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1 APONTAMENTOS SOBRE O MÉTODO DIALÉTICO EM KARL MARX As publicações do selo A Casa de Asterion podem ser livremente copiados digitalmente ou por fotocopiadoras. No entanto, não podem ser vendidos. Os autores disponibilizam estas publicações como esforço de democratização da informação e do conhecimento. Apontamentos sobre o método dialético em Karl Marx Marcos Cordi olli A Casa de Asterion

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Apont amentos sobre o método dialético emKarl Marx

Marcos Cordiolli

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Apontamentos sobre ométodo dialético

em Karl Marx

Marcos Cordiolli

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© Marcos Cordiolli

Fotos: Marcos CordiolliDiagramação: Shelby Programação Visual

Contatos com o autor:email: [email protected]: +55 (41) 9962 5010home page: cordiolli.wordpress.comhome page: marcos.cordiolli.sites.uol.com.brtwitter: twitter.com/marcoscordiollimyspace: www.myspace.com/marcoscordiollifacebook: marcos cordiolli

Curitiba - 2009Apontamentos sobre o método dialético em Karl Marx/ Marcos Cordiolli – Curitiba: A Casa de Astérion,2009.

I. Introdução ao pensamento de Karl Marx.Marxismo. Materialismo histórico e dialético. I.Marcos Cordiolli.

É totalmente impossível calcular o que o proleta-riado militante da Europa e da América e a

ciência histórica perderam com este homem. Logose fará sentir o claro que se abriu com a morte

desta figura gigantesca.

(Engels, discurso diante da sepultura de Marx, 1894).

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Títulos do autor pelo selo A Casa de Asterion

Currículo, cultura escolar e gestão do trabalho pedagógico [2004];

A formação de valores e padrões de conduta na sala de aula (notaspara um debate conceitual sobre transversalidade) [2006];

Os projetos como forma de gestão do trabalho pedagógico emSala de Aula [2006];

A relação entre disciplinas em Sala de Aula (a interdisciplinaridade,a transdisciplinaridade e a multidisciplinaridade) [2002];

Saber e conhecimento: um contraste necessário (para formulaçãodas propostas curriculares e a gestão do trabalho pedagógico)[2006];

Ética, cidadania e formação de valores na sala de aula [2009];

A legislação Curricular Brasileira [2009].

Para Dr. Rosinha

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Sobre o Autor

Marcos Cordiolli é graduado em História (UFPr, 1988) e mestreem Educação: história e filosofia da educação (PUC-SP, 1997).

É professor universitário de graduação (desde 1994), deespecialização latu senso (em mais 20 IES); de mestrado (emuma IES); atua na qualificação docente (desde 1994 e prestouserviços para mais 50 redes públicas e dezenas de escolasparticulares em 18 estados);

É consultor em gestão do trabalho pedagógico e proposiçõescurriculares na Educação Básica (com serviços prestados paradezenas de instituições) e Superior (com trabalhos prestados paramais de 20 IES);

É palestrante e conferencista (atuou em mais 300 eventos); consultortécnico de publicações didáticas (prestou serviços para mais deuma dezena de editoras) e de sistemas de ensino (prestou serviçospara a maioria dos grandes empresas do país);

É consultor pedagógico na área de Educação Corporativa(prestou serviços para empresas na área de refino de petróleo emontadoras automotivas).

Publicou artigos, livros e materiais didáticos (na área de informáticae história e geografia para Ensino Fundamental e médio).

É cineasta. Produtor Associado do filme O Sal da Terra (Brasil,2008) de Eloi Pires Ferreira. Diretor de Produção (com ElóiPires Ferreira) de Conexão Japão (Brasil, 2008) de Talício Sirino.Produtor Executivo de Curitiba Zero Grau (Tigre Filmes e Labo),Brichos: a floresta é nossa (Tecnokena) ainda em produção.

