai para o melhor poeta. O programa, que é transmitido pela Abu Dhabi TV e tem 70 milhões de espectadores, é uma competição entre 48 poetas de 12 países árabes — em que o vencedor leva um prêmio de US$ 1,3 milhão.

Mas lá, como aqui, o reality gera controvérsia. O BBB teve a polêmica dos “coloridos” (grupo em que todos os participantes eram homossexuais). E Millions’ Poet detonou uma discussão sobre os direitos da mulher no mundo árabe. GARATTONI, B. O American Idol islâmico. SuperInteressante. Edição 278, maio 2010 (fragmento).

No trecho “Mas lá, como aqui, o reality gera controvérsia”, o termo destacado foi utilizado para estabelecer uma ligação com outro termo presente no texto, isto é, fazer referência ao a) vencedor, que é um poeta árabe. b) poeta, que mora na região da Arábia. c) mundo árabe, local em que há o programa. d) Brasil, lugar onde há o programa BBB. e) programa, que há no Brasil e na Arábia.

Analise os textos a seguir: Texto 1

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9 | P á g i n a Acredite na sua aprovação, pois acreditamos em você!

Texto 2

Assinale a alternativa correta. a) No texto 2, se o fabricante de margarina, para se

referir a peso, usasse a língua na sua norma culta, deveria escrever no rótulo: “quinhentos gramas”.

b) No texto 1, na expressão "amigos cachorros", a palavra "amigos" exerce a função de adjetivo.

c) Em "... colocaram quinhentas gramas na embalagem", o verbo "colocar" está conjugado no pretérito imperfeito do modo indicativo.

d) Em "Se você tem se decepcionado...", o primeiro "Se" e o segundo "se" são conjunções subordinativas condicionais.

e) Em "com tantas gramas", a palavra "gramas" é um numeral.

PRETO E BRANCO

Perdera o emprego, 5chegara a passar fome, sem que 6ninguém 2soubesse: por constrangimento, afastara-se da roda 7boêmia escritores, jornalistas, um sambista de cor que vinha a ser o seu mais velho que antes costumava frequentar companheiro de noitadas.

De repente, a salvação lhe apareceu na forma de um americano, que lhe 3oferecia um emprego numa agência. Agarrou-se com unhas e dentes à oportunidade, vale dizer, ao americano, para garantir na sua nova função uma relativa estabilidade.

E um belo dia vai seguindo com o chefe pela rua 10México, já distraído de seus passados tropeços, mas tropeçando obstinadamente no inglês com que se entendiam – quando vê do outro lado da rua um preto agitar a mão para ele.

Era o sambista seu amigo. Ocorreu-lhe desde logo que ao americano 4poderia

parecer estranha tal amizade, e mais ainda incompatível com a ética ianque a ser mantida nas funções que passara a exercer. Lembrou-se num átimo que o americano em geral tem uma coisa muito séria chamada preconceito racial e seu critério de julgamento da

capacidade funcional dos subordinados talvez se deixasse influir por essa odiosa deformação. Por via das dúvidas correspondeu ao cumprimento de seu amigo da maneira mais discreta que lhe foi possível, mas viu em pânico que ele atravessava a rua e vinha em sua direção, sorriso aberto e braços prontos para um abraço.

Pensou rapidamente em se esquivar – não dava tempo: o americano também se detivera, vendo o preto aproximar-se.

Era seu amigo, velho companheiro, um bom sujeito, dos melhores mesmo que já conhecera – acaso jamais chegara sequer a se lembrar que se tratava de um preto? Agora, com o gringo ali a seu lado, todo branco e sardento, é que percebia pela primeira vez: não podia ser mais preto. Sendo assim, tivesse paciência: mais tarde lhe explicava tudo, haveria de compreender. Passar fome era muito bonito nos romances de Knut Hamsun, lidos depois do jantar, e sem credores à porta. Não teve mais dúvidas: virou a cara quando o outro se 1aproximou e fingiu que não o via, que não era com ele.

E não era mesmo com ele. Porque antes de 9cumprimentá-lo, talvez ainda sem

8tê-lo visto, o sambista abriu os braços para acolher o americano – também seu amigo.

SABINO, Fernando. A mulher do vizinho. 7.ed. Rio de Janeiro: Record, 1962. p.163-4.

Assinale a afirmação correta a respeito dos verbos sublinhados no texto. a) Na ref. 1, o verbo aproximou está conjugado no

pretérito imperfeito do indicativo, para fazer referência a um acontecimento usual do passado.

b) Na ref. 2, o verbo soubesse está conjugado no pretérito perfeito do subjuntivo, para mostrar que se trata de uma condição hipotética, não real.

c) Na ref. 3,o verbo oferecia está conjugado no pretérito perfeito do indicativo, para fazer referência a uma ação que se repete várias vezes.

d) Na ref. 4, o verbo poderia está conjugado no pretérito imperfeito do indicativo, para fazer referência a um acontecimento futuro.

e) Na ref. 5, o verbo chegara está conjugado no pretérito-mais-que-perfeito do indicativo

O LABIRINTO DA INTERNET

Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos

Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo –

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sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...]

Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar.

Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante. (Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).

Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam”. Assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”. a) Aquele era um tempo onde as pessoas se

compreendiam melhor. b) Este é um povo onde a fé é inabalável e a alegria é

constante. c) Este é um homem onde fazer ciência é um dos

maiores objetivos. d) Onde quer que esteja, hão de se lembrar de você. e) Aquele é um pensamento onde é tudo muito

arriscado.

6Viajam de bonde silenciosamente. Devia ser quase uma hora, 1pois o veículo já se enchia do público especial dos domingos.

2Eram meninas do povo envolvidas nos seus vestidos empoados com suas fitinhas cor-de-rosa ao cabelo e o leque indispensável; eram as baratas casemiras claras dos ternos, [...] eram as velhas mães, prematuramente envelhecidas com a maternidade frequente, 7a acompanhar a escadinha dos filhos, ao lado dos maiores, ainda moços, que fumavam os mais compactos charutos do mercado — era dessa gente que se enchia o bonde e se via pelas calçadas em direção aos jardins, aos teatros em matiné, aos arrabaldes e às praias.

3Era enfim o povo, o povo variegado da minha terra. 4As napolitanas baixas com seus vestidos de roda e suas africanas, as portuguesas coradas e fortes, caboclas, mulatas e pretas — era tudo sim preto, às vezes todos exemplares em bando, às vezes separados, 8que a viagem de bonde me deu a ver.

E muito me fez meditar o seu semblante alegre, a sua força prolífica, atestada pela cauda de filhos que arrastavam, a sua despreocupação nas anemias que havia, em nada significando a preocupação de seu verdadeiro estado — 5e tudo isso muito me obrigou a pensar sobre o destino daquela gente. BARRETO, Lima. O domingo. Contos completos de Lima Barreto. Organização e introdução de Lília Moritz Schwarcz. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 589.

Sobre os elementos linguísticos do texto, está correto o que se afirma em a) A forma verbal “Viajam” (ref.6) refere-se a um sujeito

não explicitado na sequência textual. b) O termo em negrito, em “a acompanhar a escadinha

dos filhos” (ref.7), apresenta um valor quantitativo. c) A palavra enfim, em “Era enfim o povo” (ref.3),

constitui uma palavra denotativa de finalidade. d) As formas pronominais “seus” e “suas” (ref.2)

denotam posse de sujeitos distintos no contexto da frase.

e) O vocábulo em destaque, em “que a viagem de bonde me deu a ver” (ref.8), pode ser permutado por porque, preservando-se o mesmo sentido do contexto.

Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a.C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente. Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira.

Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. À noite, os soldados gregos, que estavam

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escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a invasão. Daí surgiu a expressão “presente de grego”.

DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Em “puseram-no”, a forma pronominal “no” refere-se: a) ao termo “rei grego”. b) ao antecedente “gregos”. c) ao antecedente distante “choque”. d) à expressão “muros fortificados”. e) aos termos “presente” e “cavalo de madeira”.

Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com Irene. — A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene! — comenta Sílvia, maravilhada diante dos canteiros de rosas e hortênsias. — Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o “dona” também — diz Irene, sorrindo. — Já é um custo aguentar a Vera me chamando de “tia” o tempo todo. Meu nome é Irene. Todas sorriem. Irene prossegue: — Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de fazê-los para a Eulália, que é quem cuida das flores. Eu sou um fracasso na jardinagem. BAGNO, M. A língua de Eulália: Novela Sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2003 (adaptado).

Na língua portuguesa, a escolha por “você” ou “senhor(a)” denota o grau de liberdade ou de respeito que deve haver entre os interlocutores. No diálogo apresentado acima, observa-se o emprego dessas formas. A personagem Sílvia emprega a forma “senhora” ao se referir à Irene. Na situação apresentada no texto, o emprego de “senhora” ao se referir à interlocutora ocorre porque Sílvia a) pensa que Irene é a jardineira da casa. b) acredita que Irene gosta de todos que a visitam. c) observa que Irene e Eulália são pessoas que vivem

em área rural. d) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua

família conhecer Irene. e) considera que Irene é uma pessoa mais velha, com a

qual não tem intimidade.

Considerando o emprego do acento grave indicativo de crase, assinale (V) para as frases que estão de acordo com a norma padrão escrita da língua e (F) para aquelas que não estão. ( ) Mesmo com muita chuva, Jean preferiu ir à pé.

( ) Às vezes, Ana recorria às recomendações da mãe. ( ) Sempre sai para o trabalho às sete horas. ( ) Guilherme foi à Itália, à Espanha e à Áustria. ( ) Raquel foi à cidade enquanto o marido foi à praia. Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA das respostas, de cima para baixo. a) F – V – V – V – V. b) V – V – F – V – F. c) F – V – F – V – V. d) V – F – F – F – F. e) F – F – V – V – V.

