7 Oportunidades de Negocios Para Lucrar Com a Classe C

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30/08/2011 11:11 7 oportunidades de negócio para lucrar com a classe C De educação a beleza, confira as áreas que estão aquecidas pela explosão da nova classe média e oferecem oportunidades para novos negócios Daniela Moreira, de EXAME.com Preço, qualidade e atendimento São Paulo - Com potencial de consumo de 881,2 bilhões de reais em 2010 – maior do que o de qualquer outra faixa de renda –, e perspectiva de crescimento continuo nos próximos anos, a classe C se tornou a menina dos olhos de empresas de todos os portes e ramos. Mas também há espaço para os pequenos e médios empresários conquistarem uma fatia deste bolo. Com a ajuda de três especialistas – Luciana Aguiar, da Plano CDE; Renato Meirelles, da Data Popular; e Luiz Goes, da GS&MD – Gouvêa de Souza – listamos as áreas que apresentam oportunidades de negócios para o empreendedor que também quer pegar carona no boom do segmento. Para quem quer conquistar este público, a dica é não focar apenas em preço – que ainda é um fator importante, junto com facilidade de pagamento –, mas também em qualidade e atendimento. “É um consumidor que não quer ser desqualificado. Ele quer economizar, mas não ao custo de abrir mão da qualidade”, destaca Luciana. “Tem que ter muito foco no atendimento, esse é o diferencial competitivo”, acrescenta Meirelles. Educação Na área de educação, o público classe C deverá buscar principalmente cursos profissionalizantes, de informática e de idiomas. “São cursos que dão melhor acesso ao mercado de trabalho, em geral”, diz Luciana. De olho na oportunidade, redes que oferecem cursos a preços populares, como Eurodata e Microcamp, estão buscando franqueados para expandir suas bandeiras, incluindo forte investimento nas marcas de ensino de idiomas – segundo dados do Ibope, apenas 23% das pessoas desta faixa de renda falam uma segunda língua. Segundo a Data Popular, os gastos da classe C com estudos subiram de R$ 1,8 bilhão em 2002 para R$ 15,7 bilhões em 2010 e os alunos deste segmento da população já são maioria na rede particular de ensino, ocupando 51,8% das vagas. E a tendência é que os investimentos continuem crescendo.“Cada ano de estudo a mais impacta em um aumento médio de 15% em renda”, justifica Meirelles. Saúde As clínicas que oferecem serviços médicos de média complexidade, como consultas e tratamentos básicos, a preços acessíveis também estão em alta. Um caso de sucesso neste nicho é o da clínica Sorridents. Com preços até 40% menores do que os praticados no mercado, a rede apostou na qualidade do atendimento e dos materiais e na facilidade de pagamento para conquistar a classe C. Com faturamento de R$ 120 mil em 2010, a rede já tem mais de 118 unidades em operação e espera chegar a 500 até o final de 2016. “O serviço dentário sempre foi muito necessário e desejado, mas era muito caro”, destaca Luciana. Com a popularização dos preços e o aumento de renda, a tendência é que cada vez mais a classe C demande serviços deste tipo. Além das clínicas populares, há oportunidades para quem quiser investir na venda de seguros. Em uma pesquisa feita pela GS&MD – Gouvêa de Souza em novembro de 2010, 68% dos entrevistados de classe C, D e E manifestaram interesse em contratar planos odontológicos nos próximos dois anos e 71% pretendem contratar planos de saúde.