Contato com a Autor

email: [email protected]: +55 (41) 9962 5010home page: cordiolli.wordpress.comtwitter: twitter.com/marcoscordiollitwitter Sala de Aula: twitter.com/saladeaulamyspace: www.myspace.com/marcoscordiollifacebook: marcos cordiolli

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Marcos Cordiolli

A vasta obra marxiana, deixou como herança um método,o método da economia política; uma concepção materialistadialética da história, a partir da compreensão das relaçõessociais concretas da humanidade; e uma teoria da revolução,na qual a classe operária conhecendo os fundamentosda sociedade capitalista poderia tomar, de formaorganizada, em suas mãos o fazer-se da história paraconstruir uma nova forma de organização social - osocialismo, sem explorados nem exploradores. A obra evida de Marx apresentam e propõe ao conhecimentointelectual uma objetivação concreta, expressada naúltima das teses para Feuerbach “os filósofos se limitarama interpretar o mundo de diferentes maneiras; o queimporta é transformá-lo” [MARX, 1989a, p. 14].

Na obra de Marx, o trabalho aparece como uma categoriafundamental da reflexão dialética. A ponto da base daprodução intelectual de Marx se constituirfundamentalmente como reflexão sobre o trabalho naforma do modo de produção capitalista. O objetivo deMarx, no entanto, é o estudo da “produção material” oumais especificamente, da “produção dos indivíduosdeterminada socialmente” [MARX, 1987, p 4].

Marx é interlocutor de duas importantes vertentesintelectuais de sua época, a filosofia alemã e a economiapolítica inglesa. Na Alemanha, no século XIX, por outrolado, a “filosofia [de Hegel] se convertera numa espécie de

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ideologia oficial” (Marx: vida e obra. In: MARX, 1987. p.VIII). A obra de Hegel e seus seguidores se constituíramnos interlocutores privilegiado de Marx1 , que questionoua concepção do real como resultado do pensamento,formulada pela filosofia hegeliana, contrapondo-a coma necessidade de inversão das relações pela redefiniçãoda função do real e do abstrato no processo de produçãodo conhecimento.

O debate em torno da metodologia da economia sedesenrolava a quase três séculos, pois a teóricos da faserevolucionária da burguesia, em particular Smith eRicardo, correspondiam aos esforços de compreender adinâmica econômica capitalista. Marx, com estes estudos,promoveu um grande debate com alguns desteseconomistas que lhe são contemporâneos, e mesmoanterior, criticando-os pelo ponto de vista que adotavamprocurando mostrar o indivíduo desvinculado dadeterminação social apresentando as diversas formas doconjunto social, apenas como meio para o indivíduorealizar os seus fins privados [cf. MARX, 1987, p 4]. Poispara Marx “as categorias exprimem, portanto formas de modosde ser, determinações de existência” [MARX, 1987, p 21],portanto estes economistas estavam refletindo a partirda classe social a qual se integravam, ou seja, produziama partir da ótica da sociedade capitalista.

As crises de 1825 e1848 impulsionaram o pensamentode Marx e abrindo novas possibilidades teóricas emetodológicas. Pois em 1825 a primeira crise comercialdo capitalismo, questionou as teorias de Smith de que“a mão invisível do mercado” equilibraria as diversasiniciativas individuais. A crise de 1848 provocada pelaeclosão das revoluções democráticas na Europa marcoua entrada em cena do proletariado enquanto classe e emconfronto com a burguesia.

Para Marx, a realidade (o concreto) seria composta demuitas diversidades, por isso se constitui numa “síntesede muitas determinações, isto é, unidade do diverso” [MARX,

1987, p 16]. No método de Marx as determinaçõesabstratas conduziriam à reprodução do concreto por meiodo pensamento. Pelo método de Hegel e outros arepresentação volatiza-se em determinações abstratas.Ao invés da abstração, para Marx, o concreto éracionalizado enquanto um processo de síntese, portantoum resultado de pesquisa (nesse caso em particular daeconomia).

O resultado teórico e metodológico deste debate foi àelaboração da definição de categoria. Para Marx, qualquercategoria tem de estar vinculada ao todo, jamais podemser concebidas como independente. Para constituí-la énecessário tecer as diversas relações com as quais acategoria se insere (e, portanto se relaciona) como o real.Por isso que a

“mais simples categoria econômica, suponhamos, porexemplo, o valor de troca, pressupõe a populaçãoproduzindo em determinadas condições e tambémcertos tipos de família, de comunidades ou Estados.O valor de troca nunca poderia existir de outro modosenão como relação unilateral, abstrata de um todovivo e concreto já dado” [MARX, 1987, p 17].