Preconceitos fazem parte de uma vida infeliz. É verdade que eles fazem parte da vida na qual há preconceitos de todo tipo, sempre desproporcionais em relação às diferenças, à singularidade. Uma vida que se autoquestiona eticamente é aquela que tenta entender e superar preconceitos. Em geral, nessa superação, encontramos com a novidade da singularidade. É ela, essa condição diferente e única própria de cada pessoa, que devemos respeitar universalmente. Em um aspecto profundo é o autoquestionamento ético que, ao nos ajudar a superar preconceitos, nos leva à felicidade. TIBURI, Márcia. Infelicidades contemporâneas. Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br>. Acesso em: ago. 2017.

Considerando-se os aspectos coesivos que mantêm a progressão temática do texto, é correto afirmar: a) O conectivo “que”, em “É verdade que eles fazem

parte da vida”, dá continuidade às ideias do texto, ao introduzir a oração que funciona como sujeito de “É verdade”.

b) O pronome pessoal “eles”, em “É verdade que eles fazem parte da vida”, faz uma referência catafórica ao termo “preconceitos de todo tipo”, prenunciando uma reflexão sobre um viés temático ainda não apresentado e tratado a seguir.

c) O relativo “[n]a qual”, em “fazem parte da vida na qual há preconceitos”, resgata a palavra “parte”, caracterizando-a a partir de um aspecto que lhe é inerente.

d) O demonstrativo “aquela”, em “Uma vida que se autoquestiona eticamente é aquela que tenta entender”, retoma a expressão “vida infeliz”, a fim de caracterizá-la como uma prática incessante de autoconhecimento.

e) O elemento coesivo pronominal “ela”, em “É ela, essa condição diferente e única própria de cada pessoa”, refere-se ao vocábulo “superação”, recuperando-o para ressaltar a única condição de uma existência feliz.

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ENVELHECER Arnaldo Antunes 1A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer Não quero morrer pois quero ver Como será que deve ser envelhecer Eu quero é viver pra ver qual é E dizer venha pra o que vai acontecer 2Eu quero que o tapete voe No meio da sala de estar 3Eu quero que a panela de pressão pressione E que a pia comece a pingar 4Eu quero que a sirene soe E me faça levantar do sofá 5Eu quero pôr Rita Pavone No ringtone do meu celular 6Eu quero estar no meio do ciclone Pra poder aproveitar E quando eu esquecer meu próprio nome Que me chamem de velho gagá 7Pois ser eternamente adolescente nada é mais démodé Com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não para de crescer Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr Disponível em https://www.vagalume.com.br/arnaldoantunes/envelhecer.html. Acesso: 22/9/17.

No enunciado “Eu quero que o tapete voe“ (referência 2), tem-se a) uma estrutura sintática e semântica semelhante à do

enunciado “Eu quero estar no meio do ciclone” (referência 6), o qual apresenta, na ordem, uma oração principal, outra subordinada substantiva reduzida, expressando a ideia de que, mesmo na velhice, é possível ainda querer realizar e aproveitar certas atividades.

b) uma estrutura sintática formada por uma primeira oração, chamada de principal, e por uma outra,

denominada de oração subordinada substantiva, que serve como sujeito da primeira, para ser transmitida a ideia sobre quem o enunciador está falando.

c) uma estrutura sintática formada por uma oração principal e por uma outra oração subordinada substantiva, a qual funciona como complemento direto da primeira oração, para o enunciador enfatizar o objeto do seu querer e, assim, mostrar sua vivacidade.

d) uma estrutura sintática diferente da dos enunciados “Eu quero que a panela de pressão pressione” (referência 3) e “Eu quero que a sirene soe” (referência 4), que apresentam uma oração principal seguida de uma oração subordinada objetiva direta, em que se mostra a possiblidade de o desejo do enunciador se realizar.

Assinale a alternativa correta quanto à classificação sintática das orações grifadas abaixo, respectivamente. — Acredita-se que a banana faz bem à saúde. — Ofereceram a viagem a quem venceu o concurso. — Impediram o fiscal de que recebesse a propina

combinada. — Os patrocinadores tinham a convicção de que os

lucros seriam compensadores. a) subjetiva – objetiva indireta – objetiva indireta –

completiva nominal b) subjetiva – objetiva indireta – completiva nominal –

completiva nominal c) adjetiva – completiva nominal – objetiva indireta –

objetiva indireta d) objetiva direta – objetiva indireta – objetiva indireta –

completiva nominal e) subjetiva - completiva nominal - objetiva indireta -

objetiva indireta

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Na criação do texto, o chargista lotti usa criativamente um intertexto: os traços reconstroem uma cena de Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os horrores e a destruição provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da Espanha. Na charge, publicada no período de carnaval, recebe destaque a figura do carro, elemento introduzido por lotti no intertexto. Além dessa figura, a linguagem verbal contribui para estabelecer um diálogo entre a obra de Picasso e a charge, ao explorar a) uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”,

esclarecendo-se o referente tanto do texto de Iotti quanto da obra de Picasso.

b) uma referência ao tempo presente, com o emprego da forma verbal “é”, evidenciando-se a atualidade do tema abordado tanto pelo pintor espanhol quanto pelo chargista brasileiro.

c) um termo pejorativo, “trânsito”, reforçando-se a imagem negativa de mundo caótico presente tanto em Guernica quanto na charge.

d) uma referência temporal, “sempre”, referindo-se à permanência de tragédias retratadas tanto em Guernica quanto na charge.

e) uma expressão polissêmica, “quadro dramático”, remetendo-se tanto à obra pictórica quanto ao contexto do trânsito brasileiro.

A(s) questão(ões) a seguir refere(m)-se ao trecho inicial do conto “A aranha”, do escritor e jornalista paulista Orígenes Lessa (1903-1986). − Quer assunto para um conto? – perguntou o Eneias, cercando-me no corredor. Sorri. − Não, obrigado. − Mas é assunto ótimo, verdadeiro, vivido, acontecido, interessantíssimo! − Não, não é preciso... Fica para outra vez... − Você está com pressa? − Muita! − Bem, de outra vez será. 1Dá um conto estupendo. E com esta vantagem: aconteceu... É só florear um pouco. 2− Está bem...Então...até logo...Tenho que apanhar o elevador... 3Quando me despedia, surge um terceiro. Prendendo-me à prosa. Desmoralizando-me a pressa. − Então, que há de novo? − Estávamos batendo papo... Eu estava cedendo, de graça, um assunto notável para um conto. Tão bom, que até comecei a esboçá-lo, 4há tempos. Mas conto não é gênero meu − continuou o Eneias, os olhos azuis transbordando de generosidade. 5− Sobre o quê? − perguntou o outro.

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Eu estava frio. Não havia remédio. Tinha que ouvir, mais uma vez, o assunto. − Um caso passado. Conheceu o Melo, que foi dono de uma grande torrefação aqui em São Paulo, e tinha uma ou várias fazendas pelo interior? Pergunta dirigida a mim. Era mais fácil concordar. (In: Omelete em Bombaim, 1946. Disponível em: www.academia.org.br)

Análise do trecho evidencia: a) nas falas − Não, não é preciso... Fica para outra vez... /

Está bem...Então...até logo..., o autor valeu-se das reticências como recurso para sugerir o acanhamento da personagem ao tentar recusar com evasivas a oferta de Eneias tão insistentemente renovada.

b) o intenso desejo de Enéias de ceder um assunto para um conto é a força que estabelece o embate entre ele e o provável escritor a quem oferece o caso real; a chegada de um terceiro é fato que equilibra o confronto, pois, naquele momento, não beneficia nem a Eneias, nem ao provável escritor.

c) o espaço em que se desenvolve a conversa relatada poderia ter sido oferecido ao leitor em trechos que interromperiam, momentaneamente, a narração das falas para desenhar o lugar ou lugares da ação; como isso não se dá, o leitor é livre para imaginar onde os interlocutores estariam situados.

d) o leitor tem acesso somente a poucas linhas descritivas, motivo pelo qual conhece apenas algumas características de uma única personagem, o fazendeiro Melo; nada sobre o perfil das duas outras é perceptível no excerto transcrito.

e) para dar maior expressividade ao texto, o autor valeu-se da formulação os olhos azuis transbordando de generosidade; ao construir essa figura, Lessa baseou-se na semelhança entre o que está em destaque e o termo que ele substitui.

Em relação ao Parnasianismo e ao Simbolismo, analise as proposições abaixo e assinale com V as Verdadeiras e com F as Falsas. ( ) O Parnasianismo é uma manifestação vigorosa-

mente antirromantismo, por isso a presença do culto extremo da forma.

( ) A origem do Parnasianismo é na Inglaterra, onde foi lançada, em 1866, uma coletânea chamada Parnasse Contemporain.

( ) Sobre os poetas simbolistas, percebe-se que, na França, em Portugal e no Brasil, suas características são muito parecidas e bem próximas dos poetas parnasianos.

( ) Os simbolistas preservaram a preocupação com a versificação dos parnasianos, mas, desejosos de

manter um clima de mistério e fluidez, optaram por ritmos musicais e insinuantes.

( ) Missal e Broquéis são as mais importantes obras de Alphonsus de Guimaraens, poeta que inicia o movimento simbolista no Brasil.

A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: a) V – V – V – F – V b) V – F – F – V – F c) F – F – V – F – V d) F – F – F – V – V e) V – V – V – V – F Para responder à(s) questão(ões), considere os textos 1, 2 e 3. Texto 1 O ÚLTIMO POEMA Manuel Bandeira Assim eu quereria o meu último poema. Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos A paixão dos suicidas que se matam sem explicação. Disponível em:<http://www.releituras.com/mbandeira_ultimo.asp>. Acesso em: 07 nov. 2016.

Texto 2 AMAR E SER AMADO Castro Alves Amar e ser amado! Com que anelo Com quanto ardor este adorado sonho Acalentei em meu delírio ardente Por essas doces noites de desvelo! Ser amado por ti, o teu alento A bafejar-me a abrasadora frente! Em teus olhos mirar meu pensamento, Sentir em mim tu’alma, ter só vida P’ra tão puro e celeste sentimento Ver nossas vidas quais dois mansos rios, Juntos, juntos perderem-se no oceano, Beijar teus lábios em delírio insano Nossas almas unidas, nosso alento, Confundido também, amante, amado Como um anjo feliz... que pensamento!? Disponível em: <https://pensador.uol.com.br/frase/ NTU2MTQw/>. Acesso em: 07 nov. 2016.