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7 oportunidades de negócio para lucrar com a classe C

De educação a beleza, confira as áreas que estão aquecidas pela explosão da nova classe média e oferecemoportunidades para novos negócios

Daniela Moreira, de EXAME.com

Preço, qualidade e atendimento

São Paulo - Com potencial de consumo de 881,2 bilhões de reais em 2010 – maior do que o de qualquer outrafaixa de renda –, e perspectiva de crescimento continuo nos próximos anos, a classe C se tornou a menina dosolhos de empresas de todos os portes e ramos. Mas também há espaço para os pequenos e médiosempresários conquistarem uma fatia deste bolo. Com a ajuda de três especialistas – Luciana Aguiar, da PlanoCDE;  Renato Meirelles, da Data Popular; e Luiz Goes, da GS&MD – Gouvêa de Souza – listamos as áreasque apresentam oportunidades de negócios para o empreendedor que também quer pegar carona no boom dosegmento. Para quem quer conquistar este público, a dica é não focar apenas em preço – que ainda é um fatorimportante, junto com facilidade de pagamento –, mas também em qualidade e atendimento. “É umconsumidor que não quer ser desqualificado. Ele quer economizar, mas não ao custo de abrir mão daqualidade”, destaca Luciana. “Tem que ter muito foco no atendimento, esse é o diferencial competitivo”,acrescenta Meirelles.

Educação

Na área de educação, o público classe C deverá buscar principalmente cursos profissionalizantes, deinformática e de idiomas. “São cursos que dão melhor acesso ao mercado de trabalho, em geral”, diz Luciana.De olho na oportunidade, redes que oferecem cursos a preços populares, como Eurodata e Microcamp, estãobuscando franqueados para expandir suas bandeiras, incluindo forte investimento nas marcas de ensino deidiomas – segundo dados do Ibope, apenas 23% das pessoas desta faixa de renda falam uma segunda língua.Segundo a Data Popular, os gastos da classe C com estudos subiram de R$ 1,8 bilhão em 2002 para R$ 15,7bilhões em 2010 e os alunos deste segmento da população já são maioria na rede particular de ensino,ocupando 51,8% das vagas. E a tendência é que os investimentos continuem crescendo.“Cada ano de estudo amais impacta em um aumento médio de 15% em renda”, justifica Meirelles.

Saúde

As clínicas que oferecem serviços médicos de média complexidade, como consultas e tratamentos básicos, apreços acessíveis também estão em alta. Um caso de sucesso neste nicho é o da clínica Sorridents. Compreços até 40% menores do que os praticados no mercado, a rede apostou na qualidade do atendimento e dosmateriais e na facilidade de pagamento para conquistar a classe C. Com faturamento de R$ 120 mil em 2010,a rede já tem mais de 118 unidades em operação e espera chegar a 500 até o final de 2016. “O serviçodentário sempre foi muito necessário e desejado, mas era muito caro”, destaca Luciana. Com a popularizaçãodos preços e o aumento de renda, a tendência é que cada vez mais a classe C demande serviços deste tipo.Além das clínicas populares, há oportunidades para quem quiser investir na venda de seguros. Em umapesquisa feita pela GS&MD – Gouvêa de Souza em novembro de 2010, 68% dos entrevistados de classe C,D e E manifestaram interesse em contratar planos odontológicos nos próximos dois anos e 71% pretendemcontratar planos de saúde.

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Beleza

O mercado da beleza também desponta como uma grande celeiro de oportunidades de negócios juntos àsmulheres de classe C. Segundo pesquisa da Data Popular, 51% das mulheres deste segmento afirmam gastar“muito dinheiro” com produtos de beleza e higiene pessoal. Em média, elas vão ao cabeleireiro duas vezes aomês, gastando entre R$ 15 e R$ 30 por visita. Um exemplo de sucesso nesta área é o Instituto Beleza Natural,especializado no tratamento de cabelos crespos, cujos salões recebem 70 mil clientes por mês e crescem, emmédia, 30% ao ano em faturamento. E não são só os salões de cabeleireiro e clínicas de estéticas que ganhamforça, mas também a prestação de serviços em domicílio e a venda de produtos. “Elas estão pagando maiscaro por produtos que a gente entende como supérfluos, mas que estão cada vez mais presentes na cesta deconsumo deste público, como cremes, perfumes e afins”, relata Luciana.