Marx delimita claramente em seu método, as categoriascomo “produto de condições históricas, e não possuem plenavalidez se não para estas condições e dentro dos limites destas”[MARX, 1987, p 20]. Esta concepção de Marx constituia base do materialismo histórico, sendo que as categoriasseriam formulações abstratas constituídas numasociedade específica e válida exclusivamente para ela.Mesma as formas de sociedades anteriores que semantém numa sociedade que lhe é posterior o fazem deforma distinta, pois “(...) podem ser desenvolvidas, atrofiadas,caricaturadas, mas sempre essencialmente distintas” [MARX,1987, p 20].

As categorias só podem ser compreendidas a partir dotodo, também exprimem as suas relações e articulações

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com o todo, o é desta concepção que se pode produzir oconhecimento histórico, pois são estas articulações que“(...) permitem penetrar na articulação e nas relações de produçãode todas as formas de sociedade desaparecidas” [MARX, 1987,p 20]. O conhecimento (a significação para Marx) seconstrói a partir dos vestígios reminescentes das ruínase elementos constitutivos dessas sociedades queprecederam ao capitalismo. Para Marx, então

“[...] a anatomia do homem é a chave da anatomia domacaco. (...) [Assim como] A economia burguesafornece a chave da Economia da Antigüidade, etc.Porém, não conforme o método dos economistas quefazem desaparecer todas as diferenças históricas evêem a forma burguesa em todas as formas desociedade. Pode-se compreender o tributo, o dízimo,quando se compreende a renda da terra. Mas não sedeve identíficá-los [MARX, 1987, p 20].

Marx apresenta sua posição definitiva neste que é umdebate permanente na historiografia (tanto econômica,como nas demais): as categorias na história são exclusivasdo período e da sociedade estudada. Vale lembrarThompson, que sustentava posições semelhantes às deMarx, para quem a noção ou conceito “é uma representaçãoadequada (embora aproximativa) da seqüência causal, ou daracionalidade, desses acontecimentos, e conforma-se (...) a umprocesso que de fato ocorreu no passado” [Thompson, 1981.p. 54].

Para Marx, as idéias não explicam a realidade, mas seexplicam com a realidade. Pois, realidade e idéia seimplicam mutuamente [cf. MARX, 1989a, p. 11-14],caberia então a seguinte questão: qual é o mecanismooperatório do conhecimento intelectual?

O processo intelectual é o de reflexão que culmina naexplicação de seu objeto. Marx sugere o jogo decontrapontos como forma de aplicar uma dialética doreal, que esquematicamente pode ser assim apreendida:

(a) da aparência para a essência e da essência para a aparência;(b) das partes para o todo e do todo para as partes; (c) dosingular para o universal e do universal para o singular; e (d)do presente para o passado e do passado para o presente.

Este processo é de mão dupla - de um para outro e vice-versa - no qual pode-se desvelar as relações queconstituem o objeto em movimento. A realidade éapreendida em suas partes, em suas dimensão e em seuselementos, que se articulam e cuja síntese se constituina explicação.

Este processo compõe “dialéticas” - ferramentas doprocesso intelectual, mas que são mediadas, em cadaabordagem, por diferentes determinação, que variam emtrês diferentes níveis: (a) as particularidade da origemdo indivíduo ou grupo como: raça, classe, religião,contexto cultural, profissão, sexo, nível de educação; (b)a experiência social na perspectiva individual, ou sejacada indivíduo apreende de forma singular a experiênciasocial na qual insere a sua vida; e (c) as determinaçõesvariam no tempo: mudam a sua influência sobre osindivíduos e os grupos.

Todos estes processos ocorrem em situaçõessimultaneidades, mas por uma questão didática vamosexaminar cada um deles separadamente:

A dialética do todo e as partes. O todo resulta das partes,mas não se constitui apenas numa somatória de todas aspartes, pois cada parte - cada dimensão e cada elemento- está em movimento, logo é necessário – paracompreender as partes – investigar as relações e os nexosà qual se integram ou que as constituem: o todo se fundanas partes, mas não se esgota nelas.

A dialética do singular e o universal. Na construção daexplicação é necessário desvendar os elementosuniversais que constituem o singular - e são vários osuniversais que compõe um singular. O universal se

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materializa no singular, e é apenas no singular que podeser apreendido. Cada singular se liga a outros singularesde outros gêneros. Cada singular guarda uma parte, umadimensão, um aspecto incompleto do universal; ouniversal se compõe de muitos singulares, cujas relaçõesentre si determinam características mais ou menoscomuns a todos e, portanto, universais.