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Texto 3 LIVRE Cruz e Sousa Livre! Ser livre da matéria escrava, arrancar os grilhões que nos flagelam e livre penetrar nos Dons que selam a alma e lhe emprestam toda a etérea lava. Livre da humana, da terrestre bava dos corações daninhos que regelam, quando os nossos sentidos se rebelam contra a Infâmia bifronte que deprava. Livre! bem livre para andar mais puro, mais junto à Natureza e mais seguro do seu Amor, de todas as justiças. Livre! para sentir a Natureza, para gozar, na universal Grandeza, Fecundas e arcangélicas preguiças. Disponível em:<http:/www.poesiaspoemaseversos.com.br/cruz-e-sousa-poemas/>. Acesso em: 07 nov. 2016.

Sobre o(s) texto(s) é correto afirmar que: a) O texto 3 demonstra a temática presente nas poesias

românticas da segunda geração, ou seja, o desejo pela liberdade.

b) O texto 2 é um soneto que representa o valor métrico atribuído ao parnasianismo.

c) Os textos 1 e 3 demonstram a liberdade representada ora na escrita e ora no tema, algo representativo para o romantismo.

d) O texto 2 demonstra a preocupação do eu lírico com a questão da efemeridade da vida e a busca pelo prazer, algo representativo na primeira geração do romantismo.

e) O texto 1 demonstra a liberdade de expressão e criação poética, sem preocupação com a linguagem, característica presente nas produções literárias do modernismo.

Leia atentamente o trecho do poema “Antífona”, de Cruz e Sousa. Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas! Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras Formas do Amor, constelarmente puras, De Virgens e de Santas vaporosas...

Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas... Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume... Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume... (...) SOUSA, João da Cruz e. Poesias completas de Cruz e Sousa. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d., p.29.

A partir da interpretação dos versos apresentados, assinale a alternativa incorreta. a) Os versos de “Antífona” retomam a temática do vago

e impreciso, tão característica da poesia simbolista. b) A musicalidade, um traço importante na obra de

Cruz e Sousa, é resultado do uso constante de aliterações, como se observa nos versos apresentados acima.

c) Nota-se, no poema acima, a presença de versos brancos, um recurso bastante utilizado por Cruze Sousa.

d) Nos versos de “Antífona” é possível identificar a presença marcante do elemento branco, uma das principais características da obra de Cruz e Sousa.

e) Em alguns dos versos apresentados encontramos o uso de sinestesias, algo muito próprio da poesia de Cruz e Sousa.

Um elemento importante nos anos de 1820 e 1830 foi o desejo de autonomia literária, tornado mais vivo depois da Independência. (…) O Romantismo apareceu aos poucos como caminho favorável à expressão própria da nação recém-fundada, pois fornecia concepções e modelos que permitiam afirmar o particularismo, e portanto a identidade, em oposição à Metrópole (…). CANDIDO, Antonio. O Romantismo no Brasil. São Paulo: Humanitas, 2004, p. 19.

Tendo em vista o movimento literário mencionado no trecho acima, e seu alcance na história do período, é correto afirmar que a) o nacionalismo foi impulsionado na literatura com a

vinda da família real, em 1808, quando houve a introdução da imprensa no Rio de Janeiro e os primeiros livros circularam no país.

b) o indianismo ocupou um lugar de destaque na afirmação das identidades locais, expressando um viés decadentista e cético quanto à civilização nos trópicos.

c) os autores românticos foram importantes no período por produzirem uma literatura que expressava aspectos da natureza, da história e das sociedades locais.

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d) a população nativa foi considerada a mais original dentro do Romantismo e, graças à atuação dos literatos, os indígenas passaram a ter direitos políticos que eram vetados aos negros.

De fato, este romance constitui um dos poucos romances cômicos do romantismo nacional, afastando-se dos traços idealizantes que caracterizam boa parte das obras “sérias” dos autores de então. O modo pelo qual este romance pinta a sociedade, representado-a a partir de um ângulo abertamente cômico e satírico, também era relativamente novo nas letras brasileiras do século XIX. (Mamede Mustafa Jarouche. “Galhofa sem melancolia”, 2003. Adaptado.)

O comentário refere-se ao romance a) O cortiço, de Aluísio Azevedo. b) Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de

Assis. c) Memórias de um sargento de milícias, de Manuel

Antônio de Almeida. d) Iracema, de José de Alencar. e) Macunaíma, de Mário de Andrade.

Sobre o Romantismo no Brasil, marque a afirmação correta. a) A arte romântica pôs fim a uma tradição clássica de

três séculos e dá início a uma nova etapa na literatura, voltada aos assuntos contemporâneos - efervescência social e política, esperança e paixão, luta e revolução - e ao cotidiano do homem burguês.

b) O lema da bandeira brasileira "Ordem e Progresso" é nitidamente marcado pelos ideais românticos: parte da suposição de que é necessário ordem social para que haja o progresso da sociedade.

c) O romantismo era um movimento antimaterialista e antirracionalista, que usava símbolos, imagens, metáforas e sinestesias com a finalidade de exprimir o mundo interior, intuitivo e antilógico.

d) O movimento inspirou-se em uma lendária região da Grécia Antiga, dominada pelo deus Pan e habitada por pastores, que viviam de modo simples e espontâneo e se divertiam cantando, fazendo disputas poéticas e celebrando o amor e o prazer.

e) O estilo romântico registra o espírito contraditório de uma época que se divide entre as influências do Renascimento - o materialismo, o paganismo e o sensualismo - e da onda de religiosidade trazida sobretudo pela Contrarreforma.

CONSOADA Quando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), Talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: – Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar. BANDEIRA, Manuel. Consoada. Antologia Poética. Porto Alegre: L&PM, 2012. p. 133.

Sobre esses versos de Manuel Bandeira, está correto o que se afirma em a) Mostram uma dissociação entre a realidade concreta

e a presumível. b) Sintetizam o mascaramento da angústia como

solução diante do inevitável. c) Revelam a instabilidade do sujeito poético diante da

transitoriedade da vida. d) Tematizam, metafórica e eufemisticamente, a morte,

que é aceita, embora não desejável. e) Refletem a desilusão diante de um viver sem sentido,

devido ao mal sem cura que o acometeu.

Um espelhamento multiplicativo e fragmentário da vida moderna já está representado nos manifestos do modernismo de 22, nos quais Mário de Andrade e Oswald de Andrade defendiam, em linguagem recortada, pontos revolucionários de uma nova estética, de que é exemplo este fragmento do Manifesto Antropófago: a) Não me importa a beleza: quero distrair-me com

aventuras, duelos, viagens, odisseias, questões em que os bons triunfam e os malvados acabem por ser devidamente justiçados.

b) Sou pouco afeiçoado à natureza, que em mim se reduz quase que a uma paisagem moral, íntima, em dois ou três tons, só que latejante em todas as suas partículas.

c) Penso que a poesia deve propor não só um conhecimento mas ainda uma transfiguração da condição humana, elevando-nos a um plano espiritual cada vez mais alto.

d) Enfim, a poesia é revolucionária graças à sua essência cristã, essência cristã que sempre existiu mesmo nos verdadeiros poetas anteriores a Cristo.

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e) As migrações. A fuga dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Contra os Conservatórios e o tédio especulativo.

Dentre as vanguardas artísticas europeias que emergiram no entreguerras, destaca-se o

a) futurismo, movimento artístico e literário surgido na

Itália, marcado pela publicação do Manifesto Futurista de Filippo Marinetti, que anunciava uma nova ordem após a destruição massiva provocada pela guerra.

b) surrealismo, vanguarda que despontou na França, bastante influenciada pela psicanálise, que teve como um de seus principais expoentes André Breton e valorizava os impulsos do inconsciente ante a crise da racionalidade provocada pela guerra.

c) expressionismo, movimento artístico que aflorou na Alemanha, liderado por Pablo Picasso, voltado à denúncia realista do terrível quadro social provocado pela derrota desse país na guerra.

d) impressionismo, gênero pictórico que emergiu nos Países Baixos e na França, marcado pela subjetividade, pela melancolia e pela angústia suscitados nos indivíduos traumatizados pela guerra.

e) fauvismo, corrente artística cujo nome deriva de “fauve”, fera em francês, que tinha por objetivo retratar o mundo bárbaro, não civilizado, porém exótico e capaz de apresentar novos paradigmas de modernidade à Europa arrasada após a guerra.

Para responder à(s) questão(ões), considere o texto abaixo.

Passadas tantas décadas, estamos de novo preocupados com a modernidade de 22. Os fragmentos futuristas de Miramar e a rapsódia de Macunaíma são apontados sempre como altos modelos de vanguarda literária. Mas e o que veio depois? Nas melhores obras de autores como Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Dalton Trevisan, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, já se desfaz aquela mistura ideológica e datada de mitologia e tecnicismo que o movimento de 22 começou a propor e algumas vanguardas de 60 repetiram, até virarem em esquema e norma. Saber descobrir o sentido ora especular, ora resistente dessa literatura moderna sem modernismo é uma das tarefas prioritárias da crítica brasileira.

(Adaptado de: BOSI, Alfredo. “Moderno e modernista na literatura brasileira”. In: Céu, inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 126)

O movimento de 22 se inseriu em um contexto econômico de expansão da economia cafeeira que, durante os anos 1920, a) contou com uma política governamental de

valorização de seu preço no mercado internacional, em face dos interesses da oligarquia cafeeira.

b) sustentou-se às custas dos gastos públicos com a compra do excedente de produção, conforme resolução denominada Convênio de Taubaté, em 1926.

c) mostrou-se crescente até 1924, quando eclodiu uma revolução operária em São Paulo liderada pelos sindicatos de trabalhadores indignados com os privilégios da oligarquia cafeeira.

d) conheceu seu auge, uma vez que, durante essa década, o café atingiu seu máximo de produtividade no Vale do Paraíba, favorecida pela instalação da Estrada de Ferro Sorocabana.

e) manteve-se estável até 1929, data da quebra da bolsa de valores de Nova York, que arruinou as exportações de café e marcou o fim do prestígio político das oligarquias rurais no país.

