A Atual Divisão Internacional Do Trabalho (DIT

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A atual Divisão Internacional do Trabalho (DIT)

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A atual Diviso Internacional do Trabalho (DIT)

A atual Diviso Internacional do Trabalho (DIT)

Antes de caracterizarmos a atual Diviso Internacional do Trabalho, tambm conhecida como Nova DIT, comearemos pela leitura da figura 1 e dos textos 1 e 2.

Texto 1 nosso objetivo estar presente em todo e qualquer pas do mundo [...]. Ns, na Ford Motors Company, olhamos o mapa do mundo como se no existissem fronteiras. No nos consideramos basicamente uma empresa americana. Somos uma empresa multinacional. E quando abordamos um governo que no gosta dos Estados Unidos, ns sempre lhe dizemos: De quem voc gosta? Da Gr-Bretanha? Da Alemanha? Ns temos vrias bandeiras. Ns exportamos de todos os pases.(SANDRONI, P. Novo Dicionrio de Economias. SP: Crculo do Livro, 1994. Apud. BOLIGIAN, 2007, p. 447)

Texto 2Para as finalidades empresariais, as fronteiras que separam uma nao da outra so to reais como o Equador. Consistem meramente em demarcaes convenientes de entidades tnicas, lingusticas e culturais.

(BARNET, R., Mller, R. O poder global. Rio de Janeiro: Record, 1974. p. 79. Apud. MAGNOLI, 2008. p. 107)

Texto 3 ( a velha diviso internacional)At aproximadamente a primeira metade do sculo XX, era pequena a presena de multinacionais no mercado internacional. Naquela poca, os pases pobres mantinham suas economias voltadas, basicamente, produo e exportao de gneros primrios (produtos agrcolas, matrias-primas de origem vegetal e mineral etc.). Por outro lado, os pases mais ricos do hemisfrio Norte concentravam a produo e exportao mundial de produtos industrializados. Os elevados custos de transferncia nos ciclos iniciais da industrializao, principalmente em funo do reduzido desenvolvimento dos meios de transporte, limitavam as opes de localizao da indstria. Devido importncia do carvo mineral como fonte de energia, durante o sculo XIX, na Europa as bacias carbonferas condicionaram a formao de grandes regies industriais; concentraes menores formavam-se nas reas produtoras de minrio de ferro. Mesmo com a perda gradativa da importncia do carvo, ao longo da primeira metade do sculo XX, e com o desenvolvimento dos transportes, a lgica das economias de aglomerao manteve a concentrao da produo da indstria mundial associada proximidade das jazidas carbonferas e das reservas minerais. A emergncia das linhas de montagem e do sistema de produo em srie, por motivos que j estudamos, reafirmou as vantagens locacionais das grandes regies industriais.

Texto adaptado de MAGNOLI, D. & ARAUJO, R. Geografia: a construo do mundo: geografia geral e do Brasil. 1 ed. So Paulo: Moderna, 2005. Cap. 8Texto 4Os novos padres locacionais apontam no sentido da desconcentrao espacial das indstrias e na emergncia de novos polos produtivos, afastados das aglomeraes tradicionais. (MAGNOLI, D. & ARAUJO, R. Geografia: a construo do mundo: geografia geral e do Brasil. 1 ed. So Paulo: Moderna, 2005. p. 143.) Texto 5 Nas ltimas dcadas, muitos pases que tinham uma economia destinada basicamente produo de bens primrios, como produtos da agricultura e da minerao, tm recebido em seus territrios a implantao de filiais ou subsidirias de multinacionais. Esse fato vem alterando drasticamente suas caractersticas econmicas e suas funes dentro da nova diviso internacional do trabalho (DIT).

Das bananas ao chip No passado, a Costa Rica j foi conhecida como uma repblica de bananas. Era uma referncia ao seu principal produto de exportao. [...] Desde 1996, quando foi escolhida para sediar uma das fbricas da Intel, o maior produtor mundial de chips para computadores, a Costa Rica ganhou um novo apelido: repblica do silcio. Trata-se de uma aluso matria-prima utilizada na produo de chips, os microprocessadores que so os crebros dos PCs. A construo da fbrica mudou o perfil econmico da Costa Rica, de pas agrcola para industrial. [...] A produo exportada a fabricantes de computadores, sobretudo na sia. Atualmente, cerca de 85% dos computadores pessoais do planeta acomodam um Pentium em suas entranhas. A opo da Intel pela Costa Rica no foi ao acaso. O pas pequeno (do tamanho do Rio Grande do Norte), mas tem uma democracia estvel e mo-de-obra barata. [...]

(poca, 11/9/2000. Apud. BOLIGIAN, Levon., BOLIGIAN, Andressa Turcatel Alves. Geografia: espao e vivncia: volume nico: ensino mdio. 2 ed. So Paulo: Atual, 2007. p. 276)

A Mercedes-Benz em Juiz de Fora A Mercedes-Benz (MB) procura responder aos novos desafios, adaptando aspectos da produo flexvel em novas fbricas fora de sua regio de origem, a Europa. Em 1993, a Mercedes-Benz tomou a deciso de investir nos Estados Unidos, no Estado do Alabama. Em 1996, foi assinado um contrato entre a Mercedes-Benz, o governo de Minas Gerais e o municpio de Juiz de Fora, para a implantao de uma unidade da montadora no municpio mineiro. Veja, a seguir, os investimentos e concesses para a instalao das fbricas da Mercedes-Benz nos dois locais: Para a instalao da unidade no Estado do Alabama: US$ 120 milhes para aquisio dos terrenos, despesas com infra-estrutura e melhoria das estradas vicinais prximas fbrica fornecidos por rgos pblicos do estado, agncias de desenvolvimento regional/local, empresas fornecedoras de servios e pelos prprios interessados (a MB e seus principais fornecedores);US$ 60 milhes para o centro de treinamento profissional fornecidos pelos cofres do Estado do Alabama. A MB no recebeu incentivos fiscais do Estado do Alabama, muito menos do governo federal dos EUA.

Para a instalao da fbrica em Juiz de Fora - MG: concesso de financiamentos (...), no valor de R$ 400 milhes (1996), e manuteno do fluxo financeiro dos recursos pelo prazo de 10 anos;benfeitorias para a construo da fbrica, entre outras (fornecidas pelo Governo de Minas Gerais);obrigao do municpio de manter iseno municipal de tributos durante igual perodo de 10 anos, doao do terreno de aproximadamente 2.800.000 m2 (fornecidos pelo municpio de Juiz de Fora).

(Fonte: adaptado de NABUCO, Maria Regina et al. (orgs.). Indstria automotiva: a nova geografia do setor produtivo. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.)