Um determinado acontecimento histórico, por exemplo,é denotada com data determinada, com personagensnomeados e características aparentemente conhecidas.Estes elementos peculiares que delimitam assingularidades daquele determinado e singularacontecimento histórico. Mas é a partir destassingularidades que os elementos universais podem serapreendidos, sejam no sentido da inscrição da data numaépoca histórica, da identificação dos vinculados dospersonagens as suas classes sociais e da contextualizaçãodos acontecimentos no processo histórico. Assim, umindivíduo não é uma representação completa de suaclasse, mas a representação de sua classenecessariamente tem que considerar características desteindivíduo que são comuns a outros e que remete ascaracterísticas universais.

A dialética da aparência e da essência2 . A realidade socialnão se apresenta imediatamente e não é transparente. Oidentificável no imediato são expressões do real, masnão é suficiente para mostrar a realidade como ela seformou, se movimenta e se transforma. É necessárioapreender as dimensões diferentes para que possa serefletir sobre o nexo da realidade. Segundo Marx “os nexosinternos que constituem o real” e neste sentido o que se buscaé o significado da aparência.

A realidade se apresenta de várias formas, tais comoquantificável, visível ou descritível, mas estas são apenasdimensões do trabalho intelectual. Estas facetas nãoapresentam em si a realidade, pois faz-se necessárioavançar no sentido de apreender estes aspectos que

constituem o ser social em movimento. Para avançaralém do visível é necessário ir interrogando a realidade,para captar os nexos internos constitutivos do real quenão estão visíveis, em processos reflexivos. Os nexosinternos compõem uma totalidade viva, aberta e emmovimento, como por exemplo: uma máquinaabandonada num canto é inútil; a mesma máquinainserida num processo produtivo é capital - o nexo derelações em que a máquina está inserida define a suaessência.

A dialética nos permite alcançar as tendências, mas nuncaas leis de causa e efeito. A realidade histórica é uma realidadeem movimento, sendo assim, não pode apresentarconexões estáticas causais, mecânicas, acabadas edefinitivas, por mais aparentes que elas possam parecer.

Cabe lembrar ainda que a aparência por sua vez não émera fantasia, nem invenção manipulada, nem mesmoilusão. Mas uma resultante do nexo de relações sociais eassim sendo, a investigação das origens e funcionamentoda aparência pode desvelar elementos importantes darealidade.

A dialética da existência e da consciência. Ao partirmos daconstatação de que a realidade não se apresenta de formatransparente, temos que reconhecer que o entendimentodas pessoas sobre as condições concretas em que a vidase realiza, também não é um entendimento lúcido ecompleto.

A consciência se forma entre condições - estabelecidapelos padrões sociais e pela experiência individual decada um - mas é desafiada constantemente pelascondições concretas com as quais as pessoas se deparam.Neste sentido, a consciência também está em permanentemudança, sendo alterada pelos elementos que são retidosdo passado e sobre os efeitos das situações do presente.A relação entre consciência e existência é mediatizadapor uma série de determinação como a família, as crenças

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religiosas, as relações de trabalho, as condições de gênero,os vínculos de etnia, entre outras, que produzemmediações de valores, condutas, linguagens, mitos,crenças, rituais etc.

A consciência, está diretamente liga as condições daatividade material e das relações sociais, como apontaMarx, indicando que a

“(...) produção de idéias, de representações, daconsciência, está de início, diretamente entrelaçadacom a atividade material e com o intercâmbio materialdos homens, como a linguagem da vida real” [Marx& Engels, 1989. p. 36.]

Como também afirma que os

“(...) os homens, ao desenvolverem sua produçãomaterial e seu intercâmbio material, transformamtambém, com esta sua realidade, seu pensar e osprodutos de seu pensar. Não é a consciência quedetermina a vida, mas a vida que determina aconsciência” [Marx & Engels, 1989. p. 37.].