Leia o texto a seguir. No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro: passou mais de seis anos não falando. Se o incitavam a falar, exclamava: – Ai que preguiça!... e não dizia mais nada. Quando era pra dormir trepava no macuru pequeninho sempre se esquecendo de mijar. Como a rede da mãe estava por debaixo do berço, o herói mijava quente na velha, espantando os mosquitos bem. Então adormecia sonhando palavras feias, imoralidades estrambólicas e dava patadas no ar. Adaptado de: ANDRADE, M. Macunaíma. Rio de Janeiro: Agir, 2008. p. 7. Enquanto produção cultural, o Modernismo procurava reconhecer as identidades que formavam o povo brasileiro. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a presença da temática indígena no movimento, tendo por modelo o romance de Mário de Andrade. a) A utilização da temática indígena configurava um

projeto nacional de busca dos valores nativos para a formação da identidade brasileira, na época.

b) Como herói indígena, Macunaíma difere das representações românticas, já que ele figura como um anti-herói, um personagem de ações valorosas, mas também vis.

c) Macunaíma se insere no racismo corrente no início do século XX, que via uma animalidade no indígena, considerado coisa, e não gente.

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d) O indígena foi considerado pelos modernistas como único representante da identidade brasileira, pois sua cultura era vista como pura e sem interferência de outros povos.

e) O trecho reafirma a característica histórico-antropológica do patriarcado brasileiro, que compreendia o indígena como um incivilizado puro e ingênuo.

TEXTO I

GOELDI, O.Sem título. Bico de Pena, 29,4 x 24 cm. Coleção Ary Ferreira Macedo, circa 1940

TEXTO II

Na sua produção, Goeldi buscou refletir seu caminho pessoal e político, sua melancolia e paixão sobre os intensos aspectos mais latentes em sua obra, como: cidades, peixes, urubus, caveiras, abandono, solidão, drama e medo. ZULIETTI, L. F. Goeldi: da melancolia ao inevitável. Revista de Arte, Mídia e Política. Acesso em: 24 abr. 2017 (adaptado).

O gravador Oswaldo Goeldi recebeu fortes influências de um movimento artístico europeu do início do século XX, que apresenta as características reveladas nos traços da obra de

a)

b)

c)

d)

e)

Leia atentamente o trecho de Macunaíma, de Mário de Andrade. No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia

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tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava: – Ai! que preguiça!... e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém. E também espertava quando a família ia tomar banho no rio, todos juntos e nus. Passava o tempo do banho dando mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa dos guaimuns diz-que habitando a água-doce por lá. No mucambo si alguma cunhatã se aproximava dele pra fazer festinha. Macunaíma punha a mão nas graças dela, cunhatã se afastava. Nos machos guspia na cara. Porém respeitava os velhos e frequentava com aplicação a murua a poracê o torê o bacorocô a cucuicogue, todas essas danças religiosas da tribo. (ANDRADE, Mano de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Belo Horizonte: Itatiaia, 1987. p. 9)

A partir da interpretação do trecho acima, assinale a alternativa correta.

a) Macunaíma é um típico herói idealizado do Romantismo.

b) Observa-se, no trecho acima, que o comportamento da personagem está em sintonia com o ambiente em que vive, sendo, por esse motivo, um romance típico do Naturalismo.

c) O trecho apresenta a inovação em termos de linguagem que caracteriza as obras literárias da primeira geração do Modernismo.

d) O texto apresenta as características que marcam o regionalismo crítico da prosa da segunda geração do Modernismo.

e) O aprofundamento psicológico da personagem permite afirmar que se trata de um romance da terceira geração do Modernismo brasileiro.

Na América Latina do século XX, em incontáveis momentos, a criação artística articulou-se com utopias ou perspectivas de transformação social. Em diferentes contextos, artistas usaram sua produção para corroborar determinados projetos políticos ou consentiram que suas criações fossem apropriadas e sustentadas por movimentos políticos, dentro ou fora do Estado. PRADO, Maria Ligia e PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014, p. 187-188.

O Modernismo de 22 compreendeu aspirações utópicas, não apenas ligadas ao desempenho artístico, mas a

ideais que poderiam nortear o futuro do país. Parte dessas aspirações utópicas, vazadas em tom crítico e irônico, encontra-se a) no prefácio Lede, de Gonçalves de Magalhães. b) na “binomia” poética com que se definiu Álvares de

Azevedo. c) no capítulo edificante e final de Os sertões, de

Euclides da Cunha. d) na novela A hora e vez de Augusto Matraga, de

Guimarães Rosa. e) no polêmico manifesto “Pau-Brasil”, de Oswald de

Andrade.

Os modernistas produziram manifestos e profissões de fé, fundaram revistas, formaram grupos, mesmo depois de estarem evidentes as diferenças dentro do grande grupo inicial. Os escritores de 30 não produziram um único manifesto estético. (...) Para entender essas diferenças pode ser útil voltar um pouco a algo apenas esboçado acima: aquela diferença entre as gerações formadas antes e depois da Primeira Guerra, articulada à dinâmica do funcionamento dos projetos de vanguarda. (...) O modernismo nasceu em São Paulo e não há quem deixe de apontar o quanto do desenvolvimento industrial da cidade alimentou a esperança de que a modernização do país, quando generalizada, poderia até mesmo tirar da marginalidade as massas miseráveis. BUENO, Luís. Uma história do Romance de 30. São Paulo: Edusp. Campinas: Editora da Unicamp, 2006, p. 66-67.

É trecho de um famoso manifesto estético do movimento modernista de 22: a) “Ressalvar, no campo das imagens poéticas, os

elementos que denotem nossa filiação do estilo ao simbolismo europeu.”

b) “Nós contestamos a veracidade desses portentos, porque não podemos sofrer o peso das armas com que virgens tímidas ousaram enfrentar estes inimigos.”

c) “Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil. Comovente. Rui Barbosa: uma cartola na Senegâmbia. Tudo revertendo em riqueza.”

d) “Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero.”

e) “Falo somente com o que falo: com as mesmas vinte palavras girando em redor do sol que as limpa do que não é faca.”

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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES DE 46 ATÉ 60

“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público, nem corpo político.” (Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.)

Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que: a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo,

defende a necessidade de o Estado francês substituir os impostos por contratos comerciais com os cidadãos.

b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao explicar o nascimento da sociedade pelo contrato social e pregar a soberania do povo.

c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a seu estado natural, para assim garantir a sobrevivência da sociedade.

d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência Americana, chegou a ser proibido e queimado em solo francês.

Cícero e os humanistas afirmavam que "nada é mais eficaz para defender e manter o poder do que ser amado e nada é mais danoso do que ser temido”. Um importante pensador moderno contrapôs: "Seria desejável ser uma coisa e outra (amado e temido), mas, como é quase impossível obter ambas as coisas ao mesmo tempo, é muito mais seguro ser temido que amado, quando se deve escolher uma dessas condições." Eugenio Garin. Dal Rinascimento all Illuminismo.

O importante pensador moderno mencionado no enunciado é: a) Thomas Hobbes;

b) Nicolau Maquiavel; c) Jean Bodin; d) Jacques Bossuet; e) John Locke.

José de Alencar retratou o seu herói goitacá em prosa, a exemplo do que o escocês Walter Scott havia feito com os cavaleiros medievais na célebre novela Ivanhoé. Para evocar um mítico passado nacional, na falta dos briosos cavaleiros medievais de Scott, o índio seria o modelo de que Alencar lançaria mão. (...) O índio entrara como tema na literatura universal por influência das ideias dos filósofos iluministas e especialmente, da obra de Jean-Jacques Rousseau (...). As teses de Rousseau sobre o “bom selvagem”, por sua vez, bebiam na fonte das narrativas de viajantes do século XVI, os primeiros europeus que haviam colocado os pés no chão americano. Foram esses viajantes os responsáveis pela propagação do juízo de que, do outro lado do oceano, existia um povo feliz, vivendo sem lei nem rei (...). (NETO, Lira. O inimigo do Rei. Uma biografia de José de Alencar. São Paulo: Globo, 2006. p. 166-167)

Para o filósofo iluminista francês a que o texto de Lira Neto se refere, a) o governo democrático deveria sempre representar a

maioria dos cidadãos, a qual opinaria sobre as questões sociais, enquanto os governantes deveriam consultar o povo sempre que necessário.

b) o universo é governado por leis físicas e não submetido a interferências de cunho divino, sendo a universalidade da razão o único caminho que levaria ao conhecimento do mundo de forma coerente.

c) os homens possuem a vida, a liberdade e a propriedade como direitos naturais e os governos teriam que respeitar esses direitos e, caso não o fizessem, caberia à sociedade civil o direito de rebelião.

d) o espírito humano é uma ‘tábua rasa’ e todo conhecimento se faz com a própria capacidade intelectual do homem de se desenvolver mediante sua atividade e de exercício do pensamento.

e) o Estado deveria garantir aos cidadãos a liberdade, por meio de uma divisão equilibrada dos poderes, quais sejam: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes.

Pode-se admitir que a experiência passada dá somente uma informação direta e segura sobre determinados objetos em determinados períodos do tempo, dos quais ela teve conhecimento. Todavia, é esta a principal

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questão sobre a qual gostaria de insistir: por que esta experiência tem de ser estendida a tempos futuros e a outros objetos que, pelo que sabemos, unicamente são similares em aparência. O pão que outrora comi alimentou-me, isto é, um corpo dotado de tais qualidades sensíveis estava, a este tempo, dotado de tais poderes desconhecidos. Mas, segue-se daí que este outro pão deve também alimentar-me como ocorreu na outra vez, e que qualidades sensíveis semelhantes devem sempre ser acompanhadas de poderes ocultos semelhantes? A consequência não parece de nenhum modo necessária. HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.