Moda

A preocupação com a aparência entre as mulheres da classe C não pára nos tratamentos estéticos. Elastambém querem se vestir cada vez melhor. Segundo a Data Popular, 42% delas afirmam que se preocupamem estar em dia com a moda. Durante uma pesquisa realizada pela consultoria em novembro do ano passado,mais da metade das mulheres de classe entrevistadas haviam feito compras de bolsas e sapatos, bijuterias eacessórios nos 30 dias anteriores. . “Elas estão indo para o mercado de trabalho e acham que quanto melhorsua aparência, maiores são as chances de sucesso – o que faz muito sentido, já que a maioria trabalha comvendas”, explica Meirelles. Segundo dados da consultoria, as jovens da classe C gastam 71% dos seussalários com roupas e acessórios.

Alimentação fora de casa

A alimentação fora de casa também entra cada vez mais no cardápio de consumo da classe C. Segundo dadosda GS&MD – Gouvêa de Souza, mais de 30% dos gastos dos brasileiros com alimentação são destinados aserviços de entrega ou refeições fora de casa, número que vem crescendo com o impulso deste novoconsumidor. “Estamos falando tanto de restaurantes quanto entregas ou produtos para levar”, destaca Goes.Em parte, o fenômeno é puxado pelas demandas do mercado de trabalho. “Mulher e filhos estão trabalhandofora e cada vez mais sem tempo para fazer em casa”, justifica Goes. Mas a refeição em família tambémdesponta como opção de lazer. “São lugares para se entreter com a família, com bastante fartura e consumocompartilhado”, diz Luciana. As redes de franquias de alimentação – opção prática para quem quer investirno ramo – chegaram a 348 em 2009, um crescimento de mais de 20% sobre o ano anterior, segundo dados daAssociação Brasileira de Franchising.

Viagem

Com mais dinheiro no bolso, a classe C também começa a investir mais nas férias. Um estudo feito pelaGS&MD – Gouvêa de Souza em novembro de 2010 indicou que mais da metade das pessoas desta faixa derenda ouvidas na pesquisa pretendiam viajar nos próximos dois anos. Embora a casa de parentes ainda seja aopção de acomodação mais comum, pacotes a preços acessíveis incluindo passagem aérea e hotel começam ase tornar mais populares. O sucesso da ViajaNet, agência de viagens online que já nasceu voltada às classesC e D, é um exemplo do potencial do setor. A expectativa de faturamento no primeiro ano de operação era deR$ 12 milhões, porém nos seis primeiros meses, a agência já havia faturado o dobro desta quantia. Em 2010,a receita superou os R$ 55 milhões. Também disposta a conquistar este público, a rede Accor pretende abrir100 novos hotéis de baixo custo com a marca Formule 1 até 2018. Já a GOL pretende criar quiosques paravender passagens nas estações de metrô de São Paulo, além de parcelar e facilitar a compra, tudo para atrair oconsumidor das classes C e D. “Há um grande potencial no segmento. Muita gente ainda não entende direitocomo as agências funcionam. Pacotes para escolas e associações de bairro também são um nichointeressante”, destaca Meirelles.

Informática

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Os produtos e serviços de informática também ganham força junto à classe. A principal demanda é estarconectado. “Estamos falando desde lan houses até venda de computadores e suporte técnico”, detalhaMeirelles. A última estimativa de vendas da consultoria IDC era de 13,8 milhões de computadores vendidosno Brasil em 2010, o que representa 24% de crescimento em relação ao ano anterior. No primeiro trimestredo ano, o crescimento chegou a bater em 40% sobre o mesmo período de 2009. As lan houses também têmum papel importante junto a este público. Segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 45% dosacessos à internet no Brasil foram feitos a partir deste locais em 2009. O número já chegou a ser maior (49%,em 2008), mas ainda é bastante expressivo. A tendência no segmento é de estabelecimentos de pequeno portee baixos custos – a maioria são negócios familiares, com até três funcionários, segundo o CGI.br. Grandesredes como a Monkey, que chegou a ter 60 lojas no país, entraram em extinção.