No capitalismo as idéias são fortemente ideologizadas,pois a tendência seria a do real ser apanhado apenasfragmentariamente e, freqüentemente este mesmo realé naturalizado, implicando numa visão estática ecircunstancial do presente. A ideologia seria então apenasum fragmento da realidade que termina por invertê-lo.Assim,

“Não se parte daquilo que os homens dizem, imaginamou representam, e tampouco dos homens pensados,imaginados e representados para, a partir de seuprocesso de vida real, expõe-se também odesenvolvimento dos reflexos ideológicos e dos ecosdesse processo de vida. E mesmo as formaçõesnebulosas no cérebro dos homens são sublimaçõesnecessárias do seu processo de vida material,empiricamente constatável e ligado a pressupostos

materiais. A moral, a religião, a metafísica e qualqueroutra ideologia, assim como as formas de consciênciaque a elas correspondem, perdem toda a aparênciade autonomia. [Marx & Engels, 1989. p. 37].

A dialética do passado e presente. A historicidade para Marx(e também Engels), decorre da própria práxis humana.Esta se realiza a partir de algo ou de um conhecimentojá existente, sobre a qual o ser humano agiria de maneiracriativa - em função de suas necessidades - paratransformá-la. Haveria a relação passado-presente: onosso presente se produziria sobre a transformação doque herdamos do passado. As relações humanas estariamencharcadas de historicidades, pois toda ela - tanto aprodução material como imaterial - se constitui numdiálogo passado-presente. Marx, refletindo a partir destaperspectiva afirmou que os seres humanos fazem a suaprópria história, mas dentro das circunstâncias legadaspelas gerações anteriores.

A história para Marx está centrada nas contradiçõessociais (mais do que nas contradições de classes) - ouseja: classe, lutas de classes, raças, etnias, culturas,religiões etc. A luta de classes pode fornecer as linhasmestras do movimento da história, mas há muito maisna realidade social, carregada de historicidade quedecorre da práxis humana que se expressa na vida socialorganizada pelo trabalho.

O presente, visto à partir da dialética, é um momento deum movimento. É importante reconhecer também quetodo acontecimento passado, se realizou num momentode presente3 . Portanto, o objetivo do investigador, érecuperar este movimento, mostrando o acontecimentohistórico como algo que não é estático ouunidimencional, pois todo acontecimento é resultantede um nexo de articulação tais como desenvolvimentos,desigualdades, disparidades e recomeços - um processoque se constrói numa dimensão temporal. Todo presente4

só pode ser compreendido a partir de um necessário

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retorno ao passado que desvele as processualidades dosnexos que o compõe. Portanto, neste perspectiva pode-se afirmar que o presente só pode ser apreendido se tivercomo patamar o passado.

A explicação do presente pelo passado não implica, noentanto, numa apreensão total do passado5 : nem nosentido da totalidade dos eventos, nem num sentidoenciclopédico. Cabe ao pesquisador desvelar quais sãoos elementos do passado que o presente requer para sedesvelar.

Os exercícios intelectuais de Marx procuraram sempreretornar ao passado forjando as categorias que oajudavam a explicar os acontecimentos, tanto do passadocomo do presente. A historicidade do real pela reflexãodialética é dada pelas categorias teóricas, o que ocorrepela apreensão de suas diversas manifestações, dosvários nexos e em suas múltiplas determinações, quenos remete a uma forma de compreensão que é a suaexplicação.

Marx ainda apontou que a história se faz mais universalquanto mais forem desenvolvidas as forças produtivas ecom as relações sociais. Uma percepção interessante parao século XIX, período em que o capitalismo iniciava oprocesso de mundialização da sociedade humana6 ,integrando todos os povos e culturas do planeta a nexossimilares constitutivos de suas vidas, presentes e histórias.

A preocupação de Marx com a historicidade e com adialética passado-presente, vai além da compreensão dopresente ou de um acontecimento histórico. Ocupa-seda percepção de que o presente deveria sercompreendido como uma articulação de nexos que vemsendo desenvolvidos no passado, estabelecendo opatamar donde pode-se buscar as condições epossibilidades de construção do futuro. Uma condiçãoimportante para quem está preocupado pensar o mundo

para mudá-lo, e particularmente, para quem aliou todo oseu esforço histórico a pensar uma teoria da revolução.

A noção de totalidade dialética. O real, segundo a teoriamarxiana, enquanto um objeto de pesquisa não pode serconhecido na sua plenitude. A reflexão dialética é umtrabalho intelectual que culmina numa recriação do reale o seu ofício é o de desvelar as manifestações; os nexose as determinações dos processos sociais.