O problema descrito no texto tem como consequência a a) universabilidade do conjunto das proposições de

observação. b) normatividade das teorias científicas que se valem

da experiência. c) Dificuldade de se fundamentar as leis científicas em

bases empíricas. d) inviabilidade de se considerar a experiência na

construção da ciência. e) correspondência entre afirmações singulares e

afirmações universais.

Texto I Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Texto II Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa. LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994.

Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente

de John Locke, entende o estado de natureza como um(a) a) condição de guerra de todos contra todos, miséria

universal, insegurança e medo da morte violenta. b) organização pré-social e pré-política em que o

homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade.

c) capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil.

d) situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original.

e) estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociais e violenta a humanidade.

A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra. RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado).

O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como a) alienação ideológica. b) microfísica do poder. c) estado de natureza. d) contrato social. e) vontade geral.

A justiça e a conformidade ao contrato consistem em algo com que a maioria dos homens parece concordar. Constitui um princípio julgado estender-se até os esconderijos dos ladrões e às confederações dos maiores vilões; até os que se afastaram a tal ponto da própria humanidade conservam entre si a fé e as regras da justiça. LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado).

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De acordo com Locke, até a mais precária coletividade depende de uma noção de justiça, pois tal noção a) identifica indivíduos despreparados para a vida em

comum. b) contribui com a manutenção da ordem e do

equilíbrio social. c) estabelece um conjunto de regras para a formação

da sociedade. d) determina o que é certo ou errado num contexto de

interesses conflitantes. e) representa os interesses da coletividade, expressos

pela vontade da maioria.

Quanto seja louvável a um príncipe manter a fé, aparentar virtudes e viver com integridade, não com astúcia, todos o compreendem; contudo, observa-se, pela experiência, em nossos tempos, que houve príncipes que fizeram grandes coisas, mas em pouca conta tiveram a palavra dada, e souberam, pela astúcia, transtornar a cabeça dos homens, superando, enfim, os que foram leais (...). Um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir. (Nicolau Maquiavel, O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p. 73-85.)

A partir desse excerto da obra, publicada em 1513, é correto afirmar que: a) O jogo das aparências e a lógica da força são algumas

das principais artimanhas da política moderna explicitadas por Maquiavel.

b) A prudência, para ser vista como uma virtude, não depende dos resultados, mas de estar de acordo com os princípios da fé.

c) Os princípios e não os resultados é que definem o julgamento que as pessoas fazem do governante, por isso é louvável a integridade do príncipe.

d) A questão da manutenção do poder é o principal desafio ao príncipe e, por isso, ele não precisa cumprir a palavra dada, desde que autorizado pela Igreja.

A fotografia, datada de 1860, é um indício da cultura escravista no Brasil, ao expressar a a) ambiguidade do trabalho doméstico exercido pela

ama de leite, desenvolvendo uma relação de proximidade e subordinação em relação aos senhores.

b) integração dos escravos aos valores das classes médias, cultivando a família como pilar da sociedade imperial.

c) melhoria das condições de vida dos escravos observada pela roupa luxuosa, associando o trabalho doméstico a privilégios para os cativos.

d) esfera da vida privada, centralizando a figura feminina para afirmar o trabalho da mulher na educação letrada dos infantes.

e) distinção étnica entre senhores e escravos, demarcando a convivência entre estratos sociais como meio para superar a mestiçagem.

TEXTO I A Resolução nº 7 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) passou a disciplinar o exercício do nepotismo cruzado, isto é, a troca de parentes entre agentes para que tais parentes sejam contratados diretamente, sem concurso. Exemplificando: o desembargador A nomeia

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como assessor o filho do desembargador B que, em contrapartida, nomeia o filho deste como seu assessor. COSTA, W. S. Do nepotismo cruzado: características e pressupostos. Jusnavigandi, n. 950, 8 fev. 2006.

TEXTO II No Brasil, pode-se dizer que só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interesses. HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.

A administração pública no Brasil possui raízes históricas marcadas pela a) valorização do mérito individual. b) punição dos desvios de conduta. c) distinção entre o público e o privado. d) prevalência das vontades particulares. e) obediência a um ordenamento impessoal.

Canto dos lavradores de Goiás Tem fazenda e fazenda Que é grande perfeitamente Sobe serra desce serra Salta muita água corrente Sem lavoura e sem ninguém O dono mora ausente. Lá só tem caçambeiro Tira onda de valente Isso é que é grande barreira Que está em nossa frente Tem muita gente sem terra Tem muita terra sem gente. MARTINS, J. S. Cativeiro da terra. São Paulo: Ciências Humanas, 1979.

No canto registrado pela cultura popular, a caracte-rística do mundo rural brasileiro no século XX destacada é a a) atuação da bancada ruralista. b) expansão da fronteira agrícola. c) valorização da agricultura familiar. d) manutenção da concentração fundiária. e) implementação da modernização conservadora.

Participei de uma entrevista com o músico Renato Teixeira. Certa hora, alguém pediu para listar as diferenças entre a música sertaneja antiga e a atual. A resposta dele surpreendeu a todos: “Não há diferença

alguma. A música caipira sempre foi a mesma. É uma música que espelha a vida do homem no campo, e a música não mente. O que mudou não foi a música, mas a vida no campo”. Faz todo sentido: a música caipira de raiz exalava uma solidão, um certo distanciamento do país “moderno”. Exigir o mesmo de uma música feita hoje, num interior conectado, globalizado e rico como o que temos, é impossível. Para o bem ou para o mal, a música reflete seu próprio tempo. BARCINSKI. A. Mudou a música ou mudaram os caipiras? Folha de São Paulo, 4 jun. 2012 (adaptado).

A questão cultural indicada no texto ressalta o seguinte aspecto socioeconômico do atual campo brasileiro: a) Crescimento do sistema de produção extensiva. b) Expansão de atividades das novas ruralidades. c) Persistência de relações de trabalho compulsório. d) Contenção da política de subsídios agrícolas. e) Fortalecimento do modelo de organização

cooperativa.

Do outro lado do Atlântico, a coisa é bem diferente. A classe média europeia não está acostumada com a moleza. Toda pessoa normal que se preze esfria a barriga no tanque e a esquenta no fogão, caminha até a padaria para comprar o seu próprio pão e enche o tanque de gasolina com as próprias mãos. SETTI, A. Disponível em: http://colunas.revistaepoca.globo.com. Acesso em: 21 maio 2013 (fragmento).

A diferença entre os costumes assinalados no texto e os da classe média brasileira é consequência da ocorrência no Brasil de a) automação do trabalho nas fábricas, relacionada à

expansão tecnológica. b) ampliação da oferta de empregos, vinculada à

concessão de direitos sociais. c) abertura do mercado nacional, associada à

modernização conservadora. d) oferta de mão de obra barata, conjugada à herança

patriarcal. e) consolidação da estabilidade econômica, ligada à

industrialização acelerada.

Patrimonialismo é um modelo de administração, típico dos estados absolutistas europeus, e tinha como principal característica a não distinção entre o que era bem público e o que era bem privado. Em outras palavras, não havia distinção entre o que pertencia ao Estado e o que pertencia ao detentor do poder, no caso de Portugal, o rei Dom Manuel I. Se esse modelo

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estivesse vigorando, hoje, no Brasil, seria o mesmo que dizer que o presidente da república seria dono de todos os bens do Estado brasileiro: móveis, imóveis, utensílios, acessórios, enfim, tudo seria dele porque, no Estado Patrimonialista, prevalece a seguinte mentalidade: tudo o que pertence ao Estado pertence, também, ao detentor do poder. Disponível em: <http://www.politize.com.br/patrimonialismo-administracao-publica-brasil/>. Acesso em: set. 2017. Adaptado.

A sobrevivência de práticas patrimonialistas na administração pública brasileira pode ser observada no a) nepotismo — emprego, em cargos administrativos

das esferas federal, estadual ou municipal, de familiares de agentes públicos como extensão do poder pessoal desse agente empregador, sem passarem pelo crivo do concurso público.

b) patriarcalismo — controle do governo de um estado pelo patriarca mais graduado entre as famílias da elite econômica local.

c) clientelismo — uso do poder carismático de um agente público como forma de garantir o controle sobre projetos e programas urbanísticos de setores públicos.

d) municipalismo — expansão do poder das lideranças locais que gerenciam as rendas públicas em parceria com os sindicatos rurais.

e) federalismo — divisão geográfica e territorial do país, ficando cada unidade sob a liderança e controle de uma oligarquia partidária.

A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e a senzala. O que a monocultura latifundiária e escravocrata realizou no sentido de aristocratização, extremando a sociedade brasileira em senhores e escravos, com uma rala e insignificante lambujem de gente livre sanduichada entre os extremos antagônicos, foi em grande parte contrariado pelos efeitos sociais da miscigenação. FREYRE, G. Casa-grande & senzala. Rio de Janeiro: Record, 1999.

A temática discutida é muito presente na obra de Gilberto Freyre, e a explicação para essa recorrência está no empenho do autor em a) defender os aspectos positivos da mistura racial. b) buscar as causas históricas do atraso social. c) destacar a violência étnica da exploração colonial. d) valorizar a dinâmica inata da democracia política. e) descrever as debilidades fundamentais da

colonização portuguesa.

Há muitas comunidades quilombolas, formadas no passado por africanos e afro-brasileiros, que atualmente são habitadas por seus descendentes em diversas partes do Brasil. No Vale do Ribeira, no sul do estado de São Paulo, onde se localizam algumas dessas comunidades, está uma das áreas mais preservadas da Mata Atlântica. Nessa região, diversos moradores dos chamados “remanescentes de quilombos” se especializaram no manejo adequado do solo e dos recursos naturais, sendo que em algumas dessas comunidades se desenvolveu o cultivo de banana orgânica. Em relação a essas comunidades, é correto afirmar que a) sua existência se restringe à região do Vale do

Ribeira, onde esses povos indígenas se instalaram e se mantêm até hoje.

b) os africanos, no período da escravidão, podiam comprar livremente grandes porções de terra no país, criando assim fazendas chamadas de quilombos.

c) os africanos escravizados no Brasil eram reunidos em quilombos, de onde eram recrutados para o trabalho nas lavouras dos grandes proprietários de terras.

d) sua formação se deu no período da escravidão, quando africanos e afro-brasileiros, tanto fugitivos quanto libertos do regime de trabalho escravista, fundaram quilombos.

e) sua atividade agrícola causa sérios riscos à preservação do meio ambiente, uma vez que, como ocorre no Vale do Ribeira, não manejam de forma adequada o solo de seus latifúndios.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é composto por três indicadores: longevidade, educação e renda. No Brasil, o IDH-M cresceu 47,5% entre 1991 e 2010, conforme os mapas.

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Geograficamente, o desenvolvimento humano no Brasil apresenta mudanças decorrentes dos seguintes fatores principais: a) erradicação do analfabetismo – elevação do PIB b) desaceleração do desemprego – incremento da

industrialização c) decréscimo da natalidade – crescimento da

qualificação profissional d) diminuição da mortalidade infantil – aumento da

expectativa de vida

Considerando as atuais características demográficas da população indígena brasileira, assinale a alternativa correta. a) Ainda existem etnias indígenas isoladas no interior

da Amazônia, vivendo em grandes aldeias, com

predominância de idosos, e desenvolvendo roças para o autoconsumo.

b) A atual população indígena brasileira supera, em contingente e em etnias, os habitantes nativos encontrados no início da colonização no século XVI.

c) Enquanto a população indígena do centro-sul obteve crescimento demográfico, a população habitante da Amazônica apresentou forte redução de contingente.

d) Verifica-se a tendência de reversão da curva demográfica, tendo em vista o crescimento atual da população indígena no país, sendo que a maior parcela desse contingente vive em áreas rurais.

Analise o texto abaixo. “No Brasil a __________ e a __________, juntamente com a ação __________ em todo o território, explicam porque a maioria dos climas são ___________.” Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto. a) Latitude; altitude; das massas de ar; tropicais. b) Corrente do Golfo; latitude; das massas de ar;

equatoriais. c) Latitude; altura; das correntes marinhas; tropicais. d) Altitude; corrente das Malvinas; da latitude;

subtropicais. e) Latitude; altitude; da corrente de Humboldt;

quentes.

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Essas figuras demonstram que: a) a presença de carbono na atmosfera torna suportável a radiação solar. b) as atividades humanas contribuem para eliminar o carbono da natureza. c) há maior quantidade de carbono presente nos seres vivos que no húmus. d) o carbono retorna ao meio físico quando utilizado como fonte de energia. e) o dióxido de carbono atmosférico é indissolúvel na água da chuva.

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Analise o mapa e o texto que seguem.

Nas últimas décadas, o Brasil transformou-se em um dos maiores produtores e fornecedores de alimentos e fibras para o mundo. A retirada da cobertura vegetal natural está entre os fatores que evidenciam o aumento da produção e da participação do país no mercado mundial. A cultura da soja, por exemplo, é a principal responsável pela retirada da cobertura vegetal natural para uso agrícola. Em relação a esse contexto, o bioma identificado pelo número __________ corresponde __________, área mais afetada pela retirada de cobertura vegetal natural para a produção de soja. a) 1 - à caatinga b) 2 - aos campos c) 3 - à zona da mata d) 4 - ao cerrado e) 5 - ao pantanal

No Brasil, a criação de uma estrutura institucional para lidar com o tráfico internacional ilegal de drogas e com a lavagem de dinheiro é recente. A partir do final da década de 1990, o governo federal começou a estruturar os sistemas de controle sobre essas atividades, com base na ideia de que as operações ilícitas são problemas comuns dos estados nacionais e que só podem ser resolvidos de forma sistêmica. Adaptado de MACHADO Lia Osório. "Medidas institucionais para o controle do tráfico de drogas e da lavagem de dinheiro e seus efeitos geoestratégicos na região Amazônica brasileira". In Cadernos IPPUR, Vol. XXI, nº 1, 2007.

Sobre o controle de operações ilícitas no mundo e no Brasil, analise as afirmações a seguir.

I. As operações ilícitas não constituem um problema estritamente de segurança interna (sociedade civil, instituições, governo), mas também de segurança global.

II. O tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro são operações que se organizam sob a forma de redes transnacionais, ou seja, não respeitam limites interestatais.

III. A repressão às operações ilícitas só é possível mediante a colaboração internacional entre países, o que fortalece a concepção clássica de soberania do Estado.

Está correto o que se afirma em a) II, apenas. b) I e II, apenas. c) III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III apenas.

Atualmente a globalização está presente na vida de todos. Ela atua de modo marcante na ciência, na economia, na política, na urbanização etc. Em se tratando de economia, a globalização foi vital para a internacionalização do capitalismo financeiro, para o acesso a produtos e a culturas mundiais. Quando o assunto é urbanização, lá está presente a unificação de padrões de comportamento, também encontrados nas sociedades rurais graças aos avanços tecnológicos e de comunicação desenvolvidos e disponibilizados ao longo dos anos. Apesar de o Brasil se beneficiar com a globalização, também sofre com as desigualdades econômicas por ela proporcionadas. Marque a seguir a alternativa que, respectivamente, melhor demonstra um aspecto positivo e um aspecto negativo da globalização no Brasil. a) Integração do país ao mercado financeiro

internacional e o acesso imediato à informação pela rede de computadores.

b) Incentivo ao desenvolvimento industrial brasileiro e a geração em larga escala de emprego e renda.

c) Desvalorização da cultura regional e prosperidade econômica nacional.

d) Possibilidade de intercâmbio científico com outros países e a geração de desemprego em razão da baixa qualificação profissional e da concorrência desigual entre a indústria nacional brasileira e as multinacionais.

e) Baixo número de desempregados e elevado índice de analfabetismo no Nordeste do Brasil.

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“Muitos aterros não têm tratamento adequado para o chorume derramado, que se infiltra no solo e, provavelmente, chega aos lençóis freáticos. Além disso, muitos aterros sanitários das cidades, quando existentes, estão no limite da sua capacidade operacional e nem toda a coleta está sob o controle das autoridades públicas. Os depósitos clandestinos representam um problema muito sério nas metrópoles.” Adaptado de JACOBI, Pedro. Impactos socioambientais urbanos – do risco à busca de sustentabilidade. In: MENDONÇA, F. (org.). Impactos Socioambientais Urbanos. Curitiba: UFPR, 2004.

A falta de espaços apropriados para o despejo do lixo a) reeducou a população da maioria das cidades

brasileiras que, atualmente, separa o lixo reciclável do lixo orgânico e consome conscientemente, acabando com a necessidade de novos aterros.

b) tem, como principal agravante, a poluição visual, em especial nos bairros onde vivem as populações de mais alta renda, das grandes metrópoles brasileiras.

c) reflete a negligência de boa parte da população em saber se o lixo gerado recebe destino adequado, favorecendo, dessa forma, a contaminação das águas e do solo em muitas regiões do país.

d) é resultado da ausência de políticas públicas que determinem onde devem ser instalados novos aterros, o que independe da participação popular em todo o processo, pois os riscos de contaminação do solo são pequenos.

e) independe de campanhas que estimulem a redução do desperdício e a coleta seletiva.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados-ACNUR emitiu comunicado mundial que identifica algumas razões que motivam o êxodo de asiáticos e africanos para a Europa. Com base num trabalho contínuo de acompanhamento e avaliação, e também a partir dos resultados de discussões em grupo e do contato diário com refugiados na Jordânia, Líbano, Egito, Iraque e Síria, o ACNUR identificou os principais fatores que motivam os emigrantes a buscar refúgio fora da região, principalmente na Europa. Considerando o fluxo populacional apresentado no trecho acima, e as informações vinculadas pela mídia, é CORRETO afirmar que a) a maioria dos deslocados sírios que viajaram para o

Iraque possui um sentimento de segurança e confiança em relação ao seu país.

b) as pessoas dos grupos minoritários veem a migração como solução para a sua segurança física e socioeconômica.

c) o agravamento que os refugiados enfrentam no exílio permite que as crianças continuem seus estudos regulares nos países europeus.

d) o perigo do terrorismo islâmico e o assentamento demográfico no campo, salvo raras exceções, promoveram um período de grande agitação nas cidades.

Observe a figura:

Marque a resposta correta.

a) As regiões Norte e Nordeste registraram os menores volumes de consumo de sal do país.

b) A participação da indústria da alimentação no consumo de sódio foi maior no Sudeste, onde se localiza a maioria das indústrias desse setor.

c) A ingestão de sódio é mais alta nas regiões mais ricas do país, devido ao poder aquisitivo da população dessas regiões.

d) A responsabilidade da indústria no consumo de sal é heterogênea entre todas as regiões brasileiras.

e) O sal é um alimento importante para a saúde, mas de difícil acesso à dieta alimentar dos brasileiros.

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Analise o mapa de fusos horários do Brasil a seguir.

Supondo que um passageiro saia às 7h da manhã de Fernando de Noronha (PE) com destino a Campo Grande (MS) para uma reunião e sabendo-se que a viagem teve duração de 6 horas e 30 minutos, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o horário local em que o passageiro deve chegar a Campo Grande (MS). a) 05h30min b) 09h30min c) 10h30min d) 11h30min e) 13h30min

Na cidade de São Paulo, no inicio do século XX, a prática do futebol começa a se espalhar entre os trabalhadores. Nos finais de semana, era comum o encontro de pessoas para jogarem futebol, nas áreas de várzea. Daí, surge a expressão “futebol de várzea”, bem antes do esporte se tornar profissional. A área conhecida como várzea significa a) superfície elevada e irregular, com muitas

ondulações, entalhada por planaltos encaixados. b) área aplainada nas margens dos rios que passa por

alagamentos periódicos.

c) pequenas ruas de terra exposta, localizadas nas periferias das cidades.

d) topo plano de pequenas colinas, circundado por declives suaves.

e) grandes áreas descampadas encontradas no alto dos morros.