Para Marx, a totalidade dialética é histórica, aberta e emmovimento. A totalidade também não é única, pode-severificar a existência de várias totalidades inscritas emtotalidades maiores. Portanto, também como movimentoreflexivo entre totalidades.

Estes processos de desvelamento procedem da aparênciapara a essência e da essência para aparência; do singular para ouniversal e do universal para o singular; das partes para o todoe do todo para as partes. E pode-se acrescentar do passadopara o presente e do presente para o passado. Apanhar oconcreto - o conjunto de partes, dimensões e elementosque constituem as relações e os nexos, da realidade emsuas múltiplas determinações – é explicar o concreto, étraduzi-lo em concreto pensado.

A contradição, superação e totalização. A realidade écontraditória – as partes, as dimensões e os elementosque constituem as determinações, produzem relações enexos em contextos de contradições. A realidade não épassiva e homogênea, mas heterogênea e contraditóriae todas estas contradições são historicizadas à medidaque se redefinem e se reorganizam, se criam e se recriama todo instante.

A dialética trata a contradição a partir do princípio daqualidade, isto significa a superação do princípio daquantidade, empregada por outras correntes filosóficas.O resultado da contradição não é uma nulidade, mas aconstituição do movimento, pois todas as coisas estão

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em contradição com as outras coisas e consigo mesmo.Por isso é que Marx considera a contradição como “[...]fundamento explicativo por excelência da dialética” (Marx, 1985,vol. II). O movimento que impele as transformações éexpressão das contradições, pois é quem desestabilizaos equilíbrios; questiona as certezas e abala as estruturas(algumas das vezes revolucionariamente).

É da contradição que a dialética constrói a categoria derevolução, pois esta é resultante - enquanto possibilidadehistórica - do acirramento das contradições entre forçasantagônicas presentes na realidade. O movimentopromove a superação dos processos colocando-os emoutros patamares com novas formas de contradições oucom o re-situamento das antigas. Neste sentido ascontradições e superações se colocam num processo denovas totalizações, mas sempre em movimento.

RRRRREFERÊNCIASEFERÊNCIASEFERÊNCIASEFERÊNCIASEFERÊNCIAS B B B B BIBLIOGRÁFICASIBLIOGRÁFICASIBLIOGRÁFICASIBLIOGRÁFICASIBLIOGRÁFICAS

MARX, Karl. Teses sobre Feuerbach. In: MARX, Karl &ENGELS, Friederich. A ideologia alemã (Feuerbach). 7. Ed.São Paulo, Hucitec, 1989a. p. 11-14.

MARX, Karl & ENGELS, Friederich. A ideologia alemã(Feuerbach).. 7ª ed. São Paulo: Hucitec, 1989.

MARX, Karl. O Capital. 2ª ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985. 5vol.

MARX, Karl. Manuscritos econômicos e outros textosescolhidos. 4.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987. 2 vol.

THOMPSON, E. P. A miséria da teoria. Rio de Janeiro: Zahar,1981.

Dicionário do pensamento marxista. Tom Bottomore (Ed). Rio deJaneiro: Jorge Zahar Editor, 1988.

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1 Vale ressaltar, que Marx, enquanto militante, travou grandes polêmicascom anarquistas e socialistas no curso de sua vida.

2 Um leitura indicada é o capítulo MARX, Karl. A fórmula trinitária. In: —. O Capital. Vol. III. Este texto pode ser lido autonomamente e se constituinuma ótima aplicação da dialética da aparência e da essência.

3 Ver: THOMPSON, E. P. “Intervalo - a lógica história”. In: A miséria dateoria, ou um planetário de erros: uma crítica a Althusser. Rio de Janeiro:Zahar, 1981.

4 No presente do acontecimento a ser estudado.

5 Como desejaram diversos historiadores positivista e estruturalistas dofinal do século XIX e início do século XX. Mais notadamente o esforçoda Escola dos Annales em compor uma “História Universal” assentadanuma densa produção de historias regionais.

6 Ver neste sentido HOBSBAWN, Eric. A era do capital. Rio de Janeiro:Paz e Terra: 1981.

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Nota do autor

O autor agradece:1. a comunicação de erros.2. opiniões sobre o texto, inclusive sobre passagens comredação inadequada.3. o envio de textos dos leitores no qual o autor foi citado.

E-mail para contato: [email protected]

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