No Brasil, as paisagens rurais têm passado por intensos processos de criação e transformação. Uma caracte-rística das áreas rurais brasileiras está expressa em: a) A região sudeste, a mais industrializada, detém a

liderança na produção agrícola brasileira devido à forte mecanização e ao emprego de insumos importados.

b) Vários problemas climáticos têm interferido no crescimento das safras e, nos últimos anos, o agronegócio tem sido o setor com menor participação no PIB brasileiro.

c) Um dos fatores que regulam a agropecuária é o valor dos produtos em cada safra e muitos dos preços dos produtos são definidos fora do Brasil.

d) A expansão agropecuária nas terras férteis do nordeste ocidental gerou uma nova área de produção de bens para consumo interno destinados aos programas de Fome Zero.

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e) O recente crescimento da agropecuária no país levou a um novo equilíbrio na distribuição das terras agrícolas e à sensível redução de movimentos migratórios, como o êxodo rural.

O processo de modernização de alguns países subdesenvolvidos é marcado pela concentração de renda, propriedades e serviços, o que acarretou uma precariedade da moradia urbana para a maior parcela da população, sobretudo nas grandes cidades. Isso pode ser observado na imagem abaixo, que retrata a realidade contrastante entre os bairros de Paraisópolis (no primeiro plano) e Morumbi (no segundo plano), na cidade de São Paulo.

A imagem e o texto retratam um processo conhecido como a) especulação imobiliária. b) desmetropolização. c) conurbação. d) favelização. e) segregação espacial.

Convocada e reunida a Assembléia Constituinte de 1823, na fala do trono, D.Pedro disse esperar da Assembléia uma Constituição digna dele e do Brasil, ao que a Assembléia respondeu que confia que fará uma constituição digna da nação brasileira, de si e do Imperador, colocando propositadamente o imperador em ultimo lugar. Esta animosidade reflete a: a) Pressão dos movimentos populares sobre os

constituintes, cobrando o retorno social o pelo apoio político dado ao movimento de independência.

b) preocupação da Assembléia com a afirmação da soberania nacional e o limite dos poderes do imperador.

c) Ruptura do Imperador com o ministério da Conciliação composto majoritariamente por liberais.

d) debilidade da Monarquia abalada pela repercussão de graves incidentes políticos com a Igreja e com o Exército.

e) Insatisfação dos deputados com a inclusão do poder moderador contido na outorgada primeira constituição brasileira.

"A nação independente continuaria subordinada à economia colonial, passando do domínio português à tutela britânica. A fachada liberal construída pela elite europeizada ocultava a miséria e a escravidão da maioria dos habitantes do país."

(Emília V. da Costa) A interpretação correta do texto anterior sobre a independência brasileira seria: a) a nossa independência caracterizou-se pelo

processo revolucionário que rompeu socialmente com o passado colonial.

b) a preservação da ordem estabelecida, isto é, escravidão, latifúndio e privilégios políticos da elite, seria garantida pelo novo governo republicano.

c) a rápida transformação da economia foi comandada pela elite política e econômica interessada na superação da ordem colonial.

d) o espírito liberal de nossas elites não impediu que estas mantivessem as estruturas arcaicas da escravidão e do latifúndio, sendo a monarquia a garantia de tais privilégios.

e) o rompimento com a dependência inglesa foi inevitável, já que após a independência o governo passou a incentivar o mercado interno e a industrialização

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"Confederação do Equador: Manifesto Revolucionário Brasileiros do Norte! Pedro de Alcântara, filho de D. João VI, rei de Portugal, a quem vós, após uma estúpida condescendência com os Brasileiros do Sul, aclamastes vosso imperador, quer descaradamente escravizar-vos. Que desaforado atrevimento de um europeu no Brasil. Acaso pensará esse estrangeiro ingrato e sem costumes que tem algum direito à Coroa, por descender da casa de Bragança na Europa, de quem já somos independentes de fato e de direito? Não há delírio igual (... )." (Ulysses de Carvalho Brandão. A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR. Pernambuco: Publicações Oficiais, 1924).

O texto dos Confederados de 1824 revela um momento de insatisfação política contra a a) extinção do Poder Legislativo pela Constituição de

1824 e sua substituição pelo Poder Moderador. b) mudança do sistema eleitoral na Constituição de

1824, que vedava aos brasileiros o direito de se candidatar ao Parlamento, o que só era possível aos portugueses.

c) atitude absolutista de D. Pedro I, ao dissolver a Constituinte de 1823 e outorgar uma Constituição que conferia amplos poderes ao Imperador.

d) liberalização do sistema de mão-de-obra nas disposições constitucionais, por pressão do grupo português, que já não detinha o controle das grandes fazendas e da produção de açúcar.

e) restrição às vantagens do comércio do açúcar pelo reforço do monopólio português e aumento dos tributos contidos na Carta Constitucional.

Em 1904, o escritor Euclides da Cunha esteve em Belém e depois passou por Manaus e ficou impressionado.

“Nunca esquecerei a surpresa que me causou aquela cidade. Nunca São Paulo e Rio de Janeiro terão as suas avenidas monumentais, largas de 40 metros e sombreadas de filas sucessivas de árvores enormes.

Não se imagina no resto do Brasil o que é a cidade de Belém, com os seus edifícios desmesurados, as suas praças incomparáveis e com a sua gente de hábitos europeus, cavalheira e generosa. Foi a maior surpresa de toda a viagem”.

Euclides da Cunha está descrevendo as cidades de Belém e Manaus.

a) edificada pelo artista italiano Antônio José Landi na segunda metade do século XVIII e que no início do XX ainda se apresentava como uma cidade moderna.

b) urbanizadas em fins do século XIX e início do XX pelos intendentes Antônio Lemos e Eduardo Gonçalves Ribeiro, cujo seus governos se nortearam sob três pilares: higienização, estética e modernidade.

c) reconstruída pelos governos cabanos, visto que, entre seus planos governamentais estava a urbanização da velha cidade construída pelos portugueses no século XVII.

d) construída pelos governos que assumiram o poder após a adesão do Pará à independência, isto porque a cidade ficara destruída pelas lutas que a antecedera.

e) O vertiginoso crescimento demográfico, de 200.000 para 900.000 habitantes, em virtude da grande atração gerada pela oferta de empregos nas indústrias emergentes.

Conhecido como o século das Luzes ou do Iluminismo, o século XVIII foi marcado por um movimento do pensamento europeu (ocorrido mais especificamente na segunda metade do século XVIII) que abrangeu o pensamento filosófico e gerou uma grande revolução nas artes (principalmente na literatura), nas ciências, nos costumes, na teoria política e na doutrina jurídica. O Iluminismo também se distinguiu pela centralidade da ciência e da racionalidade crítica no questionamento filosófico. Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/15543/15543_3.pdf>. Acesso em: 12/09/2017.

Tomando como base o contexto abordado, podemos afirmar corretamente que a) o liberalismo econômico deu ênfase à economia

mercantilista, na qual o Estado seria responsável pela regulamentação de preços e mercados para evitar abusos que prejudicariam a população.

b) a Escola Fisiocrata sustentou a ideia de que existem leis naturais regendo a sociedade, mas que poderiam ser alteradas pelo bem da humanidade, e, além disso, defendeu que a indústria e o comércio seriam responsáveis pela riqueza de uma nação.

c) as ideias defendidas por John Locke, na obra O contrato social, afirmam que o soberano deve conduzir o Estado de forma democrática, de acordo com a vontade do povo.

d) o Despotismo Esclarecido, ligado à associação entre as ideias das luzes e o poder absolutista dos reis, foi aplicado com ênfase em todos os Estados europeus no início do século XVIII, resultando no nascimento de dezenas de monarquias parlamentaristas.

e) o Iluminismo combateu o mercantilismo, o tradicionalismo religioso herdado da Idade Média e a divisão da sociedade em estamentos.

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Com a formação dos Estados nacionais europeus, surgiu em vários países um sistema de governo centralizado denominado de “monarquia absoluta”. Sobre o caráter desse sistema de governo, diz o historiador Perry Anderson: “(...) De fato a monarquia absoluta no ocidente foi, portanto, sempre duplamente limitada: pela persistência de corpos políticos tradicionais colocados abaixo dela e pela presença de uma lei moral situada acima. Por outras palavras, a dominação do Absolutismo exerceu-se, no fim das contas, necessariamente nos limites da classe cujos interesses ele preservava.” ANDERSON, Perry. “Classes e Estados – problemas de periodização.” In: HESPANHA, António Manuel. Poder e instituições na Europa do Antigo Regime. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984, p. 133.

Considerando o texto, assinale a alternativa CORRETA. a) Na monarquia absolutista, o poder político era

igualmente dividido entre o monarca, a aristocracia e o clero, sendo que os plebeus ficavam completamente excluídos.

b) A formação das monarquias absolutistas corresponde ao crescimento de poder da classe burguesa, pois com os impostos vindos do crescimento do comércio e da navegação, o rei tornou-se dependente dessa classe.

c) Na monarquia absolutista, o poder real era exercido com certos limites, oferecidos pela aristocracia, classe que participava do poder político, e pela Igreja, que oferecia as bases morais para o sistema.

d) No momento da formação dos Estados nacionais europeus, o poder da Igreja cresceu, fazendo com que os reis precisassem se submeter ao poder papal.

e) No sistema de governo da monarquia absolutista, apesar da centralização política, o rei tinha sempre os seus poderes limitados por uma constituição, à qual deveria obedecer.

Encontram-se assinaladas no mapa, sobre as fronteiras dos países atuais, as rotas eurasianas de comércio a longa distância que, no início da Idade Moderna, cruzavam o Império Otomano, demarcado pelo quadro.

A respeito dessas rotas, das regiões que elas atravessavam e das relações de poder que elas envolviam, é correto afirmar que

a) a China, com baixo grau de desenvolvimento político e econômico, era exportadora de produtos primários para a Europa.

b) a Índia era uma economia fracamente vinculada ao comércio a longa distância, em vista da pouca demanda por seus produtos.

c) a Europa, a despeito do poder otomano, exercia domínio incontestável sobre o conjunto das atividades comerciais eurasianas.

d) a África Ocidental se encontrava em posição subordinada ao poderio otomano, funcionando como sua principal fonte de escravos.

e) o Império Otomano, ao intermediar as trocas a longa distância, forçou os europeus a buscar rotas alternativas de acesso ao Oriente.

Regimes que se dizem cristãos e que derivam sua autoridade de um determinado corpo de textos já variaram do reino feudal de Jerusalém aos shakers, do império dos tsares russos à República Holandesa, da Genebra de Calvino à Inglaterra georgiana. Em épocas distintas, a teologia cristã absorveu Aristóteles e Marx. Todos afirmavam provir dos ensinamentos de Cristo – embora em geral desagradando a outros cristãos igualmente convencidos de sua cristandade. HOBSBAWM, Eric. Como mudar o mundo. Marx e o marxismo (1840-2011). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 312.

No texto de Eric Hobsbawm, há informações que nos fazem em lembrar a Reforma Protestante, a qual pôs um fim no monopólio espiritual da Igreja Católica, oferecendo novas opções religiosas.

Um dos efeitos do movimento, sobretudo a partir de Calvino, foi

a) a destruição da maioria das bibliotecas, restando algumas pertencentes à Igreja Católica que serviam de base para os movimentos heréticos.

b) o estímulo ao desenvolvimento capitalista, na medida em que criou uma ética favorável ao lucro, ao trabalho árduo e ao enriquecimento pessoal.

c) o fim das promoções eclesiásticas baseadas no critério da riqueza pessoal ou familiar dos sacerdotes, adquirida com a venda das indulgências.

d) a reafirmação da tese que defendia a salvação da alma pela fé e pelas boas obras, contrariando o dogma que determinava a salvação pela fé.

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e) o incentivo ao surgimento de movimentos heréticos contra a prática religiosa desenvolvida por seitas rurais que deram origem às Reformas.

Na edição de julho de 1818 do Correio Braziliense, o jornalista Hipólito José da Costa, residente em Londres, publicou a seguinte avaliação sobre os dilemas então enfrentados pelo Império português na América: A presença de S.M. [Sua Majestade Imperial] no Brasil lhe dará ocasião para ter mais ou menos influência naqueles acontecimentos; a independência em que el-rei ali se acha das intrigas europeias o deixa em liberdade para decidir-se nas ocorrências, segundo melhor convier a seus interesses. Se volta para Lisboa, antes daquela crise se decidir, não poderá tomar parte nos arranjamentos que a nova ordem de coisas deve ocasionar na América. Nesse excerto, o autor referia-se a) aos desdobramentos da Revolução Pernambucana

do ano anterior, que ameaçara o domínio português sobre o centro-sul do Brasil.

b) às demandas da Revolução Constitucionalista do Porto, exigindo a volta imediata do monarca a Portugal.

c) à posição de independência de D. João VI em relação às pressões da Santa Aliança para que interviesse nas guerras do rio da Prata.

d) às implicações que os movimentos de independên-cia na América espanhola traziam para a dominação portuguesa no Brasil.

e) ao projeto de D. João VI para que seu filho D. Pedro se tornasse imperador do Brasil independente.

“A cena de uma rua é, a um só tempo, a mesma de todo o quarteirão. Os pés de chumbo (portugueses) deixam que a cabralhada (brasileiros) se aproxime o mais possível. E inesperadamente, de todas as portas, chovem garrafas inteiras e aos pedaços sobre os invasores. O sangue espirra, testas, cabeças, canelas... Gritos, gemidos, uivos, guinchos. É inverossímil. E a raça toda, de cacete em punho, vai malhando... E os corpos a cair ensanguentados sobre os cacos navalhantes das garrafas. ”

(Correia, V.,1933, p. 42) O episódio, descrito acima, relata o enfrentamento entre portugueses e brasileiros, em 13/03/1831, no Rio de Janeiro, conhecido como Noite das Garrafadas. Essa manifestação assemelhava-se às lutas liberais travadas na Europa, após as decisões tomadas pelo Congresso de Viena.

A respeito dessa insatisfação popular, presente tanto na Europa, após 1815, quanto nos conflitos nacionais, durante o I Reinado, é correto afirmar que a) D. Pedro II adota a mesma política praticada por

monarcas europeus; quando, ao outorgar uma carta constitucional, contrariou os interesses, tanto da classe oligárquica, fiel ao trono, quanto das classes populares, as quais permaneceram sem direito ao voto.

b) o governo brasileiro também se utilizou de empréstimos junto à Inglaterra, aumentando a dívida externa e fortalecendo a economia inglesa, a fim de sanar o deficit orçamentário e suprir os gastos militares em campanhas contra os levantes populares.

c) D. Pedro I, buscando recuperar sua popularidade, iniciou uma série de visitas às províncias revoltosas do país, adotando a mesma estratégia diplomática que alguns regentes europeus, nessa época, praticaram, sem contudo, lograrem nenhum sucesso político.

d) as guerras travadas contra o exército napoleônico, na Europa, e o envolvimento do Brasil, na Guerra da Cisplatina, provocaram, em ambos os casos, a enorme insatisfação popular e revolta, diante do elevado número de combatentes mortos.

e) a retomada de políticas absolutistas, como o estabelecimento do Poder Moderador, no Brasil, dando plenos poderes a D. Pedro I e, na Europa, a dura repressão contra as ideias liberais, deflagradas pela Revolução Francesa, ocasionaram uma enorme insatisfação popular.

“(...). Conquistar a emancipação definitiva e real da nação, ampliar o significado dos princípios constitucionais foi tarefa delegada aos pósteres”. COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo; Livraria Editora Ciências Humanas, 1979. P.50.

A análise acima, da historiadora Emília Viotti da Costa, refere-se à proclamação da independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. A análise da autora, a respeito do fato histórico, aponta que a) apesar dos integrantes da elite nacional terem

alcançado seu objetivo: o de romper com os estatutos do plano colonial, no que diz respeito às restrições à liberdade de comércio, e à conquista da autonomia administrativa, a estrutura social do país, porém, não foi alterada.

b) a independência do Brasil foi um fato isolado, no contexto americano de luta pela emancipação das metrópoles. Isso se deu porque era a única colônia de língua portuguesa, e porque adotava, como regime de trabalho, a escravidão africana.

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c) caberia, às futuras gerações de brasileiros, o esforço no sentido de impor seus valores para Portugal, rompendo, definitivamente, os impasses econômicos impostos à Colônia pela metrópole portuguesa desde o início da colonização.

d) apesar de alguns setores da elite nacional possuírem interesses semelhantes à burguesia mercantil lusitana e, portanto, afastando-se do processo emancipatório nacional, com a eminente vinda de tropas portuguesas para o país, passaram a apoiar a ideia de independência.

e) assim como Portugal passava por um processo de reestruturação, após a Revolução Liberal do Porto; no Brasil, esse movimento emancipatório apenas havia começado e só fora concluído, com a subida antecipada ao trono, de D. Pedro II, em 1840.

A primeira Constituição brasileira, de 1824, foi a) aprovada pela Câmara dos Deputados e estabeleceu

o voto censitário. b) imposta por Portugal e determinou o monopólio

português do comércio colonial. c) outorgada pelo imperador e definiu a existência de

quatro poderes. d) promulgada por uma Assembleia Constituinte e

concentrou a autoridade no Poder Executivo. e) determinada pela Inglaterra e estabeleceu o fim do

tráfico de escravos.

Há dois séculos, o movimento liderado por Domingos José Martins conseguiu agitar uma revolta militar no Forte das Cinco Pontas, em Recife, sob a liderança do capitão José de Barros Lima, durante o momento em que seus superiores lhe deram voz de prisão. Isso culminou com o assassinato do brigadeiro português Manoel Joaquim Barbosa de Castro, responsável pelo Forte das Cinco Pontas. SILVA, Tito Lívio Cabral. www.revistadedireito.ufc.br

Esses fatos se remetem ao seguinte acontecimento da história de Pernambuco: a) Cabanagem. b) Revolta dos Malês. c) Batalha dos Guararapes. d) Guerra dos Alfaiates. e) Revolução de 1817.

Encontro, teoricamente inexplicável, de dois fenômenos que deveriam em princípio repelir-se um ao outro: o

Mercantilismo e a Ilustração. Entretanto, ali estavam eles juntos, articulados, durante todo o período pombalino. FALCON, F. J. C., A época pombalina. São Paulo: Ática, 1982, p. 483.

Entre as medidas implementadas durante o período em que o Marquês de Pombal foi o principal ministro do rei português D. José I, é correto apontar: a) A anistia aos mineradores da colônia que possuíam

débitos tributários com a metrópole portuguesa. b) A implementação de medidas liberalizantes e a

extinção das companhias de comércio monopolistas. c) O estabelecimento do Diretório dos Índios, que

significou uma tentativa de enfraquecer o poder dos jesuítas.

d) A intensificação das perseguições aos judeus e cristãos-novos bem como o fortalecimento do Tribunal do Santo Ofício.

e) O fortalecimento da nobreza e do clero em detrimento dos setores financeiros e mercantis da sociedade portuguesa.

O episódio da transferência da Corte para o Brasil, em 1808, alterou profundamente o cotidiano da sociedade do Rio de Janeiro. A adaptação de hábitos e a conversão do aparelhamento urbano aos padrões da realeza europeia, o advento da imprensa, a formação de espaços de sociabilidades, as missões artísticas e culturais, entre outros, contribuíram para uma nova feição dos domínios portugueses na América. Do ponto de vista econômico, a grande transformação trazida com a permanência da Corte no Brasil foi um fenômeno histórico conhecido por a) fim do exclusivo comercial metropolitano. b) ampliação do comércio com a França. c) início da industrialização. d) crise da escravidão. e) incremento do imperialismo.